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PROJETO DO PRODUTO/SERVIÇO E PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE A LONGO PRAZO

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24/10/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/17
GESTÃO DE OPERAÇÕES PRODUTIVAS
Capítulo 3 – Planejamento das operações: projeto do produto ou serviço
Gestores da área de operações deverão tomar uma série de decisões estratégicas no planejamento da área de operações. A primeira delas é projetar seus produtos
e/ou serviços. Esta atividade não é executada apenas uma vez, mas, diante da elevada concorrência que existe no mercado, as empresas continuamente projetam
novos produtos ou serviços, visando o lançamento de novos modelos de bens materiais, ou inovar com novos serviços. Sobral & Peci (2013) e Slack e outros (2009)
detalham com maestria o processo de projetar um novo produto ou serviço, considerando as etapas necessárias, a produtibilidade, ou seja, a capacidade que a
empresa possui para produzir aquele produto ou serviço em projeto e a prototipagem. 
Textos complementares:
1) Livro Administração da Produção – Edição Compacta. Nigel Slack e outros. Terceira Edição. Atlas, 2011. Capítulo 5, páginas 112 a 143.
2) Livro Administração – Teoria e prática no contexto brasileiro. Filipe Sobral e Alketa Peci. Segunda Edição. Pearson, 2013. Capítulo 9, itens 9.2 e 9.2.1, páginas 416
a 418.
3) Estratégia de negócios: planejamento a longo prazo. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901969000100001&script=sci_arttext&tlng=pt
 
3.1 – Definindo projeto de produto ou serviço
Sobral e Peci (2013) afirmam que o projeto do produto ou serviço consiste na decisão acerca os produtos ou serviços que a organização irá produzir e comercializar.
Afirmam a importância que estas decisões possuem, pois afetarão não só a atratividade dos produtos e serviços para os clientes, mas também as condições, custos e
recursos necessários para a produção.
Slack e outros (2009) nos mostram como é importante ter um bom projeto de produto ou serviço. Um bom projeto satisfaz os consumidores, comunica o propósito
do produto ou serviço ao mercado e traz recompensas financeiras às empresas. O objetivo do projeto, independentemente de ser um produto ou serviço, é satisfazer
os consumidores. Isto traz a melhoria da competitividade da organização. Observa-se então que o projeto do produto ou serviço tem seu início no consumidor, e nele
termina.
Projetistas de produtos buscam alcançar projetos esteticamente agradáveis que atendam ou excedam às expectativas dos consumidores. Tentam também, projetar
um produto que tenha um bom desempenho e que seja confiável ao longo de sua vida útil. Observam que o projeto deve ser de fácil e rápida fabricação. De forma
similar, os projetistas de serviços tentam produzir os novos serviços com base na expectativa dos consumidores, porém considerando que o novo projeto de serviços
está dentro das capacitações da operação, devendo também ser oferecido a um preço razoável.
3.2 – Estágios do projeto de produto ou serviço
Na visão de Slack e outros (2009), para se obter um projeto final de um produto ou serviço, a atividade de projeto necessita passar por várias etapas ou estágios.
Serão aqui descritas na ordem em que geralmente ocorrem conforme a figura 3-1 abaixo. A primeira etapa é a geração do conceito, que desenvolve o conceito global
do projeto ou serviço. Tais conceitos são então selecionados por meio de uma triagem visando garantir que sejam um incremento significativo ao portfólio de
produtos da empresa, atendendo aos conceitos definidos. O conceito triado e condensado irá gerar um chamado projeto preliminar que passará, então, por uma fase
de avaliação e melhoria. O projeto ajustado poderá então estar sujeito a prototipagem e ao projeto final.
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3.2.1 – Estágio de geração do conceito
Slack e outros (2011) afirmam que os conceitos surgem a partir do desenvolvimento das idéias. Na verdade as idéias de um novo produto ou serviço precisam ser
transformadas em conceitos de forma que possam ser avaliadas e então operacionalizadas. Conceitos são declarações transparentes que englobam a idéia e também
indicam sua forma, função, objetivo e benefícios globais.
