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Jeane Nogueira jeanogueira@hotmail.com FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS 1 2 DEFINIÇÃO São formas oriundas do processo de dinamização que consiste, basicamente, na concentração decrescente de insumos ativos por meio de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações. ESCALA é a proporção seguida entre o ativo e insumo inerte na preparação das diluições nos diferentes métodos. Não existe conversão. 3 FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS São dois os processos básicos de elaboração das Formas Farmacêuticas Derivadas: Diluição da Tintura-mãe ou da droga solúvel em insumo inerte adequado, seguida de sucussões (dinamização líquida). Trituração da droga insolúvel realizada em lactose (dinamização sólida). 4 ESCALAS HOMEOPÁTICAS ESCALA DECIMAL - DH ESCALA CENTESIMAL - CH ESCALA CINQUENTA-MILESIMAL- LM 5 ESCALA DECIMAL Foi criada por Hering; Proporção 1:10 1 parte do ponto de partida + 9 partes de insumo inerte. Ex. 1 mL de TM com 9 mL de solução hidroalcoólica inerte; Homogeneizar; 100 Sucussões – 1X, 1D ou DH – Decimal de Hering (porém preparada no método hahnemanniano 6 ESCALA DECIMAL DROGAS SOLÚVEIS 7 ESCALA DECIMAL DROGAS INSOLÚVEIS 8 Foi criada por Hahnemann; Proporção 1:100 ou seja: 1 parte do ponto de partida + 99 partes de insumo inerte; Ex. 0,1mL de TM com 99 mL de solução hidroalcoólica; Homogeneizar; 100 Sucussões. C, ª, e CH - Centesimal Hahnemanniana ESCALA CENTESIMAL 9 ESCALA CENTESIMAL versus DROGAS SOLÚVEIS 10 ESCALA CINQUENTA MILESIMAL - LM Foi criada por Hahnemann, descrita no Organon Proporção 1:50.000 - 1 parte de insumo ativo em 49.999 partes do insumo inerte. Método Próprio Q ou LM Fonte: DUTRA, 2011. 11 MÉTODOS MÉTODO HAHNEMANNIANO MÉTODO KORSAKOVIANO MÉTODO FLUXO CONTÍNUO 12 ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL DROGAS SOLÚVEIS DROGAS INSOLÚVEIS Solubilidade for inferior a 10% (DH) ou 1% (CH) em água ou em etanol em diferentes graduações. MÉTODO HAHNEMANNIANO 12 13 MÉTODO HAHNEMANNIANO ESCALA CINQUENTA MILESIMAL Emprega a lactose para a fase sólida da técnica (trituração até 3CH), e água purificada e etanol a 96% (v/v) para a fase líquida (diluição seguida de sucussão) 14 15 16 MÉTODO KORSAKOVIANO - K Método do frasco único (âmbar de 15mL); A partir de tintura - mãe de drogas solúveis e insolúveis; Nas 6 primeiras dinamizações decimais (6D) usar o mesmo insumo inerte; No Brasil a partir da 30CH (etanol 77%); Etanol a 30% para dispensação; Não pode ser armazenado(FHB); Limite: 100.000K (FHB). 17 MÉTODO KORSAKOVIANO - K 18 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC O método de fluxo contínuo (FC) surgiu com a introdução de altíssimas potências na homeopatia, por intermédio do médico norte- -americano James Tyler Kent, que, para obtê-las, projetou um aparelho dinamizador. Mais tarde, esse aparelho foi aperfeiçoado por Skinner. Segundo a 3a edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira, assim como o Método korsakoviano, o Método de Fluxo Contínuo é empregado para a preparação de formas farmacêuticas derivadas a partir da potência 30CH. Dadas as características do método, que emprega fluxo contínuo e constante, este também não proporcionam uma escala definida. 19 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Processo. Diluição e turbilhonamento contínuos. Mecânico. Características obrigatórias do equipamento. • A câmara de dinamização deverá possuir capacidade volumétrica conhecida e sistema de entrada e saída de diluente de forma que esse volume se mantenha constante durante o processo. • A entrada de água deve ocorrer junto ao centro do vórtice do líquido em dinamização, de forma que a água purificada que entra na câmara seja turbilhonada antes de ser expulsa. • A vazão deve estar sincronizada com o número de rotações por minuto do motor, conforme manual do equipamento. • A potência desejada será função do tempo necessário para sua obtenção. Alcançado o tempo definido, desligar simultaneamente a entrada de água e o motor do equipamento. 