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UiKklIU CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL Cleyson de Moraes Mello D IR EITO C IV IL CONTRATOS NOVO CONFORME 2a Edição Nrnr Direito Civil C O N T R A T O S 2a Edição Conselho Editorial Antônio Celso Alves Pereira Antônio Pereira Gaio Júnior Cleyson de Moraes Mello Germana Parente Neiva Belchior (FA7) - Ceará Guilherme Sandoval Góes Gustavo Silveira Siqueira João Eduardo de Alves Pereira José Maria Pinheiro Madeira Martha Asuncion Enriquez Prado (UEL) - Paraná Maurício Jorge Pereira da Mota Nuria Belloso Martin - UBU - Burgos - Espanha Rafael Mário lorio Filho Ricardo Lodi Ribeiro Sidney Guerra Valfredo de Andrade Aguiar Filho (UFPB) - Paraíba Vanderiei Martins Vânia Siciliano Aieta Conselho Científico Adriano Moura da Fonseca Pinto Alexandre de Castro Catharina Bruno Amaro Lacerda Carlos Eduardo Japiassú Claudia Ribeiro Pereira Nunes Célia Barbosa Abreu Daniel Nunes Pereira Elena de Carvalho Gomes Jorge Bercholc Leonardo Rabelo Marcelo Pereira Almeida Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho Sebastião Trogo Theresa Calvet de Magalhães Thiago Jordace Cleyson de Moraes Mello Professor Adjunto da UERJ Professor do PPGD da UERJ Diretor Adjunto da Faculdade de Direito de Valença Professor Titular da Unesa e FDV Membro do Instituto dos Advogados do Brasil - IAB Direito Civil C O N T R A T O S 2a Edição Freitas Bastos Editora Copyright © 2017 by Cleyson de Moraes Mello Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem autorização prévia, por escrito, da Editora. Direitos exclusivos da edição e distribuição em língua portuguesa: Maria Augusta Delgado Livraria, Distribuidora e Editora Editor: Isaac D. Abulafia Revisão: Jota Cabral Capa e Diagramação: Jair Domingos de Sousa DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) ( M477c Mello, Cleyson de Moraes Direito civ il: contratos / Cleyson de Moraes Mello. - 2. ed. - Rio de Janeiro : Freitas Bastos Editora, 2017. 606 p .; 23cm. ISBN - 978-85-7987-278-5 1. Direito civil - Brasil. I. Título. CDD- 346.8 J Freitas Bastos Editora Tel./Fax: (21)2276-4500 freitasbastos@freitasbastos.com vendas@freitasbastos.com www.freitasbastos.com mailto:freitasbastos@freitasbastos.com mailto:vendas@freitasbastos.com http://www.freitasbastos.com DO MESMO AUTOR • Código Civil Comentado. Volume I. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002 (es gotado). Coautoria com diversos autores. • Código Civil Comentado. Volume II. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002 (esgotado). Coautoria com diversos autores. • Direitos Humanos - Coletânea de Legislação. Rio de Janeiro: Freitas Bas tos, 2002. Organizador com Thelma Araújo Esteves Fraga. • Novos Direitos - Os Paradigmas da Pós-Modemidade. Niterói: Impetus, 2004. Coautoria com diversos autores. • Condomínio. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2005. Coautoria com Thelma Araújo Esteves Fraga • Direito Civil - Parte Geral. Niterói: Impetus, 2004. Coautoria com Thelma Araújo Esteves Fraga • Direito Civil - Contratos - Parte Geral. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2006. Coautoria com Thelma Araújo Esteves Fraga • Responsabilidade Civil e a Interpretação pelos Tribunais. Rio de Janeiro: Frei tas Bastos, 2006. • O que é o Direito?. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2006. • Hermenêutica e Direito. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2006. • Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2006. • Introdução à Filosofia do Direito, à Metodologia da Ciência do Direito e à Her menêutica Contemporâneas - Um atuar dinâmico da Magistratura na pers pectiva civil-constitucional. A (re)produção do Direito. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008. • Curso de Direito Civil: Parte Geral. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008. • Curso de Direito Civil: Obrigações. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008. • Curso de Direito Civil: Contratos. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008. • Fundamentos do Direito. Homenagem ao Professor Sebastião Trogo. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008. Coautoria com diversos autores. V VI Cleyson de Moraes Mello • A Constitucionalização do Direito. Revista Comemorativa dos 40 anos da FDV. Valença: Valença, 2008. • Curso de Direito Civil: Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2009. • Hermenêutica. In: Revista Comemorativa dos 60 anos da Academia Valenciana de Letras - AVL. Valença, 2009. • Código Civil Comentado. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2010 • Direito Civil-Constitucional, Direitos da Personalidade e Dignidade da Pessoa Humana. Juiz de Fora: Editar, 2011. Coautoria com diversos autores. • Fundamentos do Direito: Estudos em Homenagem ao Professor Paulo Na der. Juiz de Fora: Editar, 2011. Coautoria com diversos autores. • Hermenêutica, Direitos Fundamentais e Dignidade da Pessoa Humana. Juiz de Fora: Editar, 2011. Coautoria com diversos autores. • Direito e(m) Verdade. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011 • Condomínio. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2012 • Código Civil Comentado e Interpretado. 4.ed. Campo Grande, Mato Grosso do Sul: Contemplar, 2012. • Responsabilidade Civil e sua Interpretação pelos Tribunais. 2.ed. Campo Grande, Mato Grosso do Sul: Contemplar, 2012. • Constituição da República Anotada e Interpretada. Campo Grande, Mato Grosso do Sul: Contemplar, 2012. • Locação e Despejo. 2.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2013 • Código de Processo Civil Comentado e Interpretado. Coautoria com Mareia Ignácio de Moraes Mello. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2013 • Lei 8.112/90 Comentada e Interpretada. 1. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bas tos, 2014. Coautoria com José Maria Pinheiro Madeira. • Direito e(m) Verdade: Os Novos Caminhos da Hermenêutica Jurídica 2.ed.. 1. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. • Lei 8.666/93 Comentada e Interpretada: Lei de Licitação e Contratos Ad ministrativos. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. Coautoria com José Maria Pinheiro Madeira. • As Dimensões Sociais, Jurídicas, Políticas e Econômicas do Processo: Estudos em Homenagem ao Professor Antônio Pereira Gaio Júnior. Juiz de Fora: Editar, 2014. Coautoria com diversos autores. - DO MESMO AUTOR VII • Os Novos Caminhos do Direito: Estudos em Homenagem ao Professor José Augusto Galdino da Costa. Juiz de Fora: Editar, 2014. Coautoria com di versos autores. • Legislação Imobiliária. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015. Coautoria com Neimar Roberto de Sousa e Silva. • Diálogos jurídicos na contemporaneidade: estudos em homenagem ao pro fessor José Maria Pinheiro Madeira. Juiz de Fora: Editar, 2015. Coautoria com diversos autores. • Direitos Fundamentais e Dignidade da Pessoa Humana. Rio de Janeiro: Frei tas Bastos, 2015. Coautoria com Ihiago Moreira. • O Direito em Movimento. Juiz de Fora:, 2015. Coautoria com diversos au tores. • Direito, Filosofia e Processo: Estudos em homenagem ao Professor Luis Car los de Araújo. Juiz de Fora: Editar, 2015. Coautoria com diversos autores. • Curso do Novo Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015. Coautoria com diversos autores. • Código de Processo Civil Comentado. Belo Horizonte: Del Rey, 2015, Coauto ria com Antônio Pereira Gaio Júnior. • Locação e Despejo. 2.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015. • Controle de Constitucionalidade. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. Coau toria com Guilherme Sandoval Góes • Código de Defesa do Consumidor Comentado. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. Coautoria com Antônio Pereira Gaio Júnior. • Código Civil Comentado. 5.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. • Direito das Coisas. Direito Civil. 2 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. • Obrigações. Direito Civil. 2 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. • Contratos. Direito Civil. 2 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. • Parte Geral. Direito Civil. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. • Famílias. Direito Civil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. Salmo 125: Fé inabalável Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas per manece para sempre. Assim como estão os montes à roda de Je rusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo desde agora e para sempre. Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniquidade. Faze bem, ó SENHOR, aos bons e aos que são retos de coração. Quanto àqueles que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o SE NHOR com os que praticam a maldade; paz haverá sobre Israel. Eu tenho tanto, pra lhe falar Mas com palavras, não sei dizer Como é grande, o meu amor, por você... E não há nada pra comparar Para poder lhe explicar Como é grande, o meu amor, por você... Nem mesmo o céu, nem as estrelas Nem mesmo o mar E o infinito Não maior Que o meu amor Nem mais bonito... Me desespero A procurar Alguma forma De lhe falar Como é grande, o meu amor, por você... Nunca se esqueça Nem um segundo Que eu tenho o amor Maior do mundo Como é grande, o meu amor, por você... (Roberto Carlos / Erasmo Carlos) Para Márcia, pela cumplicidade, incentivo e apoio em cada momento. Minha querida companheira de todas as horas. PREFÁCIO A história da presente obra e do seu dedicado autor, sem prejuízo dos incontáveis e merecidos elogios aos quais ambos fazem jus, é um retrato da raríssima honestidade intelectual que deveria nortear a vida acadêmica, onde as preocupações didáticas de um professor de Direito estão presentes em cada página, buscando guiar os seus alunos no labirinto do universo jurí dico, por vezes muito árduo e desafiador. Estudar contratos, tema central desta parte do Direito Civil, é mergu lhar no oceano de possibilidades dos negócios jurídicos, sobretudo na era digital, onde a sociedade globalizada precisa conviver com a relativização da segurança jurídica, enfrentando novos e múltiplos dilemas, que o cotidiano desperta a cada dia. Estudar contratos também possui um significado especial para todos os alunos da graduação em Direito, porque significa que ultrapassaram a etapa inicial dos seus respectivos cursos e já podem vislumbrar a utilidade econô mica das estruturas jurídicas. O autor deste magnífico livro, Prof. Cleyson de Moraes Mello, possui a experiência adquirida em décadas de docência, ensinando conhecimentos jurídicos a diversas gerações de alunos, seja no Rio de Janeiro ou em Valença, tendo já publicado uma plêiade de obras jurídicas, todas marcadas pela maes tria e competência que caracterizam o seu trabalho, fonte de orgulho para os seus colegas de Magistério. Esteja certo o ilustre leitor que se encontra em suas mãos um livro didá tico à altura das suas expectativas, sempre útil a auxiliá-lo na aprendizagem do Direito. Nunca é demais recordar, diante das valiosas obras do Prof. Cleyson Mello, a imortal lição de Monteiro Lobato, consagrado escritor paulista, que também estudou Direito e chegou a exercer o cargo de Promotor Público, no início do século XX, para quem, altaneira e soberanamente, “um país se faz com homens e livros". Rio de Janeiro, verão de 2017. Prof. Carlos José de Souza Guimarães Chefe do Departamento de Teorias e Fundamentos da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ XV APRESENTAÇÃO Difícil para mim é falar sobre o trabalho de um amigo a quem dedico toda admiração e respeito pela sua trajetória como cientista do Direito e como pessoa dinâmica em todas as missões abraçadas durante a sua curta trajetória no tempo, por se tratar de uma pessoa jovem, e longa e prodigiosa trajetória intelectual, desenvolvida nestes últimos anos de dedicação à pes quisa jurídica. Sendo assim já me coloco em suspeição inicialmente, a ser perdoado pelos que não o conhecem. Essa minha suspeição não é para ser lida com desconfiança pelos leitores deste livro, porém traçará um caminho a ser seguido e confirmado por todos aqueles que cultuam e cultivam o estudo do direito civil como trilha segura para alcançar o conhecimento. Conheci o Prof Cleyson quando ainda frequentávamos os bancos es colares como discentes de Direito e nele já se notava uma carreira sólida desde o começo: é aquela árvore maior que os seus galhos sobressaem sobre as demais árvores da floresta. Certamente será mais frondosa e estará mais visível que as demais. Certamente será mais frutuosa que as demais. Certa mente será mais bela que as demais. Certamente será mais castigada pelos ventos que as demais. O seu tronco, porém, terá o cerne mais compacto e tenho certeza que será capaz de enfrentar com mais solidez as tempestades e os tormentos da vida. Voltando ao quotidiano, posso afirmar que o Dr. Cleyson, além de uma formação sólida em engenharia, resolveu mudar de ares, ao se dedicar ao es tudo do Direito. E com a mesma capacidade organizacional e intelectual que lhe é peculiar, destacou-se como estudante de escol durante a formação em bacharel em Direito, vindo a ingressar no curso de mestrado, logo em segui da; conseguindo, por méritos inigualáveis, galgar ao doutorado em Direito, com a sua tese sobre Heidegger, coroando definitivamente uma carreira co meçada nos anos noventa e meteoricamente sendo concluída em tão pouco espaço temporal. A sua dedicação ao estudo das letras jurídicas já torna rotineira a pro dução de livros sobre os diversos temas de Direito, com a produção de mais dez livros. Este livro, porém, tem um sabor especial para os seus admirado res; pois se trata de um livro de Obrigações, a sua mais recente realização. Trata-se de um guia àqueles que pretendem começar a caminhada rumo ao conhecimento do direito civil e também para quem já está embrenhado no dia a dia de uma carreira e quer absorver os ensinamentos de quem se dedica XVII dia e noite à pesquisa. Talvez seja este livro o preferido também pelo autor, pois traz a viva mensagem de quem trabalhou uma tese de doutorado e sente a necessidade de compartilhar os seus conhecimentos de maneira sintética com os demais estudiosos do ramo. Este é um livro para os alunos que queiram beber da fonte cristalina daqueles que têm a organização e a inteligência dos grandes mestres de nos so mundo jurídico. Foi escrito por alguém que sabe, como poucos, atingir objetivos ousados. Parabéns, Prof. Cleyson, por ter a oportunidade de lançar esse co nhecimento para todos que buscam o saber! Obrigado, Prof. Cleyson, pela oportunidade que nos dá, neste mo mento, de usufruir de seus conhecimentos! Prof. Msc. Belizário Meira Neto Mestre em Direito Professor de Direito Civil da Universidade Estácio de Sá Advogado e médico veterinário SUMARIO Apresentação............................................................................................ XV Prefácio.................................................................................................. XVII Capítulo 1 - Direito Civil-Constitucional......................................1 1.1 Direitos Fundamentais.........................................................................1 1.2 A concepção dos direitos fundamentais na Constituição de 1988.......3 1.3 Diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos................ 4 1.4 As dimensões dos direitos fundamentais............................................ 5 1.5 Direitos fundamentais no âmbito das relações entre particulares......7 1.6 A eficácia dos direitos fundamentais .................................................12 1.7 A importância do direito civil-constitucional..................................... 15 1.8 Um novo locus hermenêutico e a nova metódica do direito c iv il........19 1.8.1 O círculo hermenêutico e a questão dos preconceitos...............22 1.8.2 A questão da pertença................................................................ 23 1.8.3 O tempo em sua produtividade hermenêutica...........................23 1.8.4 A questão da história efeitual e situação hermenêutica.............24 1.8.5 A importância de ter horizontes. A fusão de horizontes............25 1.8.6 A hermenêutica como aplicação.................................................27 Capítulo 2 - Contrato.............................................................................28 2.1 Conceito............................................................................................... 28 2.2 Diferença entre Contrato, Convenção, Convênio e Protocolo de Intenções........................................................................................ 30 2.3 O Contrato e o Código Civil Brasileiro............................................... 31 2.4 Fonte Negociai do Direito................................................................... 31 2.5 Diferença entre Ato Jurídico em Sentido Estrito e Negócio Jurídico.32 2.6 Planos de Existência, Validade e Eficácia............................................34 2.6.1 Resultado buscado pelo agente.................................................34 2.6.2 Plano de existência. Elementos gerais e específicos.................34 2.6.3 Inexistência...............................................................................34 2.6.4 Plano de validade...................................................................... 34 2.6.5 Nulidade....................................................................................35 2.6.6 Diferença entre ato jurídico inexistente e ato jurídico nulo.....35 2.6.7 Anulabilidade............................................................................35 2.6.8 Plano de eficácia....................................................................... 36 XIX XX Cleyson de Moraes Mello 2.6.9 Invalidade e ineficácia dos contratos........................................ 36 2.6.10 Quadro. Plano da existência, plano da validade e plano da eficácia...............................................................................37 Capítulo 3 - Princípios fundamentais nas relações jurídicas contratuais........................................................................ 38 3.1 Exposição de Motivos do Novo Código C ivil......................................38 3.2 A filosofia do Código Civil brasileiro.................................................. 41 3.3 Princípios fundamentais do código civil e a dignidade da pessoa humana....................................................................................43 3.4 Princípios clássicos..............................................................................68 3.4.1 Autodeterminação, autonomia da vontade e liberdade contratual ..68 3.4.2 Princípio do consensualismo......................................................70 3.4.3 Princípio da força obrigatória dos contratos.............................. 71 3.4.4 Princípio da relatividade dos efeitos contratuais........................71 3.5 Novos Paradigmas Contratuais........................................................... 71 3.5.1 Da autonomia da vontade a autonomia privada.........................72 3.5.2 Nova dimensionalidade ética......................................................73 3.5.2.1 Função Social do Contrato..............................................74 3.5.2.2 Boa-Fé Contratual...........................................................76 3.5.2.2.1 Diferença entre boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva............................................................ 76 3.5.2.2.2 Boa-fé contratual............................................. 77 3.5.2.2.3 Proibição do venire contra factum proprium, do inciviliter agere, e da tu quoque.....................80 3.5.2.2.4 Supressio e Surrectio........................................ 