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4. DireitoEmpresarial I Profa. M.S. Letícia Neves Da Sociedade • A sociedade constitui-se através de um contrato entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a combinar esforços ou recursos para atingir fins comuns. • O que mais diferencia as sociedades comerciais umas das outras é a forma de responsabilidade dos seus sócios , pois conforme o tipo de sociedade, respondem eles ou não com seus bens particulares pelas obrigações sociais. Estabelecimento Empresarial • O art. 1.142 do Código Civil Brasileiro, o estabelecimento comercial será todo o complexo de bens, corpóreos (mercadorias, mesas, mobílias, imóveis) ou incorpóreos (nome comercial, marca, patente, direitos) que possibilitam o desenvolvimento da atividade empresarial. • Ronaldo Sales Cardoso afirma que: • “Os elementos do estabelecimento empresarial são os meios através dos quais o empresário irá exercer a sua atividade econômica para cumprir a sua finalidade principal, a obtenção de lucro”. Elementos do Contrato Social • 1. Pluralidade de sócios: uma sociedade empresária resulta da vontade de, no mínimo, duas pessoas, que poderão ser pessoas naturais ou pessoas jurídicas; • 2. Participação nos resultados; • 3. Affectio societatis: diz respeito a disposição que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma sociedade comercial, de lucrar ou suportar prejuízo em decorrência do negócio comum. • 4. Capital social: é o valor que os sócios ou acionistas estabelecem para sua empresa no momento da abertura. É a quantia bruta que é investida, o montante necessário para iniciar as atividades de uma nova empresa, considerando o tempo em que ela ainda não vai gerar lucro suficiente para se sustentar. Capital Social • De acordo com o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados • O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. • Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. (art. 997, V do CC). Direitos e Obrigações dos Sócios Direitos • A participação nos lucros; • Assumir a função de sócio administrador; • Fiscalizar os administradores das sociedades; • Ter acesso aos dados contábeis; • Direito de retirada. Obrigações • Integralizar o Capital Social; • Participar das perdas; • Respeitar as cláusulas pactuadas no Contrato Social; • Prestar contas quando assumir a função de sócio administrador. Resolução ou Dissolução Parcial da Sociedade • 1. Morte; (1.028 e 1.032 do CC) • 2. Exercício Direito Retirada; (1.029 CC) • 3. Expulsão ou exclusão de um sócio. (1.030 CC e 1.085 CC) • 4. Cessão de quotas (1.031 CC). • *OBS: Cessão a parte cedente se compromete a transferir para parte cessionária a parcialidade ou totalidade de suas quotas. • OBS: pode existir a substituição do falecido, por um herdeiro se houver acordo e vontade entre as partes, pois ninguém é obrigado a manter sociedade sem que se interesse por isso. O Direito Societário segundo o Código Civil • Sociedades não personificas - Em conta de participação - Em comum (chamada de irregular ou de fato) • Sociedades personificadas Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedade limitada Sociedade em comandita por ações Sociedade Anônima Cooperativas Sociedades não personificadas (arts. 986 a 996 CC- não possuem personalidade jurídica, por não possuírem registro) • 1.A sociedade em conta de participação (art. 991 a 996 do CC) não tem registro por conta de interesse dos próprios sócios, que costumam firmar apenas um contrato de uso interno. • Nesse tipo de sociedade, reconhece-se a existência de duas espécies de sócios: • 1. Ostensivo • 2. Oculto (Participante). • Sócio ostensivo, é o sócio que se obriga perante terceiros nas negociações. Em outras palavras, é aquele que traz para si todas as obrigações contraídas em virtude da execução do objeto social da sociedade. Ele deve prestar contas perante os demais sócios. • O sócio oculto ou participante não aparece perante terceiros, respondendo, apenas, perante o sócio ostensivo, conforme previsto em contrato. • Importante mencionar que a SCP não possui personalidade jurídica, o que significa dizer que seu contrato de constituição não necessita de registro para sua existência, tampouco de qualquer outra autorização ou aprovação de qualquer órgão. Em razão da ausência de personalidade jurídica, o sócio ostensivo é quem responde por suas atividades. • No entanto, nada obsta que se efetue o registro do ato constitutivo da sociedade no Registro de Títulos e Documentos, com a finalidade de proteção dos interesses dos envolvidos. • Apesar da ausência de formalidades, a SCP precisa ter uma escrituração contábil específica, razão pela qual é obrigatória a emissão de um Cartão CNPJ. • Possível citar como exemplo desses negócios além das incorporações prediais, os loteamentos; as atividades médico-hospitalares cujo propósito é o tratamento que dependa da aquisição de um equipamento de alto custo, por exemplo; a exploração de artigos de época (Páscoa, Natal, Dias das mães, Carnaval, etc); investimento em startups; entre outros • 2. A sociedade comum- art 986 a 990 do CC (irregular de fato ou informal). • Sócios constituíram, assinaram um contrato social, pactuaram a constituição da sociedade, só que não levaram o instrumento para registro no órgão competente. Então perante terceiros ela não existe formalmente (só existe entre os sócios). • É temporária pois entre assinatura e registro, pois após o registro ela passa a ser o tipo societário que os sócios escolheram. • Nesse tipo de sociedade, os sócios respondem de modo solidário e ilimitado e solidária pelas dívidas sociais. • Exemplo: posso escolher LTDA, faço o contrato social, assino e enquanto não levar a registro ela é comum. Após registro passa a ser LTDA. Sociedades Personificadas • São as que possuem uma personalidade diversa dos sócios. • Possuem personalidade jurídica própria que não se confunde com a personalidade dos sócios (duas entidades diferentes a da sociedade e dos sócios) • São constituídas mediante contrato escrito; particular ou público; levado