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O processo de Socialização - Sociologia da educação

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11/08/2019 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6
O processo de Socialização
DEMONSTRAR COMO NOSSOS COMPORTAMENTOS SOCIAIS SÃO AQUISIÇÕES SOCIOCULTURAIS QUE
TEM INÍCIO NA INFÂNCIA, PERÍODO COMPREENDIDO COMO SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA.
AUTOR(A): PROF. RENE ESTEBAN ROJO
Uma das importantes questões para a Sociologia é compreender o que nos diferencia dos demais animais. O
que nos torna humanos? A humanidade, ou seja, o que nos diferencia dos animais, é uma característica
inata ou é fruto da construção social da própria humanidade?
A Sociologia e as demais ciências sociais (Ciência Política e Antropologia) afirmam que nossa humanidade é
resultado do processo de interação a qual somos submetidos desde o nosso nascimento. Assim, o que
consideramos exclusividade dos humanos, como andar ereto e falar, por exemplo, não são habilidades
inatas, aprendemos no nosso processo de socialização.
Émile Durkheim, ao definir o objeto de estudo da Sociologia, como fatos sociais, demonstra que os
fenômenos sociais são maneiras de ser e de agir que moldam nossos comportamentos e que são impostos
pelas instituições sociais (família, escola, governo, igreja, etc.)
Tais fatos sociais são impostos pela sociedade aos indivíduos porque são exteriores à nós, ou seja, são
determinadas condutas que assimilamos e reproduzimos. Mas, não foram por mim construídas, já estavam
prontas quando nasci, seja meu papel como filho/a, pai/mãe, etc. Seja meu comportamento religioso ou
posicionamento político, estão fora de mim, fora da minha consciência individual. Além disso, essa
consciência pública reprime todos os atos contrários à conduta estabelecida/convenções. Não há o que me
obrigue a falar meu idioma mas, não é possível agir diferente.
Tais maneiras de ser e de agir não são orgânicas e nem psíquicas (posto que só existem na mente e através
dela), são sociais. São maneiras de ser e de agir aquelas provenientes de uma ordem jurídica, moral,
religiosa, financeira. Portanto, estão presentes em organizações bem definidas.
Pensando em fatos sociais como o casamento, a natalidade e o suicídio fica difícil, a primeira vista,
dissociá-los dos casos particulares: casou por amor, teve os filhos que queria, matou-se por que não
aguentou...etc., mas, ao analisarmos enquanto um fato social, os números (estatística) demonstram que os
casos particulares não são importantes, visto que há uma generalidade, “um certo estado de alma coletiva”.
A sociedade e suas regras, precede o individuo.
A socialização então, inicia-se com nosso primeiro contato com outros humanos e só se encerra, ao
morrermos. Há nesse longo processo uma divisão. A socialização primária encerra-se, como colocam Berger
e Berger (1980) quando a criança é capaz de expressar-se plenamente, por meio da linguagem. A secundária
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O exemplo mais ilustrativo é o horário das refeições. Se a criança é alimentada somente
em horas determinadas, seu organismo é forçado a adaptar-se a esse padrão. E, ao realizar
o processo de adaptação, suas funções sofrem uma modificação. O que acaba acontecendo
é que a criança não apenas é alimentada em horas determinadas, mas também sente fome
nessas horas. (BERGER e BERGER, 1980:201)
A reciprocidade da criança, isto é, sua capacidade de exercer uma ação individual e
independente sobre o mundo e as pessoas que o habitam, cresce na razão direta da
capacidade de usar a linguagem. No sentido literal da palavra, a criança nessa fase
começa a responder aos adultos. (p. 206)
tem início aí e nos acompanha por toda nossa vida. Por isso, a cada novo contato sociocultural, com grupos
distintos, somos passíveis de mudar de ideia, opinião, gostos, religião, enfim, de mudar nossa visão de
mundo.
A socialização primária é de suma importância na disciplina de Sociologia da Educação. Compreender os
mecanismos pelos quais aprendemos, o quê e quando aprendermos é essencial para a prática e teoria
escolar.
