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CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE ANIMAIS SILVESTRES – SALA 11 B3 Aula – 18/02 Animal silvestre = selvagem = não é doméstico Onça pintada (Panthera onca) Leão (Panthera leo) Tigre ( Panthera tigres) Macaco prego (Cebus apela) Elefante (Elephas maximus) Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) Animal doméstico Marreco, ganso, pombo, pavão, canário belga, periquito australiano, camelo alpaca, chinchila, coelho, hamster, porquinho da índia, ferret Animal Nativo Do país, região, bioma (mata atlântica, cerrado...) IN 7/2015 IBAMA – espécimes pertencentes a nativas ou migratórias, aquáticas ou terrestres de ocorrência natural em território brasileiros ou em água jurisdicionais brasileiras Animal exótico De outro país, região ou bioma Que não inclui o território brasileiro ou que foram nele introduzido pelo homem ou expontaneamente e que competem com espécies nativas In-situ Hábitat natural – “no lugar” Jacaré no pantanal Ex-situ Cativeiro – “fora do lugar” Jacaré no zoológico % atendimentos – a maior parte é de animais de pequeno porte – coelhos, hamsters, passeriformes, répteis, coruja, aves de rapina, serpentes, tartarugas... Atendimento deve ser igualitário independente da espécie Conservação de animais silvestres Animais silvestres – Médico Veterinário – Biólogo (essas duas profissões devem trabalhar unidas) Perfil profissional Interpretação ambiental; reflexão; bom senso; trabalho multidisciplinar (boa educação ajuda); atenção; iniciativa; dedicação; bom entendimento de comportamento, manejo, profilaxia, fisiologia e farmacologia. LAFEBERVet – site que ensina várias técnicas LEGISLAÇÃO Atendimento Médico Veterinário Resolução nº 829 de 25 de abril de 2006 do CFMV O atendimento clínico cirúrgico por médico veterinário de animais silvestres obtidos em discordância... O atendimento de urgência ou emergência por med vet de animais silvestres mantidos em criadouros – estabelecidos em discordância com a legislação vigente – não se caracteriza como crime ambiental ou infração administrativa A responsabilidade técnica por criadouros de animais silvestres estabelecidos em discordância com a legislação vigente, sujeita o med vet às sanções previstas pela lei uma vez que as citadas normas preveem a responsabilidade solidária para todos os tipos penais ali previstos. Lei de crimes ambientais; Definição de condutas para o cativeiro de animais silvestres; Uso de animais; Execução de pesquisas; Autorização para controle populacional Legislação aplicada a fauna silvestre MMA, portaria nº 53 de 20/02/2008 – SISFAUNA para registro Definição legal brasileira – IN 07/2015 IBAMA – define o que é exótico, nativo, produto ou subproduto de fauna silvestre IBAMA, IN 7, de 30 de abril de 2015 – institui e normatiza as categorias de uso da fauna silvestre em cativeiro no Brasil I – centro de triagem de fauna silvestre... Criadouro científico para fins de conservação – reproduzir espécies ameaçadas de extinção Criadouro científico para fins de pesquisa – pesquisas médicas, de vacinas... Criadouro comercial – reproduzir fauna para vender Centro de triagem de fauna silvestre – verifica condições de saúde dos animais e encaminha para lugares adequados Centro de reabilitação – pode reintroduzir animais no ambiente natural Jardim zoológico: Necessidades para montar zoo: autorização prévia (área de amortecimento – não pode ter parques ambientais próximos), autorização de instalação e de manejo AMEAÇAS A BIODIVERSIDADE Excessos consumo, desperdício, necessidades Tipos de ameaça: aquecimento global, fragmentação de habitats (grandes áreas se tornando áreas pequenas), comércio ilegal, caça, atropelamentos, doenças, desconhecimento