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resumo para exame de direito romano

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Exame de direito Romano 
Obs.: Pode conter erros
1° Bimestre
Resumo: Curso Elementar de Direito Romano 
Utilidade do Estudo do Direito Romano
Ao estudar direito romano vamos às origens do nosso próprio direito que regulamenta o comportamento humano dentro da sociedade que provém de experiências e não especulações. 
 O curso elementar de direito romano é introdutório, corresponde às Institutas (instituições) de Justiniano que eram de Gaio. Elas eram obras didáticas que iniciavam os estudantes no aprendizado sistemático da ciência do direito (Jurisprudência).
Dessa forma o estudo o direito romano tem como objetivo introduzir os alunos no estudo do direito (especialmente o civil).
Introdução Histórica
O direito romano provém das normas vigentes em Roma, desde a fundação (século VII a.C.) até a codificação de Justiniano (século VI d.C.). A evolução é dividida em períodos:
Época Régia – fundação de Roma no século VIII a.C. até a expulsão dos reis em 510 a.C.
Época Republicana – até 27 a.C.
O principado até Diocleciano – inicio de reinado em 284 d.C.
Monarquia Absolutista – Vai até Justiniano (falecido em 565 d.C.)
Esse período romano também pode ser dividido em período arcaico (até século II a.C.), clássico (até III d.C.) e pós-clássico (até IV d.C.).
O período arcaico (fundação de Roma até século II a.C.), se caracterizava pela rigidez, onde os homens eram considerados como membros de uma comunidade familiar do que indivíduos, a segurança dependia mais do grupo do que do Estado que posteriormente se desenvolve como poder central e passa a criar regras que reforçavam a autonomia do cidadão (indivíduo).
Marco Histórico: Codificação do direito vigente nas XII tábuas (451 e 450 a.C.). Eram chamadas posteriormente fontes de todo direito, se tratava das regras provavelmente costumeiras, primitivas e às vezes cruéis, aplicada a todos os cidadãos romanos.
No período clássico temos uma evolução do direito romano, onde surgem as atividades dos magistrados e dos jurisconsultos, que a princípio não modificavam as regras jurídicas. O pretor tinha funções relacionadas com a administração da Justiça, ele tinha um amplo poder de mando, denominado imperium (utilizou-se dele especialmente a partir da lei Aebutia), ele fixava o limite da contenda (julgava o direito) que podia dar instruções ao juiz particular sobre como apreciar as questões de direito. As diretrizes (rumos) que o pretor ia observar eram publicadas no seu Edito que sucediam um ao outro, pois o cargo de pretor era anual, o que dava oportunidade a experiências valiosíssimas. Esse direito pretoriano de criar regras (Ius honorarium) sempre foi considerado diferente do direito antigo (Ius civile) mesmo quando, na prática, o substituiu.
Além dos pretores, temos a figura dos juristas que interpretavam as leis (a princípio apenas os sacerdotes possuíam o conhecimento das normas o que modifica a partir do século IV a.C.). Essa interpretação não consistia somente na adaptação das normas, como também na criação de novas regras, o que contribuiu grandemente para o desenvolvimento do direito romano, onde os juristas eram vistos com uma aristocracia (privilégio) intelectual. Atividades dos juristas:
Respondere – emitir pareceres jurídicos sobre questões práticas a eles apresentadas
Agere - instruir as partes como agirem em juízo (ajuda nos atos processuais)
Cavere – Orientar os leigos (sem conhecimento) na realização de negócios jurídicos (cautelar, consultar o jurista para se precaver) 
Os juristas exerciam essas atividades gratuitamente, pela fama e, evidentemente, para obter um destaque social, que os ajudava a galgar (alcançar) cargos públicos de magistratura.
Os métodos dos jurisconsultos eram casuísticos (detalhados, minuciosos, esforço para não perder nenhum detalhe), eles examinavam, explicavam e solucionavam casos concretos. Eram antagônicos (avessos) a exposições dogmáticas (doutrinas religiosas) e às especulações teóricas.
Augusto: procurava nova forma de governo, onde os juristas davam parecer em nome dele, chamado de jurisconsultos que tinham força obrigatória em juízo, porem caso houvesse oposição, o juiz ficava livre para decidir.
O último período, pós - clássico, é a época da decadência. Nesse período, pela ausência do gênio criativo, sente-se a necessidade de fixação definitiva das regras vigentes, por meio de uma codificação que a princípio era desprezada pelos romanos. Justiniano empreende (decide realizar) a obra legislativa, mandando colecionar oficialmente as regras de direito em vigor na época. Ele encarrega aos juristas que organizem uma coleção completa das constituições imperiais (leis emanadas –provindas – dos imperadores), completada em 529 e publicada sob denominação de códex (de que não temos texto algum).
No ano seguinte, Justiniano determina que se fizesse seleção das obras dos jurisconsultos clássicos (encarregado da tarefa –Triboniano) e daí surge o Digesto (ou Pandectas), os textos foram alterados (nome dado na época: emblemata Triboniani, hoje interpolações) para harmonizar-se com os novos princípios vigentes.
Em 534, publica-se o Codex repetitae praelectionis(código revisado).
Além dessas obras legislativas, Triboniano, Teófilo e Doroteu elaboram e publicam em 533, por ordem de Justiniano, um manual de direito para estudantes, modelado na obra de Gaio do século II a.C.
Após 535 até sua morte em 565, Justiniano publica um grande número de novas leis, chamadas novellae constitutiones.
Sendo assim, o código, o Digesto, as Institutas e as Novellae formam o Corpus Iuris Civilis (nome dado por Dionísio Godofredo). O que preservou o direito romano para a posteridade. 
Direito Objetivo
Conceito de Direito e suas classificações
O direito tem dois sentidos: norma agendi (regra jurídica) ou seja, quando falamos de direito civil brasileiro, complexo de normas e facultas agend, quando nos referimos ao poder de exigir um comportamento alheio, o entendimento surge ao falarmos de direito a casa, aos filhos, remuneração, etc. No primeiro sentido trata-se do direito objetivo e no segundo do direito objetivo.
Direito objetivo é o preceito hipotético e abstrato, cuja finalidade é regulamentar o comportamento humano na sociedade e cuja característica essencial é a força coercitiva que a própria sociedade lhe atribui.
Esse direito regulamenta apenas a conduta humana (animais são excluídos) na sociedade, ou seja, exclui-se relações individuais, é a relação do homem com outro homem.
Quando tratarmos de força coercitiva, nos referimos ao Estado que interfere para que o preceito (regra) seja obedecido. Caso contrário, estabelece consequências, conhecidas como sanção(sanctio). Essa sanção pode ser de nulidade (invalidade do ato) –como por exemplo um menor vender uma casa - ou penalidade – transgressor (infrator) sofre pena.
O direito objetivo pode ser histórico e sistemático. Historicamente, existe uma diferença entre ius civilee ius gentium. O ius civile(ius quiritum) trata exclusivamente dos cidadãos romanos e o ius gentium aplicava aos cidadãos romanos e aos estrangeiros.
De acordo com juristas romanos, o ius gentiumeram um direito universal, baseado na razão natural. 
Por outro lado, encontramos na codificação de Justiniano outra distinção que é referente ao ius gentiume ao ius naturale (pois é constituído de regras da natureza, comuns a todos os seres vivos, como matrimônio, procriação e educação dos filhos).
Outra distinção era referente ao ius honorarium(direito pretoriano) do ius civile. O ius honorarium baseava-se na diversidade das regras que modificava substancialmente a do ius civile, este em contraposição, provinha do costume, das leis, dos plebiscitos e, mais tarde, também dos senatus-consultos e constituições imperiais, abrangendo o direito quiritário e o novo ius gentium. 
Ao examinar as classificações sistemáticas temos o direito público (regula a atividade do Estado e suas relações) e o privado. (trata das relações entre particulares). Outra distinção é o direito cogente (ius cogens) do direito dispositivo(ius dispositivum). O primeira não pode ser modificado, a regra é absoluta. E o outro pode ser modificado pela vontade das partes.
Também há distinção entre ius commune, que eram regras que visavam a todas as pessoas e todas as situações e ius singulare que se referia a um grupo de pessoas e situações específicas.
Fontes do Direito
A produção das regras jurídicas se faz pelas fontes do direito. São elas:
*Costume – são as normas provindas do comportamento humano. 
*Leis e plebiscitos – manifestações coletivas do povo. Nas leis (leges rogatae), só participava os cidadãos romanos. Os comícios eram convocados pelo magistrado para deliberar sobre texto de lei por eles proposto.
E os plebiscita, eram decisões da plebe, reunida sem os patrícios. Essas deliberações passaram a ser válidas para a comunidade toda desde que a lei Hortensia (todas as resoluções aprovadas pelos plebeus no Concílio da plebe – o plebiscito – passam a adquirir força de lei e, portanto, se aplicam para todos os cidadãos).
*Senatus-consultos (senatusconsulta) – eram deliberações (debate para tomada de decisão) do senado, cuja função legiferante (poder de estabelecer leis) foi reconhecida no início do Principado (27 a.C. –284 d.C.). Na República os senatus-consultos tinham as deliberações dirigidas mormente (em primeiro lugar) aos magistrados. No Principado, eram propostos por imperadores e, no início, consistiam, também, em instruções aos magistrados sobre o exercício de suas funções. Mais tarde, a partir do imperador Adriano (117-138 d.C.), passou-se a aprovar simplesmente, por aclamação a proposta do imperador (oratio principis), transformando-se, destarte, o senatus-consulto numa forma indireta e de legislação imperial.
