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Artigo - Direitos Individuais Coletivos e Difusos

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DIREITOS INDIVIDUAIS, COLETIVOS E DIFUSOS 
 
Ana Cristina Zadra Valadares Warszawiak, 
 
RESUMO 
Este artigo apresenta uma análise dos Direitos e Garantias Fundamentais, sua 
importância para o Estado democrático de Direito bem como os mecanismos de sua 
efetivação. Para tanto, buscou-se de forma clara e sucinta esclarecer conceitos 
essenciais em relação a direitos individuais e coletivos e os mecanismos de efetivação 
dos referidos direitos tanto no âmbito constitucional quanto infraconstitucional. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Estado de Direito. Direitos e Garantias fundamentais. Remédios 
Constitucionais. Direito Coletivo. Ações Coletivas. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Os Direitos Fundamentais constituem um dos pilares do Estado Democrático 
de Direito. Estes direitos são essenciais para garantir a proteção da pessoa face ao 
Estado, evitando assim, abusos e fazendo com que a nossa constituição não seja só 
um pedaço de papel, ou melhor, um livro imenso de normas sem eficácia, mas o nosso 
maior escudo frente aos possíveis desmandos do Estado. 
 Além de estabelecer os direitos essenciais para garantir a dignidade da pessoa 
humana, nossa constituição e a legislação infraconstitucional, também, se preocupou 
em apresentar instrumentos processuais capazes de garantir a efetividade dos 
referidos direitos. 
 Cumpre esclarecer que o presente artigo apresenta uma visão constitucional 
dos institutos processuais que serão apresentados, não esgotando as discussões e 
teses acerca dos remédios e ações coletivas no direito processual brasileiro. 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 O ESTADO DE DIREITO 
 
 O Estado de Direito pode ser caracterizado pela predominância das leis em 
face do poder. A concepção do Estado de Direito surge na antiguidade e está 
diretamente ligada ao chamado Rule of law que em português significa Regra do 
Direito. 
 Segundo o jurista Manoel Gonçalves Ferreira Filho (1992), “A lei é, para a 
doutrina democrática, o ato, por excelência de governo. É a fonte de todos os direitos, 
 
 
salvo os naturais, consequentemente, de todas as obrigações. 
 No Reichstaat, ou seja, no Estado de Direito, que é o nosso objeto de estudo, 
o Estado e, por conseguinte, seus governantes estão submetidos aos limites impostos 
pela lei, pois, a ideia de Direitos e Deveres é essencial para se garantir que os 
Governantes sejam o que devam ser: apenas representantes dos verdadeiros 
detentores do Poder que é o POVO. 
 O Estado brasileiro se consagra como Estado de Direito já no seu início. O 
Preâmbulo afirma: 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. (Brasil, 1988) 
 
 Pode-se perceber já, no começo a nossa Constituição, o que os Direitos e 
Deveres determinados na lei maior é que vão dar os parâmetros para o exercício de 
poder dos nossos governantes. 
 O parágrafo único do art. 1º da Constituição, também, traz limitadores 
ao poder dos governantes e traz o que chamamos de Princípio da Soberania Popular. 
 
Art. 1º - Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
 
 Essa limitação do poder dos governantes, na Constituição, reflete a teoria 
liberal defendida pelo filosofo John Locke (Locke, 1973) “ninguém pode na sociedade 
civil isentar-se das leis que a regem”, ou seja, para o referido filósofo, a fonte jurídica 
suprema do Estado é a Constituição, o poder constituinte como legitimação 
propriamente dita e a vontade do povo como fonte. 
 Importante entendermos a origem desses direitos, que no sistema 
constitucional são chamados de Direitos Fundamentais e recebem o nome de Direitos 
Humanos, quando no ordenamento jurídico internacional. 
 De acordo com Sérgio Dellavalle (2015), a referida origem pode ser explicada 
por três teorias. 
 A primeira vê direitos vindo de cima para baixo. Essa concepção vinda da 
Antiguidade Clássica defende que a palavra Direito pode ter diversos sentidos. Dentre 
 
 
estes, Direito corresponde ao latim jus, usada pelos romanos para designar o justum, 
ou seja, o justo; também quer significar a expressão lex, ou norma de direito, 
determinando qual medida do justo e, por fim, Direito, também, quer significar 
jurisprudentia, a atual Ciência Jurídica. 
 Assim, sendo a lei que determina o justo, bem como os direitos, não se pode 
admitir que ela seja elaborada de forma arbitrária, ao sabor das vontades de quem as 
cria. 
 Desse modo, é necessário que ela se reporte a uma justiça anterior e superior 
às leis positivadas. Aquelas estabelecem os direitos que não dependem de 
prescrições legais pois fundamentam-se na lei natural. Ou seja, quem determina o 
que é Direito Natural é o próprio governante, vindo dessa forma, de cima para baixo. 
 Porém, essa teoria, segundo Dellavalle, agrega dois novos elementos a 
definição do que seriam os Direitos básicos dos homens. 
 Primeiro, o direito deveria ser centrado na Dignidade Humana. A ideia de 
Dignidade Humana surgiu principalmente pelos cristãos com a descrição de que o 
homem seria a imagem de Deus. Se o homem é a imagem de Deus, logo, poderia ser 
titular dos direitos naturais. 
 Em segundo, o Jus deveria ser concebido como uma descrição não apenas de 
um direito “objetivo” ou um conjunto de normas legais, mas também como a definição 
de um direito possuído por todos os humanos. 
 Para Dellavalle, citando o jurista espanhol Francisco Suarez, o poder não é 
dado de Deus para o governante, mas para a comunidade. Assim, as leis são 
estruturadas em quatro níveis, do mais alto para o mais baixo. Lex Divina, lex naturalis 
jus gentium e lex civilis. 
 Cada nível é decorrente do nível acima e o nível de baixo sempre tem que 
respeitar o nível superior. A Lex naturalis seria a dimensão da Lex Divina acessível a 
qualquer ser racional. O jus gentium e a parte da lex naturalis prevista em tratados e 
costumes dá ordem nas comunidades políticas. E, por fim, a Lex civilis ou lei organiza 
a vida social, dentro de um contexto específico das comunidades 
 Assim, a lei Civil somente pode ser considerada legítima se respeitar as 
condições fundamentais da dignidade humana e, por consequência, dos Direitos 
Humanos. Ha várias críticas à teoria de “de cima para baixo”. 
 A primeira deles está relacionada à sua origem. Se o direito humano é uma 
consequência de um direito divino, todos aqueles que não possuem a crença cristã 
 