Ao nascermos, a sociedade está estabelecida. Somos inseridos em um conjunto de regras, horários, práticas
e linguagem do grupo social a que pertencemos. Na medida em que vamos crescendo, todo esse conjunto é,
paulatinamente, imposto à nós, simbólico e fisicamente.
Nesse ponto, os autores demonstram que cada cultura definirá o que é melhor às suas crianças.  No que se
refere ao momento de comer, como ser treinado para a toilete, etc. 
Em relação à isso, é digno de nota um exemplo de um povo indígena do Brasil. Entre os Xikrin, povo que
vive próximo ao rio Bacajá – PA, não é aconselhável que deixem crianças pequenas chorarem. Ao primeiro
choro da criança, alguém se responsabiliza de acalentá-la. Tal padrão é assim definido por considerarem
que, ao chorar, o Karon da criança (numa aproximação em língua portuguesa = alma) pode se desligar dela,
levando-a à morte. (COHN, 2002)
Berger e Berger (1980) afirmam que em um primeiro momento, as experiências que os padrões impõem às
crianças é compreendida pelas mesmas como sendo absolutos. Isso quer dizer, que as crianças
compreendem que tais regras, ritos, etc., são os únicos que existem. Isso se dá pelo poder que os adultos
tem sobre as crianças e pela sua ignorância de mundo. No entanto, cada grupo social terá um modelo
cultural, o que torna o processo de socialização muito relativo. As regras são absolutas para as crianças
mas, relativas no mundo socialmente construído.
Uma das caracteíristicas mais marcantes e sentidas pelos adultos ocorre quando a criança se torna
“respondona”. Essa característica demonstra o quanto a criança nesse processo de socialização não é
puramente passiva, como ainda se crê no nosso cotidiano. 
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Além de responderem, as crianças aprendem a desempenhar papéis, em geral aquele dos outros
significativos, pessoas que mantém com maior frequência, interação e vínculos afetivos. Assim,
desempenham o papel de mãe, pai, educador e, esse processo, é identificado através da linguagem. Antes de
identificar os outros significativos, a criança diz coisas como: mamãe não quer que eu me suje, no processo
seguinte, a fala muda: a gente não deve se sujar. A criança percebe então, que as regras não são
particulares e sim, universais.
Todo esse processo vai sendo interiorizado na consciência das crianças. A consciência é basicamente a
interiorização (...) dos comandos e proibições de ordem moral vindos do exterior. (p. 211)
Nesse desenvolvimento, o eu é nossa consciência como reflexo de uma individualidade mais espontânea e o
me, a parte da individualidade já moldada pela socialização. Em razão disso, crianças diferentes reagem
diferentemente à situações iguais. Por exemplo: um menino que cresceu em uma sociedade cujos valores
impuseram à ele a coragem e a engolir o choro, ao cair, o seu eu sentirá a dor mas, o me, decidirá que não
deve chorar. Em razão disso, devemos relativizar as diversas socializações e reações dos indivíduos, crianças
ou adultos.
ATIVIDADE FINAL
Leia as afirmações abaixo e na sequencia clique na alternativa que
contém as afirmações corretas:
I – A socialização primária é o processo que inicia-se na família.
II – Na socialização primária as crianças adquirem a linguagem, o que
possibilita a comunicação com o mundo a sua volta.
III – A criança se torna respondona em razão de valores morais menos
rígidos.
A.  I 
B. II
C. I e II 
D. I e III
REFERÊNCIA
BERGER, Peter e BERGER, Brigitte. Socialização: como ser um membro da sociedade in: FORACCHI,
Marialice Mencarini e MARTINS, José de Souza. Sociologia e Sociedade. Leituras de introdução à
Sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1980.
COHN, Clarice. A experiência da infância e o aprendizadoentre os Xikrin in: SILVA, Aracy, Lopes da;
MACEDO, Ana V. L da Silva e, NUNES, Angela (orgs.) Crianças Indígenas: ensaios antropológicos. São
Paulo: Global, 2002.
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DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 3ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
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