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Aves: Manejo, Contenção e Principais Enfermidades PROFA. YAMÊ DAVIES Ordem Piciformes • Famílias: Picidae e Ramphastidae • Peso: 125 a 600 gramas • Zigodáctilos • Não possuem inglúvio • Monogâmicos • Territorialistas • Filhotes nascem sem penas Ordem Psittaciformes • Famílias: Loridae, Cacatuidae e Psittacidae • Peso: 30 gramas a 1,7 quilos • Zigodáctilos • Muda de penas • Monogâmicos • Reprodução primavera/verão • Filhotes nascem sem penas Ordem Passeriformes • Peso: 15 a 100 gramas • Aves canoras • Siringe bem desenvolvida • Territorialistas • Monogâmicos Instalações • Qual o tamanho adequado? • Poleiros • Banhos • Nutrição Parâmetros biológicos Frequência Cardíaca (bpm) Frequência Respiratória (rpm) Temperatura (°C) Longevidade (anos) Anseriformes 180 – 230 30 – 95 40,5° - 41° 10 a 30 Piciformes 130 – 165 15 – 45 38,5° - 41° 15 a 20 Psittaciformes 200 – 250 15 – 75 38,5° - 41° 25 a 80 Falconiformes 150 – 200 10 – 20 39° - 41,5° 15 a 60 Strigiformes 150 – 200 15 – 30 39° - 41,5 10 a 60 Columbiformes 180 – 250 20 – 40 39,8° - 41,5° 8 a 30 Passerifomes 200 – 300 60 - 80 39° - 42° 6 a 12* Contenção física Vias de administração Vias de administração Vias de administração Vias de administração Vias de administração Vias de administração Vias de coleta de sangue Vias de coleta de sangue Anamnese • Exposição a doença infecciosa • Exposição a toxinas • Ambiente onde vive a ave • Práticas de manejo • Dieta • Estado reprodutivo • Contactantes • Enfermidades anteriores Exame físico a distância • Postura • Estado de alerta • Equilíbrio • Sinais respiratórios • Penas arrepiadas • Fezes e urina • Poleiros • Comedouros e bebedouros • Higiene Exame físico • Estado nutricional • Hidratação • Temperatura • Empenamento • Cavidades (oral, cloaca, ouvido, narinas e coana) • Membros • Bico • Pesagem Exame físico Exames complementares • Exame radiográfico • Ultrassonografia (ascite) • Perfis hematológicos • Perfis bioquímicos • Coproparasitológico • Exame de Gram (triagem, candidíase) • Cultura bacteriana e antibiograma • Exames de biologia molecular (clamidiose, poliomavírus, bornavírus, circovírus) • Necropsia e histopatologia Principais enfermidades AVES Doenças virais Bornavírus • Doença da Dilatação proventricular (Proventricular dilatation disease) - PDD • Primeira descrição da doença ocorreu em araras na década de 70 nos EUA • O agente foi descoberto em 2008 (KISTLER et al., 2008 e HONKAVUORI et al., 2008) • A agente já foi descrito em diversas espécies de aves no Brasil • MARIETTO-GONÇALVES et al., 2009 • DONATTI et al., 2014 • ENCINAS-NAGEL et al 2014 • PHILADELPHO et al 2014 Doenças virais - Bornavírus • RNA fita simples • Família Bornaviridae • Diversos genótipos – diversas espécies • Genótipos de psitacídeos • PaBv-1, PaBv-2, PaBv-3 e PaBv-4 _ Estados Unidos • PaBv-5 _ Japão • PaBv-6 _ Suiça • PaBv-7_ Alemanha • PaBv-2 e 4 são os mais comuns • Ganso • ABV-CG • Canários • C1, C2 e C3 • Manon • ABV-EF • Familia Estrildidae • ABV-LS Doenças virais - Bornavírus • Ganglioneurite dos nervos do plexo, acompanhada ou não de encefalomielite • Sinais clínicos gastrointestinais: • Disfagia, dilatação proventricular, dificuldade na passagem do alimento • Presença de alimento não digerido nas fezes • Sinais clínicos de sistema nervoso central: • Ataxia, alteração em propriocepção, tremores Doenças virais - Bornavírus Doenças virais - Bornavírus • A maior parte dos genótipos foram encontrados