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* * Prof. MSc. Marco Aurélio Molina Pires -Mestre em Ciência Veterinária – UFRPE -Especialista em Cirurgia e Anestesiologia Veterinária – UNOESTE - Especialista em Oftalmologia Veterinária - UNOESTE * * VISÃO HUMANOS X ANIMAIS * * * * * * * * ANATOMIA OCULAR Pálpebras Terceira pálpebra Córnea Câmara Anterior (humor aquoso) Íris e Corpo Ciliar Cristalino Câmara Posterior (humor vítreo) Retina Nervo Óptico * * * * ÓRBITA arcabouço ósseo que circunda o olho, formada pelos ossos: frontal, lacrimal, esfenóide, zigomático, palatino e maxilar. * * PÁLPEBRAS As pálpebras, superior e inferior, são projeções móveis e delgadas de pele que normalmente cobrem os olhos. Elas convergem e se unem, formando assim, os ângulos (medial e lateral). Terceira pálpebra. superfície epidérmica m. orbicular do olhor glândula tarsal conjuntiva palpebral * * APARELHO LACRIMAL O aparelho lacrimal tem como função produzir e remover as lágrimas. * * CÓRNEA e ESCLERA A córnea é a janela transparente no revestimento fibroso do olho, a esclera é a parte posterior opaca e o limbo é a zona de transição entre estas duas estruturas. * * A córnea possui 5 camadas; a película lacrimal pré-corneal, o epitélio anterior e sua membrana basal, o estroma (substância própria), a membrana de Descemet (lâmina limitante posterior) e o endotélio (epitélio posterior). * * ÍRIS, CORPO CILIAR e CORÓIDE A íris é formada por uma delicada rede de vasos sangüíneos, tecido conjuntivo, fibras musculares e nervos. Por estar em contato direto com a lente, tem a mesma curvatura que sua superfície anterior. Seu epitélio é intensamente pigmentado com melanina. * * O corpo ciliar é estrutura caudal a íris, de constituição semelhante. Possui como função acomodação da lente e constitui-se no local de maior produção do humor aquoso. * * RETINA A retina, camada mais interna do bulbo do olho, é formada por células nervosas distribuídas em 10 camadas. * * CÂMARAS OCULARES Anterior, posterior e vítrea. * * LENTE A lente é uma estrutura biconvexa. A condição clínica onde há opacidade lenticular é chamada de catarata. * * Sistema ocular: Anexos (proteção) - órbita, fáscia orbital, músculos, gordura extra ocular, pálpebras, terceira pápebra e conjuntiva. Bulbo ocular (parte principal do mecanismo da visão) – 3 túnicas ou camadas: Fibrosa (mais externa) – córnea e esclera, Média – trato uveal (íris, corpo ciliar e coróide), Nervosa (mais central) – retina e parte do nervo óptico). * * ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS OFTÁLMICOS Utilização em tratamentos clínicos, cirúrgicos ou ambos. CLÍNICOS: erros nas frequências e nos intervalos, diagnóstico incorretos. Todos os fármacos oftálmicos produzem efeitos benéficos e adversos. CIRÚRGICOS: pré e pós operatório. CLÍNICO/CIRÚRGICO: combinação de ambos. * * TRATAMENTOS OFTÁLMICOS Tópica – 1 gota, 4 a 6 vezes/dia. Sistêmica Subconjuntivais ÓRBITA: ótima vascularização – via sistêmica. PÁLPEBRAS: difícil acesso – via sistêmica e tópica. GLÂNDULAS LACRIMAIS: via sistêmica e tópica. CÓRNEA: tópica. CONJUNTIVA: tópica e sistêmica. ÚVEA: tópica, sistêmica e subconjuntival. FUNDO DE OLHO e NERVO ÓPTICO: sistêmicos e intra-orbitárias. * * FÁRMACOS UTILIZADOS EM OFTALMOLOGIA AGENTES ANTIMICROBIANOS Cloranfenicol, gentamicina, neomicina, terramicina e tobramicina. ANTIVIRAIS Idoxuridina, trifluridina e vidarabina. ANTIMICÓTICOS Cetoconazol, tiabendazol, itraconazol e miconazol. * * FÁRMACOS ANTIINFLAMATÓRIOS GLICOCORTICÓIDES Prednisona, dexametasona, hidrocortisona e betametasona. 2) AGENTES ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) Diclofenaco a 0,1%, flurbiprofeno a 0,03%, megluminato de flunixina, carprofeno. * * EXAME OFTÁLMICO 1) ANAMNESE Sintomatologia, Afecções primárias, Tratamento implementado, Enfermidades concomitantes, Medicação adicional. * * 2) EXAME DIRETO Simetria, Epífora, Secreções, Exoftalmias, Microftalmias, Estrabismo, Opacificação. * * 3) AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE VISUAL A) PROVA DE DEAMBULAÇÃO Simples – caminhar em ambiente luminoso e na penumbra. Com obstáculo – esbarra ou esquiva dos objetos. * * B) PROVA DE AMEAÇA Movimento com a mão em forma de ameaça. Avalia os pares craniais II (nervo óptico) e VII (nervo facial). * * C) COTTON BALL Bola de algodão caindo na frente do paciente. * * 4) REFLEXO LUMINOSO PUPILAR (RLP) Realizada com auxílio de luz branca halógena potente. A) DIRETO Luz e observação no mesmo olho. B) INDIRETO Luz em um olho e observação no olho contralateral. * * * * * * PUPILAS NORMAIS Grandes no escuro. Pequenas na claridade. PUPILAS DILATADAS Glaucoma. Doenças do nervo óptico e da retina. PUPILAS CONTRAÍDAS Uveíte. * * 