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3º SIM PM-TO SOLDADO - GABARITO

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Instituto Tecnológico Avançado – Gestão em Segurança Pública 
Rua T-27 n. 677 Setor Bueno 
Goiania – GO – CEP: 74.210-030 
Tel: 062 3920 0759 
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INSTITUTO TECNOLOGICO AVANÇADO 
GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
SISTEMAS E GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
1- APRESENTAÇÃO 
 
Na sociedade atual, os desafios enfrentados no campo da Segurança Pública, são cada vez 
maiores e mais complexos. As diversas formas de violência presentes em nossa sociedade 
exigem do profissional da Segurança Pública uma capacitação aprimorada, de modo que 
ele possua uma visão crítica sobre os conflitos sociais e sobre o papel das instituições 
policiais no contexto sócio/político e cultural brasileiro. 
A disciplina, Sistemas e Gestão em Segurança Pública, propriamente dita, tem como 
objetivo especifico de proporcionar ao aluno uma visão sistêmica da Segurança Pública 
Nacional, suas instituições, seus profissionais, políticas e suas ações, através do estudo de 
seus antecedentes históricos e da análise de seus cenários atuais e suas perspectivas 
futuras, além de capacitá-lo a gerenciar recursos disponíveis a fim de detectar problemas 
de Segurança Pública e apontar a melhor maneira de resolvê-lo, respeitando os princípios 
democráticos e humanistas. 
Mas para podermos estudar o que vem a ser essa disciplina, devemos primeiramente 
compreender o significado de seus termos. 
 
2 - ANÁLISE MORFOLÓGICA 
(SIGNIFICADO DE GESTÃO E SISTEMAS) 
Para compreendermos melhor os termos do curso de GESTÃO EM 
SEGURANÇA PÚBLICA, vamos estudar inicialmente Gestão. 
 
➢ GESTÃO OU ADMINISTRAÇÃO 
Em nossas aulas, constantemente empregaremos os termos “Administração” e “Gestão” de 
maneira similar. Desta forma esclareceremos os conceitos adotados: 
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e necessário 
(subordinação ou obediência). 
Vários autores definem de diversas maneiras a administração. Uma definição bem 
moderna: 
 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Administração é o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os 
objetivos tanto da organização quanto de seus membros. 
 
Existem três aspectos chaves que devem ser apontados nesta definição: 
 Dá maior ênfase ao elemento humano na organização. 
 Focaliza a atenção nos resultados a serem alcançados, isto é, nos objetivos em vez 
de nas atividades. 
 Incluiu o conceito de que a realização dos objetivos pessoais de seus membros deve 
ser integrada à realização dos objetivos organizacionais. 
Ou ainda: Administração é administrar a ação através das pessoas com objetivo bem 
definido. 
Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de 
recursos a fim de alcançar objetivos. 
A administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e 
utilização de recursos. 
 A partir de hoje você não pode pensar como um executor de tarefas 
simplesmente. 
 Como administrador você deslocará dos trabalhos operacionais para o campo 
da ação. 
 Sairá das habilidades práticas de saber fazer certas coisas corretamente para 
atividades administrativas, voltadas para o campo do diagnóstico e da decisão, onde 
utiliza as habilidades conceituais de diagnosticar situações, definir e estabelecer 
estratégias de ação adequadas. 
 Cresce então a necessidade de se fundamentar em conceitos, valores e teorias 
que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 
Em vez de preocupar como ensinar a fazer certas coisas - o como – a teoria da 
administração ensina que coisas devem ser feitas em determinadas situações – o porquê. 
O que diferencia o administrador de um simples executor é exatamente o fato de que, 
enquanto o segundo sabe fazer certas coisas que aprendeu mecanicamente (planos, 
organogramas, mapas, registros, lançamentos etc.), o primeiro sabe analisar e resolver 
situações problemáticas variadas e complexas, pois aprendeu a pensar, a avaliar e a 
ponderar em termos abstratos, estratégicos, conceituais e teóricos. O segundo é um mero 
agente de execução e operação. O primeiro é um agente de mudança e inovação, pois 
adquire habilidade de entender e diagnosticar situações. 
 
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A administração não é uma coisa mecânica que dependa de certos hábitos físicos que 
devem ser superados ou corrigidos a fim de se obter o comportamento correto. 
Pode-se ensinar o que um administrador deve fazer, mas isto não irá capacitá-lo 
efetivamente a fazê-lo em todas as organizações. 
O sucesso de um administrador na vida profissional não está inteiramente relacionado 
àquilo que lhe foi ensinado, ao seu brilhantismo acadêmico ou ao seu interesse pessoal em 
praticar o que aprendeu nas escolas. Esses aspectos são importantes, porém estão 
condicionados a características de personalidade, ao modo pessoal de agir de cada um. O 
conhecimento tecnológico da Administração é importantíssimo, básico e indispensável, 
mas depende, sobretudo, da personalidade e do modo de agir do administrador, ou seja, de 
suas habilidades. 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa 
executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a 
conceitual. 
 
• Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos,técnicas e 
equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de 
sua instrução, experiência e educação. 
• Habilidade humana: Consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com 
pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. 
• Habilidade conceitual: Consiste na habilidade para compreender as complexidades 
da organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da 
organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os 
objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as 
necessidades de seu grupo imediato. 
A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na 
escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. 
 Níveis administrativos: 
a) Institucional ou Estratégico: Alta direção 
b) Intermediário ou Tático: Gerência 
c) Operacional ou Inferior: Executor 
 
MATRIZ DO ADMINISTRADOR OU CICLO DE GESTÃO 
 (FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO) 
 
PEAC ou PDCA: Planejar / Executar / Avaliar e Corrigir. 
 
Planejar: 5W2H ou 4PQOC 
 
 
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SISTEMAS 
- SISTEMA: Um sistema é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar 
um todo organizado. Palavra com origem do grego o termo “sistema” significa 
“combinar”, “ajustar”, “formar um conjunto”. 
Todo sistema possui um objetivo geral a ser atingido e a boa integração dos elementos 
componentes do sistema é chamada sinergia, determinando que as transformações 
ocorridas em uma das partes influenciarão todas as outras. A alta sinergia de um sistema 
faz com que seja possível a este cumprir sua finalidade e atingir seu objetivo geral com 
eficiência; por outro lado se houver falta de sinergia, podeimplicar em mau 
funcionamento do sistema, vindo a causar inclusive falha completa ou falência sistema. 
 
3 - ESTRUTURA SOCIAL POLÍTICA E ECONÔMICA BRASILEIRA 
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado: 
I - Corporação territorial dotada de um poder de mando originário; 
II - Comunidade de homens, fixada sobre um território com poder de mando, ação e 
coerção; 
III - Pessoa jurídica territorial soberana; 
IV - Pessoa jurídica de direito público interno; 
V - Entidade política, ou seja, pode elaborar as suas próprias leis. 
 
4 - GOVERNO 
É o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais. É o complexo de funções estatais 
básicas. É a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo ora se 
identifica com os Poderes e órgãos supremos do Estado, ora se apresenta nas funções 
originárias desses Poderes e órgãos como manifestação da Soberania. A constante, porém, 
do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos 
do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O Governo atua mediante atos de 
Soberania ou, pelo menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos. 
 
5 - ELEMENTOS DO ESTADO 
 
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O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e 
Governo soberano. 
Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo soberano, 
o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação 
e auto-organização emanado do Povo. Não há nem pode haver Estado independente sem 
Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de 
conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões, 
inclusive, pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através 
dos denominados Poderes de Estado. 
 
