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O Fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23) INTRODUÇÃO O fruto do Espírito é implantado naqueles que nascem de Deus e são cultivados pelo próprio Espírito Santo. Esse novo homem não mais estará dominado pela carne. O fruto do Espírito é formado por qualidades morais cuja origem é Divina. O que Paulo ensinou é que estas qualidades essenciais antes corrompidas pelo pecado, são regeneradas pelo Espírito Santo na vida do Cristão. Assim como as obras da carne é comum no homem sem Cristo, o fruto do Espírito deve ser comum no homem salvo. Formação dos frutos (literalmente) Os frutos nascem a partir de uma flor, crescem, amadurecem e finalmente podem ser colhidos. O tempo desse processo varia de uma espécie para outra. Alguns levam mais tempo outros nem tanto. O certo é que o cuidado e a paciência devem estar presentes naquele que deseja colher bons frutos. Também em relação ao fruto do Espírito há um processo para o seu surgimento. Paulo diz que “a carne deseja o que é contrário ao Espírito e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro” (Gálatas 5.17 NVI). Desse conflito o vitorioso é o que estiver mais fortalecido. O Cristão no processo de santificação, gradativamente elimina as obras da carne. Assim, consequentemente será gerado nele o fruto do Espírito. FRUTOS DO ESPÍRITO (NO PLURAL) OU FRUTO DO ESPÍRITO (NO SINGULAR)? O correto é “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito” como muitos dizem. Mas qual diferença se fosse FRUTOS ao invés de FRUTO? Em uma árvore os frutos são gerados independentes uns dos outros. Cada um tem a sua flor, sua semente, seu talo. Já o fruto do Espírito um depende do outro. A lista escrita por Paulo no texto referência, na realidade não é uma “árvore cheia de frutos” e sim apenas um fruto com nove partículas. É como os gomos da laranja. Um gomo não é laranja sozinho e nem uma laranja tem apenas um gomo. Todos os gomos juntos é que formam uma laranja perfeita. Vejamos cada uma das partículas que juntas formam “O FRUTO DO ESPÍRITO”: O amor (gr. Αγάπη). Esse amor é ágape. É o amor pelo qual Deus nos amou primeiro (Romanos 5.5). O amor uma vez gerado em nós, temos condições de amar com o amor que Ele nos ama, isto é, incondicionalmente. Esse amor é a base, o fundamento onde todas as virtudes do fruto do Espírito são edificadas. Ninguém pode dizer que tem uma partícula do fruto e não tem a outra, pois como já foi dito acima, são todas dependentes. O que pode acontecer é alguém querer apenas uma partícula do fruto, e não se esforçar pelas outras, ou seja não permitir o surgimento das outras. O amor (ágape) nos constrange e leva-nos a agir ao contrário daquilo que a lógica estabeleceu como padrão. Paulo em I Coríntios 13 expõe o exemplo daquele que nasceu do Espírito. Este vive um amor que não busca seus próprios interesses. Sem esse amor é impossível o crescimento das partículas do fruto do Espírito. A alegria (gr. Χαρά). Esta alegria não é gerada por elementos externos que produz uma momentânea e falsa alegria, mas é produzida pelo Espírito Santo que habita naquele que por Ele foi regenerado (I Pedro 1.23). Portanto, é uma alegria que não depende das circunstâncias e nem mesmo das labutas diárias. Esta alegria impulsiona o crente a permanecer firme nas promessas do Senhor ajudando-o a não se desesperar diante das adversidades. Mesmo que choremos e tenhamos fome ou sede de justiça, há uma alegria imensurável como fonte de água viva que transborda para a vida eterna. O apóstolo Paulo ensinou que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17). A paz (gr. Είρήνη). No hebraico paz é shalom. Todos os que andam na presença de Deus desfrutam dessa paz. “Então, Gideão edificou ali um altar ao Senhor e lhe chamou de o Senhor é Paz” (Juízes 6.24). Os israelitas perderam a paz porque não andaram nos caminhos do Senhor (Juízes 6.1). Na Nova Aliança Cristo é a nossa