*Constituições imperiais – eram disposições (ordens) do imperador que não só interpretavam a lei, mas, também, a estendiam/inovavam. As denominações variavam o conteúdo ou natureza delas:
Edicta – Ordenações de caráter geral, à semelhança das ordenações dos magistrados republicanos.
Decreta – Decisões do imperador, proferidas (comunicado/decretado) num processo.
Rescripta – Respostas dos imperadores em relação a questões jurídicas (que foram propostas por particulares ou magistrados).
Mandata - Instruções dadas pelo imperador na qualidade de chefe supremo aos funcionários subalternos (subordinado).
*Edito dos Magistrados – Importante na República (510-27 a.C.). É a determinação de regra a ser aplicada pelo juiz, também chamado de jurisdição (jus dicere), no desempenho, os pretores tinham um poder de mando denominado imperium (autoridade ou poder de uma instituição política sobre outros – nesse caso o poder do pretor sobre a sociedade romana). Para assumir o cargo, o pretor revela como irá agir através desse edito, onde criava as normas jurídicas da época. E nele, continha as experiências dos antecessores, o que forma o edctum tralaticium. As inovações eram chamadas repentinum. Essa fonte deixa de evoluir, quando é feita uma redação definitiva do edito do pretor (obra do jurista Sálvio Juliano, por ordem do imperador Adriano).
*Jurisprudência – Pareceres dos jurisconsultos, interpretação das normas, que eram inovadas e criadas através desse entendimento extensivo. O papel oficial dos juristas, surge através do imperador Augusto (27 a.C. –14 d.C.), que concebeu a oportunidade de darem pareceres referente a questões de direito. Posteriormente esses pareceres passam a ser aplicados nas regras jurídicas, o que contribui para a elaborações de princípios fundamentais do direito. 
As leis, os plebiscitos, com a interpretação jurisprudencial, representaram as fontes do direito quiritário (ius civile) na República (510 a.C. –27 a.C.). Elas continuam no período do Principado (27 a.C. –284 d.C.). Porém a importância dos comícios decai e o edito pretoriano é substituído pelo Edito Perpétuo de Sálvio Juliano, onde o imperador passa a ter atividade legislativa através dos senatus-consultos. Depois, o imperador aos poucos legislava por meio das constituições imperiais, que eram as normas jurídicas por ele expedidas.
Na época pós-clássica, as fontes que prevaleciam era as vontades do imperador expressa em constituições. O conjunto de regras de direito edita as chamada de Leges e em contraposição os pareceres dos jurisconsultos da época clássica, cuja através da importância jurídica foram chamados de iura.
O Código de Juliano é composto por constituições imperiais e o Digesto é uma coleção de fragmentos das obras e pareceres dos jurisconsultos clássicos.
Norma Jurídica
A norma jurídica abstrata é de conhecimento do juiz (iura novit curia). Não a conhecendo deve procurar conhece-la.
Sua aplicação pressupõe o conhecimento perfeito, seguro e completo da norma jurídica abstrata e dos fatos concretos.
O aplicador deve ter um trabalho de “crítica” para verificar se a norma é válida e se o texto é autêntico. Ele deve estabelecer o verdadeiro sentido, o que chamamos de “interpretação” da regra jurídica (por ela ocorre a validação das palavras em busca do significado verdadeiro e certo). 
A interpretação pode ser autêntica (feita mediante uma norma jurídica expedida pelo órgão legiferante –poder de estabelecer leis –competente) ou doutrinal (por meio do trabalho dos cultores –cultivadores –do direito através de exame gramatical, lógico, histórico ou dogmático-sistemático do texto e sua origem).
Essa arte de interpretar é a grande virtude dos juristas.
Analogia –Quando se supre a lacuna da norma jurídica. 
Analogia legis–A regra é estendida a fatos não previstos.
Analogia Iuris–Criação de nova norma para aplicação de um caso concreto.
A norma se pressupõe também sobre o conhecimento dos fatos, porém às vezes, o direito se contenta com um acontecimento provável, mas não provado (essa aceitação se da o nome de presunção–provável é verdadeiro – praesumptio). Normalmente a presunção não é absoluta, o contrário pode ser provado.
 A ficção é diferente da presunção, pois nela o direito considera verdadeiro um fato inverídico (fecha os olhos diante da realidade).A eficácia da norma jurídica se inicia com a promulgação (publicação).A regra geral no direito romano era a da irretroatividade (assim se aplicava a acontecimento futuros), contudo não era absoluto, pois havia a possibilidade de ter norma com efeito retroativo, de acordo com a vontade do legislador. Entretanto, havia uma exceção, os casos com sentença ou acordo entre as partes não poderiam estar sujeitos a retroatividade, pois fere o direito adquirido .A norma jurídica deixa de produzir efeitos quando termina a vigência, caso tenha prazo estipulado. Caso não tenha, é revogado por uma que lhe seja contrária, dada pelo costume (simples inaplicação constante da norma – desuetudo). Assim, as regras antiquadas caem em desuso e eram praticamente abolidas, ainda não, que expressamente.
Direito Subjetivo
Significa a facultas agendi, exige determinado comportamento de outro, poder é conferido na norma jurídica, é o lado ativo de uma relação jurídica, enquanto a obrigação é o lado passivo.
 Os direitos subjetivos (e obrigações) patrimoniais dividem-se em:
Direito reais – poder absoluto sobre as coisas do mundo externo, é válido “contra todos”. Ou seja, o titular do direito subjetivo, de um patrimônio, por exemplo, deve ser respeitado, pois é proprietário de onde mora.
Direitos obrigacionais – existe entre pessoas determinadas ou vinculam uma a outra. Por exemplo: um locatário tem direito obrigacional com a pessoa que alugou, ele pode exigir que deixe morar no prédio, mas não tem direito contra todos.
Sujeitos de Direito
São as pessoas que possam ter relações jurídicas, do lado ativo (poder de exigir comportamento) e lado passivo (obrigação ao referido comportamento nessa relação).
*Pessoa Física – é a pessoa natural, pessoa humana e sua existência se inicia no nascimento. Ou seja, o nascituro não é considerado pessoa, mas é protegido desde a concepção. Dessa forma, o direito romano reconhecia o nascituro (ficção) e desconsiderava o natimorto. 
*Capacidade Jurídicade Gozo – capacidade de direito, é a aptidão do homem aa ser sujeito de direitos e obrigações. Para ter essa capacidade, a pessoa deveria ser:
1) Livre;
2) Cidadão romano;
3) Independente do pátrio poder (é um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho–na época de Roma é o caso do sui iuris e alieni iuris, onde o alieni iuris não é dono de patrimônio).
*Liberdade (Status libertatis) – Os homens eram livres ou escravos(que não eram sujeitos de direito, eles eram objetos nas relações jurídicas, sendo assim, não podiam ter direitos ou obrigações, nem relações familiares no campo do direito).Os escravos provinham da guerra, os inimigos capturados passavam a ser escravos dos vendedores (não apenas os prisioneiros, os estrangeiros não reconhecidos pelos romanos também). Filhos de escrava também eram escravos, menos que a escrava tivesse estado em liberdade em qualquer momento da gestação. Os escravos não tinham capacidade jurídica de gozo, não tinha direitos privados e públicos, não tinha patrimônio, tudo que o pertencia era do dono. A condição de escravo era permanente, mesmo aquele abandonado (sem dono), não se tornava livre.
 Matar um escravo era crime.
A atribuição da liberdade era chama de manumissão (ato voluntário do dono). Dividida pelo Ius Civile (direito quiritário) em:
Manumissio vindicta – processo judicial que discuti a liberdade, o escravo era defendido por um cidadão romano (defensor da liberdade –adsertor libertatis), a decisão era resolvida pelo juiz a quem o pretor remetia o caso para decisão.O defensor toca o escravo com a varinha (sinal do poder) e se o dono ficasse quieto dava a liberdade ao escravo (é daí que surge “quem cala, consente”) e o pretor o declarava livre, sem necessidade de remeter ao juiz.
 Manumissio testamento – ou alforria testamentária (reconhecida nas XII tábuas) é quando o testador em seu testamento diz, que com sua morte, o escravo fosse livre.
Manumissio censu – convidar o escravo para se sentar à mesa e por um chapéu nele. (liberdade do escravo)
A alforria colocava o escravo em uma situação inferior, tornava-se latino Juliano. Augusto restringe a alforria consideravelmente, pois limitou o número dos que podiam ser alforriados.
 O escravo libertado se chamava liberto, porém tinham direito limitados. Eles se tornam patronos, no qual tinham que se referenciar aos patronatos (ex-dono), conforme previsto no direito privado.
 Com o favor imperial chamado natalium restitutio cessam os direitos dos patronatos e os libertos tomam a posição de ingênuos. O ius aurei anuliera outro favor, também conferido pelo imperador, e pelo qual se eliminava as restrições político-sociais (como não poder ser magistrado, senadores, servis nas legiões do exército).
Os ingênuos são os nascidos livres e que nunca deixaram de o ser, desde o nascimento. Não sofrem nenhuma restrição decorrente de seu estado de liberdade.
*Cidadania (Status civitatis) – No início o direito romano (público e privado) valia para os cidadãos romanos, apenas (Quirites). Sendo assim, os estrangeiros (peregrini) não tinham a capacidade jurídica de gozo, para eles era aplicado o ius gentium, eles poderiam adquirir propriedades pelo direito dele, podiam fazer testamento, etc.