6 - PODERES DE ESTADO 
Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos 
Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e 
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). 
Esses Poderes são imanentes e estruturais do Estado (diversamente dos poderes 
administrativos, que são incidentais e instrumentais da Administração), a cada um deles 
correspondendo uma função que lhe é atribuída. Assim, a função precípua do Poder 
Legislativo é a elaboração da lei (função normativa); a função precípua do Poder 
Executivo é a conversão da lei em ato individual e concreto (função administrativa); a 
função precípua do Poder Judiciário é a aplicação coativa da lei aos litigantes (função 
judicial). Referimo-nos à função precípua de cada Poder de Estado porque, embora o ideal 
fosse a privatização de cada função para cada Poder, na realidade isso não ocorre, uma vez 
que todos os Poderes têm necessidade de praticar atos administrativos, ainda que restritos 
à sua organização e ao seu funcionamento, e, em caráter excepcional, admitido pela 
Constituição, desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro Poder. O 
que há, portanto, não é a separação de Poderes com divisão absoluta de funções, mas, sim, 
a distribuição das três funções estatais precípuas entre órgãos independentes, mas 
harmônicos e coordenados no seu funcionamento, mesmo porque o poder estatal é uno e 
indivisível. 
Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou em sua obra política as expressões 
“separação de Poderes” ou “divisão de Poderes”, referindo-se unicamente à necessidade 
do “equilíbrio entre os Poderes”, em que um Poder limita o outro, como sugerira o próprio 
autor no original. Seus apressados seguidores é que lhe deturparam o pensamento e 
passaram a falar em “divisão” e “separação de Poderes”, como se estes fossem estanques e 
incomunicáveis em todas as suas manifestações, quando, na verdade, isto não ocorre, 
porque o Governo é a resultante da interação dos três Poderes de Estado – Legislativo, 
Executivo e Judiciário – como a Administração o é de todos os órgãos desses Poderes. 
 
7 - TAXONOMIA POLÍTICA 
 
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Os países definem a sua forma de Estado, governo e Regime político. Os tipos existentes 
mais comuns são: 
A) Formas de Estado: Estado unitário / Estado federativo / Estado composto / Estado 
confederativos / Estado regional. 
B) Formas de governo: Monarquia / Diarquia / República. 
C) Sistemas de governo: Parlamentarismo / Presidencialismo / Semi-presidencialismo. 
D) Regimes políticos: Democracia/ Autoritarismo / Totalitarismo 
E) Poderes do Estado: Poder executivo / Poder legislativo / Poder judicial / Poder 
moderador. 
 
8 - ESTADO DE DIREITO 
O estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é 
submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. O estado de 
direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, da separação dos poderes e 
dos direitos fundamentais. 
Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual os mandatários políticos (na 
democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas. 
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, na qual se baseiam a maioria dos 
estados ocidentais modernos, afirma a distinção dos três poderes (executivo, legislativo e 
judiciário) e suas limitações mútuas. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o 
legislativo (Parlamento) limita o poder do executivo (Governo): este não está livre para 
agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da 
vontade do povo. Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso às certas 
decisões governamentais (especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta dos Direitos 
e Liberdades da pessoa confere aos magistrados). O estado de direito se opõe assim às 
monarquias absolutas de direito divino (o rei no antigo regime pensava ter recebido seu 
poder de Deus e, assim, não admitia qualquer limitação a ele: "O Estado, sou eu", como 
afirmava Luís XIV) e às ditaduras, na qual a autoridade age frequentemente em violação 
aos direitos fundamentais. O estado de direito não exige que todo o direito seja escrito. A 
Constituição do Reino Unido, por exemplo, é fundada unicamente no costume: ela não 
dispõe de disposições escritas. Num tal sistema de direito, os mandatários políticos devem 
respeitar o direito baseado no costume com a mesma consideração que num sistema de 
direito escrito. 
 
9 - DEMOCRACIA 
Neste contexto específico, o termo "democracia" refere-se à forma pela qual o Estado 
exerce o seu poder soberano. Mais especificamente, refere-se a quem exercerá o poder de 
 
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estado, já que o Estado propriamente dito é uma ficção jurídica, isto é, não possui vontade 
própria e depende de pessoas para funcionar. 
Em sua origem grega, "democratia" quer dizer "governo do povo". No sistema moderno, 
no entanto, o povo não governa propriamente (o que representaria uma democracia direta). 
Assim, os atos de governo são exercidos por membros do povo ditos "politicamenteconstituídos", que são aqueles nomeados para cargos públicos através de eleição. 
No Estado democrático, as funções típicas e indelegáveis do Estado são exercidas por 
indivíduos eleitos pelo povo para tanto, de acordo com regras pré-estabelecidas que 
regerão o pleito eleitoral. 
 
10 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
Estado democrático de direito é um conceito de Estado que busca superar o simples 
Estado de Direito concebido pelo liberalismo. Garante não somente a proteção aos direitos 
de propriedade, mais que isso, defende através das leis todo um rol de garantias 
fundamentais, baseadas no chamado "Princípio da Dignidade Humana". 
O termo "estado democrático de direito" conjuga dois conceitos distintos que, juntos, 
definem a forma de funcionamento tipicamente assumido pelo Estado de inspiração 
ocidental. Cada um destes termos possui sua própria definição técnica, mas, neste 
contexto, referem-se especificamente a parâmetros de funcionamento do Estado ocidental 
moderno. 
 
11 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
Entidades componentes do Estado Federal 
 A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. Estas entidades são autônomas, cabendo à União exercer 
a soberania do Estado brasileiro no contexto interno e à República Federativa do Brasil, 
pessoa jurídica de direito público externo, o exercício de soberania no plano internacional. 
 
12 – POLÍCIA 
Conceito de Polícia 
A definição de Polícia é diretamente associada ao ato de policiar, com o realizar o 
policiamento. Policiar, por sua vez é vigiar de acordo com as leis vigentes, realizado por 
organizações policiais, que tem como objetivo o controle da ordem social e a proteção da 
integridade física e da vida das pessoas e da propriedade, seja privada ou estatal, além das 
funções de repressão como as de controle de uma manifestação. 
 
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Não é tarefa das mais fáceis caracterizar o conceito de Polícia, devido a sua pluralidade de 
funções desempenhadas pelos órgãos policiais, dificultando a formação de um conceito 
único. 
Devemos considerar também que vários outros órgãos públicos e civis (não policiais), 
também exercem ações de policiamento em domínios específicos, como os agentes da 
Fazenda Estadual, atuando como fiscais de produtos e sua circulação dentro do Estado. 
A constituição de 1988, como veremos mais adiante, definiu as funções de cada instituição 
policial em nosso país, porém, essa definição funcional ainda não permite construir uma 
definição de polícia mais abrangente. 
A palavra “polícia” estará bastante presente em nosso curso durante todo o seu transcorrer, 
desta forma é importantíssimo que tenhamos de imediato a compreensão conceitual do que 
vem a ser polícia. 
Segundo David Bayley, polícia é: 
“… pessoas autorizadas por um grupo para regular as relações interpessoais dentro deste 
grupo através da aplicação da força física.” 
Esta definição apresenta seis elementos essenciais: força física, uso interno, autorização 
para seu uso, profissional, especializada e pública sendo que a falta de um deles 
descaracteriza o conceito apresentados. À frente temos a explanação destes elementos: 
- Força física: a função precípua da polícia é o uso da força física, seja real (física, 
concreta) ou psicológica (ameaça). Os policiais são os agentes executivos da força do 
Estado. 
- Uso interno: é o uso da força física dentro os limites do território nacional, parâmetro 
esse fundamental para excluir daí os exércitos. Porém, quando as forças militares forem 
usadas para a manutenção da ordem dentro da sociedade, estas devem ser vistas como 
forças policiais. 
- Autorização para seu uso: este elemento é necessário para que se possa excluir daí 
grupos que usam a força com propósitos não coletivos, como por exemplo, milícias e 
torcidas organizadas, ladrões, terroristas, proprietários de terras, grupos como o MST, etc. 
- Públicas: refere-se à natureza da agência policial. Elas devem ser formadas, pagas e 
controladas pelo poder público. Para ser considerada como uma força policial, o poder 
desta deve advir do poder estatal e não de grupos privados. 
- Especializados: é uma força policial concentrada no uso da força física. 
- Profissionais: refere-se a uma preparação explicita para realizar atividades exclusivas de 
policia. A profissionalização envolve: recrutamento por mérito, treinamento formal, 
evolução na carreira estruturada, disciplina sistemática e trabalho em tempo integral. 
As polícias vêm acompanhando os desenvolvimentos históricos das sociedades na qual 
estão inseridas, desta forma novas características vão se agregando a seu conceito. O que 
 
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se deve ter em mente é que se estas novas características devem ser escolhidas de acordo 
com a importância no contexto sócio/cultural, de forma que o conceito seja aceito pela 
sociedade. 
As forças policiais variam de acordo com a cultura de cada sociedade e acompanha o grau 
de desenvolvimento da mesma. Variam também em outros aspectos como: estrutura, 
treinamento, formas de emprego da força, reputação, poder e composição social. 
Desta maneira podemos, através da ótica de Bayley, formular o nosso conceito de polícia: 
Instituição pública, profissional e especializada, autorizada por um grupo social para 
regular as relações interpessoais dentro dessa sociedade, através do uso da força física. 
 
