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Sistemas de Transmissão Mecânica

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SÉRIE AUTOMOTIVA
SISTEMAS DE 
TRANSMISSÃO 
MECÂNICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente 
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
SÉRIE AUTOMOTIVA
SISTEMAS DE 
TRANSMISSÃO 
MECÂNICA
SENAI
Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto 
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por 
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de 
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por 
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional de Santa Catarina 
Núcleo de Educação – NED
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
_________________________________________________________________________ 
 S491s 
 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. 
Sistemas de transmissão mecânica / Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. 
Brasília : SENAI/DN, 2012. 
237 p. : il. (Série Automotiva). 
 
 ISBN 
 
 1. Automóveis – Mecânica. 2. Automóveis – Dispositivos de 
transmissão. 3. Automóveis – Manutenção e reparos. 4. Segurança 
do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. 
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. 
 
CDU: 629.331 
_____________________________________________________________________________ 
Lista de Ilustrações
Figura 1 - Esforço direto ..................................................................................................................................................21
Figura 2 - Utilizando redução .......................................................................................................................................22
Figura 3 - História da transmissão ...............................................................................................................................23
Figura 4 - Triciclo de Dion-Bouton ...............................................................................................................................24
Figura 5 - Sistema de transmissão ...............................................................................................................................25
Figura 6 - Movimentos de rotação ..............................................................................................................................25
Figura 7 - Analogia com o sistema de transmissão ...............................................................................................26
Figura 8 - Componentes do sistema de transmissão ...........................................................................................27
Figura 9 - Eixo articulado ................................................................................................................................................28
Figura 10 - Caixa de marcha ..........................................................................................................................................28
Figura 11 - Transmissão final .........................................................................................................................................29
Figura 12 - Transmissão transversal ............................................................................................................................30
Figura 13 - Transmissão longitudinal .........................................................................................................................30
Figura 14 - Transmissão compacta ..............................................................................................................................31
Figura 15 - Transmissão direta ......................................................................................................................................32
Figura 16 - Transmissão da rotação para as rodas .................................................................................................33
Figura 17 - Transmissão dianteira ................................................................................................................................33
Figura 18 - Transmissão traseira ...................................................................................................................................34
Figura 19 - Embreagem ...................................................................................................................................................35
Figura 20 - Eixos da caixa de mudanças ....................................................................................................................35
Figura 21 - Engrenagens do diferencial transmissão compacta ......................................................................36
Figura 22 - Engrenagens do diferencial transmissão convencional ................................................................37
Figura 23 - Veículo em linha reta..................................................................................................................................37
Figura 24 - Veículo em curva .........................................................................................................................................38
Figura 25 - Conjunto satélite .........................................................................................................................................39
Figura 26 - Conjunto satélite trabalhando ...............................................................................................................40
Figura 27 - Sistema de bloqueio ..................................................................................................................................42
Figura 28 - Conjunto de discos metálicos .................................................................................................................44
Figura 29 - Funcionamento do diferencial ...............................................................................................................45
Figura 30 - Sistema de engrenagens ..........................................................................................................................46
Figura 31 - Relação de redução ....................................................................................................................................47
Figura 32 - 1ª marcha .......................................................................................................................................................48
Figura 33 - 2ª marcha .......................................................................................................................................................49
Figura 34 - Caixa de câmbio..........................................................................................................................................50
Figura 35 - Conjuntos sincronizadores ......................................................................................................................52
Figura 36 - Eixos da caixa de câmbio ..........................................................................................................................53
Figura 37 - Eixo primário .................................................................................................................................................54
Figura 38 - Eixo primário e seus componentes .......................................................................................................54
Figura 39 - Eixo secundário ............................................................................................................................................55
Figura 40 - Componentes do eixo secundário ........................................................................................................55
Figura 41 - Engrenagem de marcha à ré ...................................................................................................................56
Figura 42 - Eixo intermediário .......................................................................................................................................56
Figura 43 - Componentes do eixo intermediário ...................................................................................................57
Figura 44 - Hastes e garfos .............................................................................................................................................58
Figura 45 - Elementos do conjunto sincronizador ................................................................................................58
Figura 46 - Anel sincronizado ........................................................................................................................................59
Figura 47 - Rolete de retenção de marcha ...............................................................................................................60
Figura 48 - Engrenagem de dentes helicoidais ......................................................................................................60
Figura 49 - Engrenagem de dentes retos ..................................................................................................................61
Figura 50 - Rolamento cônico .......................................................................................................................................61
Figura 51 - Rolamento de esferas ................................................................................................................................61
Figura 52 - Rolamento de roletes.................................................................................................................................62
Figura 53 - Retentor ..........................................................................................................................................................62
Figura 54 - Mecanismo de troca de marcha ............................................................................................................63
Figura 55 - Componentes da embreagem ...............................................................................................................66
Figura 56 - Disco de embreagem .................................................................................................................................66
Figura 57 - Platô de embreagem .................................................................................................................................67
Figura 58 - Disco embreado ..........................................................................................................................................68
Figura 59 - Disco debreado ............................................................................................................................................68
Figura 60 - Acionamento hidráulico ...........................................................................................................................70
Figura 61 - Acionamento por cabo .............................................................................................................................71
Figura 62 - Semieixos .......................................................................................................................................................72
Figura 63 - Amortecedor de vibrações ......................................................................................................................72
Figura 64 - Junta homocinética ....................................................................................................................................73
Figura 65 - Junta homocinética fixa e deslizante ...................................................................................................73
Figura 66 - Assentamento de rolamento ..................................................................................................................78
Figura 67 - Profundidade do alojamento ..................................................................................................................78
Figura 68 - Profundidade do Flange ...........................................................................................................................78
Figura 69 - Pré-aperto do rolamento..........................................................................................................................79
Figura 70 - Motor e transmissão em posição transversal ....................................................................................88
Figura 71 - Caixa de transferência ...............................................................................................................................89
Figura 72 - Caixa de transferência por engrenagem ............................................................................................91
Figura 73 - Caixas de transferência com acionamento por corrente ..............................................................95
Figura 74 - Alicate universal ........................................................................................................................................ 117
Figura 75 - Alicate de pressão .................................................................................................................................... 117
Figura 76 - Arco de serra .............................................................................................................................................. 118
Figura 77 - Chave estrela .............................................................................................................................................. 118
Figura 78 - Chave fixa .................................................................................................................................................... 119
