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imunoglobinas e Antígenos

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IMUNOGLOBULINAS e 
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CONCEITO 
Imunoglobulinas são glicoproteínas efetoras da imunidade 
humoral, com função de combate a antígen~s. Behring e Kita-· 
sato, em 1890, observaram a proteção para a difteria utilizando 
soro de animais imunizados com toxina diftérica: seria o soro 
antidiftérico rico em anticorpos. Em 1952, Bruton relatou a 
ausência de anticorpos em um menino que apresentava infe~-
ções de repetição - depois conhecida como agamaglobuline-
mia de Bruton ou deficiência de Btk (enzima tirosina-quinàse 
de Bruton). 
As imunoglobulinas são componentes term~estáveis da 
resposta imunológica. Estão presentes no plasma, líquido in-
tersticial, mucosas, cavidades e superfície de linfócitos B, fa-
zendo parte do receptor dessas células. As imunoglobulinas 
sã~ glicoprntdnas constituídas por 82% a 96% de polipei?tí~ 
deos -e 4% a 18% de carboidratos (Figura 6.1). 
CONCEltó 
-'-'-,-'---~-~~~= 
., GJicopro'teínas·éfétoràs da irií.uhidadêfioõí'ota 
,-,. • • i~ A , · , .. •>-,~i 1.::, ,r:-~,.,:<rt•~ 
:, ÇQ_rnponent~s,,teJrn9,~stá~e~s,d~_xe,spó~í~j1mt, 
NATUREZA 
ln \_) 
As proteínas do soro humano podem ser separadas pela 
eletroforese de proteínas em albumina, ai-globulina, a2-
-globulina, 13-globulina e y-globulina, conforme apresentem 
maior ou menor capacidade de migração ante cargas elétricas: 
a albumina tem maior poder migratório, enquanto a y-glo-
bulina apresenta menor migração ante eletrodos positivos. A 
maioria das proteínas efetoras da imunidade com função de 
anticorpo pertence à fração y-globulina, sendo, por isso, refe-
rida como gamaglobulina, especialmente em hemoderivados 
e fármacos comerciais. Entretanto, um grupo menor dessas 
proteínas efetoras encontra-se na fração 13-globulina e uma 
quantidade ainda !llenor, na fração a2-globulina. Em virtude 
dessa heterogeneidade proteica (não só na fração y-globulina), 
a Organização Mundial de Saúde recomenda que se fale em 
imunoglobulinas·, e não gamaglobulina .. Ainda indica o termo 
"imunoglobulina'' quando as proteínas efetoras estiverem li-
vres, reservando-se "anticorpo" para-e-memento em que tais 
proteínas se encontrarem unidas a antígenos. Assim,• as imu-
noglobulinas são as proteínas livres e efetoras da imunidade 
e passam a ser denominadas de anticorpos quando unidas a 
antígenos (Figura 6.2). 
AQUISIÇÃO DE IMUNOGLOBULINAS 
: 0lico~'.~te'.~;,s: .~ .8~~ a 9~~;pojipeptídeo.s_ . A.s im~n_o~l~~ulinas siio al~qui_ridas com a fil?genia, sendo 
. F· · "" , .'" . . ., 4 ~ a 18¾, carJi,oldcato~ . :· a_IgM ~ p~1.me1r~ 1mu~oglobul111a a·w\lfecer . .Os invertebrados 
Figur~_ 6: 1. lmuno_gl?bul_ina? sãÓ __ gl)COPfOteín_ªs.es \áVfl? efetorai qa:~munid~d~ D~~ ... nã~ apresent~m i'!lunogl~bµlinas; á lampreia_é o primeir~ ser 
rn,Jraf E'lao preserlles n9 plasma e n,~ superfíClf de /infóc119s B : . _· •• : ·. · :· ·. a-apre~tnt~t ~hul·m·olétü\a :e~tfuturaline1)tê-s-ern~h.inreà•Igt:v"; 
. . . : ·, :"- .. _:.: __ : .. •.· ·,. : . . : . .. ·.· ·, .·• .. · .: . .-.. . · .... ·. ; .. . . · ' ·.· ·.· ' ' .. . ,: : ·· . ... . 
·· . .. • ' 
Cas'o 1:) 
•
0Peratói-; 
Calafrios ~ 
baço a 3.~rii 
l?i,0l1.tçao.-~: 
Poi diagnósü 
Díscl.tssaq.- E e 
_no mornento\ 
ll11crobian_os dá 
do hQb,1,un• < 
. . orm. intestina], de~éiic 
: ril?sc'-e ·· . ,;_ - ··, 
•. r, 'l'/Cr,iQ éo//é 
Por cornpJêc~s g_~ 
</Ue tenha ha,;.;d .• ,_ 
·• ºno o trato Ufin;j,-;o . ' 
n .. ,·corii QJJco diante d· ; · • . · 
com - - - ~e PUnJ 
' Processos infecc1· 
au.rne t · · . - _ ' 
. no d,.? baço'é. én1 
· /2 se , · - , "'1 
'Pse gera/mente , ·d deterrnirJ:,- ·: .... e 1::: 
A, ~
11 aumento· a , vesses cas , . 
- <_Js e necessárf a 
-Ontra O ao -
, r:,el1fe agress
0
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. · «ci -_.~r:nso 
·r tdo ·. · ª 
. . Para Zona rural, há 1 :rn1/ono0 (. · ) -
/ 0 s,c · A Paciente 0 srnesrno · ' 
s insetos f/Jas . trne, ªP . ' se 
ac1ente ªPresentava 1/./rcjo, ,., . d ' 
. r• · roi 1agnosticad
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e-
>tfuações semelhantes. , 
llsstfo• A · 
. Paciente ªPresento 
' ªPresent~d? estrófuJo qua 
u_ de- ter a reação alérgica. a 
n_inantes ilntigêáicos ou ep ~ 
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_, ,(· (, cpitopo ou Jeterminante 
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o p l'so molecuJar cios alfrgehoJ 
; :; ; cai,fi~o iinuhq1Jgi,Q iÍa ~ 
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IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO 
pois já tem linfócitos T e B; os peixes apresentam IgM; o sapo 
dispõe de duas classes, a IgM e a IgG; o coelho possui IgM. IgG 
e IgA; o ser humano apresenta cinco classes de imunoglobuli-
nas:JgM, IgG, lgA. IgE e lgD. 
rm>MEk~í!ltfiiíibM:1MUN0GtnuI~ 
m'."Y:tt·k ~ :"i· ~x,:'-, t½ ~ 
t:].: .. _11'; ,#' .. d ~ S,J. '.•'•.-- ' ' ' 
~-
!mu 
mas tarn 
Figura 6.2. As proteínas séricas migram de forma diferente na e!etroforese, dife-
renciando-se em albumina, al-globulina, a2-globulina, ll-globulina e y-globulina . 
A maior parte das imunoglobulinas está contida na fração y-globulina. A OMS indica 
a nomenclatura imunoglobulina para as proteínas livres, em vez de gamaglobulina, 
pois nem só a fração y contém anticorpos, mas também outras frações de globulinas. 
Indica ainda o termo "anticorpo· para quando essas proteínas se encontrarem unidas 
a antígenos. 
Durante o desenvolvimento do sistema imunológico no 
ser humano e no decorrer de um processo infeccioso, a IgM 
também é a primeira a aparecer. O feto tem capacidade de 
síntese de IgM sérica em uma infecção. A_IgM é a primeira 
im unoglobulina sintetizada no recém-nascido. Diante de um 
processo infeccioso em qualquer época da vida. a IgM é a pri-
meira imunoglobulina a ser produzida. 
Com o evoluir da idade, a criança passa a sintetizar.a.s de-
mais classes de imunoglobulinas e, em condições habituais, al-
gumas classes demoram a atingir valores iguais aos de adultos. 
Crianças de 2 a 3 anos já podem apresentar valores de IgM 
semelhantes aos de adultos. e a Igi\ sérica e a IgA secretora 
atingem os padrões de adulto em torno dos 4 anos e dos 7 anos 
até a puberdade. respectivamente. A IgGJ e a IgG3 alcançam 
padrões de adulto aos 8 anos, enquanto a IgG2; aos JO _anos e 
a IgG4, aos 12 anos. · 
ESTRUTURA BÁSICA DAS IMUNOGLOBULINAS 
Figura 63. Mooômero é a estrutura tetrapeptídica básica das imunoglobulinas, forma-
do por duas Cildeias polipeptídicas leves e duas pesadas, unidas por pontes dissulfídicas. 
A enzima papaína tem a capacidade de cindir a estrutura 
tetrapeptídica em três fragmentos: dois Fab (fragmento de li-
gação ao antígeno - fragment antigen binding) e um Fc (frag-
mento cristalizável - fragment crystalizable). O Fab contém 
toda a cadeia leve e parte da cadeia pesada, enquanto o restan-
te da cadeia pesada está contido no Fc (Figura 6.4 ). 