 
acabam pode sofrer forte discriminação 
 A segunda crítica diz respeito ao rol dos direitos universalmente garantidos. 
Como parte de cima para baixo, é difícil compreender o porquê de alguns direitos 
serem incluídos e outros não. 
 A terceira crítica na verdade reflete uma pergunta. Quem nos protege dos 
governantes? de quem cria as normas? Há grande risco de abuso de poder, pois a 
definição de direitos estaria centrada nas mãos de poucos “representantes” de Deus. 
 Na segunda teoria ascendente de direitos humanos, ou seja, de baixo para 
cima, a sociedade não era vista como sendo fundada para a proteção de direitos dos 
indivíduos, mas para a busca de um objetivo comum. Assim, a proteção do indivíduo 
era um elemento para a implementaçãode uma ordem social justa e não a 
preocupação central para a construção da sociedade. 
 Desse modo, os primeiros documentos, tais como a Magna Carta, de 1215, 
entendem os direitos individuais sob a perspectiva de interesses superiores da 
sociedade, dotados de uma verdade ética maior. 
 Essa visão passa por uma reviravolta com o filósofo Thomas Hobbes, no meio 
do século XVII, que coloca os direitos fundamentais como legitimadores de qualquer 
autoridade. Para Hobbes, os direitos são confiados aos sujeitos individuais e 
concretos como seus detentores e preservadores e não como expressão de uma 
comunidade orgânica dependendo das leis de Deus ou da natureza 
 São várias as críticas a essa teoria. Primeiro, porque para que o indivíduo 
participasse do Estado, era essencial que ele abdicasse de parte de seus direitos, 
permanecendo apenas com os Direitos, a vida e a liberdades negativas. 
 Mesmo na teoria contratualista, do filósofo Frances Jean Jacques Rosseau, 
que inicialmente, pode parecer mais favorável ao indivíduo, prevê uma alienação total 
de direitos em prol da comunidade política. 
 A diferença é que para Rosseau, ao contrário de Hobbes, em que o Direito era 
alienado para um Monarca, os Direitos Naturais são alienados para si mesmos, 
constituídos como uma comunidade política soberana, mas mesmo assim, o poder 
soberano não está obrigado a dar nenhuma garantia aos seus súditos, o que geraria 
grande insegurança e risco aos direitos de cada cidadão. A segunda crítica ainda 
limita os direitos aos cidadãos e não a todos os homens. Ou seja, como era uma 
“entrega” de direitos, somente os membros de uma determinada comunidade estaria 
protegido ou teriam direitos garantidos pelos seus soberanos e qualquer um que não 
 
 
participasse desse grupo estaria sem garantia de direitos. 
 A terceira teoria, que visa a proteção de direitos humanos “de baixo para cima” 
em um sistema jurídico multinível, objetiva corrigir as teorias desenvolvidas pelos 
filósofos que criaram as teorias individualistas, como Hobbes e Rosseau, porém 
defendem que os indivíduos se mantenham portadores de seus direitos, ou seja, o 
ingresso em sociedade não determina a alienação de direitos Poder Público, sendo a 
ele atribuído, apenas, a tarefa de os proteger e aprimorar. 
 Defendem, ainda, que os direitos fundamentais devem ser atribuídos não 
somente aos cidadãos, mas a todos os seres humanos. 
 São os criadores dessa Teoria, os Filósofos Kant e, posteriormente, Karl-Otto 
Apel e Jurgen Habermas. Esses dois últimos criaram o que chamamos de paradigma 
comunicativo que entende que os indivíduos são, ao mesmo tempo, cidadãos de uma 
comunidade política singular e seres humanos envolvidos em interações, que os 
afetam em sua condição pura de humanos, independente de pertencerem a uma 
unidade política ou além dela. 
 Quando dentro de um Estado, esses direitos são chamados de Direitos dos 
Cidadãos. Quando para além dos Estados, Direitos Humanos. Nessa concepção, 
todos os Direitos são concebidos de baixo para cima, como um processo de lutas e 
conquistas e são estruturadas em documentos diversos como as Constituições e 
Tratados Internacionais. 
 Assim, para a proteção desses direitos, diversos níveis seriam utilizados, como 
as Cortes Constitucionais, o que no Brasil seria feito pelo STF e em se tratando de 
direitos humanos, Cortes Internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos, também, poderia ser acionada para a garantia de Direitos. 
 A ideia de que estes direitos são construídos com a participação de vontade 
popular, mesmo no nível internacional traz o conceito de uma comunidade universal 
de comunicação por isso o nome paradigma comunicativo. 
 
2- Direitos individuais, coletivos, difusos e homogêneos 
 
2.1 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e Seus Fundamentos na Constituição. 
 
 Com a evolução da sociedade, novos conflitos surgem, criando a necessidade 
de instrumentos legais e mecanismos de se garantir os Direitos consagrados como 
 
 
direitos humanos. 
 Como exemplo, podemos entender os novos conflitos que surgiram em virtude 
da internet. Das relações virtuais. Assim, o direito precisou se adaptar e com isso 
surgem novos Direitos e os novos direitos precisam de novos meios processuais para 
se efetivar esses direitos. 
 Esses direitos humanos são divididos pela doutrina e jurisprudência em 
dimensões ou gerações de Direitos Humanos. 
 A doutrina diverge em relação a nomenclatura, pois para o jurista Paulo 
Bonavides que as denomina de gerações de direitos humanos, a divisão é feita na 
ordem em que foram criadas. 
 Porém, a doutrina moderna, defendida, principalmente, por juristas como Ingo 
Sarlet, entende que esse termo não é o mais adequado, devendo ser substituído por 
dimensões, porque quando se fala em gerações, tem-se a ideia de que um sucede o 
outro. Ou seja, que um deixa de existir com o surgimento do outro. 
 E, é exatamente isso que a doutrina moderna combate. Na verdade, quando 
uma nova dimensão de direitos surge, ela agrega a anterior. Por isso, a mudança do 
termo para dimensão e não geração. 
 A primeira Dimensão surge em 1789, durante a Revolução Francesa. Até 
então, a França era governada por um rei Monarca. Com a revolução, o direito do 
Soberano passa a ser limitado pela lei que vira um escudo do cidadão frente ao 
Estado. Estes direitos são conhecidos como liberdade públicas negativas, no sentido 
de que o Estado deve se omitir de invadir a vida das pessoas. 
 Os direitos de 2ª dimensão surgem com a Revolução industrial. Com os abusos 
sofridos pelo Estado, o indivíduo precisa de proteção do Estado de forma ativa, sendo 
necessário que o Estado haja em favor do indivíduo. É necessária uma igualdade 
material; liberdades públicas positivas, como por exemplo: Direitos Trabalhistas. 
 Os direitos de 3ª Dimensão, por sua vez, surgem no final da 2ª grande Guerra 
e estão diretamente ligados à busca da Paz e à fraternidade. Na terceira dimensão é 
que se fundamentam os direitos difusos e coletivos. 
 O cidadão passa a ser considerado cidadão do mundo e, a partir dos direitos 
de 3ª dimensão, define-se direitos destinados a toda a sociedade e possuem como 
sujeitos ativos uma coletividade que eu não consigo individualizar os seus 
destinatários. Nesse sentido, o titular do direito ao meio ambiente equilibrado é toda 
a sociedade. 
 
