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1 Fasores Outra forma de representar um sinal senoidal é através de um fasor ou vetor girante de amplitude igual ao valor de pico (VP) do sinal, girando no sentido anti-horário com velocidade angular . A esse tipo de representação dá-se o nome de diagrama fasorial. Cada ponto de uma senóide pode ser representado por um vetor de módulo constante numa posição diferente, como indicado na representação gráfica a seguir. A medida que a senóide é descrita o vetor assume posições diferentes. Quando a senóide completa um ciclo, o vetor descreveu um giro completo e se encontra na mesma posição inicial novamente. Este vetor é, portanto, um vetor girante. Se o ciclo da senóide foi descrito num dado intervalo de tempo (período T), o vetor deu uma volta completa no mesmo período da senóide. Assim, podemos concluir que para uma dada frequência f do sinal senoidal, o movimento harmônico (giratório) do vetor possui a mesma frequência e, portanto o vetor gira no sentido anti-horário com a mesma frequência ou velocidade angular ω da senóide. Se o ciclo da senóide iniciar adiantado, o ângulo de fase inicial θ0 é positivo. Se o ciclo da senóide iniciar atrasado, o ângulo de fase inicial θ0 é negativo, conforme representado a seguir: Sinal adiantado, θ positivo: 2 Sinal atrasado, θ negativo: Representação Gráfica de um sinal senoidal puramente Resistivo (a corrente e a tensão estão em fase) Diagrama Fasorial de um circuito puramente resistivo: 0º 90º 180º 270º i(A) v(V) 3 Representação Gráfica de um sinal senoidal puramente capacitivo (a corrente está adiantada em 90º em relação a tensão) Diagrama Fasorial de um circuito puramente capacitivo: 0º 90º 180º 270º 0º 90º 180º 270º vc ic ic – 90º . . Diagrama fasorial, vc como referência Diagrama fasorial, ic como referência vc 4 Diagrama Fasorial de um circuito RC série: 0º 90º 180º 270º vc vRi – 90º . Diagrama Fasorial de um circuito RC paralelo: 0º 90º 180º 270º vc vRiR ic . 5 Diagrama de Impedâncias: 6 Circuito RC Série em Corrente Alternada Dado o circuito: i(t) v(t) VR VCXC R Quando a tensão alternada é aplicada a um circuito RC série, a corrente continua adiantada em relação a ela, só que de um ângulo menor que 90º, pois enquanto a capacitância tende a defasá-la em 90º, a resistência tende a colocá-la em fase com a tensão. Impedância Capacitiva (ZC) A oposição que o capacitor oferece à passagem da corrente elétrica depende de R e Xc. Essa combinação é denominada de impedância capacitiva Zc, dada em (Ω), e pode ser representada por um único símbolo, conforme a representação a abaxo: R XC ZC A reatância capacitiva vale: 0° I XC = i 90° = = XC – 90° = – j ω.C 1 = VC – j XC vC A resistência vale: 90° I R = i 90° = = R 0° = VR vR R 7 A impedância capacitiva (Zc) é obtida pelas equações: ou ouZc = R – j Xc C 1 Zc = R – j Zc = R + j.C 1 A impedância capacitiva também pode ser representada na polar pelas equações: Módulo (Zc): (R) 2 + (XC) 2 Zc = ou R 2 Zc = + 1 (C) 2 Fase (φ): φ = arctg Xc R ou φ = arctg 1 C.R Representação Gráfica da Impedância Capacitiva: No plano cartesiano, a impedância capacitiva fica como segue: R XC ZC (a) simbolicamente (b) graficamente Im Real R Zc Xc φ 8 Potência em Circuitos Capacitivos Dado o circuito a seguir: i(t) VR VCXC R Vef (t) Representando os fasores das tensões envolvidas (em Vrms) na forma de um triângulo (triângulo de tensões), temos: Triângulo de tensões: φ VC VR V Multiplicando os lados do triângulo de tensões pela corrente i do circuito, obtemos o triângulo de potências, formado por: Triângulo de potências: P = VR .I PQ = VC .IP S= V.I φ Potência Ativa ou Real (P) A potência ativa P, em watt (W), é aquela correspondente ao produto da corrente com a parcela da tensão (cateto adjacente ao ângulo φ) que está em fase com ela. Portanto: P = VRrms .Irms P = Vrms .Irms .cos φ ou 9 A potência ativa é indicada por um instrumento de ponteiro chamado wattímetro e a energia consumida tem como unidade o Joule (J) ou Watt-segundo ou o Watt-hora e é medida pelo instrumento chamado de medidor de energia ou Watt-hora-metro. A potência ativa é transformada em calor por efeito joule. Na prática, essa energia térmica pode ser utilizada para realizar trabalho. É por isso que a potência ativa é denominada também de potência