• 1 •.,_j[!_:(f(f,-JiJ,1'iill\1: ,'lt'.:Llitl~~;.; 
li li 
NH3• 
( 
coo-
coo-
' • .-:i 
Figura 6.4-. A papaína tinde a inÍunoglobulina em dois íragme.ntos fab e um fé;" que 
são útéi1 no estudo e a~icação dai imunoglobulinas. ·· · -
A parte maior das cadeias pes~das e leves apresenta a mes-
ma sequência de aminoácidos para cada classé de imunoglo-
bulinas, sendo, por isso. denominada região constante ( car-
boxiterminal). A região constante permite que cada classe de 
imunoglobulina exerça determinada atividade biológica. Os 
extremos das cadeias leves e pesadas são as regiões variáveis 
(aminoterminais), onde ocorre uma variabilidade da sequên-
cia de cerca de 11 O aminoácidos iniciais. Dentro da região 
variávi:l existem três porções denominadas hipervariáveis, 
responsávei~ P.ela un!âo a .1)1tígenqs ·espec{fu:o~. À reg~ão v_a- . · 
riável permite que uma imunogl~buli_na seja específica_ para 
·detetmihadó'anugeno: (Figura 6.5), ·· ·. · ··· ·· . ,.. . · 
. . - · . . -
A estruturabásica da imunoglobulina é um monômero, 
constituído por duas cadeias polipeptídicas leves e duas ca-
deias pol ipeptídicas pesadas. As cad~ias leves são referidas pela . 
letra T_' (light) e as pesad<!s, po_r "H': (heavy}, estaf!dO as quatró .. 
cádeias polipeptídicas unidas entre si por pontes dissulfídi~as_, 
Tr.rca:se de nn'!a estalhirâ tetra'pépdíçiqi básica (Figurà 6.S). ···· 
-- . , -· . ; . ·:· . . . ·... .. . -- :· ' 
· . ... , . 
li 
IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO 
pois já tem linfócitos Te B; os peixes apresentam I~; 0 sap~ 
dispõe de duas classes, a IgM e a IgG; o coelho possui IgM, Ig. 
1 d · oglobuh-e IgA; o ser humano apresenta cinco c asses e 1mun 
nas: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. 
Lletrofo 
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Figura 6.2 • As proteínas séricas migram de forma diferente na eletroforese dife-
renc1ando-s /b · . . ' A . eem a umma, al~globuhna, o2-globulmaJ-globulina ey-globulina 
a ;aior parte da_s imunoglobulmas está contida na fração y-globulina. A OMS indica 
omencl~tura imunoglobulma para as proteínas livres em vez de gamaglobulina 
pois nem soa fração V contém anticorpos, mas também ~urras frações de globulinas' 
ind1C~ ainda o termo "ant1Corpo· para quando essas proteínas se encontrarem unida; 
a an tigenes. 
Durante o desenvolvimento do sistema imunológico no 
ser h~ano e no decorrer de um processo infeccioso, a JgM 
lambem é a primeira a aparecer. O feto tem capacidade de 
síntese de IgM sérica em uma infecção. A IgM é a primeira 
imunoglobulina sintetizada no recém-nascido. Diante de um 
processo infeccioso em qualquer época da vida, a IgM é a pri-
meira imunoglobulina a ser produzida 
Com o evoluir da idade, a criança passa a sintetizar.a.s de-
mais classes de imunoglobulinas e, em condições habituais, al -
gumas classes demoram a atingir valores iguais aos de adultos. 
Crianças de 2 a 3 anos já podem apresentar valores de IgM 
semelhantes aos de adultos, e a IgA sérica e a IgA secretora 
atingem os padrões de adulto em torno dos 4 anos e dos 7 anos 
até a puberdade, respectivamente. A IgG I e a IgGJ alcançam 
padrões de adulto aos 8 anos, enquanto a IgG2; aos I0_anos e 
a IgG4, aos 12 anos. · 
ESTRUTURA BÁSICA DAS IMUNOGLOBULINAS 
figura 6J. Mooômero é a estrutura tetrapeptidica básica_das imunoglobuHnas, torma-
do por duas cadeias po!ipeptidicas leves e duas pesadas, unidas por pontes d1ssulf1d1cas . 
A enzima papaína tem a capacidade de cindir a estrunu:a 
tetrapeptídica em três fragmentos: dois Fab (fragmento de h-
gação ao antígeno - fragment antigen binding) e um Fc (frag-
mento cristalizável - fragment crystalizable). O Fab contém 
toda a cadeia leve e parte da cadeia pesada, enquanto o restan-
te da cadeia pesada está contido no Fc (Figura 6.4). 
MDiOlo#1NfflmMi 
~ i :1_~ liW ~ cri_ 
NHJ•----
----+--------coo-
---'--+----.._--coo-
NHJ• 
F!!Í~ra 6.4. A papaína (i~d_e a imunogl~bulina em dois fragmentos Fab e um F(que 
sao ute1s no estudo e aphcaçao das 1munoglobulinas. · · 
· A parte maior das cadeias pes~das e leve~ apresenta a mes-
ma_ sequência de aminoácidos para cada classé de imunoglo-
buh_nas, ~endo, por isso, denominada região constante (car-
box1termmal). A região constante permite que cada classe de 
imunoglobulina exerça determinada atividade biológica. Os 
extremos das cadeias leves e pesadas são as regiões variáveis 
A estrutura básica da imunoglobulina é um monômero, (aminoterminais), onde ocorre uma variabilidade da sequên-
constitwdo por duas cadeias polipeptídicas leves e duas ca- eia -~e cerc~ de 11~ aminoácidos iniciais. Dentro da região 
deias pol ipeptídicas pesadas. As cadeias leves são referidas pela . vanavtl eJC:1stem tres porções denominadas hipervariáveis, 
letra 'T_' (light) e as pesad~s. po_r "W (heavy), estaf!do as qu~tró. . responsávej~_r.ela un_ião a antígenqs espec(fu:o~. (-. região va -. · · 
óideias polipeptídicas unidas entre si por pontes dissulfídicas_. _riável permite que uma imunoglobulina seja específica p~ra 
Traca:se detm'la es~rutúrá ~e~rar.~pdíc;lic")i ~áslc3:_ (_Fi~à-6'.3): ··:~ , ~etetmi~~do=antíg~no:_(Pigura 6~Sj. . · :·_"'., 
~ ~ 
~Sfl!fu9~t: Ativigade 
~ 
Figura 6.5. A imunoglobu/ina apresenta duas regiões variáveis (aminorermina~) e 
uma constante (carboxiterminal), as Quais permitem Que cada imunoglobulina sejd 
específica para determinado antígeno e Que cada dasse de imunoglobulina exerça uma 
atividade biológica (exemplo: lgG atravessa a placenta). 
Existe ainda uma parte da cadeia polipeptídica pesada rica 
em hidroxiprolina: a chamada região da dobradiça. Essa re-
gião é importante por conferir elasticidade à molécula, que, de 
uma forma inicial em "Y': pode assumir a forma de um "T': 
dependente da necessidade espacial determinada pelo tama-
nho do antígeno (Figura 6.6). 
~ 8 ~,~ 
53 
lgG ,.. t " lgM µ - - " O\ll )., E --·r -=- _- -"--•(l lJJ_ )., -t: lgf I E _ _ i-.: __ l{)ll> ___ À 
IQA a ,e cll'íll )., 
Os nomes dJs c'4iíci' sdo dad0$ p\'ld~ odeia~ Ptsadas 
Figura 6.7. O ~r humJno Jl)l\'S('OIJ cinco clJ~ de 1munoglobulina~ cujo nom~ 
depende da cadeia pesada que comem: lgM, quando a cadela pelclda éµ, ~G. p.ira d 
y; lgA, para a o; lgf, para a 1; t lgO, para a 6. As CJdelas leves 1Jo de dois 1lpo1: 1 ou À, 
existindo duas K ou duJs À em urna rnesma 1munocJlobuhn,1 
As classes de imunoglobulinas podem, ainda, ser divididlll 
em subclasses: lgGI , lgG2, lgG3 e lgG4, para lgG; e lgAI e 
lgA2, para lgA. As diferentes subclasses apresentam diferentes 
cadeias pesadas (Figura 6.8 ). 
-ffihtciMYG!iWN 
",Ç · · "· .... -- l(~('~ f'il ~-·"' _i.B~!ao.Ba Jl_ o'ID_ ra_a_1ça;;1_ •.·· · . • . \F-~~·;t.-;.":~"\~-;~ '~ ·\~ 
-~E_/ca·e~Jlqr'W.~(_efln_ a_ii{q. UJ_;: .}_ nl . 1 lgGI 
'nêx;pJ1t1:ra)"f"m~1é,fQiã;a~~ / · 1gG2 1gG4 
Figura 6.6. A região da dobradiça das cadeias pesadas da imunoglobulina é rica em 
hidroxiprolina, permitindo que a molécula de imunoglobulin-a adquira formas de-Y-ou 
, , ;r : .'.\$f~1ff~t©:: 
1Gtír:F, ,':},,;, lx.F.fir:;tr~+.,m.: 
• ~ f ·'f· 
de 'T: conforme a necessidade dada pelo tamanho do antígeno. 
CLASSES E SUBCLASSES DE 
f MUNOGLOBUUNAS 
lgGJ 
Figura 6.8. As diferenças estruturais das cadeias pesadas são responsáveis pelas dife-
rentes ações das subdasse_s das imunoglobulinas. 
- As im~n?globulinas séricas das classes IgG, IgA,JgE e IgD 
sao constJtu1das por um monômero enquanto a IgM , . , fi · • ' . senca e 
. ormada por cinco monômeros unidos entre si por uma cad~ia 
Os pohpeptídios das cadeias pesadas têm diferentes se- polipeptídicatambémsintetizadaporplasmo'c·t d - . 
• · d - , . . 1 os, enomma-
quenci~s e ammoac1dos, dando origem a diferentes cadeias, ?ª cadeia J. A IgM encontrada na sup~rfície de linfócitos 8 
conhecidas pelas letras:µ (mu), y (gamma), a (alpha), E (epsi- e um monômero, e a maior parte da IgA das secreções é wn 
lon) e ô (delta) . A sequência de polipeptídios de cadeias leves dímero, formado por dois monômeros (Figura 6.9). 
resulta nas cadeias: K (kappa) ou À (lambda), existindo sempre As imunoglobulinas sintetizadas distribuem-se por di.fu-
duas lC ou duas À em uma imunoglobulina, sem que haja dois são· na circulação sanguínea e por forma ativa p;uu muC\\"4\S 
tipos de cadeias leves em uma mesma imunoglobulina. (por meio de receptores). Os valores absolutos das dns..~rs de 
Duas cadeias µ unidas por pontes dissulfídicas a duas ca- imunoglobulinas dependem da idade. Por essa ruzdt\ i impor-
deias K ou a duas À dão origem à imunoglobulina M (IgM); tante, ao ob~ervar os val~res individu~is, rnn~ptui• los aos _de 
duas y e duas K ou À formam a IgG; duas a e duas K ou À, IgA; curvas-padrao ~<: norm'.lhdad~_ p,m1 n tnLxn etar_1t1 ~·m quçstao. . 
duas E e duas K ou À, IgE; e duas ô unidas a duas K OUÀ, IgD. . Se os v~lore~ dt:.umn cmmçu l\)r_tlJI comparndos ,\srnn•~ de .. 