Os latinos , vizinhos de Roma, tinham capacidade jurídica de gozo semelhante à dos cidadãos romanos, eles podiam votar em comícios e direitos privados e não públicos, porém essa cidadania desaparece e se surge uma terceira categoria de latinos que sobreviveu as demais, que podiam ter relações patrimoniais entre vivos, não podiam casar, deixa testamento ou herdar. (Diz-se que “viviam como livres e morriam como escravos”).
 Caso um dos pais sejam estrangeiros, o filho toma essa mesma condição.
A cidadania era adquirida pelo nascimento de justas núpcias e também pela alforria quiritária, pelos comícios (determinação dos magistrados) e mais tarde, por imperadores. 
O cidadão romano, desde que preenchesse também o requisito de independência do poder familiar, tinha plena capacidade jurídica de gozo. Ou seja, a cidadania é perdida, quando se perde a liberdade, porém o inverso também poderia ocorrer através de exilio, deportação e renúncia. 
*Situação familiar (Status familiae) – para ter a capacidade jurídica de gozo, também há necessidade de ser independente do pátrio poder. A organização familiar se distinguia entre pessoas sui iuris(paterfamilias) e alieni iuris (sujeitas do poder de um paterfamilias).
Um recém-nascido, não tendo antecedente masculino era independente do pátrio poder (sui iuris).
Os alieni iuris não eram absolutamente incapazes. Tinha capacidade nos campos dos direitos públicos (podiam votar e ser votados para magistraturas, e servir para legiões). No campo do direito privado podiam casar-se desde que obtivessem consentimento do parterfamilias.
*Capitis Deminutio – é a extinção da personalidade do ponto de vista jurídica, a mudança da situação jurídica, ou seja, quando perde o estado de liberdade, cidadania, família. Podiam ser três alterações:
1) Perda da liberdade, que acarretava a capitis deminutio máxima; (ocorria quando o cidadão romano caía prisioneiro do inimigo – servus hostium); - a liberdade podia ser perdida também a título de punição.
2) da cidadania, a media; (quando o cidadão passava a condição de estrangeiro pelo exílio voluntário ou pelo imposto por punição. A pena de deportação foi instituída por Tibério –14-37 d.C. –. Podia alguém voluntariamente transferir-se para uma colônia latina –renuncia a cidadania romana).
3) a mudança no estado familiar, a capitis deminutio mínima; (quem sofre essa mudança perde todas as reações jurídicas –mas não as de consanguinidade –com a família anterior, adquirindo novo estado familiar. Passagem de alieni iuris (família de origem) para uma nova (adoção) ou para o estado de sui iuris (emancipação) e vice-versa).
*Outras Causas Restritivas da Capacidade – As mulheres não tinham capacidade para direitos públicos e sofriam restrições no âmbito do direito privado também. Elas não tinham direito ao pátrio poder, nem à tutela, e não podia participar dos atos solenes na qualidade da testemunha.
Restringiam a capacidade jurídica de gozo a intestabilitas a infâmia e a turpitudo, que eram penalidades impostas em consequências de atos ilícitos, penalidades que importavam na falta de honorabilidade (respeitável).
A religião também podia ser fator que concorresse para certas restrições. (impedimentos matrimoniais, incapacidade de testar e herdar).
*Pessoa Jurídica – Entidades artificiais, são organizações consideradas sujeitos de direito, ou seja, com capacidade de ter direitos e obrigações. Pode ser de duas espécies:
Corporação (universitas personarum) – associação de pessoas.
Fundação (universitas rerum) – conjunto de bens, destinados a uma determinada finalidade.
As corporações incluíam o Estado Romano e seus erários (recursos financeiros públicos), as organizações municipais e as colônias, todas estas predominantemente de caráter público. Haviam associações de caráter privado, chamadas sodalitates, collegiae societates, que tinham fins religiosos ou fins econômicos como as corporações profissionais de artesãos, comércio e as sociedades de coletores de impostos e haviam também associações que garantiam o funeral decente aos membros.
As fundações se iniciam na época cristã, para fins de beneficência ou religiosos (piae causae).
As corporações privadas extinguem-se no desaparecimento de seus membros e a fundação pela perda da totalidade do patrimônio.
 2° Bimestre
Objetos de Direito
Coisa é um termo de significado muito amplo. Usa-se para designar todo e qualquer objeto do nosso pensamento, ou seja, a noção vulgar de coisa vale tanto para que existe no mundo das ideias, como no da realidade sensível.
Na linguagem jurídica, porém,coisa (res) é o objeto de relações jurídicas que tenha valor econômico. No direito moderno, podem ser certas ideias que representem valor econômico como patentes de invenção, obras de arte, direitos autorais.
Diferença entre coisas em comércio (res in commercio – podiam ser apropriadas por particulares) e fora dele (res extra commercium - não podiam ser objeto de relações jurídicas entre particulares pela sua natureza física ou por sua destinação jurídica).
Estavam excluídas do comércio as coisas dedicadas aos deuses, res extra commercium divini iuris (coisas sagradas, dedicadas diretamente ao culto religioso, como os templos, as coisas santas, que eram consideradas sob a proteção dos deuses, como as portas e os muros da cidade, e as coisas religiosas, que eram os túmulos)
 E outras por razõs profanas, eram consideradas fora do comércio (res extra commercium humani iuris) as coisas comuns a todos (res communes omnium), isto é, as indispensáveis à vida coletiva ou a ela úteis, como o ar, a água corrente, o mar e as praias.
Além dessas eram consideradas fora do comércio as coisas públicas, pertencentes ao povo romano (res publicae), como as estradas e o Fórum.
As coisas extra patrimonium eram as que, em dado momento, não se encontravam no patrimônio de ninguém, mas que poderiam ser apropriadas.
Coisas corpóreas e incopóreas
Corpóreas - aquelas que podem ser tocadas e existem corporeamente
Incorpóreas - Somente existem intelectualmente.
Essa classificação jurídica servia para distinguir entre coisas (corpóreas) e direitos (incorpóreos).
“Res mancipi et res nec mancipi”
Res mancipi – Para transferência da respectiva propriedade, requeriam a prática das formalidades da mancipatio, ato solene arcaico.
Res nec mancipi – Podiam ser transferidas pela simples entrega, sem formalidades (traditio).
Faziam parte da categoria das res mancipi os terrenos itálicos (não provinciais), os animais de tiro e carga (como o cavalo, a vaca, o burro), os escravos e as quatros servidões prediais rústicas mais antigas (via, iter, actus e aquaeductus). As demais coisas eram nec mancipi.
Coisas móveis e imóveis - O terreno e o que estivesse definitivamente ligado a ele distinguiam-se das coisas transportáveis e semoventes.
 Coisas fungíveis e infungíveis (não-fungíveis)
Fungíveis - São as coisas substituíveis por outras do mesmo gênero, qualidade e quantidade. A individualidade de cada unidade componente não tem relevância jurídica. São facilmente substituíveis.
Infungíveis - São as coisas especificamente consideradas, cujas características individuais impedem sejam substituídas por outras do mesmo gênero. Por exemplo, um quadro, uma estátua.
Coisas consumíveis e inconsumíveis
Consumíveis - Podem ser usadas uma só vez, já que quem as usou fica privado de utilizá-las mais de uma vez, como, os alimentos e bebidas, que desaparecem com o uso normal.
Inconsumíveis - Permitem o uso repetido, são as coisas suscetíveis de utilização constante, sem que sejam destruídas. Conservam, assim, mesmo quando usadas, sua utilidade econômico-social anterior, como, um quadro, uma estátua, um vestido, um carro.
Coisas divisíveis e indivisíveis
O conceito jurídico da divisibilidade está intimamente ligado ao do valor econômico das coisas. Fisicamente toda e qualquer coisa pode ser dividida. Juridicamente, porém, a divisibilidade depende da circunstância de a coisa repartida conservar ou não p valor proporcional ao do todo. Divisíveis são as coisas que podem ser repartidas sem perder esse valor proporcional, como um terreno, o arroz. Indivisíveis são aquelas cujo valor socioeconômico se reduz ou se perde com a divisão. É o caso de uma estátua, de um carro.
Coisas simples, compostas, coletivas ou universais
As coisas compostas são formadas da união artificial de várias coisas simples. Assim, são simples um bloco ou uma estátua de mármore, um escravo, e são compostas um edifício, um carro.
As coisas coletivas ou universais, abrange um aglomerado de coisas simples, que só juridicamente estão ligadas entre si. Assim, um rebanho, uma biblioteca, constituídos respectivamente de várias ovelhas ou de vários livros, cujo único liame é a sua destinação jurídica comum.
Coisas acessórias 
Ligado ao conceito de coisa composta
O acessório segue sempre a sorte da coisa principal: accessio cedit principali
Podemos distinguir do conceito do acessório o das pertenças (instrumenta), onde há um liame menos íntimo de uma coisa com outra principal. As pertenças conservam certa autonomia, mas sua destinação jurídica está ligada à da coisa principal. Assim, os instrumentos de trabalho (instrumenta fundi), destinados ao cultivo da terra, estão ligados a ela, embora conservem certa independência.
Frutos
São coisas novas produzidas natural e periodicamente por uma outra, que, por isso mesmo, se chama coisa frugífera. Por exemplo: os frutos do solo, da árvore, o leite, as ovelhas do rebanho ( assim consideradas, no direito romano, aquelas excedentes após a compensção das ovelhas mortas pelas novas).
Todas as coisas são chamadas de frutos naturais
As rendas obtidas com a locação ou o arrendamento de coisas são também consideradas frutos
O fruto não tem individualidade própria, seguindo, assim, a sorte da coisa principal.
O fruto da coisa frugífera , fruto separado, passa ele a ter individualidade própria e pode, então ser objeto de relações jurídicas separadamente da coisa produtora.