Por exemplo, uma empresa de férias de aventuras vê uma oportunidade de expandir sua clientela de férias para um grupo de clientes mais jovem do que atende
atualmente. A “idéia” é proporcionar férias de aventuras para crianças de 10 a 12 anos. A “ideia” então é trabalhada a ponto de se definir um “conceito” que, uma vez
trabalhado, apresentará como características a duração do passeio (1 semana, por exemplo), a definição das acomodações, as multiatividades previstas para os
jovens, o caráter de aventura, a definição de um ambiente seguro, mas excitante, e a distância dos pais. Observe que o conceito envolve a forma global do produto
ou serviço, seu propósito, a maneira de como o produto ou serviço funcionará e os possíveis benefícios. (SLACK E OUTROS, 2011).
As ideias, conforme Slack e outros (2009), poderão surgir de fontes internas e externas à organização. A saber:
• Ideias dos consumidores: a área de marketing utiliza de diversas técnicas para coletar informações dos consumidores, podendo ser estrutura através de
questionários ou entrevistas, e também de forma pouco estruturada como a criação de Grupos de Foco. Um grupo de foco, de modo geral, compõem-se de
basicamente sete a dez participantes que não estão familiarizados uns com os outros, mas que foram selecionados por terem características comuns adequadas ao
tópico em análise. Os participantes são convidados a discutir ou compartilhar idéias com os outros em um ambiente favorável que alimenta diferentes percepções e
pontos de vista, sem pressioná-los.
• Ouvindo os clientes: clientes podem reclamar a respeito de um produto ou serviço específico ou podem dar sugestões para seu aperfeiçoamento. As ideias
podem também vir na forma de sugestões dadas pelos clientes aos funcionários, durante a compra do produto ou a prestação do serviço.
• Ideias das atividades dos concorrentes: uma nova idéia pode dar a uma empresa uma vantagem no mercado, mesmo que seja temporária, e organizações
concorrentes terão que decidir se imitam ou se, alternativamente, decidem gerar uma idéia diferente e melhor. Muitas vezes isso envolve a ENGENHARIA REVERSA,
que consiste em desmontar um produto para entender como a organização concorrente o fez. As organizações de serviços muitas vezes utilizam o MISTERY
SHAPPER, ou seja, o comprador misterioso, o qual utiliza os serviços prestados pelo concorrente, captando todas as suas características.
• Ideias dos funcionários: o pessoal de contato ou o pessoal de vendas atendem clientes todos os dias. Este pessoal pode ter boas ideias sobre o que os clientes
gostam ou não gostam. Podem ter acumulado sugestões dos clientes ou até mesmo ter ideias próprias a respeito de como os serviços ou produtos poderiam atender
melhor os clientes.
• Ideias de pesquisa & desenvolvimento: grandes organizações normalmente possuem uma área específica de pesquisa & desenvolvimento que objetiva
procurar desenvolver novos conhecimentos, tecnologia e ideias para resolver um determinado problema ou aproveitar uma oportunidade.
3.2.2 – Triagem do conceito
Nem todos os conceitos gerados irão gerar novos produtos ou serviços. O objetivo da etapa de triagem (ou seleção) do conceito é a avaliação de cada um. Esta
avaliação significa estimar o mérito ou valor de cada opção de projeto, de modo que possam ser efetuadas escolhas entre elas. Isso envolve a avaliação de cada
conceito ou opção com base em determinados critérios de projetos, que são (SLACK E OUTROS, 2009):
• A viabilidade: quão difícil é o projeto? Que investimentos tanto financeiros quanto gerenciais serão necessários? Quantos investimentosnecessitaríamos fazer?
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• A aceitabilidade: ele vale a pena? Que retornos em termos de benefícios ele trará?
• A vulnerabilidade: o que poderia dar errado? Que riscos corremos?