1 -d d ·e · · 1 d · oglobullnas· IgM normalidade ,leadultos, cstan\o erroneamente d1mmwdos resu tan o nas 11erentes casses e 1mun .. ·. ,. ' , .. F' . ,, ·a-, .. .. ·. , ... ·: · ..... .. · · .. , 
· 1· G · _. · · · · • · • · · )' . , · ·· ·· · · · · · · . ( rgurn o. l 1• · g , lgA., IgE eJgD_{~igura º? _-' '- · · -·· · · __ -: . , ... 
, 
-~ 
--· ~ 
B!C!!'lf 
~ -
~ 54 ;;::::--~ ; 
IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO iEN.$'.DWO)g-:. 
~
1
. Gl ~ 6Ó_ % i.70%_ dàJgG total 
' g ,, . . \ 
62
___.:_...:..-. 2Ó% a_30% da lgG total 
\~G3~ 6% dalgG_total · ---
~-
-:::::e 
t1· ··G4: ~~- 4% da lgG tàtàl • '.- , :·9., ,-~ :#:~'...:,._,,,,. , , .·: '' .'· . __, 
,;gu,a ,. u. A ,ubcí.sse de lgG que p,ed•"!"' no ~asma i a lgG 1, seguida de lgGl. 
A lgG3 apresenta menor concentração plasma11ca, e a lgG4 amda menor. 
CARACTERISTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DAS 
IMUNOGLOBULINAS 
Figura 6.9. As imunoglobulinas G, A, E e D séricas são monoméricas. A lgM sérica é 
formada por cinco monômeros unidos entre si por cadeia polipeptidica J, enquanto a 
lgM encontrada na supeificie de linfócitos B é um monômero. 
Figura 6.10. As quantidades das classes de imunoglobulinas dependem da idade, 
motivo pelo qual é necessária a observação das diferentes curvas-padrão de normali-
dade conforme a faixa etária relativamente aos exames da resposta imunológica adap-
tativa humoral a serem analisados. 
As cinco classes de imunoglobulinas são encontradas no 
plasma em proporções diferentes: IgG é a que existe em maior 
quantidade, representando cerca de 80% a 90% das imunoglo-
bulinas. A seguir, encontram-se 7% a 15% de IgA, 4% a 7% 
·de IgM, 1% de IgE e, em quantidades muito menores, como 
__ o_,0_0~%. IgD (Figura 6.11). A maior proporção de IgG dá-se 
pela IgGl, com cerca de 60% a 70% do total; IgG2, em 20% a 
30%; IgG3, em 6%; e IgG4, em 4% (Figura 6.12). 
'1$#E&W#&M~Jgffllí@l®N 
1 J.9,(~ti;;~lô~~ã.~b~fda~ i~lfQogfo~:u1Jn:á_fl f'A'~ v96' 1s% ·· ,;, ,, ,t: ;r,,, 
-,~J::~~~:··:4%,:::1%' ;~;f ;0!F~~~-:~w 
lgE'~J%,. . , ·;, •" 
~j -... ,:jjj ',' , 
,lgO;-,;,- :, •.;0,00~% . 
,.,, €'."í::: -t".r~· ~f, • 
Figura 6.11. A lgti é a classe dê imuneglobulinas que prevale(e no plasma; seguem-
-se _lgM, lgA e lgL ,A maior_parte da lgD nãb está no plasma e sim na superfície de 
·, ~irtfócitôs B. -. · · · · • . ·- · · .. . . . ... . ··· ... · . - , --: · 
Entre as propriedades físico-químicas das imunoglobuli-
nas, sabe-se que a IgM tem maior peso molecular (900.000 dal-
tons), pois é um pentâmero. Por ter alto peso molecular, a IgM 
apresenta maior coeficiente de sedimentação (19S). As demais 
imunoglobulinas séricas são monoméricas, com pesos rnolecÚ-
lares variando entre 160.000 e 185.000 dáltons e coeficientes de 
sedimentação de 7S. A IgA secretora, quase sempre dimérica, 
tem coeficiente de sedimentação de 11S. As imunoglobulinas 
monoméricas são bivalentes, ou seja, podem se unir a dois antí-
genos específicos; as diméricas (IgA secretora) são tetravalentes 
e as r~taméricas (~gM) podem ser decavalentes (Figura 6.13 ). 
'd un~loglobulina com maior concentração sérica e meia-
-VI a mais onga é a IgG 23 di . • que permanece no organismo por 21 a 
. as ou mais, na dependência do estímulo in. . al A d . 
1munoglobulinas permanec . ICl • s emais em intactas no or · 
tempo: cerca de dois a seis dias Pl , . gamsmo por menos 
determinado antígeno pod . asmoc1tos comprometidos com 
em sea-etar IgG cífi 
tempo, em especial se o estímulo an . • . esp~ ca por muito tigemco for vrral (Figura 6.13 ). 
Figura 6.13. Entre as propriedades fís!co-químicas das imunoglobulinas, observa-se 
que a lgM, por ser um pentâmero, aptêsenta maior peso molecular e maior coeficiente 
de sedimentação; a lgG tem maior meia-vida, dependendo do antígeno promotor; as 
propriedades físico-químicas das demais classes são sernelh~ntes entre si. 
DOMf NIOS DAS IMUNOGLOBULINAS · 
~ pos.sível ~correr li uniã~ de amii1oá~idos, p~incipal~~e~te 
,,tle· éisteín:i~; den,lr~\le\tn~a·";'esrhá êadeia p91ipêpríd)cà, por· 
, \ . . ' . : . . . . . . :· ~ . . . 
•, , ·. ·, " '' ... 
CONCEITO 
I rnunogfob1 
humoral, com fi 
saro, em 1890, ot 
soro de animais i 
antidiftérico rico 
ausência de antico 
ções de repetição . 
mia de Bruton ou d 
de Bruton). 
As imunogfobuJ; 
resposta imunofógic., 
tersticiaJ, mucosas, ca 
iendo parte do recep1 
são glicoptoteínas con 
deos e 4% a J 8% de cari 
/JfF;, 
~ 
·: · .;----....,:_ ~ 1. 1_. lrnuoo,gfobu!in~s sã~ gljcop 
10 presentes no plasma e Íi,1 sup, 
.. • · ·-· •·. >. 
j 
meio de pontes dissulfídic d . 
levando a · as, ando ongem aos domínios e 1munoglobuJ· ' domínios - . _ ma a estrutura tridimensional. Assim, 
sao reg1oes globul , fídicas e t , ares ,ormadas por pontes dissul-
mension:r~ res1duos de cisteínas, dando a· configuração tridi-
as 1munoglobulinas. 
Os primeiros dom ' · - , 
d d . imos sao ,onnados pela porção variável a ca eia leve _ r ht (L) d d 1K e pesa a - heavy (H), por isso referi-
_os como VL e VH, respectivamente. Já os segundos domínios 
sao dados p 1 • , • d -d e O In1C10 as porçoes constantes, sendo designa-
os como CL e CH l; o terceiro e o quarto domínio são CH2 
e C~3'. respecticamente. A lgM e a IgE apresentam quinto 
dom1mo (CH4). Os domínios VL e VH são pareados, assim 
como ~1 e CHI (Figura 6.14); 
Os primeiros domínios, por meio de uma porção hiper-
variável que apresentam, reconhecem antígenos, permitindo a 
un ião da imunoglobulina ao antígeno. Os segundos e o quar-
to domínios permitemiigações não covalentes entre as duas 
cadeias pesadas, tomando-as unidas. O terceiro domínio é 
responsável pela união da imunoglobulina a Clq, o primeiro 
componente da via clássica do complemento. O quarto do-
mínio apresenta receptor para IgG em placenta, denomina-
do receptor Fcy neonatal (RFcyN), que parece também ser 
responsável por aumento da meia-vida da IgG. O quarto e o 
quinto domínios apresentam citotropismo para neutrófilos, 
macrófagos e linfócitos, com receptores específicos em tais 
células (RFc). A lgE pode se unir a eosinófilos e mastócitos 
pelo quinto domínio, por meio de receptores para FcE: Os re-
ceptores em células podem ser de alta afinidade para a imµno-
"lobulina (RFcl) ou de baixa afinidade (RFcll). 0s receptores 
de baixa afinidade ligam-se menos à imunoglobulin~; mas 
Domínios: regiões globulares formadas 
po; pontes dissulfídlcas dando configuraç~o 
rridimensional às imunoglobulinas 
·~ . .-. ... ... ~ . ~ ' 
,...,.;;;. . 
~i 
~ 
capitulo 6 IMUNOGLOBUJNN, 55~ 
~ 
arentemente têm também uma função de retroalimentação 
ap . caso de muitos RFcll de células estarem unidos negaliva: no h dim' · · d · d à imunogo ' . 1 bulina parece avcr muiçao a s1ntese essa 
. 1 bulina (Figura 6. 15). ,munog o 
Figura 6.15, Os domínios das imunoglobulinas apresentam diferentes funções: 
os primeiros (VL e VH) são responsáveis pela união a antígenos (por meio da porção 
hipervariável); 01 segundos (CL e CHl) e o quarto (CH3) domínios unem as cadeias 
polipeprídicas de forma não covalente; o terceiro domínio (CH2) une-se ao primeiro 
componente da via clássica do complemento (Clq); leucócitos apresentam recepto-
res para o quarto e quinto domínio (Rfc), resultando no tropismo para essas células; 
o quarto domínio e também o terceiro apresentam receptor em placenta, conhecido 
corno Rfc neonatal (RFcN). 