 
 Assim, os Direitos Coletivos são classificados em Direitos Individuais 
homogêneos, Difusos e Coletivos. 
 Apesar de apenas as três primeiras dimensões estarem pacificadas, vários 
autores defendem a existência de outras dimensões. Para o jurista Norberto Bobbio, 
em seu livro a Era do Direito, os Direitos de 4ª Dimensão seriam aqueles ligados ao 
Direito da integridade do patrimônio genético, frente as ameaças da biotecnologia. 
Assim, podemos entender os problemas decorrentes de estudos genéticos, barrigas 
de aluguel e outros, como problemas que exigem uma resposta do direito de 4ª 
dimensão. 
 Já, para o jurista brasileiro Paulo Bonavides, os direitos de 4ª dimensão seriam 
aqueles ligados à democracia, à informação e ao pluralismo. Assim, as questões 
envolvendo o acesso à informação, o uso de dados, da internet, seriam objeto dos 
direitos de 4ª dimensão. 
 Mas os autores não param por aí. Paulo Bonavides, por exemplo, entende que 
o Direito à paz deveria ser um direito de 5ª dimensão e não de 3ª, pois seria o direito 
que regulamentaria o direito de armas químicas e biológicas. 
 Para facilitar o estudo dos Direitos, apesar de todos serem parte de uma 
universalidade chamada de Direitos Fundamentais, (dentro do ordenamento jurídico 
brasileiro) e/ou Direitos Humanos no âmbito internacional, aqui, nesse artigo, são 
classificados em Direitos Individuais, sendo aqueles entendidos como direitos de 1ª e 
2ª dimensão, e direitos Coletivos e difusos, consagrados como direitos de 3ª 
Dimensão. 
 Tanto os Direitos Individuais, quanto os Direitos Coletivos estão elencados no 
Título II Capítulo I, da Constituição Brasileira de 1988, que em seu artigo 5º dispõe: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
 Existe diferença entre direitos individuais e coletivos e eles não recebem o 
mesmo tratamento da ordem constitucional, a começar por sua fundamentação, tendo 
em vista que os Direitos Individuais possuem fundamento nos direitos de 1a e 2a 
dimensão. 
 Segundo o jurista Rodolfo Mancuso, é direito individual aquele cuja fruição se 
esgota na atuação de seu destinatário e para saber se isso ocorre ou não, é 
 
 
necessário verificar a extensão do prejuízo em caso de ofensa ao direito, como por 
exemplo, o direito de resposta previsto no artigo 5º, inciso V. 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à 
imagem; 
 
 A garantida do direito de resposta é dada ao indivíduo, à pessoa que sofreu a 
ofensa. E caso este direito seja desrespeitado, o dano será do indivíduo ofendido. 
Esses direitos podem ser, facilmente, encontrados na Constituição, em especial no 
artigo 5º. 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade”. 
 
 Na sequência, 78 incisos e 4 parágrafos elencam um extenso rol de direitos. 
 Ao ler o caput, pode-se, facilmente, chegar à conclusão equivocada de que 
esses direitos não abrangem os estrangeiros que estiverem em território Nacional. 
Equivocada, porque o STF já pacificou o entendimento de que os estrangeiros em 
território nacional possuem sim a proteção Constitucional. 
 Assim, caso um americano, por exemplo, esteja preso e ele entender que se 
trata de uma prisão ilegal, ele pode, assim como qualquer brasileiro usufruir da 
garantia Constitucional ao Habeas Corpus. 
 Apesar de definidos no instrumento consumerista, os Direitos Coletivos 
possuem fundamento constitucional, como apresentado anteriormente, nos direitos 
de 3ª dimensão. 
 O que se observa é que apesar de existir há muito tempo, a sua positivação 
veio apenas com o CDC, apesar de não estar limitado às relações de consumo, como 
por exemplo e como já falado, o direito ambiental, o direito a determinação dos povos. 
Ou seja, o que o CDC fez, foi estabelecer quais são os direitos coletivos e como 
reclamar a proteção desses direitos. 
 O art. 81 do CDC traz a seguinte classificação aos direitos coletivos; 
Art. 81 - A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas 
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
 
 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
 
 Os Direito Difusos referem-se a um grupo de pessoas indeterminadas, no qual 
inexiste vínculo jurídico entre eles, mas possui uma conexão circunstancial fática. É o 
fato que vai os caracterizar como destinatário do direito difuso. 
 Por sua vez, a proteção da comunidade indígena é realizada por um elo que 
as liga, o elo fático e não supera a esfera individual. Como exemplo, pode-se citar o 
Direito da Criança e Adolescente, Pessoas portadoras de deficiência. Na propaganda 
enganosa, o vínculo é consumir o mesmo produto. 
 No Direito ao meio ambiente, um exemplo claro que é o acidente da Vale, na 
cidade mineira de Mariana, onde os prejudicados são vários e as pessoas não 
guardam relação jurídica entre elas. É o chamado Direitos coletivos stricto senso. 
 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos 
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja 
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a 
parte contrária por uma relação jurídica base; 
 
 Enquanto nos direitos coletivos difusos, não há uma relação jurídica, já no 
Coletivo stricto senso, a relação jurídica é o que os ligam, como por exemplo, uma 
categoria, um grupo ou uma classe. O objeto é indivisível, pois o interesse é o do 
grupo. São exemplos: grupo de pessoas que possuem um mesmo plano de saúde, 
protegidos de aumento abusivo; grupo de contribuintes do IPTU de IPVA. Se duas 
pessoas possuem carro e por isso pagam o IPVA, elas estão ligadas por uma relação 
jurídica. 
 Nesse sentido, pode-se extrair do Voto do Relator Dias Toffoli, no Agravo 
regimental, no recurso extraordinário 979.761, de São Paulo. 
 
Na hipótese, visa-se à tutela dos interesses de um grupo de pessoas 
determináveis, porque ligadas com a parte contrária por uma relação 
jurídica base, qual seja, o contrato de compra e venda de mais de 
11.000 lotes no loteamento Santa Cristina Glebas II e III. São esses 
interesses objetivamente indivisíveis, na medida em que só se podem 
considerar como um todo para os membros do grupo, ou seja, a 
cláusula não pode ser abusiva para uns e não o ser para outros. Fica 
clara, pois, a natureza coletiva stricto sensu do interesse tutelado. 
 
 Os direitos individuais homogêneos, também são chamados de direitos 
acidentais coletivos, pois são direitos que podem, em um primeiro momento, ser 
requeridos individualmente, mas podem acidentalmente cair na coletividade. Os 
 
 
sujeitos são determinados ou determináveis e o objeto é divisível. 
 São chamados de coletivos porque possuem origem comum decorrente de um 
episódio. Só são coletivos na forma e no exercício do direito, mas o conteúdo é 
puramente individual. São direitos que poderiam ser individuais, mas pela origem, 
foram colocados no rol de direitos coletivos. Como exemplo, pode-se citar 
consumidores vítimas de intoxicação alimentar em um restaurante, ou pacientes 
contaminados com hepatite C em virtude de transfusão de sangue de um determinado 
laboratório. 
 Nestes dois casos, pode-se identificar todos os indivíduos que estavam no 
restaurante ou no hemocentro no dia da contaminação. Estes direitos são individuais, 
mas em virtude do fato que os originou, são protegidos coletivamente. 
 A identificação do direito pleiteado é essencial para que se possa compreender 
a forma correta e os legitimados para o ajuizamento de ações, competência e 
definição dos possíveis instrumentos processuais a serem utilizados para a garantia 
dos mesmos. 
 
3. AÇOES COLETIVAS 
 
3.1 PRINCÍPIOS 
 
 Para se poder compreender todas as peculiaridades das ações coletivas, faz-
se essencial que fique claro quais são os princípios que irão nortear estes direitos. 
Além dos princípios gerais do processo, o processo coletivo possui princípios 
específicos que devem ser analisados com cautela. 
 
a) Por princípio do devido processo legal coletivo entende-se que o processo coletivo 
possui características tão específicas que é necessário que o princípio do devido 
processo legal se adeque ao processo coletivo. Assim, o princípio do devido 
processo legal coletivo seria a raiz da qual se derivariam diversosoutros princípios, 
tais como o princípio da representatividade adequada e o da ampla divulgação da 
demanda coletiva. 
b) O princípio da aplicação residual do Código de Processo Civil é apresentado pelo 
jurista Elpídio Donizetti, pois, como o processo coletivo forma um microssistema 
processual, o Código de Processo Civil seria apenas residual. Aplicando ao que 
 
 
não possuir regra específica. 
c) Pelo princípio da representatividade adequada entende-se que, como a defesa das 
coletividades é feita por substitutos processuais em juízo, esta legitimação 
extraordinária deve ser feita de maneira adequada. Assim, não é permitido prejuízo 
para as partes em virtude de má atuação no processo. 
d) O princípio da não taxatividade da ação coletiva ou princípio da atipicidade está 
garantido no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, bem como no art. 83 do Código 
de Defesa do Consumidor e no art. 21, da Lei da Ação Civil Pública. 
 