A aplicação progressiva desses critérios de avaliação reduz o número de opções de conceitos disponíveis. O crivo das áreas de marketing, produção e finanças
ajudarão na seleção dos conceitos. A figura 3-2 ilustra o então chamado “funil do projeto”, demonstrando a progressiva redução das opções de projeto até a opção
final (SLACK E OUTROS, 2009).
3.2.3 – Projeto preliminar
Após a geração de um conceito de produto ou serviço aceitável, viável e exeqüível, a próxima etapa é criar o projeto preliminar, a qual objetiva ter a primeira versão
tanto da especificação do pacote dos produtos ou serviços, como da definição dos processos necessários para gerá-lo.
A primeira tarefa desta etapa é definir e especificar os componentes do pacote. Isto exigirá a coleta de informações sobre, por exemplo, as partes componentes do
pacote de produtos ou serviços, a estrutura de produto/serviço, isto é, a ordem de reunião das partes componentes do pacote, a lista de materiais principalmente.
(SLACK E OUTROS, 2011)
Para reduzir a complexidade do projeto, os projetistas abordam algumas abordagens para auxílio. São elas (SLACK E OUTROS, 2009):
• Padronização: visa a diminuição dos custos e a diminuição das variedades possíveis de modelos. Como exemplo podemos analisar uma empresa de roupas que
ao invés de produzir tamanhos que atendam especificamente a todos os tamanhos existentes de pessoas, padronizam em alguns tamanhos (Pequeno, Médio, Grande,
Super-Grande), visando a diminuição de variedade na produção.
• Comunalidade: significa utilizar elementos comuns dentro de um produto ou serviço, visando a simplificação do projeto. Os novos projetos podem utilizar
“partes prontas” já dominadas pelo processo produtivo, simplificando o projeto. Por exemplo, o projeto de um novo ferro elétrico poderá utilizar os mesmos cabos de
força e tomadas já conhecidas pela produção e muito utilizadas com sucesso nos modelos anteriores.
• Modularização: o uso de princípios de projeto modular envolve projetar subcomponentes padronizados de um produto ou serviço que podem ser agrupados de
formas diferentes. Um exemplo, projetos de computadores cuja montagem considera o intercambio de várias combinações através de módulos padronizados. 
A segunda atividade desta etapa é a definição do processo para criação do pacote de produtos ou serviços.
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A estrutura de produtos/serviços e a relação de materiais especificam o que deve ser reunido e trabalhado para “montar” o produto ou serviço. Esta atividade é
executada por analistas de processos que irão definir passo-a-passo, as atividades ou operações que a equipe de operadores ou empregados deverão cumprir para
produzir o novo produto ou prestar o novo serviço. Os processos precisam ser documentados. Algumas técnicas destinadas à documentação de processos são:
1. Diagramas de fluxo simples, ou Mapa de processo;
2. Folhas de roteiro, e
3. Diagramas de fluxo de processo.
As figuras 3-3, 3-4 e 3-5 exemplificam a documentação de processos em cada uma dessas técnicas (SLACK E OUTROS, 2009) 
É importante lembrar que a documentação dos processos produtivos é condição básica para a obtenção da qualificação ISO 9001, bem como para utilização no
treinamento de novos funcionários e nos processos de análise e melhoria da qualidade operacional.
Jacobs & Chase (2012) definem esta etapa como detalhamento do projeto e exemplificam as atividades em uma manufatura:
• Definir processos de produção das peças e partes
• Projetar ferramental
• Definir processos de garantia de qualidade
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3.2.4 – Avaliação e melhoria do projeto
O objetivo desta etapa, na visão de Slack e outros (2009), é verificar se o projeto preliminar pode ser melhorado antes que o produto ou serviço seja testado no
mercado. Há diversas técnicas que podem ser empregadas para avaliar e melhorar o projeto preliminar. Três se mostram especialmente úteis:
• Desdobramento da função qualidade (QFD – Quality Function Deployment);
• Engenharia de valor (VE – Value Engineering);
• Métodos de Taguchi.