obrigatoriamente ao órgão de registro competente no prazo máximo de 30 dias após sua assinatura. • Podem ser divididas em simples ou empresárias: Simples • Será constituída mediante contrato por escrito, particular ou público, devendo conter além das cláusulas livremente pactuada entre os sócios: - Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residência; - Objeto social, sede e prazo de duração da sociedade - Capital social em moeda corrente; - Quota de cada sócio e integralização - Prestações de cada sócio no capital social - Poderes atribuídos a cada sócio - Participação dos lucros e perdas de cada sócio - Forma de responsabilidade dos sócios Empresárias • Pessoa jurídica que explora a empresa. • 1. Quanto a responsabilidade dos sócios: - Ilimitada: Respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. (ex: em nome coletivo- art. 1.039 CC) - Limitada: Respondem até certo limite da contribuição para o capital social (ex: Sociedades por Ações e Ltda). - Mista: Alguns sócios respondem de forma ilimitada pelas obrigações da sociedade; outros de forma limitada (ex: Sociedade em comandita simples- art. 1.045 CC) • 2. Quanto a forma de constituiçãoe dissolução: - Contratual: Através contrato social (ex: sociedade em nome coletivo, comandita simples e limitada) - Institucional: Regulamentada a partir de um estatuto social (ex: comandita por ações e anônima). *Em nome coletivo • Sociedade de pessoas na qual todos os sócios tem responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais (art. 1039 CC). • Somente pessoas físicas podem participar, sejam empresárias ou não. • A administração compete aos sócios, não admitindo delegação de poderes a terceiros. • Dissolução: findo o prazo estipulado de sua duração; pela vontade unânime dos sócios; deliberação da maioria absoluta dos sócios (art. 1044 CC) *Em comandita simples • Há duas categorias de sócios: • 1. Comanditados: Pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais • 2. Comanditários: Pessoas físicas ou jurídicas com responsabilidade limitada ao valor de sua quota (art. 1045 CC). • Dissolução: vencimento prazo, vontade unanime, deliberação da maioria, por falta de pluralidade de sócios no prazo de 180 dias, cassação de autorização para funcionar, falência. *Sociedade Limitada • Considerada uma das sociedades mais usuais no Direito Brasileiro, uma vez que a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas, estabelecendo nítida separação entre o patrimônio da sociedade e o patrimônio pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações sociais. • Capital Social: É a contribuição inicial dos sócios para a formação da sociedade. O ato inicial para a contribuição do capital social (ou subscrição) representa uma manifestação de vontade em tornar-se sócio da sociedade, podendo a subscrição ocorrer de imediato ou em até 180 dias. *Sociedade em comandita por ações • A Sociedade em comandita por ações, é aquela em que o capital social é dividido em ações, sendo que os acionistas respondem apenas pelo valor delas subscritas ou adquiridas, mas tendo os administradores (diretores), responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária, em razão das obrigações sociais. • * Subsidiário: obrigado a complementar o que o causador do dano (débito) não foi capaz de arcar sozinho. *Sociedade Anônima • É regida pela Lei 6.404/76, usualmente utilizada para constituição de sociedade que necessita de grandes investimentos. Por disposição legal, será sempre mercantil, independente de seu objeto social. (art 2ª, LSA). • Capital Social: Divide-se em ações, as quais representam valores mobiliários, que limitam a responsabilidade do acionista. O limite desta é o preço de emissão (subscrição). - Sociedade anônima aberta: seus valores mobiliários encontra-se em negociação no mercado de valores mobiliários, a cargo do mercado de balcão ou das bolsas de valores. - Sociedade anônima fechada: seus valores mobiliários não estão em negociação nestes mercados (art. 4ª LSA). Cooperativas • As Sociedades Cooperativas estão reguladas pela Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, além do Código Civil Brasileiro. • Cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, economicamente organizada de forma democrática, isto é, contando com a participação livre de todos e respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais presta serviços, sem fins lucrativos. Responsabilidade da sociedade e dos sócios • Os sócios respondem por seus atos perante terceiros, desde o primeiro momento em que se inicia a operação negocial. • O Código Civil regula, nos artigos 1.001 a 1.009, a responsabilidade dos sócios em relação aos direitos e obrigações entre si e terceiros, que devem ser cumpridas durante todo tempo em que a relação jurídica que foi firmada. • As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. • O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social. • Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos 30 dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. • O que no caso de incorrer a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, o que deverá ser observado a situação do capital social em relação a quota do sócio remisso. • Visto que nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. • O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. • Pela regra do artigo 977 do Código Civil, faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Na infringência desta norma, torna-se ilimitada a responsabilidade, por clara infringência à lei. • No caso de existirem débitos trabalhistas; e ainda na ocorrência de fraude contra credores da sociedade, a responsabilidade social também é ilimitada. Princípio da Autonomia Patrimonial • O princípio da autonomia patrimonial enuncia que o patrimônio da sociedade empresarial não se confunde com o de seus sócios. Desta forma, as obrigações da sociedade não podem ser cobradas de seus sócios. Uma exceção esse princípio é a desconsideração da personalidade jurídica. • O ilustre doutrinador Fábio Ulhôa Coelho delineia o fundamento doutrinário