84 3.5.2.2.5 Dever de Cooperação....................................... 89 3.5.2.2.6 Violação positiva do contrato..........................91 3.5.2.2.7 O dever de mitigar a perda (duty to mitigate the loss)............................................................ 93 3.5.2.3 Boa-fé nas relações de consumo.................................... 95 3.5.2.4 O princípio da boa-fé e teoria do abuso do direito.........97 3.5.2.5 O princípio da boa-fé e a responsabilidade pré-contratual................................................................ 97 3.5.2.6 O princípio da boa-fé e a responsabilidade pós-contratual.............................................................. 100 3.5.2.6 Enunciados do Conselho da Justiça Federal (Jornadas de Direito C ivil)..........................................101 Capítulo 4 - Classificação dos Contratos.........................................104 4.1 Contratos Unilaterais, Bilaterais (Sinalagmáticos) e Plurilaterais . 104 4.2 Contratos Onerosos e Gratuitos....................................................... 104 SUMÁRIO XXI 4.3 Contratos Comutativos e Aleatórios...............................................104 4.4 Contratos consensuais, reais, formais e solenes ............................ 105 4.5 Contrato principal e acessório........................................................ 105 4.6 Contrato nominado (típico) e inominado (atípico) ........................ 105 4.7 Contratos Intuitu personae e impessoais .........................................105 4.8 Contrato de execução imediata, diferida e trato sucessivo.............105 4.9 Contrato de adesão e contrato paritário.........................................106 4.10 Contrato-Tipo.................................................................................106 4.11 Contrato Normativo e Contrato Coletivo.......................................107 4.12 Contrato de fim e Contrato de meio .............................................107 4.13 Autocontrato ou Contrato Consigo M esm o..................................107 Capítulo 5 - Contrato de A d esã o ....................................................... 108 Capítulo 6 - Formação dos Contratos................................................111 6.1 Tratativas Preliminares.....................................................................111 6.2 Proposta............................................................................................ 114 6.2.1 Proposta sem força obrigatória...............................................115 6.2.2 Oferta ao Público.................................................................... 116 6.2.3 Falecimento do proponente antes da aceitação da proposta.. 118 6.3 Aceitação........................................................................................... 119 6.3.1 Teorias do momento de formação do contrato.......................119 6.3.2 Aceitação tardia......................................................................120 6.3.3 Nova proposta ou contraproposta (resposta tardia ou com nome impróprio de “aceitação”) ..................................... 120 6.3.4 Aceitação tácita.......................................................................120 6.3.5 Retratação da aceitação.......................................................... 120 6.4 Lugar de Formação do Contrato........................................................121 Capítulo 7 - Da Estipulação em Favor de Terce iro ......................... 122 7.1 Conceito............................................................................................ 122 7.2 Sujeitos............................................................................................. 122 7.3 Requisitos......................................................................................... 122 7.4 Substituição do terceiro ou beneficiário...........................................124 7.5 Jurisprudência..................................................................................124 Capítulo 8 - Da Promessa de Fato de Terce iro ................................127 8.1 Conceito............................................................................................ 127 8.2 Jurisprudência..................................................................................128 Capítulo 9 - V ícios R ed ib itó r io s ........................................................ 131 9.1 Conceito............................................................................................131 Cleyson de Moraes MelloXXII ___________ 9.2 Fundamento...................................................................................... 132 9.3 Pressupostos Existenciais.................................................................. 133 9.4 Coisas vendidas “no estado” ............................................................. 134 9.5 Aplicação............................................................................................ 134 9.6 Vício redibitório diferente de erro quanto à coisa........................... 139 9.7 Imprestabilidade da coisa e Diminuição do valor patrimonial da coisa............................................................................................ 139 9.8 Vício Redibitório e Venda ad mensuram............................................140 9.9 Hipótese de o alienante ter ciência do vício ou defeito da coisa.......141 9.10 Perecimento da coisa por vicio oculto..............................................141 9.11 Prazo de decadência.........................................................................141 9.12 Prazo de garantia do Produto.......................................................... 143 9.13 Jurisprudências...............................................................................143 Capítulo 10 - Evicção............................................................................145 10.1 Conceito.......................................................................................... 145 10.2 Requisitos........................................................................................ 145 10.3 Inexigibilidade de sentença judicial ................................................146 10.4 Situações em que ocorre a responsabilidade por evicção.................148 10.5 Reforço, diminuição ou exclusão da garantia.................................. 148 10.6 Quantum indenizatório................................................................. 148 10.7 Evicção Total e Evicção Parcial....................................................... 149 10.8 Necessidade de denunciação à lid e ..................................................150 10.9 Conhecimento que a coisa era alheia ou litig iosa.......................... 151 10.10 Jurisprudência...............................................................................152 Capítulo 11 - Dos Contratos A lea tó rios ............................................153 11.1 Conceito.......................................................................................... 153 11.2 Venda de coisas futuras .................................................................. 153 11.2.1 Risco relacionado à própria existência da coisa (emptio spei)...........................................................................153 11.2.2 Risco em relação à quantidade da coisa esperada (<emptio rei sperataé)............................................................... 154 11.3 Vendas de coisas já existentes, mas expostas a risco..................... 154 11.4 Jurisprudência.................................................................................155 Capítulo 12 - Contrato P re lim in a r ....................................................156 12.1 Conceito.......................................................................................... 156 12.2 Requisitos........................................................................................ 156 12.3 Execução judicial do contrato preliminar........................................157 12.4 Promessa de contrato unilateral......................................................157 12.5 Súmulas.......................................................................................... 158 SUMÁRIO XXIII Capítulo 13 - Contrato com Pessoa a Declarar...............................159 13.1 Conceito.......................................................................................... 159 13.2 Fases................................................................................................ 160 13.3 Prazos.............................................................................................. 160 13.4 Eficácia do Contrato.........................................................................160 13.5 Direito Comparado..........................................................................161 Capítulo 14 - Cessão dos Contratos...................................................162 14.1 Conceito.......................................................................................... 162 14.2 Requisitos....................................................................................... 163 14.3 Espécies de cessão de contrato........................................................ 164 14.3.1 Cessão do contrato com liberação do cedente......................164 14.3.2 Cessão do contrato sem liberação do cedente.......................164 14.3.3 Cessão do contrato mediante endosso................................. 164 14.4 Efeitos.............................................................................................. 165 14.4.1 Efeitos entre o cedente e o cessionário................................ 165 14.4.2 Efeitos entre o cedente e o cedido........................................165 14.4.3 Efeitos entre o cessionário e o cedido.................................. 