Figura 79 - Chave combinada .................................................................................................................................... 119
Figura 80 - Chave de fenda ......................................................................................................................................... 120
Figura 81 - Chave Philips .............................................................................................................................................. 121
Figura 82 - Tipos de chave Torx® ............................................................................................................................... 121
Figura 83 - Chave Allen .................................................................................................................................................123
Figura 84 - Chave inglesa ............................................................................................................................................. 123
Figura 85 - Chave de catraca ...................................................................................................................................... 124
Figura 86 - Tipos de martelo ....................................................................................................................................... 125
Figura 87 - Punção ......................................................................................................................................................... 125
Figura 88 - Talhadeira .................................................................................................................................................... 126
Figura 89 - Ferramenta para remover o filtro de óleo ....................................................................................... 127
Figura 90 - Instalador de retentor de caixa de câmbio ..................................................................................... 132
Figura 91 - Extrator externo de rolamento ou engrenagem .......................................................................... 133
Figura 92 - Extrator interno de rolamento ou engrenagem ........................................................................... 133
Figura 93 - Guia para garfos de marcha ................................................................................................................. 134
Figura 94 - Óculos de proteção ................................................................................................................................. 172
Figura 95 - Protetor auricular ..................................................................................................................................... 172
Figura 96 - Macaco mecânico de câmbio .............................................................................................................. 180
Figura 97 - Macaco hidráulico de câmbio tipo jacaré ....................................................................................... 180
Figura 98 - Macaco hidráulico de câmbio com haste telescópica ................................................................ 181
Figura 99 - Suporte para motor ................................................................................................................................. 182
Figura 100 - Ferramenta oxidada .............................................................................................................................. 182
Figura 101 - Separação de material ......................................................................................................................... 193
Figura 102 - Vassoura reciclada ................................................................................................................................. 194
Figura 103 - CONAMA ................................................................................................................................................... 198
Figura 104 - ABNT ........................................................................................................................................................... 199
Figura 105 - Lubrificante para caixa de câmbio .................................................................................................. 199
Figura 106 - Partes do paquímetro .......................................................................................................................... 204
Figura 107 - Leitura de paquímetro 0,05mm........................................................................................................ 205
Figura 108 - Partes do micrômetro .......................................................................................................................... 206
Figura 109 - Leitura de um micrômetro centesimal ........................................................................................... 206
Figura 110 - Componentes do relógio comparador .......................................................................................... 207
Figura 111 - Leitura do relógio comparador ......................................................................................................... 207
Figura 112 - Torquímetro ............................................................................................................................................. 208
Figura 113 - Cálibre de lâminas ................................................................................................................................. 209
Figura 114 - Limando .................................................................................................................................................... 216
Figura 115 - Arco de serra ............................................................................................................................................ 217
Figura 116 - Dobra de chapa ...................................................................................................................................... 217
Figura 117 - Tipos de lima............................................................................................................................................ 218
Figura 118 - Macho ........................................................................................................................................................ 218
Figura 119 - Cossinete .................................................................................................................................................. 219
Figura 120 - Óculos ........................................................................................................................................................ 220
Figura 121 - Caixa de câmbio .................................................................................................................................... 225
Figura 122 - Vazamento de óleo ............................................................................................................................... 226
Figura 123 - Caixa de câmbio em corte .................................................................................................................. 227
Figura 124 - Eixo da transmissão com as engrenagens e conjunto sincronizador ................................. 229
Quadro 1 - Matriz curricular ..........................................................................................................................................18
Quadro 2 - Checklist de avaliação do sistema .........................................................................................................77
Quadro 3 - Códigos da chave Torx® ......................................................................................................................... 122
Quadro 4 - Normas para coleta ................................................................................................................................ 192
Tabela 1 - Conversão Nm para Kgf .......................................................................................................................... 209
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................17
2 Sistema de Transmissão Mecânica ..........................................................................................................................21
2.1 História da transmissão: uma breve abordagem .............................................................................23
2.2 Sistema de transmissão mecânica: definição ....................................................................................242.3 Tipos de transmissão mecânica..............................................................................................................27
2.3.1 Transmissão convencional .....................................................................................................28
2.3.2 Transmissão compacta ............................................................................................................31
2.3.3 Transmissão compacta transversal .....................................................................................31
2.3.4 Transmissão compacta longitudinal ..................................................................................32
2.3.5 Funcionamento elementar ....................................................................................................34
2.4 Diferencial ......................................................................................................................................................36
2.4.1 Característica ..............................................................................................................................37
2.4.2 Componentes do diferencial ................................................................................................38
2.4.3 Princípio de funcionamento do diferencial .....................................................................39
2.4.4 Limitação de um diferencial ..................................................................................................41
2.5 Sistemas de blocantes ...............................................................................................................................41
2.5.1 Características ............................................................................................................................41
2.5.2 Tipos de bloqueio .....................................................................................................................42
2.6 Caixa de câmbio ...........................................................................................................................................45
2.6.1 Características ............................................................................................................................45
2.6.2 Tipos de caixa de câmbio .......................................................................................................49
2.6.3 Componentes da caixa de câmbio .....................................................................................52
2.6.4 Princípio de funcionamento de uma caixa de câmbio ...............................................64
2.7 Embreagens e sistemas de acionamento ...........................................................................................65
2.7.1 Característica ..............................................................................................................................65
2.7.2 Componentes do sistema de embreagem ......................................................................65
2.7.3 Mecanismo de acionamento de embreagem ................................................................69
2.8 Semieixo .........................................................................................................................................................71
2.9 Junta homocinética ...................................................................................................................................73
2.10 Checklist de avaliação do sistema .......................................................................................................74
2.11 Técnicas de medição e ajuste dos componentes da transmissão ...........................................77
2.11.1 Verificando o ajuste do diferencial ...................................................................................77
2.11.2 Regulagem da profundidade da coroa e pinhão de um sistema transmissão convencional ................................................................................................................79
2.11.3 Regulagem da folga entre dentes da coroa e pinhão ..............................................80
2.11.4 Ajustagem da folga da embreagem ................................................................................81
2.11.5 Ajustagem do mecanismo de engate das marchas ...................................................81
2.12 Tipos de manutenção ..............................................................................................................................81
2.12.1 Manutenção preventiva .......................................................................................................81
2.12.2 Manutenção corretiva ..........................................................................................................82
3 Caixa de Transferência ..................................................................................................................................................87
3.1 Caixa de transferência: definição ...........................................................................................................88
3.2 Tipos de caixa de transferência ..............................................................................................................89
3.2.1 Caixa de transferência por engrenagem ..........................................................................90