3.2.4.1 – Desdobramento da função qualidade (QFD)
O objetivo principal desta técnica é buscar assegurar que o projeto de um produto ou serviço realmente atenda às necessidades de seus clientes. É adequado verificar
se o que está sendo proposto como projeto do produto ou serviço atenderá a essas necessidades. A técnica utiliza a confecção de uma matriz (chamada matriz QFD)
que relaciona os requisitos do consumidor com as características do projeto que traduzem esses requisitos na prática. 
O desdobramento da função qualidade é uma técnica desenvolvida no Japão no estaleiro da Mitsubishi, em Kobe, e é usado amplamente pela Toyota e seus
fornecedores. Também é conhecido como “casa da qualidade” e “voz do cliente” (SLACK e OUTROS, 2009). 
A figura 3-6 ao lado exemplifica uma matriz QFD de um projeto naval de um navio mercante minero-petroleiro da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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3.2.4.2 – Engenharia de Valor (EV)
O objetivo da engenharia de valor é tentar reduzir custos e prevenir quaisquer custos desnecessários, antes de produzir o produto ou serviço. Os programas de
engenharia de valor normalmente são conduzidos por equipes de projeto compostas de projetistas, especialistas de compras, gerentes de produção e analistas
financeiros. Os elementos componentes do pacote são submetidos a investigação rigoroso por meio da análise de sua função e custo, e posteriormente, da tentativa
de encontrar componentes similares que poderiam fazer a mesma função a um custo menor (SLACK e OUTROS, 2009)
3.2.4.3 – Métodos de Taguchi 
O principal objetivo dos métodos de Taguchi é testar a robustez de um projeto, verificando se o produto ou serviço deve conseguir manter seu desempenho em
condições adversas. Slack e outros (2009) exemplifica com um telefone que deveria trabalhar depois de ter caído no chão, e por isso é necessário considerar em seu
projeto a necessidade de construir uma carcaça resistente.
3.2.5 – Prototipagem e projeto final
Na etapa da atividade de projeto, é necessário transformar o projeto melhorado em um protótipo que possa ser testado. Protótipos de produtos podem incluir tudo
desde modelos em argila a simulações em computador. Protótipos de serviços podem compreender simulações em computadores, mas também a implementação real
do serviço em uma escala piloto ou em uma simulação controlada (SLACK e OUTROS, 2009).
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A construção de protótipos físicos foi facilitada pelo uso de novas tecnologias como o software CAD – Computer Aided Design. O CAD permite simulações de produtos
em computador testando seu desempenho com precisão, sem testes físicos. Com esta ferramenta, o projeto, os desenhos, os testes do produto, o cálculo dos custos
são realizadosinterativamente no computador, conferindo maior flexibilidade e agilidade ao processo (SOBRAL e PECI, 2013)
 
GESTÃO DE OPERAÇÕES PRODUTIVAS
Capítulo 4 – Planejamento de longo prazo da capacidade produtiva
Uma vez decididos quais serão os produtos e/ou serviços que serão produzidos pela organização, o próximo passo é decidir a capacidade do sistema de operações, ou
seja, a capacidade de produção a longo prazo. Através de um planejamento adequado, a empresa antecipa como reagirá à demanda futura do produto ou serviço
oferecido.
O planejamento da capacidade é geralmente considerado em três horizontes de duração (JACOBS & CHASE, 2012):
Longo prazo – Mais de um ano. Quando é necessário um tempo longo para viabilização como, por exemplo, adquirir imóveis, novos equipamentos.
Médio prazo – planejamento mensal ou trimestral para os próximos seis a dezoito meses.
Curto prazo – menos de um mês. Associado ao processo de planejamento diário ou semanal incluindo opções como horas-extras, transferências de pessoal e vias
alternativas de produção.
O conteúdo deste capítulo enfoca o planejamento da capacidade no longo prazo. Usualmente são necessários ajustes da capacidade produtiva a médio e a curto
prazo. Este caso será tratado especificamente nas decisões operacionais, capítulo Planejamento e Controle da Produção. 