útil, potência de trabalho ou potência real. Quanto mais próximo de zero for a fase φ, ou seja, quanto mais resistiva for a impedância, maior é a potência ativa. Potência Reativa (PQ ou PR) A potência reativa PQ, em volt ampére reativo (VAr), é produto da corrente com a parcela da tensão (cateto oposto ao ângulo φ) que está em quadratura com ela. A potência reativa está associada aos elementos indutivos e capacitivos. Ela circula pelos condutores sendo absorvida e devolvida sem produzir trabalho elétrico. PQ = VCrms .Irms P = Vrms .Irms .sen φ ou A potência reativa, neste caso, recebe o nome de potência reativa capacitiva PQC. Potência Aparente (PS ou PAP) A potência aparente Ps, em volt ampére (VA), é a potência total fornecida pelo gerador à impedância, isto é: PS = Vrms .Irms A hipotenusa do triângulo representa o produto da tensão pela corrente no circuito, o que seria aparentemente a potência real do circuito como o é nos circuitos resistivos puro e nos circuitos CC. Por isto, ela é chamada de potência aparente (S). Na verdade, a potência aparente contém uma soma vetorial de potência ativa (real) e reativa sem, no entanto, precisar quanto vale cada uma delas individualmente. (PS) 2 = (P) 2 + (PQ) 2 Fator de Potência – FP O Fator de Potência FP é definido como a relação entre a potência ativa (consumida) e a potência Aparente (fornecida pelo gerador), que ser dada por: ouFP = P PS FP = cos φ 10 O fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente. Esta grandeza pode ser obtida pelas características físicas do circuito (resistência, impedância, etc). O fator de potência é um valor positivo entre 0 e 1 que reflete o quanto da potência aparente fornecida pelo gerador é efetivamente consumido pelo circuito ou pela impedância. Quando o fator de potência de um circuito for unitário (cos φ = 1 ou 100 %) toda a potência aparente absorvida pelo circuito é consumida irreversivelmente. Quando o fator de potência for menor do que 1 ( fp < 100 % ), há duas parcelas de energia ou potência: uma parcela representa a potência que realmente é consumida e outra que não é consumida e sim trocada entre o campo magnético dos indutores e o gerador. O Problema dos Circuitos Reativos Se considerarmos como um gerador a tensão da rede, é a potência aparente que as residências e as indústrias recebem da concessionária de energia elétrica, embora ele não seja totalmente utilizado por causa da potência reativa que é devolvida. O fator de potência FP é um dado importante a ser analisado em qualquer sistema ou instalação elétrica, pois ele dá a dimensãodo aproveitamento da energia fornecida pela rede elétrica. Correção do Fator de Potência A energia elétrica é consumida nas mais variadas atividades tais coma residenciais, comerciais e industriais. Nestas atividades a energia é consumida, principalmente, para a obtenção de luz, calor e força motriz (é definido como um agente natural, como água, vapor, vento, eletricidade, etc, usados opera transmitir movimento para maquinário, um motor). Nas indústrias a maioria das cargas é reativa indutiva (φ > 0º) ou resistiva (φ = 0º), embora haja também carga reativa capacitiva (φ < 0º). Cargas Resistivas As cargas resistivas não provocam defasagem entre a tensão e a corrente, recebendo do gerador apenas a potência ativa, que é dissipada totalmente. Essas cargas caracterizam-se, portanto, por terem fator de potência unitário, isto é, FP = cos0º = 1 Exemplos de cargas puramente resistivas: lâmpadas incandescentes e aquecedores elétricos (chuveiros elétricos, torneiras elétricas). A base de seu funcionamento é o aquecimento de um filamento (lâmpada) ou de uma resistência (aquecedor). Cargas Indutivas As cargas indutivas atrasam a corrente em relação à tensão, recebendo do gerador as potências ativa e reativa. Enquanto a potência ativa é totalmente dissipada, a potência reativa é devolvida ao gerador. Essas cargas caracterizam-se, portanto, por terem fator de potência menor que a unidade, isto é, FP = cos φ < 1. 