3.2.2 Caixa de transferência por corrente ...................................................................................95
4 Manual do Proprietário ................................................................................................................................................99
4.1 Características técnicas do veículo .................................................................................................... 100
4.2 Plano de manutenção (manutenção preventiva) ......................................................................... 101
4.3 Desgaste dos componentes ................................................................................................................. 102
5 Mecânica de Reparação e Normas ....................................................................................................................... 105
5.1 Normas aplicadas aos sistemas de transmissão mecânica ....................................................... 106
5.2 Características técnicas do veículo e procedimentos ................................................................. 106
5.2.1 Procedimentos de inspeção ............................................................................................... 107
5.2.2 Procedimentos de remoção e desmontagem ............................................................. 108
5.2.3 Procedimentos de manutenção ....................................................................................... 109
5.2.4 Procedimentos de montagem .......................................................................................... 110
5.2.5 Procedimentos de teste ....................................................................................................... 110
5.3 Parâmetros de avaliação dos componentes ................................................................................... 111
5.4 Procedimentos de limpeza de componentes ................................................................................ 112
6 Ferramentas Manuais Universais .......................................................................................................................... 115
6.1 Definição .................................................................................................................................................... 116
6.2 Tipos de ferramentas ............................................................................................................................... 116
6.2.1 Ferramentas universais ........................................................................................................116
6.2.2 Ferramentas especiais .......................................................................................................... 126
7 Ferramentas Especiais para Transmissão Mecânica ....................................................................................... 131
7.1 Tipos, características, uso e aplicação ............................................................................................... 132
7.2 Conservação ............................................................................................................................................... 135
7.3 Segurança da utilização ......................................................................................................................... 135
8 Testes e Verificações em Transmissão Mecânica.............................................................................................. 139
8.1 Tipos de testes ........................................................................................................................................... 140
8.1.1 Testes de diagnóstico ........................................................................................................... 140
8.1.2 Testes de funcionamento .................................................................................................... 140
8.2 Procedimentos de teste ........................................................................................................................ 141
8.3 Análise comparativa de resultados com o manual do fabricante .......................................... 142
9 Componentes do Sistema de Transmissão Mecânica .................................................................................... 147
9.1 Características construtivas e funcionamento dos componentes ligados ao sistema ... 148
9.2 Vida útil x utilização ................................................................................................................................ 148
9.3 Checklist de substituição de componentes .................................................................................... 150
9.4 Procura de informação em literatura técnica ................................................................................. 151
9.5 Ferramentas de informática e sistemas de gerenciamento ...................................................... 152
9.6 Catálogo de peças .................................................................................................................................... 153
9.7 Tempo padrão de mão de obra (tpmo) ............................................................................................ 154
9.8 Orçamento de peças e mão de obra ................................................................................................. 155
10 Anomalias Previsíveis do Sistema de Transmissão Mecânica ................................................................... 159
10.1 Tipos e características ........................................................................................................................... 160
10.2 Causas e consequências aplicadas no sistema de transmissão mecânica ........................ 161
11 Segurança do Trabalho .......................................................................................................................................... 165
11.1 Fundamentos de segurança .............................................................................................................. 166
11.2 Normas técnicas de segurança ......................................................................................................... 166
11.3 Riscos de inspeção e operação ......................................................................................................... 167
11.3.1 Riscos na operação de reparação .................................................................................. 168
11.3.2 Riscos na inspeção .............................................................................................................. 168
11.3.3 Riscos na operação de remoção de componentes ................................................. 169
11.3.4 Riscos na substituição de componentes ..................................................................... 169
11.3.5 Riscos na montagem de componentes ....................................................................... 170
11.3.6 Riscos na realização da geometria ................................................................................ 171
11.4 Epis: tipos, características, aplicação, limpeza e conservação ............................................... 172
12 Manipulação de Componentes ........................................................................................................................... 177
12.1 Procedimentos e normas técnicas ................................................................................................... 178
12.2 Dispositivos e equipamentos de apoio ......................................................................................... 179
12.2.1 Tipos ......................................................................................................................................... 179
12.2.2 Características ....................................................................................................................... 180
12.2.3 Aplicação ............................................................................................................................... 181
12.2.4 Conservação .......................................................................................................................... 182
13 Armazenagem de Componentes ....................................................................................................................... 187
13.1 Procedimentos e normas de armazenagem ................................................................................ 188
13.2 Armazenagem de resíduos químicos ............................................................................................. 188
13.3 Armazenagem de resíduos sólidos ................................................................................................. 192
13.4 Segregação e destinação de componentes ................................................................................. 193
14 Normas e Legislação Ambiental ......................................................................................................................... 197
14.1 Órgãos de regulamentação e controle .......................................................................................... 198
14.2 Tratamento de resíduos aplicados ao sistema de transmissão ............................................. 199
15 Metrologia Aplicada nos Sistemas de Transmissão ..................................................................................... 203
15.1 Instrumentos de medição ................................................................................................................... 204
15.1.1 Paquímetro ............................................................................................................................ 204
15.1.2 Micrômetro ............................................................................................................................ 205
15.1.3 Relógio comparador ........................................................................................................... 207
15.1.4 Torquímetro ........................................................................................................................... 208
15.1.5 Especímetro ........................................................................................................................... 209
15.2 Unidades de medida e conversão ................................................................................................... 210
16Técnicas de Ajustagem ........................................................................................................................................... 215
16.1 Normas e procedimentos ................................................................................................................... 216
16.2 Ferramentas e equipamentos de ajustagem .............................................................................. 217
16.3 Riscos na operação de ajustagem ................................................................................................... 219
17 Testes e Verificação de uma Transmissão Mecânica .................................................................................... 223
17.1 Generalidades ......................................................................................................................................... 224
17.2 Exame preliminar ................................................................................................................................... 224
17.3 Tipos de verificação ............................................................................................................................... 224
17.3.1 Verificação do nível e do estado do óleo lubrificante ............................................ 224
17.3.2 Verificação da impermeabilidade e localização de vazamentos ........................ 225
17.3.3 Verificação do funcionamento e da regulagem das hastes de trambulador ....................................................................................................................................... 226
17.4 Testes na oficina e estrada .................................................................................................................. 227
17.4.1 Teste na oficina ..................................................................................................................... 227
17.4.2 Teste na estrada .................................................................................................................... 229
Referências ........................................................................................................................................................................ 233
Minicurrículo do Autor ................................................................................................................................................. 235
Índice .................................................................................................................................................................................. 237
1
Introdução
Prezado aluno! Seja bem-vindo à Unidade Curricular Sistema de Transmissão Mecânica do 
curso Mecânico de Manutenção em Transmissão Manual.
Aqui você aprenderá sobre os princípios de funcionamento dos sistemas de transmissão 
mecânica. Sendo assim, inicialmente, você conhecerá os componentes e características dos 
sistemas, seu funcionamento elementar, técnicas de ajustagem e verificação. Verá, também, 
os tipos de transmissão mecânica, as ferramentas utilizadas, a manipulação e armazenagem de 
componentes e, ainda, algumas dicas de diagnóstico. Por fim, serão apresentadas as normas e 
legislação ambientais e interpretação de manuais.
Esta unidade curricular pertence ao módulo específico que é comum a dois cursos da área 
de automotiva oferecidos pelo SENAI. São eles: 
a) Mecânico de Manutenção em Transmissão Automática.
b) Mecânico de Manutenção em Transmissão Manual.
