Buscar

Livro-Texto Unidade II direito agrario

Prévia do material em texto

26
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Unidade II
MÓDULO 05
8. Formação territorial: terras públicas e particulares 
Introdução: Formação Territorial
Sesmarias (1530) – carta patente dada a Martin Afonso de Souza que lhe permitia conceder 
sesmarias das terras que achasse e pudessem ser aproveitadas. 
“Sesmarias: extensa área de terras virgens, desaproveitadas ou incultas, que os donatários das 
capitanias e, posteriormente, os governadores gerais, no período colonial do Brasil, concediam, a título 
de domínio pleno. Dessas concessões e das simples posses se originam as propriedades rurais do país”. 
Dicionário de Tecnologia Jurídica, Pedro Nunes, 11ª edição.
Capitanias – origem do latifúndio – sistema de exploração feudal, cabendo a seus donatários a 
faculdade de conceder terras.
Princípio: grande quantidade de terras, que justificassem as intempéries do novo local a ser explorado.
Distorções: criaram-se os latifúndios, em grande parte inexplorados.
Assenhorar-se de um pedaço de terras e explorá-lo era preferível a correr a hierarquia da administração 
até o governador, e depois até o rei, a fim de obter uma concessão de sesmaria. 
Essa maneira de adquirir a terra se fez costume que não pode deixar de ser reconhecidos pelas legislações.
1822 – acaba o regime de sesmarias.
Lei 601/1850 – Lei das Terras, regulamentada pelo Decreto 1.318, de 1854.
De 1822 a 1850 – regime de obtenção de propriedade – posse.
Antes de 1850, a aquisição da propriedade rural se fazia pela posse com cultura efetiva e morada 
habitual. 
A Lei das Terras – artigo 5º – serão legitimadas as posses mansas e pacíficas, adquiridas por ocupação 
primária ou havidas do primeiro ocupante, que se acharem cultivadas, ou com princípio de cultura, e 
morada habitual do respectivo posseiro, ou de quem o represente. 
27
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
A Regra da Lei de Terras (1850), ratificada pelo Estatuto da Terra, em seu artigo 11 (legitimidade ao 
INCRA para reconhecer as posses legítimas manifestadas por meio de cultura efetiva e morada habitual, 
bem como para incorporar ao patrimônio público as terras devolutas federais ilegalmente ocupadas e 
as que se encontrarem desocupadas). 
Definição de Terras Devolutas
Definição das terras devolutas que se extrai da Lei n° 601, de 1850, “são aquelas que, incluídas no 
domínio público nacional, por aquisição originária decorrente do descobrimento e da conquista, ou 
em virtude da soberania, não receberam qualquer uso público federal, estadual ou municipal e não 
passaram para o domínio particular por qualquer dos modos admitidos em Lei”.
8.2 Bens públicos
8.2.1 Conceito. 
Bens públicos são todos aqueles pertencentes ao patrimônio da União, dos Estados, dos Municípios 
e do Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, sejam móveis, imóveis ou semoventes. 
Segundo artigo 98 do Código Civil: “ São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a 
que pertençam”.
Os bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública não são bens 
públicos, mas podem estar parcialmente sujeitos ao regime próprio dos bens públicos, quando estiverem 
sendo utilizados na prestação de um serviço público.
8.2.2 Classificação
Quanto à titularidade:
– podem ser federais, estaduais, distritais ou municipais, conforme pertençam, respectivamente, à 
União, aos estados, ao Distrito Federal ou aos municípios, ou às suas autarquias ou fundações de 
direito público.
Quanto à destinação:
a) Bens de uso comum: são os destinados ao uso da coletividade como um todo. Geralmente, são 
de utilização gratuita, como, por exemplo, ruas, praças, parques, estradas, mares; a exceção à 
gratuidade é o pedágio cobrado nas estradas.
b) Bens de uso especial: são aqueles destinados a atividades especiais relacionadas a um serviço 
ou a estabelecimentos públicos, como teatros, escolas, museus, quartéis, prédios de academia de 
polícia, aeroportos, cemitérios, entre outros.
28
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
c) Bens dominiais ou dominicais: não possuem destinação específica, como por exemplo, as terras 
devolutas (áreas pertencentes ao Poder Público não destinadas a fins administrativos específicos). 
Os bens de uso comum e os de uso especial formam o conjunto de bens do domínio público, 
submetendo-se ao regime jurídico de direito público. São os chamados bens do domínio público do 
Estado. Os bens dominicais compõem o chamado patrimônio disponível do Estado – este exerce os 
direitos de proprietário, o que não acontece com as categorias anteriores. Submetem-se ao regime 
jurídico de direito público, mas não em sua totalidade. São os classificados como bens de domínio 
privado do Estado.
8.2.3 Regime jurídico
Os bens públicos (aqui considerados os de uso comum e os de uso especial) apresentam a partir de 
seu conceito os seguintes elementos:
– conjunto de bens móveis e imóveis;
– a ideia de pertinência à Administração;
– a afetação ao uso coletivo ou ao uso da Administração, que representa um traço distintivo entre 
os bens dessa categoria e os dominicais;
– regime jurídico de direito público.
8.2.3.1 Inalienabilidade
Em regra, os bens públicos não podem ser alienados, pois são bens fora do comércio. A alienação se 
verifica quando surge o interesse público. Requisitos:
- interesse público caracterizado;
- desafetação (uso comum e especial);
- avaliação prévia;
- licitação (concorrência ou leilão, art. 17 da Lei n. 8.666/93);
- imóvel (autorização legislativa).
Afetar é atribuir a um bem público uma finalidade específica. Desafetar é retirar do bem a finalidade 
que possuía.
Precisam ser desafetados os bens de uso comum e os especiais, os dominiais não precisam.
29
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
A avaliação prévia do bem é necessária para evitar que o bem público seja alienado a preço fora de 
mercado. A Lei nº 4.767/65 (que rege a Ação Popular) relaciona hipóteses de lesão a bens públicos, e o 
baixo valor da alienação é um deles. Os bens públicos dominicais, que são exatamente os bens públicos 
que não se encontram destinados a uma finalidade pública específica (afetados), podem ser objeto de 
alienação, obedecidos os requisitos legais.
8.2.3.2 Impenhorabilidade
A penhora é instituto de natureza constritiva que recai sobre o patrimônio do devedor para propiciar 
a satisfação do credor na hipótese de não pagamento da obrigação. O bem penhorado pode ser 
compulsoriamente alienado a terceiros para que o produto da alienação satisfaça o débito do credor.
Os bens públicos não podem ser dados em garantia para o cumprimento das obrigações contraídas 
pelo Poder Público. Os débitos deverão ser saldados na forma do art. 100 da Constituição Federal, 
alterado pelas Emendas à Constituição, através de precatório. Precatório é o título emitido a partir do 
trânsito em julgado de uma sentença que legitima os credores da Administração Pública. 
É muito importante registrar que existe uma única hipótese em que deve ser feito pagamento 
direto pela Fazenda, sem seguir a sistemática de precatórios: trata-se das obrigações de pequeno valor, 
definidas em lei. Essa única exceção ao regime de precatórios no pagamento dedívidas das pessoas 
jurídicas de direito público está no parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição.
8.2.3.3 Imprescritibilidade
Imprescritibilidade é a impossibilidade de os bens públicos serem adquiridos por usucapião – Súmula nº 
340 do Supremo Tribunal Federal, consolidada pelos arts. 183, § 3.º, e 191, par. único, da Constituição Federal.
