Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sequências e Séries Trabalho 2 Juan Garutti 1 ∣∣∣ Determine se a afirmação é falsa ou verdadeira. Justifique, em cada caso, sua resposta. (a) Se uma sequência (an) é decrescente e an > 0 para todo n, então (an) é convergente. (b) Se (an) e (bn) são divergentes, então (anbn) é divergente. (c) Se ∞∑ n=1 an e ∞∑ n=1 bn são séries convergentes, então a série ∞∑ n=1 anbn é conver- gente. (d) Se ∞∑ n=1 an é uma série convergente de números não negativos, então a série ∞∑ n=1 an n é convergente. 2 ∣∣∣ Determine se a série é absolutamente convergente, condicionalmente convergente ou divergente. (a) ∞∑ n=1 (−1)n n 2 + 1 n3 (b) ∞∑ n=1 sen (nα) (ln 10)n (c) ∞∑ k=3 k2 + 5 k2(ln k)3 3 ∣∣∣ Dê um exemplo de uma série convergente ∞∑ n=1 an e de uma sequência limitada (xn) tais que a série ∞∑ n=1 anxn seja divergente. Analise o que ocorre se uma das hipóteses seguintes for verificada: (a) (xn) é convergente; (b) ∞∑ n=1 an é absolutamente convergente. 1 4 ∣∣∣ Utilize algum software para resolução desse exercício. Siga os passos indicados abaixo para as sequências (A), (B) e (C). (A) an = n √ n (B) a1 = 1, an+1 = an + 15n (C) a1 = 1, an+1 = an + (−2)n Passo 1 : Calcule e então represente graficamente os 25 primeiros termos da sequência. A sequência parece ser limitada superiormente ou inferiormente? Parece convergir ou divergir? Se a sequência for convergente, determine o limite L. Passo 2 : Se a sequência for convergente, encontre um número natural N tal que |an − L| < 0,01 para n > N . Quão longe na sequência você deve chegar para que os termos estejam a menos de 0,0001 de L? Resolução 1 ∣∣∣ (a) Verdadeiro. Uma sequência decrescente de termos positivos é limitada inferiormente por zero. Sendo monótona e limitada, podemos afirmar que é convergente. (b) Falso. Podemos ter duas sequências divergentes (an) e (bn), tal que o produto de cada termo resulta sempre num mesmo valor. Exemplo: an = cos2 ( πn 2 ) bn = sen2 ( πn 2 ) O produto anbn é sempre igual a 0. Portanto, (anbn) é convergente. (c) Falso. Um contra-exemplo é a série ∑ (−1)n√ n , que é convergente (pelo Teste de Leibniz), mas ∞∑ n=1 ( (−1)n√ n )2 = ∞∑ n=1 1 n é a série harmônica, que diverge. (d) Verdadeiro. Uma vez que n ∈ N∗, certamente temos an n ≤ an. Logo, pelo teste da comparação, se ∑ an converge, então ∑ ann também converge. 2 2 ∣∣∣ (a) Trata-se de uma série alternada que satisfaz o Teste de Leibniz. Seja f(x) = x2+1 x3 . Temos: i. f ′(x) = −x2+3 x4 < 0, logo os termos são decrescentes; ii. lim x→∞ f(x) = 0. Portanto, a série converge. (b) Analisemos o comportamento da série ∑ 1(ln 10)n . Pelo teste da raiz, temos: lim n→∞ n √ 1 (ln 10)n = limn→∞ n √ 1 ln 10 = 1 ln 10 limn→∞ n√1 = 1ln 10 < 1 Ou seja, ∑ 1(ln 10)n converge. Além disso, sabemos que |sen(nα)| ≤ 1 |sen(nα)| (ln 10)n ≤ 1 (ln 10)n Uma vez que ∑ 1(ln 10)n converge, conclui-se que a série ∑∣∣∣ sen(nα)(ln 10)n ∣∣∣ converge. Portanto, ∑ sen(nα)(ln 10)n é absolutamente convergente. (c) Primeiro, podemos manipular algebricamente o termo geral da série: ∞∑ k=3 k2 + 5 k2(ln k)3 = ∞∑ k=3 ( k2 k2(ln k)3 + 5 k2(ln k)3 ) = ∞∑ k=3 1 (ln k)3 + ∞∑ k=3 5 k2(ln k)3 Se qualquer uma das duas séries acima for divergente, podemos concluir que a série original diverge. Vejamos o comportamento de∑ 1(ln k)3 . Usando o Teste da Comparação no Limite, e sabendo que a série harmônica ∑ 1 k diverge, temos: lim k→∞ 1 (ln k)3 1 k = lim k→∞ k (ln k)3 Podemos usar L’Hôpital repetidas vezes, chegando em lim k→∞ k (ln k)3 = 1 6 limk→∞ k = +∞ Portanto, a série ∑ 1(ln k)3 diverge, o que por sua vez nos diz que ∑ k2+5k2(ln k)3 também diverge. 