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Crise do Primeiro Reinado Brasileiro

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História do Brasil Imperial
Aula 5: Discussões das cortes: abdicação, crise política e
con�itos
Apresentação
Nesta aula, descreveremos a crise do Primeiro Reinado Brasileiro, reconhecendo os diversos fatores que levaram ao
desgaste da imagem de Dom Pedro I e à perda do apoio público. Veremos também como foi modelada a conjuntura
política e econômica que levou à abdicação do imperador.
Objetivos
Relacionar argumentos para compreender os diversos elementos que levam à crise do primeiro reinado;
Avaliar a importância do con�ito da Cisplatina para a de�agração de uma intensa crise econômica;
De�nir o quadro político administrativo do governo de Dom Pedro I.
Independência do Brasil
Sempre que falamos em independência do Brasil, nos vem à mente a celebre imagem do quadro de Dom Pedro I às margens
do riacho do Ipiranga, localizado na cidade de São Paulo e a declaração do monarca: independência ou morte.
Ainda que consideremos este o início do processo de emancipação do Brasil, muitas questões ainda teriam que ser resolvidas
até que o país pudesse, de fato, a�rmar-se enquanto nação. Para que isso ocorresse, era necessário que os demais países
reconhecessem a independência. Por que isso era fundamental?
 (Fonte: Wikipedia).
Pacto colonial
No período colonial, o Brasil estava submetido ao pacto colonial, ou seja, havia uma relação comercial, de monopólio, com
Portugal. Ao romper os laços com a metrópole, o pacto colonial também é extinto e o novo país precisa buscar novos parceiros
econômicos.
Dessa forma, podemos dizer que a independência não é somente uma questão política, mas também econômica.
Político
Do ponto de vista político, é necessário
organizar o país, estabelecer leis, redigir
uma constituição, questões
fundamentais do primeiro reinado, como
vimos anteriormente.

Econômico
Do ponto de vista econômico, é
necessário manter a economia
funcionando, sem que haja uma
interrupção na produção ou uma crise
por falta de compradores externos.
Cabe lembrar que a economia brasileira, baseada na plantation –
latifúndio, monocultor e agroexportador – necessitava do mercado
externo para sua sobrevivência.
Papel dos Estados Unidos
Quem deu o passo inicial no reconhecimento da independência brasileira foram os Estados Unidos, que reconheceram o novo
país, em 1824, antes mesmo de Portugal. Nesta época, a presidência norte americana era ocupada por James Monroe, o
fundador da famosa Doutrina Monroe.
Mas, o que esta Doutrina Monroe signi�ca e qual sua relação com o
Brasil?
 (Fonte: Freepik).
O princípio da doutrina Monroe é “América para os americanos”. Ela preconiza o ideário de liberdade
colonial e estimula o rompimento das colônias com suas metrópoles. Seu objetivo era impedir a
intervenção europeia nos Estados Unidos e, progressivamente, em todo o continente americano. Mas a
doutrina, embora fundada no ideário de liberdade defendido, a independência das treze colônias, em
1776, vai muito além de uma simples questão �losó�ca ou ideológica.
 (Fonte: Wikipedia).
Ao se independerem, os Estados Unidos, assim como as demais colônias da América, em seu respectivo
tempo, tiveram que se reorganizar econômica e politicamente. Ao pregar a liberdade e o afastamento
europeu, os Estados Unidos abriam caminho para o livre comércio entre as ex-colônias do continente.
 (Fonte: Wikipedia).
Estas colônias – agora países independentes – eram grandes fornecedores de matéria-prima e mercado
consumidor para as mercadorias produzidas nos Estados Unidos. Além disso, os custos de exportação,
como transporte, faziam com que o envio de mercadorias dentro do continente fosse muito mais barato
do que enviá-las para a Europa.
Estrutura econômica
Pela estrutura econômica herdada dos tempos da
colonização, o comércio interno ao continente se constituía
um grande negócio para os EUA. Estes possuíam indústrias,
enquanto a América latina tinha uma economia agrária.
Podiam assim vender mercadorias industrializadas por um
preço alto e comprar matéria-prima por um preço baixo,
mantendo sua balança comercial sempre favorável.
Não é de surpreender, portanto, que os Estados Unidos
tenham sido os primeiros a reconhecer a independência do
Brasil. Havia muitos interesses econômicos em jogo por traz
deste reconhecimento .1
 (Fonte: Freepik).
Laços com as colônias latinas
Considerando os laços compartilhados pelas colônias latinas, seria de se supor que, ao se tornarem países independentes,
estes reforçassem seus laços diplomáticos e buscassem um entendimento político e econômico que fortalecesse as nações
emergentes, certo?
