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DIR +PENAL+-+Seção+02

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DESEMBARGADOR (A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO __________________.
NOME DO ADVOGADO, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB sob o n.º, com endereço profissional ..., vem, mui respeitosamente, perante este D. Juízo, impetrar 
ORDEM DE HEBEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
Em favor de LÚCIO TEIXEIRA, ora Paciente, brasileiro, médico, portador da cédula de identidade n.º ..., inscrito sob o CPF/MF n.º residente e domiciliado em ..., atualmente recolhido no ..., com fundamento no art. 5º, LXVIII, da Constituição da República, em combinação com art. 648, I, do Código de Processo Penal apontando como autoridade coatora o MM. Juiz da __ª Vara Criminal da Comarca de ________, com base nos argumentos que passa a apresentar para, ao final, requerer:
DOS FATOS
Conforme consta dos autos n.º ..., que tramita na Vara Criminal de Belo Horizonte, Lúcio Teixeira, ora Paciente, teria relação com a morte de ..., - uma paciente que veio a falecer após, supostamente, ter sido atendida em seu consultório e passado por um procedimento cirúrgico, o qual consistia na inserção de silicone nos glúteos. 
Contudo, após referido procedimento, a paciente se sentiu mal, sendo levada por Lúcio ao hospital imediatamente. Ao chegarem, a paciente foi internada, tendo permanecido até o dia 18 de dezembro de 2018, quando veio a entrar em óbito.
Após audiência de custódia o D. Juiz relaxou a prisão em flagrante. Contudo, com fundamento de que as circunstâncias do crime são graves, o magistrado decretou a prisão preventiva de Lúcio.
DO DIREITO
A) DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO 
A prisão em flagrante aplicada ao Paciente, baseou-se exclusivamente na gravidade do ato supostamente por ele praticado. Assim, vê-se que tal fundamento se mostra incompatível com as previsões de prisão em flagrante descritas no art. 302, do Código de Processo Penal.
Assim, como se nota, não há previsão alguma para a decisão proferida pelo D. Juiz, notadamente a conversão de prisão em flagrante para prisão preventiva, dado que o instituto da prisão preventiva, o qual encontra-se previsto no art. 312, do CPP, tem o condão de proteger o andamento do processo, sendo, assim, somente cabível em caso de violações aos atos processuais, o que não se vê no caso in tela.
Ademais, conforme prevê o art. 282, §6º, do Código de Processo Penal, sempre que a regularidade do processo ou da investigação puderem ser garantidas através de uma ou mais medidas cautelares diversas da prisão, elas devem ser preferencialmente decretadas. 
Destarte, além de ter sido preso ilegalmente, o Paciente permanece preso, de forma injusta, pois a gravidade do delito praticado, por si só, não é fundamento para decretar a prisão preventiva. 
Portanto, inconteste que a prisão ocorreu em desacordo com os requisitos previstos no art. 312, do CPP.
B) DO CABIMENTO DA MEDIDA LIMINAR
O “FUMUS BONI IURIS” está caracterizado pela ilegalidade na decretação da prisão preventiva do Paciente.
O “PERICULUM IN MORA” evidencia-se pelo fato de ser adequado ao caso a decretação de medidas cautelares diversas da prisão, ao invés da prisão preventiva.
DO PEDIDO 
Por todo o exposto, impõe-se a concessão da presente Ordem de Habeas Corpus, com a consequente expedição de alvará de soltura em favor do paciente, nos termos em que se requer:
A) A concessão da medida liminar, por estar evidente a existência do fumus boni iuris e periculum in mora, determinando a imediata liberdade provisória do Paciente, mediante imposição de medidas cautelares diversas da prisão;
B) O regular prosseguimento do feito, oficiando-se a Autoridade Coatora para prestar as informações de praxe, com posterior remessa dos autos à Procuradoria-Geral de Justiça. Após, que sejam os autos conclusos para julgamento, nos termos do Regimento Interno deste E. Tribunal.
C)    No mérito, a concessão definitiva do presente.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
Assinatura do Advogado
Número de Inscrição na OAB

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