para a aplicação desse instituto: • "Em razão do princípio da autonomia patrimonial, as sociedades empresárias podem ser utilizadas como instrumento para a realização de fraude contra os credores ou mesmo abuso de direito. Na medida em que é a sociedade o sujeito titular dos direitos e devedor das obrigações, e não os seus sócios, muitas vezes os interesses dos credores ou terceiros são indevidamente frustrados por manipulações na constituição de pessoas jurídicas, celebração dos mais variados contratos empresariais, ou mesmo realização de operações societárias, como as de incorporação, fusão, cisão. Nesses casos, alguns envolvendo elevado grau de sofisticação jurídica, a consideração da autonomia da pessoa jurídica importa a impossibilidade de correção da fraude ou do abuso. Quer dizer, em determinadas situações, ao se prestigiar o princípio da autonomia da pessoa jurídica, o ilícito perpetrado pelo sócio permanece oculto, resguardado pela licitude da conduta da sociedade empresária. Somente se revela a irregularidade se o juiz, nessas situações (quer dizer, especificamente no julgamento do caso), não respeitar esse princípio, desconsiderá-lo. Desse modo, como pressuposto da repressão a certos tipos de ilícitos, justifica-se episodicamente a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade empresária." • COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito comercial. v II. São Paulo: Saraiva, 2012. Desconsideração da Personalidade Jurídica • A teoria da desconsideração da personalidade jurídica ("Disregard theory") é o instrumento utilizado, no direito civil e do consumidor, para que, em casos de fraude ou abuso da personalidade jurídica, possa o devedor ou consumidor não somente alcançar os bens da empresa, bem como os bens daqueles que a utilizaram de modo fraudulento. • A desconsideração somente pode ser realizada mediante decisão judicial, e possui previsão no art. 50, do CC: • Art.50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Exemplo • No direito brasileiro, não só as pessoas naturais são sujeitos de direitos e deveres, as pessoas jurídicas também. • É o caso de quando duas pessoas se unem para formar uma sociedade. Eles criam uma pessoa jurídica com patrimônio distinto da dos sócios em decorrência do Princípio da Autonomia Patrimonial . Dessa forma no caso da empresa ter uma dívida, ela vai ser cobrada do patrimônio da pessoa jurídica e não do patrimônio dos sócios. • Essa autonomia patrimonial entre a pessoa jurídica e a pessoa física dos sócios é importante para estimular a atividade empresarial e comercial, no entanto não pode servir como passaporte para o cometimento de fraudes. • Exemplo: Sócios de uma empresa que vão contraindo uma série de dívidas em nome da empresa e enriquecendo, ao final quem vai cobrar a dívida se depara com a seguinte situação: a empresa não tem mais bens! Nesta situação que entra a DESCONSIDERAÇAO DA PESONALIDADE JURÍDICA, na qual vai poder ser afastada a autonomia patrimonial da empresa e cobrado diretamente dos sócios as dívidas da pessoa jurídica. • Art. CDC • Lei de Crimes Ambientais • Art. 50 CC • Art. 133 CPC Nome Empresarial • Todo empresário, seja pessoa física ou jurídica necessariamente tem um nome empresarial tanto para que possa exercer atividade econômica quanto para identificação do mesmo, ou seja, é o elemento de identificação do empresário ou da sociedade empresaria. • De maneira que essa designação serve para indicar o nome do empresário e também o seu ramo de atuação, podendo ser ele um empresário individual (pessoa física ou natural) ou uma firma social quando tratar-se de uma sociedade empresária, é a maneira como a empresa se apresenta em as suas relações negociais, antes da lei 8934/94 o nome empresarial era chamado de nome comercial. • Firma Individual: Seguindo o disposto no C. C: • Art. 1.156 - O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. • Desse modo no que se refere à estrutura, a firma individual somente poderá operar tendo por base o nome civil do empresário individual, note que nesse caso o artigo diz respeito somente ao empresário e não a sociedade empresarial, ou seja, este artigo aplica- se somente a firma individual, assim sendo o nome empresarial dessa espécie sempre será composto pelo nome civil, poderá ainda o empresário utilizar esse nome de forma completa ou mesmo abreviada. • É possível ainda em casos específicos fazer uso de apelidos, quando o empresário possuir um nome muito comum como João da Silva, poderá ele utilizar-se de um apelido pelo qual já tem certo reconhecimento, por exemplo: “alemão” para que possa haver uma distinção maior de seu nome empresarial como dispõe o parágrafo único do artigo 1.163 C. C.: • Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. • Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. • Ex: Maria Santos Comércio de Doces Existem no Direito, conforme o disposto no artigo 1.155 do Código Civil duas espécies de nome empresarial são elas: a firma e a denominação. • Outra questão importante a respeito da firma individual é que o empresário não é obrigado a colocar no nome empresarial o ramo de atividade exercido por sua empresa, sendo assim a designação do objeto facultativa. Para Fran Martins: • É o nome comercial formado do nome patronímico ou de parte desse nome de um comerciante ou de um ou mais sócios de sociedade comercial, acrescido ou não, quando se trata de sociedade, das palavras e companhia. • O comerciante individual, por realizar o comércio sozinho, naturalmente terá uma firma composta de seu nome patronímico, usado por extenso ou abreviadamente... Não pode usar um nome de fantasia como nome comercial. • Firma social ou como também é chamada a razão social, nomenclatura essa utilizada somente para designar a sociedade, na composição da firma social somente poderá figurar os nomes dos sócios que compõe a sociedade, somente estes nomes poderão fazer parte da firma social, então temos: • Ex: Santos, Souza & Cia. Comércio de Doces • Ex: Os sócios de uma empresa se chamam Michael Jackson e Elvis Presley, a