O quadro a seguir apresenta os módulos básico, introdutório e específico dos cursos rela-
cionados acima e a distribuição de sua carga horária:
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA18
Módulos Básico, Introdutório e Específico de Cursos de Automotiva
MÓDULOS DENOMINAÇÃO UNIDADES CURRICULARES
CARGA 
HORÁRIA
CARGA HORÁRIA 
DO MÓDULO
Básico Básico
• Organização do 
Ambiente de Trabalho
30h
60h
• Fundamentos da 
Tecnologia Automotiva
30h
Introdutório
Introdutório de 
Mecânica 
• Sistemas Mecânicos 
Automotivos
80h 80h
Específico
Eletricidade
Automotiva
• Sistemas de Transmissão 
Mecânica
60h 180h
Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI/DN
Agora, você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste 
processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática 
devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO 19
Anotações:
2
Sistema de Transmissão Mecânica
Você já percebeu a importância que tem a transmissão nos veículos? Pense em um veículo 
sem transmissão, onde as rodas sejam adaptadas diretamente ao motor por um sistema de ei-
xos. Você faz ideia do que aconteceria nesse caso? Será que este veículo teria condições de subir 
uma ladeira ou, até mesmo, transportar uma carga superior ao seu próprio peso? Agora analise 
este outro exemplo: imagine subir um bloco qualquer que pesasse 200kg, puxados por uma 
corda fixa em uma única roldana, que é acionada por uma manivela? Conforme figura a seguir.
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
2)
Figura 1 - Esforço direto
Seria muito pesado e seu esforço seria enorme, não é? Mas e se você utilizasse um sistema 
de redução com três engrenagens com tamanhos diferentes: uma pequena ligada ao eixo da 
roldana, outra três vezes maior, engrenada a essa engrenagem e uma terceira do tamanho da 
primeira ligada à manivela, como indicado na seguinte figura? 
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA22
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
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01
2)
Figura 2 - Utilizando redução 
Qual seria o seu esforço ao levantar o mesmo bloco? Será que o tempo gasto 
também seria o mesmo? Certamente o esforço seria bem menor, pois toda força 
ficaria distribuída entre a segunda engrenagem e a primeira, pois quando você 
conseguir realizar uma volta completa da engrenagem maior a engrenagem de 
menor diâmetro, que está ligada ao eixo da roldana1, já efetuou três voltas. 
Viu que interessante? Então, desta forma, podemos perceber que a caixa já 
subiu o triplo da distância anterior. Saiba que é basicamente isso o que faz uma 
caixa de câmbio. Em outras palavras, ela diminui o esforço do motor em contra-
partida da velocidade às rodas e vice versa. 
Portanto, nesse capítulo você irá conhecer e entender um pouco mais sobre 
transmissão2 mecânica e suas aplicações. E partindo destes conhecimentos, ao 
final dos estudos, você terá subsídios para:
a) compreender o sistema de transmissão mecânica;
b) identificar os tipos de transmissão mecânica;
c) reconhecer as características e o funcionamento do diferencial;
d) identificar os sistemas blocantes e suas características;
e) correlacionar o funcionamento dos sistemas de transmissão mecânica com 
suas respectivas anomalias;
f) interpretar e/ou realizar a inspeção visual dos componentes dos sistemas de 
transmissão mecânica com eficiência;
g) identificar o tipo de manutenção a ser realizada de acordo com a anomalia 
apresentada.
1 ROLDANA
Disco girante com uma 
ranhura ou sulco na 
periferia, por onde passa 
um cabo, corda ou corrente, 
usado geralmente para 
levantar pesos.
2 TRANSMISSÃO
Ação ou efeito de 
transmitir, comunicação do 
movimento de um órgão 
mecânico para outro, por 
meio de engrenagens. No 
veículo esta transmissão 
ocorre quando a 
caixa de transmissão 
recebe a rotação do 
motor do veículo e 
transmite essa rotação 
às rodas, promovendo o 
deslocamento do veículo. 
(DICIONÁRIO MICHAELIS 
UOL, 2012).
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 23
Inicie com dedicação e atenção, fazendo do seu estudo uma oportunidade de 
refletir sobre suas práticas diárias. A seguir, explore todas as informações disponí-
veis sobre transmissão mecânica.
2.1 HISTÓRIA DA TRANSMISSÃO: UMA BREVE ABORDAGEM
Vamos começarpelo início? Bem, prepare-se para voltar aos séculos antes de 
Cristo, pois saiba que a tecnologia automotiva teve sua origem juntamente à in-
venção da roda.
C
om
st
oc
k 
([2
0-
-?
])
Figura 3 - História da transmissão
O primeiro registro de um invento que foi precursor da tecnologia automotiva 
ocorreu aproximadamente 4000 a.C., quando o homem inventou a roda. Mais 
tarde, esse invento se uniria a uma plataforma de tração animal, a carroça, que 
foi utilizada pelo homem como meio de transporte por milhares de anos. Com o 
passar do tempo, foram desenvolvidos vários outros tipos de transporte, até che-
gar ao primeiro veículo com motor de combustão interna. 
Inicialmente o motor foi criado por Étiènne Leonir, por volta de 1860 e, mais 
tarde, foi aperfeiçoado por Nikolaus August Otto. É claro que estes eram veículos 
que desenvolviam velocidades máximas de 20km/h, devido à sua locomoção ser 
muito limitada. Foi então que, em 1898, Louis Renault, um jovem de 21 anos re-
cém-saído do exército, colocou na rua a sua Voiturette A, um carro que construiu 
artesanalmente na garagem da casa de seus pais, usando como base um triciclo 
de Dion-Bouton. 
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA24
w
ik
ip
ed
ia
 ([
20
--
?]
)
Figura 4 - Triciclo de Dion-Bouton
Louis decidiu que iria subir com seu carro a Rua Lepic, em Montmartre, a mais 
íngreme de Paris. Alguns amigos até duvidaram, porém, o jovem era um gênio 
em mecânica e, para realizar tal proeza, desenvolveu uma transmissão direta, a 
primeira caixa de transmissão da história do automóvel. Foi um feito na época e 
o resultado desse acontecimento deu início a uma nova era do automobilismo.
O assunto não para por aqui! A seguir, você conhecerá mais sobre a definição 
do sistema de transmissão mecânica.
2.2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA: DEFINIÇÃO
O sistema3 de transmissão é um conjunto fundamental em um veículo; por-
tanto, é importante que você conheça um pouco mais sobre ele, assim como, 
suas características e funcionamento. Também é necessário saber como efetuar 
uma correta manutenção no sistema de transmissão mecânica, além de orientar 
as pessoas sobre a correta utilização, com objetivo de melhorar o seu desempe-
nho e prolongar sua vida útil.
Você sabe o que é um sistema de transmissão mecânica? Siga em frente e co-
nheça mais sobre este assunto.
Pode-se definir um sistema de transmissão como sendo, basicamente, um 
conjunto composto por dispositivos mecânicos que se interligam a fim de reali-
zar movimento. 
3 SISTEMA
Agrupamento de partes 
coordenadas, dependentes 
umas das outras, por isso 
a definição (sistema de 
transmissão).
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 25
Mas que dispositivos mecânicos seriam estes? Por que eles se interligam e de 
que elementos o sistema é formado? Observe a figura a seguir e tente encontrar 
as respostas para essas questões.