paz (Efésios 2.13,14). A paz que excede todo entendimento (Filipenses 4.7). Assim como a alegria, essa paz não depende das circunstâncias e nem pode ser tomada. Foi o Príncipe da paz que nos deu: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo” (João 14.27). Vale ressaltar que essa paz, não nos deixa livres de lutas e tribulações. Mas teremos ânimo para enfrenta-las (João 16.33). Quem tem essa paz é aprovado ao final das suas lutas. Ao contrário do mundo que vive uma angústia sem fim. CONCLUSÃO 1 O fruto só é desenvolvido quando não colocamos obstáculos para que isso aconteça. Contra o crescimento deste, existem verdadeiras "pragas", capazes de destruir nossa "árvore". Essas "pragas" são nossos medos, ressentimentos, amarguras, rejeições, falta de perdão, mágoas, etc. Se deixarmos que estas "pragas" tomem conta de nossa vida e de nosso coração, colheremos outros tipos de fruto: Os frutos da carne conforme Gálatas 5.19-21. Podemos escolher o que será gerado em nossa vida. O fruto do Espírito ou os da carne. Se você ainda não escolheu, faça hoje mesmo sua escolha. INTRODUÇÃO DA LIÇÃO 2 (Gálatas 5.22-23) Dentre tudo aquilo que nós podemos desejar na vida, nada supera o fruto do Espírito Santo! E por mais que até seja possível alcançar algo semelhante a isso através do nosso esforço pessoal, sem o Espírito Santo o resultado será sempre limitado, temporário e totalmente dependente das circunstâncias, seja de saúde, financeira ou emocional. O segredo é que quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo, o Espírito Santo passou a habitar dentro de nós (1Co 6.19), e é somente através da ação Dele que o fruto é gerado em nossas vidas (João 16.13-14). O fruto do Espírito independe das circunstâncias. Uma vez gerado e desenvolvido, ele permanece por toda a vida (Gl 6.8). Longanimidade ou paciência (gr. Μακροθυμία). Longanimidade de Deus é a paciência com que Ele segura sua ira diante da iniquidade do homem (Romanos 9.22). Portanto, longanimidade é a capacidade gerada pelo Espírito Santo no íntimo do cristão, dando-lhe condições de suportar determinadas afrontas sem se irar. O longânimo é uma pessoa de pavio longo, que não explode com facilidade. Sabe esperar o momento certo para falar, agir e reagir. Não se explode em ira quando provocado. O nosso Deus é tardio em irar-se. “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1.19,20). A longanimidade também se evidencia na capacidade de esperar. “Eis que temos por felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tiago 5.11). Pela falta de paciência, muitos perdem as bênçãos de Deus. Afinal apenas crer não é suficiente, é preciso ter paciência para esperar o momento certo de receber. Benignidade (gr. Χρηστοτης) (Isaias 63.7) Esta partícula do fruto do Espírito, segundo muitos comentadores, é a que de maneira maravilhosa mais reflete o amor de Deus para com os outros sem interesses paralelos. A benignidade evidencia-se na misericórdia e compaixão que exercemos para com o nosso próximo. O mundo age por interesse. Enquanto aqueles que nasceram de Deus, transformados pelo Seu poder não amam por algo em troca. O maior ato da benignidade foi manifesto em Cristo Jesus para salvar pessoas que não mereciam. “Mas Ele prova o Seu amor para conosco tendo Cristo Jesus morrido na cruz sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Vejamos (Tito 3.4-7 - grifo nosso). Benignidade na verdade é a capacidade de querer bem até a quem nos ofendeu. Bondade (gr. Τοιουτων). Bondade é a generosidade em ação para com os outros. Uma pessoa é bondosaquando ajuda os necessitados como no caso do bom samaritano. Somos verdadeiros adoradores de Deus quando quebramos as muralhas das diferenças, e só assim passaremos a ser conhecidos como verdadeiros cristãos. Esta parte do fruto do Espírito, atualmente, está sendo pouco cultivado, ou melhor, está sendo negligenciado. Na verdade, sem o conhecimento da palavra de Deus o fruto permanece verde ou levará muito tempo para amadurecer. A igreja de Roma é um exemplo de que o conhecimento faz parte do cultivo do fruto. “Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros” (Romanos 15.14). Vejamos ainda o que diz em Tiago 2.14-16. Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Como vimos, bondade de Deus foi derramada em nossos corações pelo Seu infinito amor. Portanto não podemos ser crentes egocêntricos, voltados exclusivamente para nossos próprios interesses. Devemos, pois, nos preocupar com o nosso próximo. Quando agimos dessa form, estamos buscando primeiro o Reino de Deus e sua justiça (Mateus 6.33). Se agirmos de outra forma não há ação do Espírito Santo em nosso viver. CONCLUSÃO 2 E talvez você esteja se perguntando: como é que o fruto do Espírito é desenvolvido em nós? – Um jeito bem fácil de entender como isso funciona é pensar no Espírito Santo como um professor e cada virtude do fruto do Espírito (amor, alegria, paz e etc) como uma matéria que é ensinada. Talvez você aprenda com facilidade português e história, mas tenha muita dificuldade em matemática e geografia. O que acontece aqui, é que para ser aprovado, não basta ser bom e uma ou duas matérias, é preciso alcançar uma média boa em todas. Assim também acontece com as virtudes do fruto do Espírito. Inclusive, como no caso das matérias, é preciso uma dedicação ainda maior onde você tem mais dificuldade. Por isso, se torna tão importante conhecer do que se trata cada uma delas. INTRODUÇÃO DA LIÇÃO 3 (Gálatas 5.22-23) Uma das primeiras coisas que acontecem logo após a conversão é descobrirmos que agora, nosso maior propósito de vida é fazer a vontade de Deus (1Co 6.20), descobrir o que Ele espera de nós (Ef 5.15-17). E na verdade não se trata de nenhum segredo. Jesus deixou isso bem claro em João 15.16, onde Ele diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo o que pedirem em meu nome” (NVI). Jesus nos escolheu para darmos fruto e fruto que permaneça! Essa é a vontade de Deus pra nossas vidas! Fé (gr. Πίστις). A fé foi dada aos santos (Judas 3) para que mantenham a fidelidade e perseverem no dia da adversidade. Fidelidade, é a característica daquele que é honesto, confiável e transparente em seu relacionamento pessoal com Deus. Por isso segue em frente, permanece firme, continua leal, mesmo em meio a resultados infelizes e decepções. Essa fé não é abalada com as experiências difíceis, pois seu olhar está fixado naquele que é fiel, e não nas circunstâncias. João disse que o que vence o mundo é a nossa fé (João 5.4). Quando se acredita em alguma coisa as pessoas começam a agir harmoniosamente com naquilo que acreditam. Na área econômica, se uma pessoa acredita que determinado investimento dá certo, com toda convicção, investirá todos seus recursos porque tem fé naquilo que está fazendo. Assim é com as coisas espirituais: é preciso se entregar sem reservas. Somos incentivados à fidelidade até a morte (Apocalipse 2.10). “Não adianta ler a Bíblia toda em um mês, e só. Isto pode ser até uma prática para um tempo de euforia, mas o crescimento virá com a leitura constante, cuidadosa, meditativa, realizada anos após anos. É um investimento para a vida toda” (Israel Belo Azevedo). Mansidão (gr. Πραΰτης). Mansidão no hebraico do AT significa gentileza, humildade, suavidade, brandura (Pv 15.33; 18.12; 22.4; Sf 2.3; Sl 18.35; 45.4). Também no grego NT tem o mesmo significado (Mt 5.5; 11.29; 21.5; 1Co 4.21; 2 Co 10 1; Gl 5.22). Na medida em que somos transformados de glória em glória na imagem de Cristo, tornamo-nos, cada vez mais, mansos e humildes de coração. Jesus é o maior exemplo disso, leia Mateus 11.29. Ao contrário do que pode parecer, mansos não são covardes, são pacificadores. Onde há discórdia levam a paz, agem dessa forma porque são cheios do Espírito Santo. O mundo precisa de pessoas mansas, que deem testemunho de Cristo através das suas vidas. Ser manso é reagir de maneira