8.2.3.4 Não-onerabilidade
Onerar um bem é gravá-lo como garantia, para satisfação do credor no caso de inadimplemento 
da obrigação. São espécies de direitos reais de garantia sobre a coisa alheia o penhor, a anticrese e a 
hipoteca (CC, artigo 1225). Os bens públicos não podem ser gravados dessa forma, como garantia em 
favor de terceiros.
8.2.4. Uso dos bens públicos
Quem pode estabelecer regras quanto ao uso de bens públicos é o seu titular.
8.2.5 Obrigações dos titulares
A principal obrigação dos titulares é a de conservar o bem, segundo os artigos 23, inc. I, e 144, § 8º, 
ambos da Constituição Federal.
30
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
8.2.6 Instrumentos para a transferência do uso
Para a transferência de uso de bens, podem ser usados os seguintes instrumentos:
- Autorização de uso: é um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo qual a 
Administração, no interesse do particular, transfere o uso do bem público para terceiros por prazo 
de curtíssima duração, com dispensa de licitação. Exemplos: transporte de carga inflamável pelas 
ruas do município, fechamento de rua para comemorações.
- Permissão de uso: é um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo qual a 
Administração, no interesse da coletividade, transfere o uso de um bem público para terceiros, 
mediante licitação (quando houver mais de um interessado). Não há prazo certo e determinado. 
São exemplos de permissão de uso: instalação de bancas de jornal, colocação de mesas e cadeiras 
em calçadas, instalação de boxes em mercados municipais, barracas em feiras livres. A doutrina 
admite a possibilidade de permissão de uso qualificada – aquela que, possuindo prazo certo e 
determinado, retira o caráter de precariedade.
- Concessão de uso: é um contrato administrativo pelo qual transfere-se o uso de um bem público 
para terceiros, para uma finalidade específica, mediante condições previamente estabelecidas. O 
contrato possui prazo certo e determinado e a precariedade desaparece. Exemplos: instalação de 
restaurante em aeroporto, lanchonete em parques. Trata-se de um ato bilateral; se a Administração 
rescindir o contrato antes do término, caberá a ela indenizar.
- Concessão de direito real de uso (variante da concessão de uso): incide sobre bens públicos não-
edificados, para urbanização, edificação, industrialização.
- Cessão de uso: é um contrato administrativo, em que o uso de um bem público é transferido de um 
órgão para outro, dentro da própria Administração. É ato não precário porque possui prazo certo 
e determinado. Para que a cessão de uso seja efetuada; exige-se autorização legislativa.
8.2.7 Formas de aquisição de bens públicos
As formas de aquisição de bens públicos são: Desapropriação; Confisco; Doação; Dação; Compra 
(precedida de licitação).
8.2.8 Bens da união (Art. 20 da Constituição Federal)
Segundo o art. 20 da Constituição Federal, são os seguintes os bens da União:
- Mar territorial: é a faixa de 12 milhas contadas do litoral onde o Estado exerce poderes de soberania 
(inc. VI); 
- Zona contígua: é a faixa entre 12 e 24 milhas onde o Estado exerce fiscalização;
31
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
- Zona exclusiva: é a faixa de 200 milhas onde o Estado exerce direito exclusivo de exploração dos 
recursos naturais;
- Plataforma continental: é o prolongamento natural das terras continentais por debaixo da água;
- Riquezas do subsolo: compõem o patrimônio da União (incs. IX e X);
- Terras ocupadas pelos índios (inc. XI; o art. 231, § 2º, permite o direito de usufruto exclusivo).
8.2.9. Bens do patrimônio nacional (art. 225, § 4º, da Constituição Federal)
Os bens do Patrimônio Nacional (art. 225, § 4.º, da CF) são:
- Floresta Amazônica;
- Serra do Mar;
- Pantanal;
- Zona Costeira;
- Mata Atlântica.
8.2.10 Bens em espécies
- Terrenos reservados; terrenos de marinha e seus acrescidos; terras tradicionalmente ocupadas 
pelos índios.
-Terras devolutas; faixa de fronteira; ilhas; águas públicas; minas e jazidas.
Terras devolutas
8.3 Ação discriminatória
Cabe a União, ou a um Estado, para separar terras de seu domínio das de propriedade de particulares 
(Lei 6383/76).
Aliás, nesse aspecto, refira-se que o Código Civil não poderia mesmo conhecer e incluir as “terras 
devolutas” entre os bens públicos, seja porque inspirado em seus similares europeus, onde não existem 
“terras devolutas”, seja porque estas somente passam a ser conhecidas depois de discriminadas, 
quando, então, passam para a classe dos denominados “bens dominicais”. Curiosamente, se pode 
afirmar que as “terras devolutas” somente passam a existir (ser conhecidas) pela discriminação, 
porém, tão logo discriminadas, deixam de ser devolutas e passam automaticamente para a classe 
dos bens dominicais do Estado. A discriminação, portanto, e por incrível que possa parecer, é ao 
32
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
mesmo tempo meio de apuração e de desaparecimento das terras devolutas, por modificação de 
sua respectiva qualificação.
Direito de propriedade, limitações atuais ao direito de propriedade. Cadastro de imóveis rurais
Há uma verdade inconteste que é o fato de as terras públicas poderem ter sido adquiridas por via de 
concessão feita pela Lei, desde o advento da Lei n° 601, de 1850, e das que posteriormente regularam 
essa matéria, como também de poderem ter sido adquiridas por usucapião, pelo menos até o advento 
do Decreto n° 19.924, de 27 de abril de 1931 que, em seu artigo 1°, estabeleceu que “Compete aos 
Estados regular a administração, concessão, exploração, uso e transmissão das terras devolutas, que lhes 
pertencerem, excluída sempre (Cód. Civil, artigos 66 e 67) a aquisição por usucapião, e na conformidade 
do presente decreto e leis federais aplicáveis”, ao depois reafirmado no Decreto n° 22.785, de 31 de maio 
de 1933, que em seu artigo 1° determinou que “Os bens públicos, seja qual for a sua natureza, não são 
sujeitos a usucapião”.
A partir de então começa-se um registro de propriedade perante o livro da Paróquia Católica, o 
chamado “Registro do Vigário”. 
A partir daí (1854), passa-se a exigir contrato para transmissão ou oneração de imóveis, sendo que 
os atos intervivos exigiam escritura pública, que, obrigatoriamente, deveriam ser lavradas junto a um 
Tabelião. Aqui, nasce o Cartório de Notas, caso o imóvel apresentasse valor superior a 200 mil réis. 
Ainda nesse tempo, a propriedade se dava como efetivamente transmitida não somente pelo 
contrato, exigindo-se a tradição para sua formalização. Enquanto o título traduzia uma relação pessoal, 
a tradição exprimia um direito real.
Através da Lei 1.237, de 1864, foi criado o Registro Geral, que atrairia todos os direitos reais 
imobiliários, substituindo a tradição pela transcrição, continuando o contrato antes de ela gerar 
apenas obrigações. Regulamentada pelo Decreto 3.453, em 1865, até o advento do Código Civil 
(Lei federal 3.071, de 1º de janeiro de 1916), que determinou a necessidade da transcrição para a 
transferência de domínio ou constituição de ônus real, em todosos casos, o que prevalece até os 
dias de hoje.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
33
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FALCÃO, Ismael Marinho. Direito Agrário no século XVI e o desenvolvimento rural brasileiro 
atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 38, 1 jan.2000 . Disponível em:<http://jus.com.br/
artigos/1666>. Acesso em: 15 set. 2013.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-
brasileiro-atual#ixzz2f0AttiS3 
MÓDULO 06
Usucapião. Modalidades e suas Diferenças. Requisitos do Usucapião Agrário
09. Usucapião
9.1 Formas de aquisição da propriedade imobiliária rural
Segundo o Código Civil, o qual traz regras para a aquisição da propriedade imóvel em geral, a forma 
principal e comum de aquisição da propriedade imóvel (inclusive a rural) é através do registro, que 
supõe a compra.