VARIAÇÕES ENTRE AS IMUNOGLOBULINAS 
As imunoglobulinas podem" apreseotar .variações classifi-
cadas em isótipos, alótipos e idiótipos. Os isótipos ou isotipos 
(isas= mesmo) referem-se à existência das mesmas classes de 
imunoglobulinas em indivíduos da mesma espécie, ou seja, to-
dos os membros de determinada espécie apresentam os mes-
mos isótipos ou classes de imunoglobulinas. No ser hun1ano 
existem os isótipos IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. 
. Os alótipos (alias = outro) indicam que existem múlti-
plos alelos gênicos emuma população (polimorfismo gené-
Figura 6.14. As cadeias das imunoglobulinas unem-se por pontes dissulfidicas in- . tico) q~e. determi~am pequena_s diferenças na sequência dos 
tracelulares, resulrando. na formàção de quauo (lgG, lgA·, lg D) ou cin~o .dominios (eftl . atI:1noa~•d~s das 1munoglob~mas. S1_tuam-se dentro da re-
· lgM, lgE) A denominaçlio dºs domínios-baseia-se na região variável (V), ·na conslanie .. g•a.? ç9nstai;ite ... ~ fator -re.umatQ1d~ ( uma IgM encontrada em. 
. (C) e_no ripq de cade_ia leve ::: light _(L) ou pesa~a -: heavy (H) ,_<om O\dem ~umérica : determii:iadas·. família~) .e a herança familiar de lgE (atopias) 
)eq uenc1a[ Exemplos de um,do,mín10 V!.;_011; \H.2'. O\ doíl)ÍQiô1}LéVH_sãõ ~ãiêãéiôs .. c<>'t'lst*1ç1n'Jx_errip1ós; di: 'aTótip~~--- ·, ' · ·. • 
. •·:·. . · • . • ·. _.• . . ···. -· . · ... 
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· ,'• •4 .. _ ♦ -, ..... • .... 
111 
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j tt: Q..: l:Z.::~ 
~'-- 56 IMUNOLOGIA DO BÁ51CO AO APLICADO 
Os idiótipos são as imunoglobulinas individuais, próprias 
de um indivíduo. As diferenças dão-se nas regiões variáveis e 
hipervariáveis de cada imunoglobulina. Os idiótipos deter-
minam a resposta humoral existente em cada indivíduo (Fi-
gura 6.16). 
Entre as atividades biológicas primárias das imunoglobu-
linas, encontram-se a participação na lise por ativar comple-
mento (MAC) ou mediar a citotoxicidade celular dependente 
de anticorpo (ADCÇ). rC>r meio de neutralização, a imunoglo-
. bulina pode recobrir a porção deletéria do antígeno, neutrali-
zando seu poder antigênico, como ocorre diante de toxinas. 
A imunoglobulina pode aglutinar bactérias, impossibilitando 
sua ação. Pode, ainda, unir-se a antígenos, inibindo a penetra-
ção em mucosas. Por precipitação, a irnunoglobulina une-se 
a substâncias solúveis, formando complexos insolúveis, mais 
rapidamente eliminados. As imunoglobulinas podem revestir 
patógenos, atuando como opsoninas, e, dessa forma, unirem-
-se também aos receptores de fagócitos, facilitando a fagocito-
se (opsonização). As imunoglobulinas ativando complemen-
.,t ... ~~~'f:i 1,l•!//11!/[s~,,m;Xi)..~[{;,·,, 
to promovem a quimiotaxia e a degranuJação de mastócitos, 
como ~ fazem os componentes C3a e, em especial CSa, sendo 
denommados anafilatoxinas (Figura 6.18 ). 
figura 6.16. As imunoglobulinas podem se diversificar quanto aos isotipos (classes 
iguais existentes em cada espécie), alotipos (imunoglobulinas só existentes em alguns 
indivíduos de uma mesma espécie) e idiotipos (imunoglobulinas próprias de cada in-divíduo). 
ATIVIDADES BIOLÓGICAS PRIMÁRIAS DAS 
f MUNOGLOBULJNAS 
As atividades biológicas das imunoglobulinas podem ser 
primárias ou secundárias. As primárias são as resultantes 
biológicas provenientes da união entre antígeno e anticorpo, 
como a capacidade de promover lise contra o antígeno, por di -
ferentes mecanismos. As atividades secundárias resultam das 
características de cada classe de imunoglobulina, podendo-se 
citar a capacidade-da IgG em atravessar_ placenta. A porção 
constante é a principal responsável pelas atividades biológicas 
secundárias das imunoglobulinas (FigW.íl.2..!ZL . 
Figura 6.18. Estão descritas as atividades biológicas primárias das imunoglobulinas. 
ATIVIDADES BIOLÓGICAS DAS CLASSES OE IMUNOGLOBULINAS 
A lgM é sempre a primeira imunoglobulina a ser sintetiza. 
da diante de um pwcesso infeccioso, indicando uma infecçao 
presente. Sua eficácia maior é contra bactérias Gram-nega-
tivas. É a melhor imunoglobulina que. ativa a via clássica do 
complemento, unindo-se a Clq; a união de IgM ao anticorpo, 
com ativação do complemento e formação de MAC, resulta 
em lise. É aglutinadora, formando agregados incapazes de 
·· ·- ::Cf 1 d d' IU/3/Ó~Õl<• ~ e,nt~é,a ;'?f '' """''"' muco"', fmp<dindo, penet,ação d, mkm,gru,J,. 
Pr(márl~S, . /SU t1 ?~ -ª
5
1 
· · ,.;; •i ·("-'·r·~o"s' e· 'm· lgG'l·)·. ;_: mos. A IgM neutraliza toxinas, atuando diretamente nelas ou f · •1· ·. r · ,ns antip'o issaca,,~eos. con 111: , ,. 
-~~po ª",'"% . . , , "'~"' ."; . ', ~, p0<mocanismod,<1,ream,nto(Figura •f9J. 
~'!l!.!'"!~1-!PWílfl>{a'.; ".'',{;,t , · •. ' , ->, { A W, tom moia-~d, long,, podondo ainda = , into,J. 
liàmilán~ e Atlvtdád,,,,,,;,/1"!, rada(lmeous,ubdasit ""' po, linfócito, B d, momó,ia r um, im~oglobulin, E
. .;, I · '. lgG,trav,isa plarej~,lgA fa? defesa em ffiU[P>l,',, d, m,mó,ia, ~tá p,=,k m~mo n, '"'' nct, d, inf«ção xemp o, , . . ", , .,. d , - , . " ti . . b , . 
· · ' . ' ,, . . ·. . . . . atual, iodia, o iou><ç,o F'~"-< < <><ato 'ºQtc• -~"''" ;'
·gu:, 6 17 As atividades .primárias das4munog_lobulmas result~m do efe,(o d,reto en.ca·p· ·•uladas revestindo ·tais bactérias e facilitando a fagoci-
. ... • • · . · • · ·d d dáras sao caractensticas a " ' 
ooni,aoo apóia o_oi~ ao '"-"'''.'. k_ •:• ª ,S ".'"" .,,'. : .. ,. . · . ·,.,,-( opsot,;~ção). A lgGt ,-,, JgG3 "''"""':' vi,· dás,J" do 
, 'Cad,dam1'e im~oglal'"'m>" ; . . . · . · '·· ·. • , · · . ·, · · · · · · ·, · · · : ' ' . . . .~ ,: . . . . . ·-
s 
a 
ª' çê 
m. 
de 
res1 
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2<:n, 
são 
leos· 
1 
/ 
_/ 
f 
complemento en 
quena escala • !quanto a lgG2 rea) · 
e a gG4 • iza essa . 
crorganismo. nao o faz. 1: 1 . ativação crn "'"· 
s entre s · ai , ag utinad ,,, 
certos antígenos I, em ser bloquead ora, unindo mi-
l • como p, ... : ora ao · e es penetrern n .. - uculas de a' r,- . Ottundar 
as muc · -vs, imn-1,_d 
tamente ou p 1 °sas. Neutraliza t . r-\llll o que 
maiores quan~i~ c ;reamento. A IgG atra::as, atuando d~ 
mucosas, rneca a es no terceiro trimestre da a plac~1a (em 
rec , n1smo que ocorre d f, e gestaçao) e as 
. eptor l·c neonata] (RF N e orrna ativa, por mcio de 
nato tem IgG recebida dcy ). DeV1do a essa atividade o neo 
- a mãe e d • · 
no ~ordao são iguais aos da mâ • quan o de termo, os níveis 
meio de neutrófilos , . e. A lgG permite a ADCC por 
tas células possuem • monoc1tos/macrófagos e células NK (es-
A lgG2 receptores Fcy) (Figura 6.20). 
tem maior capacid d d . 
polissacarídeos e I ª e e reagir com antígenos 
, nquanto gGI I GJ 
nos oroteicos solu' ve· . e g atuam contra antíge-
' · 1s ou virais u d 
contra b-ict, · · ma parte e lgG2 tem ação 
Str t . ' . e nas encapsuladas ( cápsula polissacarídica), como 
. ep uwtcu~ p 11eumoniae e Haemophilus inrjluenzae. Esses an-
ticornos an ti I" 'd 
. . ,.. . po issacan eos, ao revestirem tais bactérias fa. 
~ li tam a tat1ocito_se (opsonização), atuando como opson{nas. 
1 °1 la! motivo, diante de pneumonias de repetição, é impor-
1. Pri 
2. Efi 
3. Ati 
4. Agi 
5. Ne 
Figura 6.19. Estão descritas as atividades biológicas da classe lgM. A presença de lgM 
se11Ca 1nd1cJ infecção atual (no momento de coleta). 