apenas em cativeiro, desta forma, pouco se sabe sobre reservatórios e forma de transmissão • Transmissão oro-fecal é a mais aceita • Transmissão vertical Doenças virais - Bornavírus Diagnóstico: • Amostras para diagnóstico in vivo • Fezes (eliminação é intermitente) • Penas • Não utilizar sangue (depende de viremia) • Diagnóstico é baseado na detecção de RNA (RT-PCR) e de anticorpos (ELISA) Doenças virais - Bornavírus Tratamento: • Sintomático • Antibiótico (infecções secundárias), metoclopramida (motilidade), fluidoterapia, gavagem (suporte nutricional) • Doença de natureza inflamatória: meloxicam (ineficaz), celecoxibe, sulfato de amantadina • Antivirais: Interferon alfa e ribavirina Doenças virais Circovírus • Doença do bico e das penas de psitacídeos • Pombos: 1993, sinais inespecíficos (PiCV) • Patos: 2004, alteração em penas (DuCV) • Gansos: 1999, sinais clínicos não são claros devido a infecção concomitante • Canários: 2000, distenção abdominal e congestão da vesícula biliar Doenças virais Circovírus • Etiologia: Vírus não envelopado, DNA • Família: Polyomaviridae • Afetam órgãos linfóides facilitando infecções secundárias - imunossupressão • Vírus distribuído mundialmente Doenças virais - Circovírus • Suscetíveis: aves silvestres e exóticas* • O vírus é eliminado em secreção: pó da pena, fezes, epitélio do inglúvio • Transmissão por via oral, respiratória e vertical Doenças virais - Circovírus Sinais clínicos: Hiperaguda, aguda e crônica • Hiperaguda: neonatos (óbito sem presença de sinais clínicos) • Aguda: filhotes (óbito em 1-2 semanas) • Crônica: jovens (óbito em 6 meses a 2 anos) • Sinais clínicos diferem em algumas espécies: • Cacatuas: doença aguda e fatal • Papagaios africanos – distrofia de penas • Periquitos australianos – Ausência de penas primárias e secundárias • Papagaios do novo mundo (gênero Amazona) = mais resistentes ao vírus Doenças virais - Circovírus Doenças virais - Circovírus Diagnóstico: • PCR • Histologia: Corpúsculo de inclusão intranuclear basofílico Tratamento: • Não há tratamento específico, sendo preconizado o tratamento sintomático e prevenção de infecções secundárias • Por ser extremamente contagioso, deve tomar cuidado com proprietários que possuem mais de uma ave e evitar contato com outros animais quando estiver na clínica veterinária Doenças virais Poxvírus Bouba Aviária • Etiologia: Vírus envelopado, DNA • Família: Poxviridae • Vírus distribuído mundialmente Doenças virais - Poxvírus • Existem várias espécies, podem ser espécie específicos ou afetar diversas espécies • Transmissão: artrópodes, contato direto e indireto Sinais clínicos: • Forma mais comum (cutânea): • Lesões na face (comissura do bico e pálpebra) e patas • As lesões podem ser pequenas e insignificantes clinicamente ou grandes e causar deformidades, podendo ulcerar • Podem ocorrer infecções secundárias • As lesões crescem rapidamente, porém podem demorar até 6 meses para diminuir Doenças virais - Poxvírus Doenças virais - Poxvírus Doenças virais - Poxvírus Sinais clínicos: • Forma diftérica: • Lesões diftéricas fibrino-necróticas em cavidade oral (língua e esôfago) e trato respiratório (traqueia) • Anorexia • Dispneia • Forma sistêmica: • Forma aguda • Depressão, anorexia, dispneia • Morte rápida Doenças virais - Poxvírus Diagnóstico: • As lesões são bem características • Biópsia da lesão local (inclusão celular de Bollinger) Tratamento: • Não há tratamento específico • Lesões pequenas não causam alteração • Lesões maiores = tratamento suporte Doenças bacterianas Chamydia psittaci (Pneumonia, aerossaculite, conjuntivite, sinusite) • Etiologia: Chlamydia psittaci • Suscetíveis: aves silvestres e exóticas (jovens e calopsitas)* • Transmissão: contato direto (fezes, secreções e aerossóis) • Fatores predisponentes: doença clínicaé induzida por fatores estressantes associados ao manejo inadequado, como má nutrição e excesso populacional Doenças bacterianas • Sinais clínicos: diarreia, anorexia, depressão, espirros, descarga nasal mucopurulenta, dispneia, sinusite, conjuntivite, biliverdinúria, tremores, ataques convulsivos, paralisia Doenças bacterianas • Diagnóstico: detecção do agente etiológico por PCR (Reação em Cadeia pela Polimerase) em amostras (swab) de cloaca ou coana ou dos órgãos mais acometidos: fígado, baço e sacos aéreos • Tratamento: doxiciclina (10 – 15 mg/Kg VO, BID) por 45 dias • Zoonose • Notificar a ocorrência da doença às autoridades sanitárias; testar aves suspeitas e aves que tiveram contato com aves positivas por PCR e acompanhar a evolução da doença no plantel; e isolar e tratar aves positivas ou suspeitas Doenças fúngicas Megabactéria • Etiologia: Macrohabdus ornithogaster • Suscetíveis: todas as aves • Transmissão: contato direto (fezes) • Sinais clínicos: regurgitação, polifagia, perda de peso, alimento não digerido nas fezes, diarreia, dilatação proventricular Doenças fúngicas Doenças fúngicas • Diagnóstico: • Sinais clínicos • Achados radiográficos • Exame de coloração de Gram • Tratamento: • Anfotericina B (100 mg/Kg VO, BID por 7 dias) • Nistatina (20 a 30 dias) • Probióticos • Controle com exames de Gram Doenças não infecciosas • Nutricionais – Hipovitaminose A • Etiologia: quantidade de vitamina A e proteínas insuficiente na alimentação, parasitas intestinais (perda de enterócitos para absorção) • Sinais clínicos: ressecamento e irritação da conjuntiva ocular e da córnea, resultando em opacidade e infeção, infecções de trato respiratório, alteração em epitélio de pele e patas, crescimento e remodelamento ósseo (crescimento de bico e unhas) Doenças não infecciosas • Diagnóstico: sinais clínicos • Tratamento: suplementação com vitamina A (parenteral), tratar infecção secundária, correção da dieta (cenoura, manga, espinafre, couve) Doenças não infecciosas • Nutricionais – Lipidose hepática • Etiologia: mais triglicerídeos do que o metabolismo suporta = acúmulo de triglicerídeos – lipidose hepática • Fatores predisponentes: alimentação inadequada, falta de exercício, hepatotoxinas • Sinais clínicos: anorexia, letargia, fraqueza, diarreia, PU/PD, penas com alteração de cor, dispneia, uratos amarelos ou verdes, aumento de volume abdominal, ascite, coagulopatias, anormalidades em bico e unhas Doenças não infecciosas Doenças não infecciosas • Diagnóstico: AST aumentado com creatina normal, soro lipêmico mesmo em jejum, ultrassom, exame radiográfico • Tratamento: fluidoterapia, suporte nutricional, lactulose, tratar infeções secundárias Doenças para estudo complementar • Doenças parasitárias – Ectoparasitos • Sternostoma tracheacolum • Kneimidokoptes sp. • Doenças parasitárias – Endoparasitos • Trichmonas sp. • Giardia sp. • Ascaridia sp. • Capillaria sp. • Metabólicas • Gota úrica articular e visceral • Hemocromatose • Ambientais • intoxicação metal pesado (chumbo e zinco), e Politetrafluoethyleno (PTFE) • Genéticas • Cistos de penas Dúvidas ?
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