Art. 5º, XXXV. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito. 
Art. 83 do Código de Defesa do Consumidor. Para a defesa dos direitos 
e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as 
espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. 
Art. 21 da Lei da Ação Civil Pública. Aplicam-se à defesa dos direitos 
e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os 
dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
Pelas normas do ordenamento jurídico, não haverá lei que exclua lesão ou 
ameaça a direito da apreciação pelo Poder Judiciário. Assim, pelo princípio da não 
taxatividade da ação coletiva não poderá haver restrição a propositura de ação 
coletiva quando não existir instrumento específico para a defesa do referido direito 
sendo irrelevante o nome dado à ação. O que importa é a efetiva garantia do direito. 
e) Já o princípio da ampla divulgação da demanda coletiva, princípio da 
notificação adequada ou princípio da informação aos órgãos competentes está 
claramente determinado no artigo 94 do CDC. 
 
Art. 94 do Código de Defesa do Consumidor. Proposta a ação, será 
publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam 
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla 
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos 
de defesa do consumidor. 
 
f) O princípio da ampla divulgação da demanda coletiva tem como objetivo dar 
publicidade da demanda coletiva para que os autores das ações individuais com 
mesmo objeto tenham a possibilidade de suspendê-las, bem como para que os 
amigos da corte, ou amicus curiae possam se manifestar na ação e possibilita que 
entidades se organizem com o objetivo de propor ação única. 
g) O princípio da continuidade da demanda coletiva, também chamado de 
 
 
princípio da indisponibilidade das ações coletivas, está previsto no art. 5º, §3º, da Lei 
da Ação Civil Pública. 
 
Art. 5º, §3º, da Lei da Ação Civil Pública. Em caso de desistência 
infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
 
 Esse princípio protege os titulares do direito de faltas processuais realizadas 
por parte dos legitimados e, por isso, sua grande importância. 
h) O princípio da obrigatoriedade da execução da sentença coletiva está previsto 
no art. 15 da Lei da Ação Civil Pública: 
 
Art. 15 da Lei da Ação Civil Pública. Decorridos sessenta dias do 
trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação 
autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, 
facultada igual iniciativa aos demais legitimados. 
 
 Assim, mesmo que o autor da ação não execute a sentença, por se tratar de 
direito coletivo, caberá ao MP a Defensoria Pública e da Advocacia Pública garantir a 
execução da sentença condenatória coletiva. 
Porém, é preciso destacar que em matéria de direitos individuais homogêneos, 
o legitimado para a execução será a vítima e seus sucessores, assim como definem 
os arts. 97 a 100 do CDC. 
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser 
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos 
legitimados de que trata o art. 82. 
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos 
legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas 
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem 
prejuízo do ajuizamento de outras execuções. 
(...) 
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados 
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os 
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da 
indenização devida. 
 
Deste modo, conforme art. 97 a 100 do Código de Defesa do Consumidor, a 
execução de sentença relativa a direitos individuais homogêneos ocorrerá de forma 
excepcional, a execução se dará por meio de substituição processual, ou seja, em 
benefício do grupo lesado, sendo a única hipótese de o Ministério Público, a 
Defensoria Pública ou a Advocacia Pública serem obrigadas a executar a sentença 
 
 
condena 
Quanto ao princípio da extensão subjetiva, princípio que só se aplica aos 
Direitos Individuais Homogêneos, a coisa julgada só ocorre caso a sentença seja 
favorável. Esse princípio está previsto no art. 103, do Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa 
julgada: 
(...) 
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar 
todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo 
único do art. 81. 
(...) 
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 
13, da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de 
indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou 
na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão 
as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à 
execução, nos termos dos art. 96 a 99. 
 
 Assim, como nos Direitos individuais homogêneos, os direitos são divisíveis, 
caso uma ação coletiva seja julgada improcedente, o indivíduo lesado poderá, ainda 
assim, pleitear individualmente o direito violado, mesmo com a sentença coletiva ter 
tido resultado negativo. 
 
3.2 - Direitos Pseudocoletivos. 
Estes são direitos pleiteados em ações coletivas, mas que, na verdade, não 
são coletivas. São pseudocoletivas, ou seja, falsamente coletivas. Trata-se da ação 
que é proposta pelo ente legitimado em lei (legitimado extraordinário), mas que 
fórmula pedido certo e específico em prol de determinados indivíduos, que são 
substituídos processualmente. 
Exemplo comum é o de ação proposta por um ente associativo, deduzindo 
pretensão em prol de seus associados. Como se vê, nas ações pseudocoletivas, o 
grande problema é o prejuízo que a demanda pode trazer ao contraditório e ao direito 
de defesa. Por isso, a constatação desse prejuízo deve levar à inadmissibilidade da 
ação. 
 Nesse sentido destacamos trecho do julgado do STJ 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.216.600 - RJ (2010/0180228-4) 
RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE 
 
 
ATIVA. 
ASSOCIAÇÃO. DOMICÍLIO EM MINAS GERAIS. INCOMPETÊNCIA 
ABSOLUTA. 
PROVIMENTO. 
3. Não se reconhece legitimidade ativa extraordinária da Associação-
Apelada para figurar no polo ativo da demanda. Nas ações 
pseudocoletivas, conquanto tenha sido proposta a ação por um único 
legitimado extraordinário, na verdade, estão sendo pleiteados, 
específica e concretamente, os direitos individuais de inúmeros 
substituídos,caracterizando-se uma pluralidade de pretensões que é 
equiparável à do litisconsórcio multitudinário, devendo sua 
admissibilidade, portanto, submeter-se, em princípio, às mesmas 
condições, ou seja, somente poderiam ser consideradas admissíveis. 
 
3.3 - AÇOES COLETIVAS E O NOVO CPC – IRDR 
 
 A Constituição de 1988 apresentou institutos que, claramente, demonstram a 
preocupação do constituinte com a tutela dos direitos coletivos. Os artigos 5º, LXX, 
que introduziu o Mandado de Segurança Coletivo; o art. 5º, LXXIII, Ação Popular e o 
artigo 129, III, da Ação Civil Pública, claramente reconhecem a proteção constitucional 
de grupos e traduzem a necessidade de atribuir aos direitos coletivos uma proteção 
adequada, através das ações coletivas que veremos a seguir. 
 