Além desta forma principal, a lei civil prevê a aquisição de propriedade imóvel rural pela acessão, 
pelo direito hereditário, pela usucapião e pela desapropriação (art. 1.228 do novo Código Civil).
A acessão e o direito hereditário são, portanto, formas comuns de aquisição de qualquer tipo de 
propriedade, conforme vem definido no Código Civil.
Porém, a usucapião, em se tratando de área rural, obedece a critérios próprios e tem entre os seus 
pressupostos a existência de posse que apresenta contornos diferentes da posse civil (art. 1.196 e 
seguintes do novo Código Civil). 
34
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Conceito: 
Usucapião é a aquisição do domínio (ou o direito de domínio ou propriedade) resultante da posse, 
nas condições definidas por lei, prolongada pelo tempo mínimo que a lei exige. 
Portanto, a usucapião é a conjugação dos fatores posse e tempo. Alguns autores acrescentam que 
se trata de modo originário de aquisição da propriedade. 
A Constituição Federal de 1988 estabelece duas formas de usucapião: a usucapião constitucional 
urbana (art. 183) e a usucapião constitucional rural (art. 191), também chamada de usucapião agrária, 
trazendo pequena alteração em relação ao disposto na Lei nº 6.969/81, que regula a usucapião especial 
(objeto de estudo posterior). 
Art. 191 (CF). Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, 
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-
lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
Também no novo Código Civil os prazos foram reduzidos em cinco anos em relação às 
disposições anteriores.
9.2 Posse e posse agrária
A posse civil tem um caráter mais individual e estático, relacionado ao exercício de algum dos 
poderes inerentes ao domínio (art. 1.196 CC). Ao proprietário, por sua vez, o Código Civil anterior 
assegurava o direito de usar, gozar e dispor de seus bens, sem muita preocupação quanto ao aspecto 
social, ou seja, sem o estabelecimento de critérios limitativos da utilização para o atendimento da 
função social. Tratava-se de visão ultrapassada, com forte conteúdo liberal do final do século XIX, 
aplicável a qualquer imóvel até o advento da legislação agrária que passou a definir regras especiais 
para os imóveis rurais. Porém, agora os dispositivos do Novo Código Civil que tratam da propriedade 
em geral, também exigem do proprietário o exercício do direito em consonância com as finalidades 
econômicas e sociais ( art. 1.228, §1º).
A posse agrária, contudo, traz maiores exigências. Começa por exigir sujeito capaz (pessoa física 
ou jurídica), que efetivamente tenha condições de desenvolver a atividade agrária, que se manifesta 
sob diversas formas, principalmente a de produção, como já estudado. Assim, a simples manutenção 
de uma ou algumas benfeitorias, numa forma estática, ou de atos meramente conservatórios da 
coisa, não chegam a caracterizar a atividade agrária. Mais distante da caracterização da posse agrária 
fica a situação fática de manter a terra inerte, baseada apenas no domínio, numa espécie de intenção 
de possuir. 
35
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
9.3 Posse que gera usucapião agrária
Não é qualquer posse que é capaz de gerar a usucapião agrária. Faz-se necessária a posse agrária 
que, como já dito, supõe a atividade agrária, dentro da finalidade social da terra.
9.4 Usucapião civil
A usucapião civil vem disciplinada no novo Código Civil, nos artigos 1.238 a 1.244, englobando 
a usucapião ordinária (que exige justo título, boa fé e prazo de 10 anos – art. 1.242) e a usucapião 
extraordinária (que exige o prazo de 15 anos ou 10 anos, sendo este último com moradia habitual ou 
prova da realização de serviços produtivos no imóvel, independente de justo título e boa-fé, conforme 
previsto no artigo 1.238 e parágrafo único). Além disso, o novo Código Civil inseriu nova modalidade 
de usucapião em relação ao código anterior (art. 1.239), repetindo redação da usucapião constitucional 
(art. 191 da CF). Nos termos do disciplinamento anterior, a doutrina entendia ser possível o exercício da 
posse por terceiros, o que agora é questionado a partir do disposto no novo Código Civil. Por outro lado, 
para algumas situações, a lei não limita o direito à usucapião apenas a quem não possui outros imóveis e 
que tenha no local da posse a sua moradia efetiva. Aqui, o que se exige é a posse incidente sobre imóveis 
em geral, sobretudo urbanos. 
9.5 Usucapião Agrária 
Tratando-se de usucapião agrária, conforme definida no artigo 191 da Constituição Federal (redação 
repetida no art. 1.239 do Código Civil), esta exige que o possuidor seja pessoa física, não titular de outra 
propriedade, que desenvolva pessoal e diretamente a atividade agrária, com animus domini (possuir 
como sua), em área de no máximo 50 hectares, por si e sua família, sem oposição nem interrupção e 
por um prazo mínimo de 5 anos, tendo ali a sua moradia efetiva. Há autores que entendem não ser 
requisito essencial a realização apenas pessoal da atividade agrária, admitindo também a atividade feita 
por terceiros (contratados). O professor Targino define a posse agrária como exercício direto, contínuo, 
racional e pacífico, pelo possuidor, de atividades agrárias desempenhadas sobre os bens agrários que 
integram a exploração rural a que se dedique, gerando a seu favor um direito de natureza real especial, 
de variadas consequências jurídicas e visando ao atendimento de suas necessidades e da humanidade” 
(LIMA, A posse agrária sobre bem imóvel. S.Paulo: Saraiva, 1992). 
A posseagrária gera consequências, entre as quais o direito à legitimação na posse (artigo 99 
do Estatuto da Terra), o direito à regularização (Lei 6.383/76 – legitimação da posse com licença de 
ocupação – art. 29 – em terra pública), direito de preferência para a aquisição da propriedade, direito 
à indenização, direito à retenção do imóvel, direito à defesa da posse, e, cumprido o requisito tempo e 
outras formalidades legais, o direito à usucapião.
9.6 Usucapião e suas denominações
A usucapião agrária tem sofrido várias denominações, entre as quais: usucapião constitucional 
(porque prevista na CF), usucapião pro-labore (porque fundada principalmente no trabalho), usucapião 
especial (conforme denominação feita na Lei 6.969/8), e a própria usucapião agrária (pelo fato de esta 
36
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
expressão levar mais coerência com o verdadeiro sentido da aquisição da propriedade rural, mediante uma 
atividade agrária diuturnamente exercida sobre a terra. Mesmo existindo os dispositivos constitucionais, 
ainda assim, levando em conta o âmbito agrário, como conteúdo ou instituto do Direito Agrário, a 
melhor denominação é de usucapião agrária.
Usucapião especial: cabe observar que a usucapião especial (lei 6.969/81), a partir do estabelecido 
no artigo 191 da Constituição Federal, sofreu alterações, notadamente no tocante à área usucapível, 
aumentada de 25 para 50 hectares, sendo que de resto a dita lei continua com perfeita aplicação, 
menos em relação às terras públicas que não são mais usucapíveis conforme parágrafo único do art. 