11 Como exemplos de cargas indutivas podemos citar: as lâmpadas fluorescentes (que necessitam para o seu funcionamento de um reator colocado em série com o tubo de gás), os transformadores,os motores CA e qualquer máquina que opere por meio de motores e transformadores. Cargas Capacitivas As cargas capacitivas são aquelas que adiantam a corrente em relação à tensão, recebendo do gerador as potências ativa (dissipada) e reativa (devolvida). Enquanto a potência ativa é totalmente dissipada, a potência reativa é devolvida ao gerador. Essas cargas caracterizam-se, portanto, por terem fator de potência menor que a unidade, isto é, FP = cos φ < 1. As cargas capacitivas não são muito comuns, como exemplo de cargas capacitivas podemos citar o motor síncrono que, por suas características, pode ter um comportamento indutivo, resistivo ou capacitivo em função da corrente de campo (CC). Se o motor síncrono estiver subexcitado pela corrente de campo, ele se comporta como uma carga indutiva. Se ele estiver superexcitado,o seu comportamento é capacitivo. Nos dois casos, o seu fator e potência é menor do que a unidade. Há ainda um ponto de excitação intermediário em que ele se comporta como uma carga resistiva pura, sendo o seu fator de potência unitário. O Problema do Fator de Potência das Instalações Elétricas Industriais Corrigir o fator de potência é fundamental em qualquer instalação industrial. Quedas de tensão, perdas, sobrecargas são algumas das consequências de um fator de potência baixo numa instalação. Nas instalações elétricas monofásicas, as cargas Z são ligadas em paralelo om a linha de alimentação. Portanto, a corrente fornecida pela concessionária de energia elétrica e a corrente total (IT) defasada de um ângulo total (φT) em relação à tensão V. Essa corrente é maior do que a necessária para fornecer potência ativa (útil) às cargas. A maioria das instalações industriais tem a corrente total da linha atrasada, já que a maioria das cargas é indutiva e resistiva. A energia em (Kwh) cobrada da concessionária refere-se à potência ativa P(W), e não à potência aparente Ps (VA).Do ponto de vista técnico e econômico, para a concessionário isso não é bom, pois ela é obrigada a gerar mais energia do que o necessário.; Por isso ela sobretaxa os consumidores industriais cujas instalações elétricas operam com fator de potência FP < 0,92, para incentivá-los a aumentar esse valor. Para as indústrias um fator de potência baixo também não é interessante técnica e economicamente, pois além de pagar as multas, a instalação elétrica deve ser feita com condutores de maior diâmetro para suportar a corrente maior solicitada. A solução para esse problema é a redução da potência reativa total da instalação, de modo que fator de potência desejado seja igual ou maior que o limite imposto pela concessionária. Esse procedimento é denominado correção do fator de potência. 12 O aumento do fator de potência pode ser obtido pela conexão de um banco de capacitores na entrada da instalação elétrica e em paralelo com as cargas. Não se instala em série porque provoca queda de tensão. A potência ativa não é alterada porque os capacitores usados na correção de potência comportam-se muito próximos de capacitores ideais. No entanto, a potência aparente fica reduzida e, em consequência, a corrente fornecida pela rede fica proporcionalmente menor. Circuito RC Paralelo em Corrente Alternada Dado o circuito: i(t) v(t) iC XCR iR No circuito RC em paralelo, a tensão do gerador v(t) é a mesma no resistor (vR) e no capacitor (vC), mas corrente fornecida pelo gerador i(t) é a soma vetorial das correntes no resistor (iR) e no capacitor (iC), Impedância Equivalente (ZC) ZC i(t) v(t) iC XCR iR v(t) i(t) A impedância equivalente do circuito é calculada utilizando a mesma expressão para o cálculo da resistência equivalente de dois resistores em paralelo, isto é: 1 Zc = 1 R + 1 – j Xc ou Zc = – j RXc R – j Xc 13 A impedância capacitiva também pode ser representada na polar pelas equações: Módulo (Z): 1 Z = 1 (R) 2 + 1 (XC) 2 ou Z = RXc (R) 2 + (XC) 2 Fase (φ): Na forma polar, φ < 0º e, portanto: Zc = Z φ– φ = arctg R Xc – Apostila elaborada por: Oswaldo da Silva Lopes Júnior Referências Bibliográficas: Albuquerque, Rômulo Oliveira. Análise de Circuitos em Corrente Alternada; São Paulo, Editora Érica. Markus, Otávio. Análise de Circuitos Elétricos: Corrente Contínua e Corrente Alternada; São Paulo, Editora Érica. Mussoi, Fernando Luiz Rosa. Apostila do CEFET – SC – Sinais Senoidais: Tensão e Corrente Alternadas.
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