D
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 F
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na
nd
es
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01
2)
Figura 5 - Sistema de transmissão
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
Perceba, então, que o sistema é constituído basicamente por: engrenagens, 
eixos, semieixos, rolamentos, juntas articuladas, eixos articulados, diferencial e 
por uma embreagem. Esses componentes são responsáveis por transmitir a força 
desenvolvida no motor às rodas motrizes, por meio de movimentos de rotação, 
conforme é mostrado na seguinte figura. 
D
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01
2)
Figura 6 - Movimentos de rotação
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA26
Mas como isso acontece, e o que é cada componente acima citado? Acompa-
nhe, a seguir, as respostas para essas questões sobre os elementos que compõem 
o sistema de transmissão. 
Pode-se dizer que esses elementos estão ligados entre si, uma vez que, sem 
essa ligação, não haveria comunicação entre a rotação produzida pelo motor e 
as rodas motrizes. Fazendo uma analogia utilizando a ligação de água de uma 
residência, por exemplo: para que a água armazenada em uma caixa (fonte) che-
gue até a torneira é preciso estar unida por uma tubulação, não é mesmo? Veja a 
figura a seguir.
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01
2)
Figura 7 - Analogia com o sistema de transmissão
Analisando, então, o sistema de transmissão no veículo, conforme a figura 
a seguir, pode-se dizer que o motor seria a fonte (caixa d’água), a embreagem 
funcionaria como um registro permitindo (ou não) o fluxo de água (energia do 
motor), a caixa de câmbio seria como um dispositivo regulador de vazão (aumen-
tando ou diminuindo a rotação de saída), os eixos articulados e semieixos seriam 
como a tubulação por onde a água iria passar (rotação ou energia do motor) e a 
roda motriz, que neste caso é quem recebe toda energia dissipada pelo motor, 
seria a torneira. Viu como é simples? 
Assim como a água, o sistema de transmissão precisa estar interligado para 
que o movimento do motor chegue até as rodas, pois se houver a interrupção em 
qualquer um desses componentes, o sistema de transmissão tem seu funciona-
mento interrompido.
4 TORQUE
Aquilo que produz ou 
tende a produzir rotação ou 
torção; no veículo estamos 
falando da força do veículo, 
da capacidade que ele tem 
de puxar uma determinada 
carga. (DICIONÁRIO 
MICHAELIS UOL, 2012).
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 27
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2)
Figura 8 - Componentes do sistema de transmissão
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
O que é transmissão?
Ao falar em transmissão, logo remete-se que algo está sendo transmitido e 
associa-se a transmissão ao meio de comunicação. Porém, aqui está relaciona-
do à transmissão de força, ou seja, transformar potência em força, multiplicar o 
torque4 do motor dando potência ao veículo (velocidade) em terrenos planos e 
torque (força) em subidas, uma vez que os motores, por mais potentes que se-
jam, não seriam suficientes para serem acoplados diretamente às rodas. Então, 
perceba que de nada adianta ter um motor super potente e equipado com o que 
há de mais moderno em tecnologia se essa tecnologia não chegar até as rodas. É 
desta forma que a transmissão desempenha um papel muito importante quando 
acoplada ao motor de um veículo.
 VOCÊ 
 SABIA?
Que para cada motor e para cada veículo a caixa de 
transmissão deve ser dimensionada de modo a atender 
as reais necessidades de utilização, não sendo intercam-
biáveis de um veículo para outro, a não ser que o veícu-
lo seja da mesma marca e modelo?
Aqui você encerra mais uma etapa de estudos. Preparado para seguir adiante? 
O assunto será tipos de transmissão mecânica. Vamos lá!
2.3 TIPOS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA
Atualmente existem vários tipos de transmissão, desde as mais elementares às 
mais modernas. Os tipos mais comuns são: sistema de transmissão convencional 
e compacta. Conheça agora cada uma delas.
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA28
2.3.1 TRANSMISSÃO CONVENCIONAL
As transmissões convencionais são assim chamadas devido à separação dos 
órgãos que compõem o sistema, ou seja, a separação do diferencial e a caixa de 
mudanças, sendo necessário um eixo para fazer a ligação entre os dois compo-
nentes, conforme a figura a seguir. Esse sistema é chamado de tração 4x2.
D
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01
2)
Figura 9 - Eixo articulado
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
Funcionamento: Neste sistema, ilustrado na figura a seguir, a embreagem e a 
caixa de mudança formam um único conjunto solidário ao motor do veículo e são 
controladas diretamente pelo motorista por meio de comandos que conjugam o 
acionamento dos dois componentes, ou seja, o pedal de acionamento da embre-
agem e a alavanca de comando das marchas.D
ie
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01
2)
Figura 10 - Caixa de marcha
Fonte: Tudo sobre seu automóvel (2012)
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 29
Quando o motor está em funcionamento, a rotação é transmitida para a caixa 
de mudança por meio da embreagem. A embreagem, que está ligada à caixa de 
mudança, também passará a girar na mesma rotação do motor. Como você pôde 
perceber, o sistema de transmissão ainda não está completo, pois é necessário 
fazer a ligação entre a caixa e as rodas motoras. Para isso, é preciso o auxílio de 
outros componentes que são: um eixo articulado, um diferencial e dois semieixos. 
Conforme você pode conferir na figura a seguir.
D
ie
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01
2)
Figura 11 - Transmissão final
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
O eixo articulado é responsável por transmitir a rotação proveniente da caixa 
de mudança ao diferencial. Este, por sua vez, estará ligado às rodas motrizes por 
semieixos. Neste momento, o eixo articulado gira no mesmo sentido que está 
trabalhando o motor e não seria possível fazer o veículo se mover. Para isso, é 
necessário inverter o sentido de rotação em 90° (noventa graus), de modo que as 
rodas possam girar e movimentar o veículo. 
É possível, ainda, encontrar as transmissões com tração 4x4, que podem apre-
sentar a versão 4x4 integral ou 4x4 com bloqueio opcional. Também podem ser 
dispostas nos veículos de maneira transversal ou longitudinal, sendo que ambas 
necessitam de uma caixa de transferência. Como você pode conferir nas figuras 
a seguir.
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA30
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 F
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01
2)
1. Caixa de marcha compacta
2. Diferencial dianteiro
3. Caixa de transferência
4. Eixo articulado ou cardam
5. Diferencial traseiro
6. Semieixo dianteiro
7. Semieixo traseiro
Figura 12 - Transmissão transversal
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
D
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go
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nd
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 (2
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2)
1. Caixa de marcha
2. Eixo articulado ou cardam
3. Diferencial traseiro
4. Diferencial dianteiro
5. Eixo articulado curto
6. Caixa de transferência
7. Eixo traseiro
8. Semieixo dianteiro
Figura 13 - Transmissão longitudinal
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 31
 VOCÊ 
 SABIA?
Que o termo tração 4x2 e 4x4 indica quantas e quais ro-
das têm capacidade de tração? Por exemplo: 4x2, o nú-
mero da esquerda (4) indica quantas rodas o veículo pos-
sui e o número da direita (2) quantas podem tracionar.