191 da Constituição Federal. A dúvida doutrinária fica por conta do alcance da expressão terras públicas, 
entendendo alguns que as terras devolutas ainda poderiam ser objeto de usucapião mesmo após o 
advento da CF/88.
9.7 A Usucapião agrária
a) Em relação ao sujeito: a lei exige que seja pessoa física, nacional ou estrangeiro. Não pode ser 
proprietário, nem rural e nem urbano, além da exigência de que tenha a sua moradia no imóvel 
objeto da posse e da usucapião. É da própria finalidade da usucapião agrária a destinação da terra 
à pessoa que não possui imóvel como seu (priorizando o sem-terra) e que pessoalmente explore 
área de posse usucapível, o que vai ao encontro da própria finalidade do Direito Agrário, visando 
fixar o homem na terra e propiciando o seu desenvolvimento econômico e social.
b) Em relação à posse e ao seu tempo: a posse deverá ser pacífica (sem oposição), tratando o 
possuidor a terra como se fosse sua; exploração exercida diretamente pelo possuidor e sua família, 
de modo a tornar produtivo o imóvel, cuja posse deverá ter pelo menos cinco anos. É claro que 
a posse, devendo ser sem oposição, não pode ser sobre a coisa já possuída por outrem. A posse 
em área que já vem sendo efetivamente explorada com atividade agrária por outro possuidor, 
inclusive e principalmente o proprietário, não gera a posse e, sim, o esbulho e, consequentemente 
não gera direito a usucapião. A posse deve ser sem oposição pelo prazo que a lei exige para a 
usucapião. Oposição supõe ato concreto de outro possuidor no sentido de refutar a posse exercida 
por terceiro. No mínimo, a oposição exige ato oficial como o protesto judicial, ou, com mais 
garantias, através da ação possessória. A propriedade sobre imóvel de grandes extensões e a 
posse sobre área delimitada do imóvel, deixando o restante inerte, ou seja, sem exercer atos de 
posse, permite ao proprietário arguir a posse em toda a extensão do imóvel quando terceiro se 
apossa de área delimitada e passa nela a exercer a atividade agrária? Quanto ao animus domini 
(SAVIGNY), este é definido como requisito para a usucapião definida no art. 1.238 do CC. No 
entanto, em se tratando de usucapião agrária, é normal que não haja documento e o possuidor 
sabe que o trato de terra pertence a terceiro. Mas a exigência é que o possuidor cuide da terra 
e desenvolva a sua atividade agrária como se o imóvel fosse seu, o que significa o cuidado com 
a preservação ambiental, edificação de benfeitorias e culturas permanentes, etc. O que o Direito 
Agrário exige do possuidor é a atividade diuturna, dentro da destinação social da terra. Mantida a 
posse nestas condições pelo prazo de cinco anos, caracteriza-se o requisito de possuir como seu. 
Outra exigência é o trabalho pessoal, seu e de sua família, de forma que o Direito Agrário não 
aceita que a posse a gerar usucapião seja efetuada por terceiros. Predomina o entendimento que, 
37
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
para a usucapião agrária não vale a soma de tempos anteriores de posse, quando esta é adquirida 
de possuidor anterior. O próprio possuidor deve cumprir o tempo exigido pela lei.
c) Em relação ao imóvel: o imóvel deverá ser de natureza privada (a CF, no Parágrafo Único do Art. 191 
veda expressamente a usucapião em terras públicas), deverá ser imóvel rural, de área não superior 
a 50 hectares. O critério definidor de imóvel rural é o da destinação, como já visto. Quanto à área, 
ocorreu alteração em relação ao disposto na Lei 6.969/81, uma vez que esta permitia usucapir 
área de até 25 hectares, o que resultava na criação de minifúndios, sobretudo em algumas regiões 
do país onde o módulo mínimo é superior a esta área.
Contudo, a determinação do próprio Estatuto da Terra era mais adequada, além de mais flexível, 
como se pode verificar no artigo 98 da Lei 4.504/64. Ela fala em área suficiente sem indicar quantidade 
exata. Por outro lado, exigia prazo mínimo de 10 anos.
9.8. Conclusões
O Estado contemporâneo ostenta nítida preocupação com o bem-estar da coletividade, com a 
satisfação de suas aspirações. Para que o Estado propicie esse bem-estar social, faz-se mister que o 
Poder Público intervenha na propriedade particular com o fim de limitar alguns interesses individuais 
em prol da coletividade, do interesse público. O Estado, para alcançar o fim almejado pela coletividade, 
intervirá na propriedade particular, restringindo, condicionando o uso da propriedade, por intermédio 
dos diversos institutos previstos no Direito (servidão administrativa, requisição, desapropriação e outros). 
A intervenção do Estado na propriedade pode ser entendida como a atividade estatal que tem por 
finalidade ajustar, conciliar o uso da propriedade particular com os interesses da coletividade. O Estado 
na defesa do interesse público, portanto, condiciona o uso da propriedade privada.
O artigo 1128 do Código Civil não oferece uma definição de propriedade, apenas enunciando os 
poderes do proprietário:
“O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de 
quem quer que injustamente possua ou detenha”. Trata-se do mais completo dos direitos subjetivos, a 
matriz dos direitos reais e o núcleo do direito das coisas.
Elementos constitutivos do direito de propriedade: direito de usar (servir-se da coisa e de utilizá-la 
da maneira que entender mais conveniente), direito de gozar ou usufruir (perceber os frutos naturais e 
civis da coisa e aproveitar economicamente os seus produtos), direito de dispor da coisa (transferi-la, de 
aliená-la a outrem a qualquer título). E o último elemento: o direito de reaver a coisa, de reivindicá-la 
das mãos de quem injustamente a possua ou detenha.
9.9 Fundamentos
Sabe-se que a propriedade é o direito individual que assegura a seu titular uma série de poderes cujo 
conteúdo constitui objeto do direito civil; compreende os poderes de usar, gozar e dispor da coisa, de 
modo absoluto, exclusivo e perpétuo.
38
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
No entanto, esses poderes não podem ser exercidos ilimitadamente, porque coexistem com direitos 
alheios, de igual natureza, e porque existem interesses públicos maiores, cuja tutela incumbe ao Poder 
Público exercer, ainda que em prejuízo de interesses individuais.
– são fundamentos para a intervenção do Estado na propriedade particular: a função social da 
propriedade e a prevalência do interesse público.
1° Fundamento => Observância da Função Social da Propriedade 
A Constituição Federal autoriza, no seu próprio texto, a intervenção do Estado na propriedade 
privada. Isso porque, se de um lado o texto constitucional assegura o direito individual à 
propriedade (CF, artigo 5°, XXII), por outro condiciona o uso desse direito ao atendimento da 
função social (CF, artigo 5°, XXIII).
Se o direito de propriedade está condicionado ao atendimento da sua função social, segue-se que, se 
não for atendida essa condição constitucional, poderá o Estado intervir para forçar o seu atendimento.
Em outro dispositivo, ao cuidar da política urbana, reza a Constituição que (CF, artigo 182, §2°):
A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de 
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Atentem que o Plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes, sendo 
considerado o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana (§2°).