 
Textos complementares:
Livro Administração da Produção – Edição Compacta. Nigel Slack e outros. Terceira Edição. Atlas, 2011. Capítulo 6, páginas 150 a 159.
Livro Administração – Teoria e prática no contexto brasileiro. Filipe Sobral e Alketa Peci. Segunda Edição. Pearson, 2013. Capítulo 9, item 9.2.2, páginas 419 e 420.
4.1 – O que é capacidade produtiva?
Usualmente, o termo capacidade é utilizada no sentido de um volume físico de um recipiente, por exemplo, uma garrafa que pode armazenar no máximo 680 ml; ou
determina o espaço em uma localidade, como a capacidade de armazenamento de um porta-mala de um carro, 500 litros.
No entanto, quando tratamos da capacidade de uma organização, além de considerar a quantidade, faz-se necessário considerar também a dimensão TEMPO. Por
exemplo: um cinema possui a capacidade máxima de 250 lugares. Se durante o dia tiver 10 sessões, a capacidade máxima diária será de 2500 lugares. No mês (30
dias), a capacidade máxima será de 75.000 lugares. 
No sentido geral dos negócios, capacidade é vista como a quantidade de produto que um sistema pode alcançar no longo de um período específico. Em serviços, pode
ser o número de clientes que a empresa consegue atender no período de uma hora. Em uma manufatura pode ser o número de automóveis produzidos em um dia.
(JACOBS & CHASE, 2012)
Slack e outros (2009) definem capacidade de uma operação como o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo, que o
processo pode realizar sob condições normais de operação.
O planejamento da capacidade de produção está estreitamente relacionado com as expectativas acerca da demanda futura da empresa. Através dele, a empresa
decide como reagirá à demanda futura. Caso espere um aumento da demanda, o planejamento de capacidade deve garantir que a organização consiga produzir os
produtos e serviços de modo a satisfazer essa demanda.
4.2 – Nível ótimo de capacidade
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As organizações precisam decidir sobre o tamanho adequado de sua capacidade produtiva, de forma que possam:
a) atender à demanda planejada;
b) ter uma relação de custos conveniente, e
c) estar preparada para administrar alterações futuras na demanda.
O primeiro passo para definir a capacidade de produção é estimar a demanda pelos produtos ou serviços da organização. Na maioria das organizações, a previsão da
demanda é responsabilidade do departamento de marketing. Por isso, a adequada definição da capacidade aos níveis da demanda prevista depende da boa
articulação e colaboração entre os departamentos de marketing e operações. No entanto, a previsão da demanda é caracterizada pela elevada incerteza, ao passo
que a mensuração da capacidade é caracterizada pela elevada complexidade (SOBRAL & PECI, 2013)
É claro que a organização poderá ajustar sua capacidade alterando condições de sua força de trabalho com o aumento do número de turnos, a contratação de novos
funcionários ou com o pagamento de horas extras. Estas decisões atendem aos ajustes de capacidade no médio e no curto prazo.
O problema aqui estudado é definir o tamanho e a capacidade adequada para que a organização possa equilibrar capacidade e demanda durante um período de longo
prazo.
Inicialmente, esse equilíbrio entre a demanda prevista e a capacidade, reflete-se nos custos de produção, fixos e variáveis. Os custos fixos existem
independentemente da quantidade produzida, já os custos variáveis dependem dela.
Vamos supor uma empresa de manufatura que decide projetar suas instalações para produzir, em condições normais, 800 unidades/semana de um produto
(capacidade teórica).
Se a empresa produzir menos que 800 unidades/semana, o custo médio de cada produto aumentará, porque os custos fixos da fábrica estarão sendo cobertos por
um número menor de unidades produzidas. O gráfico contido na figura 4-1 mostra esta relação.