165 Capítulo 15 - Extinção do Contrato...................................................166 15.1 Conceito.......................................................................................... 166 15.2 Extinção contratual de modo normal..............................................166 15.3 Extinção contratual de modo anormal............................................167 15.3.1 Extinção contratual de modo anormal por circunstâncias anteriores ou concomitantes à formação dos contratos..... 167 15.3.1.1 Nulidade e Anulabilidade.......................................167 15.3.1.2 Redibição................................................................ 170 15.3.1.3 Direito de arrependimento.................................... 171 15.3.2 Extinção contratual de modo anormal por circunstâncias posteriores àformação dos contratos (dissolução contratual). 171 15.3.2.1 Resilição................................................................. 172 15.3.2.1.1 Resilição unilateral................................. 172 15.3.2.1.1.1 Conceito............................ 172 15.3.2.1.2 Resilição bilateral ou distrato.................174 15.3.2.2 Resolução............................................................... 175 15.3.2.2.1 Conceito................................................175 15.3.2.2.2 Cláusula resolutiva............................... 175 15.3.2.2.2.1 Na cláusula resolutiva expressa é necessária a sentença judicial?.............176 15.3.2.2.2.2 Opção da parte lesada pelo inadimplemento......178 Cleyson de Moraes MelloXXIV 15.3.2.2.2.3 Jurisprudência................................... 180 15.3.2.2.3 Da exceção do contrato não cumprido......................182 15.3.2.2.3.1 Conceito................................................................ 182 15.3.2.2.3.2 Jurisprudência..................................................... 183 15.3.2.2.4 Da resolução por onerosidade excessiva...................185 15.3.2.2.4.1 Conceito................................................................ 185 15.3.2.2.4.2 Cláusula rebus sic stantibus e teoria da imprevisão 185 15.3.2.2.4.3 Diferença da cláusula rebus sic stantibus e teoria da imprevisão..............................................188 15.3.2.2.4.4 Quando um contrato será considerado excessivamente oneroso?...................................... 197 15.3.2.2.4.5 Resolução ou modificação do contrato?................197 15.3.2.2.4.6 A onerosidade excessiva no Código de Defesa do Consumidor - CDC...........................................199 15.3.2.2.4.7 A teoria da onerosidade excessiva é diferente do instituto jurídico da lesão................................. 199 15.3.2.2.4.8 Diferença entre o artigo 317 e o artigo 478, ambos do CC-2002................................................200 15.3.2.2.4.9 Quadro comparativo.............................................201 15.3.2.3 Rescisão..................................................................... 204 Capítulo 16 - Da Compra e Venda..................................................... 205 16.1 Conceito......................................................................................... 205 16.1.1 Outros sistemas jurídicos contemporâneos 206 16.2 Classificação do contrato de compra e venda.................................. 206 16.3 Compra e venda de lo te ................................................................... 207 16.4 Pressupostos existenciais................................................................ 208 16.4.1 Coisa (res) .............................................................................208 16.4.2 Preço (pretium) ..................................................................... 209 16.4.3 Consenso (consensus) ........................................................... 210 16.4.3.1 Falta de legitimação do contratante na compra e venda................................................................... 211 16.4.3.1.1 Venda de ascendente a descendente....211 16.4.3.1.2 Sujeitos que têm por dever de ofício ou por profissão zelar pelos bens alheios...................................................213 16.4.3.1.3 Falta de legitimação decorrente de casamento.............................................214 16.4.3.1.4 Compra e venda entre os cônjuges.......214 16.4.3.1.5 Condômino na venda a estranho de coisa indivisa......................................... 215 SUMÁRIO XXV 16.5 Compra e venda pura......................................................................216 16.6 Compra e venda condicional.......................................................... 216 16.7 Compra e venda à vista de amostras, protótipos ou modelos........216 16.8 Compra e venda ad corpus e ad mensuram.......................................217 16.8.1 Venda ad mensuram.............................................................. 217 16.8.2 Venda ad corpus.................................................................... 219 16.9 Lugar da tradição no contrato de compra e venda......................... 220 16.10 Os riscos da coisa no contrato de compra e venda....................... 220 16.11 Despesas de transferência e débitos que gravem a coisa............. 221 16.12 Retenção da coisa ou do preço..................................................... 221 16.13 Insolvência do comprador............................................................ 221 16.14 Defeito oculto nas vendas de coisa conjuntas............................. 221 16.15 Direito de Preferência do Condômino..........................................222 16.16 Promessa de compra e venda ...................................................... 222 16.16.1 Conceito e Características.............................................. 222 16.16.2. Evolução Histórica do Direito do Promitente Comprador 224 16.16.3. Direito à Escritura Definitiva .........................................230 16.16.4. Necessidade de Outorga Uxória ..................................... 231 16.16.5 Mora do Compromissário Comprador............................ 232 16.16.6 Cláusula de Perdimento...................................................232 16.16.7 Tutela Processual ............................................................ 236 Capítulo 17 - Cláusulas Especiais à Compra e Venda.................... 237 17.1 Da Retro venda.................................................................................237 17.2 Da Venda a Contento e da Sujeita à Prova.......................................239 17.3 Cláusula de Venda a Contento no CDC............................................241 17.4 Da Preempção ou Preferência......................................................... 241 17.4.1 O pacto de preferência estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum..................................................243 17.4.2 O direito de preferência do inquilino..................................243 17.4.3 O pacto de preferência e a retrocessão................................244 17.5 Da Venda com Reserva de Domínio............................................... 245 17.5.1 Hipótese de o vendedor receber o pagamento à vista. Financiamento do valor do bem, por instituição de mercado de capitais.............................................................. 247 17.6 Da Venda sobre Documentos.......................................................... 248 17.6.1 Impossibilidade da recusa do pagamento............................ 248 17.6.2 Efetivação do pagamento......................................................248 17.6.3 Entrega de documentos e apólice de seguro....................... 248 17.6.4 Efetivação do pagamento por estabelecimento bancário....249 Cleyson de Moraes MelloXXVI Capítulo 18 - Da Troca ou Permuta.................................................. 250 18.1 Conceito.......................................................................................... 250 18.2 Objeto.............................................................................................. 250 18.3 Diferença entre o contrato de compra e venda e o contrato de troca 251 18.4 Diferença de valor entre as coisas trocadas..................................... 251 18.5 Despesas do Contrato......................................................................251 18.6 Troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes.......252 18.7 Jurisprudência.................................................................................253 Capítulo 19 - Do Contrato Estimatório............................................255 19.1 Conceito.......................................................................................... 255 19.2 Impossibilidade de restituição da coisa...........................................255 19.3 Impenhorabilidade da coisa consignada..........................................256 19.4 Indisponibilidade da coisa consignada............................................256 19.5 Jurisprudência................................................................................257 Capítulo 20 - Da Doação...................................................................... 259 20.1 Conceito.......................................................................................... 259 20.2 Características e Requisitos............................................................. 259 20.3 Doação com cláusula de inalienabilidade e cláusula de incomunicabilidade..........................................................................260 20.3.1 Doação com cláusula de inalienabilidade............................. 260 20.3.2 Doação com cláusula de incomunicabilidade........................261 20.3.3 Extinção da cláusula de Inalienabilidade............................. 261 20.3.4 Jurisprudência..................................................................... 