A norma se completa com o §4°, que faculta ao Poder Público Municipal, mediante lei específica para 
área incluída no Plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de, sucessivamente:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial urbano progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente 
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais e 
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Quanto à propriedade rural, o artigo 186 da CF estabelece que a sua função social é cumprida quando 
a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigências estabelecidos em 
lei, os seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
39
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Não cumprindo a sua função social, o proprietário fica sujeito à desapropriação para fins de reforma 
agrária, prevista no artigo 184 da CF.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FALCÃO, Ismael Marinho. Direito Agrário no século XVI e o desenvolvimento rural brasileiro 
atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 38, 1 jan.2000 . Disponível em:<http://jus.com.br/
artigos/1666>. Acesso em: 15 set. 2013.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-
brasileiro-atual#ixzz2f0AttiS3 
40
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
MÓDULO 7 
10. Dicotomia do Direito Agrário: Reforma Agrária, Política Agrícola (Conceito, 
Objetivos e Instrumentos)
O objeto principal do direito agrário é regular os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis 
rurais para os fins de execução da reforma agrária e promoção da política agrícola. 
Reforma agrária = distribuição de terras – para atender a justiça social e aumento de produtividade 
(Estatuto da Terra, art. 1.º, § 1.º).
Melhor distribuição (exploração) da terra, a fim de atender a justiça social e a produtividade
Natureza pública ou privada?
O princípio apontado permite construir um sistema orgânico com normas do ET e aquelas que o 
afetam, pertencentes a outros ramos do sistema jurídico nacional, sem cogitação de se tratar de regra 
legal de direito privado ou público, porque todas elas formam o conjunto apontado.
Aproveitamento rural
Aproveitamento do imóvel rural – função social – produtividade – política agrícola – economia rural 
– técnica agrária.
Função social
Função social e produtividade: o conjunto de normas do direito agrário visa ao bem-estar dos 
proprietários da terra e dos trabalhadores que nela labutam, mantendo-se níveis satisfatórios de 
produtividade (economia agrária), assegurando-se a conservação dos recursos naturais e as justas 
relações de trabalho.
Política agrária
Política agrícola: conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que destinem a 
orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o 
pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do país.
Economia agrária
Economia rural: conjunto de informações com vistas a impedir super ou infraprodução nacional no 
setor rural, dados sobre comercialização dos produtos, mostrando as tendências da oferta e da procura 
que orientam a produção agrícola, com estudos de movimento dos mercados consumidores, nacionais 
e estrangeiros, para a otimização da produção. 
41
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
Técnica agrária
Técnica agrária: técnicas que visam a melhor forma de exploração com vistas a otimizar a produção 
da terra (agronomia).
11. A Reforma Agrária no Contexto Jurídico Constitucional Brasileiro
Desapropriação: Conceito, Modalidades; Procedimento, Indenização 
Desapropriação – conceito: teoricamente, pode-se dizer que desapropriação é o procedimento 
através do qual o Poder Público compulsoriamente despoja alguém de uma propriedade e a adquire, 
mediante indenização, fundado em interesse público. Trata-se, portanto, de um sacrifício de direito 
imposto ao desapropriado.
Em relação ao Direito, a desapropriação se define como procedimento através do qual o Poder 
Público, ou seus delegados, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, 
compulsoriamente despoja alguém de um certo bem, normalmente adquirindo-o para si, em caráter 
originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis 
urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social legalmente caracterizada para 
eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida pública, resgatáveis em parcelasanuais e sucessivas, 
preservando seu valor real.
Elementos do conceito:
1. o aspecto formal, com menção a um procedimento;
2. o sujeito ativo: Poder Público ou seus delegados;
3. os pressupostos: necessidade pública, utilidade pública ou interesse social;
4. o sujeito passivo: o proprietário de um bem;
5. o objeto: a perda de um bem;
6. a reposição do patrimônio do expropriado por meio de justa indenização.
Modalidades de desapropriação
A=> COMUM, em que a indenização é prévia, justa e em dinheiro, conforme tradição de nosso 
Direito. Está previsto no artigo 5º, XXIV, da Constituição como sendo o regime indenizatório 
corrente, normal.
B=> DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA:
42
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
A Constituição de 1988 prevê três modalidades de desapropriação com caráter sancionatória:
1) Desapropriação por descumprimento da função social da propriedade urbana está disciplinada pela Lei 
nº 10.257, de 10-07-2001 (Estatuto da Cidade), que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição 
Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana. Nessa lei, a desapropriação é prevista como um 
dos institutos jurídicos que constituem instrumento da política urbana (artigo 4º, V, a). O artigo 8º trata 
da desapropriação com pagamento em títulos, regulamentando a modalidade prevista no artigo 182, 
parágrafo quarto, da Constituição. Pela interpretação conjunta do dispositivo constitucional e dos artigos 
5º e 8º do Estatuto da Cidade, podem ser apontadas as seguintes exigências para essa modalidade:
A – é de competência exclusiva dos Municípios;
B – depende da existência de um plano diretor que defina as exigências fundamentais de 
ordenação da cidade (artigo 182, parágrafo 1º e 2º, da Constituição); em consonância com o 
artigo primeiro, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, somente é obrigatório para 
cidades com mais de vinte mil habitantes, constituindo-se em instrumento básico na política 
de desenvolvimento e da expansão urbana; Artigo 41 do Estatuto;
C – tem de ser precedida de lei municipal específica para área incluída no plano diretor, 
determinando o parcelamento, e edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano 
não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para 
implementação da referida obrigação, artigo 5º;
D – o imóvel deve ser subutilizado, ou seja, com aproveitamento inferior ao mínimo definido no 
plano diretor ou em legislação de decorrente, artigo 5, parágrafo primeiro;
E – o proprietário deve ser notificado para o cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser 
averbada no cartório de registro de imóveis (parágrafo 2º); recebida a notificação, o proprietário 
tem o prazo mínimo de um ano para protocolar o projeto no órgão municipal competente e 
dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento;
F – desatendidos a notificação e os prazos estabelecidos, o Município aplicará o IPTU progressivo 
no tempo, mediante majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos – artigo 7º;
G – só após decorrido cinco anos de aplicação do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha 
cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização é que o Município poderá 
desapropriar com pagamento em títulos da dívida pública, artigo 8º, parágrafo primeiro, aprovados 
pelo Senado e resgatáveis em até dez anos (artigo 182, parágrafo quarto, terceiro, da Constituição).
Essa desapropriação é somente aplicável em municípios que:
1 – tenham plano diretor; 
2 – lei específica determinando o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
43
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
3 – notificação; 
4 – IPTU progressivo; sem contar a aprovação do plano diretor e da lei específica, os demais prazos 
previstos no Estatuto da Cidade estão a indicar que o decreto de desapropriação não poderá ser 
expedido antes do transcurso de aproximadamente oito anos.
Processo de desapropriação segue o Decreto-lei nº 3.365/41.
Desapropriação por descumprimento de função social da propriedade rural 
É tratada na Lei Complementar nº 76, de 6-7-93, alterada pela Lei Complementar nº 88, de 23-12-
96, apresentando as seguintes peculiaridades:
1 – é de competência exclusiva da União.
2 – o imóvel deve estar descumprindo a sua função social, ou seja, deve estar sendo utilizado com a 
inobservância dos seguintes previstos no artigo 186 da Constituição:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequado dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores;
3 – não pode incidir sobre a pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não 
possua outra, e sobre propriedade produtiva (artigo 185);
4 – o pagamento é feito em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos, sendo, no entanto, 
as benfeitorias úteis e necessárias pagáveis em dinheiro (parágrafo primeiro do artigo 184 da 
Constituição Federal, regulamentado pelo artigo 5º da Lei nº 8.629, de 25-2-93).O processo de 
desapropriação também obedece às normas específicas contidas na Lei Complementar nº 76/93 
com alterações posteriores.
