Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cálculo II CONVERGÊNCIA ABSOLUTA 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Séries absolutamente convergentes ................................................................................... 2 1.1. Definição ....................................................................................................................... 2 1.2. Série condicionalmente convergente.......................................................................... 3 2. Convergência uniforme - curiosidade ................................................................................. 4 Exercícios ...................................................................................................................................... 5 Gabarito ........................................................................................................................................ 5 Resumo ......................................................................................................................................... 6 2 Introdução Na aula sobre Intervalo de convergênciaI, você estudou sobre suas características como defini-lo. Se você reparar bem, uma série do tipo 0 n nn a x = não é só convergente, mais do que isso, ela converge absolutamente para todo x real. Mas o que significa convergir absolutamente? Nesta aula, iremos aprender mais sobre como se comporta uma série convergente e o que a torna uma série absolutamente convergente. Também vamos compreender a diferença de convergência absoluta e condicional. Só para você pensar, vamos deixar também uma curiosidade sobre convergência de um conjunto de funções. Objetivos • Aprender o conceito e a definição de convergência absoluta aplicada a exemplos que refletem o seu uso; • Diferenciar convergência absoluta de convergência condicional identificando suas principais características; 1. Séries absolutamente convergentes 1.1. Definição Uma série é dita absolutamente convergente se o seu módulo for convergente. Assim, se temos uma série do tipo 0 nn a = , dizemos que ela é absolutamente convergente se 0 nn a = . Por exemplo, a série de potências da função exponencial é absolutamente convergente para qualquer valor. 3 EXEMPLO Desta forma, podemos dizer que toda série cujo módulo dos termos da soma for absolutamente convergente, indica uma série convergente. IMPORTANTE! É importante destacar que, se a série analisada apenas possuir termos positivos, então n na a= e a convergência absoluta é a mesma coisa que a convergência nesse caso. 1.2. Série condicionalmente convergente Quando uma série é convergente, porém não é absolutamente convergente, dizemos que ela é condicionalmente convergente. A série de potência do logaritmo, por exemplo, é condicionalmente convergente. Suponha a série 20 sin n n n = . Vamos verificar se a série é absolutamente convergente. Se compararmos o termo 2 sinn n com a razão 2 1 n , para todo 1n temos: 2 2 sin 1n n n Sabemos que 20 1 n n = é convergente, logo, pelo critério de comparação, o módulo da série é convergente, e por fim, a série é absolutamente convergente. Se uma série for absolutamente convergente, ela sempre será convergente. Porém uma série convergente nem sempre é absolutamente convergente! 4 EXEMPLO 2. Convergência uniforme - curiosidade A convergência uniforme é um modo de convergência de funções mais forte que a tratada até aqui, chamada de pontual. Uma sequência de funções converge uniformemente para uma função limitadora f se a sequência de somas parciais convergir uniformemente para f . 1 Simulação computacional de convergência uniforme da série ∑ 𝑠𝑖𝑛𝑛(𝑥)100𝑛=1 . Neste caso, a função limitara é indicada por 𝑠𝑖𝑛(𝑥). Seja a série 1 0 1 ( 1)k k k + = − . Vamos verificar se a série é absolutamente convergente. Suponha que 1 0 ( 1)k k + = − seja absolutamente convergente. Isso significa que 1 0 ( 1)k k k + = − converge e o limite 1 0 ( 1) lim k kk k + =→ − existe. Mas sabemos que a série harmônica ∑ 1 𝑘 ∞ 𝑘=1 é divergente, logo a suposição é absurda e o limite do módulo da série não existe. Portanto, a série 1 0 ( 1)k k k + = − é dita condicionalmente convergente. 5 A diferença entre convergência uniforme e convergência pontual não foi totalmente adotada no início da história do cálculo, levando a instâncias de raciocínio falho. O conceito, que foi formalizado pela primeira vez por (1815-1897), é importante porque várias propriedades das funções, como a continuidade, a integrabilidade de Riemann e, com hipóteses adicionais, a diferenciabilidade, derivam dele. Exercícios 1. (Guidorizzi, 2002 adaptado) Determine se a série 3 ( 1) ln n n n = − é absolutamente ou condicionalmente convergente. 2. (Guidorizzi, 2002 adaptado) Determine 𝑥 para que a série seja convergente e identifique o tipo de convergência. a. 2 ln n n x n = b. 1 nx n e = c. 1 1 ( 1) 2 3 n nn + = − Gabarito 1. Pelo critério de comparação, para todo n natural, maior do que 3, 1 1 lnn n , logo 3 1 lnn n = diverge. 1 ( 1) lnk n n = − converge para zero (faça um teste descobrindo os 10 primeiros termos da série), e, portanto, é uma série condicionalmente convergente. 2. a. A série converge em torno de 𝑥0 = 0, então vamos encontrar o raio de convergência 1/ ln lim 1 1/ ln 1n n R n→ = = + .Tomamos 0 1x R− = − , e temos 2 ( 1) ln n n n = − que é convergente para todo 1x ; e tomando 0 1x R+ = , temos 2 1 lnn n = que é divergente. Portanto a série é condicionalmente convergente para todo 1 1x− . 6 b. Pelo critério do termo geral, temos que lim 0n n e → = + , logo a série diverge para 0x . Para 0x temos que 1xe , pois 2n , logo a série converge para zero. Portanto, a série é condicionalmente convergente. c. Pelo teste de comparação, como a série 1 2 3nn = converge, e 2 1 3lim ( 1) 0 n n n + → − = , logo existe, a série 21 3 1 ( 1) n n n + = − absolutamente convergente. Resumo Nesta aula, você aprendeu que uma série absolutamente convergente é aquela em que a soma dos módulos dos termos converge. Fique sempre atento ao fato de que a recíproca não é verdadeira, pois uma série convergente pode ser divergente quando analisamos o limite do módulo da série.Podemos também perceber como os fatores de uma série se comportam individualmente no limite da soma. As séries que convergem, mas não são absolutamente convergentes, podem ser chamadas de condicionalmente convergentes, e é importante destacar que o critério utilizado para definir esse comportamento se resume a analisar todos os fatores que compõem a série indicada, utilizando por exemplo o critério de comparação. É imprescindível fazer vários exercícios e treinar a análise de diferentes séries. Esse conhecimento vai ser fundamental para compreender alguns desenvolvimentos de séries de funções, como o conceito de convergência uniforme que falamos nesta aula. Esse conceito nos leva aos trabalhos de Weierstrass, que mesmo tendo desenvolvido testes no século 19, são base de diversas discussões em cálculo até hoje. 7 Referências bibliográficas GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Volume 4. São Paulo: LTC, 2002. SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Volume 2. São Paulo: Pearson, 2010. Referências imagéticas Figura 01. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Uniform_convergence#/media/File:Drini_nonuniformconvergence_SVG
Compartilhar