-1. lmunoglobulina de memória (infec5ão pas~ad~f · 
2. Eficaz conti:a bactéria~ enppsulaâas (opsonização) ·. 
3. Ativa cÔmplemento (lgGl ~ lg(i3) , · 
-4_ :Àgll!tinad~ra: e bloquea<tora · . · . 
5. Neutraliz~ toxinas · . · . . • 
6. Atravessa'piâcenti(presénte riõ,recém-nasciqo) , 
7 Pemíite citotoxiádade de1iindevºrr de antiCO[IJO (AD(() 
. ' . , 
Jmunoglob 
'Atrave.ssa a piaé 
Opsonização_de bactérias encapsulaa~s 
capitulo 6 IMlNOQ.~ 57 
lanteª pesquisa de anticorpos antipolluucand,os 
subclasse lgG2 (Figura 6.21 ). • cor1114lo. ~. 
Aliõ é a d asse de imunoglobullnas mpon:i.lvcl pd d 
de mucosas, existindo em grandes quantidades em ª du,1 
mucosas ( digestivas. brônquiras. genlturinárlas) ~ .~°:. 6a,L 
· d , . · " ~crctoKQ. 
ain a. por plasmOC1tos de glândulas cxócrinas. ap;irtc d 
· I' I ' · · t en °"" sa 1va, agnma e ll'lte matemo. eficaz na defesa cont"' b~c,, . 
nas, e_nter'Oví.rus (em especial virus da poliomielite) e Glard,
11 lambl,a. Atua diretamente em pili bacteriano, seja globul11r ou 
filamentoso. !:. aglutinadora e neutraliza toxinas. A lgA une-se 
a antígenos ea fagócitos, favorecendo a fagocitose (opsonl?íl-
ção). Por meio desses mecanismos, Impede a pcnclr.lção de 
alérgenos através das mucosas (Figura 6.22). 
eosf 
"humana 
Figura 6.21. Anticorpos antipolissacarídeos estão contidos na subdasse lgG2 e Ião 
responsáveis pela defesa contra bactérias com cápsula lipopolissacarídica. 5trrprococwi 
pneumoniare·Haemaphilui inffuenzae são bactérias encapsuladas e os agentes etioló-
gicos mais frequentes de pneumonias, sendo necessários anticorpos antipolissacarídeos 
para a defesa imunológica contra tais bactérias. Em caso de pneumonias de repetição, é 
necessária à lembrança de possível deficiência desses anticorpos e, nessa deficiência, a 
prevenção de pneumonias é feita com reposição de imunoglabulina.humana. 
1. 'Principalirnunoglobulina das mucosas (se<~ões) 
2. Eficaz contra bactérias, enterovírus, Giardia lamblia 
. 3. · Aglutinadora ' ' 
4. Neµtraliza toxinas 
5. Opsonização 
6. Impede a penetração de alérgenos 
·Figura 6.:ZO, rstão descrita_s as atividades bio'.ógica_s da cl~s~e_lgG A lgG é uma_ : -•~)!$- .- . . . 
. imunoglobulina considerad_a de memóna (mfecçao previa) e-e a unica que a_travessa . · • . · . . . · : . . . . AI A é a ntKip.il 
il pldcentá dando a defesa ao neonato; é importante na defesa contra bacteuas en- Figura 6.22. Estaodesc11t.11 as a11v1dades ~1olog1c~s õo_isollJ!O_lgrl. _ ~
1
, • l~g 'nl.l} • 
. 1 d·-· . . • . . ... . . . . . ·,.,. . ' .... . . ·.. . .. . : ~. , .. ir1wno.9lobÚ!iria'ae deresarni mufol.is, c_ontida ílcl'i d1Rtell_te5 Sl'(l~ oe~_1;.ell~. . n_ . : . 
capsu a as. __ , . ._. . . . . . .~ • .· . . · ... , .· · · ·. . 
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58 IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO 
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h 1 · tos· linfóci-A .!gf é importante na defesa contra e mm ·. . 
d h. , d JgE por plasmoc1tos. A tos Th2 são aciona os e a smtese e . b 
lgE une-se, então, à superficie de he_lmint~s.por meio de Fa 
e a eosinófilos por meio de FcE, pms eosmofilos apresentam 
receptores de alta afinidade para FCE (Fa;RI), resul.tando na 
ADCC contra helmintos. Os eosinófilos liberam granulos de 
proteases, resultando na degradação direta de helrnintos que 
vivem na luz intestinal. A lgE participa, ainda, das alergias 
lgE-mediadas, unindo-se por Fab de alérgenos e a Fa; de mas-
tócitos (FCER!), com degranulação dessas células (Figura 6.23). 
A principal atividade biológica da .!gQ baseia-se no fato de 
que quase toda lgD se encontra unida à superficie de linfóci-
tos B, e, quando assim presente, o linfócito B torna-se madu-
ro. Dessa forma, a lgD é importante na regulação da resposta 
imunológica humoral, promovendo a diferenciação final de 
linfócitos B. Sua atividade como anticorpo é mais restrita, sen-
do, entréil[anto, importante pelo efeito clínico que determina, 
atuando contra antígenos nucleares, tireoidianos, proteínas do 
leite, insulina e penicilina (Figura 6.24). 
figura 6.23. As prtncipais atividades biológicas da classe lgf ocorrem após a união 
de lgf a helminros, por meio de Fabda lgf, e a eosinófilos, por meio de Fc da lgE, ou, de 
forma análoga, a ácaros e a mastócitos. Aµmentos de produção de lgE específica podem 
ser observados em helmintíases (lgE específica contra o helminro) e em alergias (lgE 
específica contra o alérgeno) . 
DIMERIZAÇÃO DA lgA 
A IgA monomérica é sintetii.ada por plasmócitos diante 
de um estímulo específico e se encontra principalmente no 
plasma. A medida que é necessária, é transformada em IgA 
dimérica, pelo fenômeno conhecido por dimerii.ação. Plas-
mócitos sintetizam monômeros de IgA, especialmente IgA2, 
que é mais resistente às proteases; produzem também a cadeia 
polipeptídica "J''. Os dois monômeros de IgA e a cadeia J são 
captados por receptores das células epiteliais da mucosa, pro-
dutoras de uma glicoprotdna denominada componente secre-
tor (Figura 6.25). 
Assim, o dímero formado inicialmente é instável diante de 
enzimas. Esse dímero, ao atravessar a célula epitelial em di-
reção ao lúmen dos sistemas digestivo, respiratório e genitu-
rinário, recebendo o componente secretor, que envolve tridi -
mensionalmente o dímero IgA, torna-se resistente a enzimas. 
A I~ secretora é principalmente dimérica e passa para a luz 
dos ~versos sistemas, exercendo aí importante defesa imuno-
lógica (Figura 6.26). 
d A_dimerização da IgA não ocorre ao acaso, e sim quan-
~ CXJsaltem antígenos no lúmen dos sistemas. Acredita-se que 
CXJsta gum mec · 
. . amsmo, provavelmente pelo próprio antí e-~~ que ~n":e informação para o linfócito B, promovendo :ua 
• erenc1açao em plasmócito, com posterior dimeriza -çao. 
-(1tlJ2-1~1, · 
-rD---tr .. ii.-ft"~ªª··1. . (l:due! __ s. 
Figura 6.25. Para a dimerização da lgA, há síntese de lgA sérica e de cadeia po/i-
peptídica J pelo plasmócito, assim como de componente secretor pela célula epitelial da mucosa. 
~ 
"" ,' l Componente fgA "\ r.- V~"' U\. •Jl.fjJClllllt'~ . 1 ' . . f 4
' .... , · ' 
1 
'l'f'I o d ,·. · • . ,. . . secretor . 1 
-<t1~,1 ... J._..,-.~'.e, g esuper1c1e , lgAmonornenca . Cade1aJ 
1 
• • .., • . 
· • -:--·~- '"" : . · .' • . . · · 911 ioonQroenca . . . . . . . 
. · •' . : . Pigurét6.26:A maiorJJdrte da lgA swetora é um di1iiero fo1madopo1 dois monómeros · f ig_ura ~-~4. E1tão ~fSHi\as ~\ atividad~~-b-~lógieqs_d~ i\O_tip_o_ ~D A .~D.~~ de!er!llin?r • . ?e. lgA> u~i~s_ por cadeia_J; a mo!écu/a é_rntrl'iaçada pelo conwonenre~ecretur." que dá _ 
a maturaÇão de Íinfódtos B, ejtá r11acionaqa) iequláção dá reiposta_ ád1ptaUva húmO{al. ·· ·. rna~1/io!d~ J 1~u,1~gl~buhna .dim11~ de ~nzimasp1oteoht1Cos P.t~é_ni"es has ~il'çói-~ · 
.. ·- ': .:· ·- .-:~-- :.:.: . . ·, .-. . ·. ··- . . '· .. : .. . _. ·. . .. .. . · . . . . .. . . ·.· .. ·.. . .. ·' :· • . . . . . . · .: 
, . ... 
MUDANÇA D 1Mur,,oGLoaM~se DAs 
A mudança (sw ·tch 
outras irnuno J , ) de classe de 
c~ntra.r a class! obuJinas é decorrent}~M ou de subcJasse para 
logicas necessár?u a subclasse que apre e uma tentativa de en. 
1 º - C ras para defesa cont sente as atiVidades bio-
oo era ão de T . ~ aquele antígeno. 
linfóc· B ªYX.rliar ara B 
ito sem o ªUXíl' , uma vez que 
cooperação de T ªUXi.li: de T só sintetiza IgM. A 
ferenciado (pias ó . Para B faz com que B di-
m cito) de· d . passe a sintetizar IgG IXe e prodUZJr lgM e 
de moléculas de adesãoº~~gA ou IgE, na presença 
(Figura 6.27). 4oL em Te CD40 em B 
2º - Para a mudan d 1 
tes tipos de T ça -~ c asse, são necessários diferen-
to . aux1 iares (Th), com 12[odução de ci-
c_mas. Th pode diferenciar-se em ThJ sintetizad 
de int~rferon-gama (IFN-y), e a cooperação perm~~ 
te a d1ferenc!ação final em plasmócitos produtores 
de IgG. A diferenciação para Th2 com síntese de 
IL-4 e IL-13 resulta na mudança de dasse para IgE. 