C=> Quanto à desapropriação de glebas de terra em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas, 
prevista no artigo 243 da Constituição e disciplinada pela Lei nº 8.257, de 26-11-91, pode-se 
dizer que se equipara ao confisco, por não assegurar ao expropriado o direito à indenização. Não 
é qualquer cultura de plantas psicotrópicas que dá margem a esse tipo de desapropriação, mas 
apenas aquela que seja ilícita, por não estar autorizada pelo Poder Público e estar incluída em 
rol elencado pelo Ministério da Saúde. O processo de desapropriação, no caso, segue as regras 
específicas constantes da Lei nº 8.257, com aplicação subsidiária do Código de Processo Civil.
44
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Procedimento
A desapropriação desenvolve-se por meio de uma sucessão de atos definidos em lei e que culminam 
com a incorporação do bem ao patrimônio público. Esse procedimento compreende duas fases: a 
declaratória e a executória, abrangendo, esta última, uma fase administrativa e uma judicial.
1ª fase: na fase de declaratória, o Poder Público declara a utilidade pública ou o interesse social 
do bem para fins de desapropriação. A declaração expropriatória pode ser feita pelo Poder Executivo, 
por meio de decreto, ou pelo Legislativo, por meio de lei (artigos 6º e 8º do Decreto-lei nº 3.365/41). 
Cabendo, neste último caso, ao Executivo tomar as medidas necessárias à efetivação da desapropriação. 
A autorização legislativa é obrigatória quando a desapropriação recai sobre bens públicos. Além disso, 
depende de autorização do Presidente da República a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, 
Territórios e Municípios, de ações, cotas e direitos, representativos do capital de instituições e empresas 
cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização.
O ato declaratório, seja lei ou decreto, deve indicar o sujeito passivo da desapropriação, descrição do 
bem, a declaração de utilidade pública ou interesse social, a destinação específica a ser dada ao bem, o 
fundamento legal e os recursos orçamentários destinados ao atendimento da despesa. A declaração de 
utilidade pública já produzalguns efeitos:
A – submete o bem à força expropriatória do Estado, ou seja decisão executória;
B – fixa o estado do bem, isto é, suas condições, melhoramentos, benfeitorias existentes; uma vez 
que o estado em que se encontra nesse momento o bem será levado em consideração para efeito 
de cálculo de indenização, dentre as benfeitorias feitas depois dessa declaração serão indenizadas 
as necessárias e, desde que autorizadas pelo Poder Público, as benfeitorias úteis; as voluptuárias 
feitas após a declaração não serão indenizadas. As benfeitorias existentes no imóvel antes da 
declaração serão todas indenizadas, uma vez que a indenização deve recompor integralmente o 
patrimônio do expropriado. Quanto às construções, verificar súmula 23 do STF.
C – confere ao Poder Público o direito de penetrar no bem a fim de fazer verificações e medições, 
desde que as autoridades administrativas atuem com moderação e sem excesso de poder; 
não se confunde com a posse, se o proprietário não concordar deverá ser requerido uma 
autorização judicial;
D – dá início ao prazo de caducidade da declaração; o prazo será de cinco anos, segundo o artigo 10 
do Decreto-lei nº 3.365/41, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais 
este caducará. No entanto, o prazo de caducidade aí previsto não é fatal, uma vez que, na parte 
final, o mesmo dispositivo determina que decorrido um ano, poderá este imóvel ser objeto de 
nova declaração. No caso de desapropriação por interesse social regida pela Lei 4.132/62, o prazo 
de caducidade se reduz a dois anos a partir da decretação da medida; e essa caducidade refere-
se não apenas à efetivação da desapropriação, mas também às providências de aproveitamento 
do bem expropriado, aqui difere do Decreto-lei nº 3.365/41, que nenhum prazo estabelece para a 
utilização do bem expropriado. Além disso, o dispositivo não prevê um período de carência para a 
45
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
renovação da declaração. De acordo com decisão do STF, ocorre, no caso, a caducidade do direito. 
No caso de reforma agrária, o prazo de caducidade também é de dois anos.
Para a desapropriação por descumprimento da função social da propriedade, na área urbana, a 
Lei 10.257/01, não estabelece prazo de caducidade. Essa declaração incide compulsoriamente sobre 
a propriedade. Trata-se de decisão executória do Poder Público, que não depende de título do poder 
Judiciário. Ao particular cabe, no caso de alguma lesão, por vício de ilegalidade ou inconstitucionalidade 
o mandado de segurança.
2ª fase> a executória – pode ser administrativa e judicial. Compreende atos pelos quais o Poder 
Público promove a desapropriação. A fase será administrativa quando houver acordo, sobre o valor da 
indenização, exigindo as formalidades da compra e venda como a transcrição a escritura no cartório de 
registro de imóveis. Essa fase nem sempre existe, pois acontece nas vezes que o Poder Público desconhece 
quem seja o proprietário, hipótese em que deverá propor ação de desapropriação, que independe de se 
saber quem é o titular do domínio.
Quando não há acordo, segue-se a fase judicial, iniciada pelo Poder Público, com observância do 
procedimento estabelecido no Decreto-lei nº 3.365/41 (artigo 11/30) aplicável para desapropriação 
por interesse social e na omissão o CPC. Quanto à desapropriação para fins de reforma agrária, o 
procedimento estará estabelecido na Lei Complementar nº 76.
No curso do processo judicial somente se discute o preço e vícios processuais.
Qualquer ilegalidade no ato declaratório de utilidade pública ou interesse social, quanto à 
competência, à finalidade, à forma ou mesmo quanto aos fundamentos de utilidade pública ou 
interesse social, o expropriado deverá propor ação direta, que poderá ser uma ação declaratória 
da nulidade, mandado de segurança ou ação popular. No caso de desapropriação para reforma 
agrária, o artigo 9º da Lei Complementar nº 76/93 só exclui da contestação a apreciação do interesse 
social declarado. E o artigo 4 da mesma lei permite, na contestação, que o proprietário requeira a 
desapropriação de todo o imóvel.
A desapropriação somente se completa quando efetuado o devido pagamento ou a sua consignação.
Pressupostos: – necessidade pública; – utilidade pública; – interesse social.
Indenização: 1 – o valor do bem expropriado; 2 – lucros cessantes e danos emergentes; 3 – juros 
compensatórios; 4 – juros moratórios; 5 – honorários advocatícios; 6 – custas e despesas judiciais; 7 – 
correção monetária; 8 – despesa com desmonte e transporte de mecanismos instalados e em funcionamento.
Natureza jurídica:
Forma originária de aquisição da propriedade.
46
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Consequências: 
=> a ação judicial de desapropriação pode prosseguir independentemente de saber a Administração 
quem seja o proprietário ou onde possa ser encontrado;
=> se a indenização for paga a terceiro, que não o proprietário, não se invalidará a desapropriação;
=> todos os ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado extinguem-se e ficam subrogados 
no preço;
=>a transcrição da desapropriação no registro de imóveis independe da verificação da continuidade 
em relação às transcrições anteriores.