3.3.1 - Ação Civil Pública 
 
A Lei que regulamenta a Ação Civil Pública no Brasil é a lei 7.347/85 e surgiu 
como fruto de diversos doutrinadores, baseados no instituto da Class Action, norte 
americana, e no direito italiano. 
Como bem aponta Marinoni (2017. p. 477), “Inicialmente essa lei desejou 
regular apenas as ações tendentes a tutela do meio ambiente, do consumidor e de 
bens e direitos de valores artísticos, estético, histórico, turístico e paisagístico. ” 
Porém, após as alterações introduzidas, posteriormente, ao seu artigo 1º, ela pode 
ser utilizada para proteção de qualquer direito difuso ou coletivo, inclusive por infração 
da ordem econômica e da economia popular. 
A Constituição apresenta a Ação Civil Pública como função do Ministério 
público, em seu artigo 129, III. 
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos; 
 
 
 
Porém, não só ao MP é atribuída a legitimidade para o ajuizamento da Ação 
Civil Pública. O direito brasileiro atribuiu, a um determinado grupo de organismos, uma 
legitimidade extraordinária para a defesa de direitos, coletivos, individuais e coletivos. 
O artigo 5º, da Lei da Ação Civil Pública (LACP), assim determina: 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação 
cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de 
economia mista 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao 
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à 
ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico. 
No Brasil, a Ação Civil Pública é regida pela Lei 7.347/85, bem como pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
 Pela análise dos dispositivos do CDC, resta claro que a ACP pode ser 
utilizada tanto para defesa de direitos difusos e coletivos (artigo 83) quanto para direito 
Individuais Homogêneos, como dispõe o artigo 91. 
 
3.3.2 - Ação Popular 
 
Este remédio Constitucional vem previsto no artigo 5ª, LXXIII, da Constituição 
e foi regulamentado pela lei 4.717/65. A Ação Popular corresponde a uma forma direta 
de participação no sistema democrático brasileiro. Como aponta Marinoni (2017, p. 
415) “Trata-se de instrumento que não tem por finalidade precípua a defesa de direitos 
individuais, mas a proteção da cidadania e do interesse público”. 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente 
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada 
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência 
 
 
 
Qualquer cidadão é parte legítima para ajuizar a ação popular. Ou seja, 
qualquer pessoa física que esteja no gozo de seus direitos políticos, pode ser autor 
deste importante remédio constitucional. 
O objeto da ação popular é anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural. O sentido da ação será sempre o de atacar um ato 
específico, ou seja, anular um ato que se entenda lesivo, seja ele por ação ou omissão. 
Importante frisar que a Ação Popular não visa ao controle de legalidade de atos 
abstratos. Pode ser ajuizado contra ato lesivo ou que causem ao menos grave ameaça 
ao patrimônio público. A decisão procedente declarará a anulação do ato lesivo aos 
interesses públicos, condenando o Réu a reparação devida. A sentença tem efeito de 
coisa julgada erga omnes, exceto quando julgada improcedente por insuficiência de 
provas. 
No polo passivo pode constar pessoa jurídica, agente público, servidor público 
ou até mesmo os beneficiários de determinados atos. 
Inovação trazida pela Constituição de 1988 é isenção de despesas 
processuais, salvo quando comprovada a má-fé do autor. 
 
3.3.3 Mandado de Segurança Coletivo 
 
O Mandado de Segurança Coletivo é um remédio Constitucional previsto no 
artigo 5, LXX, da Constituição Federal que assim dispõe: 
 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados; 
 
De acordo com Marinoni (2017, p. 392), o Mandado de Segurança vem previsto 
como uma garantia fundamental autônoma, devendo o legislador infraconstitucional 
oferecer mecanismos de proteção adequados e eficientes para a tutela de interesses 
coletivos. 
 A Constituição, como pode ser facilmente observado pela leitura do 
dispositivo constitucional, se limitou a apresentar os legitimados para o ajuizamento 
 
 
do Mandado de Segurança Coletivo. Porém a doutrina é pacífica ao defender que este 
rol pode ser ampliado para permitir aos legitimados para o ajuizamento da Ação Civil 
Pública também a possibilidade de ajuizar o MS coletivo. 
 Na esfera infraconstitucional, coube a lei 12.016/2009 regulamentar o 
Mandado de Segurança Coletivo. Seu artigo 21 apresenta os legitimados, bem como 
o objeto de proteção deste remédio constitucional. 
 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por 
partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa 
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à 
finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo 
menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma 
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança 
coletivo podem ser: 
I - Coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou 
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma 
relação jurídica básica; 
II - Individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, 
os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica 
da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
Uma crítica que Marinoni (2017) faz a lei, diz respeito a exclusão dos direitosdifusos como objeto do Mandado de Segurança. Para o referido autor, o objetivo seria 
“transformar o mandado de segurança coletivo em uma forma de proteção especial 
aos associados ou dos vinculados aos legitimados. “Contudo, para o autor, “conceder 
via especial e privilegiada para certos particulares defenderem seus interesses violaria 
a garantia da isonomia” e por isso, esta restrição não deve prosperar e deve-se 
entender como objeto, direitos difusos e coletivos de forma ampla. 
 
3.3.4 - IRDR 
 
No intuito de buscar uma solução para o grande número de ações que 
comprometem o funcionamento do judiciário, o novo Código de Processo Civil 
introduziu no ordenamento jurídico brasileiro o instituto do Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas (IRDR) regulados pelos artigos 976 a 987, do CPC. 
Através desse novo instrumento processual, permitiu-se que, através da 
análise de uma ação paradigma, os tribunais suspendam todas as demandas em 
tramitação com mesmo objeto até julgamento final, vinculando as referidas ações a 
 
 
decisão proferida na ação piloto. 
 
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de 
demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: 
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a 
mesma questão unicamente de direito; 
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
(…) 
Art. 982. Admitido o incidente, o relator: 
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que 
tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; 
 
Não se trata de mais uma espécie de ação coletiva. Sua natureza jurídica, como 
defendem autores como Humberto Theodoro Junior é de incidente processual, pois 
não são ações autônomas, sendo necessária a existência de demandas já instauradas 
para a sua configuração. Nesse sentido, 
O incidente de resolução de demandas repetitivas não reúne ações 
singulares já propostas ou por propor. Seu objetivo é apenas 
estabelecer a tese de direito a ser aplicada em outros processos, cuja 
existência não desaparece, visto que apenas se suspendem 
temporariamente e, após, haverão de sujeitar-se a sentenças, caso a 
caso, pelos diferentes juízes que detêm a competência para pronunciá-
las. O que, momentaneamente, aproxima as diferentes ações é apenas 
a necessidade de aguardar o estabelecimento da tese de direito de 
aplicação comum e obrigatória a todas elas. A resolução individual de 
cada uma das demandas, porém continuará ocorrendo em sentenças 
próprias, que poderão ser de sentido final diverso, por imposição de 
quadro fático distinto. De forma alguma, entretanto, poderá ignorar a 
tese de direito uniformizada pelo tribunal do incidente, se o litígio, de 
alguma forma, se situar na área de incidência da referida tese 
(Theodoro Júnior, 2016, p. 905). 
Apesar de não serem ação coletiva, merecem destaque, pois seus efeitos 
ultrapassam as partes envolvidas no processo e afetam todos aqueles que possuem 
relação jurídica semelhante, visto que possui força vinculante a todos os processos 
individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito, inclusive a 
ações futuras. 
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: 
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre 
idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do 
respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados 
especiais do respectivo Estado ou região; 
 
 
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que 
venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo 
revisão na forma do art. 986. 
Assim, apesar de não ser um instrumento originário de defesa de direitos 
coletivos, sua finalidade e efetividade o transformam em uma eficaz ferramenta 
processual para a garantia de direitos coletivos. 
 
4. REMEDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Para a garantia dos Direitos consagrados em nossa Constituição, nossa lei 
maior traz mecanismos para corrigir eventuais ofensas a estas conquistas históricas. 
São os chamados Remédios Constitucionais, que possuem esse nome, exatamente, 
porque como os fármacos que curam doenças, esses instrumentos buscam a cura de 
desrespeito aos Direitos Fundamentais. 
A Constituição de 1988, incluiu entre o rol de garantias fundamentais individuais 
o Habeas Corpus, o Mandado de Segurança, o Habeas Data, o Mandado de Injunção 
e a Ação Popular. De acordo com Helvecio Damis de Oliveira Cunha (2008, esses 
instrumentos são chamados de remédios e não de direitos, pois Direitos seriam 
aqueles exercidos diretamente, sendo, assim, auto- aplicáveis, enquanto os remédios 
ou garantia somente são exercidos quando há risco a qualquer direito, servindo de 
instrumento de proteção. 
Faremos uma breve análise dos Remédios Constitucionais, iniciando abaixo 
pelo Habeas Corpus. 
 
4.1 - Habeas Corpus 
 
O Habeas Corpus é considerado a primeira grande conquista dos liberais para 
garantir a efetividade de direitos. Apesar de existir antes mesmo da Magna Carta, de 
1215 da Inglaterra, foi neste instrumento que encontramos sua primeira previsão 
escrita, apesar de possuir uma natureza mais ampla do que conhecemos hoje. 
No Brasil, a primeira referência ao Habeas Corpus pode ser encontrada no 
Código Criminal de 1830, porém apenas regulamentado no Código de Processo 
Criminal, em 1832. 
No âmbito Constitucional, é encontrada, pela primeira vez, referência a esse 
Instituto, na Constituição de 1891, no seu artigo 72, parágrafo 22, que dispunha: 
 
 
 
Art. 72 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à 
liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
§ 22 - Dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se 
achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade 
ou abuso de poder. 
 
Como pode-se inferir do artigo acima, o Habeas Corpus era utilizado no Brasil 
para dar efetividade a todo e qualquer direito que estivesse sendo ofendido ou sob 
risco de ser ofendido. 
Hoje, o Habeas Corpus é fundamentado no artigo 5º, LXVIII, da Constituição 
Federal, bem como no artigo 647 e seguintes do Código de Processo Penal, 
possuindo como finalidade afastar constrangimento ilegal já efetivado à liberdade de 
locomoção ou afastar ameaça à liberdade de locomoção. Ressalta-se que o direito a 
ser defendido pelo Habeas Corpus é sempre o direito à liberdade de locomoção, 
limitado pelo poder público ou quem o represente. Não cabe contra ação de partículas 
que nesse caso será resolvido por ação penal de sequestro ou cárcere privado. 
 
Neste sentido, 
 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
O Habeas Corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa face a autoridade 
pública, seja ela a pessoa que sofre a coação, que nesse caso recebe o nome de 
Paciente, ou por alguém que a represente, que será chamada de Impetrante. 
Não cabe Habeas Corpus quando a pena máxima for de multa, visto que não 
há a possibilidade do cerceamento de liberdade. Não cabe também em favor de 
pessoa jurídica pois não há restrição ao direito de locomoção. Não cabe para a 
liberação de animais e veículos, pois são direitos exclusivos do homem. Outra 
restrição é no caso de punições disciplinares militares, regra prevista no artigo 142, 
parágrafo 2º da Constituição. 
 
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições 
disciplinares militares. 
 
 
 
 Porém o STF já decidiu no -RE 338840, quecomo o poder judiciário 
deve garantir que os princípios do Direito Penal sejam aplicados aos processos 
administrativos, nada impede que examine os pressupostos de legalidade da 
punição, através do instrumento do Habeas Corpus, mas não pode analisar o 
mérito. 
 
Ementa RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. 
PUNIÇAO DISCIPLINAR MILITAR. Não há que se falar em violação 
ao art. 142, 2º, da CF, se a concessão de habeas corpus, 
impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão-somente 
para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação 
de questões referentes ao mérito . Concessão de ordem que se 
pautou pela apreciação dos aspectos fáticos da medida punitiva militar, 
invadindo seu mérito. A punição disciplinar militar atendeu aos 
pressupostos de legalidade, quais sejam, a hierarquia, o poder 
disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada 
disciplinarmente, tornando, portanto, incabível a apreciação do habeas 
corpus. Recurso conhecido e provido. (Grifos nossos) 
 É, deste modo, claro que o Habeas Corpus representa um remédio constitucional 
essencial para a garantia de direitos fundamentais. 
4.2 - Habeas Data 
 
O Habeas Data é um novo instituto, introduzido em nosso ordenamento jurídico pela 
Constituição de 1988, o artigo 5º, LXXII – e, posteriormente, regulamentada pela Lei 9507/97, 
chamada lei de Habeas Data. 
Art.5º. LXXII 
conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
 
 
Esse remédio Constitucional está diretamente conectado ao direito de acesso 
à informação previsto no artigo 5º, XXXIII e como mecanismo de garantir a eficácia do 
direito previsto no inciso X da CR/88. 
 
Art. 5o. Inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra 
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações 
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado. 
 
Conforme bem esclarece José Afonso da Silva, a abrangência desse instituto 
é de proteger a esfera íntima do indivíduo contra: a) o uso abusivo de registros de 
dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos. b) introdução 
nesses registros, de dados sensíveis e c) a conservação de dados falsos ou com fins 
diversos dos autorizados por lei. 
Nos termos da Constituição, o Habeas Data pode ser ajuizado para garantir o 
acesso a informações pessoais contidas em Bancos de Dados Públicos ou de quem 
esteja agindo em seu nome, como, por exemplo, concessionárias de serviço público, 
ou a retificação dos referidos dados. 
Porém, a lei do Habeas Data introduziu mais uma hipótese de cabimento, que 
seria para incluir nos registros públicos anotações explicando ou contestando fato que 
esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
Art. 7° - Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e 
que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
Importante destacar, que é legitimado para ajuizar o habeas data qualquer 
pessoa física ou jurídica sob a qual a informação conste no banco de dados. Essa é 
uma ação personalíssima, sendo admitido excepcionalmente pelos tribunais aos 
 
 
herdeiros, o ajuizamento do Habeas Data para garantir a exatidão de informação 
sobre o de cujos de forma a garantir os direitos morais. Não é possível o ajuizamento 
do Habeas Data por terceiros, salvo a exceção acima apresentada. 
4.3 - Mandado de Segurança 
Este é um dos Remédios Constitucionais mais utilizados no ordenamento 
jurídico brasileiro. Introduzido no Brasil pela Constituição de 1934, tem por objetivo a 
proteção de direito certo e incontestável não protegido por habeas corpus e nem por 
habeas data. Por esse motivo, a natureza jurídica do Mandado de Segurança (MS) é 
subsidiária. 
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
Fica claro o motivo pelo qual é um dos mais utilizados, pois sempre que não for 
hipótese de Habeas Data (direito a informação) e Habeas Corpus (direito de 
locomoção), o remédio que garante todos os demais Direitos Constitucionais é o 
Mandado de Segurança. 
A exigência que se faz para que seja possível o ajuizamento do MS é que o 
objeto da ação seja direito líquido e certo. Pode-se entender como direito líquido e 
certo, um direito que pode ser comprovado documentalmente na petição inicial, não 
sendo possível a dilação probatória, ou seja, a produção de provas durante o 
processo. 
São legitimados ativos toda pessoa, física ou jurídica, interessada, 
representada por advogado, em nome próprio. A Legitimidade passiva, é do ato coator 
praticado por agente público ou por privado investido em função pública. 
4.4 - Mandado de Injunção 
O Mandado de Injunção (MI) é um instituto inovador do ordenamento jurídico 
brasileiro que visa a efetividade das normas Constitucionais de Eficácia Limitada. 
Essas normas são normas que dependem de lei específica para que sejam efetivas. 
Como por exemplo, o direito de greve do servidor público. art. 37, VII, da CF/88 
 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica; 
 
