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QUESTÕES SEMINÁRIO IV IBET- MÓDULO EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

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MÓDULO: III- EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
SEMINÁRIO IV – REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL E MEDIDA 
CAUTELAR FISCAL 
 
ALUNO: Elder Martinez Teixeira 
DATA: 24/09/2019 
 
 
QUESTÕES 
01. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida 
cautelar fiscal? Identificar o fundamento e os requisitos 
legais da medida cautelar fiscal, bem como apontar qual o 
momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I e 
II). 
A ação de execução fiscal tem natureza exacional satisfativa que visa, 
de maneira coercitiva, a expropriação de um patrimônio do sujeito passivo 
com o intuito de satisfazer o crédito tributário devido. 
Já a medida cautelar fiscal exige, além dos fundamentos previstos na 
lei 8397/92, dois requisitos básicos para sua concessão: fumus boni juris e 
periculum in mora. Enquanto este prevê a necessidade da presença de uma 
certa probabilidade de dano para o credor, aquele prevê a necessidade da 
presença de uma certa probabilidade de direito do credor. Assim, a medida 
cautelar tem natureza exacional assecuratória, que visa impedir que o direito 
violado seja impossibilitado, garantindo assim a efetividade da decisão da 
execução fiscal. 
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Oportuno se faz definir o momento para a propor a cautelar fiscal. 
Conforme, o art. 1º da lei 8.397/92, a medida a cautelar fiscal só pode ser 
instaurada após a constituição do crédito fiscal. Porém, o referido artigo em 
seu parágrafo único, traz duas exceções (que permitem a cautelar fiscal antes 
mesmo da constituição do crédito tributário), quais sejam os incisos V, alínea 
"b", e VII, do art. 2º. Ademais, entendo que o tempo da proposição da 
cautelar fiscal varia caso a caso, conforme ocorrer as situações previstas no 
no art. 2º, senão vejamos: 
Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser 
instaurado após a constituição do crédito, inclusive no curso 
da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias. 
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na 
hipótese dos incisos V, alínea "b", e VII, do art. 2º, 
independe da prévia constituição do crédito tributário. 
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra 
o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, 
quando o devedor: 
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens 
que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; 
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, 
visando a elidir o adimplemento da obrigação; 
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; 
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a 
liquidez do seu patrimônio; 
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda 
ao recolhimento do crédito fiscal: 
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua 
exigibilidade; 
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; 
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que 
somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio 
conhecido; 
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida 
comunicação ao órgão da Fazenda Pública 
competente, quando exigível em virtude de lei; 
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VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes 
declarada inapta, pelo órgão fazendário; 
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a 
satisfação do crédito. 
 
02. A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode 
ser retificada quantas vezes bem entender o Fisco? Quais 
vícios fundamentam sua retificação? Até que momento a 
CDA pode ser alterada? (Vide anexo III). 
Embora não haja na legislação tributária nenhum dispositivo que limite 
a quantidade de vezes que a CDA pode ser retificada, a Súmula 392 do STJ 
dispõe que a Certidão de Dívida Ativa pode ser substituída até a prolação da 
sentença de embargos, nos casos de erro material ou formal, sendo vedada 
a modificação do sujeito passivo da execução, nos seguintes termos: 
Súmula 392. A Fazenda Pública pode substituir a certidão 
de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de 
embargos, quando se tratar de correção de erro material 
ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da 
execução. 
É importante observar, ainda, que a retificação não pode ser utilizada 
para qualquer situação como, por exemplo, para rever a substância do 
lançamento tributário, pois há que se pressupor que o crédito tributário foi 
regularmente constituído, só cabendo retificação para meras irregularidades 
materiais ou vícios de forma. 
Neste sentido, o próprio CTN é categórico ao afirmar em seu art. 203 
que tais vícios importam em nulidade, podendo ser sanados até a sentença 
demérito dos Embargos (decisão de primeira instância), oportunidade em que 
a CDA será substituída e necessariamente terá que ser aberto prazo para 
defesa do contribuinte (oferecimento ou aditamento dos embargos, por 
exemplo) na parte em que fora modificada/sanada a CDA. 
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos 
no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de 
nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela 
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão 
de primeira instância, mediante substituição da certidão 
nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado 
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o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a 
parte modificada. 
 