13 - USO DA FORÇA COMO MEIO DE CONTROLE SOCIAL 
Controle social é “a capacidade de uma sociedade de se auto-regular de acordo com 
princípios e valores desejados” (COSTA, 2004:38) 
Como já dito anteriormente a polícia é o único órgão autorizado a fazer uso da força, seja 
presencial ou real, com o fim de manter a ordem pública e os interesses da coletividade. 
No âmbito interno as polícias são o braço forte do Estado e estas são sempre usadas 
quando o Estado necessita se impor pelo uso da força. 
Desta forma, o Estado ao usar a força física como instrumento de controle e de coerção 
social através das polícias, faz delas instrumento de controle social, teoricamente, a 
serviço da coletividade. 
A atividade policial é crucial para se definir a extensão prática da liberdade humana. Além 
disso, a manutenção de um controle social é fundamentalmente uma questão política. Não 
apenas ela define poderosamente o que a sociedade pode tornar-se, mas é uma questão 
pela qual os governos têm um grande interesse, porque sabem que sua própria existência 
depende disso. Por todas essas razões, a polícia entra na política, querendo ou não. 
(BAYLEY, 2001:203) 
Porém, com o aumento dos índices de violência urbana e de criminalidade, as forças 
policiais tendem a endurecer seus procedimentos, o que acarreta o uso mais freqüente da 
força física para realizar o controle social. 
É preciso considerar outra linha de discussão sobre a violência que considera o “conflito 
social” condição para a estruturação social. Isso implica dizer que o conflito é algo 
presente em qualquer sociedade e surge em função de elementos individuais tais como 
ódio, inveja e necessidade e interesses pessoais. 
Sob esse aspecto é importante ressaltar que a violência é apenas uma forma de 
manifestação do conflito social. O problema que surge não é o conflito, mas sim os 
mecanismos sociais disponíveis paracontrolá-lo, já que nem a sociedade nem o Estado 
 
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podem extinguir por completo os conflitos sociais e a violência decorrente desses 
conflitos. 
Existem inúmeras outras funções desempenhadas pelas polícias que não estão ligadas à 
função regulador-coercitiva, tais como: assistência às populações carentes; Apoio às 
atividades comunitárias; Socorro a comunidade; Ações de prevenção conjuntas com as 
associações comunitárias dentre outras. 
A idéia de que as polícias são tão somente órgãos executores dos ditames estatais ou 
“braços executivos” do Estado e a atribuição do papel das polícias como instrumentos 
deste para o exercício do controle social não se sustentam e devem ser repensadas. 
Quanto mais legítima for percebida a forma como as polícias realizam suas tarefas, mais 
fácil será a aceitação da sua autoridade e, portanto, menor a necessidade de recurso à 
violência. O acatamento da autoridade almejado pelo Estado e seus agentes diz respeito ao 
grau de legitimidade de que esta autoridade política desfruta junto à sociedade. 
 
14 - HISTÓRICO DO POLICIAMENTO MODERNO NO BRASIL 
Levando em consideração a concepção moderna de polícia, caracterizada pelo seu caráter 
público, especializado e profissionalização, as polícias modernas começaram a surgir no 
Brasil entre o século XVII e XIX. 
No período da Brasil colônia, não havia uma polícia separada do sistema judicial e das 
forças militares. A polícia como instituição à parte teve seu início com a chegada da 
família real portuguesa ao Brasil, ou seja, um pouco antes da Independência formal 
brasileira. Em 10 de maio de 1808 foi criada a Intendência Geral da Polícia da Corte e do 
Estado do Brasil, e tinha como missões: fiscalizar as obras públicas, garantir o 
abastecimento da cidade, a ordem pública, a vigilância da população, a investigação de 
crimes e a captura de criminosos. O Intendente tinha status de Ministro de Estado e 
representava a autoridade do monarca absoluto englobando poderes legislativos, 
executivos (polícia) e judiciais. 
Em 1809 foi criada no Rio de Janeiro a Guarda Real de Polícia. Subordinada a Intendência 
Geral da Polícia, a Guarda Real se caracterizou por ser uma força policial em tempo 
integrada, organizada militarmente e com ampla autoridade para manter a ordem e 
perseguir criminosos. 
A missão permanente da nova Guarda Real, era manter a tranqüilidade pública e muitas 
outras obrigações relativas à ordem civil. Ficava distribuída por diversos locais, na área do 
centro da cidade ou próximo dela, para facilitar o patrulhamento e a pronta resposta aos 
distúrbios. Contava com 75 homens em 1818 e cerca de 90 no final da década de 1820, sua 
missão era policiar em tempo integral, o que a tornava mais eficiente do que o antigo 
sistema de vigilância esporádica por guardas civis. Seus oficiais e soldados provinham das 
fileiras do Exército regular e, como as tropas militares, recebiam apenas um estipêndio 
simbólico, além de alojamento e comida nos quartéis e do uniforme. 
 
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Durante a crise política instaurada no Rio de Janeiro no processo de transição institucional 
de 1831/32 – período regencial – foi criado, na estrutura estatal, um corpo militarizado, 
permanente e profissional com a função de policiar a cidade. 
Polícia Militar foi instruída a estabelecer o patrulhamento na cidade e nos subúrbios. No 
mesmo período outra instância do aparato repressivo do Estado tomava forma: A 
Secretaria da Polícia. Esta Secretaria foi a semente a partir da qual se desenvolveu a 
Polícia Civil que hoje conhecemos. 
A partir de 1833 as polícias tiveram suas atribuições funcionais e procedimentais 
redefinidas, que incluíam entre outros: registros de estrangeiros que entravam no porto ou 
dele saíam, registros de prisões, procedimentos relativos a requerimentos e pedidos de 
inquérito, coordenação de ataques a quilombos de escravos foragidos, coleta de provas 
relacionadas aos crimes de roubo, de homicídio e prisões em flagrante. 
A estrutura da Polícia Civil na década de 1830 englobava os juízes de paz que tinham 
autoridade de polícia e ampla responsabilidade pela vigilância em seus distritos para 
prevenir crimes e investigar os crimes cometidos. 
Patrulhamento – Competia às patrulhas “manter sob controle a multidão nos eventos 
públicos autorizados e prender todos os envolvidos em motins ou agitações e que 
cometessem atos ofensivos à moral pública ou portassem armas. As patrulhas deveriam 
prender todos os que estivessem cometendo crime, tivessem cometido crime recentemente 
ou estivessem para cometer crime, os participantes de reuniões de três ou mais pessoas 
com intento criminoso ou os participantes de reuniões noturnas, não autorizadas, de cinco 
ou mais pessoas. Os patrulheiros tinham permissão para revistar qualquer pessoa suspeita 
em busca de armas e entrar nas residências particulares durante o dia para efetuar prisões. 
À noite, só podiam entrar nas casas quando seus moradores pedissem ajuda. Tinham 
autorização para entrar em tavernas, armazéns e outros edifícios públicos a qualquer 
momento para efetuar prisões ou desfazer ajuntamentos de escravos. ” (HOLLOWAY, 
1997:93-94) 
Somente em 1841 os juízes de paz foram substituídos por funcionários de polícia 
nomeados, os quais adquiriram também autoridade para investigar, prender, julgar e 
sentenciar os pequenos infratores no próprio distrito policial, sem a intervenção de 
advogados, promotores ou autoridades judiciais superiores. 
A reforma de 1841 (Lei 3 de Dezembro), confirmou o princípio da centralização da 
autoridade nas mãos do chefe de polícia nomeado. A nova estrutura nacional previa um 
chefe de polícia em cada província e, no Rio de Janeiro, o chefe de polícia deveria prestar 
contas diretamente ao ministro da justiça. O efeito mais significativo desta reforma foi 
estender formalmente poderes judiciais à polícia. A partir de então os chefes de polícia, 
delegados e subdelegados tinham plena autoridade, sem a intervenção de nenhuma outra 
autoridade, para: expedir mandados de busca e apreensão, efetuar prisões, incriminar 
formalmente, determinar fiança, conduzir audiências judiciais sumárias, pronunciar 
sentenças e supervisionar a punição. 
 