tranquila às críticas, agressões e a situações adversas. É tratar aos outros com paciência e amor quando estes cometem algum erro ou lhe prejudicam. “Seja, porém, o interior do coração, unido ao incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é precioso diante de Deus.” (I Pedro 3.4). Domínio Próprio (gr. έγκράτεια). Talvez uma das virtudes mais desejadas no fruto do Espírito, seja a capacidade de controlar a si mesmo (Tg 3.2, 1Co 6.12). Domínio próprio significa autocontrole, equilíbrio entre um extremo e outro. Aquele que tem o fruto do Espírito não é descontrolado, atacado de ira. É uma pessoa que diante de uma situação que exige uma atitude enérgica, consegue dar a volta por cima e agir com moderação, autocontrole. Paulo advertiu a Timóteo, “Mas tu sê sóbrio em tudo” (2 Timóteo 4.5). Pedro por sua vez disse “que está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede criteriosos” (1 Pedro 4.7). Mas porque essa partícula do fruto do Espírito é tão importante? Muito sal pode prejudicar a saúde. Luz em excesso pode cegar. O fogo sem controle pode destruir. Um crente sem domínio próprio pode ser uma má influência e levar outros a cometerem os mesmos excessos. Quando o fruto não se desenvolve, não existe o equilíbrio necessário para o funcionamento sadio. O domínio próprio desenvolvido pelo Espírito Santo nos torna capazes de dizer não, quando é preciso dizer não, de esperar quando é preciso esperar e de agir quando é preciso agir (2 Tm 1.7). Mesmo porque o domínio próprio também é necessário para vencer a preguiça, a acomodação e a procrastinação (Pv 13.4), ou seja, não é somente deixar de fazer o que é errado, mas fazer o que precisa ser feito (Tg 4.17). CONCLUSÃO 3 O Fruto do Espírito são qualidades morais e essenciais cultivado no crente pelo Espírito Santo para o crescimento espiritual da igreja. Todos que nasceram de Deus entraram nesse processo de santificação. É uma obra do Espírito na vida do salvo. É obvio que nós não temos condições de alcançar a perfeição e todas as virtudes do fruto do Espírito, aliás, em nenhuma delas. Mesmo assim, o nosso alvo deve ser chegar o mais próximo disso (Fp 3.12-14), o mais próximo de Jesus Cristo, que foi o único perfeito (Hb 4.15) em cada uma delas e nos serve como exemplo (Hb 12.3-4, 1Pe 4.1-2). Lembre-se de que quem desenvolve o fruto é o Espírito Santo, mas velocidade com que isso acontece, aí sim, depende de nós (2Pe 1.5-11). Quando maior for a nossa obediência à direção dada pelo Espírito Santo, mais rápido nós vamos desenvolver o fruto do Espírito, ter a vida completamente transformada e influenciar outros a seguirem o mesmo Caminho (Mt 5.14). Bibliografia AMARAL, Leila. Nova Era: um desafio para os cristãos. Editora Paulinas. São Paulo, 1994. BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. São Paulo. Vida Nova, 1997. 1929p. BELO, Israel Azevedo de. O Fruto do Espírito: a vida cristã como ela deve ser. São Paulo. Editora Sepal, 2003. p73. 103p. BERKHOF, Loius. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001. 720p. NICODEMUS, Augustus Lopes. Cheios do Espírito. São Paulo Editora Cultura Cristã. São Paulo, 1998. 8p. ORTON, H. Wiley / CULBERTSON, Paul T. Introdução à Teologia Cristã.São Paulo. Casa Nazareno de Publicações. São Paulo, 1990. 516p. PACKER, J. I. Teologia Concisa: Síntese dos fundamentos históricos da fé cristã. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 1998. 246p. FHILLIP, Keller W. Frutos do Espírito Santo. Minas Gerais. Editora Betânia, 1981. 151p ROBERTSON, Palmer O. A Palavra Final: Resposta bíblica à questão das línguas e profecias hoje. São Paulo. Editora Os Puritanos, 1999. 167p. HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Hagnos, 2001. 1711p. SPROUL, R.C. Ministério do Espírito Santo. Editora 0Cultura Cristã. São Paulo, 2002. 160p. www.vainabiblia.com/videos/fruto-do-espirito-como-ter-a-vida-transformada
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