O servidor público tem o Direito de greve, mas depende de lei para que possa 
exercer esse direito. Assim, o MI é o remédio que visa impelir o legislador a criar a 
norma que viabilize o exercício do direito. 
Art. 5º., LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta 
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
Um dos principais debates acerca do MI está relacionado aos efeitos da 
sentença de procedência desse Remédio. A primeira teoria chamada de teoria não 
concretista, entende que o tribunal apenas reconhece a inconstitucionalidade por 
omissão e notifica ao legislativo para que regulamente a norma. Essa era a teoria 
adotada pelo STF e que se pautava, principalmente, pelo princípio das separações 
dos poderes. Nesse sentido, 
EMENTA: Mandado de injunção. Juros reais. Parágrafo 3º do artigo 
192 da Constituição Federal. - Esta Corte, ao julgar a ADIN nº 4, 
entendeu, por maioria de votos, que o disposto no § 3º do artigo 192 
da Constituição Federal não era autoaplicável, razão por que necessita 
de regulamentação. - Passados mais dedoze anos da promulgação da 
Constituição, sem que o Congresso Nacional haja regulamentado o 
referido dispositivo constitucional, e sendo certo que a simples 
tramitação de projetos nesse sentido não é capaz de elidir a mora 
legislativa, não há dúvida de que esta, no caso, ocorre. Mandado de 
injunção deferido em parte, para que se comunique ao Poder 
Legislativo a mora em que se encontra, a fim de que adote as 
providências necessárias para suprir a omissão, deixando-se de fixar 
prazo para o suprimento dessa omissão constitucional em face da 
orientação firmada por esta Corte (MI 361). 
 
A segunda teoria, chamada de teoria dos efeitos concretistas, que é a adotada 
pelo STF, entende que o tribunal deverá reconhecer a inconstitucionalidade por 
omissão, bem como deve ser regulamentado o direito até a regulamentação pelo 
Legislador. Foi essa a postura da suprema corte brasileira, no caso da greve dos 
servidores públicos citada acima. 
 
 
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL 
(CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). 
EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE 
COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO 
ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A 
EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS 
TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS 
DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO 
JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO 
LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS 
PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A 
MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA 
DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 
7.783/1989. 1. SINAIS DE EVOLUÇÃO DA GARANTIA 
FUNDAMENTAL DO MANDADO DE INJUNÇÃO NA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF-MI 
708/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, DJE 31.10.2008). 
 
A referida jurisprudência apresenta o que a doutrina chama de Teoria 
Concretista Geral, pois os efeitos são erga omnes até que a omissão seja sanada. 
A Teoria Concretista Individual entende que o tribunal deverá julgar a 
inconstitucionalidade e determinar a forma de fruição do referido direito até que seja 
sanada a omissão legislativa, mas seus efeitos serão apenas Inter partes. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONSTITUCIONAL. MANDADO DE 
INJUNÇÃO. POLICIAL MILITAR REFORMADO. REMUNERAÇÃO NA 
FORMA DE SUBSÍDIO. ARTS. 37, § 4º E 144, § 9º, DA CRFB/88. 
NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA LIMITADA. ALEGAÇÃO 
DE NORMA REGULAMENTADORA EXISTENTE NO ÂMBITO DO 
ESTADO. INVIABILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO 
INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. 
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS 
SÚMULAS 282 E 356 DO STF. RECURSO DESPROVIDO.MÉRITO: 
VIABILIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DE DIREITO 
CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADO NO ART. 144, §9º C/C 
ART. 39, §4º, DA CF/88. DIREITO DOS SERVIDORES POLICIAIS 
MILITARES DE SEREM REMUNERADOS POR MEIO DE SUBSÍDIO. 
1. MANDADO DE INJUNÇÃO, PORQUANTO GARANTIA 
CONSTITUCIONAL QUE TEM POR ÚNICO ESCOPO VIABILIZAR 
DIREITOS OU LIBERDADES CONSTITUCIONAIS QUANDO NÃO 
PUDEREM SER EXERCIDOS POR AUSÊNCIA DE NORMA 
REGULAMENTADORA (ART. 5º, LXXI, CF), PRESSUPÕE A 
EXISTÊNCIA DE PRECONCEITO CONSTITUCIONAL 
DEPENDENTE DA REGULAMENTAÇÃO POR OUTRA NORMA, 
ESTA DE CATEGORAI INFERIOR NA HIERARQUIA DOS TIPOS 
NORMATIVOS. 
2. TEORIA CONCRETISTA INDIVIDUAL. DIANTE DA LACUNA 
NORMATIVA, O PODER JUDICIÁRIO DEVE CRIAR A 
REGULAMENTAÇÃO PARA O CASO ESPECÍFICO, VIABILIZANDO 
O EXERCÍCIO DO DIREITO SOMENTE PELO IMPETRADO, 
PORQUANTO OS EFEITOS DA DECISÃO SÃO ‘INTER PARTES’. 
 
 
RE 914233 / PE - PERNAMBUCO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator (a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 03/04/2018 
 
 No referido julgado, o Tribunal analisou o questionamento do Estado que se 
traduz em uma das maiores críticas a Teoria Concretista Geral, no sentido de que o 
efeito concretista ofenderia o princípio da reserva legal. Nesse sentido, entendeu que 
o Princípio da reserva de lei não afasta a aplicação da teoria concretista individual, 
pois o direito constitucional garantido, no artigo, 144, §9º, DA CF, em relação a 
Remuneração do Policial Militar em forma de subsidio não poderia ser exercido, pois 
a existência de lei que regulamente a matéria era condiciono sine qua non para seu 
exercício e que a via do MI é instrumento que garanta o exercício de um direito. 
 Para o STF, a posição concretista individual torna viável o exercício de um 
direito, mas não implica dizer que o judiciário está agindo como legislador. 
 Por fim, a teoria que busca um equilíbrio entre as duas correntes concretistas 
acima explanadas é a concretista intermediária, que entende que primeiro o poder 
judiciário deve comunicar a mora legislativa ao órgão responsável pela normatização, 
determinando um prazo razoável para que ela supra a omissão. Após esse prazo e 
permanecendo a inércia, caberá a órgão jurisdicional suprir a lacuna, garantindo o 
exercício do direito constitucional questionado, de maneira erga omnes ou inter 
partes, a depender das circunstâncias da decisão. 
Nesse sentido, entendeu o Supremo Tribunal Federal 
 
Mandado de injunção. – Legitimidade ativa da requerente para impetrar 
mandado de injunção por falta de regulamentação do disposto par. 7, 
artigo 195 da Constituição Federal. Ocorrência, no caso, em face do 
disposto no artigo 59 do ADCT, mora, por parte do Congresso, na 
regulamentação daquele preceito constitucional. Mandado de injunção 
conhecido, em parte, e, nessa parte, deferido para declarar-se o estado 
de mora em que se encontra o Congresso Nacional, a fim de que, no 
prazo de seis meses, adote ele as providencias legislativas que se 
impõem para o cumprimento da obrigação de legislar decorrente do 
artigo 195, par. 7, da Constituição, sob pena de, vencido esse prazo 
sem que essa obrigação se cumpra, passar o requerente a gozar da 
imunidade requerida” (rel. Min. Moreira Alves, DJU de 27. 03.92, p. 
3.800) (APUD CUNHA JÚNIOR p. 824) 
 
 Pela Corrente Concretista Intermediária, teoria que vem sendo cada vez mais 
defendida pela doutrina, a crítica feita a teoria concretista geral que é de assumir o 
lugar do legislador e ofender a separação dos poderes estaria superada, pois apenas 
determinaria efeitos concretos caso o órgão responsável não assumisse a 
 
 
responsabilidade que lhe foi atribuída. Seria um “renunciar tácito” mesmo que 
temporário do seu direito de regulamentar que estaria sendo suprido pelos tribunais. 
 