técnico. Ararinha azul – espécie endêmica (somente em um local em pequena quantidade), rara, criticamente ameaçada, quase extinta Quais espécies estão ameaçadas? Tipos de ameaça: regional, estadual, nacional, mundial Pesquisa nas listas oficiais Espécie não ameaçada – multa de 500 reais, se ameaçada = 5000 reais – olha no livro de espécies ameaçadas do estado (PR por exemplo) Ameaças à fauna - Fragmentação e perda de hábitat: desmatamento, agricultura, pecuária, hidrelétricas, crescimento de cidades - Atropelamentos - Comércio ilegal – 4ª atividade ilícita em volume financeiro do mundo - Postura do IBAMA sobre a posse de animais silvestres em cativeiro domiciliar – sobre apreensões – IBAMA só retira o animal do tutor se houver denúncias de maus tratos - Proporção de animais retirados da natureza que chegam ao cativeiro; - Sobrevivência no cativeiro: manejo, nutrição, sanidade, acompanhamento técnico, recomendações Atuação do Médico veterinário – emissão de laudos e pareceres técnicos; tratamento dos animais feridos; Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta - Caças Pré-histórica Atualidade Funções da caça: povos indígenas Se encontrar uma carcaça, procurar pelos para identificação da espécie emissão de laudos e pareceres técnicos: conhecimento de anatomia e treinamento de necropsias - Outras ameaças à fauna Poluição; Espécies domésticas e exóticas ao local (cães, gatos, caprinos, suínos, javalis, bovinos) Antibióticos pelo vaso sanitário – chegam aos rios e levam a resistência antimicrobiana nos animais desses rios Doenças; AULA 2 Adaptação ambiental, extrapolação alométrica e nutrição de animais silvestres Dose depende da metabolização do animal Consumo energético de cada animal Beagle (necessidade energética menor que Boxer) Conceitos Sangue quente -> Homotérmico -> Endotérmicos Sangue frio -> Pecilotérmico -> Ectotérmicos (insuficiência na produção de calor) – Répteis (não precisam se alimentar muito, porque não precisam de energia para gerar calor) Controle de temperatura corporal Aves; Mamíferos; Poucos répteis e peixes. Faixa de atividade: -2ºC à 50ºC Inatividade (dormência) Temperatura e velocidade de reações químicas Inativação Temperatura alta = alta velocidade da reação e baixo tempo de vida da enzima *Répteis (serpentes, cobras, crocodilos...) precisam se aquecer no começo do dia para passar o longo do dia, não comem no inverno, apenas se tem suporte humano, na natureza não come porque se não tiver calor não há digestão do alimento no TGI pelas enzimas e o alimento apodrece dentro do organismo. Réptil fica 3x mais rápido a cada 10ºC de temperatura elevada. Para anestesiar, ou para cicatrização – animal deve estar aquecido Processo de aclimatação - Sapos (Scaphiopus couchi) – permanecem enterrados nas épocas mais secas e frias do ano - Lagartos de altitude – orientação ao sol para um rápido aumento de temperatura. Adaptação ambiental Modificações Ecológicas, comportamentais, morfológicas, fisiológicas *Aves perdem calor pela respiração e pela vascularização do bico – Tucano * Bico aperto = estresse térmico Intercâmbio de energia - Intercâmbio de calor com o ambiente Radiação, condução (bolsa de água quente/fria), convecção (passagem de massas de ar – maneira mais útil para aquecer o paciente) e evaporação - Energia química da dieta *Cervídeos – miopatia de captura – super aquecem na manipulação, para perder calor, jogar água e ventilar, nunca colocar gelo porque causa vasoconstrição e calor não é eliminado Superfície (área) corporal: - Razão entre superfície corporal e peso (não é somente área de superfície externa que vale para absorver calor, elefante/rato) - área corporal: perda de calor: relação com consumo de alimentação (se animal perde muita temperatura tem que comer muito para compensar) *A área de 10kg de pele de ratos é muito maior que de um beagle de 10kg - É vantajoso que o animal endotérmico seja grande principalmente em ambientes frios onde a alimentação é escassa - Regra de Bergmann (quanto mais em direção aos polos maior o tamanho dos animais) Produção de calor - musculatura, glândulas, fígado - calafrios - exercício Manutençãode calor - aprisionamento de “ar morto” (armazena bolsas de ar para aquecimento) - penas, pelos, gordura Zona de tolerância - espécie-específica - tamanho - isolantes térmicos Temperatura letal - morte por hipertermia ou por congelamento *não existe répteis em lugares com temperaturas baixas Adaptação a ambientes quentes Ambiente seco (mais fácil do animal perder calor) Ambiente úmido (mais difícil para perder calor) Evaporação Adaptação a ambientes frios Migrações Adaptação Atividade e inatividade Hipernação x Dormência Hibernação: Fenômeno periódico, no qual a temperatura corporal é reduzida a um nível baixo, aproximando-se da do meio ambiente, com diminuição da frequência cardíaca, taxa metabólica e outras funções fisiológicas - despertar espontâneo - Risco de congelamento – aumento da taxa metabólica ou o animal despertará Dormência Répteis – animal não acorda quando há risco de congelamento, e acaba morrendo. Eles não hibernam, apenas entram em dormência Extrapolação alométrica para o cálculo de doses Taxa metabólica basal: qtd de energia em quilocalorias que um animal precisa em um período de 24h para se manter vivo (em repouso). 10 kg seria o equivalente a 400 camundongos Requerimento energético em repouso (Taxa metabólica basal) - TMB Repouso? Raro animal estar em repouso, sempre está fazendo alguma coisa; Ave, mamífero, réptil? Crescimento, reprodução, lactação, idoso? Fórmula: TMB = K x M elevado a 0,75 K= constante M= massa em kg elevada a 0,75 Valor da constante K: Aves passeriformes (aves abaixo de 100g) = 129 Aves não passeriformes = 78 Mamíferos placentários = 70 Mamíferos marsupiais (preguiça, gambá, tamanduás, tatu, animais mais lentos) = 49 TMB de mamífero de 10kg = 393,63 Extrapolação alométrica – dose total Etapas 1 Calcular a TMB para o animal modelo e animal alvo 2 Montar regra de três TMB modelo .... Dose total modelo TMB alvo .... X= dose total modelo Ex: 393,63 - 100mg 187,85 - X = 47,72 mg totais Intervalo entre doses: TME = TMB/Massa Etapas: 1 Calcular TME (Taxa metabólica específica) para animal modelo e alvo 2 Multiplicar a TME do animal modelo pelo intervalo de adm do fármaco à este animal em horas 3 Divide-se o resultado pela TME do animal alvo 4 O resultado obtido é o intervalo de adm do fármaco em horas para o animal alvo. Ex: TME elefante = 41622 / 5000 = 8,32 TME camundongo = 176 TME cão (animal modelo) = 393,63 / 10 = 39,36 Intervalo de 24h do fármaco 39,36 x 24 = 944,7 3ª etapa: 944,7 / 176 = 5,36hrs (6 hrs de intervalo da dose para o camundongo) 944,7 / 8,32 = 113hrs (cada 4 dias aplica dose no elefante) NUTRIÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES - Alimentar (fornecer alimento mas não significa que é dieta boa), diferente de nutrir, que é fornecer alimentação balanceada e adequada para o animal - Fornecer proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais Alimentos x nutrientes Valor energético 1 g de carboidrato e proteínas = 4kcal 1 g de gordura = 9kcal Necessidade nutricional Ave, mamífero, réptil Crescimento, reprodução, lactação, idoso? Em répteis cálculo de TMB é diferente TMB = 32 x M elevado a 0,77 TMB serpente = 46,83 kcal Que alimento fornecer? Rato ou camundongo Quanto um rato fornece em energia? Cada grama tem 5,5 kcal Um rato com 250g terá g na MS= peso rato x MS 250 x 0,339 = 84,75g 1g na MS ... 