Benfeitoria - São os gastos com as coisas acessórias ou pertenças juntas à coisa principal, para melhorar e aumentar a utilidade desta. Podem ser necessárias, quando imprescindíveis para garantir a existência e subsistência da coisa principal.
 Ato Jurídico
Os eventos, acontecimentos de toda espécie, são chamados fatos. Entre estes, há fatos que têm consequências jurídicas e há outros que não as têm. Chove, por exemplo. Normalmente não decorre nenhum efeito jurídico de tal fenômeno natural. Trata-se, neste caso, de um fato simples. Pode, entretanto, a chuva estragar uma colheita, acabando com os frutos a serem colhidos. Nessa hipótese. Trata-se de um fato jurídico, de um evento que tem consequências jurídicas.
Entre os fatos jurídicos distinguimos os fatos causados pela vontade de alguém dos fatos que se verificam independentemente dessa vontade.
Fatos jurídicos voluntários - Podem ser lícitos ou ilícitos, dependendo da sua conformidade ou não à norma jurídica.
-> Os fatos jurídicos voluntários ilícitos são os delitos;
 -> Fatos jurídicos voluntários lícitos - Atos jurídicos, que são manifestações de vontade que visam à realização de determinadas consequências jurídicas.
 Diz a lei “Todo o ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico”.
O ato jurídico, nada mais é que uma declaração de vontade.
-> A manifestação de vontade pode ser expressa, quando se empreguem os meios usuais para se declarar aquilo a que a vontade visa.
-> A manifestação também pode ser tácita mediante um comportamento de significado inequívoco, podendo-se deduzir dele a vontade, tal como se fosse expressamente declarada.
-> O silêncio não é propriemante menifestação de vontade, mas pode ser considerado como tal
Os atos jurídicos do direito Quiritário (ius civile) exigiam formalidades complicadas, de cuja observância dependia a validade do ato e o seu consequente efeito jurídico.
Capacidade de agir
Pressuposto da validade da manifestação de vontade era a capacidade de agir da pessoa que praticava o ato jurídico.
-> É chamada também de capacidade de fato, capacidade de exercício ou capacidade de praticar atos jurídicos.
Nem toda e qualquer pessoa tinha capacidade de agir; dependia da idade, do sexo e de sanidade mental perfeita.
-> Em regra geral, os púberes, varões, perfeitamente sãos, tinham plena capacidade de agir; as limitações à capacidade de agir decorriam desses mesmos fatores.
Idade (summa divisio) - Puberdade, 14 anos pelos varões e aos 12 anos pelas mulheres.
Infantes(qui fari non possunt) – Menores de 7 anos, que eram absolutamente incapazes de agir (os tutores que agiam por eles, praticando os respectivos atos jurídicos).
Infantis maiores – dos 7 anos até a puberdade, que tinham uma capacidade restrita de agir (podiam praticar atos que os favorecessem, mas não podiam obrigar-se sem a intervenção de um tutor, que devia tomar parte no ato jurídico, conferindo a sua autorização).
Púberes - Eram plenamente capazes de agir, ao menos em princípio.
-> Distinção introduzida pela lex Laetoria, que conferiu ao menor de 25 anos, ou a qualquer pessoa que por ele quisesse agir, uma ação contra quem tivesse enredado num negócio que lhe era prejudicial. A razão dessa regra foi procurar proteger os adolescentes púberes e já capazes de agir, mas na realidade ainda inexperientes. 
O pretor introduziu meios visando a responsabilizar cada vez mais o paterfamilias (actiones adiectitiae qualitatis), que foram admitidas pelo pretor contra o paterfamilias.
O sexo era outro aspecto da limitação da capacidade de agir, já que as mulheres, mesmo púberes, estavam sob tutela perpétua, necessitando sempre, sem limite de idade, da assistência do tutor mulierum na prática de atos jurídicos que as obrigassem.
 -> Situação semelhante à dos impúberes infantia maiores.
A insanidade mental tornava absolutamente incapazes os loucos de todo gênero, que eram, então representados por um curador.
Os surdos-mudos tinham capacidade limitada, já que não podiam praticar atos verbais.
Os pródigos sofriam restrições semelhantes às dos impúberes infantia maiores (eram assistidos por um curador).
Classificação dos atos jurídicos 
Unilaterais e bilaterais
A declaração de vontade pode partir de uma pessoa só (alforria do escravo, a nomeação do tutor, o testamento, a aceitação ou renúncia da herança) ou depender de duas vontades (atos jurídicos bilaterais, também chamados de contratos).
A maioria dos atos jurídicos exige declarações de vontade de duas partes, fundindo-se num só acordo.
Atos jurídicos mortis causa – Praticados para ter efeitos quando do falecimento de uma das partes (testamento).
Atos jurídicos inter vivos - Não dependem do falecimento (Compra e venda)
Vício do ato jurídico
Pode acontecer que haja discrepância entre a vontade interna e sua manifestação, o que traz o problema da eficácia ou ineficácia do ato jurídico
-> O ato jurídico pode ser nulo (não tendo efeito jurídico nenhum)
O direito pretoriano introduziu, pelos seus meios indiretos, a anulabilidade dos atos jurídicos.
 
 3° Bimestre
Usucapião 
Usucapio (adquirir pelo uso) - É um tipo especial dos modos de aquisição da propriedade. Funda-se, essencialmente, na posse, por tempo prolongado, que transforma uma situação de fato de direito. Justifica-se pela natural preocupação de eliminar a incerteza nas relações jurídicas fundamentais.
O uso ininterrupto de um terreno durante dois anos, e o de outra qualquer coisa durante um ano, independentemente de outros requisitos, gera propriedade, segundo o direito das XII Tábuas. O que adquire por este modo fica dispensado de justificar a sua posse, uma vez decorrido o prazo prescrito, e o direito de propriedade, que adquire, independe, por sua vez, do direito de seu antecessor.
Promover a segurança, a certeza da propriedade que era o direito real mais amplo.
O usucapião sofreu variações ao longo da história do direito romano. Inicialmente dispensava os requisitos da boa fé (convicção de que a coisa ocupada por você seja sua vontade de não prejudicar o outro) e do justo título.
Posteriormente, o justo título e a boa fé passaram a ser requisitos do usucapião meio de dificultar a aquisição da propriedade por terceiros e por conseguinte a perda da propriedade da classe dirigente que já concentrava as grandes riquezas, bem como foi proibido o usucapião de coisas roubadas e de coisas tomadas por violência. Ou seja, o usucapião que outrora era uma arma ofensiva nas mãos da classe dirigente tornou-se uma arma defensiva.
Mais recente o Direito Brasileiro ( e também o Direito Português) contempla (m) o usucapião nos dois modelos mencionados, ou seja, com ou sem justo título e boa fé, de forma que, genericamente, o usucapião pode ser definido como “um modo pelo qual a propriedade é adquirida mediante a posse legalmente justificada e continuada e durante um período de tempo legal"
5 requisitos para o usucapião:
 - Posse
 - Tempo
 - “ Res habilis”
 - Justo título
 - “ Bona fides”
O usucapião do direito clássico pressupõe uma coisa suscetível (res habilis) de dominium ex iure Quiritium. É natural tal exigência, pois o usucapião gera propriedade quiritária. Consequentemente, excluem-se desse modo de aquisição as res extra commercium, bem como os terrenos provinciais. São, ainda, excluídas do usucapião, por uma regra das XII Tábuas, as coisas roubadas (res furtivae), enquanto não voltarem às mãos de seu legítimo dono. Outras leis estabeleceram regra idêntica quanto às coisas cuja posse fora obtida por violência (res vi possessae).
A perda da posse interrompe o prazo do usucapião
O direito clássico não conhece ainda a interrupção causada pelo exercício do direito de ação reivindicatória, nem a suspensão do prazo em favor dos incapazes ou ausentes. Estes, porém, podiam ser socorridos pelo pretor, por meio da restitutio in integrum.
Praescriptio – Meio de se proteger no processo
Propriedade
Perde-se a propriedade: Pela extinção; pelo perecimento da coisa; pelo abandono (derelictio) da coisa, com a intenção de não mais a querer; pela transferência do domínio a outrem ou aquisição originária feita por outra pessoa, como, por exemplo, a especificação de material alheio, aquisição de fruto por possuidor de boa fé, usucapião etc.
Proteção da Posse
A proteção da posse foi elaborada pelo pretor. O meio judicial utilizado para este fim era o interdito (interdictum) : um processo especial baseado no poder de mando do pretor e caracterizado pela maior rapidez e simplicidade em comparação com as ações do processo formular.
A finalidade dos interditos possessórios era proteger o possuidor contra a turbação ou perda indevida de sua posse. 
Justa posse – Poder de fato (como o do proprietário)
A posse injusta era protegida do mesmo modo que a justa posse, porque o fundamento de direito era estranho à questão da posse.
“ Interdictum uti possidetis “ - Como agora o possui
Bens imóveis
Vencia quem possuía de fato o terreno
" Interdictum utrubi “ - Em qual de vós dois
Bens móveis
Protegia não o possuidor atual, mas o que possuíra durante mais tempo no período de um ano imediatamente anterior.
“ Interdictum unde vi “ - Por meio de violência
Bens imóveis e móveis
Protegia a posse não viciosa de um imóvel contra o esbulho violento.
Só podia ser intentado dentro de um ano a contar do esbulho.