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Em 1871 novas mudanças no arcabouço legal e na estrutura institucional alteraram o 
sistema judicial e as funções da Polícia Civil. A reforma de 1871 ampliou o sistema 
judicial para que este assumisse as funções antes desempenhadas por chefes de polícia, 
delegados e subdelegados. As violações do código criminal no Rio de Janeiro e nas 
capitais de província mais importantes só poderiam daí por diante ser julgadas por “juízes 
de direito” ou juízes do Tribunal da Relação. Os cargos de chefe de polícia, delegado e 
subdelegado foram declarados assim incompatíveis com o exercício de qualquer função 
judicial. Pela nova lei, os chefes de polícia continuavam incumbidos de reunir provas para 
a formação de culpa do acusado, mas os resultados desse inquérito eram entregues aos 
promotores públicos ou juízes para avaliação e decisão final. 
O processo de profissionalizaçãoainda não estava completo. Neste período os delegados e 
subdelegados não recebiam um salário regular. Gratificações aliviavam esporadicamente o 
ônus financeiro do exercício da função, mas somente quem tinha outra fonte de renda 
podia aspirar esses cargos. 
Em 1890, após a Proclamação da República, como parte das mudanças administrativas 
modernizadoras do novo sistema político, todos os funcionários do sistema policial 
tornaram-se profissionais assalariados, trabalhando em tempo integral. Uma etapa 
importante do processo de profissionalização da polícia civil estava assim concluída. 
Portanto, o nascimento da polícia pública no Brasil e também o processo de especialização 
dessas forças deve-se à introdução de modernas formas institucionais advindas do 
processo de centralização do Estado ao assumir certas funções de controle antes confiadas 
à classe dos proprietários e seus agentes privados. Ao final do período imperial o caráter 
público das forças policiais brasileiras já estava consolidado. 
O processo de profissionalização policial, que é um atributo moderno da polícia mais 
evidente do que o caráter público ou especialização, alcançou avanço considerável no 
período imperial. No entanto, essa foi uma reforma progressiva que ganhou significativo 
impulso nos primeiros anos do período republicano, impulsionada pelo contexto de 
mudanças políticas, institucionais e sociais. 
“O crescimento da polícia pública pode ser atribuído a dois fatores: à consolidação do 
poder estatal frente à resistência violenta e o abrangente desencanto público com os 
habituais mecanismos de segurança privados (não estatais). O que acontece é que, 
enquanto os Estados existirem, alguma polícia pública também existirá, especialmente se o 
seu monopólio do poder político for ameaçado por violência. Ao mesmo tempo, o 
desencantamento da população pode se virar contra qualquer tipo de mecanismos de 
segurança, sejam eles públicos ou privados. É simplesmente um acidente histórico que em 
nosso passado recente os mecanismos privados tenham sido considerados inadequados. Se 
as desagregadas necessidades de segurança da população não são satisfeitas pelos Estados, 
então mecanismos de policiamento privados podem ser ressuscitados. Este 
desenvolvimento é mais provável de acontecer sob as seguintes circunstâncias: onde o 
poder estatal não é desafiado politicamente, onde a criminalidade dirigida a indivíduos é 
considerada uma ameaça séria e crescente e onde a ideologia não exclui a segurança 
privada. Estas condições podem ser encontradas hoje no Ocidente capitalista, aí a polícia 
 
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privada e os agentes de segurança às vezes são em maior número do que os públicos. 
(BAYLEY, 2001:230) 
15 - PODER DE POLÍCIA 
Já conseguimos em nossa curta caminha neste curso uma definição de Polícia através de 
suas características modernas. Mas se a polícia tem o poder de representar o Estado e em 
nome deste usar a força, conclui-se que o seu poder de agir é concedido pelo próprio 
Estado. 
No Código Tributário Nacional, encontramos um dos mais, se não o mais completo 
conceito de Poder de Polícia de nosso ordenamento jurídico. Como vemos a seguir: 
Art. 78. Código Tributário – Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Podemos destacar neste conceito trazido pelo Código Tributário, apresar de sua clareza 
incontestável, que ele vai alem das atividades notoriamente policiais (atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando direito… individuais e coletivos), 
se estendendo ao campo da saúde pública, aos costumes sociais e a circulação de 
mercadorias além de outras. Isso com o objetivo também de resguardar a dar poder à ação 
dos agentes fazendários, que também possuem Poder de Polícia no exercício de suas 
funções. 
As polícias trabalham diretamente com os principais bens tutelados pelo Estado; vida, 
liberdade e propriedade, nesta sequência de importância. Ela é o órgão com poderes para 
impedir o indivíduo de se locomover como bem lhe convém. É a instituição que possui por 
obrigação funcional o dever de proteger a vida de terceiros, mesmo que para isso tenha 
que usar os meios necessários para tal, ou seja, mesmo que tenha que tirar a vida do 
agressor. Ela esta autorizada a desapropriar o morador que se recusa a cumprir a ordem 
judicial para deixar um determinado local, mesmo que para isso tenha que se valer da 
força física. 
E é justamente por lidar com a vida, a liberdade e o patrimônio das pessoas – que são os 
bens mais importantes que possuímos – que por várias vezes conflitos entre a sociedade e 
as forças policiais são comuns. Somando-se ai os inúmeros casos de abusos cometidos 
pelas forças policiais no desempenho de suas funções. 
Como bem ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2001, p.107), “de um lado, o cidadão 
quer exercer plenamente os seus direitos; de outro, a Administração tem por incumbência 
condicionar o exercício daqueles direitos ao bem-estar coletivo, e ela o faz usando de seu 
poder de polícia”. 
 
 
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16- SISTEMA BRASILEIRO DE POLICIAMENTO 
O Estado Nacional Brasileiro apresenta um sistema de policiamento moderadamente 
descentralizado e multiplamente descoordenado. 
Sistema Descentralizado 
Dentre os direitos sociais e individuais assegurados a todos os cidadãos brasileiros pela 
Constituição de 1988, destaca-se a preservação da ordem pública e a defesa das pessoas e 
do patrimônio. 
A preservação destes direitos é dever do Estado, exercida a partir das esferas Federal e 
Estadual. O controle sobre o policiamento público é, portanto, exercido 
independentemente por cada unidade federativa sobre suas respectivas forças policiais, 
com competência prevista na Constituição Federal, Constituição Estadual e Leis Orgânicas 
Estaduais, enquanto que a união possui sua força policial própria (Polícia Federal) com 
competência prevista na Constituição. 
Órgãos que compõem a Segurança Pública e suas missões 
Nossa Constituição Federal (CF), no Capítulo que trata da Segurança Pública, mais 
precisamente no artigo 144, traz em seu bojo, os órgãos que compõem a Segurança 
Pública no país, bem como suas funções e missões. Vejamos a seguir: 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - Polícia federal; 
II - Polícia rodoviária federal; 
III - Polícia ferroviária federal; 
IV - Polícias civis; 
V - Polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido 
pela União e estruturado em carreira, destina-se a: 
I - Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, 
serviços e interesses da União ou de suas entidadesautárquicas e empresas públicas, assim 
como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija 
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o 
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas 
áreas de competência; 
 
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III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das 
rodovias federais. 
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das 
ferrovias federais. 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada 
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, 
exceto os militares. 
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos 
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução 
de atividades de defesa civil. 
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do 
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Territórios. 
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. 
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus 
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste 
artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. 
Podemos perceber que o comando das forças policiais é descentralizado, vez que a 
Constituição colocou o comando das policiais civis e militares e do corpo de bombeiros 
subordinados ao Governo dos Estados e do Distrito Federal. Sendo que no Distrito Federal 
as polícias militares e corpos de bombeiros foram mantidos como forças auxiliares e de 
reserva do Exército, no caso de ameaça à segurança nacional. 
Polícia Ostensiva Preventiva e Polícia Judiciária 
Para fins didáticos, podemos dividir as forças policiais em Polícia Ostensiva Preventiva e 
Polícia Judiciária, como vemos a frente: 
Policiamento Ostensivo Preventivo 
Distinguido pelo seu uniforme, armamento, equipamento ostensivo, por suas viaturas 
caracterizadas e identificadas e pelo seu treinamento diferenciado e tem por finalidade agir 
preventivamente a fim de evitar que o crime aconteça e no caso de ocorrência do delito 
 