6,37 kcal 84,75g na MS ... x= 539,85 kcal TMB= 46,83 01/04 – CLÍNICA DE RÉPTEIS Herpetologia Répteis, anfíbios Popularização – procura e rotina de atendimento Longevidade e fidelização – bom retorno financeiro (jabuti) Classe de répteis Ordem Chelonia – Cryptodira, Pleurodira Aproximadamente 10700 sp de répteis BR: 795 sp Quelônios: tartarugas, cágados e jabutis Anatomia Escamas ou escudos Cavidade celomática – não tem diafragma Sistema porta-renal Coração tricavitário – 2 átrios e 1 ventrículo (crocodilos tem 4 cavidades apenas) Cloaca Urodeu – excretas nitrogenadas Coprodeu – terminação do sistema digestório Proctodeu – são armazenados e eliminados em uma única saída Fisiologia Termorregulação ectotérmicos, não tem mecanismo para manter temperatura corporal Se hipotérmico não tem circulação de O2 adequada Tartaruga de couro gigante e Python molorus são os que conseguem produzir um pouco de calor, a Python para chocar os ovos, produz calor através de contrações musculares Temp ótima: 18-34ºC Estresse térmico: +35ºC, de 38-44 = óbito 10ºC – dormência/hipobiose (não consegue acordar, só quando aumenta temperatura) 4ºC = óbito Radiação, condução e convecção = meios pra ganhar temperatura Ectotermia Vantagens: não há gasto energético para manutenção da tºC Desvantagens: atividades limitadas pela temperatura ambiente. Ex: digestão, respiração (carreamento de O2) Sistema porta-renal Dizem que anatomicamente existe mas fisiologicamente não interfere Alguns medicamentos podem agir nesse sistema porta-renal É um desvio das veias caudais do corpo (cauda e membro pélvico) Nos répteis o sangue passa por dentro do rim ao ascender pela veia cava e é filtrado pelo rim – medicamentos aplicados na parte caudal podem ser filtrados pelo rim antes da sua ação no organismo ou medicamentos nefrotóxicos. Fármacos devem ser adm na parte anterior do corpo, MT principalmente Acetilcolina interfere na abertura/ fechamento desse sistema Fluidoterapia é a única coisa que faz caudal, em MP, não tem problema Anatomia Pele espessa Presença de escamas – parte da pele Placa óssea – derme Pouco subcutâneo Beta queratina (dura, não perfura) e alfa queratina (parte mais elástica, onde são feitas as incisões) Escudos Quelônios – proteção Parte superior – carapaça (cervical, vertebral, pleural, marginal) Ponte óssea – entre as partes Parte ventral – Plastrão (gular, humeral, pectoral, abdominal, femoral e anal) Muda de pele/troca de pele – lagartos e serpentes Crescimento animal Ocorrência – 3 a 4 vezes por ano Cavidade celomática Dividido em 3 porções entre a cabeça e cloaca (na serpente) 1ª parte – pulmões, coração, fígado, esôfago 2ª parte – estômago, vesícula biliar, pâncreas 3ª parte – rins, trato reprodutivo Não tem vesícula urinária No jabuti Pulmão – dorsal Vesícula urinária Não tem diafragma, nunca vira jabuti de cabeça para baixo e não consegue respirar Lagartos Tem vesícula urinária, pulmões dorsais, não tem diafragma Cavidade oral Jabuti – tem bico e não dentes Tecodontes – jacarés Acrodontes – lagartos, dentes fixos Pleurodontes – serpentes Dentição de serpentes: Importante para identificar se é peçonhenta ou não Áglifa – 1ª dentição – sucuris – dentes todos do mesmo tamanho e não produzem peçonha. Ex: jiboia Opstoglifa – produzem um pouco de peçonha. Dentes pequenos e dente um pouco maior na região caudal. Ex: cobra verde Proteróglifa – dentição das corais verdadeiras, dente fixo, o dente rostral é maior que os dentes caudais. Não tem canal verdadeiro, tem sulco na lateral no dente por onde escorre a peçonha (dente sulcado) Solenóglifa – cascavel, urutu, naja - dente com canal por onde passa a peçonha e é semelhante a uma agulha. Duas presas. Fosseta loreal – caça das presas Fossetas labiais – também para localizar presas Órgão vomeronasal – captam as substâncias do ambiente para transformar em informações neuronais, por isso abrem a boca Lagartos e serpentes tem fenda palatina presente, exceto os crocodilos MANEJO GERAL DOS RÉPTEIS Aspectos importantes: umidade - saber diferenciar de acordo com a sp, aquática ou terrestre; Fonte: por aspersão, lagos, ou borrifar (camaleão, lagarto) – borrifa água na planta pra ele tomar, porque animal não toma do pote temperatura – gradiente, sp procura melhor temperatura pra ele. Serpentes: Cuidar para não se enrolar no cabo do aquecedor e nemingerir colchão térmico iluminação – fotoperíodo importante para mudanças fisiológicas do animal (noturno e diurno). Fontes: exposição direta ou por lâmpadas UVB. Nutrição: hábitos alimentares e origem dos alimentos Alimentação: vida livre x cativeiro Ex: biotina – avidina – Varanus sp. Animais de cativeiro que se alimentavam de ovo tinham deficiência de biotina porque ovos que não são embrionados não tem biotina Substrato CONTENÇÃO FÍSICA Serpente deve ser capturada no começo da manhã que está mais letárgica, pois a cada 10ºC mais aquecida está mais rápida Para cada 1m de serpente = 1 pessoa para conter Para conter lagartos/jacarés deve passar o cambão em diagonal (pela cabeça e por um dos membros torácicos) Avaliação externa: palpa escamas, vê se há lesão/aumento de volume Desidratação – escamas mais opacas e muco da cavidade oral fica mais espesso Ausculta Umedece gaze (camaleão) ou joga compressa úmida sobre o jabuti Pulmonar e cardíaca Em serpentes com o Doppler consegue auscultar FC Cavidade oral – deve fazer sempre a avaliação PRINCIPAIS AFECÇÕES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS ECTOPARASITAS Afecção comum – mais relacionados a animais de cativeiro Quarentena limitada, maior densidade populacional Difícil controle, deve entender ciclo do ectoparasita Ophionyssus natricis Ácaro – piolho de cobras hematófago, cosmopolita Vetor – Aeromonas hydrophila Pneumonia, septicemia hemorrágica Zoonose Anemia devido hematofagia Ciclo de 40 dias: ácaro adulto fêmea – ovoposição no ambiente – larvas – protoninfas sobem na serpente e desce – deutoninfa – adultos voltam para serpente Manifestações clínicas: prurido, dermatite, letargia, emagrecimento progressivo, Disecdise (falha na muda de pele) e anemia, maior tempo na água na tentativa de tentar se livrar dos ectoparasitas Estratégia terapêutica uso de antiarasitários – Fipronil, Ivermectina, banhos de solução de triclorfon Controle biológico com Hypoaspis sp que é um predador natural do ácaro Alterações em esqueleto e ranfoteca Função Ca Crescimento do esqueleto Carapaça e plastrão Mecanismos celulares Etiologia Deficiência de Ca ou Ca:P dieta Baixa exposição UVB Deficiência de vitamina D – aumenta fosfato levando a hipocalcemia Doença renal Dietas rica em proteínas Patogenia Deficiência de Ca -> diminuição do Ca sérico -> paratireoide aumenta secreção de paratormônio (PTH) aumentando a reabsorção óssea Se não tem vtm D não tem absorção de Ca Raios UVB Função renal – fosfato alto Manifestações clínicas Anorexia/ letargia Crescimento de bico/unhas Alterações ósseas: densidade óssea diminuída, fraturas espontÂenas, deformação carapaça Tremores musculares – paralisia de membros Coprostasia Aumento de volume devido substituição por tecido fibroso Crescimento piramidal da carapaça = devido deficiência de Ca Tamanho entra plastrão e carapaça alterado, não há crescimento adequado e animal não se desenvolve Diagnóstico Manifestações clínicas RX, tomografia Dosagem de Ca, P e vtm D Perfil renal Conduta terapêutica: Nutrição/ manejo Hipocalcemia (tremor etc) – adm gluconato de Ca Crescimento