265 20.4 Promessa de Doação........................................................................265 20.5 Promessa de Doação efetivada por cônjuges no acordo de separação judicial ou divórcio em favor dos filhos....................... 267 20.6 Admissibilidade da Promessa de Doação......................................... 269 20.7 Aceitação da Doação........................................................................271 20.8 Forma da doação..............................................................................272 20.9 Espécies de Doação..........................................................................273 20.9.1 Doação Pura e Simples......................................................... 273 20.9.2 Doação em contemplação do merecimento do donatário (mérito do donatário).......................................................... 274 20.9.3 Doação remuneratória (espécie de retribuição a serviços prestados pelo donatário ao doador)................................... 274 20.9.4 Doação condicional (suspensiva/resolutiva)........................280 20.9.5 Doação a termo (termo inicial e final).................................. 280 20.9.6 Doação modal ou com encargos...........................................280 20.9.7 Doação verbal....................................................................... 281 20.9.8 Doação com cláusula de reversão.........................................281 SUMÁRIO XXVII 20.9.9 Doação com cláusula de usufruto................................... 284 20.9.10 Doação universal.............................................................. 286 20.9.11 Doação com cláusula de fideicomisso (neste caso, o doador no próprio instrumento contratual estipula que após certo tempo ou pela morte do donatário, o bem se transferirá a outra pessoa, que desde logo aceita)................................................................................287 20.9.12 Doação conjuntiva (feita a mais de um donatário).........288 20.9.13 Doação feita em contemplação de casamento futuro.......289 20.9.14 Doação inoficiosa ............................................................ 289 20.9.15 Doação de bens futuros....................................................291 20.9.16 Doação sob a forma de subvenção periódica....................291 20.9.17 Doação mista...................................................................292 20.9.18 Doação ao Nascituro........................................................ 292 20.9.19 Doação de ascendente a descendente, ou de um cônjuge a outro................................................................ 294 20.9.20 Doação do cônjuge adúltero..............................................296 20.9.21 Doação à entidade futura..................................................297 20.10 Juros Moratórios, Evicção e Vício Redibitório............................. 297 20.11 Da Revogação da Doação............................................................... 298 20.11.1 Hipóteses..........................................................................298 20.11.2 Revogação por ingratidão do donatário........................... 299 20.11.2.1 Hipóteses de revogação da doação por ingratidão....................................................... 299 20.11.2.2 Hipóteses de vedação legal da revogação da doação por ingratidão ..................................... 302 20.11.3 Revogação por descumprimento do encargo...302 Capítulo 21 - Da Locação de Coisas....................................................304 21.1 Conceito, classificação e elementos do contrato de locação...........304 21.2 Das obrigações do locador.............................................................. 309 21.3 Das obrigações do locatário............................................................ 312 21.4 Resilição unilateral do contrato, direito de retenção e outras figuras jurídicas...............................................................................314 21.5 Alienação da coisa locada e cláusula de vigência............................ 317 21.6 Falecimento do locador ou do locatário..........................................318 21.7 Benfeitorias.................................................................................... 318 Capítulo 22 - Do Empréstimo............................................................. 320 22.1 Do Comodato.................................................................................320 22.1.1 Definição e características....................................................320 22.1.2 Comodato para moradia durante o contrato de trabalho.... 322 Cleyson de Moraes MelloXXVIII 22.1.3 Direito de retomada da coisa emprestada antes do término do contrato de comodato....................................... 322 22.1.4 Obrigações do comodatário.................................................324 22.1.5 Postura mais cuidadosa com os bens alheios..................... 328 22.1.6 Solidariedade passiva dos comodatários.............................328 22.1.7 Distinção de locação e comodato........................................329 22.2 Do Mútuo.......................................................................................331 22.2.1 Definição e características....................................................331 22.2.2 Capacidade para contrair mútuo..........................................333 22.2.3 Garantia da restituição........................................................ 334 22.2.4 Mútuo mercantil.................................................................. 335 22.2.5 Prazo para o pagamento do contrato de mútuo................. 340 Capítulo 23 - Da Prestação de Serviço.............................................341 23.1 Conceito e Características............................................................... 341 23.2 Tempo do Contrato.........................................................................346 23.3 Declaração expressa de exoneração da obrigação........................... 349 23.4 Contrato personalíssimo................................................................ 350 23.5 Formas de extinção do contrato de prestação de serviços.............350 23.6 Aliciamento do prestador de serviço...............................................351 23.7 Outras disposições..........................................................................351 Capítulo 24 - Da Empreitada.............................................................. 352 24.1 Conceito e Características............................................................... 352 24.2 Espécies de empreitada................................................................... 353 24.3 Responsabilidade do Empreiteiro...................................................354 24.3.1 Quanto aos riscos da obra...................................................354 24.3.2 Quanto à solidez e segurança dos edifícios e outras construções consideráveis...................................................355 24.3.3 Quanto à perfeição da obra.................................................359 24.3.4 Quanto à responsabilidade pelo custo dos materiais........359 24.3.5 Quanto aos danos causados a terceiros.............................. 359 24.4 Empreitada por medida - verificação e recebimento da obra.........359 24.5 Empreitada por preço fixo .............................................................. 361 24.6 Revisão do Contrato........................................................................362 24.7 Modificações no projeto aprovado..................................................363 24.8 Responsabilidade do Projetista e Subempreitada.......................... 363 24.9 Suspensão da Obra..........................................................................363 24.10 Caráter não personalíssimo do contrato de empreitada.............. 364 SUMÁRIO XXIX Capítulo 25 - Do D epósito ................................................................... 365 25.1 Conceito e características............................................................... 365 25.2 Meios de prova do contrato de depósito........................................367 25.3 Espécies de depósito.......................................................................369 25.4 Obrigações do depositário............................................................... 369 25.5 Sub-rogação real coisa depositada..................................................373 25.6 Venda do bem pelo herdeiro do depositário..................................374 25.7 Obrigação do depositante............................................................... 374 25.8 Direito de retenção por parte do depositário................................. 375 25.9 Depósito Irregular...........................................................................375 25.10 Ação de Depósito..........................................................................377 25.11 Depósito Necessário..................................................................... 378 25.12 Contrato de Hospedagem............................................................. 379 25.13 Prisão civil do depositário in fie l...................................................380 25.14 A questão da alienação fiduciária..................................................383 Capítulo 26 - Do M andato................................................................... 390 26.1 Conceito de Mandato......................................................................390 26.2 Características do contrato de mandato.........................................393 26.3 Quem pode outorgar procuração? Quem pode receber mandato?.. 394 26.4 Requisitos da procuração................................................................ 394 26.5 Reconhecimento de firma no instrumento particular ad negotia ... 394 26.6 Substabelecimento..........................................................................395 26.7 Ratificação do mandato................................................................... 