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realizar a prisão em flagrante do autor, além de preservar a ordem pública. Como exemplo 
podemos citar a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). 
Policiamento Judiciário 
É a Polícia investigativa, age após a ocorrência do crime de modo velado com o objetivo 
de apurar os crimes, apontar sua autoria e coletar provas que ajudem a confirmação desta 
autoria. Como exemplo citamos o Departamento de Polícia Federal (DPF) e a Polícia 
Civil. 
Podemos então entender que as polícias agem da seguinte forma: 
Linha do Crime 
DELITO 
_____________________I_____________________ 
POLÍCIA MILITAR x POLÍCIA CIVIL 
A Polícia Militar (PM) realiza o patrulhamento ostensivo e preventivo nas ruas, facilmente 
reconhecida através de suas viaturas e seu fardamento, com o objetivo de impedir que o 
crime ou delito aconteça e de manter a ordem pública. Ocorrendo o crime a PM tem por 
obrigação realizar diligências com o objetivo de prender o autor, ainda em situação de 
flagrância. Não localizado o autor do crime passa a ser competência da Polícia Civil (PC), 
que procederá as investigações para determinar a autoria do crime e efetuar a prisão do 
mesmo, conduzindo-o ao Poder Judiciário para seu devido julgamento. Ou seja, de um 
modo simplista, antes do crime ocorrer é a PM que deve trabalhar após a ocorrência do 
crime a obrigação é por conta da PC. 
Sistema Multifacetado e Descoordenado 
O sistema brasileiro de policiamento caracteriza-se pela existência de forças múltiplas e 
descoordenadas entre si. Um sistema é multiplamente descoordenado “quando mais de 
uma força tem autoridade sobre a mesma área” (Bayley, 2001: 71), gerando na maioria das 
vezes um processo de “concorrência” e “sobreposição” entre forças policiais distintas. 
Esse processo de “concorrência” e “sobreposição” de poderes foi marcante na 
configuração das forças policiais nos primórdios da República, no início do século XX, 
onde transitavam pelas ruas do Rio de Janeiro policiais civis e militares, guardas nacionais 
e noturnos além de militares do Exército e da Armada, todos eles dotados de autoridade 
sobre a população. 
A disputa de autoridade policial e de atribuições se dava também entre as polícias civil e 
militar, cada qual objetivando fundar o princípio de sua autoridade sobre a outra. O 
controle e a guarda de presos da época demonstrava bem esse processo de concorrência de 
autoridade. 
A multiplicidade das forças repressivas atuando no mesmo espaço gerou inúmeros 
conflitos entre os membros destas forças exigindo grande esforço por parte da organização 
 
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policial (polícias civil e militar) no sentido de afirmar o seu monopólio do exercício 
repressivo, delimitando suas fronteiras com as demais instituições armadas, ou dotadas de 
poderes coercitivos (Exército, armada, guardas nacionais e noturnos – polícia municipal). 
A polícia militar exercia o policiamento ostensivo e controlava a guarda dos presos nas 
delegacias, funções que influíam diretamente no trabalho da polícia civil. As queixas sobre 
prisões e solturas irregulares eram feitas de uma parte contra a outra a todo momento, 
acirrando o processo de concorrência de forças. Como resultado das reformas policiais 
levadas a efeito nos primeiros anos do século XX, foi criada a Guarda Civil, que era uma 
corporação destinada a executar o policiamento ostensivo uniformizado juntamente com 
as Polícias Militares e que, até 1965, esteve abrigada na estrutura administrativa das 
Polícias civis dos principais Estados brasileiros. 
Essa formação estrutural e administrativa da Guarda Civil reforçou o caráter 
múltiplo/descoordenado do sistema policial brasileiro daquela época. Percebemos assim 
que o padrão histórico do policiamento no Brasil – desde o Império (1822-1889) até os 
dias atuais, têm sido o da existência de, no mínimo, duas polícias atuando no mesmo 
espaço geográfico (o âmbito das províncias e, mais tarde, dos Estados federados). 
Nos dias atuais temos como exemplo de Autoridade Concorrente em nosso país a Polícia 
Federal criada em 1967 com poderes para lidar com as responsabilidades que transcendem 
às das unidades governamentaissubordinadas, tem atuação ampla e ativa nos Estados 
federados não necessitando de obter permissão local para agir. Ocorre assim, uma 
sobreposição de autoridade entre a Polícia Federal e as Polícias Civis e Militares, todas 
com autoridade conjunta de ação em território comum. 
Como exemplo do Caráter Descoordenado das forças policiais brasileiras citamos situação 
do enfrentamento e apuração dos crimes de tráfico de drogas no território nacional, que 
embora seja da competência da Polícia Federal, é apurado de forma contumaz pelas 
polícias estaduais, através de convênios firmados entre Estados e a União. 
 
 
Segurança Nacional: 
Cabe ao Estado, como titular de substancial parcela do Poder Nacional, prover segurança à 
nação. 
A CF em seu artigo 5º, caput, refere-se à segurança como um direito inviolável e no artigo 
6º diz que a segurança é dos direitos sociais de todo cidadão. 
Quando falamos em segurança devemos observá-la primeiramente de um modo mais 
abrangente e aos poucos ir pormenorizando seus elementos. 
No enfoque mais abrangente de Segurança, temos Segurança Nacional¸ que se constitui 
em um conjunto de dispositivos e medidas que visam manter a ordem estabelecida e 
preservar a integridade nacional, tanto interna quanto externamente, bem como garantir a 
 
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nação a conquista e a manutenção dos seus objetivos nos campos políticos, econômico, 
social, militar e tecnológico. 
Se o Estado em sua tarefa de promover a consolidação desses objetivos, vier a defrontar 
com pressões de origem externa situadas no domínio das relações internacionais, ou 
ameaças a sua soberania dentro de seu território, o problema é de Segurança Externa. No 
entanto, se os antagonismos forem de qualquer origem, forma e natureza, mas que venham 
a produzir seus efeitos no âmbito interno do país, assunto se configurará como problema 
de Segurança Interna. 
A Segurança Interna por sua vez, divide-se em duas partes distintas: a Defesa Interna, que 
se ocupa das pressões vinculadas ao processo ideológico que atentam contra as instituições 
nacionais e a democracia, e a parte da Segurança Pública, que se preocupa com o 
cumprimento da lei, e manutenção da ordem pública e os exercícios dos poderes 
constituídos. 
Desta maneira, didaticamente podemos fazer a seguinte visualização: 
SEGURANÇA NACIONAL = 
Segurança Externa + Segurança Interna 
SEGURANÇA INTERNA = 
Defesa Interna + Segurança Pública 
 
PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS DO SISTEMA BRASILEIRO DE POLICIAMENTO 
A estrutura do sistema de policiamento brasileiro, multiplamente descoordenado e 
descentralizado, não se alterou ao longo do tempo. Atualmente no Brasil existem duas 
polícias por Estado (PM e PC), três polícias da União (DPF, PRF, Polícia Ferroviária 
Federal – PFF), mais uma série de Guardas Municipais. 
No Brasil, distinguimos as forças policiais pelo critério funcional. Neste sentido, existem 
no mesmo espaço geográfico, uma polícia se ocupa da investigação dos crimes em geral 
(Polícia Civil) e a outra que executa as tarefas paramilitares e de patrulhamento ostensivo 
(Polícia Militar). 
Esta divisão das competências funcionais das Polícias Civil e Militar em nosso País é 
resultado da formação incompleta do Campo Institucional Policial e a conseqüente adesão 
das Polícias Militar ao campo da Defesa e da Polícia Civil ao campo da Justiça. 
O Brasil não é exceção em termos de números de força policial. Na Alemanha, até 1975, 
cada unidade federada organizava sua(s) polícia(s). Na França e Itália, são duas as 
organizações nacionais, além de forças paramilitares especiais e forças das comunas ou 
cidades. Nos Estados Unidos, em 1980, havia 19.691 forças registradas no Departamento 
de Justiça (MEDEIROS, 2004:278, in WWW.mj.gov.br/senasp). No entanto, o que nos 
diferencia dos países citados é o critério funcional e não geográfico das forças policiais. 
 