firma social poderia ser a junção desses dois nomes, ficando “Michael Jackson e Elvis Presley Ltda” se a responsabilidade desses sócios for limitada o que é mais comum atualmente ou ainda a firma social poderá ser formada pelas abreviaturas dos nomes “Jackson & Presley Ltda.” • Existe ainda uma outra possibilidade que é a utilização do nome de apenas um dos sócios ou mesmo dois, seguido da expressão “Companhia ou Cia”, • O artigo 1.157 C. C. Dispõe a respeito da firma social de responsabilidade ilimitada e delimita que nesse tipo de responsabilidade somente poderá operar a sociedade empresário sob firma social (nomes dos sócios que compõe a sociedade). • Nos casos de sociedade limitada poderá operar a firma social sob uma denominação, não sendo necessária a utilização dos nomes dos sócios. A denominação é o nome empresarial de fantasia (o famoso nome fantasia) ou tirado do objeto social da sociedade empresarial • Nas sociedade anônima, as famosas “S. A.”, não deverá o nome empresarial conter nome dos sócios, cabendo apenas nesses casos a denominação, no entanto cabe aqui também uma exceção, admite-se a utilização do nome de um sócio se tiver como objetivo homenagear um sócio, por exemplo aquele sócio que fundou a sociedade ou que fez com que a empresa prosperasse, nesse caso específico a lei admite um nome de sócio na denominação. • Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. • Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. • A sociedade cooperativa, necessariamente deverá constituir o seu nome empresarial sob denominação social, acrescido da expressão “cooperativa”. • Exemplo: Cooperativa de Reciclagem de São Paulo. Como podemos constatar no artigo 1.159 C. C.: • Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa". • Temos ainda uma nomenclatura diferente utilizada na sociedade comandita por ações como dispõe o artigo 1.161 C. C. • Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". • A denominação é o nome adotado pela empresa individual de responsabilidade limitada e pela sociedade empresária para o exercício de sua atividade, nome pelo qual se identifica no mundo empresarial. • Identifica as sociedades por quotas de responsabilidade limitada e as sociedades por ações. É constituída por NOME FANTASIA, devendo designar o objeto da sociedade. • Ex: Armazém São Judas; Padaria Irmãos Santos. EIRELI Empresa Individual de Responsabilidade Limitada • Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) é uma categoria empresarial que permite a constituição de uma empresa com apenas um sócio: o próprio empresário. • Essa modalidadefoi criada em 2011 e surgiu com o propósito de acabar com a figura do sócio “fictício”, prática comum em empresas registradas como sociedade limitada, que antes só poderiam ser constituídas por, no mínimo, duas pessoas, e agora podem ser abertas com um único sócio. • A Eireli permite a separação entre o patrimônio empresarial e privado. Ou seja, caso o negócio contraia dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será utilizado para quitá-las, exceto em casos de fraude. • Isso é garantido pela exigência de um capital mínimo de 100 vezes o valor do salário-mínimo no momento do registro da empresa. • Por muito tempo, empreendedores que criavam micro e pequenas empresas, as MPEs, escolhiam a sociedade limitada. Agora, a Eireli é mais vantajosa para eles. Regras gerais sobre a formação do nome empresarial • 1. Veracidade • Deve ser verdadeiro o nome do sócio, tanto na firma, como na denominação social, e sincera a indicação da atividade que venha a incorporar o nome (deve estar explicitada no objeto social), desse modo não se poderia chamar uma panificadora de “drogal” por exemplo, estaria o empresário induzindo o consumidor a erro, pois faltaria veracidade nesse nome empresarial. Ressalta-se também os casos da firma social que só pode possuir o nome dos sócios, o que ocasionalmente pode causar alguns problemas, como demonstrado a seguir: • Ex: Osama Bin Laden e Saddam Hussein atuam sob a firma social de “Bin Laden & Hussein Ltda.”, com a morte de Saddam Hussein, necessariamente Osama Bin Laden terá de tirar o nome do sócio falecido, pois quando o nome do sócio é colocado no nome empresarial, quem contrata com essa sociedade presume que está contratando com os sócios quando isso não é mais verdadeiro, ferindo dessa forma o principio da veracidade. • Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. • 2. Novidade • Deve ser adotado um nome novo e diferente de outro já existente a fim de evitar erros e confusões nas identificações das empresas, portanto é necessário que se faça uma busca prévia na Junta Comercial, para verificar se o nome empresarial escolhido não esta sendo utilizado, caso não haja, você fará o registro do mesmo na Junta Comercial é o princípio da novidade. • Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. • Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. • 3. Identificação do tipo • Deve o nome empresarial identificar o tipo jurídico da EIRELI ou da sociedade. • 4. Proteção à moral • É vedado o uso de palavras ou expressões atentatórias à moral e aos bons costumes na composição do nome empresarial. • 5. Vedação a siglas e denominações de órgãos públicos • Vedação do uso de siglas ou denominações de órgãos públicos da administração direta ou indireta e de organismos internacionais e aquelas consagradas na lei e atos regulamentares emanados do Poder Público. Proteção do Nome Empresarial • A proteção do nome empresarial dá-se por meio do registro efetuado na Junta Comercial, feito isso não poderá nenhum outro individuo utilizar-se desse nome no âmbito estadual, pois a Junta Comercial é órgão estadual, portanto essa proteção é válida somente no estado em que foi efetuado o registro, caso o empresário queira que essa proteção seja efetiva em todo o país, esse registro deverá ser feito em todas as unidades federativas. • Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. • Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender- se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial • OBS: INPI- Instituto Nacional da Propriedade Industrial • Importante ainda é também ressaltar a inalienabilidade do nome empresarial visto que este, diferentemente do nome fantasia, que pode ser vendido, denomina o empresário, ou seja, é elemento de identificação do empresário individual ou coletivo. O nome empresarial deve seguir uma série de regras e princípios como o da veracidade. • Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. • Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. Estabelecimento Empresarial • Entende-se por estabelecimento empresarial o conjunto de bens (como máquinas, marca, tecnologia, imóvel, etc.) que o empresário ou sociedade empresária reúne para a exploração da atividade econômica. • A definição legal de estabelecimento empresarial encontra-se disposta no artigo 1.142 do Código Civil, que assim disciplina a matéria: • “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa (atividade), por empresário (pessoa física), ou por sociedade empresária (pessoa jurídica). • Para Fábio Ulhoa Coelho o estabelecimento empresarial “é o conjunto de bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica.” (COELHO, 2009, p. 96) • Trata-se do conjunto dos bens indispensáveis à atividade principal e ao desenvolvimento da empresa; tais como mercadorias em estoque, máquinas, veículos, marca e outros sinais distintivos, tecnologia etc., de sorte que este conjunto de elementos constitui parte essencial e indissociável à empresa. • A empresa, portanto, não subsiste sem estabelecimento empresarial. Isso porque não há como produzir e fazer circular bens ou serviços sem o conjunto de bens destinados à atividade empresarial que o estabelecimento comercial representa. Ainda que empresa e estabelecimento empresarial sejam indissociáveis, o elo entre eles residirá somente na vontade do empresário que poderá alterar a composição destes bens quando assim desejar. Contudo, é importante ressalvar que estes bens comporão o patrimônio próprio da empresa, que irá utilizá-los para exercer a atividade econômica a qual ela se destina, não podendo confundi-los com os bens próprios do empresário. Elementos Constitutivos do Estabelecimento Comercial • a) bens corpóreos: mercadorias do estoque, terrenos, edifícios, construções, usinas, armazéns, máquinas, equipamentos, produtos acabados, balcões, mobiliário, veículos, etc.; e ainda • b) bens incorpóreos: nome comercial objetivo, título e insígnia do estabelecimento, patentes de invenção, de modelos de utilidade, registro de desenhos industriais; marcas de produto ou serviço, marcas de certificação, marcas coletivas, obras literárias, artísticas, científicas, estratégia, logística, nome empresarial, titulo do estabelecimento, know how, ponto comercial e o aviamento. • O estabelecimento empresarial, como já observamos, compõe-se da reunião de bens necessários à consecução do objetivo empresarial. A doutrina costuma dividir os referidos bens em materiais e imateriais. Os bens materiais são representados pelos bens tangíveis, tais como o estoque, os mobiliários, os utensílios, veículos, maquinaria e todas as demais coisas utilizadas na atividade empresária (COELHO, 2009). Assim, temos que os elementos corpóreos (ou materiais) serão aqueles cuja utilização é possível para realizar a exploração econômica. Já os elementos incorpóreos (ou imateriais) são frutos da inteligência ou do conhecimento do homem e principalmente, não ocupam espaço no mundo, eles consistem naqueles bens de propriedade do empresário que não são suscetíveis de apropriação física e que são frutos da inteligência ou do conhecimento humano, como é o caso dos bens integrantesda propriedade industrial (patente de invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e a marca), o segredo industrial, o nome empresarial e o ponto (local onde o empresário está localizado) (BERTOLDI. 2003). As 4 unidades do Estabelecimento Empresarial • 1. Teoria Geral do Estabelecimento Empresarial - Matriz, Filial e Sucursal - Trespasse de Estabelecimento • 2. Qualidades do Estabelecimento Empresarial - Aviamento e Clientela • 3. Ponto Empresarial • 4. Direito de Propriedade Industria - Patente de Invenção - Desenho Industrial - Marcas - Cessão de Uso e licenças - Licença Compulsória - Extinção dos Direitos de Propriedade Industrial 1. Trespasse de Estabelecimento • Trata-se de um contrato oneroso de alienação/transferência do estabelecimento empresarial. Nota- se que a condição de eficácia perante terceiros é o registro do contrato de trespasse na Junta Comercial e a sua posterior publicação. O trespasse acarreta a transferência do conjunto de bens organizados pelo alienante ao adquirente, para que este, no lugar do primeiro, prossiga com a exploração da atividade empresarial. Ao assumir a posição de empresário, o adquirente deve arcar com todos os contratos celebrados pelo alienante, por força da atividade exercida. • Artigos 1.144 a 1.149 do Código Civil 2. Qualidades do Estabelecimento Empresarial: Aviamento e Clientela • O aviamento corresponde à potencialidade do estabelecimento empresarial gerar lucro, estando diretamente relacionado à clientela: quanto maior a clientela, maior o aviamento. Não se pode considerar o aviamento um bem integrante do estabelecimento, corresponde a um atributo dele, sua capacidade de gerar lucros. Esse é o atual entendimento da doutrina. Nesse sentido, Marcelo de Andrade Féres destaca: • “o aviamento constitui um atributo do estabelecimento, e não da empresa, como pretende parte da doutrina. Inegavelmente, o aviamento é o sobre valor que se confere ao estabelecimento bem organizado. Suponha-se que um empresário, que vende no varejo calçados de luxo, tenha dois estabelecimentos empresariais, um situado num bairro nobre e outro numa localidade humilde. No primeiro ponto, ele tem ótima clientela, as vendas são significativas. No segundo, o movimento não é suficiente para o pagamento dos custos operacionais. Com certeza, o aviamento não pode estar relacionado à empresa (atividade), pois ela é idêntica em ambas as situações. A