2.3.2 TRANSMISSÃO COMPACTA
Este sistema é assim chamado porque agrega todos os elementos do sistema 
de transmissão em um único conjunto. Mas que elementos seriam estes? Seriam: 
o conjunto de embreagem, o diferencial, a caixa de mudança e os semieixos. Dis-
pensando a utilização de um eixo articulado, pois como você pôde perceber ago-
ra, o diferencial faz parte da caixa de mudança, ou seja, estão montados em uma 
única carcaça.
Os sistemas de transmissão compactos são encontrados nos veículos dispos-
tos de maneira transversal e também longitudinal e, convencionalmente, são 
montados na dianteira.
Saiba que, em alguns veículos, ele pode ser montado na parte traseira, pois 
o sistema de transmissão compacto acompanha o motor do veículo. Então, se 
o motor está montado na traseira, a transmissão também deve estar na traseira 
(como, por exemplo, na Kombi).
2.3.3 TRANSMISSÃO COMPACTA TRANSVERSAL
Neste sistema de transmissão, as rodas motoras estão na dianteira do veículo 
e a transferência de rotação é direta. Conforme você pode visualizar nas figuras 
a seguir.
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
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2)
Figura 14 - Transmissão compacta
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA32
D
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na
nd
es
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2)
Figura 15 - Transmissão direta
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
Isso ocorre porque os semieixos e os eixos da caixa de mudança são montados 
em paralelo, acompanhando o sentido de giro do motor. Sendo assim, a rotação 
do motor é transmitida às rodas de maneira direta, sem precisar sofrer qualquer 
alteração.
2.3.4 TRANSMISSÃO COMPACTA LONGITUDINAL
Já neste sistema de transmissão, as rodas motoras não giram no mesmo senti-
do da caixa de mudança e do motor. Para que ambos girem no mesmo sentido, é 
necessário efetuar uma inversão de giro de 90° (noventa graus), de modo a trans-
mitir rotação às rodas, conforme a figura a seguir. Está curioso para saber como 
essa inversão de giro acontece? Então acompanhe a explicação.
O motor gira sempre no mesmo sentido, independente do tipo de transmis-
são, transmitindo esse movimento à caixa de marcha. Como os semieixos não 
estão mais paralelos ao eixo da caixa, este forma agora um ângulo de 90° com o 
eixo da caixa, sendo necessário efetuar essa inversão. A coroa, que está solidária 
ao diferencial, deve formar um ângulo de 90° com o pinhão, peça que está alinha-
da e diretamente ligada ao eixo secundário e, desta forma, possui o mesmo mo-
vimento do motor. Formado esse ângulo, os semieixos passam a acompanhar a 
rotação do diferencial. Com isso, temos então o conjunto motopropulsor (motor 
e câmbio) girando em um sentido, e as rodas motrizes girando em outro. 
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 33
D
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Figura 16 - Transmissão da rotação para as rodas
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
Estes sistemas de transmissão são convencionalmente montados na parte 
dianteira dos veículos, conforme a seguinte figura. 
D
ie
go
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nd
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2)
Figura 17 - Transmissão dianteira
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
Mas estes também podem ser montados na parte traseira de alguns veículos, 
como indica essa outra figura.
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA34
D
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2)
Figura 18 - Transmissão traseira
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
 VOCÊ 
 SABIA?
Que nos veículos as rodas motrizes podem estar na 
dianteira ou na traseira? Quando está na dianteira, di-
zemos que é tração dianteira. E na traseira, você sabe 
como se chama? Bem, quando a roda motriz está na tra-
seira é chamada de propulsão.
2.3.5 FUNCIONAMENTO ELEMENTAR
Você faz ideia de como o sistema de transmissão funciona? É muito simples! 
Quando o motorista dá partida no motor, ele inicia o movimento de rotação gi-
rando a uma determinada velocidade, que é medida em RPM (rotações por minu-
to). Neste momento, todo conjunto está girando na mesma velocidade, ou seja, 
motor e caixa de mudança. Note que, ao acionar o acelerador, a rotação aumenta 
e, da mesma forma, a caixa de mudança também tende a aumentar. 
Como pode isso ocorrer? Existe um componente do sistema de transmissão 
que faz essa ligação entre o motor e a caixa de mudança, que é o conjunto de em-
breagem. O disco de embreagem está ligado ao eixo piloto por estrias, conforme 
você pode verificar na figura a seguir. Deste modo, toda rotação do motor será 
transmitida ao eixo piloto. Surge, então, uma questão: o eixo piloto sempre vai ter 
a mesma velocidade do motor? Sim, sempre.
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 35
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01
2)
Figura 19 - Embreagem
Fonte: Adaptado da apostila motores Otto SENAI (2003)
Você já viu que o sistema de embreagem é quem transmite a rotação do mo-
tor à caixa de mudança, certo? Então, como é que a caixa de mudança transmite 
essa rotação às rodas?
A caixa de mudança é composta por um grupo de engrenagens que perma-
nentemente estão em contato umas com asoutras e são montadas em dois ou 
mais eixos, como você pode ver na seguinte figura.
D
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01
2)
Figura 20 - Eixos da caixa de mudanças
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA36
O eixo primário possui as engrenagens condutoras, cuja função é transmitir a 
rotação proveniente do motor ao eixo secundário, onde estão montadas as en-
grenagens conduzidas. O eixo secundário está ligado ao diferencial, que está liga-
do às rodas. Desta forma, a rotação do motor é transmitida até as rodas. 
Mas como o veículo pode ficar parado se o câmbio gira na mesma velocidade 
do motor? O veículo não deveria se movimentar? É aí que está o segredo da cai-
xa de velocidade, pois se não houver nenhuma marcha engrenada, o eixo piloto 
gira, mas o eixo secundário fica parado. Portanto, o veículo não se movimentará.
Então como o veículo irá se movimentar? A princípio, deve-se engrenar uma 
marcha, procedendo-se da seguinte forma: primeiro, deve-se acionar a embre-
agem e selecionar uma marcha por meio da alavanca de comando. Quando a 
marcha for engrenada, os eixos primário e secundário irão girar juntos, assim que 
a embreagem for liberada. Como visto anteriormente, o eixo secundário é o eixo 
de saída, então, ao soltar a embreagem é dado início ao movimento do veículo. 
Agora que você já conheceu um pouco sobre os tipos de transmissão mecâni-
ca, que tal conferir a importância do diferencial para esse sistema? Vamos lá!
2.4 DIFERENCIAL
O diferencial é constituído, basicamente, por uma combinação de quatro en-
grenagens, sendo que duas engrenagens são denominadas satélites e as outras 
duas, planetárias. Entretanto, em alguns diferenciais, é possível encontrar mais de 
duas engrenagens satélites. Veja, agora, com mais detalhes, as engrenagens que 
compõem o diferencial de transmissão compacta e de transmissão convencional.