Na prática, não foi bem assim e as razões são as mesmas que inviabilizaram o projeto pan-americano de Simon Bolívar.
Relembrando
As colônias ibéricas se independeram de suas metrópoles
no século XIX. No que diz respeito à América Espanhola,
alguns nomes se destacaram como líderes da
emancipação, em especial Simon Bolívar, que �cou
conhecido como libertador das Américas. Bolívar acreditava
que, ao eliminar a in�uência espanhola, seria possível que as
ex-colônias se unissem em um único país de dimensões
continentais e com economia diversi�cada, já que cada
região praticava uma economia diferente como agricultura e
pecuária.
Essa ideologia, – chamada de bolivarismo ou pan-
americanismo –, que ainda possui defensores, mesmo nos
dias de hoje, não obteve sucesso porque, ainda que
super�cialmente estas colônias fossem parecidas e
compartilhassem um passado histórico, como a herança
colonial ibérica, em suas estruturas, eram diferentes. Suas
elites não tinham os mesmos interesses e suas economias
eram concorrentes.
 Simon Bolívar (Fonte: Wikipedia).
Exemplo
Por exemplo: Argentina, Paraguai e Uruguai, que se dedicavam à pecuária, defendiam cada um suas necessidades internas. O
mesmo acontecia com os produtores de açúcar e café, impedindo qualquer possibilidade de uma união entre estas regiões.
Monarquia
Efeitos no Brasil
Com relação ao Brasil, dá-se o mesmo. Além das economias concorrentes, foi
adotada como forma de governo a monarquia, enquanto os demais países
adotaram a república. Somam-se a isso às disputas de fronteiras que
caracterizariam todo império e que, no primeiro reinado, deram origem à Guerra da
Cisplatina.
Os primeiros anos pós-independência foram caracterizados por uma instabilidade
política e econômica recorrente e que levaria à abdicação do imperador, menos de
uma década depois da emancipação, em 1822.
 (Fonte: Wikipedia)
 (Fonte: Wikipedia)
Panorama político e econômico
A independência alterou o panorama político à medida que estabeleceu uma nova
constituição para o país – 1824 – e buscou reestruturar a participação do povo
nas decisões do estado e o sistema eleitoral, mas a manutenção da monarquia
foram um entrave para que mudanças mais profundas de fato ocorressem.
O mesmo se passou na economia. A separação de Portugal não mudou a
estrutura econômica, que continuava a mesma da colônia, e, portanto, dependente
do mercado externo, o que comprometia a autonomia econômica brasileira.
Dependência do mercado externo
A dependência do Brasil em relação ao mercado externo fez surgir diversas teorias entre os historiadores, sociólogos e
economistas contemporâneos que entendem este momento – que só será rompido muito mais tarde, durante a república –
como sendo fundado em uma dependência econômica atávica.
A emancipação e as políticas que se seguiram a ela, sem alteração na estrutura produtiva do país permitiu que, na prática, o
Brasil apenas trocasse de metrópole.
Se no período colonial estava submetido a Portugal, com a independência,
os interesses ingleses foram preponderantes frente aos nacionais. Na
república, os Estados Unidos ocuparam o lugar da Inglaterra como principal
parceiro comercial do Brasil e novamente as necessidades nacionaisforam
deixadas de lado em detrimento das demandas do mercado externo.
Mercado brasileiro
A base solidamente agrária explica a industrialização tardia do país. No período colonial, as manufaturas eram proibidas para
que não concorressem com os produtos metropolitanos.
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No império, não havia o interesse em buscar a industrialização já que os cargos de poder eram ocupados pelas
oligarquias rurais.
Oligarquias rurais 
Tampouco houve uma diversi�cação econômica e, em diferentes momentos, basicamente um único produto ocupou o
centro das atenções do estado.
Pouca diversi�cação econômica 
Este papel foi ocupado, durante muito tempo, pela grande lavoura açucareira, mas, nos primeiros anos do império, o
açúcar se encontrava em franca decadência, sobretudo pela concorrência daquele produzido nas Antilhas.
Lavoura açucareira 
O mercado europeu passara a consumir cada vez maiores quantidades de um outro tipo de açúcar, extraído da beterraba
e não da cana. É necessário buscar um novo produto que substitua o lugar antes ocupado pelo açúcar.
Mercado europeu 
Considerando o contexto internacional e a demanda do mercado externo, o café acaba por, progressivamente, ocupar o
lugar central na economia imperial.