capacidade de gerar lucro, assim, decorre diretamente da articulação dos elementos do estabelecimento, inclusive o espacial, o que torna patente que cada azienda tem seu aviamento” (FÉRES, 2007, p.34) • Clientela, por seu turno e, segundo a doutrina de Oscar Barreto Filho, pode ser compreendida como o conjunto de pessoas que, de fato, mantém com a casa de comércio relações contínuas para aquisição de bens ou serviços. Ela recebe proteção legal em relação à práticas abusivas e este fato pode causar problemas de interpretação, pois parte da doutrina também classifica a clientela como bem imaterial, o que não se deve admitir, conforme veremos a seguir • A clientela é um resultado de uma situação de fato, fruto da melhor organização do estabelecimento, do melhor exercício da atividade, decorrente do desempenho da empresa, que não pode, no entanto, ser confundido como um elemento do estabelecimento, como veremos, a clientela é composta de pessoas, e como tal, não pode ser alvo de apropriação ou propriedade por parte de alguém • O fato da clientela de um determinado estabelecimento empresarial ser protegida juridicamente contra práticas abusivas de eventuais concorrentes não significa que a clientela se tornou elemento do estabelecimento empresarial ou propriedade do empresário (COELHO 2009). • Segundo a doutrina de Ricardo Negrão, “nem a clientela nem o aviamento integram o estabelecimento empresarial, porque não se subsomem ao conceito de coisa, suscetível de domínio.” • Tanto o aviamento quanto a clientela, por não serem considerados coisa, ou objeto de direito, não podem ser transferidas ou vendidas. De acordo com os ensinamentos de Oscar Barreto Filho: “o aviamento existe no estabelecimento, como a beleza, a saúde ou a honradez existem na pessoa humana, a velocidade no automóvel, a fertilidade no solo, constituindo qualidades incindíveis dos entes a que se referem. O aviamento não existe como elemento separado do estabelecimento, e, portanto, não pode constituir em si e por si objeto autônomo de direitos, suscetível de ser alienado, ou dado em garantia.” 3. Ponto Empresarial • O ponto é local exato em que está constituído o estabelecimento, local este que interfere diretamente no sucesso ou não do estabelecimento. Se o empresário for proprietário do imóvel o direito de propriedade tutela seus interesses, mas se ele é locatário, este interesse em ficar no imóvel é protegido pela locação empresarial, disciplinada pela lei 8.245/91, (artigo 51) que requer contrato escrito por prazo determinado, vínculo locatício por pelo menos cinco anos (renováveis por mais cinco) e ainda, que o empresário exerça a mesma atividade por pelo menos três anos. • Importante ressaltar que o Ponto Empresarial pertence à pessoa que explora a atividade, e não ao proprietário do imóvel, sendo que ambos consideram-se diversos. O Ponto Empresarial não existe por si só, ele depende do exercício e da exploração da empresa e é fruto dela; uma consequência do trabalho desenvolvido. • As exceções de retomar o imóvel são (art. 52 e 72). • 1. a insuficiência da proposta do comerciante; • 2. melhor proposta de um terceiro; • 3. realização de obras de valorização; • 4. exigências do poder público, transferência do estabelecimento comercial existente a mais de um ano que opera em ramo diferente do locatário, e que pertença a ascendente, descendente, cônjuge ou sociedade do locador • 5. Pode, ainda, retomar o imóvel o proprietário nos casos de uso próprio. • Caso a ação renovatória seja improcedente caberá indenização pela perda do ponto nos seguintes casos: • Quando não houver melhor proposta de terceiro; se as obras a serem realizadas não tiverem inicio dentro de três meses; ou se no local for explorado o mesmo ramo do comércio, exceto em casos de locação gerência, aquela onde ocorre a locação do imóvel e do estabelecimento comercial. Estabelecimento Empresarial e Fundo de Comércio • Nos termos do art. 1.142 do Código Civil, o estabelecimento comercial é todo o complexo de bens organizado para exercício da empresa, seja por empresário, seja por sociedade empresária, sem o qual não é possível exercer a atividade empresarial. • Art. 1142 - Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. • É, portanto, um conjunto de meios destinados ao exercício da atividade comercial, que constitui uma universalidade de fato, pois é composto pela reunião de bens, não decorrente de determinação legal, mas sim de vontade do seu titular(1). • Os bens que constituem o estabelecimento comercial podem ser corpóreos ou incorpóreos. • Fábio Ulhoa Coelho, "ao organizar o estabelecimento, o empresário agrega aos bens reunidos um sobre valor. Isto é, enquanto esses bens permanecem articulados em função da empresa, o conjunto alcança, no mercado, um valor superior à simples soma de cada um deles em separado". • Esse valor agregado é chamado de goodwill, goodwill of trade, fundo de comércio, fundo de empresa ou aviamento. • Em suma, o estabelecimento comercial é o conjunto de bens materiais ou não de que o empresário se utiliza para exercer a sua atividade comercial. Por outro lado, o valor desse conjunto de bens é o fundo de comércio. • OBS: Embora não haja um conceitouniforme de fundo de comércio, tem-se reconhecido, segundo consenso geral, que é ele composto de um conjunto de bens corpóreos ou incorpóreos que facilitam o exercício da atividade mercantil. No Brasil, emprega-se, também, a expressão estabelecimento comercial para denominar o fundo de comércio. Shopping Center • Segundo doutrina de Orlando Gomes, da Escola de Magistratura Nacional, jurisprudências colhidas em vários Tribunais, bem como em vários livros que abrangem tal tema, o "shopping center" é um empreendimento de um só empreendedor sendo este o único proprietário de todas as unidades, única e exclusivamente de uso comercial, que formam um todo incindível, dá unidades em locação em troca do faturamento da atividade comercial exercida pelo lojista que ele também incrementa, têm a administração única e centralizada, todos os contratos são padrão, entre