Th2, ao sintetizar IL-5, IL-10 e Th3 produtor de fa. 
tor beta transformador do crescimento de colônias 
(TGF-f3), promove a diferenciação em plasmócitos 
produtores de IgA (Figura 6.28). 
3° - Após a cooperação de T auxiliar por meio de citoci-
nas, ocorre a mudança de classe dentro do linfócito 
B com a troca da rçgião constante da imunoglobu-
lina, pois a cadeia pesada dará outra d .. ,.~, com ou-
tra atividade biológica. A mudança de classe ocorre 
após B ter contato com o antígeno, ou seja, depois 
de B apresentar comprometimento antigênico, per-
manecendo a região variável específica para aquele 
antígeno (Figura 6.29). 
capftu10 6 IM~OGLOBU..JNAS 59 
IJfüC o\-j@NnGLOBULIN6' 
. Para a muôança de drue ~ii'i:<&lna a cooperatao de 
lipoíde T ~uxiliar'es p~uto,es ~ diferentes dtocinas 
- ~ 
~{ij-~ 
•~ 
Figura 6.28. Na mudança de classe da lmunoglobulina, T auxiliar em repouso pode 
diferenciar-se em Ih 1 ou Th2 ou fh3, produtores de diferenr rs ci1ocinas, corno lfN-y e TGf-~. 
Figura 6.29. Na mudança de classe, oque muda é a região constante, pois é a cadeia pe- . 
sada da região constante que determina a classe e dá a atividade biológica. A região variável 
é específica para o antígeno que deve ser combatido, permanecendo a mesma com a inu- · 
dança de classe, pois já houve comprometimento imunológico do linfócito B com o antígeno 
Mudança de 
classe 
A mudança de dasse ocorre em órgãos linfoides periferi-
cos, predominantemente em centros germinativos, por me-
canismo especializado de recombinação de DNA em porçõ<'s 
gênicas denominadas "regiões de troca''. 
Figura 6.27. Na mudança de classe (swilch) da imunoglobulina, o plasmócito deixa MATURAÇÃO DE AFINIDADE DAS 
de sintetizar /g_M (sempre a primeira a ser si~tetizada) Pª!ª produzir ou1ra classe de I_MUNOGLOBULINAS 
· imunoglobulina: lgG ou lgE ó~ lgA, com diferenles ativid~àes biológic~s! sendo neces- . · 
sário que B receba_~ coopera)ao d~ T aux1l~a_r, ~om interaçaq e~tr~ molec_ula1 de a~es~9.. . . __ Entre as características importantes das imunoglobuli• 
éQ4ÓL/CD40 (alem de oúíràs_éstudad~~ º.9?~ír~1~·_11.:-·Ap_reseota~?-~~tigên~~)-: ·-: _11as, ~·ncontfo-se_a-. .iispec'ificiê;l~de, ~ue .é po·ssívélJjela gra1ide 
, - . .· .. . . . .·: .. . . . . . \ . , . . ; . . . . . . . . .- , 
·. ··' . . 
60 IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO 
diversidade dessas proteínas. Plasmócitos sintetizam imu-
noglobulinas específicas para determinado antígeno, que 
inicialmente foi endocitado com duas IgM de superfície por 
linfócito B. Cada linfócito é predeterminado a uma diferen-
ciação final, visando ao antígeno em questão. A diversidade 
das imunoglobulinas é dada pela recombinação de segmen-
tos gênicos V e J. que codificam as cadeias leves e V, D, J, 
responsáveis pela codificação das cadeias pesadas. Além da 
recombinação desses segmentos gênicos, há grande diver-
~idag~ nª região aminoterminaLe na rei:•ião da dobradiça 
-- - --
outorgando, ao final, uma diversidade extrema às imunoglo-
bulinas. Assim, um adulto apresenta cerca de 107 a 109 molé-
culas de diferentes imunoglobulin~ • 
Os linfócitos B diferenciados, na presença de antígenos 
nos centros germinativos de órgãos linfoides periféricos, 
sofrem mutações aleatórias dos genes codificadores de an-
ticorpos (hipermutações somáticas), passando a sfntetizar 
anticorpos com maior afinidade. Esse fato vai se repetindo 
sucessivamente após os contatos com o antígeno que indu-
ziu tal mutação. O resultado é a formação de plasmócitos 
produtores de imunoglobulinas que apresentam cada vez 
maior afinidade. Tal processo· é conhecido como "maturação 
da afinidade" e permite melhor defesa humoral contra deter-
minado antígeno. 
Após tais mutações sucessivas, prevalecem os linfócitos B 
de memória produtores de imunoglobulinas de maior afinida-
de. O fenômeno estende-se a todas as classes de imunoglobu-
linas (Figura 6.30). 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
Habitualmente, diante de um antígeno são produzidos an-
ticorpos com diferenças entre si, oriundos de diferentes clones 
de células B. Fala-se em anticorpos monoclonais para aqueles 
iguais entre si e originários de um único clone de linfócitos B 
(Figura 6.31). 
Para a obtenção de anticorpos monoclonais, geralmente 
são sensibilizados camundongos com o antígeno para o qual 
se deseja uma resposta imunológica. É então retirado o baço 
desses animais, porque as células B esplênicas são grandes pro-
dutoras de imunoglobulinas. Sequencialmente, são acrescen-
tadas células humanas de mieloma múltiplo, que têm como 
característica pertencerem a uma linhagem celular de prolife-
ração contínua. 
'~~\-{', 1;r, rn-(f.'íliif%º lil~\!;~t~J; ' ' ,l_,,_,~J.í\r_;{ 
ij~ . 
figura 6.31 . Anticorpos monoclonais são originários de um único clone de células B 
diferenciadas ~m plasmócitos. 
Na presença de licol . . 
!::)oi~~!doos ce~ular!s (lin~;~;;~~;n;~ ~: ... fusãdo dos genomas 
• ""' ongem a .1 , .... ,un ong d As células e · uma ce ula híbrida . 
0 
e e mie-
m excesso de miei _ 'munna e hum· • 
.cultura contendo 1· . orna sao destruídas ana. ipoxantma A 'I em mei d 
seguida, .várias diluições par . ~ ce ~las híbridas sofrem o 6----
~s,s~ célula híbrida única é tr;a~at::ao ~e uma única céiu~: 
m1c10, após alguns dias , , me10s de cultura d d . 
. , a smtese de r , an o 
onundos desse único clone celul : ic_orpos monoclonais 
A utiliza~ão de anticorpos ~ pro ~z1do. 
·d •fi - onoc onais d 1 ent1 caçao de antígenos sol•\ve· d , po e ser para T ·co ., IS e e celulas (an ·e 
. . . '. anti 19. 20 ou _21 para 8 ' outro,). São ót<iso " 03_ ~"' 
Figura 6JO. No ~ocesso de mawtaro da afimdade, llnfótftos B dlfeten"dos so- çao d, ,ebpopul,ço" d, llofóclto, , d, 1, . . ',d,otohra-
frem mutações sute5'vas~ue dãoorigem a pfasmóeiros ptOOu~es de 1•unoglobO, ".' d<te,ção d,_•~"!'"°' lro,o<itá<lo, h u<o«tru anómalo,, 
na, queapio,nlam cada "1 maklt>fiOdadeaoaotlgeno O, hnfóeitO• Bde memória hon1'õoio,, d> ,ntíg,ooO "ia<iooad.oi , iu=••ru (HLA), d, . 
. qÍlf f)(<lalecem são ~ p,od u_~s d_e l~':".'9!ol>Jlf_np de mal~ afin•;de, res_ulta~do . /' leu«m ;., , l lofoma,, , ~. ;d;o ufi,.,ça~ ';;;°;,"': ·•~ '""'"" . 
· em melhor ,,resa•»""'ªI ,011,, oanng,,.o mdcW< da m,_,~., · .-. .- . _-, ,.,,,;u,: · · · "'· · ···· · • · . ·· . . . . .: : ..... ~~''.'"· •uu, 
. . . . . . ' . . .... . . . . .. ' ... . ·.. ·. •· .. . .. . . . . .. . . . . . "· 
, ~ 
il 
Figura _6.32. A fusão de linfá<itos B . -
com ilnfocitos B de uma linhagem produtores dos anticorpos que se deseja obter 
um plasmócito híbrido que sinteti~ue prolifera rnntmuamente (como mieloma) forma 
' apenas um tipo de anticorpo_ 
Exis~em cada vez mais tratamentos com anticorpos mo-
noclonais para diferentes doenças, como leuc~mia linfocíti-
c~ aguda e crônica, leucemia mielocítica aguda, linfomas de 
celulas B e 1: alguns tumores sólidos, rejeição imunológica a 
transplantes, doença do enxerto versus hospedeiro e doenças 
reumatológicas, Os imunobiológicos (derivados de materiais 
vivos) antiCD3 podem ser úteis na rejeição celular de trans-
p lantes e os antiCD20, em linfomas de células B. São promis-
sores os tratamentos com anticorpos monoclonais, 
.. . . . . . :. - ~~ . . 
.. . : . 
capítulo 6 IMUNOGLOBULINAS 
sã To~ci_dade e efeitos colaterais dos anticornos monodonais 
0 pnnapalmente devidos ao componente murino: mal-es-
tar, f~, náuseas, vômitos, diarreia, urticária, broncoespas-
mo, hipotensão e analilaxia. Quanto menor a fração murina, 
menor será a reação desse anticorpo ao ser humano. 