Café 
“O fato mais importante da economia brasileira no período
monárquico foi o predomínio das exportações de café.
Representando apenas 19,6% das exportações brasileiras
em 1822 (com a média de 18,4% nos anos 1821-1830), o
produto passou a liderar as exportações brasileiras na
década de 30 (desde 1831 com 28,6%) assumindo assim o
lugar tradicionalmente ocupado pelo açúcar desde o período
colonial.”
- CANABRAVA, Alice P. História econômica: estudos e pesquisas. São Paulo: Hucitec, 2005. p. 144.
Produção agrícola
Cabe lembrar que, durante todo o império, praticamente só cinco produtos agrícolas se destacaram na economia: o café, o
açúcar, o algodão, o fumo e o cacau.
Boa parte desses produtos sofreu com a concorrência, como o algodão brasileiro, que concorria com o norte americano ou as
restrições inglesas ao trá�co negreiro, que impedia o desenvolvimento do livre comércio entre África e Brasil para onde era
exportado boa parte do fumo aqui produzido.  
Vejamos, no quadro a seguir, a relação dos produtos entre os anos 1821 e 1881.
Produtos 1821-30 1831-40 1841-50 1851-60 1861-70 1871-80 1881
Café 18,4 43,8 41,4 48,8 45,5 56,6 61,5
Açúcar 30,1 24,0 26,7 21,2 12,3 11,8 9,9
Algodão 20,6 10,8 7,5 6,2 18,3 9,5 4,2
Fumo 2,5 1,9 1,8 2,6 3,0 3,4 2,7
Cacau 0,5 0,6 1,0 1,0 0,9 1,2 1,6
Total 72,1 81,1 78,4 78,4 80,0 82,5 79,9
(Fonte da tabela: CANABRAVA, Alice P. História econômica: estudos e pesquisas. São Paulo: Hucitec, 2005. p. 144.)
Finanças no império
As �nanças do império tampouco eram sólidas. Para
manter seus produtos a um preço competitivo, as tarifas
alfandegárias, uma das principais fontes de renda do
estado, deveriam ser baixas e oscilavam em torno dos 15%.
O dinheiro arrecadado não era su�ciente para arcar com os
custos estatais o que obrigava o estado a pegar
empréstimos no exterior, a juros altos. Essa situação
provoca um círculo vicioso onde gasta-se sempre mais do
que é possível arrecadar, mantendo a balança comercial
permanentemente desfavorável.
 (Fonte: Wikipedia).
A eclosão do con�ito da Cisplatina agravou ainda mais a frágil economia
imperial.
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Originalmente, a província Cisplatina pertencia à Espanha, mas a região sempre foi cobiçada pelos portugueses. Ela dava
acesso a vários rios, como o Prata, o Paraná e o Uruguai que permitiam o rápido e e�ciente escoamento de mercadorias,
além de ser uma região importante para a pecuária. Havia também a importância estratégica e fronteiriça, o que a fez área
de disputa durante décadas.
Província Cisplatina 
Quando Portugal e Espanha dividiram o território da América, pelo tratado de Tordesilhas de 1494, a maior parte da
extensão territorial �cou sob o domínio espanhol. Durante a colonização de fato, este tratado foi constantemente
desrespeitado.  À medida que a colonização avançava, era cada vez mais necessário o transporte de mercadorias entre as
diversas regiões, o que aumentava o preço dos animais de tração e do gado, cujo couro e carne eram indispensáveis para
um funcionamento dos povoados e vilas da América latina.
Divisão do território 
A pecuária praticada na região do Prata tornava-se mais e mais lucrativa.  Além disso, a região havia sido inicialmente
uma possessão portuguesa, denominada de colônia do Sacramento. Os portugueses tinham a posse, mas foram os
espanhóis que colonizaram de fato e, por isso, a Espanha ganhou o direito à região, mas esta questão nunca �cou
inteiramente resolvida, o que permitia que Portugal questionasse a legitimidade da posse com alguma frequência.
Pecuária 
No século XIX, eclodiram os movimentos de independência. Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, a
in�uência dos movimentos de emancipação liderados pelos crioulos tornou-se uma das preocupações do regente, Dom
João VI. Não podemos esquecer que havia um precedente. Os Estados Unidos se independeram da Inglaterra no século
XVIII e o Haiti da França, nos primeiros anos do século XIX.
Movimentos de independência 
Em 1811, Dom João VI promove uma primeira tentativa de invasão da região. Essa manobra, além do viés econômico
mais evidente – monopolizar o mercado de gado local -, possui também um forte viés político, pois implica na a�rmação
da autoridade do rei sobre seus domínios. A interiorização do povoamento português para Goiás e Mato Grosso
constituíam também em um forte apelo para que a coroa dominasse a Cisplatina, pois esta facilitaria muito o acesso ao
interior da colônia, pela via �uvial.  