suas diversas outras características jurídicas próprias de Shopping Center. • É uma organização da competição no interior do prédio realizada pelo proprietário (tenant mix), que coloca a marca ou loja que ele julga interessante colocar dentro do prédio. • Alguns entendem que o contrato entre o lojista e o proprietário do shopping é de locação, mas apesar do parecido não é porque o ponto é do shopping, o dono da loja remunera o mesmo para estar naquele ponto que o proprietário criou, pagando ainda condomínio, luvas porcentagem de lucro e mensalidade da associação do logista. (ver lei 8.245/90, art. 52, II) Valor para alugar no Shopping • 1. Existem duas modalidades de aluguel: • A- Aluguel percentual sob suas vendas (7 a 8% das vendas) • B- Aluguel mínimo. • OBS: No aluguel é utilizado sempre o maior entre eles. Exemplo: época de vendas é o percentual, férias é o mínimo. • 2. Condomínio: geralmente é 80% do valor do aluguel. OBS: em SP (2018) o preço do aluguel é 500 reais o metro quadrado em bairros nobres. • 3. Fundo de promoção: para divulgar o Shopping, valor 20% do aluguel mínimo. • https://noticias.r7.com/re cord-News 26.07.2018 Domicilio do Estabelecimento Principal • Considera-se domicílio para o direito empresarial, o local onde o empresário exerce suas atividades. • Há, entretanto, a possibilidade de que o administrador utilize mais de um estabelecimento empresarial, surgindo, com isto, a ideia de estabelecimento principal, cuja solução se mostra importante para a fixação do juízo competente para a declaração de falência. De acordo com Ricardo Negrão, domicílio é aquele em que se encontra a centralização das ocupações empresariais, isto é, o local de onde emanam as ordens e se realizam as atividades mais intensas da empresa. Todavia, contrariamente a esta posição, mas não revogando a lei especial falimentar, o código civil considera, na hipótese de existir mais de um dito estabelecimento comercial, cada um deles será considerado domicilio dos atos neles praticados • Cabe-nos, ainda, considerar a completude do que entende ser a sede administrativa, Miranda Valverde, que nos ensina que a sede administrativa é, como efeito, o ponto central dos negócios, de onde partem todas as ordens, que imprimem e regularizam o movimento econômico dos estabelecimentos produtores. Na sede da administração é que se faz a contabilidade geral das operações, onde, por isso, devem estar os livros legais da escrituração, os quais, mais do que o valor pecuniário, ou a importância do estabelecimento produtor, interessam, na falência ou concordata, à Justiça. Estabelecimento Empresarial Virtual • Nossos dias são marco de revolução tecnológica constante, em que a Internet tornou-se parte da vida de todos, inclusive no que se refere a negócios empresariais, ao que se chama e- commerce. A possibilidade de fazer compras por meio da rede mundial de computadores também tem sido cada vez mais utilizada devido, principalmente, à comodidade de não ser preciso sair de casa para adquirir o produto desejado. • O comércio eletrônico consiste na realização de transações por meio do chamado estabelecimento virtual. Este tipo de estabelecimento é o propulsionador de transações comerciais feitas por meio da Internet, desde o comércio até a prestação de serviços. • O jurista Fábio Ulhoa Coelho faz esta apresentação em seu livro, segundo o qual comércio eletrônico ”é a venda de produtos (virtuais ou físicos) ou a prestação de serviços realizadas em estabelecimento virtual. A oferta e o contrato são feitos por transmissão e recepção eletrônica de dados. • O comércio eletrônico pode realizar-se através da rede mundial de computadores (comércio internetenáutico) ou fora dele [...] estabelecimento virtual é “uma nova espécie de estabelecimento, fisicamente inacessível: o consumidor ou adquirente devem manifestar a aceitação por meio da transmissão eletrônica de dados.” (COELHO, 2009) • A este respeito, vale ainda reforçar o fato de que a transação não exige que haja um deslocamento físico do comprador até o espaço do vendedor para realizar a compra, que é realizada de forma eletrônica, mas exige, contudo, que tal estabelecimento virtual seja registrado da mesma forma como ocorre com o estabelecimento tradicional. • Portanto, o empresário de um estabelecimento virtual deverá dirigir-se à Junta Comercial e inscrever-se no CNPJ para que sua empresa possa começar a atuar configurada como um estabelecimento virtual. • Na definição disciplinada pelo Código Civil em seu artigo 1.142, que conceitua estabelecimento não há nenhuma referência ao espaço físico como essencialidade para a configuração de um estabelecimento, sendo necessário apenas um complexo de bens que também não são determinados enquanto corpóreos ou incorpóreos. • Dessa forma, a legislação não exclui a possibilidade de admitir-se que seria possível que um site de vendas de dados eletrônicos, sem possuir nenhum aspecto físico, seja caracterizado estabelecimento empresarial, uma vez que houve uma organização de bens em uma localidade, ainda que virtual. • Doutrinadores, como Aldemario Araújo Castro, entendem que, como o Código Civil não faz nenhuma menção ao caráter obrigatório do estado físico do estabelecimento, o ponto comercial do estabelecimento virtual pode ser considerado como o endereço eletrônico do mesmo (site), sendo também este um local, só que virtual. 