piramidal – não há o que fazer Crescimento da ranfoteca – é possível correção, desgaste do bico Gota úrica Metabolismo proteico: proteína de origem animal e vegetal Gota: frequente em herbívoros, animais terrestres Dificuldade em excretar essas proteínas Excreção: túbulos renais Ácido úrico: pouco solúvel mas se precipita e sedimenta (formando cristais) Etiologia Excesso proteico Desidratação Nefropatia – não conseguem excretar ácido úrico Patogenia Excesso proteico, desidratação e nefropatia -> aumenta ácido úrico e sais de uratos -> sangue (hiperuricemia) e fluidos corporais (liquido sinovial) -> precipitados insolúveis – cristais -> aumento da articulação, dor, gota visceral (se deposita nos órgãos... ) Manifestações clínicas Imobilidade – dor articular Anorexia Serpentes tem mais gotas viscerais e não articular Diagnóstico Histórico: dieta, água, umidade e temperatura Dosagem de ácido úrico Ureia e creatinina pouco valor em répteis Identificação dos cristais de sinóvia RX – áreas líticas perto das articulações US Biópsia – coletar sempre em álcool Estratégia terapêutica Correção fatores iniciais, hidratar o paciente Manejo da dor – evitar AINES, usar corticoides* Drogas hipouricêmicas – Alopurinol (reduz a formação de ácido úrico por inibiar a xantina oxidase) Abordagem cirúrgica – retirada dos cristais – não realizado Hipovitaminose A Função vitamina A Manutenção do tecido epitelial, visão e imunidade Etiologia Dietas pobres em vtm A e ricas em ptn Manifestam depois dos 6 meses pois até aí tem reservas vitelínicas Patogenia: Vtm A regula revitalização do epitélio -> célula passa a crescer de forma desorganizada – deixa de ser colunar Leva a ação inibitória da queratinização Diferenciação e crescimento das células epiteliais – deixa de ser colunar e passa a ter conformação diferente Induz e controla secreção de muco ao sistema respiratório METAPLASIA ESAMOSA E HIPERQUERATOSE Manifestações clínicas Blefaroedema – deposição de queratina Secreção nasal e oral Abscesso aural Letargia, anorexia, discdise, hiperqueratose Edema inguinal e axilar – devido problema renal Diagnóstico Mensuração de retinol plasmático RX Estratégia terapêutica Terapia de suporte – controle de otite e abscessos orais, tratar pneumonia Correção dietética Vitamina A (500-5000 Ui/Kg 1 semana) – excesso de vtm A pode levar ao desprendimento da pele AULA 02/04/19 Falhas na muda (disecdise) Muda de pele: Crescimento do animal – serpentes e lagartos – répteis nunca param de crescer Ocorrência de 3 – 4 vezes ao ano Animais mais irritados Muda craniocaudal A muda começa com a opacidade do escudo ocular, passa a não enxergar direito por isso fica mais irritado, pele vai ficando mais opaca Etiologia Fatores ambientais: baixa umidade, ausência de substrato, temperatura inadequada, desnutrição (não conseguem sintetizar uma nova pele devido falta de proteínas), manipulação nos dias que precedem a muda Afecções: Infestação por ácaros (Ophionyssus natricis) Dermatites bacteriana ou fúngica Cicatrizes (feridas ou queimaduras) – retenção de escamas/pele na cicatriz Problemas neurológicos – não tem coordenação de serpentear sobre os objetos para retirar a pele antiga Patogenia Depende da etiologia Falha na muda Haja aderência da pele antiga, solução da continuidade na pele (manipulação), incoordenação ao esfregar-se, hipoproteinemia Manifestações clínicas Escamas retidas Descamação anormal Retenção de escudo ocular – pode levar a problema oftálmico, predispõe a infecção Comprometimento vascular – garroteamento em digito e ponta de cauda levando a necrose Diagnóstico Avaliação física e histórico do animal Estratégia terapêutica Falhas na muda: correção dos fatos primários (manejo e ambientação) Remoção da pele