3 3 ∣∣∣ Para o primeiro exemplo, temos a sequência an = (−1)n, limitada superiormente por 1 e inferiormente por −1, e a série convergente ∑ (−1)n+1 n . O produto nos dá a série ∞∑ n=1 (−1)2n+1 n que é divergente. (a) Verdadeiro, pelo Critério de Dirichlet. Suponhamos que a sequência (xn) converge para um valor X e que ela seja crescente. (Em caso decrescente, usaríamos −xn em vez de xn a seguir) Então, ∑ an(xn − X) satisfaz o Critério de Dirichlet e converge. Isso nos permite concluir que ∑ anxn converge, uma vez que ∑ anxn = ∑ an(xn − X) + X ∑ an (b) Se a sequência (xn) é limitada e a série ∑ an é absolutamente convergente, então ∑ anxn converge. Demonstração. Como xn é uma sequência limitada, então existe X ∈ R tal que X ≥ |xn|. Além disso, a série ∑ an é absolutamente convergente, então ∑ |an| = A, para algum A ∈ R. Temos então ∑ |anxn| = ∑ |an · X| = X ∑ |an| = X · A A série ∑ |anxn| é limitada e crescente. Portanto, é convergente. Portanto,∑ anxn é absolutamente convergente. ■ 4 ∣∣∣ i. A tabela 1 contém os 25 primeiros valores de cada sequência e foi calculada no Python (arquivo ex4.py). A sequência A parece convergir para 1; a sequência B parece convergir para 1,25 e a sequência C diverge. Cálculo de lim n→∞ n √ n: lim n→∞ n √ n = lim n→∞ n 1 n = lim n→∞ eln n 1 n = lim n→∞ e 1 n (ln n) = e limn→∞ 1 n (ln n) L’H= e0 lim n→∞ n √ n = 1 4 n An Bn Cn 1 1,0000 1,0000 1 2 1,4142 1,2000 5 3 1,4422 1,2400 -3 4 1,4142 1,2480 13 5 1,3797 1,2496 -19 6 1,3480 1,2499 45 7 1,3205 1,2500 -83 8 1,2968 1,2500 173 9 1,2765 1,2500 -339 10 1,2589 1,2500 685 11 1,2436 1,2500 -1363 12 1,2301 1,2500 2733 13 1,2181 1,2500 -5459 14 1,2074 1,2500 10925 15 1,1979 1,2500 -21843 16 1,1892 1,2500 43693 17 1,1814 1,2500 -87379 18 1,1742 1,2500 174765 19 1,1676 1,2500 -349523 20 1,1616 1,2500 699053 21 1,1560 1,2500 -1398099 22 1,1509 1,2500 2796205 23 1,1461 1,2500 -5592403 24 1,1416 1,2500 11184813 25 1,1374 1,2500 -22369619 Tabela 1: Primeiros 25 valores de cada sequência. Para a sequência (B), notemos que a1 = 1 a2 = 1 + 1 5 a3 = 1 + 1 5 + 1 25 a4 = 1 + 1 5 + 1 25 + 1 125 ... an = n∑ k=1 1 5k−1 Ou seja, o valor de lim n→∞ an é a soma de uma série geométrica com a = 1 e r = 1/5, que nos dá ∑ 15n−1 = 11−1/5 = 54 = 1,25. 5 ii. Para a sequência A, temos que | n √ n − 1| < 0,01, ou n √ n < 1,01, cuja solução é n > 651. Para uma distância menor do que 0,0001 de L = 1, temos n > 9 123. Para a sequência B, temos que calcular ∣∣∣∣∣ n∑ k=1 1 5k−1 − 1,25 ∣∣∣∣∣ < 0,01 Da soma dos termos de uma progressão geométrica finita, temos que n∑ k=1 1 5k−1 = 5 4 ( 1 − 5−n ) Então ∣∣∣∣54 ( 1 − 5−n ) − 54 ∣∣∣∣ < 0,01∣∣∣∣54 ( − 55n )∣∣∣∣ < 0,01 1 5n < 0,008 5n > 125 n > 3 Para obtermos uma distância menor do que 0,0001 de L = 1,25, precisamos de ao menos sete termos: 1 5n < 0,00008 5n > 12 500 n > 6 6
Compartilhar