D
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2)
Figura 21 - Engrenagens do diferencial transmissão compacta
Fonte: Adaptado apostila apresentação Fluence Renault (2012)
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 37
D
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2)
Figura 22 - Engrenagens do diferencial transmissão convencional
Fonte: Adaptado da apostila de apresentação Fluence Renault (2012)
Acompanhe, a seguir, algumas características do diferencial.
2.4.1 CARACTERÍSTICA
Pode-se caracterizar o diferencial como sendo o componente responsável por 
dividir a torção entre as semiárvores, de modo a permitir que essas semiárvores 
girem com velocidades diferentes. Mas, como isso pode acontecer? Se o veículo 
estiver em movimento e as rodas possuírem velocidades diferentes, não irá com-
prometer a dirigibilidade?
Quando o veículo se movimenta em linha reta, as rodas percorrem a mesma 
distância. Sendo assim, o número de giros entre as rodas no mesmo eixo é igual, 
conforme mostra a seguinte figura.
D
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2)
Figura 23 - Veículo em linha reta
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA38
Porém, ao efetuar uma curva, o ângulo de esterçamento entre as rodas torna-
-se diferente. Portanto, as rodas não fazem o mesmo percurso. Confira, a seguir, 
como isso acontece.
A roda que está do lado interno da curva percorre uma distância menor, isso 
ocorre devido ao fato de que a circunferência a ser percorrida pela roda é me-
nor. Já a roda que está pelo lado externo acaba tendo que percorrer uma distân-
cia maior, o que obrigaria automaticamente esta roda a girar a uma velocidade 
maior. É neste momento que o diferencial começa a desempenhar sua função. 
Visando corrigir essa diferença de velocidade, o diferencial faz a compensação 
por meio das satélites e das planetárias, compensando esta diferença e distribuin-
do a carga necessária para cada roda. 
D
ie
go
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2)
Figura 24 - Veículo em curva
Fonte: Adaptada da apostila de transmissão Fiat (2012)
2.4.2 COMPONENTES DO DIFERENCIAL
Agora você irá conhecer mais detalhadamente os componentes do diferencial.
Caixa do diferencial: A caixa satélite nada mais é que uma carcaça construída 
em aço onde todo conjunto que forma o diferencial é montado, sendo que na 
parte externa é fixada a coroa e, em seu interior, ficam as satélites e as planetárias.
Coroa: É uma roda dentada construída em aço, peça fundamental do sistema 
de transmissão, que está permanentemente ligada ao pinhão. Ela transmite para 
caixa do diferencial toda rotação que estiver saindo da caixa de marcha por estar 
parafusada na caixa do diferencial.
Satélite: Engrenagem dentada com formato cônico e construída em aço, está 
presente no interior da caixa do diferencial. A satélite é a peça chave do diferen-
cial, pois ela é responsável pela variação da rotação entre as rodas motrizes do 
veículo, quando este está efetuando uma curva.
5 JUNTA TRIPOIDE OU 
TRIZETA
É uma junta tripla de 
articulação esférica.
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 39
Planetária: Peça que apresenta um formato cilíndrico, onde uma das extre-
midades constitui os dentes da engrenagem e está em contato com as engrena-
gens satélites e a sua outra extremidade pode ser composta por estrias ou um 
alojamento de junta tripoide (ou trizeta)5, onde se fixa o semieixo da roda motriz.
Eixo das satélites: Peça cilíndrica em aço maciço que desempenha papel de 
eixo, onde as satélites efetuam o movimento de translação.
2.4.3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO DIFERENCIAL
Você já viu as características e o conceito de diferencial e também já conheceu 
cada uma das peças que o compõem. Então, agora você irá conhecer como o di-
ferencial funciona, e como é feita essa divisão de torção entre as rodas motrizes. 
Quando o pinhão está girando, ele faz girar também a coroa. Pelo fato da co-
roa estar parafusada na caixa do diferencial, toda caixa passa a girar também; des-
ta forma, as planetárias transmitem essa rotação às rodas motrizes, isso porque 
as engrenagens satélites estão alojadas no eixo que se encontra fixo à caixa do 
diferencial, como você pode verificar na figura a seguir. Neste momento, as duas 
planetárias giram na mesma velocidade. Portanto, perceba que sempre que a sa-
télite estiver parada, ou seja, não efetuar movimento de translação, as planetárias 
estarão girando na mesma velocidade.
D
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01
2)
Figura 25 - Conjunto satélite
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA40
Por outro lado, quando uma das planetárias começa a pressionar as engrena-
gens satélites, então as satélites dão início ao movimento de translação, girando 
em torno de seu próprio eixo, como é ilustrado pela figura a seguir. Quando esse 
fenômeno começa a acontecer, as planetárias começam a ter rotações diferentes, 
pois as satélites tendem a distribuir mais velocidade onde a carga aplicada pela 
planetária for menor. 
D
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 F
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nd
es
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01
2)
Figura 26 - Conjunto satélite trabalhando
Então, para não restar nenhuma dúvida quanto ao funcionamento do diferen-
cial, acompanhe o seguinte exemplo. 
Supomos que um veículo esteja trafegando em linha reta a uma velocidade de 
100km/h. Nesta situação, ambas as rodas estão a 100km/h. Então, o motorista se 
depara com uma curva para esquerda e continua na mesma velocidade, ou seja, 
não tira o pé do acelerador. Para verificar a ação do diferencial nesta situação, 
foram instalados, em cada roda, dispositivos que marcam a velocidade.
Foi possível perceber, então, que a roda que estava na parte interna da curva 
teve sua velocidade reduzida para 90km/h e a roda que estava do lado externo da 
curva passou a desenvolver a velocidade de 110km/h.
Como explicar esse fato? Analisamosde outra forma: como a velocidade per-
manece constante, a caixa do diferencial tem que girar 100% proporcional à velo-
cidade, desta forma as rodas também teriam o equivalente a 100% da velocidade 
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 41
se o veículo permanecesse em linha reta. Em hipótese alguma se pode baixar do 
valor total, então note que se uma roda do lado interno perde velocidade 90%, a 
roda externa ganha os 10% passando a ter então 110%.
2.4.4 LIMITAÇÃO DE UM DIFERENCIAL
Analisando o exemplo anterior, você viu que uma roda pode chegar a desen-
volver 200% da velocidade, e a outra 0%. Esta situação é um ponto crítico, pois 
em uma situação onde uma roda está parada e a outra está girando, significa que 
o veículo está parado. Por exemplo: ao entrar em um atoleiro, uma das rodas em-
perra e a outra fica livre, ou uma das rodas perde o contato com o solo.
Aqui você pôde conferir as características, componentes e também limitações 
do diferencial. A seguir, conheça os sistemas de blocantes e a relação com o dife-
rencial.
2.5 SISTEMAS DE BLOCANTES
2.5.1 CARACTERÍSTICAS
Como você acompanhou anteriormente, o diferencial possui limitações quan-
to à sua utilização, e um dos fatores indesejáveis é a patinação de uma das rodas 
quando essa perde aderência ao solo - seja por flutuação ou piso escorregadio. 