Há uma padronização para os anticorpos monoclonais. 
utilizando-se diferentes sufixos, conforme a origem: ximabe 
para monodonais quiméricos; zumabe para os de origem mu-
rina/humana; e humabe para os provenientes só de humanos 
(Figura 6.33), 
Figura 6.33. Os anticorpos monoclonais têm aplicabilidade atual e com futuro pro-
missor_ Há padronização dos sufixos utilizados na denominação de anticorpos mono-
clonais, de acordo com a origem de tais anticorpos. 
ANTÍGENOS 
,· 
CONCEITO 
Antígenos são substâncias capazes de promover uma res-
posta imunológica. Em condições habituais, o organismo re• 
conhece uma substância estranha e promove a defesa imuno-
lógica. Inicialmente os antígenos são combatidos pela resposta 
in ata, por meio da barreira físico-química, afluxo de neutró-
fi.lo 0, monócitos, eosinófilos, síntese de citocinas da resposta 
inata, podendo haver ativação do complemento. Sequencial-
mente, é acionada a resposta adaptativa humoral (com o re-
. pertório de anticorpos) e a adaptativa celular (com diferentes 
receptores de linfócitos T), e a produção de suas citocinas. 
Na grande maioria dos casos, os antígenos são substâncias 
realmente estranhas ao organismo (non-selj), como patógenos,. 
havendo defesa benéfica ·ao organismo. As vezes, essas sub,s-
tâncias pertencem ao próprio organismo (self), mas ? sistema 
imunológico entende-ascomo estranhas, provot:ando uma 
resposta imunológica. · 
~ 
nológica, sendo necessária sua união com outras substâncias 
para que possa haver defesa. Haptenos conseguem apenas in-
teragir com os produtos da resposta imunológica, previamente 
formados. Quando haptenos unem-se a proteínas, denomina-
das carreadoras, formam-se antígenos completos ou imunó-
genos. Há, então, ativação da resposta imunológica, podendo 
haver formação de anticorpos contra o complexo hapteno/ 
carreador, contra o hapteno ou contr~ o carreador. 
Adjuvantes são substâncias que, qµando unidas a antíge-
_nos, aumentam seu poder antigênico, fazendo com que ele 
permaneça ha circulação porum período maior, assim inten-
sificando a resposta imunológica. Os adjuvantes são muito • 
utilizados na composição de vacinas, sendo o hidróxido de 
alumínio ou alúmen muito utilizado, como nas vacinas con-. 
tra difteria/pertussis/tétano, hepatite; Haemophilus influen-
zae e Streptococcus pneumoriiae. O hidróxido de alumínio não · 
é o adjuvante ideal, pois pode causar reações adversas como 
alergias, além· de poder, por si só, determinar uma resposta 
imunológica. Os adjuvantes são importantes nas vacinas, 
uma vez que, na sua ausência, o antígeno vacinai pode ser 
~ rapidamente destruído, resultando em menor resposta e bai-
0 EN O MI NAÇOES xa memória imunológica. Encontram-se em experiment.1\-ÜO 
b t• ·as estrà- outros adjuvantes. Algumas vacinas contêm substànch1s qu< , • d · - s são utilizadas para su s anci . • • . · Vanas enommaçoe . , atuam como adJ·uvantes, como a vacina anttrr.1b1rn. ant,po· 
. . I ' . Antígenos ou imunogenos ou .- . . . 
nhas ao sistema ununo ogico. d liomielite contra sarampo c.Lxumba e rubfola; sno J,tos .iJ-
, nos com12letos são substâncias capazes e promover a . .' • 
ant1ge . , . . . das ubstâncias e:icógenas ao .J_uvantes mtrín~ecos. . . . . . . . . . . . . 
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imU· 
.idade 
idas a 
1, sendo 
.:brados 
,eiro ser resposta 1munologica: A ma~ona J; • • •• Alér~enos .são aritíg.enos lllll!·prQmov.etn r~spo~a ll11lll10:- . . . · . . 
organismo é .de imunogenos. · · . · 1 · · · ·ndo a Iógfca exacerbada, origin,111cl.o rellções ele hipersensibiliJad~ · .. _ ~ • . . , 1 h t . ou antígenos mcomp etôs qua .. . . . . .· .,.. . . . • . . _. ·•. . . . . .-. . ·-· .. . . .. .. . . .. . .. . . Fa a-se e~ ª? ~~-os . ,. . . .. -. · · ··· ·osta imu: ou aÍergias 0·.1gm,, 7. \). .. . 
. reà•liM· . 
substári-éia.por si s~ _não conse8:le _pro1;-1o~e_~.ª res~ . :·· . ,,_ .. . ,. ,. .. . . : . . ·,:- . 
. ·•'- .· . ·. . . ... .. . ·· . , .•• '·• 
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mrsr- . 
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Br,-;; ·-- 66 
·~':~:. ' IMUNOLOGIA DO BÁSICO AO APLICADO 
Figura 7.1. Conceito de antígenos e diferentes denominações utilizadas. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTÍGENOS 
?~ an_tígenos podem ser classificados quanto à origem, à 
espe;1e e a natureza química. Fala-se em antígenos endógenos 
e exogenos conforme sua origem seja própria ou não própria 
ao organismo. A resposta imunológica contra um antíge-
no exógeno é benéfica ao organismo, desde que não ocorra 
de fonna exacerbada, como em alergias. A resposta imune a 
antígenos endógenos é benéfica quando ocorre contra células 
anômalas, como neoplásicas. Entretanto, a resposta a antíge-
nos endógenos poJt ser dcletéria, como é o caso de respos-
ta imunológica contra o DNA próprio do indivíduo, que, ao 
deixar de ser reconhecido como próprio, resulta em doença 
autoimune. 
Quanto à espécie, os antígenos podem ser classificados em 
xenoantígenos, aloantígenos e autoantígenos. Os xenoantíge-
n.os são antígenos comuns a determinada espécie animal, es-
tando presentes em todos os membros daquela espécie, como 
os xenoantígenos humanos. Fala-se em aloantígenos para 
antígenos presentes em alguns membros da espécie, como os 
aJ~antígenos dos grupos sanguíneos é os de um doador não 
HLA relacionado ao receptor do transplante. Os autoantí• 
.. genos sã~- substâncias próprias do organismo, consideradas 
estranhas pelo sistema imune, podendo ocasionar doenças 
autoimunes. 
Quanto à natureza química, existem antígenos proteicos 
polissacarídeos lipídios e complexos químicos. As proteí-
nas são, em sua maioria, imunógenos, geralmente com alto 
poder antigênico; os ácidos nucleicos quase sempre atuam 
como haptenos, como no lúpus eritematoso sistêmico. Os 
polissacarídeos podem ser imunógenos, haptenos ou não ter 
~!:i'!fi: !,'. 1 \! .~i~' r:ttíltKmtr: 
. ló externo) 
ó ~~fri4,?r~]Íis.gi o) -~ '' 
,, ,;x~rioantrOenOs (próprios da espéci~) . . .. 
• :, Afoaritígenós (plóprios dt?alg~os membros da espécie)_ 
-~ · Autoântfgenos (próprios do indivíduo) 
.,,, __ ' .. , , , 
l(~ 
• ,PrOtéínãs ím.ai.OUª ~ it_l)unógena) 
;ácarídeos·,i· 
"' ,, os) 
Figura 7.2 . Classificação dos antígenos quanto à origem, à espécie e à natureza. Os 
antígenos são complexos químicos ou proteínas, em sua maioria. Alguns haptenos im-
portantes são proteínas, como no lúpus eritematoso sistêmico. 
ESTRUTURA DOS ANTÍGENOS 
Considerando-se o peso molecular, antígenos acima de l 00 
kDa (100.000 dáltons) têm alta capacidade antigênica, fazendo 
exceção aos cálculos renais, que, apesar do alto peso molecu-
lar, não determinam respostas imunológicas importantes, por 
razões não bem esclarecidas. Complexos com peso acima de 
1 O kDa em geral atuam como antígenos. A maior parte dos 
alérgenos tem peso molecular entre 5 e 70 kDa. Substâncias 
com menos do que 4 kDa quase nunca têm ação antigênica 
(Figura 7.3). 
iiiiwl1Utt§8J 
~~ •. ;7"~c-=Ec~=-· _..,,.., .. 
fo·1( 
~o~~ôRMhçíip ANTIGÉNICA 
alêrgenos 
íg~rfQS 
:Sõesfiatvraç~o-' pÜde dei~ãr,d,~. ser imuiíógeno 
,-~Alràfo rgas elétrícas· afastam células de defesa 
_ação_ antigênica. Os lipídios quase nunca são imunógenos, Figura 7.3. os antígenos apresentam diferentes pesos moleculares e conlorma_ções. • 
podendo às vezes ser hapte!)OS. Qs complexos quírn_ico~ são A maiorJa dos _anttgepos apresenta peso molec4tar aoma d~ 5 kl)a A conformaçao d~ _ . 
imunógenos, determinando alto nível de resposta ·imunoló- um antígeno é modificada conforme haja desnaturaçJo ou altas car_gas eletncas em 
. • •gica,fFigura 7)f: · · . • ' · -.· -· . ·. •, .. , ~ua m~écula_.· · · ·.- · '· •·· · ·· · · ' · · 
. . . ... . : :. · · : .. .. · .. · ... 
-~ · 
1 
1 
Os antígenos diferenciam-se . d 
. • . A 'ain a quant , 
capítulo 7 ANTIGENOS 67 
ant1gemca. ssim, algumas s b • . ' o a confonna -
• u stanc1as q d çao tem seu poder antigênico alt d • uan o desnaturadas sim, por Via epitelial, subcutânea e intradérmica, os antfgenos 
s~o levados para os linfonodos mais próximos de sua penetra-
çao, através dos capilares linfáticos e vasos linfáticos aferentes. 