 
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Se a empresa produzir semanalmente uma quantidade próxima ou superior a 800 unidades/semana, ocasionará também um aumento no custo médio de cada
produto em função de:
a) Elevação dos custos fixos em função de maior atividade da empresa, como por exemplo, maior consumo de energia;
b) Elevação nos custos variáveis em função da produção acima do esperado como pagamento de horas-extras, pessoal de apoio adicional, etc
c) Possível perda de produtividade da mão-de-obra em função da sobrecarga de trabalho; redução do período de manutenção dos equipamentos com maior
probabilidade de quebra.
Este conjunto de fatores faz com que os custos médios aumentem depois de um ponto que, em geral, será menor do que a capacidade teórica da fábrica. O gráfico
contido na figura 4-2 exemplifica a situação.
 
A princípio, projetar fábricas com maior capacidade teórica, significa obter um menor custo unitário. De fato, este é um fator real, pois:
• Os custos fixos de uma operação não aumentam proporcionalmente com sua capacidade. Os custos fixos de uma fábrica de 800 unidades por semana são
menores do que os custos fixos de duas fábricas de 400 unidades por semana;
• O custo de capital, ou seja, o custo de construção de uma fábrica de 800 unidades por semana é menor do que os custos de construção de duas fábricas de 400
unidades por semana.
Estes fatores combinados são denominados economias de escala. Até certo tamanho da capacidade teórica, os custos unitários decaem.
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Entretanto, acima de certo tamanho da capacidade teórica, o ponto de custo mínimo pode aumentar. Isto ocorre devido ao que se denomina deseconomia de escala.
Segundo Slack e outros (2009), dois fatores se destacam como motivos que produzem aumento de custos em função do alto volume de produção. São eles:
• Os custos de transporte podem ser altos quando se tem produção centralizada em uma única grande fábrica. Distribuir a produção em fábricas menores, mais
próximas dos consumidores ou dos fornecedores diminuirá este custo.
• Os custos de complexidade, ou seja, aqueles que envolvem os esforços de comunicação e coordenação aumentam muito com o aumento da capacidade. 
Jacobs & Chase (2012) citam também a necessidade de manter a demandapara conservar a enorme capacidade teórica. Neste caso, a empresa poderá fornecer
descontos significativos nos produtos. Os fabricantes de automóveis nos Estados Unidos enfrentam continuamente este problema. 
Em resumo, projetar fábricas de pouca capacidade teórica pode acarretar altos custos unitários. Projetar fábricas de grande capacidade teórica pode acarretar custos
unitários superiores. 
A decisão estratégia da função operação é decidir qual a capacidade teórica adequada para a empresa, visando:
• atender a demanda planejada, e 
• ter um custo unitário de produção adequado.
4.3 – Flutuações da demanda
Para equilibrar sua capacidade teórica com a demanda, as organizações podem aumentar ou diminuir a capacidade produtiva alterando a força de trabalho,
expandindo ou diminuindo as instalações ou subcontratando outras empresas. De modo geral, as empresas podem adotar três estratégias de planejamento de
capacidade para lidar com flutuações de demanda. São elas (SOBRAL E PECI, 2013):
• Estratégia de antecipação: a empresa ajusta sua capacidade de produção antes que ocorram aumentos de demanda. Dessa forma, cria condições para
aproveitar novas oportunidades. Trata-se no entanto de uma estratégia arriscada, em função da empresa ficar dependente do aumento da demanda;
• Estratégia de reação: a empresa espera que o aumento da demanda se concretize e que suas operações estejam na capacidade máxima para aumentar sua
capacidade. Esta opção minimiza os riscos, mas pode impedir o aproveitamento das oportunidades pela empresa;
• Estratégia de acompanhamento: a empresa adiciona ou subtrai pequenas quantidades de capacidade, reagindo às mudanças de demanda ocorrentes no
mercado. Esta opção diminui o risco operacional, mas pode gerar instabilidade entre os funcionários e é, geralmente, mais custosa para a empresa.
Uma alternativa para equilibrar capacidade e demanda é a utilização de estoques de produtos acabados.
