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Inflamação Crônica - Resumo (Pato)

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Inflamação Crônica
Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144
Inflamação Crônica
Tem duração prolongada (semanas, meses, anos) e a inflamação ativa, destruição tecidual e reparo por fibrose ocorrem simultaneamente.
Características
Infiltrado de células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos), frequentemente há folículo linfoide*
Destruição tecidual, induzida pelo agente agressor e pelos produtos das células inflamatórias, é a perda arquitetônica do tecido
Tentativa de reparo, em que há angiogênese e fibrose
*Há organização de folículos linfoides em outros órgãos (ex: rim) porque os linfócitos passam muito tempo naquele tecido.
Causas
Infecções persistentes, 
Por microrganismos difíceis de erradicar. (ex: sífilis, tuberculose, outras bactérias, vírus, fungos)
Algumas vezes, o padrão da inflamação já inicia como crônico, sem passar pelo agudo (ex: hepatite C)
Exposição prolongada a agentes tóxicos
Por materiais exógenos não degradáveis (como a sílica, que causa inflamação crônica no pulmão)
Materiais endógenos como cristais de colesterol causando aterosclerose
Doenças inflamatórias imunomediadas
As reações imunes contra os autoantígenos são autoperpetuadoras
Reações alérgicas a substâncias ambientais
Como os antígenos não podem ser eliminados, essas doenças tendem a ser crônicas e intratáveis
Células e Mediadores da Inflamação Crônica
Macrófagos
São as células centrais/dominantes da inflamação crônica
Atuam como filtro para partículas, micróbios, células senescentes e células efetoras
Compõem o sistema fagocitário mononuclear e provêm dos monócitos sanguíneos
Os macrófagos tissulares têm diferentes nomes nos tecidos, como:
Micróglia (SNC); Células de Kupffer (Fígado); Osteoclastos (Osso); Histiócitos sinusais (Baço e Linfonodos)
Maturação dos Macrófagos
Os monócitos originam-se de precursores na medula óssea e circulam no sangue.
Pela influência de moléculas de adesão e quimiocinas, migram para o local da lesão (após 24-48h do início da inflamação), transformando-se em macrófagos.
Ativação dos Macrófagos
Via Clássica: induzida por produtos microbianos (ex: endotoxinas), sinais das células T (ex: IFNγ) e substâncias estranhas. Os macrófagos ativados produzirão enzimas lisossômicas, espécies reativas de oxigênio, NO, para destruir organismos fagocitados, além de secretar citocinas que estimulam a inflamação.
Via Alternativa: induzida por IL-4 e IL-13, esses macrófagos não serão ativamente microbicidas e terão maior função no reparo tecidual.
Os macrófagos ativados assumem ↑ tamanho e ↑ metabolismo. Secretam fatores ativos para eliminar o agente nocivo, gerando lesão tecidual, mas ao mesmo tempo também secreta fatores de crescimento, angiogênicos e fibrogênicos, gerando reparo e ocasionando a fibrose.
Depois que o estímulo inicial é eliminado e a inflamação cessa, os macrófagos morrem ou seguem pelos vasos linfáticos. Em áreas de inflamação crônica, eles persistem devido ao recrutamento contínuo e proliferação local.
Linfócitos
São mobilizados nas reações imunes (humorais e celulares)
Migram para os focos inflamatórios
Em reações inflamatórias crônicas severas, organizam-se em folículos linfoides formando órgãos linfoides terciários. (Isso pode ser observado na sinóvia de pacientes com artrite reumatoide e na tireóide dos que têm tireoidite autoimune).
Interação Linfócito-Macrófago
Os macrófagos apresentam antígenos às células T e produzem citocinas que as estimulam
Quando ativadas, as células T secretam citocinas que recrutam fagócitos para a inflamação e ativam macrófagos mediante secreção de citocinas
Outras Células
Eosinófilos: infecções parasitárias ou parte de reações imunes mediadas por IgE (alergias)
Mastócitos: células-sentinela, liberação de histamina (aguda) e citocinas fibrinogênicas (crônica)
Plasmócitos: produção de anticorpos no local da inflamação
Neutrófilos: apesar de ser a “marca” da inflamação aguda, também pode existir na crônica, em resultado da persistência de bactérias e células necróticas.
Exemplos de Inflamação Crônica
Pneumonia crônica, há espessamento dos septos por fibrose, destruição do parênquima (substituído por tecido conjuntivo), presença de células inflamatórias mononucleares e folículo linfoide. 
Gastrite crônica, há folículo linfoide na mucosa gástrica, atrofia progressiva (substituição das glândulas por colágeno) e metaplasia. Pode ser desencadeada por H. pylori.
Inflamação Granulomatosa
É um tipo específico de inflamação crônica
Há acúmulo de macrófagos ativados de aparência epitelioide (↑ habilidade fagocítica)
Granuloma
É encontrado em número limitado, apenas em patologias específicas, por isso é importante identificá-lo, já que algumas dessas ameaçam a vida.
Consiste em um aglomerado de macrófagos transformados (células epitelióides, células gigantes*), contornado por um halo linfocitário de linfócitos e plasmócitos, além de haver fibrose nas lesões mais antigas (cápsula de fibroblastos e tecido conjuntivo)
O granuloma “encerra” o agente ofensor, sendo um útil mecanismo de defesa
Sua formação nem sempre leva à eliminação do agente causal
*OBS: as células gigantes são resultado da fusão das epitelióides e nem sempre estão presentes nesse aglomerado (pode ser formado só pelas epitelióides). Existem dois tipos:
Tipo Langhans: núcleos na periferia, em ferradura (ex: tuberculose)
Tipo Corpo Estranho: núcleos ao acaso
Tipos de Granuloma
Granuloma de corpo estranho
Há ↑ qtd. de células gigantes
Ocorre com corpos estranhos relativamente inertes, por serem grandes, impedem a fagocitose
EX: talcos, fio cirúrgico, fibras, silicone
Granuloma imune
Microrganismos induzem resposta imune celular (hipersensibilidade tardia)
EX: tuberculose (protótipo), sífilis, hanseníase, esquistossomose
Diferenciação
Na tuberculose, há granuloma com necrose caseosa;
Em infecção fúngica (paracoccidioidomicose), há supuração no centro do granuloma;
Em parasitose (esquistossomose, filariose), há eosinófilos;
Sífilis, reação tecidual em “goma”;
Doença de Crohn*, sarcoidose e reações a corpos estranhos tendem a não exibir centro necrótico (não-caseosa)
Outras doenças: cirrose biliar primária
OBS: No caso do S. mansoni, há um granuloma à casca de ovo.
OBS²: Na tuberculose, a formação do granuloma seguida de fibrose é a principal causa de disfunção do órgão.
*Doença inflamatória intestinal imunomediada que pode levar a formação de granulomas.

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