19 20 Ponto de partida. Matriz na potência 30 CH em etanol a 77% (v/v). Insumo inerte. Água purificada. Número de frascos. Câmara de dinamização única. Controle da vazão. Deve garantir que um fluxo contínuo e constante de insumo inerte passe através da câmara de dinamização de forma controlada para que no final de 100 rotações o conteúdo da câmara seja completamente renovado. Escala. Não definida. MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC 21 Número de rotações. Nesse método considera-se que 100 rotações equivalem a 100 sucussões, pois a cada 100 rotações obtêm-se uma nova potência. Processo. Diluição e turbilhonamento contínuos. Mecânico. MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC 22 Características obrigatórias do equipamento. • A câmara de dinamização deverá possuir capacidade volumétrica conhecida e sistema de entrada e saída de diluente de forma que esse volume se mantenha constante durante o processo. • A entrada de água deve ocorrer junto ao centro do vórtice do líquido em dinamização, de forma que a água purificada que entra na câmara seja turbilhonada antes de ser expulsa. • A vazão deve estar sincronizada com o número de rotações por minuto do motor, conforme manual do equipamento. • A potência desejada será função do tempo necessário para sua obtenção. Alcançado o tempo definido, desligar simultaneamente a entrada de água e o motor do equipamento. Retirar da câmara dinamizadora o volume necessário para que sejam feitas, a seguir, duas dinamizações centesimais hahnemannianas em etanol a 77% (v/v) ou superior. MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC 23 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Técnica. • Adicionar o volume da matriz de partida em etanol a 77% (v/v) ou superior, equivalente à capacidade volumétrica da câmara do aparelho. A entrada de água purificada e a rotação do motor serão acionadas simultaneamente. • A dinamização inicia-se sempre com a câmara cheia. • O processo será reiniciado com a última potência FC em que ele foi interrompido, adicionando o volume da matriz de partida equivalente à capacidade volumétrica da câmara do aparelho. • Acionar, então, a entrada da água purificada e o motor, simultaneamente. • Interromper o processo sempre duas potências antes da desejada. • Para o preparo das duas últimas potências será seguido o método hahnemanniano em escala centesimal, usando como insumo inerte etanol a 77% (v/v) ou superior. • Somente as potências em etanol a 77% (v/v) poderão ser estocadas. 24 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC A dispensação do medicamento preparado segundo o Método de fluxo contínuo deve se dar a partir da 200 FC até a 100.000 FC, como limite máximo. 25 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC As potências que deverão ficar estocadas como matrizes são: 199FC, 499FC, 999FC, 4.999FC, 9.999FC, 49.999FC e 99.999FC, para preparar, respectivamente, as potências 200FC, 500FC, 1MFC, 5MFC, 10MFC, 50MFC e 100MFC. 26 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Com o dinamizador de fluxo contínuo montado, o funil de separação de fases com água purificada e a câmara de dinamização vazia, a operação de calibração pode ser iniciada. Fazer os seguintes cálculos, tomando como exemplo um aparelho de fluxo contínuo com uma câmara de 2 mL de capacidade e com um motor de 3.600 rpm: 3.600 rotações -------- 60 segundos 100 rotações --------- X segundos X = 1,66666 segundos Portanto, para cada 100 rotações temos 1,66666 segundos, ou seja, 2 mL devem passar pela câmara de dinamização em 1,66666 segundos. 27 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Como é impossível medir 2 mL nesse curto espaço de tempo, deve-se usar um cálice de 60 mL como padrão: 2 mL -------- 1,66666 segundos 60 mL------ X segundos X = 50 segundos 28 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Tomando por base um aparelho de fluxo contínuo com câmara de dinamização com capacidade de 2 mL e com motor de 3.600 rpm, teremoso tempo de 1,6666 para cada dinamização. Para preparar uma 200FC, por exemplo, faremos os seguintes cálcu- los antes de iniciar o processo básico de dinamização com o aparelho de fluxo contínuo: N= (FC – 2) – 30CH N = número de dinamizações FC = potência FC final Assim, para 200FC, teremos: N = (200FC – 2) – 30CH N = 198FC – 30CH LOGO N = 168 dinamizações. Técnica de Preparação 29 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC Se, para cada dinamização, são consumidos 1,66666 segundo (s), teremos: 1,66666 s X 168 dinamizações = 280 segundos. Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de água purificada, basta multiplicar o fluxo pelo tempo: V = F x T V = 60 mL/50s x 280 s V = 336 mL 29 30 MÉTODO FLUXO CONTÍNUO - FC 31 1- Hahnemann, S. Organon da Arte de Curar, 6ª edição, 1984; 2- Max Tetáu. “Samuel Hahnemann: Muito Além da Genialidade”. Ed. Organon, 2003; 3- Brasil. Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ed.,2011; 4- ABFH. Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática, 2005; 5- Fontes, Onley. Farmácia Homeopática, 4ed. 2013. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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