4. Direito a Propriedade Industrial • Os direitos que decorrem da proteção à propriedade imaterial estão previstos na Lei 9.279 de 1996 (Código da Propriedade Industrial). • A competência para a concessão da patente ou do registro da propriedade industrial é do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI e não da Junta Comercial. • Em suma, o direito industrial é o ramo do direito comercial que visa resguardar os interesses de empresários, designers e inventores relativamente às marcas, desenho industrial, modelo de utilidade e invenções. • O direito de propriedade industrial, compreende o conjunto de regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos elementos imateriais do estabelecimento empresarial, como as marcas e desenhos industriais registrados e as invenções e modelos de utilidade patenteados. • A invenção – O art. 8° da LPI (Lei Propriedade Industrial) dispõe que “É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de” novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.” Portanto, se a invenção não possuir um destes três requisitos, não será patenteada. • Nossa Lei de Propriedade Industrial é fundamentada nos princípios da prioridade e assimilação, devido a forte influência que teve de um tratado internacional aderido pelo Brasil cujo nome era Convenção da União de Paris, que deu origem ao que hoje é chamado Sistema Internacional da Propriedade Industrial. • O princípio da prioridade trata sobre o fato de que qualquer cidadãode país signatário da Convenção da União de Paris pode vir a reivindicar prioridade de patente ou registro industrial no Brasil. • “Art. 3º Aplica-se também o disposto nesta lei: I – Ao pedido de patente ou de registro proveniente do exterior e depositado no País por quem tenha proteção assegurada por tratado ou convenção em vigor no Brasil”. • Quanto ao princípio da assimilação trata de igualar os países aderentes à União de Paris em direitos e prazos. Traz a lei nº 9.279 o seguinte texto: • “Art. 3º, II – Aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou equivalentes”. • Os bens protegidos pelo regulamento são: • Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante: • I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; • II - concessão de registro de desenho industrial; • III - concessão de registro de marca; • IV - repressão às falsas indicações geográficas; e • V - repressão à concorrência desleal. • Art. 3º Aplica-se também o disposto nesta Lei: • I - ao pedido de patente ou de registro proveniente do exterior e depositado no País por quem tenha proteção assegurada por tratado ou convenção em vigor no Brasil; e • II - aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou equivalentes. • Art. 4º As disposições dos tratados em vigor no Brasil são aplicáveis, em igualdade de condições, às pessoas físicas e jurídicas nacionais ou domiciliadas no País. Ato Constitutivo da Sociedade • Duas são as formas de constituição de sociedades, Contratual e Institucional. • A sociedade contratual tem a sua constituição e dissolução regidas pelo Código Civil de 2002, enquanto que a sociedade institucional rege-se, neste ponto, pelas normas da Lei n. 6.404 /76. • As sociedades contratuais têm como ato constitutivo e regulamentar o contrato social. • Para a dissolução deste tipo de sociedade não basta a vontade majoritária dos sócios, a jurisprudência reconhece o direito de os sócios, mesmo minoritários, manterem a sociedade, contra a vontade da maioria; • Há causas específicas de dissolução desta categoria de sociedades, como a morte ou a expulsão de sócio. São sociedades contratuais: em nome coletivo, em comandita simples e limitada. • As sociedades institucionais, por sua vez, têm como ato regulamentar o estatuto social. • Estas sociedades podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária e há causas dissolutorias que lhes são exclusivas como a intervenção e liquidação extrajudicial. • São institucionais a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. • São elementos comuns a ambas as modalidades de constituição os 3 requisitos exigidos para os contratos em geral. • 1. Agente Capaz: artigos 3ª, 4ª e 974 do CC. • 2. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: a determinação ou possibilidade de se determinar o objeto completa a exigência legal porque não é possível constituir sociedade sem se saber ao certo a finalidade pela qual se unem pessoas e capital. • 3. Forma Prescrita ou não defesa em lei: Para os contratos e estatutos de constituição de sociedade, a lei exige forma solene, escrita e plural. Agentes Societários • São Direitos dos Sócios: a participação nos lucros, assumir a função de sócio administrador, fiscalizar os administradores das sociedades, terem acesso aos dados contábeis e o direito de retirada. • São Obrigações dos Sócios: integralizar o Capital Social, participar das perdas, respeitas as cláusulas pactuadas no Contrato Social, prestar contas quando assumir a função de sócio administrador. • Ocorre a resolução (dissolução) do sócio perante a sociedade de quatro formas distintas: • Pela morte do sócio; • Forma voluntária; • Cessão de suas quotas a terceiros; • Exclusão (obrigatória). • Pode ocorrer a exclusão dos sócios, nos casos de: • sócio remisso; falta grave via ação judicial; incapacidade superveniente via ação judicial; justa causa, para sociedades limitadas ou por via administrativa, desde que haja previsão contrato social ou pela penhora das quotas, art. 655 do CPC Referências • https://lfg.jusbrasil.com.br • http://www.crcba.org.br/boletim/edicoes/materia03_bol95.htm • https://www.campograndenews.com.br/artigos/as-sociedades-em-conta-de-participacao-e-os- negocios-imobiliarios • http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA1OkAJ/direito-empresaial • http://www.normaslegais.com.br/guia/sociedade-cooperativa.htm • https://www.perguntedireito.com.br/803/o-que-e-desconsideracao-da-personalidade-juridica • https://jus.com.br/artigos/3104/a-desconsideracao-da-personalidade-juridica • https://evertonjbrito.jusbrasil.com.br/artigos/417393297/nome-empresarial-firma-e-denominacao • https://ronaldosalescardoso.jusbrasil.com.br/artigos/336871571/o-estabelecimento-empresarial • https://samsilvestre2.jusbrasil.com.br/artigos/341123783/direito-de-propriedade-industrial • https://sarahtomazeli.jusbrasil.com.br/artigos/338911341/sociedades-direito-societario • http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-uma- eireli,4fe2be300704e410VgnVCM1000003b74010aRCRD • https://www.paginasdedireito.com.br/index.php/artigos/65-artigos-mai-2008/6054-registro-da- propriedade-industrial • https://jus.com.br/artigos/23908/notas-introdutorias-sobre-a-propriedade-industrial
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