retida: Manejo gentil com pinça Hidratação da pele: banhos 20 min a 30ºC ou banhos de 60 minutos a 30ºC Toalhas molhadas Supervisão dos animais submetidos a banhos para não se afogarem Remoção do escudo ocular Na dúvida espera pela próxima muda para ter certeza que está retido Remoção gentil com pinça Hidratação do escudo com água morna, lágrima artificial ou solução de N-acetil-cisteína 10% Uso de hastes flexíveis Pinças oculares ou fitas adesivas Ambiente adequado Mordeduras por presas Animais cativos – uso de alimento vivo Quando excede tempo de 10-15 minutos para dar o bote é porque não está com fome, deve retirar as presas Animais não comem as presas: Temperatura inadequada Falta de esconderijo Manipulação excessiva Período de muda de pele Animais gestantes Período de dormência, animais doentes Etiologia – uso de presas vivas (roedores, coelhos) – podem arranharou morder as serpentes Patogenia Serpentes anoréxicas -> manutenção da presa viva -> privação alimentar do rato, é onívoro e começa a morder serpente -> mordeduras Serpentes muito novas (inexperientes) -> dificuldade em dar o bote na presa -> mordedura Manifestações clínicas Lacerações/ soluções de continuidade Réptil demora para perceber que está sofrendo lesões e mordeduras Diagnóstico Avaliação física e história clínica Estratégia terapêutica Limpeza das feridas/ lesões com solução fisiológica NaCl, remoção dos tecidos necrosados, suturas são difíceis de fazer porque pele não é elástica, deixa cicatrizar por segunda intenção Curativos: pomadas ou açúcar, troca 1 a 2 dias, matriz biocompatível Analgesia, sedação, anestesia Antibióticos sistêmicos e tópicos Corticoides - em caso de mordeduras na língua que levam a glossite e aumento de volume, leva a dificuldade para respirar, por isso administrar corticides Durante o tratamento retirar substrato para evitar contaminação da ferida Orientar o tutor para dar presas abatidas e não vivas Estomatites Maior prevalência em serpentes e lagartos Fatores predisponentes: estresse, imunossupressão, traumas, má nutrição (deficiência de Vitamina C (antioxidante) e A (alterações em epitélio)). Etiologia Aeromonas hydrophila, Pseudomonas aeruginosa, Klebisiella pneumoniae, Salmonella sp, Proteus sp Mycoacteirum sp, DRC Patogenia Trauma primário Imunossupressão Deficiência de vtm A Patogenia Retirada de peçonha predispõe a estomatite Sondagem para alimentação podem levar mucosa Manifestações clínicas Sialorreia, perda de dentes Gengivite, petéquias/equimose/hemorragias Respiração com a boca aberta Anorexia Lesões crônicas: glossite, pneumonia e abscessos/ granulomas; lesões ulcerativas e necróticas; osteomielite; placa de caseo na cavidade oral Répteis não tem neutrófilo e sim heterofilos que não tem enzima que origina pus que é mais líquido, por isso eles não tem pus e sim caseo, mais consistente Em caso de lesão e osteomielite usar abre bocas mais maleáveis como palito de madeira, e não de metal para evitar lesão Diagnóstico Avaliação clínica Hemograma Anemia, infecções Bioquímico – diferencial para DRC – dosa ácido úrico Cultura e antibiograma Citologia (pode ser neoplásico), estudos radiográficos Buscar a causa primária Estratégia terapêutica Terapia geral: correção da causa base (temperatura, umidade, deficiência de vtm A) Suporte ao paciente: alimentação, hidratação Debridar e limpar as feridas: clorexidina 0,05% PVPI 1% Casos leves: terapia tópica com pomadas de sulfa Casos moderados: tópica + sistêmica Casos severos: tópica + sistêmica + cirúrgica Pneumonia Primárias – Secundárioas – manejo (criação, sanitário e nutricional) Sepses, estomatites e parasitismo Etiologia Bacteriana: Klebisiella pneumoniae, Pseudomonas, Aeromonas, Proteus Virais: Paramyxovirus, herpesvirus, retrovírus Fúngicas: Aspergillus, Mucor, Candida Parasitárias: Rhabdias sp, Porocephalus crotali Manifestações clínicas Secreção nasal, respiração pela boca, sons respiratórios, apatia Posição ortopneica, alterações de mucosa, anorexia, desequilíbrios natatórios Glândula sal – iguanas, para excretar sal e manter homeostase, pode acumular umas secreções em iguanas mas na verdade é sal Teste do nado: Flutua se tudo normal Se tem acúmulo de caseo no pulmão vai ter um desvio na linha da água, fazendo com que uma parte do animal fique mais alta e a parte com cáseo mais baixa Diagnóstico Manifestações clínicas e teste de nado RX, endoscopia, lavado traqueal (cultura e antibiograma, PCR) Exame de fezes e necropsia Lavado traqueal: 1% do PV com solução estéril e manipulação gentil Estratégia terapêutica Correção manejo – umidade, temperatura Manutenção: Oxigenioterapia – 30 a 40% - réptil não pode ter 100% de O2, se tiver entra em apneia e não respira Hidratação 1-2% PV Temperatura e umidade Transfuão sanguínea ajuda na sua recuperação Bacterianas: atb terapia injetável e nebulização Virais: nenhuma até o momento (isolamento e eutanásia) Fúngicas: cetoconazol/ intraconazol, inalação com anfotericina B Remoção cirúrgica e nebulização Parasitárias: ivermectina/ Levamizol Enterites Causa comum de mortalidade em répteis Bacterinas: salmonella Parasitárias: eimeria Viral: parvovirus Iatrogênica – erro de temperatura – animais muito frios ou muito quentes Patogenia Inerente ao agente causador Disbiose – toxinas Lesões na mucosa – parasitárias, bacteriana e viral Corpos estranhos - motilidade Amebíase ou disenteria amebiana Manifestações clínicas Alterações nas excretas Edema Distenção abdominal – comum de cryptosporidium Prolapso de cloaca/ coprodeu – diferenciar de obstrução Diagnóstico Exames coproparasitológicos Hemogramas RX e necropsia Estratégia terapêutica Manutenção: temperatura, fluidoterapia e alimentação (espera vomito passar) Inerentes a agentes: antiparasitários, antibióticos, correção da dieta Cuidado com frutas (fermentam no calor), alface (muita água e fibra pode predispor) Queimaduras Afecção mais comum Animais mais propensos a queimaduras Suplemento de calor Troca de calor: condução, convecção e radiação (mais comum queimadura) Etiologia Térmica (mais comum) Elétrica, química, radiação Patogenia Tempo, condutividade térmica do material Manifestações clíncias Graus: I, II III/IV Grau I e II = maior dor (quanto mais externo mais receptores) Vermelhidão, bolhas, exsudação de soro Deslocamento de tecidos (pele) Exposição de subcutâneo Emagrecimento da pele Lesão e exposição de músculos e ossos Avaliar a extensão da necrose tecidual – evolução da necrose Diagnóstico: histórico clínico e exame físico Estratégia terapêutica: 1º grau: limpeza com água fria + compressas frias + anaçgésicos e atb se necessário 2º grau e 3º: analgesia (morfina, butorfanol, AINES), atb (sistêmicos e tópicos), debridamento feridas, curativos/ bandagens, fluido e nutrição Abscesso Aural Quelônios e lagartos Fatores predisponentes: nutricional (hipovitaminose A), temperatura, higiene Etiologia Bactérias gram negativas Proteus morganni, Pasteurella sp, Pseudomonas sp Patogenia Bactérias colonizam cavidade oral e ascendem para a orelha média e a colonizam levando ao acúmulo de material caseoso Manifestações clínicas Aumento de volume da membrana timpânica – pode ser uni ou bilateral Relutância em abrir a boca – hiporexia/anorexia Material caseoso na cavidade oral Diagnóstico CAAF, exame físico e RX Estratégia terapêutica Cirúrgica – retirada do material caseoso Correção dos fatores primários – hipovitaminose A antibioticoterapia
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