396 26.8 Aceitação do mandato..................................................................... 396 26.9 Espécies de mandato.......................................................................396 26.9.1 Mandato expresso ou tácito e mandato verbal ou escrito.... 396 26.9.2 Mandato gratuito ou oneroso...............................................396 26.9.3 Mandato geral e mandato especial...................................... 397 26.9.4 Mandato em termos gerais e mandato com poderes especiais................................................................................397 26.9.5 Mandato ad judicia e mandato ad negotia............................. 398 26.9.6 Mandato em conjunto, solidário, sucessivo e fracionário.... 399 26.9.7 Mandato Judicial.................................................................. 399 26.10 Mandato em causa própria............................................................ 401 26.11 Responsabilidades.........................................................................408 26.12 Direito de retenção do mandatário................................................409 26.13 Mandato e Gestão de Negócios.................................................... 409 26.14 Obrigações do Mandatário............................................................ 411 26.15 Obrigações do Mandante.............................................................. 412 26.16 Extinção do Mandato....................................................................413 26.16.1 Hipóteses de extinção.....................................................413 Cleyson de Moraes MelloXXX 26.16.2 Cláusula de irrevogabilidade do mandato....................... 415 26.16.3 Cláusula de irrevogabilidade como condição de um negócio bilateral, ou estipulada no exclusivo interesse do mandatário................................................................. 415 26.16.4 Irrevogabilidade do mandato quando contiver poderes de cumprimento ou de confirmação dos negócios..........416 26.16.5 Renúncia do mandato...................................................... 416 26.16.6 Morte do mandante ou mandatário ou interdição de uma das partes................................................................. 416 26.17 Excesso de mandato.....................................................................417 Capítulo 27 - Da Com issão..................................................................418 27.1 Conceito e características................................................................ 418 27.2 Obrigações do comissário................................................................ 419 27.3 Remuneração e juros de mora......................................................... 420 27.4 Cláusula dei credere..........................................................................420 27.5 Comissão e mandato........................................................................421 27.6 Jurisprudência.................................................................................421 Capítulo 28 - Da Agência e D istribu ição..........................................422 28.1 Conceito e características ............................................................... 422 28.2 Obrigações do agente ou distribuidor............................................422 28.3 Remuneração do agente ou distribuidor........................................423 28.4 Direito à indenização do agente ou distribuidor.......................... 423 28.5 Extinção do contrato......................................................................423 28.5.1 Extinção do contrato por justa causa.................................. 423 28.5.2 Extinção do contrato sem justa causa................................. 423 28.5.3 Extinção do contrato por motivo de força m aior................423 28.6 Contrato por prazo indeterminado. Aviso prévio........................... 423 28.7 Contrato de agência e distribuição e contrato de mandato e comissão ......................................................................................... 424 28.8 Jurisprudências ..............................................................................424 Capítulo 29 - Da C orretagem ............................................................. 425 29.1 Conceito e características................................................................ 425 29.2 Obrigações do corretor....................................................................426 29.3 Remuneração do corretor................................................................ 426 29.4 Prova do contrato de corretagem.................................................... 429 29.5 Jurisprudência................................................................................429 SUMÁRIO XXXI Capítulo 30 - Do T ran sp orte .............................................................. 432 30.1 Conceito e características................................................................432 30.2 Disposições aplicáveis ao contrato de transporte......................... 434 30.3 Transporte cumulativo....................................................................435 30.4 Transporte de Pessoas.....................................................................436 30.4.1 Obrigações e responsabilidade do transportador.................436 30.4.2 O bilhete de passagem......................................................... 440 30.4.3 O transporte gratuito........................................................... 442 30.4.4 Recusa de passageiro............................................................ 442 30.4.5 Extinção do contrato antes e depois de iniciada a viagem... 442 30.4.6 Interrupção da viagem........................................................ 443 30.5 Transporte de Coisas.......................................................................444 30.5.1 Conceito e características..................................................... 444 30.5.2 Recusa ao transporte e desistência do transporte...............444 30.5.3 Responsabilidade do transportador.................................... 444 30.5.4 Impossibilidade, impedimento e retardamento do transporte.............................................................................445 30.5.5 A entrega das mercadorias ao destinatário......................... 445 30.6 O contrato de transporte e a teoria da perda de uma chance.........446 30.7 Jurisprudências.............................................................................. 449 Capítulo 31 - Do S egu ro ......................................................................453 31.1 Conceito e características............................................................... 453 31.2 Quem pode ser segurador? A constituição da sociedade seguradora458 31.3 Apólice ou bilhete de seguro........................................................... 459 31.4 Cosseguro....................................................................................... 463 31.5 Princípio da boa-fé e veracidade nos contratos de seguro............. 467 31.6 Risco................................................................................................469 31.7 Seguro à conta de outrem................................................................471 31.8 Obrigações do segurado...................................................................472 31.9 Obrigação do segurador...................................................................473 31.10 Recondução tácita do contrato de seguro.....................................473 31.11 Agentes do segurador. Representantes.........................................474 31.12 Seguro de dano..............................................................................476 31.12.1 Conceito e espécies.......................................................... 476 31.12.2 Limites da garantia do seguro..........................................476 31.12.3 Abrangência do seguro..................................................... 477 31.12.4 Vigência da garantia......................................................... 477 31.12.5 Valor da indenização........................................................ 477 31.12.6 Novo seguro sobre o mesmo interesse............................ 484 Cleyson de Moraes MelloXXXII 31.12.7 Redução proporcional da indenização em caso de sinistro parcial................................................................. 484 31.12.8 Sinistro provocado por vício intrínseco da coisa segurada...........................................................................484 31.12.9 Transferência do contrato de seguro de dano................ 485 31.12.10 Sub-rogação do segurador nos direitos e ações do segurado.........................................................................487 31.12.11 Seguro de responsabilidade civil e danos causados a terceiros.......................................................................488 31.12.12 Seguros de responsabilidade obrigatória...................... 491 31.13 Seguro de pessoa...........................................................................492 31.13.1 Conceito e características...............................................492 31.13.2 Espécies e coberturas..................................................... 497 31.13.3 Prêmio no seguro de v id a ...............................................500 31.13.4 Prazo de carência no seguro de vida para o caso de m orte.............................................................................502 31.13.5 Suicídio do segurado.......................................................502 31.13.6 Obrigação do segurador de pagar o capital.....................504 31.13.7 Impossibilidade de sub-rogação nos direitos e ações do segurado........................................................... 