Invasão da região 
Em 1816, a Coroa foi bem sucedida em uma nova invasão e em 1821 acabou por anexar de�nitivamente a província
Cisplatina que passou a fazer parte do reino Unido de Portugal e Algarve. A população local nunca aceitou paci�camente
esta dominação. Não havia muitos laços em comum, nem culturais, nem idiomáticos. O clima na América já era de
independência e as ideias propagadas pela revolução francesa. A eclosão de uma guerra era questão de tempo. Em 1825,
sob o comando de Juan Antônio Lavalejja tem início a guerra da Cisplatina, pela libertação desta província do domínio
português. A Cisplatina tinha o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, que tinha a esperança de que,
vencendo os portugueses, conseguisse anexar a região.
Anexo da província 
 Operações do Império Brasileiro em fevereiro de 1827
Guerra da Cisplatina
Fragilidade do primeiro reinado
Se os habitantes da Cisplatina desejavam sua
independência, a população brasileira era contra a guerra
para a manutenção deste território.
A fragilidade política e econômica do primeiro reinado
tornou-se ainda mais evidente com a responsabilidade de
arcar com os custos altíssimos deste con�ito.
Se, nos dias atuais, uma guerra pode ser devastadora para a
economia de um país, imagine no século XIX onde
transporte, armamentos e a alimentação das tropas e das
armas e munições consumiam enorme quantidade de
recursos.
Tratado do Rio de Janeiro
A Inglaterra também tinha muitos interesses econômicos na Cisplatina e o andamento de uma guerra atrapalhava o
desenvolvimento do comércio local. Sendo assim, os ingleses mediaram um acordo para encerrar o con�ito no qual a
Cisplatina seria declarada livre e não pertenceria nem às Províncias Unidas nem ao Brasil. Em 1828, com a assinatura deste
acordo, tem origem a República Oriental do Uruguai.
A concordância do imperador Dom Pedro I na assinatura
deste tratado colocou várias questões em evidência. Em
primeiro lugar, destacou-se a supremacia dos interesses
ingleses em detrimento dos brasileiros, o que fez cairpor
terra todos os discursos de autonomia política que haviam
sido proferidos desde a independência. Em segundo lugar, a
popularidade do imperador, que já ia de mal a pior, desandou
de vez.
Para arcar com os custos desta guerra impopular, o
imperador ordenou a emissão descontrolada de papel-
moeda. Ora, o que respaldava o valor da moeda, nesse
período, eram os estoques de ouro acumulado pelo estado.
Sem esse respaldo, as notas emitidas eram apenas papel,
sem valor.
 (Fonte: Wikipedia).
Portanto, essa emissão provocou uma in�ação generalizada já que, para
compensar o dinheiro desvalorizado, os preços tiveram um aumento em
todos os setores. Se relacionarmos a in�ação com a falência do Banco do
Brasil, em 1829, temos as dimensões da crise econômico-�nanceira do
primeiro reinado.
Crises do primeiro reinado
Vejamos, a seguir, como se con�gurou a crise econômico-�nanceira do primeiro reinado.
 (Fonte: Freepik).
Crise atinge uma parte da população
Quando uma crise atinge apenas uma parte da população – em geral, os mais pobres –, ela tende a ser
manobrada pelo estado com a ajuda das demais classes sociais e com medidas como aumento de
impostos, subsídios ou isenção �scal. Isso é possível porque temporariamente se onera um setor para
sanar o outro. Mas, neste caso, essas estratégias já não funcionariam porque a má gestão econômica
dos fundos do estado havia prejudicado tanto os latifundiários quanto as camadas urbanas e, é claro, as
classes populares.
 (Fonte: Freepik).
Crise econômica foi a gota d’água
A crise econômica foi a gota d’água. O imperador já era mal visto deste que instituíra o poder moderador,
na Constituição de 1824, onde deixou claro sua tendência centralizadora e a desconsideração pela
democracia e pelo liberalismo. A imprensa exercia forte oposição ao imperador e a proliferação de
jornais e pan�etos contra o monarca desgastava ainda mais a imagem pública de Dom Pedro I.
 (Fonte: Freepik).
Situação de Portugal
A situação de Portugal também não era das melhores. Quando optou por permanecer no Brasil, Dom
Pedro I – legítimo herdeiro da coroa portuguesa – abriu mão de seu trono em favor de sua �lha, Dona
Maria, que era ainda uma criança. Para governar, seu irmão, Dom Miguel, foi nomeado regente do trono.