Sob o aspecto formal, a desapropriação é um procedimento, quanto ao conteúdo, constitui 
transferência compulsória da propriedade: por independer da vontade do particular; por não ser compra 
e venda; por não ser confisco; por exigir compensação; pela fixação do interesse público; por estar 
isenta de evicção ou demanda por vício redibitório; pela força de extinguir os ônus reais que pesarem 
sobre a coisa; pela extinção da inalienabilidade.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Atlas, 25ª Edição, 2012
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FALCÃO, Ismael Marinho. Direito Agrário no século XVI e o desenvolvimento rural brasileiro 
atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 38, 1 jan.2000 . Disponível em:<http://jus.com.br/
artigos/1666>. Acesso em: 15 set. 2013.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
47
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-
brasileiro-atual#ixzz2f0AttiS3 
MÓDULO 08
Contratos Agrários
O Código Civil (Lei nº 10.406/02), que entrou em vigor em janeiro/2003, não repetiu os dispositivos 
anteriores referentes à locação de prédio rústico e em relação à parceria rural, em função da legislação 
específica (Estatuto da Terra). Quanto ao Comodato, também aplicável ao meio rural, o novo código 
repetiu a redação anterior e, no que diz respeitoà empreitada, trouxe algumas alterações, como se pode 
ver no capítulo específico (art. 610 a 626). 
Mas a grande inovação refere-se aos contratos em geral e, neste caso, serve como orientação 
também para os contratos agrários, sejam nominados ou inominados. 
Trata-se da inserção do princípio geral da função social do contrato. O art. 421 do novo Código assim 
dispõe: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Em 
relação aos contratos agrários, cujas regras específicas estão no Estatuto da Terra e seus regulamentos, parte 
da doutrina agrarista, mais crítica, entende que não contribuem para o alcance da justiça social no campo. 
É necessário entender, contudo, que tanto a propriedade quanto a posse (agrária) estão condicionados 
ao princípio da função social e ao preceito básico de justiça social. Mas, a posse agrária, de quem 
efetivamente trabalha a terra, tende a tornar-se mais importante do que a propriedade estática. Não 
resta dúvida, portanto, que os contratos agrários se baseiam em princípios e regras especiais, diferentes 
daquelas que regem os contratos em geral. Porém, com nova orientação inserida no novo Código civil 
(art. 421), o princípio da autonomia da vontade e o princípio de que o contrato faz lei entre as partes, 
que já não tinham o mesmo significado no âmbito dos contratos agrários, agora, com maior ênfase, 
devem se subordinar à orientação geral da função social.
Quanto ao cumprimento das regras obrigatórias estabelecidas em relação aos contratos agrários, o 
judiciário tem uma importante tarefa, evidentemente levando em conta os fins sociais da lei (art. 5º da 
L.I.C.C.), a efetiva garantia da função social do contrato e, em especial, levando em conta os objetivos 
estabelecidos no artigo 103 do Estatuto da Terra.
13. Suporte legal atual dos contratos agrários
Atualmente, a Lei nº 4.504/64 regula os contratos agrários nos artigos (92 a 96, além das regras 
estabelecidas pela Lei nº 4.947/66 – artigos 13 a 15), sendo que o regulamento da matéria está no 
48
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Decreto nº 59.566/66. As disposições do Código Civil, conforme disposto no art. 92, § 9º da lei nº 4504/64, 
continuam sendo de aplicação subsidiária. 
13.1. Características dos contratos agrários:
- são consensuais;
- bilaterais;
- onerosos;
- comutativos: há benefícios recíprocos certos, numa relação de equivalência das prestações;
- de trato sucessivo: as obrigações são continuadas e não se esgotam numa simples operação 
de crédito;
- formais: ao menos em sua maioria, uma vez que devem ser escritos e registrados. 
- maior limitação da liberdade de contratar, porque a lei estabelece cláusulas obrigatórias e, por 
outro lado, direitos e garantias irrenunciáveis, visando à proteção da parte mais fraca.
13.2 Modalidades
Os contratos agrários, à luz da legislação em vigor, podem ser divididos em contratos nominados ou 
contratos típicos, que englobam os contratos de arrendamento e parceria, e os contratos inominados 
ou atípicos, do que são exemplos o comodato, a empreitada, o compáscuo, entre outros. Estes últimos, 
mesmo não havendo regra especial definida na lei, devem, como condição de validade e no que lhes for 
aplicável, cumprir as regras obrigatórias estabelecidas para os contratos de parceria e arrendamento. É 
o que vem disciplinado no art. 39 do Decreto nº 59.566/66.
13.3 Elementos obrigatórios
- conservar os recursos naturais;
- dever de proteção ao mais fraco na relação contratual (via de regra o arrendatário e o 
parceiro outorgado);
- observância dos prazos mínimos estabelecidos por lei;
- fixação do preço do aluguel dentro dos limites legais;
- indenização, com direito de retenção das benfeitorias úteis e necessárias;
- proibição de prestação de serviços gratuitos pelo arrendatário e parceiro outorgado;
49
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
- proibição de obrigação do arrendatário beneficiar seus produtos na usina do arrendador e de 
vender a este os seus produtos. (art. 93 da Lei nº 4.504/64);
- obrigatoriedade de cláusulas que assegurem a conservação dos recursos naturais (art. 13,111 da Lei 
nº 4.947/66 e art. 13,11 do Decreto 59.566/66);
- proibição de usos e costumes predatórios da economia agrícola ( art. 92 do ET; art. 13,I da Lei nº 
4.947/66 e art. 13,VII,b do Dec. Nº 59.566/66);
- irrenunciabilidade de direitos e vantagens legalmente definidos em prol do arrendatário e parceiro-
outorgado (art. 13,IV da Lei nº 4.947/66 e art. 13, I do Dec. 59.566/66).
13.4 Partes
Os contratos agrários têm como partes contratantes de um lado o proprietário ou quem detenha a 
posse, ou ainda, quem tenha a livre administração do imóvel rural. Tratando-se de arrendamento, quem 
cede a terra é denominado de arrendante e se for parceria rural, será denominado de parceiro outorgante 
(também chamado de parceiro proprietário). Do outro lado da relação contratual situa-se quem vai 
exercer a atividade agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista (art. 1º do Dec. Nº 59.566/66). 
Além da terra, o gado, isoladamente, também pode ser objeto de parceria rural, especificamente a 
parceria pecuária. O contratante trabalhador, no arrendamento rural é denominado de arrendatário e na 
parceria rural sua denominação é parceiro-outorgado. Tanto o arrendatário como o parceiro outorgado, 
podem ser uma pessoa ou o conjunto familiar.
13.5 Diferenças entre arrendamento e parceria
A diferença básica está relacionada às vantagens auferidas pela parte que se dedica à exploração 
do imóvel.
No contrato de arrendamento rural são cedidos uso e o gozo do imóvel rural. Assim, o arrendatário 
aufere todas as vantagens do imóvel, de acordo com o que ficou avençado. Na parceria, é cedido 
apenas o uso específico do imóvel rural. O pagamento do arrendamento é ajustado em quantia certa 
(em dinheiro), como valor certo (art. 18 do Decreto), enquanto que na parceria, parceiro outorgante e 
parceiro outorgado partilham o resultado obtido.
No arrendamento, os riscos correm por conta do arrendatário; na parceria rural, espécie de sociedade, 
os riscos correm por conta das duas partes, podendo ocorrer a partilha de prejuízos.
13.6 Forma dos contratos
Pode ser tanto escrita como verbal, de forma expressa ou tácita (art. 92). Contudo, para maior 
garantia, convém que os contratos sejam escritos. Nos contratos verbais subentende-se estarem 
presentes todas as cláusulas e condições obrigatórias estabelecidas em lei. O contrato agrário pode, 
portanto, ser provado exclusivamente por testemunhas, independentemente do seu valor.
50
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
13.7 Prazos mínimos legais 
Prazo mínimo de 3 anos (regra).