504 31.13.8 Seguro de pessoas em proveito de grupo........................504 31.13.9 Não garantia de reembolso de despesas hospitalares, de tratamento médico, de luto e de funeral do segurado 508 31.14 O contrato de seguro e a prescrição............................................ 508 Capítulo 32 - Da Constituição de Renda...........................................511 32.1 Conceito e características............................................................... 511 32.2 Direitos e Obrigações...................................................................... 515 32.3 Renda constituída em benefício de duas ou mais pessoas...............515 32.4 Impenhorabilidade..........................................................................516 32.5 Extinção da constituição de renda..................................................516 Capítulo 33 - Do Jogo e da A p os ta .....................................................518 33.1 Conceito e características............................................................... 518 33.2 Jogos e apostas permitidos em le i................................................ 519 33.3 Ganhador da loteria que extraviou o bilhete terá direito ao prêmio . 520 33.4 E o “jogo do bicho”? ........................................................................521 33.5 Casas de bingo.................................................................................525 33.6 O empréstimo para o jogo ou aposta..............................................526 33.7 Títulos de bolsa, mercadorias ou valores........................................ 527 33.8 O sorteio como meio para dirimir controversas............................ 527 33.9 Jurisprudências..............................................................................527 SUMÁRIO XXXIII Capítulo 34 - Da Fiança.......................................................................532 34.1 Conceito e características............................................................... 532 34.2 Objeto............................................................................................. 536 34.3 Aceitação do fiador pelo credor...................................................... 537 34.4 Substituição do fiador..................................................................... 538 34.5 Benefício de Ordem ........................................................................538 34.6 Fiança conjunta...............................................................................540 34.7 Pagamento da dívida pelo fiador. Sub-rogação............................... 541 34.8 Efeitos da demora da execução pelo credor sem justa causa...........542 34.9 Direito de exoneração do fiador......................................................543 34.10 Transmissão da obrigação do fiador para os herdeiros................ 546 34.11 Exceções opostas pelo fiador ao credor........................................547 34.12 Hipóteses de desobrigação do fiador............................................547 34.13 Benefício da excussão e a insolvência do devedor...................... 548 Capítulo 35 - Da Transação................................................................ 550 35.1 Conceito e características............................................................... 550 35.2 Efeitos da transação........................................................................552 35.3 Declaração de nulidade de qualquer cláusula da transação.............555 35.4 Anulação da transação.................................................................... 557 Capítulo 36 - Do Compromisso.......................................................... 559 36.1 Conceito e características................................................................ 559 36.2 Compromisso somente em questões estritamente patrimoniais ... 560 36.3 Cláusula compromissória .............................................................. 560 36.4 Distinção entre compromisso arbitrai e cláusula compromissória. 562 36.5 Jurisprudências...............................................................................564 Referências Bibliográficas 566 Capítulo 1 DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL 1.1 Direitos Fundamentais O termo “direitos fundamentais” é encontrado na dogmática jurídica em várias expressões, tais como: “direitos humanos”, “direitos do homem”, “direitos subjetivos públicos”, “liberdades públicas”, “direitos individuais”, “liberdades fundamentais” e “direitos humanos fundamentais”.1 No próprio texto constitucional, a expressão direitos fundamentais se apresenta de forma diversificada, tais como: a) direitos humanos (art. 4o, II da CRFB/88); b) direitos e garantias fundamentais (Título II e art. 5o, § I o da CRFB/88); c) direitos e liberdades constitucionais (art. 5o, LXXI da CRFB/88) e d) direitos e garantias constitucionais (art. 60, § 4o, IV da CRFB/88). A compreensão dos direitos fundamentais é vital para a superação do direito positivo, já que pretende aproximá-lo da filosofia do direito. É uma espécie de aproximação do direito com a moral. Daí a importância do estudo do direito civil em harmonia com os direitos fundamentais, na busca de uma fundamentação constitucional para as decisões dos casos concretos na esfera interprivada. Gregorio Peces-Barba Martínez ensina que “en los derechos fundamen- tales el espíritu y la fueza, la moral y el Derecho están entrelazados y la se- paración los mutila, los hace incomprensibles. Los derechos fundamentales son una forma de integrar justicia y fuerza desde la perspectiva Del indivíduo propio de la cultura antropocentrica dei mundo moderno”.2 Não obstante o insucesso de consenso conceituai e terminológico relati vo aos direitos fundamentais3, alguns pontos de encontro entre tantos con ceitos elaborados podem nos fazer chegar a uma conceituação aceitável, onde 1 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003, p. 31. 2 MARTÍNEZ, Gregorio Peces-Barba. Lecciones de derechos fundamentales. Madrid: Dykinson, 2004, p. 31. 3 José Afonso da Silva entende que são “aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, garantindo a iniciativa e a independência aos indivíduos diante dos demais membros da so ciedade política e do próprio Estado”. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 191. 1 2 Cleyson de Moraes Mello os direitos fundamentais são prerrogativas/instituições (regras e princípios) que se fizeram e se fazem necessárias ao longo do tempo, para formação de um véu protetor das conquistas dos direitos do homem (que compreendem um aspecto positivo, a prestação, e um negativo, a abstenção) positivados em um determinado ordenamento jurídico, embasados, em especial, na digni dade da pessoa humana, tanto em face das ingerências estatais, quanto, se gundo melhor doutrina, nas relações entre particulares (seja esta proteção positivada ou não, é inegável a constitucionalização do direito privado, e, por consequência, a força normativa da constituição nestas relações), onde, em ambos os casos podem possuir eficácia imediata (chamada eficácia direta dos direitos fundamentais nas relações privadas), ou imediata no primeiro caso e mediata no segundo (chamada eficácia indireta dos direitos fundamentais nas relações privadas), ou, ainda só possuindo eficácia no primeiro caso (não aplicabilidade dos direitos fundamentais nas relações privadas) conforme o ordenamento no qual se encontram os referidos direitos. Na precisa lição de José Afonso da Silva4 qualificar tais direitos como fundamentais é apontá-los como situações jurídicas essenciais sem as quais o homem “não se realiza, não convive e, às vezes nem sobrevive; fundamen tais do homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados”, o que nos leva à intrínseca ligação de tais direitos ao princípio da dignidade huma na e da igualdade. Marçal Justen Filho afirma que direito fundamental “consiste em um conjunto de normas jurídicas, previstas primariamente na Constituição e destinadas a assegurar a dignidade humana em suas diversas manifestações, de que derivam posições jurídicas para os sujeitos privados e estatais.”5 Jorge Miranda define os direitos fundamentais como “direitos ou as po sições jurídicas ativas das pessoas enquanto tais, individual ou institucional mente consideradas, assentes na Constituição, seja na Constituição formal, seja na Constituição material. [...] os direitos fundamentais podem ser en tendidos prima fade como direitos inerentes à própria noção de pessoa, como direitos básicos de pessoa, como os direitos que constituem a base jurídica da vida humana no seu nível atual de dignidade.”6 Marcelo Galuppo ensina que “os direitos humanos transformaram-se em direitos fundamentais somente no momento em que o princípio do discurso se transformou no princípio democrático, ou seja, quando a argumentação prática dos discursos morais se converte em argumentação jurídica limitada 4 SILVA, José Afonso da, Op. cit., p. 178. 5 JUSTEM FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 8.ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p.140. 