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Na Alemanha, Itália, França, Estados Unidos, dentre outros, a diferenciação entre as forças 
policiais ocorre apenas pelo critério geográfico. Em regra, cada organização realiza as três 
tarefas policiais: polícia de ordem, polícia criminal, polícia urbana, ou seja, elas trabalham 
com o Ciclo Completo de Polícia. Por exemplo, nos Estados Unidos na mesma 
organização policial há Officers, que trabalham ostensivamente patrulhando as ruas e 
Detectives investigando crimes. A mesma polícia que prende o agressor da sociedade é a 
mesma que procede a investigação e a construção da culpa legal, o que não acontece no 
Brasil, pois uma polícia (PM) se encarrega do patrulhamento e a outra de proceder as 
investigações (PC). 
No Brasil, o campo institucional policial foi definido por um processo de isomorfismo 
(cópia) entre a Polícia Civil e o Sistema Judiciário e entre a Polícia Militar e o Exército. 
Essa influencia de uma entidade sobre a outra ocorre devida a vontade interna de uma 
corporação propositalmente desejar ser parecida ou idêntica a outra (Força Mimética); 
ocorre também por imposições legais e pela vontade de uma corporação controlar a outra 
de forma direta, formal ou informalmente (Força Coercitiva); e finalmente por (Força 
Normativa), onde membros de diferentes organizações, com estrutura igual e a “mesma 
profissão”, tendem a reivindicar as mesmas rotinas de trabalho e direitos. 
A divisão de competências funcionais e a adesão das polícias aos campos institucionais da 
de Defesa (PM = Defesa – Exército) e da Justiça (PC = Justiça – Poder Judiciário), traz 
conseqüências negativas ao campo institucional policial, que é distinto das outras duas 
instituições, e criam vários mitos que perduram durante anos entre as corporações, que só 
reforçam a dificuldade de interação entre as forças policiais, como vemos adiante: 
- Conseqüências negativas: 
- Dificuldade na troca de pessoal entre as organizações, visto que os policiais têm 
“profissões” diferentes (força normativa); 
- Reforço das relações isomórficas (cópia de estruturas) entre a Polícia Civil e Justiça e 
entre a Polícia Militar e Exército; 
- A estrutura militar não é vista como adequada às tarefas civis e vice-versa; 
- Comando descentralizado; e 
- Grande dificuldade na interação do serviço policial, de troca de recursos técnicos e 
institucionais entre as duas polícias. 
- Mitos institucionais: 
- Segurança Pública (Polícia Civil). Diretamente relacionado com o problema do crime e 
do criminoso. Esta perspectiva tem dificuldade de enxergar o crime no atacado, como um 
fenômeno sociopolítico e histórico, e sequer olha para aquelas questões da ordem pública 
que nada tenham a ver com crime: Se a violência campeia, seria porque faltam leis mais 
duras; seria porque “a polícia prende e a justiça solta”; seria por causa da burocracia dos 
inquéritos; da falta de pessoal e recursos materiais nas delegacias. 
 
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A avaliação da polícia em geral relaciona-se à quantidade de inquéritos realizados e de 
infratores levados aos tribunais, pouco importando as ações de prevenção, os crimes que 
não tenham caído nas malhas do sistema, perdidos na imensidão das “cifras obscuras”; eos crimes que podem vir a ocorrer. 
- Ordem Pública (Polícia Militar). Falar de ordem pública é, curiosamente, falar de 
desordem pública, de combate, de guerra, contra inimigos abstratos que, no de maneira 
holística (como um todo), estariam à espreita em lugares suspeitos e determinados. 
Considerando o crime como uma patologia intolerável e os conflitos de interesses como 
desarrumação da ordem, o modelo militar tem a pretensão de “vencer” os criminosos, de 
erradicar o crime, de “acabar” com a “desordem”. 
Imagina-se que a violência campeia é porque os efetivos são insuficientes; porque a 
polícia judiciária fica nas delegacias; porque a polícia está menos armada que os bandidos; 
porque falta motivação e “garra” aos policiais. A solução para o problema é “caçar” os 
bandidos. Quanto maior o número de “cercos”, ”incursões”, “operações”, “ocupações” e 
blitz, melhor. 
- Polícia Civil (visão penalista). Conduzida preferencialmente por operadores do direito. 
Prevalece a visão segundo a qual os problemas do crime e da ordem pública se resolvem 
com a lei penal. 
- Polícia Militar (visão militarista). Os problemas do crime e da ordem se resolveriam com 
a força. As relações isomórficas geram uma relação de propriedade das Polícias às esferas 
da Defesa e da Justiça: – a Polícia Militar por força mimética (imitação) adotou soluções 
organizacionais do Exército; – já as Polícias Civis possuem uma estrutura análoga à do 
Poder Judiciário e sua própria razão de ser está em atuar como agência do sistema 
criminal, destacando- se nesse processo sua função de investigação. 
Segurança pública, aplicação da lei penal e uso da força confundem-se com a identificação 
das polícias Civil e Militar, em relação a suas “instituições modelos” e seus campos 
institucionais da Defesa e da Justiça. Isso é um indicativo claro que não existe uma 
separação institucional de Polícia-Justiça e Polícia-Exército. 
A estrutura do sistema de policiamento brasileiro manteve-se praticamente intacta desde a 
sua formação, admitindo a co-existência de duas forças policiais distintas que não 
compartilham recursos técnicos e institucionais e, portanto, não possuem um campo 
institucional próprio. 
Temos então uma Polícia “de ordem” – Polícia Militar – e a Polícia “de criminalidade” – 
Polícia Civil. 
“No Brasil, as principais agências encarregadas do trabalho de polícia são organizadas e 
controladas pelos estados-membros da Federação. Embora existam algumas agências de 
polícia sob controle do governo federal e alguns municípios mantenham guardas 
municipais, a maior parte das tarefas de polícia é desempenhada pelas polícias militares e 
pelas polícias civis dos estados. 
 
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Uma importante característica do aparato policial brasileiro é o fato de nenhuma das 
agências de polícia realizar o chamado “ciclo completo de policiamento”. Isto é, suas 
atividades são limitadas por funções: as polícias civis exercem as funções de polícia 
judiciária e as polícias militares são encarregadas da Polícia Ostensiva, além da 
preservação da ordem pública. 
Outro aspecto importante a ser considerado é que, apesar de as polícias serem organizadas 
e controladas pelos estados, sua estrutura é definida pela Constituição Federal, Portanto, os 
estados não podem isoladamente modificar ou extinguir essas instituições.” (COSTA, 
2004:83). 
Estudos comparativos realizados sobre o sistema de policiamento em diferentes países 
demonstraram na maioria dos países contemporâneos que as características 
estruturais/práticas administrativas têm permanecido as mesmas desde que eles se 
tornaram reconhecíveis como estados. 
Questiona-se se no Brasil este padrão atual de policiamento se confirmará e se ele é 
adequado ao sistema democrático de direito. 
Podemos sem medo algum, afirmar que devido às resistências institucionais e aos 
tradicionalismos burocráticos já consolidados no país, é forte a tendência de manutenção 
do padrão de policiamento estabelecido no início da formação do nosso estado e que até 
hoje é o que vigora. 
Provavelmente o único caso de mudança de categoria em uma estrutura de policiamento 
nacional ocorreu nas Filipinas, onde a Polícia Integrada Nacional substituiu 
aproximadamente quinze mil forças locais e a Guarda-Civil Filipina rural, em 1975. As 
Filipinas moveram-se de um sistema coordenado múltiplo, descentralizado, para um 
sistema único, centralizado. (BAYLEY, 2001:77) 
Propostas referentes a uma reestruturação do “Campo Institucional Policial” parecem 
ganhar corpo na discussão atual sobre as forças policiais e suas funções na sociedade em 
detrimento às discussões que consideram as mudanças estruturais do sistema de 
policiamento. 
A partir dos anos 80 a discussão sobre o papel das polícias começa a ser questionado pela 
própria sociedade brasileira. 
A Constituição de 1988 marca o momento a partir do qual a sociedade brasileira passa a 
reivindicar uma polícia “cidadã”, respeitadora dos direitos civis, políticos e sociais, 
mostrando a necessidade de encontrar caminhos alternativos para mudanças na natureza 
das Polícias Civil e Militar, abrindo caminho para a conformação de um “campo 
institucional policial próprio” envolvendo a troca e o pertencimento das forças policiais 
nacionais. 
As polícias passam a ser vistas como serviço público essencial. Importantes mudanças 
apontam para um novo modelo do sistema policial ainda que fundado na estrutura policial 
 