Para móveis não era necessário tal meio processual de proteção, pois o interdictum utrubi servia também para recuperar a posse. Além disso, para os móveis havia ainda a proteção dispensada com base na existência de furto ou de roubo. (reintengração)
“ Interdictum de vi armata “ - De forma armada -> Por violência armada
Proteção em defesa de qualquer tipo de posse, inclusive a viciosa, contra esbulho violento a mão armada. (reintegração)
“ Interdictum de precario “ 
Visava recuperar a posse de quem a recebera a título temporário, por liberalidade, para ser restituída a pedido do proprietário.
Pode ser revogado a qualquer momento
Direitos reais sobre coisa alheia
A propriedade é um direito absoluto e exclusivo, a ser respeitado por todos. Chama-se ius in re pelo fato de os romanos considerarem a relação entre o proprietário e a coisa como sendo direta e imediata.
Direito absoluto e exclusivo
Chama-se ius in re pelo fato dos romanos considerarem a relação entre o proprietário e a coisa como sendo direta e imediata.
A propriedade é o direito real por excelência.
Os direitos reais sobre a coisa alheia (iura in re aliena) compreendem:
 A) Osdireitos reais de gozo, que são as servidões prediais e pessoais, enfiteuse e superfície;
 B) Os direitos reais de garantia, que são fidúcia, o penhor e a hipoteca.
Servidões
Têm por fim proporcionar uma participação na utilidade da coisa a quem não é seu proprietário.
São chamadas servidões (servitutes), porque a coisa onerada serve, presta utilidade ao titular deste direito.
A servidão pode existir em favor de um terreno ou em favor de determinada pessoa.
Servidões Prediais
Existem sempre entre dois prédios. Um prédio dominante, em cujo favor a servidão subsiste, outro, o prédio serviente, gravado pelo ônus da servidão.
O titular do direito de servidão é o dono do prédio dominante.
O direito do titular da servidão não está ligado a sua pessoa, mas só existe em virtude da relação de domínio que ele tem com o prédio dominante e enquanto subsistir essa relação.
As servidões prediais são inúmeras - servidão de passagem, de trânsito, de canais, de fontes, de esgotos, de não construir acima de certa altura etc.
Perpetuidade: Liga perpetuamente o prédio serviente e o dominante e faz parte da qualidade jurídica deles.
Indivisibilidade: É indivisível, porque constitui um direito uno, que não pode ser partilhado.
Juízo de equidade é usado em caso de conflito na servidão.
Constituição:
Mancipatio
In iure cessio -> Artifício para facilitar as transferências - Modo de transferência da propriedade (tribunal).
Testamentum
Deductio
Usucapio
Extinção:
Renúncia solene
Confusão
“ nemini res sua servit “
Não-uso
Destruição dos lugares
Servidões Pessoais
Direito reais sobre coisa alheia, estabelecidos em favor de determinada pessoa.
Usufruto, uso, habitação e trabalho de escravo e animal.
São direitos de gozo sobre coisa pertencente a outrem.
Proporcionam um direito mais amplo ao seu titular do que as prediais.
São limitadas no tempo e não são perpétuas.
Contrabalançada nelas a maior amplitude no uso, pela duração limitada.
 Características:
Utilidade a determinada pessoa
Temporariedade
Usufruto
Direito ao uso de uma coisa alheia e ao gozo de seus frutos.
Seu titular é individualmente determinada e, por isso, o direito se extingue, o mais tardar, com a morte do usufrutuário.
Pode ser constituído por certo prazo também, mas a morte do titular extingue-o mesmo antes do vencimento do prazo estabelecido.
É um ônus gravíssimo que pesa sobre o direito de propriedade.
A coisa objeto de usufruto fica pertencendo a seu proprietário, mas este quase não tirará proveito real dela, enquanto subsistir o usufruto.
“ nuda proprietas “, que significa um direito chamado nu-proprietário, conserva a expectativa de recuperar a plenitude desse direito.
O usufrutuário, no exercício de seu direito, não deve modificar substancialmente a coisa, a de que o usufruto se extingue se a coisa parecer ou se transformar de maneira que mude seu caráter.
O usufruto só pode existir sobre a coisa inconsumível.
Todas elas são regras cuja inobservância acarreta a extinção ou nulidade do usufruto.
O usufrutuário não pode transformar um terreno arenoso em vinhedo, porque desta forma modificaria a coisa substancialmente, o que é vedado.
O usufrutuário é obrigado a exercer seu direito bom viri arbitratu: como homem cuidadoso.
O direito do usufruto era intransferível, mas seu exercício podia ser exercício podia ser cedido, tanto a título gratuito como a título oneroso.
Uso
O direito de usar de uma coisa, originariamente não podendo perceber seus frutos, mais tarde admitindo-a , porém apenas para a satisfação das necessidades do titular e na medida delas.
O exercício do uso não pode ser cedido.
Habitação e trabalho de escravos e de animais
São formas mais restritas de uso.
Uso de uma casa, conferindo ao seu titular o direito de habitá-la.
O direito de usar serviços de escravos ou de animais de carga.
Constituição, extinção e proteção das servidões
O modo normal de constituição das servidões, no período do direito quiritário, era a in iure cessio. Quanto às servidões prediais, que foram consideradas res mancipi, estas podiam ser constituídas pela mancipatio. Modo especial de constituição era a deductio servitutis, que era a cláusula incluída no ato de alienação (mancipatio), reservando para o alienante uma servidão sobre a coisa alienada. Havia, ainda, a servidão constituída por adjudicação em partilha da coisa entre os condôminos. Também era muito usado, especialmente para a constituição das servidões pessoais, o legado, que é um ato de última vontade.
A usucapio de uma servidão era possível também, até que uma lex Scribonia, no fim da República, a proibisse. 
O pretor, por sua vez, deu proteção processual a servidões constituídas sem as formalidades retro expostas. Assim, para efeitos dessa proteção era bastante uma espécie de traditio, seguida pela patientia, isto é, tolerância por parte do dono da coisa, do exercício da servidão.
As servidões nos terrenos provinciais eram constituídas por ato especial: pactionibus et stipulationibus.
Justiniano remodelou os modos de constituição das servidões, por haverem desaparecido, no seu tempo, diferenças entre os modos de aquisição da propriedade ( quiritários e pretorianos). Nessa época, aplicou-se às servidões também o usucapião pela praesciptio longi temporis.
Extinguem-se as servidões pela in iure cessio; pela confusio ou consolidatio, que são a reunião, na mesma pessoa, do direito à servidão e do domínio; pelo não uso, que implica, nas servidões prediais, o exercício, pelo dono da coisa, de uma atividade contrária ao direito da servidão (usucapio libertatis), e, também, pelo perecimento do prédio serviente ou do dominante. Usufruto, uso e os direitos análogos extinguem-se pela morte do titular.
Superfície e Enfiteuse
A superfície era o direito de usar e gozar, por longuíssimo prazo, de um terreno urbano alheio, para fins de construção, contra o pagamento de um foro anual ao proprietário do terreno.
A superfícies era alienável a título gratuito e oneroso e transferia-se aos herdeiros.
A enfiteuse era o direito de usar e gozar, por tempo limitado, de um prédio rústico alheio, para cultivo, contra pagamento de um foro anual ao proprietário do terreno.
Os direitos do enfiteuta são bem amplos, mais do que os do usufrutuário: são quase iguais aos do proprietário. Pode transformar o terreno, modificando-o substancialmente, mas não deteriorando-o; adquire os frutos pela separação; pode gravá-lo, ou apenhá-lo; e possui o terreno (possessio ad interdicta).
Direitos Reais de Garantia
Garantia pessoal ou real – No primeiro, uma pessoa se responsabiliza a pagar ao credor, caso o devedor não o faça; no segundo, uma coisa fica vinculada para tal fim.
Direito real de garantia - É o que o credor tem sobre uma coisa para assegurar-lhe o recebimento do seu crédito.
É acessório , pressupõe uma relação obrigacional principal que garante e de que depende sua existência.
 Cessando a obrigação principal, extingue-se a garantia também.
“ Fiducia cum creditore “
Alienação fiduciária
Garantia de uma obrigação principal por meio da tranferência da propriedade de uma res mancipi ao credor.
Efetuava-se por meio da mancipatio ou in re cessio, com cláusula (pactum fiduciae) adjeta, conforme a qual o credor se obrigava a devolver a coisa, retransferindo a propriedade, logo após receber o que lhe era devido pela obrogação principal garantida.
“ Pignus “
Penhor
Transferência de posse + ius distrahendi 
Coexistindo com a fiducia, havia um outro modo de garantia real de uma obrigação: o pignus (penhor).
Transferência da posse da coisa dada em garantia ao credor, que tinha, nesta qualidade, a proteção possessória contra qualquer turbação alheia, inclusive por parte do dono.
“ Hypotheca “
Tanto na fiducia, como no penhor, o dono perdia a posse da coisa em favor do credor. Economicamente, isto representa grave inconvenientes.
A hipoteca, forma mais recente que as outras, eliminava tais inconvenientes.
Garantia real estabelecida pelosimples acordo, sem que a respectiva propriedade ou posse da coisa passasse ao credor. 
A coisa dada em garantia ficava vinculada simplesmente pelo acordo, tendo o credor um direito oponível contra todos de, por meio dela, obter satisfação do seu crédito, se não liquidado pelo devedor.
Efeitos dos direitos reais de garantia
As partes podiam escolher entre a cláusula chamada lex comissoria, que estabelecia a passagem da coisa para a propriedade do credor pignoráticio, caso o devedor não pagasse no vencimento, e a outra modalidade, chamada ius distrahendi, com base na qual o credor podia vender a coisa parea, com o preço, pagar-se do seu crédito.
Quando, então, concorriam vários direitos de hipoteca, prevalecia o mais antigo (prior tempore, potior iure) e o mais novo tinha hipotecário mais antigo.