5) TESTE LACRIMAL DE SCHIRMER Jogo de fitas estéreis. Evitar contaminação. Dobra colocada no saco conjuntival por 1 minuto. NORMAL – acima de 15 mm/min. * * * * 6) COLETA DE MATERIAIS Afecções corneais e conjuntivais – bactérias, fungos e vírus. Swab estéril embebido em solução salina estéril. * * Micoplasma Clamidia Cinomose Fungo * * 7) TONOMETRIA Estimação da pressão intra-ocular (PIO). DIGITAL Contra indicado em danos corneais. Coloca-se os dedos indicadores e médio sobre as pálpebras. * * B) IDENTAÇÃO Tonômetro de Schiotz – normal 15-25 mm/Hg. * * C) APLANAÇÃO Método mais preciso – Tonopen * * * * C) APLANAÇÃO Tonômetro de Perkins * * * * 8) GONIOSCOPIA Avalia o ângulo iridocorneal com auxílio de uma lente de contato especial. Anestesia tópica da córnea. Preenchimento da lente com metilcelulose a 1% ou 2,5%. * * * * 9) OFTALMOSCOPIA DIRETA Realizada com oftalmoscópio. Utilização de midriáticos. * * * * B) INDIRETA Utilização de uma lente de condensação. Fonte de luz geralmente na cabeça. * * * * GATO CÃO * * 10) CORANTES FLUORESCEÍNA Aplicados em solução (contaminação) ou em tiras (individuais). Detectar úlceras corneais. * * * * B) ROSA BENGALA * * Avaliação do sistema nasolacrimal. * * Felinos e animais braquicefálicos deglutem a fluoresceína. * * * * CÓRNEA * * CÓRNEA Existem na realidade 2 doenças oftálmicas!! Úlceras de córnea Todo o resto!! * * Realize o diagnóstico de uma úlcera de córnea observando se ela é crítica para o bem-estar do animal. Ele é a diferença entre cegueira e visão, ou uma pequena ou grande cicatriz. A úlcera sempre pode piorar! Trate agressivamente. * * A espessura da córnea do cão é 0.45-0.55 mm no centro e 0.50-0.65 mm na periferia. A córnea normal do gato tem uma espessura aproximada de 0.58 mm. A parte superficial da córnea é a mais sensível. O filme lacrimal garante uma superfície óptica lisa. A maior parte da córnea é colágeno. O endotélio funciona como bomba. * * O epitélio corneal é uma barreira contra bactérias. Em injúria traumática em que uma pequena porção de epitélio foi removida a reparação é rápida. Se a úlcera se torna infectada a cicatrização é atrasada, e uma evolução para úlcera profunda de estroma pode ocorrer. * * Em úlceras infectadas, as proteases da lágrima digerem o colágeno do estroma, podendo causar descemetocele, e um prolápso de íris (dentro de 24hs). * * Etiologia A) Ruptura Mecânica: - Trauma. Corpo estranho. - Entrópio e ectrópio. - Doença dos cílios – triquíase e distiquiase. * * B) Infecções: Bacterianas, Micóticas, Virais. C) CCS ou KCS (Cerato Conjuntivite Seca) * * Diagnóstico A) Sinais Clínicos: 1) Dor e blefaroespasmo. 2) Lacrimejamento.3) Secreção ocular purulenta. 4) Miose devido a uveíte. 5) Edema corneal/neovascularização. B) Cultura C) Teste Lagrimal D)Citologia E) Fluoresceína F) Rosa Bengala * * Úlceras superficiais com perda mínima de tecido corneal - Clorafenicol ou tobramicina QID. - Atropina 1% SID ou BID até a pupila estar dilatada. - Soro sanguíneo QID ou Acetilcisteína 10%. - Reavaliar no dia seguinte, para verificar se evoluiu para “melting”. * * Úlceras com “Melting” ou Ceratomalacia Terapia médica ou cirúrgica bem agressiva. Tobramicina ou gentamicina cada 2h. Natamicina se necessário para hifas a cada 4h. Atropina cada 4h até dilatar a pupila. Soro, Acetilcisteína a 10% ou EDTA cada 1h. AINEs sistêmico BID. Ceratectomia e Retalho Conjuntival. * * Úlceras Profundas, Decemetoceles e Perfurações Continue terapia médica agressiva. Considere aumentar a freqüência dos antibióticos ou trocá-los. Cirurgias: Retalho conjuntival ou ceratoplastia. * * TRATAMENTO MÉDICO PARA ÚLCERAS Determine e elimine a etiologia: CCS, entrópio, infecção. Antibiótico tópico de amplo-espectro: cultura e antibiograma podem guiar a seleção. Controle da progressão: Acetilcisteina, EDTA ou SORO. Trate a Uveíte. Atropina tópica: cicloplegia/midriase AINEs tópicos. * * DECEMETOCELE 1) Remover a causa. 2) Antibióticos tópicos. 3) Atropina tópico. 4) Retalho conjuntival ou ceratoplastia. * * Prolápso de Íris a) Emergência. b) Antibióticos sistêmicos. c) Anestesia geral e reparo cirúrgico da córnea. d)Solução de antibiótico tópica, não usar pomadas. e) Atropina. f) Reposicionamento ou amputação da íris prolapsada: sutura da córnea (7-0); restabeleça a pressão da câmara anterior com Solução Salina Estéril. g) Retalho conjuntival se necessário. * * * * LACERAÇÃO CORNEANA O manejo dependerá da profundidade da laceração. Lacerações superficiais (corada com fluoresceína). Laceração profunda e não perfurada. Menos da metade da espessura: Retalho conjuntival ou trate como úlcera; Mais da metade da espessura: sutura de córnea. * * * * CUIDADO COM A VISÃO!!! CONSULTE SEMPRE UM OFTALMOLOGISTA. * *