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já existente (multiplicidade de forças, comando descentralizado), veja algumas das 
principais mudanças: 
- Alguns Estados criam outras agências de controle externo, como as ouvidorias de 
Polícia; 
- A segurança Pública é tema de discussão envolvendo acadêmicos, movimentos sociais, 
políticos e as próprias lideranças policiais; 
- A discussão da segurança pública e do crescimento da criminalidade se dá tendo como 
pano de fundo o paradigma do Estado democrático de direito. 
Veja outras mudanças: 
- Além dos controles da Justiça (comum e militar) e do Exército, as polícias passam a ser 
controladas pelo Ministério Público, instituição que representa toda a sociedade na 
supervisão de serviços públicos; 
- A legitimidade das polícias passa a ser embasada no princípio da igualdade perante a lei; 
- Busca-se a aproximação com o público e o gerenciamento mais eficaz nas relações entre 
polícia e sociedade de modo que a sociedade reconheça a polícia como instituição 
confiável, capaz de responder aos “problemas de polícia”; 
- As polícias respondem à burocracia central, aos poderes privados e locais e ao conjunto 
da comunidade política; 
- As polícias buscam reagir ao aumento da criminalidade estabelecendo ações policiais 
baseadas em estudos e análises sobre o fenômeno criminal; 
- As polícias civil e militar passam a entender a tradicional distância organizacional entre 
ambas como fator de ineficiência na realização da tarefa de policiamento; prioriza-se 
assim a troca de recursos e outras formas de aproximação entre as polícias; 
- Valorização das “operações conjuntas” de ambas as polícias – idéia de “integração” das 
polícias, destacando a proposta de unificação metodológica em termo de coleta e 
armazenamento de dados; Subordinação da mesma à Secretaria de Segurança Pública; 
- Criação de conselhos de “defesa social”nos quais têm assento as polícias militar e civil; 
vislumbra-se a maior participação do Poder Executivo Federal na política de segurança; 
Reelaborações dos códigos de ética e dos currículos das academias de Polícia; e diálogo 
entre as polícias e as universidades (centros de pesquisa em criminalidade, segurança 
pública e violência). 
- Criação dos Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEG) nas comunidades, onde 
as polícias Civil, Militar e Corpos de Bombeiros, lideranças locais, associações de bairro e 
a população discutem estratégias para combater a criminalidade e melhorar a qualidade 
dos serviços prestados pelos servidores de segurança pública, surgindo desta maneira o 
embrião do Policiamento Comunitário, modalidade esta que estudaremos mais a frente. 
 
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- Com o surgimento de novas idéias e do início da interação entre as polícias e a 
sociedade, além da descoberta de se repensar a estruturas das forças policiais, novas 
tendências surgiram, vejamos algumas a seguir: 
- A tendência atual no Brasil aponta para a colaboração, coordenação e integração entre as 
forças policiais. A criação da Secretaria Nacional de Segurança (SENASP), órgão 
subsidiado e direcionado pelo governo federal é indicativo desse processo. Através da 
atuação deste órgão, vimos surgir um esforço na esfera federal de estímulo à promoção no 
âmbito estadual e municipal para a elaboração de planos e programas integrados de 
segurança pública. 
- As forças policiais são estimuladas a se coordenarem com um objetivo comum de 
controle e prevenção da violência e da criminalidade. No entanto, a existência deste órgão 
não implica numa centralização do comando policial. 
Verifica-se em alguns estados brasileiros, a tendência de fortalecimento das forças 
policiais locais e de outras instituições ligadas ao sistema de defesa social, que sob o 
comando da administração estadual passam a estabelecer ações de mútua colaboração no 
que se refere ao estudo do fenômeno criminal e a elaboração de diagnósticos mais 
eficientes para a orientação de ações conjuntas de prevenção e repressão com um objetivo 
pré-definido, implicando ainda na troca de dados e informações que são trabalhados em 
conjunto para um policiamento mais eficaz. 
Esse processo, portanto, atua contrariamente aos movimentos de centralização na medida 
em que pretende aumentar a eficiência do policiamento local prescindindo assim de um 
comando policial centralizado que é, em última instância, indicativo da ineficácia das 
forças locais. 
Por outro lado, o crescente aumento da criminalidade no país vem possibilitando um 
repensar sobre as funções sociais das organizações policiais quebrando o “mito” de que a 
polícia deva ser especializada primordialmente no combate ao crime. 
O “mito” da polícia “caçadora de bandidos” tem se sustentado ao longo de sua existência 
na definição legal de suas funções, segundo o qual cabe à polícia proteger a vida e a 
propriedade. 
Neste sentido a polícia deveria ser especializada em intervenções de emergência em que a 
vida e a propriedade estivessem em perigo e em capturar criminosos após os crimes terem 
sido cometidos. 
Seguindo essa lógica, a prevenção do crime seria atingida através do desencorajamento, da 
rapidez e da segurança ao levar os criminosos frente a frente com a justiça, para que 
fossem julgados e punidos. Acabando com isso da “certeza da impunidade” que se faz 
presente entre os agressores da sociedade. 
No contexto atual de aumento da criminalidade, surge um paradoxo que coloca em 
questionamento a própria existência da polícia: A concentração no combate ao crime ao 
ser colocado como parâmetro de eficiência do trabalho policial acaba por desvelar a 
 
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incapacidade e a ineficiência da ação da polícia em enfrentar e combater o crime já que o 
ato da prisão e a investigação de crimes não podem ser considerados por si só indicativos 
positivos da prevenção e do controle do crime e tão pouco geram uma segurança efetiva da 
população. 
Delineia-se assim, outra tendência bastante expressiva na conjuntura contemporânea 
referente à função da polícia numa sociedade democrática, que é o entendimento de que o 
papel da polícia está intrinsecamente relacionado com sua inserção na sociedade como 
mediadora de conflitos e com a participação e mobilização efetiva da população. 
Neste sentido, a polícia não pode desprezar as reivindicações sociais não relacionadas à 
lei, ou seja, as necessidades da população geradas a partir da estrutura sócio-econômica e 
das relações inter-pessoais. 
Conforme esclarece Bayley: 
O papel da polícia em diminuir a ameaça do crime, portanto, vem não apenas da prisão de 
criminosos, mas também através da mobilização ativa da população, de modo a atingir 
tanto as causas quanto os sintomas do crime. Para fazê-lo, a polícia não pode se distanciar 
das reivindicações desagregadas; de fato, precisa encarar essas reivindicações como 
oportunidade de se envolver nos processos fundamentais de interação social. Em resumo, 
a polícia deve se envolver em situações não relacionadas à lei para proporcionar uma 
prevenção de crimes mais eficaz. (BAYLEY, 2001:236) 
Assim sendo, a especialização no combate ao crime não pode ser considerada como 
elemento definidor da ação policial uma vez que a cooperação da população é fator 
fundamental na prevenção e resolução de crimes. 
A configuração no cenário público brasileiro dessa tendência de um policiamento próximo 
à sociedade começou a ser delineado a partir da constituição brasileira de 1988 com a 
instauração do Estado Democrático de Direito e implica uma redefinição do papel da 
polícia em relação à sociedade, a descentralização da área de comando e o 
desenvolvimento da ação civil. 
- Exercícios de Fixação 
Com base nos capítulos anteriormente estudados e no texto à frente, elabore uma 
dissertação com no mínimo 200 palavras sobre o Sistema Brasileiro de Policiamento e 
como funcionam as ações policiais em nosso país, considerando o sistema policial 
nacional em suas três principais características, quais são: multifacetado, descoordenado e 
descentralizado: 
“A investigação busca menos a apuração do crime e mais a identificação, na ‘clientela 
marginal’ da organização, de possíveis autores dos crimes. A função policial não está 
orientada para a resolução de conflitos e sim para a ‘inexorável punição dos 
transgressores’.” (KANT DE LIMA, 2003:252). 
 
