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INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Os textos normativos carecem de interpretação não apenas por não serem unívocos ou evidentes – isto é, por serem destituídos de clareza –, mas sim porque devem ser aplicados a casos concretos, reais ou fictícios. A interpretação orientada à aplicação não se torna completa se o intérprete se bastar com a análise sintática do texto. 1 INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Para se definir o âmbito normativo do preceito constitucional, para se delinearem a extensão e intensidade dos bens, circunstâncias e interesses atingidos pela norma, não se prescinde da consideração de elementos da realidade mesma a ser regida. 2 INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Norma constitucional: seu conteúdo semântico averiguado em coordenação com o exame das singularidades da situação real que a norma pretende reger. 3 INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Muitas vezes, as perplexidades surgem porque o constituinte utiliza termos com mais de um significado, gerando o problema da ambiguidade. Um enunciado ambíguo enseja a que dele se extraia mais de uma norma, sem que se indique ao intérprete um parâmetro de escolha. 4 AMBIGUIDADES A ambiguidade reside, muitas vezes, na vagueza do termo ou da expressão. A Constituição se vale de palavras e expressões que comportam inteligências variadas, mais ou menos amplas, que, por vezes, aludem a propriedades que se revelam em graus diferenciados. 5 LACUNAS A dificuldade para o intérprete da Constituição pode estar na circunstância de deparar com uma situação não regulada pela Carta, mas que seria de se esperar que o constituinte sobre ela dispusesse. Mais inquietante, pode acontecer de um fato real se encaixar perfeitamente no que impõe uma norma, cuja incidência, contudo, produz resultados inaceitáveis. 5 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO A relevância dos problemas envolvidos na interpretação da Constituição tem motivado a proposta de métodos a serem seguidos nesta tarefa. Ocorre que nem todo o problema concreto acha um desate direto e imediato num claro dispositivo da Constituição, exigindo que se descubra ou se crie uma solução, segundo um método que norteie a tarefa. 6 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Clássico: Constituição interpretada conforme as demais leis. Sistemática: Contexto do ordenamento constitucional. Histórica Teleológica: Finalidade Gramatical: semântica 6 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO O método tópico toma a Constituição como um conjunto aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele que seja mais adequado para a promoção de uma solução justa ao caso concreto que analisa. 6 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO O método jurídico-estruturante enfatiza que a norma não se confunde com o seu texto (programa normativo), mas tem a sua estrutura composta também pelo trecho da realidade social em que incide (o domínio normativo), sendo esse elemento indispensável para a extração do significado da norma. 6 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Os métodos propostos não são isentos de dificuldades. Expressam, antes de mais nada, a preocupação constante do jurista com a questão de como interpretar racionalmente – e, com isso, de modo aceitável – um preceito de significado não unívoco. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL O método hermenêutico-concretizador propõe, para o auxílio do intérprete/aplicador da Carta, balizas a serem observadas na interpretação das normas constitucionais, com o objetivo de conferir maior teor de racionalidade à tarefa, reduzindo o espaço para pragmatismos exacerbados, tema de críticas acerbas em algumas instâncias 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Os princípios de intepretação constitucional não restam expressos na Constituição Federal, embora reconhecidos amplamente pela doutrina, haja vista o seu status de mandamento “auxiliar na construção de respostas constitucionalmente adequadas para os problemas jurídico- constitucionais. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Identificados como: Princípio da unidade da Constituição; Princípio da concordância prática; Princípio da correção funcional; Princípio da eficácia integradora e Princípio da força normativa da Constituição. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL O princípio da unidade da Constituição, postula que não se considere uma norma da Constituição fora do sistema em que se integra; Não se admite, como atividade interpretativa, a mera leitura do enunciado do direito. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL O princípio da correção funcional, como mais um critério orientador da atividade interpretativa, conduz a que não se deturpe, por meio da interpretação de algum preceito, o sistema de repartição de funções entre os órgãos e pessoas designados pela Constituição. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Pelo princípio da concordância prática busca-se a almejada solução para os conflitos de direitos, a partir da compressão do alcance das normas até o limite de sua importância. Esse princípio não se mostra de fácil operação, em razão da premissa que o sustenta, que é a capacidade em definir o conteúdo de restrição dos direitos em colisão. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Por fim, com relação aos princípios da eficácia integradora e da força normativa da Constituição, há que se considerar o sentido de toda norma constitucional de forma coerente com a própria Constituição. Deve-se atentar para o equívoco de interpretar uma norma constitucional de acordo como uma lei editada, sob pena de se condicionar a interpretação da norma aos parâmetros definidos pelo legislador ordinário. 6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Não há que se falar em hierarquia entre os princípios Esses princípios da interpretação constitucional apenas auxiliam a que argumentos jurídicos se desenvolvam em um contexto de maior racionalidade, favorecendo algum controle sobre o processo de concretização das normas constitucionais, com proveito, igualmente, para o valor da segurança jurídica 6
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