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PRATICA PENAL - APELAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS
PROCESSO Nº:
	BRENO, já devidamente qualificado nos autos da Ação Criminal, em face de sentença que o condena nos termos do art. 171, caput, e 297, §2º na forma do art. 69 do CP, vem, respeitosamente, por seu advogado devidamente qualificado, perante V. Exa., interpor, nos termos do art. 593, I do CPP
APELAÇÃO
Requer assim, que seja a mesma recebida e, posteriormente seja feito a intimação ao Ministério Público para, querendo apresentar contrarrazões, sejam remetidas com os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul com a finalidade que a mesma seja conhecida e provida.
Termos em que, pede deferimento.
Local, 11 de dezembro de 2017
Advogado
OAB/RS
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
COLENDA CÃMARA
NOBRES JULGADORES
DOS FATOS
O apelante foi denunciado pelo Ministério Público por ter, supostamente, falsificado assinatura em folha de cheque e ter apresentado o mesmo em uma loja de eletrodoméstico com a finalidade de realizar compras no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
O MM. Juiz condenou o apelante nos termos dos arts. 171, caput, 297, §2º na forma do art. 69, CP, fixando a pena definitiva em três anos e seis meses de reclusão e 26 (vinte e seis) dias-multa, a ser cumprida inicialmente em regime semiaberto conforme pode-se observar em fls.xx.
Entretanto, o MM. Juiz deixou de aplicar substituição de pena privativa de liberdade fundamentando-se na reincidência do apelante, porém tal pena não deverá subsistir conforme fundamento a seguir.
DA PRELIMINAR
Foi proferida sentença condenatória contra o apelante sem que o mesmo tenha sido interrogado, uma vez que o mesmo não compareceu à audiência apresentando devidamente atestado médico conforme pode-se observar em fls.xx.
Podemos observar que a inobservância do ato do interrogatório enseja nulidade, nos termos do art. 564, III, e, do CPP, uma vez que a mesma não obedece o procedimento processual penal, ferindo o princípio do devido processo legal conforme art. 5º, LIV, CF. Houve ainda violação ao princípio fundamental da ampla defesa nos termos do art. LV da CF, quando se vê configurado, neste caso o cerceamento de defesa, já que o apelo não foi interrogado.
DO MÉRITO
Devemos destacar que a condenação do apelante pela prática de dois crimes autônomos, sendo eles, estelionato e falsificação de documento. Entretanto, quando o delito é praticado apenas como meio par a prática de outro delito, aquele deve ficar absorvido por estes, em respeito ao princípio da consumação.
Um dos elementos do crime de estelionato é exatamente a fraude, a intenção de enganar. O STJ entende em súmula 17 que quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencial lesiva, é por este absorvido. Nestes termos, na hipótese apresentada, não resta dúvidas de que a intenção do agente era praticar um crime de estelionato. 
A falsificação do cheque foi apenas um meio para prática do crime de estelionato, de modo que o delito previsto no art. 297, §2º CP deveria ser absorvido pelo delito do art. 171, caput do CP.
DA PENA APLICADA AO ESTELIONATO
O apelante teve sua pena aumentada com o fundamento de que o apelante agiu com dolo, entretanto o delito de estelionato somente é punido em razão de comportamento doloso, não havendo sua previsão em comportamento culposo, sendo assim não cabe ao MM. Juiz incrementar a pena fundamentando-se no dolo uma vez que o elemento subjetivo do dolo já é inerente ao tipo, devendo a pena base ser reduzida ao mínimo legal.
Ocorre ainda que o apelante na data da sentença já era maior de 70 anos, conforme consta em documentos de fls. xx, devendo ter sido reconhecido a atenuante em razão da idade do agente nos termos no art. 65, I do CP.
DA NÃO CONSUMAÇÃO DO DELITO
No momento dos fatos o apelante pretendia usar cheque em que falsificou a assinatura, ocorre que o gerente da loja de eletrodomésticos acionou a polícia assim que percebeu que ocorreria o delito. O apelante foi preso em flagrante e não sendo assim o delito consumado, motivo pelo qual deve ser reconhecida a causa de diminuição de pena na tentativa uma vez que o estelionato é de natureza material onde existe um resultado naturalístico previsto no tipo e ele precisa ocorrer para a consumação do crime, devendo assim ser aplicado os termos do art. 14, II do CP.
DO SURSIS PENAL
Foi indeferido o benefício do sursis, em que peste ter sido demonstrado que o apelante preenche o requisito etário necessário para o seu deferimento conforme art. 77, §2º do CP.
DOS PEDIDOS
Requer que seja a apelação conhecida e provida, de forma que:
Seja reconhecida a nulidade de todos os atos praticados a partir da audiência de instrução e julgamento;
Seja afastado o delito autônomo de falsificação de documento equiparado ao público;
Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que o dolo é o elemento inerente ao tipo penal;
Seja a atenuante reconhecida pelo fato do réu ser maior de 70 anos na data da sentença;
Seja reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa;
Seja a pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos;
Subsidiariamente, seja aplicada a suspensão condicional da pena.
Termos em que, pede deferimento.
Porto Alegre, 11 de dezembro de 2017.
Advogado
OAB/RS

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