 
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17 - FUNDAMENTOS DO POLICIAMENTO MODERNO 
Como costuma agir a polícia em nossa sociedade, de maneira reativa ou proativa? De que 
forma podemos pensar os mecanismos de segurança pública voltados para a resolução dos 
problemas que lhe competem de maneira EFETIVA? Como se dividem os períodos do 
policiamento moderno, estes são questionamentos extremamente pertinentes e que a frente 
será trabalhada. 
Eras do Policiamento Moderno 
É inegável a influência das experiências de segurança pública dos países desenvolvidos 
sobre os países latino-americanos. Seguindo esta premissa vamos utilizar uma 
classificação do policiamento moderno feita peloestudioso americano, Trojanowicz 
Moore, que divide o policiamento Nos Estados Unidos das Américas em três: 
- Era Política; 
- Era da Reforma; 
- Era da Resolução de Problemas Com a Sociedade. 
A Era Política (1º período: 1830 – 1930), era caracterizada principalmente, por um 
policiamento que desempenhava diversas funções sociais, muita corrupção policial e sem 
profissionalização. 
A Era da Reforma (2º período: 1930 – 1980), foi marcada pelo surgimento das Academias 
de Polícias, com o objetivo de formar os profissionais de polícia, tendo como foco 
combater o infrator e como tática prioritária o rádio-patrulhamento. 
A Era da resolução de problemas com a comunidade (3º período: 1980 – 2000) por sua 
vez, orientou-se na construção de um relacionamento de cooperação entre a polícia e a 
sociedade, tendo como base a participação das lideranças comunitárias e foco na solução 
dos problemas locais. 
Na Era Política predominava um sistema de aplicação da lei, envolvendo um órgão 
permanente, com funcionários dedicados em tempo integral ao patrulhamento contínuo 
visando à prevenção do crime. (MOORE; KELLING, 1993) Neste contexto a polícia 
desenvolvia um serviço social mais amplo, pois sua função social ainda não estava bem 
definida. A polícia conduzia inspeções sanitárias, zelava por crianças perdidas, checava 
óleo nas iluminações de rua, monitorava pesos e as medidas adotadas pelos comerciantes, 
concedia licença para pedintes de rua, controlava odores advindos dos curtumes, realizava 
recenseamento, apreendia animais perdidos, obrigava as pessoas a criar seus porcos nos 
quintais dentre outras atividades. 
A polícia era uma importante instituição responsável pelo bem-estar social daquela 
sociedade, o grande objetivo era atender aos cidadãos e aos políticos locais. Certamente 
suas ações eram muito influenciadas pelas instituições político-partidárias locais, o que 
gerava uma enorme flexibilidade na atuação do policial. Para Dias Neto (2003), esta 
postura gerava uma enorme discricionariedade policial e, muitas vezes, hostilidade entre o 
 
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policial e a própria comunidade, que para ser resolvida era utilizada a força. Toda esta 
característica gerava, entre a polícia e a comunidade local, um vínculo muito forte. 
Destaca-se que a principal tática de policiamento era o deslocamento a pé ou a cavalo, o 
que possibilitava um maior contato entre as pessoas. 
As maiores críticas em relação à Era Política era a violência e a corrupção policiais, dentre 
outros desmandos e irregularidades. 
Outro grave problema era a forma de ingresso na carreira policial, resumida a uma 
oportunidade de emprego para protegidos políticos. Os únicos requisitos necessários para 
a indicação de um policial eram sua influência política e força física [...] Não havia 
necessidade de treinamento preliminar, os policiais eram considerados suficientemente 
preparados para o exercício de suas funções se portassem um revólver, cassetete, algemas 
e vestissem um uniforme [...] Tratava-se de uma era de incivilidade, ignorância, 
brutalidade e corrupção. (SKOGAN apud DIAS NETO, 2003, p. 7) 
Baseando-se nessas contradições, várias críticas surgiram quanto aos métodos de era 
política, principalmente dentro da própria polícia, para aprimorar esse serviço. “Os 
defensores das reformas lutavam pela incorporação dos métodos gerenciais e operacionais 
da iniciativa privada”. (Dias Neto (2003, p. 9) O objetivo era criar um departamento 
policial “perfeito” – afora comumente chamado de modelo profissional. Portanto, havia 
um consenso que era preciso blindar a polícia de interferências da política externa, 
centralizar as estruturas internas de comando e controle, delimitar a função do policial 
para prender os infratores da lei e formar o profissional de polícia, desta maneiro surge a 
Era da Reforma em resposta às falhas da Era Política. 
As características dessa Era Policial, a Era da Reforma, estão num serviço profissional 
distante da comunidade, focado no combate repressivo do crime e que utiliza 
principalmente o automóvel e o telefone para implementar o rádio-patrulhamento. É 
inegável que surge uma máquina burocrática eficiente e de um corpo profissional treinado, 
com as melhores tecnologias para o momento, mas os policiais não conseguem identificar 
os problemas cotidianos dos cidadãos. Com essa lógica, o policial fica distante e 
inacessível às demandas políticas próprias do jogo democrático. (DIAS NETO, 2003) 
Com o modelo profissional surge uma obsessão pela eficiência operacional e 
administrativa, dificultando o contato social sobre as decisões policiais. Uma das maiores 
críticas contra o modelo profissional refere-se à ausência de controle sobre a conduta 
policial. Um movimento que aos poucos permitiu aos próprios cidadãos americanos de 
representar a sociedade civil na apuração e no julgamento das denúncias contra abusos 
policiais. Esse foi um importante passo para ter algum controle externo sobre a polícia, 
mas acirrou, ainda mais, os ânimos entre os ofendidos e os policiais. 
Considerando as falhas desta Era do Policiamento, surge a necessidade de evoluir para um 
modelo que suprisse as lacunas da Era da Reforma e que voltasse a atividade policial para 
comunidade e que atendesse suas demandas, o que desencadeou na novo passo evolutivo 
das policias, a Era da Resolução de Problemas com a Comunidade. As atuais reformas na 
área policial estão fundadas na premissa de que deve haver uma relação sólida e 
 
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consistente entre a polícia e a sociedade para que tenha efeito a política de prevenção 
criminal e na produção de segurança pública. (Dias Neto, 2003) 
Diante das iniciativas frustradas de relações públicas ou de reforma na estrutura 
administrativa policial surgem alternativas que fortalecem as idéias de partilhar entre a 
polícia e a comunidade a tarefa de planejar e implementar as políticas de segurança 
pública. 
18 - ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO 
A estratégia de policiamento direciona, dentre outros tópicos, os objetivos da polícia, seu 
foco de atuação, como se relaciona com a comunidade e as principais táticas a serem 
utilizadas. 
Uma estratégia que funcionou no passado, necessariamente, não tem que ser eficaz 
atualmente, principalmente em sociedades heterogêneas e conectadas em rede, pelo 
processo da globalização, com alto avanço tecnológico e informacional. A área de 
segurança pública não está fora desse contexto de (pós) modernidade, é possível adotar 
políticas públicas para solucionar essas questões e almejar metas que atendam as 
comunidades locais. 
É importante destacar que a segurança pública acumulou experiências policiais diversas, 
na tentativa de atingir seus objetivos organizacionais, estabelecer seu profissionalismo e, 
em alguns locais, alcançar legitimação na própria comunidade. Mas, para Goldstein 
(2003), não é um hábito registrar essas estratégias no meio acadêmico e, principalmente, 
discuti-las nos órgãos policiais. 
Pode-se então fazer uma co-relação com as eras do policiamento moderno com as 
estratégias de policiamento como a frente se mostra: 
Veja a seguir em que consiste cada uma das estratégias de policiamento. 
- Policiamento TRADICIONAL (Profissional): 
A estratégia de policiamento que orientou mundialmente o policiamento moderno, a partir

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