Foi pensando em corrigir essa deficiência do diferencial que foi desenvolvido o 
sistema de blocantes.
O sistema de bloqueio de diferencial consiste em impedir a atuação das saté-
lites, evitando a divisão de torção entre as rodas motrizes. Desta forma, as duas 
rodas ficam com a mesma proporção de torque em qualquer que seja a situação, 
ou seja, se uma roda flutuar (perder o contato com o solo ou perder aderência em 
piso escorregadio), a outra roda, que estará em contato com o solo, não perderá 
seu torque e manterá o veículo em movimento.
 VOCÊ 
 SABIA?
Que no mercado nacional já existem veículos de pas-
seio com o sistema de transmissão compacta e tração 
dianteira, equipados com um sistema de bloqueio de 
diferencial eletrônico, o qual pode ser acionado eletro-
nicamente pelo motorista, para auxiliar nas condições 
desfavoráveis de condução?
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA42
2.5.2 TIPOS DE BLOQUEIO
Saiba que existem dois tipos de bloqueio, são eles:
a) eixo bloqueado;
b) autoblocante.
Agora veja cada um desses sistemas de bloqueio em mais detalhes.
EIXO BLOQUEADO
Esse sistema é extremamente agressivo, o que torna a dirigibilidade um pouco 
desconfortável, já que apresenta uma ótima tração nas rodas motrizes, mas em 
contrapartida, nenhuma compensação em curvas. Sua utilização é recomendada 
para veículos que trafegam em terrenos com baixo nível de aderência, onde a 
velocidade não deve ser elevada, pois as rodas tendem a sofrer arrasto em curvas. 
O sistema consiste em bloquear uma das engrenagens satélites, sendo esta 
acoplada à carcaça do diferencial. Dessa forma, se uma roda perder completa-
mente a aderência (patinar ou flutuar), todo torque será transferido à roda que 
apresentar aderência, garantindo a movimentação do veículo. Quanto ao seu 
acionamento, pode ser mecânico ou pneumático. Veja, a seguir, um exemplo de 
sistema de bloqueio com dispositivo pneumático.
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
2)
Figura 27 - Sistema de bloqueio
Fonte: Adapatado de Filippin (2012)
 VOCÊ 
 SABIA?
Que este sistema de bloqueio costuma ser mais utiliza-
do em veículos de carga e utilitários pesados, não sendo 
muito comum em veículos leves de passeio?
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 43
Princípio de funcionamento: O funcionamento consiste em bloquear uma 
das planetárias. Mas, como isso acontece? Bem, o bloqueio pneumático é basea-
do na compressão por ar comprimido, quando o motorista solicita o bloqueio, a 
pressão de ar armazenada em um reservatório empurra uma luva dentada contra 
a planetária a ser bloqueada. Essa planetária a ser bloqueada já é mecanicamente 
modificada e possui entalhes para acoplamento da luva de bloqueio. Desta for-
ma, a planetária torna-se solidária ao diferencial. O bloqueio da planetária pode 
ser liberado a qualquer momento pelo motorista, basta acionar o comando de 
desbloqueio, e um conjunto de molas empurra a luva de bloqueio para a posição 
original, liberando, assim, a planetária.
 FIQUE 
 ALERTA
Para o acionamento deste sistema de bloqueio de eixo é 
imprescindível que o veículo esteja parado, pois a tentati-
va de bloqueio com o veículo em movimento pode ocasio-
nar quebra no mecanismo de bloqueio.
AUTOBLOCANTE
O sistema Autoblocante, ou também chamado de sistema de diferencial com 
deslizamento controlado, é constituído por um conjunto de disco metálico imer-
so em óleo, que desempenha a função de embreagem e consiste em diminuir 
a função diferencial quando a diferença de rotação entre as rodas motrizes for 
muito superior à rotação necessária para se efetuar uma curva. Dessa forma, o 
diferencial entende que a roda está patinando e começa a diminuir a rotação da 
mesma. Este sistema de bloqueio parcial possui uma boa tração, pois distribui de 
maneira uniforme a rotação entre eixos e proporciona uma boa compensação em 
curvas, já que o sistema de bloqueio é parcial. 
 SAIBA 
 MAIS
Para conhecer este sistema de bloqueio de diferencial das 
transmissões compactas, consulte o site:<http://www.
webmotors.com.br/wmpublicador/Tecnologia_Conteudo.
vxlpub?hnid=39599>. 
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA44
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 (2
01
2)
Figura 28 - Conjunto de discos metálicos
Fonte: Adapatado de Filippin (2012)
 VOCÊ 
 SABIA?
Que este sistema autoblocante é muito utilizado em 
pick-ups de tração opcional 4x4 ou, até mesmo, nas pick-
-ups 4x2 que possuem um elevado torque no motor?
Princípio de funcionamento: O princípio de funcionamento do autoblocante 
é basicamente por atrito gerado pelo conjunto de disco metálico. Enquanto esti-
ver sob ação do óleo lubrificante, não oferecerá nenhuma resistência ao sistema. 
Porém, quando a velocidade de rotação de uma das planetárias aumenta dema-
siadamente, caracterizando uma perda de tração da roda motriz “patinação”, o 
óleo que mantém as placas separadas começa a ser expulso e o atrito entre as 
placas começa a aumentar, até o momento em que o semieixo é bloqueado à 
carcaça do diferencial. Quando ocorre esse bloqueio, o torque transmitido à roda 
que está patinando aumenta, aumentando também o torque da roda que está 
em terreno firme.
2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 45
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 (2
01
2)
Figura 29 - Funcionamento do diferencial
Fonte: Adaptado de Oficina e Cia (2012)
 VOCÊ 
 SABIA?
SAIBA MAIS: Para conhecer mais detalhes deste sistema 
de bloqueio de diferencial das transmissões compactas, 
consulte o site: <http://bestcars.uol.com.br/ct/difer.
htm>.
Você conheceu aqui os sistemas de blocantes. A seguir, confira as característi-
cas da caixa de câmbio.
2.6 CAIXA DE CÂMBIO
2.6.1 CARACTERÍSTICAS
Saiba que um veículo quando se desloca está exposto a diversas situações de 
atrito: o ar, seu próprio peso, a carga que está transportando, o atrito entre os 
pneus e o solo, e muitas outras resistências. E para vencer estes obstáculos, o mo-
tor do veículo precisa variar constantemente o seu torque.
Por isso, a caixa de câmbio tem um papel fundamental no sistema de trans-
missão, que é justamente fazer essa variação constante de torque e transferi-lo 
às rodas motrizes. Então, pode-se dizer que a caixa de câmbio basicamente fun-
ciona como um multiplicador ou desmultiplicador de rotação. Esta condição só 
ocorre pelo fato da caixa de câmbio possuir um sistema de engrenagens capaz 
de provocar alterações na rotação fornecida pelo motor. Assim, é possível

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