Mas o regente usurpou o poder, recusando-se a entregar o trono à princesa Dona Maria, o que gerou um
enorme con�ito em Portugal, entre os defensores da rainha e os do regente, chamado de miguelistas.
Trajetória de Dom Pedro I
No Brasil, devemos destacar que, desde 1822, com a declaração de independência, Dom Pedro I escolheu um rumo tortuoso
para a administração pública.
1823
O fechamento do congresso em 1823 encerrou qualquer possibilidade de um diálogo político com os diversos setores da
sociedade. A instauração do poder moderador levou a um governo absolutista, já extinto na Europa e considerado
devassado em quase todo o mundo ocidental. Se o liberalismo �orescia nas ex-colônias, como nos Estados Unidos, no
Brasil ela acabou �cando no discurso, em parte devido ao caráter irascível do imperador. A repressão brutal à Confederação
do equador e a entrada do Brasil na Guerra da Cisplatina acabaram com o que restava de legitimidade a Dom Pedro.
1831
Não havia alternativa, exceto a abdicação, que aconteceu em 7 de abril de 1831, dando início ao conturbado período
regencial brasileiro, já que seu �lho, Pedro de Alcântara, tinha apenas cinco anos de idade e não poderia assumir o trono.
1834
Ao abdicar, Dom Pedro retorna a Portugal, disposto a destronar seu irmão e restaurar o poder de direito, garantido pela linha
sucessória. Inicia-se então um período de guerra civil, que durou aproximadamente dois anos, e terminou com a derrota de
Dom Miguel. Ainda assim, o ex-imperador do Brasil aproveitou por pouco tempo a sua vitória, pois faleceu em 1834, vítima
de tuberculose, aos 36 anos. Como medida preventiva, dom João ordenou, em 1811, uma primeira invasão à região. Além
da preservação de sua autoridade, a anexação da margem norte do rio da Prata também representava a manutenção do
caminho �uvial com Mato Grosso e Goiás e do acesso ao gado e ao comércio de toda a bacia platina.
Atividade
Agora é com você! Faça um exercício de �xação sobre o conteúdo estudado na aula de hoje e �que atento a todas as
informações. Para isso, clique no botão Iniciar.
1- Os primeiros anos pós-independência foram caracterizados por:
a) Instabilidade política e econômica.
b) Instabilidade política.
c) Instabilidade econômica.
2- Foi necessário buscar um novo produto que substituísse o lugar antes ocupado pelo açúcar. Qual foi este produto?
a) Açúcar, extraído da beterraba.
b) Algodão.
c) Café.
3- Em relação à Guerra da Cisplatina, é CORRETO a�rmar:
a) A província Cisplatina pertencia a Portugal, mas a região sempre foi cobiçada pelos espanhóis.
b) Os habitantes da Cisplatina desejavam sua independência, por outro lado a população brasileira era contra a guerra para a manutenção
deste território.
c) A província Cisplatina tinha acesso a vários rios que permitiam o rápido e eficiente escoamento de mercadorias, além de ser uma região
importante para a pesca.
Notas
Reconhecimento de Portugal 1
O reconhecimento de Portugal veio no ano seguinte, 1825, mas, em troca, a coroa portuguesa exigiu uma indenização de dois
milhões de libras, que foram pagas pelos cofres brasileiros. Foi o reconhecimento da ex-metrópole que abriu caminho para que
outros reinos europeus �zessem o mesmo, como Inglaterra e França.
Referências
BELL, Suzanne. Forense Chemistry. 2. ed. Edinburgh, England: Pearson, 2014, cap. 14.
HOLLER, F. James; SKOOG, Douglas A.; CROUCH, Stanley R. Princípios de Análise Instrumental. 6. ed. Porto Alegre: Bookman,
2009, cap. 6.
NETTO, Amilcar; ESPÍNDULA, Alberi. Manual de atendimento a locais de morte violenta. 2. ed. Campinas, SP: Millennium, 2016,
cap. 3 e 20.
SANTIAGO, Elizeu. Criminalística Comentada. 1. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, módulos 18, 28, 45.
TOCCHETTO, Domingos; STUMVOLL, Vitor. Criminalística. 6. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, cap. 3.
Próximos passos
Hegemonia dos liberais moderados;
Repressão sobre exaltados e caramurus;
Golpe da maioridade;
Con�guração sociopolítica do instável período regencial e os diversos grupos políticos e suas propostas.
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