O artigo 95, I e II e o art. 96, I do ET fixam o prazo mínimo de 3 anos para os contratos de arrendamento e 
de parceria, com a garantia de prorrogação até a ultimação da colheita. A mesma regra vem estabelecida 
nos artigos 21 e 37 do Regulamento. No caso da parceria, há o entendimento de que o prazo é mínimo 
e único, de 3 anos. Porém, se a lavoura for permanente, ainda assim o prazo mínimo deve ser de 5 anos. 
O art. 13, II do Regulamento (Decreto nº 59.566/66) se encarregou de detalhar os prazos mínimos para 
as diversas modalidades de arrendamento, assim estabelecendo: 
- prazo mínimo de 3 anos de arrendamento para lavoura temporária e/ou pecuária de pequeno e 
médio porte (art. 13,II,a);
- prazo mínimo de 5 anos, nos casos de arrendamentoem que ocorram atividades de exploração de 
lavoura permanente e ou de pecuária de grande porte para cria, recria, engorda ou extração de 
matérias primas de origem animal;
- prazo mínimo de 7 anos, nos contratos em que ocorra atividade de exploração florestal.
13.8. Arrendamento rural
Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por tempo 
determinado ou não, o uso e gozo do imóvel rural, parte ou partes deste, incluindo, ou não, outros 
bens, benfeitorias ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, 
pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites 
percentuais da lei (art. 3º do Decreto nº 59.566/66).
Como se verifica no conceito, o arrendatário, em decorrência do contrato, passa a ter o uso e gozo 
do imóvel, não estando definido o tipo de atividade a ser exercida. O uso e gozo supõe o livre exercício 
de qualquer atividade agrária lícita, observadas as regras legais de uso do solo.
13.9 Parceria rural
13.9.1 Conceito: parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, 
por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes deste, incluindo 
ou não benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de 
exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais 
para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal, mediante 
partilha de riscos de caso fortuito e da força maior do empreendimento rural, e dos frutos, produtos 
ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais da Lei (art. 4º 
do Decreto 59.566/66).
51
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
13.9.2 Prorrogação dos contratos
A prorrogação tem por finalidade assegurar ao arrendatário e ao parceiro outorgado os resultados 
do negócio, dilatando-se o prazo estipulado, nas mesmas condições, por atraso na colheita, no abate dos 
animais ou na parição do rebanho.
13.10 Renovação dos contratos e direito de preferência
A renovação consiste na repetição do contrato entre as mesmas partes, repetindo-se as condições 
anteriores, ou com as modificações que ficarem ajustadas.
Não havendo prazo de duração estipulado para o contrato, subentende-se parte da doutrina que, 
após o decurso do prazo mínimo legal, sem que haja notificação no prazo certo para a extinção do 
contrato, este se renova nas mesmas condições para mais um prazo mínimo estabelecido em lei. Para 
outros, uma vez ultrapassado o prazo mínimo da lei, é possível, a qualquer tempo, o encerramento do 
contrato, com a notificação pelo proprietário, com antecedência mínima de 6 meses.
Arrendatário e parceiro outorgado têm preferência em igualdade de condições com terceiros, para 
a renovação do contrato. Neste sentido, havendo proposta oferecida por terceiro, o arrendatário, ou o 
parceiro outorgado, deve ser notificado desta intenção e das condições da oferta, no prazo de 6 meses 
antes do vencimento do contrato (art. 95, IV do ET), tendo, após notificado, 30 dias para requerer a 
sua preferência, sendo que o silêncio é traduzido em renúncia do exercício deste direito. Não havendo 
notificação, o contrato considera-se automaticamente renovado (art. 95, IV). A retomada para uso 
próprio obedece as mesmas regras, e prazos de notificação, conforme disposto no art. 95, V do ET. 
14. Extinção dos contratos: (art. 26 a 34 do Dec. 59.566/66)
Causas de extinção:
- Término do prazo contratual – não tendo ocorrido a renovação deste por falta de iniciativa 
do arrendatário ou parceiro-outorgado, ou por não ter exercido o seu direito de preferência. 
Não havendo interesse na renovação, o arrendatário ou parceiro outorgado deverá notificar 
o outro contratante, no prazo dos 30 dias entre os 6 meses e os 5 meses antes do término do 
prazo do contrato.
- Por efeito de retomada: quando o arrendador ou parceiro-outorgante quer o imóvel para cultivo 
próprio ou através de descendente seu (art. 22, § 2º e art. 26, II do Decreto 59.566/66). A retomada 
depende de notificação ao arrendatário ou parceiro-outorgado até seis meses antes do vencimento 
do contrato, caso contrário, o contrato se renova automaticamente. 
- Por efeito de confusão: quando a mesma pessoa passa à posição de arrendador e arrendatário ou 
parceiro-outorgante e parceiro-outorgado.
- Pelo distrato: é o acordo de vontades mediante o qual as partes põem fim ao contrato.
52
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
- Por rescisão: dá-se por vontade e iniciativa de uma das partes, nos casos de inadimplemento de 
obrigação contratual e de inobservância de cláusula asseguradora dos recursos naturais, o que 
permite à outra parte cobrar indenização por perdas e danos.
- Por resolução ou extinção do direito do arrendador ou do parceiro-outorgante: é possível ocorrer 
nos casos de propriedade resolúvel, com o advento da causa resolutiva.
- Por motivo de força maior: ocorrência de fato imprevisto e impossível de ser evitado.
- Por sentença judicial irrecorrível: podendo ocorrer nos casos de anulação de contrato por vício 
de origem.
- Pela perda do imóvel rural: desaparecimento com vulcão, ou por inundação. 
- Em virtude de desapropriação: em qualquer de suas modalidades, ficando garantido ao arrendatário 
ou parceiro-outorgado o direito à redução proporcional da renda ou a rescindir o contrato, em 
caso de desapropriação parcial.
- Por morte do arrendatário.
- Por cessão do contrato sem prévio consentimento do arrendador ou parceiro-outorgante.
- Por falta de pagamento do aluguel ou renda: assegura o despejo, permitindo ao arrendatário a 
purga da mora.
- Por dano causado à gleba ou às colheitas, desde que caracterizado o dolo ou a culpa do arrendatário 
ou do outorgado, caso em que cabe ação de despejo.
- Por causa de mudança na destinação do imóvel: ex.: destruindo o capim (pecuária) para desenvolver 
a agricultura.
- Por abandono do cultivo: quando arrendatário ou parceiro-outorgado deixa de cumprir sua 
obrigação no trato da terra e o cuidado com a produção.
Em diversas das hipóteses de extinção dos contratos, aqui relacionadas cabe a ação de despejo para a 
retomada do imóvel, seguindo o rito sumaríssimo. O art. 32 do Decreto nº 59.566/66 prevê as causas do 
despejo, cuja enumeração legal vale tanto para os contratos de arrendamento como para os de parceria.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v.
53
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
DIREITO AGRÁRIO
BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Bibliografia Complementar:
BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007.
FALCÃO, Ismael Marinho. Direito Agrário no século XVI e o desenvolvimento rural brasileiro 
atual. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 38, 1 jan.2000 . Disponível em:<http://jus.com.br/
artigos/1666>. Acesso em: 15 set. 2013.
FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001.
LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA,Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: 
Juruá, 2004.
SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2ª ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/1666/direito-agrario-no-seculo-xvi-e-o-desenvolvimento-rural-
brasileiro-atual#ixzz2f0AttiS3 
54
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade II
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
	_GoBack

Continue navegando