03. Considerando as alterações relativas ao processo de 
execução trazidas pelo CPC/2015, pergunta-se: 
a) Aplicam-se os arts. 915 e 919 do Código de Processo Civil 
de 2015 (arts. 738 e 739-A do CPC/73) nos processos de 
Execução Fiscal? (Vide anexos IV). 
Ao meu ver o art. 915 do CPC/15 não se aplica em execuções fiscais. 
Tal pensamento tem por base o fato de que a LEF, norma específica, estipulou 
um prazo de 30 dias, conforme se verifica em seu art. 16. No entanto, 
acredito que o art. 919 do CPC/15 pode ser inteiramente aplicado de maneira 
subsidiária à LEF. Tal posicionamento baseia-se no fato de a LEF ter sido 
silente quanto aos efeitos suspensivos do embargo à execução. 
A Lei nº 11.382/06 teve como finalidade alterar alguns dispositivos do 
CPC relativos ao processo de execução, modificando os citados arts. 915 e 
919. Isso não quer dizer, contudo, que estas alterações refletiram na LEF: 
apenas com esta passaram a conviver, de maneira subsidiária, no que com 
ela não fosse incompatível. Ocorre que às novas disposições destes artigos 
do Código de não estão em consonância com o regulado na LEF. Deste modo, 
fechando o raciocínio acima exposto, não devem os supracitados artigos 
aplicarem-se aos processos de Execução Fiscal. 
b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito 
de, no prazo de 5 dias da sua citação, “garantir a 
execução”? Justifique sua resposta. 
Conforme os motivos já expostos acima, a lei específica que regula a 
execução fiscal é a Lei nº 6.830/80, a qual prevê, em seu art. 8º, que o 
executado será citado para, no prazo de 5 dias, pagar a dívida com os juros 
e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir 
a execução, conforme se verifica: 
Art. 8º. O executado será citado para, no prazo de 5 
(cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora 
e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou 
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garantir a execução, observadas as seguintes normas 
(...). 
Assim, seguindo a linha de argumentação até aqui empreendida, caso 
o CPC se expresse de maneira diferente, suas disposições não atingirão este 
campo específico do Direito Tributárioe, portanto, persistirá o direito do 
executado de, no prazo de 5 dias, garantir o feito executivo. 
 
04. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do 
contribuinte-devedor previsto no art. 185-A do CTN 
(conhecido como penhora “on-line”). Pergunta-se: 
(i) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de 
penhora ou medida cautelar satisfativa? 
A natureza jurídica da penhora online é de penhora de dinheiro, tratada 
no art. 835, inciso I do CPC. 
(ii) A decretação da indisponibilidade a que se refere o 
art. 185-A do CTN é fato jurídico suficiente à 
abertura de prazo para apresentação de embargos? 
O art. 185-A do CTN dispõe que, caso o devedor tributário, 
devidamente citado, não pegue a dívida nem apresente bens à penhora no 
prazo legal e caso não sejam localizados bens penhoráveis, o juiz determinará 
a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que 
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do 
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam 
cumprir a ordem judicial. 
Assim, em caso de crédito tributário insatisfeito, o art. 185-A do CTN 
deverá ser literalmente aplicado para que sejam indisponibilizados os bens 
do sujeito passivo do crédito, pois o referido artigo tem natureza 
acautelatória, sendo modalidade de penhora que pode transformar-se (em 
caso de insistência no não pagamento) em medida cautelar satisfativa. 
 
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(iii) Quais seus pressupostos e limites legais? É 
necessária demonstração por parte da Fazenda de 
que inexistem outros bens capazes de garantir a 
dívida? Ou aplica-se o art. 854 do CPC/15? (Vide 
anexo V e VI). 
De acordo com o art. 185-A do CTN, os pressupostos da penhora são: 
o não pagamento da dívida e deixar de apresentar bens à penhora. Em 
relação ao pressuposto de não ser localizado bens penhoráveis, o art. 842 do 
CPC dispõe sobre a desnecessidade de encontrar bens penhoráveis. No que 
se refere à necessidade de a Fazenda Pública demonstrar que inexistem 
outros bens capazes de garantir a dívida, esta é fundamental, em decorrência 
do princípio da menor onerosidade, previsto no art. 805 do CPC. 
 
05. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para 
pagar ou indicar bem(ns) à penhora em cinco dias. Na 
hipótese de oferecimento de seguro-garantia, terá o 
devedor-executado que acrescentar 30% do valor do débito 
executado ao seguro para que essa modalidade de garantia 
seja aceita? Considere em sua resposta o teor do art. 7º, II 
da Lei nº 6.380/80 e o § 2º do art. 835 do CPC/15. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou na 1ª e 2ª Turmas o 
entendimento de que a garantia do juízo apresentada por seguro garantia 
judicial (ou fiança bancária) em penhora inicial não requer o acréscimo de 
30% para a sua aceitação. 
A Corte afastou a parte final do i) § 2º, do art. 835 e ii) do parágrafo 
único, do art. 848, ambos do CPC/15, que exigem que a apólice de garantia 
judicial (ou a fiança bancária) não seja inferior ao débito inicial “acrescido de 
trinta por cento”, afirmando que, nos casos de penhora inicial, a lei não faz 
qualquer previsão legal traduzindo em uma exigência mais gravosa ao 
executado. De acordo com os julgados precedentes, a exigência do acréscimo 
de 30%, originalmente do art. 656, § 2º, do CPC/73 e que resultou na 
redação de ambos os artigos do CPC/15, refere-se, em princípio, às hipóteses 
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“substituição de penhora” já efetivada nos autos, ou seja, para aquelas não 
iniciais. 
No Agravo Interno no Recurso Especial n. 1.760.556/GO, o Tribunal de 
Justiça do Estado do Goiás não aceitou do seguro garantia judicial para 
execução fiscal apresentado em execução fiscal alegando a inexistência o 
acréscimo de 30%, conforme § 2º, do art. 835 do CPC/15. Contudo, o 
Ministro Mauro Campbell Marques, da 2ª Turma do STJ, afastou tal 
entendimento sustentando a sua contrariedade ao posicionamento daquela 
Corte: 
“Contudo, tal entendimento não guarda consonância com a 
orientação desta Corte Superior, que é firme no sentido de 
que o at. 656, § 2º, do CPC/1973 (equivalente ao art. 848, 
parágrafo único, do CPC/2015), trata da hipótese de 
“substituição da penhora”, razão pela qual não pode 
ser ampliado para as hipóteses de nomeação (inicial) 
efetuada pelo executado.” (STJ-2ª T., AgInt no REsp n. 
1.760.556-GO, j. 14/05/2019 – grifo nosso). 
Esta decisão alinhou o entendimento com outro julgamento da 1ª 
Turma (AgInt no REsp n. 1.316.037), na qual a Ministra Regina Helena Costa 
apontou que o acréscimo de 30% é exigência mais gravosa ao executado e 
aplicável, somente, nos casos de substituição já efetivada e não na penhora 
inicial para discussão judicial: 
“É pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça 
segundo o qual a exigência mais gravosa para o 
executado relativa ao acréscimo de 30%, na hipótese 
de substituição da penhora por fiança bancária ou seguro 
garantia judicial, não se aplica, em princípio, ao caso 
da penhora inicial, dada a ausência de previsão 
legal.” (STJ-1ª T., AgInt no REsp n. 1.316.037-MA, Rel. 
Min. Regina Helena Costa, j. 13/09/2016). 
Esta harmonização do STJ é muito importante porque estanca a 
divergência jurisprudencial existente nas instâncias inferiores promovendo 
uma gestão automática do risco jurídico quando da contratação do seguro 
garantia judicial. 
 
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06. Qual o termo inicial para consideração da fraude à 
execução fiscal? Há alguma divergência entre o art. 185 do 
CTN e o art. 792, §3º do CPC/15? (Vide anexo VIII). 
De acordo com o art. 185 do CTN o marco inicial para a consideração 
de fraude à execução fiscal é o começo da alienação dos bens. Neste sentido, 
ocorrendo o começo da alienação, ou da oneração, fora do período que se 
inicia com a inscrição do débito tributário em Dívida Ativa, não existirá a 
presunção de fraude, ainda que a oneração ou alienação venha a ocorrer 
depois daquela inscrição. 
Resta claro, portanto, a esse entendimento, que o marco inicial para 
caracterizara fraude à execução fiscal é ter a dívida tributária sido inscrita em 
dívida ativa, independente da propositura da execução fiscal, sendo o seu 
registro, após a propositura da inicial de execução fiscal. 
No que se refere à divergência entre os artigos do CTN e do CPC, o 
Código Tributário Nacional, em seu artigo 185, caput e parágrafo único, traz 
como fraude de execução a alienação ou oneração de bens ou rendas por 
sujeito passivo em débito com a Fazenda pública, enquanto o art. 793, § 3º 
dispõe que nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude 
à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se 
pretende desconsiderar. 
 
07. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, ação de 
execução fiscal contra a empresa XPTO, requerendo, na 
petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis 
Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por 
fundamento fático o encerramento irregular da sociedade. 
Considerando a vigência do novo Código de Processo Civil, 
pergunta-se: 
a) É necessário, no caso relatado, a instauração do incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ)? 
Sendo negativa ou positiva a resposta, justifique. Se for 
negativa, em que hipóteses o IDPJ seria cabível? 
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Não considero, no caso relatado, necessária a instauração do incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica. Acredito que o art. 135. do 
CTNinvoca uma questão de responsabilidade tributária e não de 
desconsideração. Ademais, acredito que no caso em tela, ao contrário do que 
afirma a jurisprudência, o encerramento irregular em nada se liga aos 
créditos constituídos. Observe que o art. 135 fala em responsabilidade pelos 
“créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos 
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou 
estatutos, senão vejamos: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de 
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, 
contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas 
jurídicas de direito privado. 
Entretanto, entendo ser plenamente possível o incidente de 
desconsideração nas execuções fiscais nos casos previstos no art. 50 do 
Código Civil (desvio de finalidade e confusão patrimonial), o qual assim 
dispõe: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, 
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Ademais, recentemente, a 1ª turma do STJ decidiu que é necessária a 
instauração do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ) 
– previsto no art. 133 do CPC/15 – quando há o redirecionamento da 
execução fiscal a pessoa jurídica que integra o mesmo grupo econômico da 
sociedade originalmente executada, mas que não foi identificada no ato de 
lançamento (na Certidão de Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas 
hipóteses dos arts. 134 e 135 do CTN. 
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De acordo com o colegiado – conforme prevê o artigo 50 do CC – para 
haver o redirecionamento da execução, é necessária a comprovação do abuso 
de personalidade, caracterizado por desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial. 
b) Uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo 
sócio ou pessoa jurídica que se pretende atribuir a 
responsabilidade pela obrigação tributária pode versar 
sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito 
tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua 
responsabilização patrimonial pela dívida objeto da 
execução fiscal? 
A defesa apresentada pode versar tanto sobre o mérito da cobrança 
propriamente dita (inexigibilidade do crédito tributário), quanto sobre os 
pressupostos que autorizariam a inclusão do terceiro na lide, e que deve 
defender-se por meio de embargos de terceiro se o incidente não for 
instaurado (art. 674, § 2º, III, do CPC/15). 
Se a desconsideração for requerida na petição inicial, dispensa-se a 
instauração do incidente, e a pessoa jurídica será citada para apresentação 
de defesa – Dispensar significa não necessitar de, prescindir, desobrigar-se. 
A instauração do incidente, nesse sentido, não é obrigatória, mas tampouco 
proibida. Minha interpretação é de que, pelo CPC/15, o incidente é uma 
faculdade atribuída ao juiz quando a desconsideração for requerida já na 
petição inicial. 
 
08. Em sua opinião, para que seja proposta já com o socio no 
polo passivo (seu nome consta na certidão de dívida ativa) é 
necessário que tenha participado do processo administrativo 
para apuração de sua responsabilidade? Justifique sua 
resposta indicando o dispositivo normativo processual 
(CPC/2015 ou lei de execução fiscal) que confirma ou 
infirma a legitimidade passiva do sócio na execução fiscal. 
O Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IRDR), 
incorporado ao ordenamento pelo novo Código de Processo Civil (artigos 
Página 11 de 11 
 
133/137), trouxe alta relevância para fortalecimento do contraditório em 
nosso sistema, especialmente no Direito Tributário em casos de 
responsabilização do sócio. Após a instauração da execução fiscal, aquele que 
tiver seu nome incluído na CDA poderá requerer a instauração do incidente, 
devendo demonstrar a inobservância do contraditório e ampla defesa no 
processo administrativo tributário. Poderá, ainda, manejar exceção de pré-
executividade ou embargos à execução, conforme as particularidades do 
caso. 
Por outro lado, ausente a indicação do nome do responsável tributário 
na CDA, o redirecionamento deverá obrigatoriamente implicar na instauração 
do incidente, oportunizando o contraditório antes da invasão na esfera 
patrimonial do terceiro, com suspensão do processo (artigo 134, parágrafo 
3º, novo CPC).

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