6 MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, 3.ed. Coimbra: Coimbra Edito ra, 2000, p.7-10. Capítulo 1 - DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL 3 pela faticidade do direito, que implica sua positividade e coercibilidade, sem, no entanto, abrir mão de sua pretensão de legitimidade. Os direitos funda mentais representam a constitucionalização daqueles direitos humanos que gozaram de alto grau de justificação ao longo da história dos discursos mo rais, que são, por isso, reconhecidos como condições para a construção e o exercício dos demais direitos/’7 Já Bacelar Gouveia entende direitos fundamentais como “posições ju rídicas ativas das pessoas integradas no Estado-Sociedade, exercidas por contraposição ao Estado-Poder, positivadas no texto constitucional.”8 Desta definição é possível perceber os três elementos dos direitos fundamentais, a saber: (a) subjetivo (contraponto entre o particular e o Estado-Poder), (b) objetivo (conjunto de vantagens que decorre na proteção conferida pelos di reitos fundamentais) e (c) formal (consagração dos direitos fundamentais na Constituição). Neste ponto vale destacar as lições de Cristina Queiroz quanto a dupla dimensionalidade dos direitos fundamentais: “a dupla natureza (doppel Ges- talt) dos direitos e liberdades fundamentais [...] na medida em que não ga rantem apenas direitos subjetivos, mas também princípios objetivos básicos para a ordem constitucional democrática do Estado de direito”.9 1.2 A concepção dos direitos fundamentais na Constituição de 1988 O Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 apresenta um rol extenso de direitos fundamentais. Somente o artigo 5o constitucional contempla 77 incisos.10 Já o artigo 7o, com seus 34 incisos, apresenta um vasto rol de direitos sociais dos trabalhadores. O catálogo dos direitos fundamentais consagrados na Constituição abarca vários direitos em suas variadas dimensões: direito à vida, à liberda de, à propriedade, direitos sociais básicos, direito ao meio ambiente ecologi camente equilibrado (art. 225 da CRFB/88), proteção ao consumidor, dentre outros. Os direitos fundamentais podem ser classificados, de acordo com sua multifuncionalidade, em dois grandes grupos, a saber:11 7 GALUPPO, Marcelo Campos. O que são direitos fundamentais? In: SAMPAIO, José Adér- cio Leite. (Coord.) Jurisdição constitucional e direitos fundamentais. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 213-250. 8 GOUVEA, Jorge Bacelar. Manual de Direito Constitucional, V.II. 3.ed. Coimbra: Almedina, 2010, p.1031. 9 QUEIROZ, Cristina. Direito Constitucional: As Instituições do Estado Democrático e Consti tucional. Coimbra: Coimbra Editora, 2009, p. 365. 10 O artigo 5o apesar de exaustivo, não apresenta cunho taxativo. 11 SARLET, op. cit., p. 246. 4 Cleyson de Moraes Mello a) direitos de defesa, aí incluídos os direitos de liberdade, igualdade, as garantias, bem como parte dos direitos sociais (liberdades sociais) e políticos. São direitos que impõem uma abstenção por parte do Estado e, em regra, representam os direitos subjetivos; b) direitos a prestações integrados pelos direitos a prestações em sen tido amplo, tais como os direitos à proteção e à participação na or ganização e procedimento, assim como pelos direitos a prestações em sentido estrito, representados pelos direitos sociais de nature za prestacional. É necessário lembrar a cláusula de abertura prevista pelo art. 5o, § 2o da Constituição. Nesse sentido cumpre referir que o “conceito materialmente aberto dos direitos fundamentais consagrado pelo art. 5o, § 2o, da CF apon ta para a existência de direitos fundamentais positivados em outras partes do texto constitucional e até mesmo em tratados internacionais, bem assim para a previsão expressa da possibilidade de se reconhecer direitos funda mentais não escritos, implícitos nas normas do catálogo, bem como decor rentes do regime e dos princípios da Constituição”.12 Vale destacar que o catálogo dos direitos fundamentais constitui em si uma concretização do princípio fundamental da dignidade da pessoa huma na (art. I o, inciso III, da CRFB/88). Daí que o princípio da dignidade humana constitui um locus hermenêutico aberto que deve ser harmonizado com a di versidade de valores que se manifestam nas sociedades complexas e plurais. É a questão da intersubtividade e alteridade da norma jurídica, já que a di mensão intersubjetiva da dignidade humana, deve ser compreendida a partir da relação do ser humano com os demais membros da sociedade em que vive. 1.3 Diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos Segundo Ingo Wolfgang Sarlet a distinção é de que o termo direitos fundamentais “se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado, ao passo que a expressão “direitos humanos” guardaria relação com os documentos de direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculação com determinada ordem constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelam um inequívoco caráter supranacional (internacional)”.13 Dessa maneira, os direitos fundamentais representam os direitos reconhecidos pelo ordenamento constitucional interno de cada Estado e os 12 SARLET, op. cit., p. 79. 13 Ibid., p. 33-34. Capítulo 1 - DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL 5 direitos humanos são aqueles reconhecidos pelo direito internacional com validade universal e de contornos mais amplos e imprecisos. Da mesma forma, as lições de Antonio-Enrique Pérez Luno, “Los derechos humanos suelen venir entendidos como un conjunto de facultades e insdtuciones que, en cada momento histórico, concretan las exigências de la dignidad, la libertad y la igualdad humanas, las cuales deben ser reconocidas positivamente por los ordenamientos jurídicos a nivel nacional e internacional. En tanto que con la noción de los derechos fundamentales se tiende a aludir a aquellos derechos humanos garantizados por el ordenamiento jurídico positivo, en la mayor parte de los casos en su normativa constitucional, y que suelen gozar de una tutela reforzada”.14 1.4 As dimensões dos direitos fundamentais O processo de reconhecimento dos direitos fundamentais no âmbito do direito positivo dá margem a sua compreensão a partir das características de seu conteúdo. Tais características podem ser agrupadas em dimensões (ge rações): a) Direitos fundamentais da primeira geração: São aqueles de índole li beral-individualista, fruto do pensamento liberal-burguês do sécu lo XVIII, que representam os direitos individuais frente ao Estado. Os direitos fundamentais de primeira geração estão relacionados aos direitos de cunho jusnaturalista, tais como: os direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade (igualdade formal) perante a lei. Nesta dimensão estão incluídos, também, os direitos de par ticipação política e as liberdades de expressão coletiva (liberdades de expressão, imprensa, manifestação, reunião, associação, etc.) b) Direitos fundamentais da segunda geração: Os direitos fundamentais da segunda geração estão relacionados aos direitos econômicos, so ciais e culturais. Como observa Ingo Sarlet, estes direitos “não en globam apenas direitos de cunho positivo, mas também as assim denominadas liberdades sociais’, do que dão conta os exemplos da liberdade de sindicalização, do direito de greve, bem como do reco nhecimento de direitos fundamentais aos trabalhadores, tais como o direito a férias e ao repouso semanal remunerado, a garantia de um salário-mínimo, a limitação da jornada de trabalho”.15 c) Direitos fundamentais da terceira geração: Os direitos fundamentais da terceira geração são aqueles denominados de direitos de solida- 14 PEREZ LUNO, Antonio-Enrique. Los derechos fundamentales. 8. ed. Madrid: Tecnos, 2004, p. 46. 15 SARLET, op. cit., p. 53. 6 Cleyson de Moraes Mello riedade. É caracterizado pelos direitos transindividuais, também chamados direitos coletivos e difusos e que, no geral, compreen dem os direitos do consumidor e dos direitos relacionados à prote ção do meio ambiente, respectivamente. d) Direitos fundamentais da quarta geração: Os direitos fundamentais da quarta geração são os direitos de manipulação genética, relacio nados à biotecnologia e bioengenharia, e que tratam de questões sobre a vida e a morte, sobre cópias de seres humanos, e que reque rem uma discussão ética prévia; e e) Direitos fundamentais da quinta geração: Os direitos fundamentais da quinta geração estão relacionados aos direitos da realidade vir tual, que surgem do grande desenvolvimento da cibernética. a) Direitos fundamentais da sexta geração? Os direitos de sexta dimen são para Agra são aqueles relacionados com a questão dos direitos dos animais.16 Aqui, a discussão é acirrada já que os animais, de acordo com o Código Civil brasileiro são considerados bens semo ventes e não sujeitos de direito. Interessante notar que várias pes quisas em sede de mestrado e doutorado em direito caminham no sentido desta discussão, ou seja, o direito dos animais não huma nos.17 Vale lembrar que a UNESCO proclamou, em 27 de janeiro de 1978, a Declaração dos Direitos dos Animais. A partir desta declaração os animais passam a ser protegidos ao se tornarem seres de direito.18 16 Ibid. 17 Neste sentido, ver: FRISKE, Gabriela. O Direito dos Animais não Humanos. Juiz de Fora: UNIPAC, Dissertação de Mestrado, 2013. Ver também: (1) EBERLE, Simone. Deixando a Sombra dos Homens: Uma Nova Luz sobre o Estatuto Jurídico dos Animais. 2006. 431 f. Tese de Doutorado (Direito Civil) - Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 417 p.; (2) LOURENÇO, Daniel Braga. Direito dos animais: funda mentação e novas perspectivas. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2008, 566 p.; (3) OST, François. A Natureza à Margem da Lei - A ecologia à prova do direito. Trad. Joana Chaves. Lisboa: Instituto Piaget, 1995,172 p.; (4) SINGER, Peter. Ética Prática. Trad. Je- fferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2002, 399 p.; (5) SINGER, Peter. Liber tação Animal. Trad. Marly Winckler. Porto Alegre: Lugano, 2004 e (6) SUNSTEIN, Cass R. The Rights o f Animais, in: The University o f Chicago Law Review, vol. 70, 2003. 18 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS Art. I o) Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à exis tência. Art. 2o) O homem, como a espécie animal, não pode exterminar outros animais ou ex plorá-los violando este direito; tem obrigação de colocar os seus conhecimentos a serviço dos animais. Art. 3o) 1) Todo animal tem direito a atenção, aos cuidados e a proteção dos homens. 2) Se a morte de um animal for necessária, deve ser instantânea, indolor e não geradora de
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