Obrigações
A obrigação (obligatio) é um liame jurídico entre o credor e o devedor, pelo qual o primeiro tem direito a exigir determinada prestação do segundo, que, por sua vez, é obrigado a efetuá-la.
Direitos reais são duradouros, perpétuos
A obrigação é temporária, para seu cumprimento e extingue-se por este.
Nas relações familiares há sempre uma tal subordinação, que se baseia no poder do paterfamilias. 
O credor e o devedor são partes, em pé de igualdade, na mesma obrigação.
Se o devedor deixar de solver sua obrigação, o credor tem uma actio in personam contra ele para forçá-lo à execução.
Responsabilidade do devedor passou a ser patrimonial, respondendo ele com seus bens.
Existência de um débito e a responsabilidade do devedor pelo seu pagamento.
Partes na obrigação
Partes essenciais – Credor e devedor
É possível mais de uma pessoa no lugar do credor ou do devedor
O crédito ou o débito das várias pessoas é partilhado entre eles : cada uma é credora ou devedora de uma parte da obrigação; tais obrigações são chamadas de parciais
Obrigações em que a prestação é encarada como indivisível, na sua totalidade, são chamadas solidárias, cada credor ou por um dos co-credores ou pagamento por um dos co-devedores extingue a obrigação para todos.
A solidariedade que se verifica entre os credores se chama ativa, e entre os devedores, passiva.
Objeto das obrigações 
O objeto das obrigações é a prestação
A prestação não deve ser fisicamente ou juridicamente impossível, ilícita, imoral ou totalmente indeterminada.
A exigência de que a prestação tenha valor pecuniário, motivada pelo fato de o processo romano só conhecer a condenação do réu ao pagamento de quantia em dinheiro.
Caso seja impossível a prestação desde a constituição da obrigação, ela é nula.
Em caso de impossibilidade superveniente, a obrigação se extingue, exceto quando tal impossibilidade for imputável ao devedor.
A prestação se transforma em obrigação de ressarcir o dano sofrido pelo credor.
Efeitos jurídicos da obrigação e responsabilidade pelo inadimplemento
A obrigação existe para ser cumprida
Cumprimento espontâneo da prestação pelo devedor: seu adimplemento se chama pagamento, solução ou liquidação, por meio do qual a obrigação se extingue.
O não cumprimento da obrigação se chama inadimplemento.
O devedor que não cumpre a obrigação será condenado, pelo juiz, ao pagamento do valor em dinheiro da prestação não cumprida.
O valor era estabelecido pelo que a prestação subjetivamente representava para o credor.
Impossibilidade da execução da prestação
Culpabilidade: dolo e a culpa em sentido estrito
Dolo é a intenção de agir contra a lei ou contrariamente às obrigações assumidas, agir de má-fé.
A culpa é a negligência , a falta de diligência necessária, isto é, não prever o que é previsível, porém sem intenção de agir ilicitamente e sem conhecimento do caráter ilícito da própria ação.
Culpa levis - Negligência leve
Culpa lata - Negligência exorbitante
O devedor só responde pelo próprio dolo e não por culpa quando se tratar de obrigações oriundas de contratos em que ele não lucra, isto é, que foram constituídos no exclusivo interesse da outra parte. Ele faz um favor ao credor.
Mora
Trata-se da mora, que é delonga, o atraso no cumprimento da obrigação. Pode haver mora tanto por parte do devedor , como por parte do credor.
A primeira é o atraso do pagamento ou solução da prestação por parte do devedor.
A segunda é o atraso na aceitação da prestação pelo seu credor.
Mora do devedor
Verifica-se quando o devedor, por motivo que lhe é imputável, não paga sua dívida vencida.
Quando se recusa a cumprir sua obrigação;
Impossibilidade da execução decorrente do seu próprio comportamento, pela qual é responsável.
No direito Justinianeu, não basta o mero vencimento da dívida, mas é preciso, além disso, um ato do credor, reclamando o pagamento (interpellatio), para que o devedor fique constituído em mora.
A consequência da mora do devedor é dupla 
Aumenta a responsabilidade do devedor -> Responderá também por caso fortuito, inclusive a vis maior. 
Nas obrigações baseadas na bona fides, o devedor em mora tinha que pagar os juros da dívida e entregar os frutos adquiridos durante a mora.
Mora do Credor
Verifica-se quando o credor não aceita, por culpa sua, a prestação oferecida pelo devedor no vencimento dela.
A principal consequência da mora do credor se refere também aos limites da responsabilidade do devedor.
A partir do momento em que a mora se verificar, o devedor só responde por comportamento doloso, sejam quais forem os limites de sua responsabilidade anteriormente. 
A mora do credor diminui a responsabilidade do devedor.
O devedor pode exigir indenização pelas despesas havidas e pelo dano sofrido em consequência da mora do credor.
Purgação da mora
Em ambos os casos há possibilidade de purgação (purgatio morae).
A mora do devedor pode ser purgada pelo oferecimento da prestação tal como devida, que, uma vez aceita pelo credor, sem motivo justificado (sine iusta causa), cessam as consequências da mora do devedor e verifica-se a mora do credor.
A mora do credor também pode ser purgada com o oferecimento, pelo credor, de aceitar o pagamento do devedor, indenizando a este último, ao mesmo tempo, pelas despesas e pelos danos que sofreu em consequência da mora.
Obrigações naturais
Essas obrigações em que o devedor não pode ser compelido à prestação, por faltar ao credor tutela jurídica processual, são chamadas obrigações naturais.
O da obrigação contraída por pessoa alieni juris, que não tinha capacidade jurídica de gozo.
4° Bimestre
Fontes das Obrigações
Contratos “Omnis obligatio vel ex contratu nascitur" e delitos “vel ex delicto" (mais importantes)
A classificação das fontes das obrigações não tem valor dogmático.
Contratos
Ato jurídico bilateral (acordo das partes e sua manifestação externa)
Gera obrigações no direito moderno
O simples acordo não gerava obrigação, era necessário um fundamento jurídico, a causa civilis
Contratos formais
Nexum – Empréstimo realizado por um ato formal.
 -> Semelhante à mancipatio
 -> Além da transferência da propriedade do objeto, normalmente dinheiro emprestado, cria para o devedor a obrigação de devolver outro tanto do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Stipulatio – Promessa solene de uma prestação.
 -> Caráter sacramental.
Contratos do direito clássico
Os dois contratos formais do período primitivo, naturalmente, não podiam satisfazer às exigências de um comércio já desenvolvido como o de Roma depois das Guerras Púnicas.
O nexum caiu em desuso.
A stipulatio continuou em vigor durante toda a evolução do direito romano.
Os romanos tinham aversão às formalidades escritas dos documentos.
Introduziu-se, por influência das práticas gregas, um tipo de contrato formal, puramente escrito, que consistia no lançamento no livro contábil do credor da dívida do devedor.
Muito mais importante que as categorias até agora tratadas é a dos contratos reais.
 -> Estes se originavam de um novo tipo de empréstimo, realizado sem as formalidades do nexum e coma só entrega (traditio) da coisa ao devedor. Desta entrega resultava a obrigaçãodo devedor à devolução. O fato em que se fundava a obrigação era a entrega realizada. Tal entrega não constituía simples transferência da posse, mas sim a transferência da propriedade e o contrato assim realizado chamava-se mutuum. Gaio incluiu apenas este na categoria dos contratos reais. 
Outros três contratos foram admitidos; tinham idêntica finalidade, isto é, a devolução da coisa entregue. 
 -> Depósito, o comodato e o penhor.
 -> Neles, porém, ao entregar a coisa objeto do contrato, não se transferia a propriedade, mas só a posse, ou, conforme o caso, a detenção. 
Sob influência do ius gentium, introduziam-se os quatro contratos consensuais, que perfazem pelo simples acordo das partes, sem outras formalidades.
 -> Compra e venda (empitio venditio)
 -> Locação (locatio conductio)
 -> Sociedade (societas)
 -> Mandato (mandatum)
São os mais usados contratos no intercâmbio diário 
Toda e qualquer outra convenção, não enquadrada nos quatro tipo de contrato acima expostos, era chamada pactum, que, em geral, não tinha força coercitiva.
O direito romano não chegou a reconhecer força obrigatória a toda e qualquer convenção em geral, uma vez que obedecesse aos limites estabelecidos.
Ato jurídico unilateral, a simples promessa não gerava obrigação no direito romano, exceto o voto feito aos deuses (votum) e a promessa pública (pollicitatio ob iustam causam)
Contratos Reais (Se fazem reais na entrega do objeto)
Mútuo (Mutuum) 
 -> A entrega, com a consequente transferência da propriedade, de uma coisa fungível, com a obrigação para aquele que a recebe de restituir igual quantidade de coisa fungível do mesmo gênero e qualidade.
 -> Transfere a propriedade da coisa
 -> Res nec mancipi a transferência opera-se pela traditio
 -> Contrato unilateral
 -> Não admite cláusula referente à contraprestação do devedor, que seriam os juro
Depósito (depositum) 
 -> É a entrega, pelo credor, de uma coisa móvel ao devedor para que este a guarde, gratuitamente, e a restitua quando pedida pelo primeiro.
 -> O credor se chama depositante e o devedor, depositário.
 -> O depositário só detém a coisa, não pode usar dela, porque sua obrigação é de guardá-la, devolvendo-a em seguida no estado em que recebera.
 -> O depósito é um contrato gratuito; o depositário faz um favor ao depositante
 -> A obrigação do depositário é de guardar a coisa recebida e restituí-la, findo o depósito
 -> O depositante é obrigado a indenizar o depositário pelas despesas por este feitas com a guarda da coisa e a ressarci-lo dos danos que eventualmente tenha sofrido em virtude do depósito.