Há proliferação de linfócitos nesse órgão linfoide secundário, 
resultando ~m adenomegalia regional, na proximidade ~a in-
vasão antigénica. Quando os antígenos penetram por ~a en-
dovenosa ou intraperitoneal, são encaminhados pela ci~cula-
ção sanguínea e linfática para o baço. O encontro do anugeno 
com linfócitos leva à proliferação dessas células no baço, com 
esplenomegalia muitas vezes dependente da intensidade de 
A , era ºParam · • 
s protemas apresentam um d - ais ou para meno 
· á . a or enaçao • s. 
ammo c1dos. Qualquer altera ão d na sequencia de seus 
guração globular da proteína lç , e;a sequência ou da conti-
resultar após exposição ao caleva ~ esn~turação, a qual pode 
d · - d or as rad -
a içao e ácido ou base ou ' - iaçoes ultraVioleta, à 
a1 , ' por açao mecân. E sos, os ergenos, quando d ica. m vários ca-
antigênico. esnaturados, perdem o seu poder 
Altas cargas elétricas tamb , d 
d d em etennin • e e uma substância. Na maio . d ama antrgenicida-
cas, positivas ou negativas af. ~a os casos, altas cargas elétri-
defesa imunológica alte ' d as am os antígenos das células de 
, ran o o poder antigénico (Figura 7.3). 
EPÍTOPO ou DETERMINANTE ANTIGÊNICO 
. Epítopo ou epítope ou determinante antigénico é a parte 
ativa da molécula do antígeno, ou seja, a parte da molécula 
~ue prom_ove a resposta imunológica. A maioria de epítopos 
e constitu1da por grupamentos de aminoácidos (Figura 7.4). 
. . . · mias persistentes resposta imunológica. Bacteremias ou Vire . 
determinam esplenomegalia, sendo esta indicativa de uma in-
fecção mais intensa (Figura 7.6). , 
Figura 7.5. O número de epítopos existentes em um antígeno é variável e sua locali-
záção depende da configuração do antígeno. 
Figura 7.4. Epíropo, parte ativa da molécula daJotígeno em relação ao sis tema imu-
nológ,rn, geralmenre é constituído por grupamentos de aminoácidos. 
Um mesmo antígeno pode conter mais c,lo que um deter-
minante antigêrúco. Nos antígenos lineares, os determinantes . · 
antigênicos geralmente situam-se nas extremidades, o que fa-
cilita a união a produtos da resposta imunológica. Em antí-
genos tridimensionais, epítopos preci~am esta~ na superfície 
ex·terna para que possam atuar como tais. Os ep1topos, quando 
localizados nas porções internas, não têm contato com o sis-
tema imunológico, só provocando uma resposta imunológica 
quando exteriorizados (Figu_~ª 7.5). 
Figura 7.6. órgãos atingidos confor~e a via de administração: os antígenos quepe-
netram por vias epitelial, subcutânea e intradérmica atingem linfonodos, enquanto os 
administrados por via endovenosa ou intraperitonialmenle atingem o baço. 
REATIVIDADE CRUZADA 
VIAS DE PENETRAÇÃO DOS ANTÍGENOS A reatividade cruzada ou reação cruzada ocorre quando há 
epítopo~ iguais ou muito semel}iaotes em aotígenos diferentes. 
Os antígenos _so~em .ª d~esa pda_;~sposta inat~ pat~.de- Os an:icór.pos .formados contra ~~ epítopos. de um antíge
1
;
0 pois alcançar º: ?r~~os ,1'.nfo1de~ ~e:1~er}.~~s. ,E~tes,. ~~o at!~g!- . . ~yo~~r~o :eagiT co~~ra os epúopos \guais ou seilielhantes qe 
dos na dependenc1a ~a Vla: óe.penetraçao dos ant1genps. As- . . ~~t~o-~.i:it1g~po: · · · ··· ·· · , • ·. · . • · ··: · · , . 
.. .- ; _ 
.: . . 
m L 
-
' 
I 
68 
IMUNOLOGIA DO BÁSICO A.O A.PL\CA.0O 
Tropomiosinas são proteínas dos seres vivos, havendo 
grande diferença entre as dos vertebrados e as dos invertebra-
dos. Já as tropomiosinas dos invertebrados são semelhantes 
entre si. Assim, a tropomiosina de um invertebrado pode pro-
mover a formação de lgE e, essa lgE poderá reagir contra a tro-
pomiosin:.L similar de outro invertebrado. Os estudos sugerem 
que diferentes tropomiosinas apresentam reatividades cruz.a-
das mediadas por lgE: tropomiosinas de ácaros (Dermatopha-
goides pteronyssinus, Dermatophagoides farina e), de baratas 
(Periplaneta americana), de camarões e de outros crustáceos (Figura 7 .7). 
a\érgenos da hipersensibilidade lgE mediada. Determina au-
mento de T reguladores, sintetizadores de IL-1 O e desvio da 
população T au..'Ciliar tipo 2 para tipo 1, observado por meio 
das citocinas. os·\infódtos T reguladores adaptativos promo-
vem a "tolerância de observação•, fazendo com que células da 
resposta imunológica não respondam ao a\érgeno indutor. A 
mudança do perfil de citocinas sintetizadas leva à diminuição 
de eosinófilos e, a longo prazo, à diminuição de lgE específica. 
O resultado é o controle da alergia lgE mediada. A imunote-
rapia muitas vezes é utilizada por especialistas, para pacientes 
que não respondem à higiene pessoal/ambiental e ao trata-
mento farm acológico. Necessita de cautela, pois pode desen-
cadear crises alérgicas, uma vez que está sendo administrado 
.-
, í!~~,\")\if:.\~J(d~,)P \1 1 • 
o alérgeno desencadeante da alergia (Figura 7.9). 
-
A dessensibilização baseia-se em administrar doses pro-
gressivas do medicamento até o indicado para o uso terapêu-
tico. Tal procedimento se faz necessário em casos de alergia a 
medicamentos que não possam ser substituídos ou quando o 
figura 7 .7. Reatividade crnzada: anticmpo fmmado contra epítopo do antígeno />. 
pode reagir contra epítopo igual ou similar existente em antígeno B. 
TOLERÂNCIA PERIFÉRICA DOSE-DEPENDEN,E 
, A~tas _dose~ de antígeno ou baixas doses repetitivas levam 
a ª "'.:1se ':1ªª de r esposta imunológica, o que é denominado to-
leranc1a. Corno esta ocorre nos órgãos periféricos, é chamada 
tolerância periférica da resposta imunológica (F igura 7 .8) . 
figura 7 .&. />. tolerância peiiférica ·dÕse-depem\ente pode ser obtida por altas ou 
baixas doses, levando à ausência da i~osta imunológica 
A tolerância - que quase sempre é um m ecanismo dares-
posta adaptativa- torna~se comprometedora quando h á neces-
sidade dt; defes!l irn\,lno_lógica , como no caso de altas concentra-
ções de· antígenos atingirem um org.mismo. Em tâis condições, 
inicialmente há aparecimento de FasL ~D95), resultando em 
apoptose de células de defesa. Somente após um catabolismo 
antigênicÓ, determinado pelo própr~ antígeno. acarretando 
menor quantidade da substância estranha, é que se dá a respos-
ta imunológica. Nesses casos. a defesa leva certo tempo para ser 
iniciada, podendo agravar o quadro do paciente. 
A tolerância imunológica é bem-_vinda quando os antí-
genos estão conduzindo à alergia. Nesses casos. após baixas 
doses repetitivas de antígeno. há diminuição da resposta imu-
nológica por aumento de linfócitos: reguladores,_pe~mitindo 
uma resposta unune habit~al ou ~te mes~o.a ausenc~~ de reft-
p .ost?- irnul}ológiGa: . . . : •. : . , · . · · · _ 
• · - A iffi\illOterapia tem_ con:iº pnnc1p10 bás1~-º a md~~aCJ .?~ 
• , . . • •fé · a •.pcii; rneíô de baçra~ dose~ tepetitivas_ iie 
to1erant~~ ~!~ ~e : · . . . . ·: . ·. ·-:· :_ :·_... . : . _:· ·. , '·, ~-
MW 
•·1f· · 
' ~osinónfos . 
e Ígc. em 1?1'9º prazQ -
~olerJ1n<\!l pe.li{é~!e 
flgora 7 .9.- />. to\eiâ!lcia por baixa\ dose~ié~et\\i'Jils ~ li1l''ºci\lio "t>:í~Ko da in\uliote-
.· rap1, i Qlla\ct.eve ser !~i~a:son;i e~\( il\_O\~Q)9P.riad?S, na ~~'>e)~c\a-Of Q'1~1as.~~e!_1<J.Sll~ 
fl~se e pQr ~rof\ssionals.e\pe~1a\iu)dos; . . , · • · , . ·· ., , 
.- . : - . . . , :"-. ·. ... . . . . ,_ . . . . . . . . . 
.· ,· 
. 0 de vida é maior com a falta do medicamento do que a pró-r1sc 
pría alergia. S? ~ode se~ ~ealizada em pacientes internados, sob 
supervisão medJCa e ut1hzando-se protocolos estabelecidos. A 
dose é aumentada de modo rápido, com muito cuidado, obser-
vando-se todos os parâmetros clínicos. O sistema imunológico 
passa a não responder em forma de alergia contra a quantidade 
necessária do medicamento, por mecanismos não totalmente 
esclarecidos. Na dessensibilização, é induzida urna tolerância 
transitória: há novamente resposta exacerbada ao fármaco, se 
este :for retirado de forma abrupta ou se reintroduzido após al-
gum tempo. É descrita dessensibilização principalmente para 
pen icilina, insulina, cefalosporina, sulfonamidas, rifampicina, 
clindarnicina, isoniazida e metronidazol (Figura 7.10). 
capítulo 7 ANTÍGENOS 69 
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figura 7 .1 O. A dessensibilização para um medicamento é temporária, podendo haver 
novamente resposta com a retirada abrupta do fármaco ou com uma reinrrodução posterior. 
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