Esta alternativa não funciona para o caso de operações de processamento de clientes. Um hotel, por exemplo, não pode satisfazer à sua demanda em um ano usando
quartos que estiveram livres no ano anterior. (SLACK e OUTROS, 2009).
A produção de bens materiais pode-se utilizar dos estoques para equilibrar pequenas flutuações de demanda. Os estoques podem auxiliar qualquer estratégia de
planejamento da capacidade que a organização adotar.
Slack e outros (2009) apontam as vantagens e desvantagens da utilização dos estoques, expressas na figura 4-3.
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Exercício 1:
Um bom projeto de produto e serviço traduz as necessidades dos consumidores na forma e configuração do produto ou serviço.
Está correto afirmar que 
A)
isso não implica nas especificações das capacitações da operação produtiva.
B)
as necessidades dos consumidores não devem ser consideradas nos projetos.
C)
um bom projeto é o que copia as melhores coisas dos concorrentes, e quando possível as copia integralmente.
D)
o projeto só deve ser importante para a definição do processo.
E)
os consumidores são importantes para as definições nas organizações.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
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Comentários:
A) Projetistas de produtos buscam alcançar projetos esteticamente agradáveis que atendam ou excedam às expectativas dos consumidores. Tentam também,
projetar um produto que tenha um bom desempenho e que seja confiável ao longo de sua vida útil. Observam que o projeto deve ser de fácil e rápida fabricação. De
forma similar, os projetistas de serviços tentam produzir os novos serviços com base na expectativa dos consumidores, porém considerando que o novo projeto de
serviços está dentro das capacitações da operação, devendo também ser oferecido a um preço razoável.
B) Projetistas de produtos buscam alcançar projetos esteticamente agradáveis que atendam ou excedam às expectativas dos consumidores. Tentam também,
projetar um produto que tenha um bom desempenho e que seja confiável ao longo de sua vida útil. Observam que o projeto deve ser de fácil e rápida fabricação. De
forma similar, os projetistas de serviços tentam produzir os novos serviços com base na expectativa dos consumidores, porém considerando que o novo projeto de
serviços está dentro das capacitações da operação, devendo também ser oferecido a um preço razoável.
E) Projetistas de produtos buscam alcançar projetos esteticamente agradáveis que atendam ou excedam às expectativas dos consumidores. Tentam também,
projetar um produto que tenha um bom desempenho e que seja confiável ao longo de sua vida útil. Observam que o projeto deve ser de fácil e rápida fabricação. De
forma similar, os projetistas de serviços tentam produzir os novos serviços com base na expectativa dos consumidores, porém considerando que o novo projeto de
serviços está dentro das capacitações da operação, devendo também ser oferecido a um preço razoável.
Exercício 2:
Nem todos os conceitos gerados resultam em produtos e serviços. Diferentes análises vão selecionando ao longo do tempo os conceitos válidos, que serão trabalhados até o ponto do projeto preliminar de seu pacote
e processo. 
 
Durante essa triagem algumas questões típicas devem ser respondidas para os três filtros funcionais - marketing, finanças e produção:
 
I Viabilidade, aceitabilidade e vulnerabilidade
II Praça, promoção e preço
III Forma, função e propósito
IV Conceito, pacote e processo
V Materiais, informações e consumidores
 
As questões típicas a serem respondidas pelos três filtros funcionais acham-se contempladas em
A)
II e III.
B)
IV, somente.
C)
III e V.
D)
II e IV.
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E)
I, somente.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) A viabilidade: quão difícil é o projeto? Que investimentos tanto financeiros quanto gerenciais serão necessários? Quantos investimentos necessitaríamos fazer? • A
aceitabilidade: ele vale a pena? Que retornos em termos de benefícios ele trará? • A vulnerabilidade: o que poderia dar errado? Que riscos corremos?
Exercício 3:
Na maioria das organizações, a previsão de demanda é de responsabilidade dos departamentos de vendas e marketing, sendo a principal entrada para as decisões de planejamento e controle da capacidade. Sem
uma estimativa de demanda futura não é possível planejar para futuros eventos, restando somente reagir a ele. 