5- EFICÁCIA JUDICIAL NOS PROCESSOS COLETIVOS. 
 
Além das diferenças apontadas acima em relação as ações individuais e 
coletivas, os efeitos das sentenças, também, são diversos e estão previstos nos 
artigos 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor. 
Marinoni aponta de forma brilhante que há diferenças entre os efeitos da coisa 
julgada em virtude da espécie de direito coletivo. Nesse sentido, 
 
 Segundo se observa do art. 103 do CDC, a disciplina da 
coisa julgada frente às ações coletivas é estabelecida de 
modo diferenciado, conforme a espécie de “direito coletivo” 
(direito coletivo stricto sensu, direito difuso ou direito 
individual homogêneo) objeto da ação. 
 
Observe-se o referido artigo. 
 
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará 
coisa julgada: 
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por 
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá 
intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova 
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; 
 
 Ao analisar o referido inciso, Marinoni aponta que a coisa julgada, em relação 
às ações que tratam de direitos difusos, oponível contra todos, pois como édireito 
difuso, transindividual, indivisível e se o direito pertence a todos “ a solução da 
controvérsia sobre o direito (que é transindividual e indivisível) deve abranger a todos, 
tornando-se a decisão imutável para as partes do processo (autor legitimado 
extraordinariamente e réu) e para as partes em sentido material”. 
 
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, 
salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso 
anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo 
único do art. 81; 
 Esse inciso traz os efeitos da coisa julgada em relação à defesa de direitos 
coletivos (stricto sensu). Pois são direitos transindividuais, de natureza indivisível, mas 
com “sujeito” determinado, nos termos do art. 81, II, do CDC . Nesse caso, os efeitos 
 
 
da sentença serão para todos os abrangidos pela ação, ou seja, os legitimados e seus 
representados, salvo a exceção prevista no próprio texto legal que é a hipótese de 
improcedência por insuficiência de provas. 
 
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar 
todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo 
único do art. 81. 
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, 
os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes 
poderão propor ação de indenização a título individual. 
 
 Já no caso de direito individual homogêneo, a coisa julgada será erga omnes, 
no caso de procedência do pedido (art. 103, III, do CDC). Mas não terá o mesmo efeito 
caso seja julgada improcedente. Nesse caso, o indivíduo poderá ajuizar a sua ação 
individual condenatória, desde que não tenha ingressado no processo coletivo como 
litisconsorte ou assistente, 
 
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão 
interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, 
categoria ou classe. 
 
 De forma clara, Patrícia Miranda Pizzol, em artigo publicado na revista da PUC/ 
SP , afirma que 
Em outras palavras, a vítima ou seu sucessor poderá promover 
liquidação e/ou execução fundada na sentença de procedência, não 
sendo necessário o ajuizamento de ação condenatória. Sendo este 
julgado improcedente, poderá o indivíduo promover sua ação individual 
condenatória, desde que não tenha ingressado no processo coletivo 
como litisconsorte ou assistente litisconsorcial (art. 103, §2º, do CDC). 
Caso o processo seja extinto sem resolução do mérito, a sentença 
produzirá apenas coisa julgada formal, não impossibilitando a 
propositura de nova ação coletiva (art. 268 do CPC). 
 
O objetivo do artigo 104, do CDC, é facilitar o ajuizamento de ação individual 
por parte do particular, mesmo que pendente de ação coletiva, limitando os efeitos da 
sentença para os casos em que for solicitada a suspensão do processo no prazo de 
trinta dias da comunicação do ajuizamento da ação coletiva. 
 
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo 
único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, 
mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que 
aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores 
das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo 
 
 
de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação 
coletiva. 
 
Cumpre destacar, que caso o autor da ação individual não seja comunicado da 
existência da ação coletiva, esta restrição em relação aos efeitos da sentença não o 
atinge. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Os Direitos Fundamentais constituem o principal pilar do Estado, 
limitando a ação dos governantes, evitando assim um abuso de poder e buscando 
como finalidade a garantia da dignidade humana de todos que se encontram em seu 
território. 
 A Constituição assim, é considerada elemento central para a 
coexistência dos diversos valores incorporados pelo verdadeiro detentor do poder - o 
povo, por meio de seus representantes-, e é a principal fonte dos direitos e garantias 
fundamentais. 
 Passando por todos as dimensões de direitos, observa-se a necessidade 
da busca de instrumentos para dar efetividade ao extenso rol contido na Constituição, 
que, hoje, nada mais são do que um fator indicativo e não conclusivo a respeito da 
efetividade dos mesmos. 
 Muito se avançou desde a redemocratização do Brasil em matéria 
constitucional e processual na busca por esses instrumentos. Desde a utilização cada 
vez maior dos remédios constitucionais, bem como na defesa de direitos coletivos 
com as ações civis públicas, mandados de segurança coletivo e demais ações aqui 
trabalhadas. Porém, em especial, quando nos referimos aos direitos individuais de 
segunda dimensão, ou seja, direitos econômicos sociais e culturais, temos grande 
dificuldade de efetivação, em virtude dos constantes entraves contidos no princípio da 
reserva do possível e a limitação ornamentaria nacional. 
O grande entrave que observamos para a real efetivação de Direitos 
Fundamentais não está na inexistência de mecanismos de proteção ou de normas 
regulamentadoras. Como observamos no presente trabalho, é extenso o rol de 
instrumentos. O problema está, como bem afirma Emerson Garcia (2017, p. 2026), na 
“relutância de considerável parcela da nossa sociedade, inclusive daqueles que, nela 
 
 
formados, são alçados ao poder, em observar os padrões de conduta previstos na 
ordem jurídica. ” 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Volume 10. págs. 1957 - 1981 . 
 
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm. Acesso em 20 jan. 2019. 
 
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7347Compilada.html. 
Acesso em 06 jan. 2019 
 
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Corpus e a sua aplicabilidade na jurisdição estatal brasileira. In Doutrinas 
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Editora Revista dos Tribunais, 2015. Volume 10. p. 1549 a 1581. 
 
DELLAVALLE. Sérgio. De cima para baixo ou de baixo para cima? A proteção dos 
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Clemerson Merlin (Org.) Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. Volume 8. 
 
FERNANDES. Bernardo Gonçalves Fernandes. Curso de Direito Constitucional. 
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Clemerson Merlin (Org.) Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. Vol. 10. p. 225. 
 
GARCIA. Márcia. Habeas Data. O direito à informação - O direito fundamental a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Um perfil Constitucional. 
In: CLÉVE, Clemerson Merlin (Org.) Doutrinas Essenciais de Direito 
Constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. Vol. 10. p. 1715 - 
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