 -> Contrato imperfeitamente bilateral 
Comodato (commodatum) 
 -> É a entrega de uma coisa para uso gratuito, com a obrigação do devedor de restituí-la.
 -> Credor se chama comodante e o devedor, comodatário.
 -> O comodato é semelhante ao mútuo, do ponto de vista econômico, mas difere quanto à estrutura jurídica.
 -> O comodatário é mero detentor da coisa, ou seja, ele terá que restituir especificamente a própria coisa recebida (obrigação específica).
 -> O objeto do comodato é normalmente uma coisa inconsumível
 -> É um contrato no interesse exclusivo do devedor comodatário
 -> A obrigação do comodatário é de usar da coisa consoante o que foi estabelecido no contrato e de acordo com a bona fides.
 -> O comodante é obrigado a permitir o uso da coisa pelo comodatário durante o prazo estabelecido no contrato, não podendo exigir a devolução antes do vencimento e devendo indenizar o comodatário não só pelo que este despendeu com a coisa, como também pelos danos que eventualmente sofrer na execução do contrato.
 -> Contrato imperfeitamen te bilateral (contratus bilateralis inaequalis).
Penhor (contractus pignoraticius) 
 -> É a entrega de uma coisa para servir de garantia real de uma obrigação e para ser restituída ao extinguir-se a obrigação garantida.
 -> No direito romano pode ser móvel ou imóvel, ao contrário do que se dá com o direito moderno, em que penhor só pode ter por objeto coisa móvel.
 -> Credor da obrigação principal é chamado de pignoratício; e é obrigado a guardar a coisa, exceto havendo convenção expressa que o autorize.
 -> O devedor da obrigação principal é obrigado a indenizar o credor pignoratício das despesas feitas com a coisa e dos danos que a sua guarda lhe houver causado.
Contratos Inominados
 -> Não se enquadram nos moldes dos contratos tradicionais.
 ->Trata-se, na maioria dos casos, de acordos em que ambas as partes se obrigam a prestações equivalentes.
 -> São contratos bilaterais perfeitos, chamados também de sinalagmáticos.
 -> Era permitido à parte que cumpria sua obrigação, rescindir o contrato, pedindo a devolução de sua prestação a título de enriquecimento sem causa, ao invés de exigir a contraprestação respectiva da outra parte.
Contratos Consensuais
Compra e venda (empitio venditio)
 -> As partes se obrigam a trocar mercadoria contra dinheiro.
 -> Difere da compra e venda real como representada nas formalidades da mancipatio.
 -> Efetiva e imediata troca de mercadoria contra dinheiro
 -> Acordo entre as partes que as obriga à prestação (entrega da mercadoria, que pode ser coisa de qualquer espécie) e contraprestação (pagamento do preço; deve ser em dinheiro, caso contrário será troca, e não compra e venda).
 -> O vendedor é obrigado a entregar a coisa ao comprador, em virtude do contrato, mas o comprador não adquire a propriedade dela pelo contrato; ele só tem um direito obrigacional contra o vendedor, para exigir a entrega da coisa como lhe foi prometida.
 -> A propriedade só se transfere com a efetiva entrega da coisa, na forma de mancipatio, da in iure cessio ou da traditio.
 -> O objeto da compra e venda é mercadoria, que pode ser qualquer coisa in commercio.
 -> Contrato bilateral e perfeito
 -> O vendedor tem a obrigação de entregar a coisa; é responsável pela turbação que, ao comprador, no gozo da coisa; responsável pelos vícios ocultos da coisa vendida.
 -> O vendedor tem que guardar a coisa até a entrega, com todo cuidado
 -> Responde pelo dolo e pela negligência com que se houver, porque é devedor que lucra com o contrato
Locação (locatio conductio)
 -> É o contrato pelo qual uma pessoa, mediante retribuição em dinheiro, se obriga a favor de outra a colocar à disposição desta uma coisa, ou prestar-lhe serviços, ou a executar determinada obra.
 -> Aplica-se três tipos de contratos diferentes:
Locação de coisa (locatio conductio rei) - Cessão temporária do uso e gozo de uma coisa contra o recebimento de um aluguel;
Locação de serviços (locatio conductio operarum) - Se põe a disposição de outrem os próprios serviços contra o recebimento de um salário
Empreitada (locatio conductiio operis faciendi) - Alguém se obriga a produzir uma determinada obra, igualmente contra retribuição em dinheiro.
Sociedade (societas)
 -> Contrato que obriga as partes a cooperar numa atividade lícita, visando fins lucrativos.
 -> Contribuição pecuniária das partes
 -> Podia ser uma determinada atividade também, a ser exercida para obter o fim comum
 -> Constitui-se sociedade pela simples convenção sobre o seu objeto
 -> Contrato bilateral
 -> Cada sócio deve entrar com sua parte na sociedade e, na medida dessa contribuição, participará dos lucros ou prejuízos auferidos.
 -> A sociedade é sempre temporária
 -> Dissolve-se quando sua finalidade foi alcançada, ou se tornou impossível, ou pelo vencimento do prazo de sua existência.
 -> Os sócios podem dissolver a sociedade através de um acordo comum.
 -> A sociedade constituída por tempo ilimitado dissolve-se pela renúncia de um dos sócios.
 -> Havendo bens em comum, estes serão divididos pela actio communi dividundo
Mandato (mandatum)
 -> Contrato pelo qual o mandatário se obriga a praticar um ato, gratuitamente, e conforme instruções do mandate.-> A incumbência pode ser a prática de qualquer ato, material ou jurídico, desde que não seja ilícito.
 -> O importante é que seja gratuito
 -> Contrato bilateral imperfeito
 -> A obrigação principal é a do mandatário, de praticar o ato.
 -> A obrigação secundária e eventual é a do mandante, de indenizar o mandatário das despesas havidas na execução do mandato e ressarci-lo pelos danos sofridos nessa execução.
 -> Extingue-se o mandato pela satisfação da incumbência ou pelo distrato, isto é, acordo entre as partes visando à rescisão do contrato.
 ->Sendo o mandato um contrato que se baseia na mútua confiança pessoal, cessa pela morte de qualquer das partes, ou quando qualquer delas o declara rescindido.
Pacta
 -> A convenção em geral foi chamada pactum no direito romano, em contraposição ao contrato como fonte de obrigação.
 -> Pacta adjecta – Convenções acessórias que acompanhavam um contrato, modificando-lhe ou ampliando-lhe os termos.
 -> Pacta praetoria – Eram aqueles que encontravam tutela jurídica pela atividade do pretor.
 -> Pacta legitima – Eram aqueles não compreendidos nas classes anteriores, aos quais foi concedida tutela jurídica por decisões imperiais.
Doação
 -> Não era um contractus no direito romano; era simplesmente uma causa, que justificava um ato jurídico qualquer.
 -> Atos jurídicos que servem para doação eram inúmeros: por exemplo a constituição, transferência ou extinção de direitos reais; qualquer ato obrigacional, como a estipulação; o contrato literal; a remissão de dívida etc.
Obrigações “ex quasi contractu” (Quase contrato)
 -> Obrigações semelhantes às obrigações contratuais
 -> Gestão de negócios, tutela, relações entre o herdeiro e legatário, comunhão incidental, enriquecimento sem causa; são exemplos de quase-contratos.
Gestão de Negócios (negotiorium gestio)
 -> Liame obrigacional semelhante ao mandato
 -> Alguém, espontaneamente, se encarrega de praticar atos no interesse de outrem, sem que este o tenha incumbido de assim agir.
 -> O negotiorium gestor é obrigado a agir de boa-fé e no interesse da outra parte, chamada dominus negotii, e a terminar a gestão iniciada.
Enriquecimento sem causa
 -> Decorrente do recebimento de pagamento não devido.
 -> Quem recebe o que não lhe é devido fica obrigado à devolução.
 -> Os meios processuais do credor para obtê-la eram condictiones.
 -> Condictio – legis actio especial no processo romano primitivo, e uma actio in personam no processo formulário, que se fundava estritamente nas regras dos ius civile 
 -> A condictio servia às mais variadas finalidades, tanto para sancionar obrigações de empréstimo, de contrato literal e estipulação, como de furto, e, em nosso caso o enriquecimento sem causa.
 -> Condictio indebiti - Ação para reaver o que fora pago por débito inexistente
 -> Condictio ob causam datorum ou condictio causa data non secuta – Pagamento feito tendo em vista uma contraprestação ou um evento a ser realizado posteriormente, na falta dessa realização, ou da contraprestação, a prestação paga podia ser reavida por meio dessas duas condictio 
 -> Condictio ob iniustam causam – Exige a devolução do que fora pago a título de causa ilícita, por exemplo juros exorbitantes ao agiota.
 -> Condictio ob turpem causam – Pagamento efetuado por motivo imoral
 -> Condictio sine causa - Ação que se aplicava a todos os casos de enriquecimento sem causa que não podiam ser enquadrados nas categorias acima.
Delitos
 -> Violação de uma norma jurídica estabelecida no interesse coletivo.
 -> Nas relações entre o Estado e o autor do delito cogita-se apenas de punição.
 -> Nas relações entre os particulares, isto é, ofensor e ofendido, não há outro liame, senão a obrigação do primeiro de ressarcir os danos causados ao segundo, liame que tem finalidade de restabelecer a situação patrimonial anterior ao delito cometido.
 -> No direito romano faltava a distinção nítida entre punição e o ressarcimento do dano.