Assim, as previsões de demanda devem
A)
representar as metas estabelecidas pelo diretor de vendas.
B)
ser exata de tal forma que se possa assumir compromissos financeiros baseados em tal exatidão.
C)
garantir que não exista nenhuma incerteza.
D)
obrigatoriamente ser diferente da demanda real.
E)
ser expressa em termos úteis para o planejamento.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
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E) O planejamento da capacidade de produção está estreitamente relacionado com as expectativas acerca da demanda futura da empresa.
Exercício 4:
No processo de geração do conceito para um novo produto ou serviço, as ideias podem advir de diferentes fontes, que podem ser consideradas fontes externas e fontes internas.
 As afirmativas abaixo mostram diversas possibilidades para tais fontes:
I A análise das necessidades dos consumidores é uma fonte interna.
II Pesquisa de mercado é uma fonte externa.III Sugestões dos clientes partem de fontes internas.
IV Sugestões do pessoal de contato com os clientes nascem de fontes externas.
V As ações dos concorrentes são fontes externas.
Dentre as possibilidades acima, podem ser consideradas corretas as contempladas em
A)
I, II e III.
B)
II, III e IV.
C)
II, IV e V.
D)
I, II e V.
E)
I, III e IV.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) A análise das necessidades dos consumidores é uma fonte interna.; Pesquisa de mercado é uma fonte externa.; As ações dos concorrentes são fontes externas.
Exercício 5:
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Considerando as 5 etapas para obtenção de um projeto final de um produto ou serviço - GERAÇÃO DO CONCEITO, TRIAGEM DOS CONCEITOS, PROJETO PRELIMINAR, AVALIAÇÃO E MELHORAMENTO e
PROJETO FINAL E PROTOTIPAGEM – avalie as afirmativas abaixo.
I A viabilidade do projeto, sua aceitabilidade e vulnerabilidade são elementos a serem considerados na etapa de AVALIAÇÃO E MELHORAMENTO.
II Ter a primeira versão da especificação do pacote do produto ou serviço, bem como da definição dos processos necessários para gerá-lo, são elementos componentes da etapa de PROJETO FINAL e
PROTOTIPAGEM.
III Ideias dos consumidores, reclamações dos clientes, análise dos produtos e serviços dos concorrentes, ideias dos funcionários e ideias da área de pesquisa & desenvolvimento, são fatores a serem considerados na
etapa de GERAÇÃO DO CONCEITO.
IV Desdobramento da função qualidade, engenharia de valor e métodos de Taguchi são técnicas utilizadas na etapa de AVALIAÇÃO e MELHORAMENTO.
Está correto o afirmado em
A)
I, II, III e IV.
B)
I e II.
C)
II e III.
D)
II e IV.
E)
III e IV.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) Ouvindo os clientes: clientes podem reclamar a respeito de um produto ou serviço específico ou podem dar sugestões para seu aperfeiçoamento. As ideias podem
também vir na forma de sugestões dadas pelos clientes aos funcionários, durante a compra do produto ou a prestação do serviço.
Exercício 6:
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O software CAD - Computer Aided Design - permite simulações de produtos em computador para testar seu desempenho com precisão, sem testes físicos. Com esta ferrament, o projeto, os desenhos, os testes do
produto e o cálculo dos custos são realizados interativamente no computador, conferindo maior flexibilidade e agilidade ao processo.
As etapas de utilização do CAD são as seguintes:
A)
Projeto preliminar e avaliação e melhoramento.
B)
Triagem do conceito e projeto preliminar.
C)
Prototipagem e projeto final.
D)
Geração e triagem do conceito.
E)
Avaliação e melhoramento.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) A construção de protótipos físicos foi facilitada pelo uso de novas tecnologias como o software CAD – Computer Aided Design. O CAD permite simulações de
produtos em computador testando seu desempenho com precisão, sem testes físicos.

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