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PEÇA 12 - Revisão criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JANE, nacionalidade, estado civil, profissão, com cédula de identidade RG nº 
XXXX e devidamente inscrita no CPF nº XXXX, residente e domiciliado no 
endereço ..., por seu advogado que esta lhe subscreve(procuração anexa), vem, 
respeitosamente a presença de Vossa Excelência não se conformando com o 
venerando acordão já transito em julgado(certidão anexa) que a condenou com 
incurso no art. 155, §5º do CP propor 
REVISÃO CRIMINAL, 
com fundamento no art. 621, III do CPP, pelas razões de fatos e direitos a seguir 
expostas. 
 
DOS FATOS 
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, 
subtraiu veículo automotor de propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no 
momento em que a vítima saltou do carro para buscar um pertence que havia 
esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na ignição. Jane, ao ver 
tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no 
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu 
perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante somente no dia 
seguinte, exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a 
venda do bem, que estava guardado em local não revelado. 
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do 
processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, 
negociando a venda do bem no país vizinho e que havia um comprador, terceiro 
de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações, ratificou os 
fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e reincidente 
específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO 
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seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o 
veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime em seu 
interrogatório. 
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de 
reclusão no regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de 
liberdade, tendo sido levada em consideração a confissão, a reincidência 
específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais sejam, a 
morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua 
subsistência. 
A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou 
o cumprimento da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 
2013, você, já na condição de advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a 
mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da vítima, que se 
identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de outubro de 
2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local 
onde o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no 
processo, informou que no mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o 
veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em 
seu poder desde então. 
 
DOS DIREITOS 
A seguinte ação versa sobre a condenação da acusada com incurso 
no art. 155, §5ª do CP. Apesar de já haver sentença transitada em julgado poderá 
ser modificada de acordo com o art. 626 do CPP por haver incidências de novas 
provas. 
A acusada praticou a conduta descrita no tipo no dia 18/10/2010 e 
a denúncia contra ela foi recebida no dia 30/10/2010. Mas ocorre que, o que não 
foi mencionada na ação é que no dia 27/10/2010, três dias antes do recebimento 
da denúncia a acusada ligou para o filho da vítima que já é falecida, e informou 
onde estava o bem subtraído, portanto, fazendo a devolução integral do bem 
lesado. 
Diante de tal fato, considerando que o delito não foi praticado com 
violência ou grave ameaça ocorreu o fenômeno do arrependimento posterior 
previsto no art. 16 do CP, fato este que não foi levado em consideração no 
momento da condenação. 
Deste modo, deve ser considerado o arrependimento posterior e 
reduzida a lei como dispõe legalmente de 1 a 2 terços. 
A acusada também teve em sua conduta a presença da 
qualificadora por ser o bem subtraído para venda no exterior, mas com o 
arrependimento da ré o bem não saiu de território nacional, devendo portanto, 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO 
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ocorrer desclassificação para o crime de furto simples previsto no "caput" do art. 
155 do CP. 
No caso em tela, encontra-se claro os motivos para modificação da 
pena aplicada considerando todos os fatores mencionado de acordo com o art. 
626 do CPP. 
Além do mais, com a redução da pena aplicada é admissível a 
mudança de regime da acusada para o semiaberto, mesmo este sendo 
reincidente entendimento já consolidado pelo Superior de Justiça em sua súmula 
269. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto requer seja a presente ação recebida e 
provida, havendo desta forma a desclassificação do crime de furto qualificado 
para o de furto simples, sendo a pena ainda reduzida por incidir o arrependimento 
posterior de acordo com o art. 16 do CP. 
Que seja o fixado o regime semiaberto para a pena aplicada de 
acordo com a súmula 269 do STJ e feita a oitiva da testemunha para a produção 
da nova prova. Desta forma, que seja modificada a sentença com fulcro no art. 
626 do CPP. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
(Local e Data) 
 (Advogado) 
(OAB número)

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