 -> Consequência jurídica do delito era, apenas, a sua punição, e esta punição servia também para satisfazer o ofendido do dano que sofrera.
 -> Delitos públicos (delicta publica) - Traição (perduellio), homicídio (parricidium) e o incêndio.
 -> Delitos privados (delicta privada) - Furto, roubo, dano injustamente causado e injúria.
Furto (furtum)
 -> Subtração fraudulenta de coisa alheia contra a vontade de seu dono.
 -> Foi transformado no direito de exigir uma multa pecuniária do ladrão, a qual, segundo o caso, era o quádruplo ou triplo ou o dobro do valor da coisa furtada.
 -> Podia exigir rei vindicatio
 -> Podia utilizar-se da condictio furtiva, baseada no enriquecimento ilícito do ladrão em prejuízo do legítimo proprietário.
 -> Rei vindicatio e condictio furtiva não são ações penais, mas sim reipersecutórias: visavam simplesmente recuperar a coisa; o ladrão era condenado somente no valor simples (simplum) da coisa furtada.
Roubo (rapina)
 -> Furto qualificado pelo ato violento do ladrão ao subtrair a coisa.
 -> Pena é o quádruplo do valor da coisa.
Dano, danificação (damnum iniuria datum)
 -> Quem causa prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano.
 -> Quem matasse um escravo ou animal pertencente a outrem ficava obrigado a pagar o maior valor que tal coisa tivera no ano anterior.
 -> No caso de ferimento de escravo ou animal alheio, bem como no de danificação de coisa alheia, o autor do dano ficasse obrigado a pagar o maior valor que a coisa tivera no último mês.
 -> Lex aquilia só se aplicava a dano causado por ato positivo e consistente em estrago físico e material da coisa corpórea.
Injúria (iniuria)
 -> Delito consistente na ofensa ilícita e dolosa de alguém, causada à pessoa de outrem.
 -> A ofensa pode ser de qualquer espécie, assim física como moral.
Dolo (dolus malus)
 -> Comportamento desonesto com a finalidade de induzir em erro a parte por ele lesada.
 -> Obter o ressarcimento do dano sofrido
Coação (metus)
 -> Fato de compelir alguém à prática, de certo modo, de determinado ato jurídico.
 -> A violência pode ser física (absoluta) ou moral (compulsiva).
 -> Ameaça grave de praticar uma violência física.
Obrigações “ex quasi delicto”
 -> Obrigações decorrentes de fatos que não implicavam a culpa do devedor. Ele ficava devendo mesmo sem ter causado, voluntária ou involuntariamente, o fato.
 -> Actio de effusis et deiectis era a ação contra o morador (habitator) de um prédio, donde uma coisa sólida ou líquida caiu ou foi atirada à rua, causando dano a alguém, independentemente de quem a jogou.
 -> Actio de deposito et suspenso também contra o morador de um prédio, quando um objeto, colocado em terraço, teto ou qualquer lugar externo, ameaçasse com a possível queda causar dano aos que passassem na rua; a responsabilidade do morador não dependia de sua culpa.
 -> Actio furti adversus nautas, caupones, stabularios era também enquadrada nesta categoria; responsabilidade dos transportadores e hoteleiros pelo furto sofrido pelos seus passageiros ou hóspedes; a ação em epígrafe cabia ao ofendido contra o transportador ou contra o hoteleiro, independentemente da culpa destes últimos.
Garantia das Obrigações
 -> Do ponto de vista subjetivo, o cumprimento da obrigação pelo devedor depende, inteiramente, da sua vontade.
 -> Do ponto de vista objetivo, depende de sua capacidade econômica ou física de cumpri-la.
 -> O interesse do credor é de assegurar o cumprimento da obrigação contra ambos os tipos de inadimplemento.
 -> Para assegurar-se contra o inadimplemento voluntário do devedor, o credor pode concluir com ele vários acordos acessórios e secundários para reforçar a obrigação principal.
Arras (arrha)
 -> A entrega, pelo devedor ao credor, de uma coisa ou de uma quantia, com o fim de que ela sirva para confirmar a conclusão de um acordo e para garantir o seu cumprimento.
 -> Faculdade das partes de rescindirem, unilateralmente,o contrato confirmado
Multa Contratual (poena conventionalis)
 -> Promessa, por meio de stipulatio, do pagamento de uma indenização pecuniária, predeterminada, para o caso do inadimplemento de uma obrigação.
 -> Não era preciso provar as perdas e danos para obter indenização.
 -> Quando as perdas e danos excediam o valor estabelecido no contrato, a diferença a mais podia ser exigida separadamente.
Outras garantias
 -> Garantias pessoais e garantias reais.
 -> Garantias pessoais – Aumentam o número das pessoas responsáveis pelo adimplemento da obrigação.
Fiança
 -> Contrato pelo qual um devedor acessório junta-se a um devedor principal, a fim de garantir o adimplemento da obrigação por este assumida.
 -> O fiador é um devedor acessório, que se obriga a cumprir uma obrigação, caso o devedor principal não o faça.
 -> No jurisconsulto clássico, o fiador podia exigir do credor principal, a quem pagara, a cessão das ações que lhe competiam contra o devedor principal.
Transmissão das obrigações
 -> Considera os devedores e os credores como substituíveis em suas pessoas, ficando inalterada porém a própria obrigação como relação jurídica, é moderno e contrário ao pensamento dos romanos.
 -> Consideravam as relações obrigacionais como intransmissíveis
 -> As exigências do comércio forçaram a praxe a encontrar meios legais para atingir a transmissibilidades das obrigações entre vivos.
Delegatio
 -> Os modos de transferência dos direitos reais não se aplicam às obrigações.
 -> O credor que desejasse que a prestação que lhe era devida passasse a ser devida a outrem, só poderia obter esse resultado por meio de novação da obrigação.
 -> Operação semelhante servia também para transmitir a obrigação de um devedor a outro.
 -> Eram sempre necessárias a anuência, a anuência e a cooperação ativa das duas partes da obrigação originária.
 -> Só se realizava pela stipulatio 
 -> As garantias que acompanhavam a obrigação originária ficavam extintas, uma vez feita a delegatio.
Procuração em causa própria (procuratio in rem suam)
 -> Mandatum agendi (mandato processual)
Sistemas das “actiones utiles”
 -> Baseavam-se numa ficção.
 -> Em nosso caso, a ficção era considerar o cessionário como legalmente sucedendo ao cedente no seu direito com base na transmissão do crédito havida por ato jurídico inter vivos, sucessão que perante o direito estrito não ocorria.
Extinção das Obrigações
 -> Obrigação para ser cumprida
 -> O cumprimento é seu fim natural e com ele a obrigação se extingue
Pagamento (solutio)
 -> É o modo natural da extinção.
 -> O adimplemento da obrigação extingue o liame entre o credor e o devedor.
 -> Recebendo o credor a prestação, objeto da obrigação, o devedor fica libertado do vínculo obrigacional.
 -> Cada contrato formal tinha o seu contrário, que era um ato jurídico liberatório.
 -> Nas novas categorias de contratos reais e consensuais, para cuja realização não era necessário o uso de formalidades, a solutio por si acarretava, naturalmente, a extinção da obrigação.
 -> Quantos as regras gerais referentes à solutio, notamos as seguintes:
O objeto do pagamento deve ser exatamente o da obrigação;
O pagamento deve ser efetuado ao credor ou ao seu representante para este fim designado;
A obrigação deve ser cumprida pelo devedor, mas o pode ser também por outra pessoa, a menos que o credor tenha interesse especial na prestação pessoal do devedor;
O prazo e o lugar do cumprimento dependem da convenção das partes. Faltando a determinação desses elementos, a prestação é devida logo que cobrada e no lugar escolhido pelo devedor.
Compensação (compensatio)
 -> Pressupõe a existência de mais de uma obrigação entre as mesmas pessoas, sendo elas ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra.
 -> A compensação se operava só em três casos: nas ações baseadas na boa-fé, nas obrigações entre banqueiros e no concurso de credores.
Novação (novatio)
 -> É a extinção de uma obrigação pela sua substituição por uma nova, com o mesmo conteúdo da anterior.
 -> A prestação, objeto da obrigação antiga e da nova, devem ser idênticas; do contrário haveria constituição de outra obrigação ao lado da antiga, ambas coexistentes.
 -> No direito justinianeu, como no moderno, exigia-se, ainda, o animus novandi das partes.
Extinção da obrigação por acordo das partes
 -> As partes podem fazer cessar os efeitos da obrigação sem que haja solutio, se assim convencionarem.
 -> Possível no direito quiritário por meio da immaginaria solutio
 -> No direito clássico, os efeitos de um contrato consensual cessavam em virtude de rescisão por mútuo acordo.
Fatos extintivos das obrigações, independentes da vontade das partes
Quando seu cumprimento se torna impossível, a não ser que a impossibilidade seja imputável ao devedor;
Em certos casos, pela morte das partes;
Pela capitis deminutio do devedor, exceto as obrigações do ex delicto;
Pela confusio, isto é, a junção, na mesma pessoa, da posição do credor e do devedor;
Pelo concursus duarum causarum lucrativum, isto é, pelo cumprimento de uma de duas obrigações a título gratuito
Pelo decurso do prazo de vigência convencionado pelas partes ou estabelecido pela lei;
Pela verificação da condição resolutiva nas obrigações sujeitas a essa espécie de condição;
Pela extinção da obrigação principal, no caso da obrigação acessória
Por ordem legal, em determinados casos, a título de penalidade. É o que se dá com o crédito de quem, para haver o que lhe é devido, se apossa de bens do devedor.

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