Buscar

Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
Toda rotina hospitalar acaba por envolver o insumo de muitos, dos mais variados tipos de lixo, uns mais comuns, outros nem tanto, mas todos eles de uma maneira especifica necessitam de tratamento de forma diferenciada do lixo produzido pela sociedade, devido ao seu fator contaminante, e matéria prima difícil de ser descartada com facilidade. 
No Brasil, devido à falta de uma política que discipline a questão dos resíduos sólidos no país, órgãos como a Agência Nacional de vigilância Sanitária – ANVISA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes que geram resíduos de serviços de saúde.
Dentre os vários pontos importantes das resoluções da ANVISA (RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004) e do CONAMA (Resolução no 358, de 29 de abril de 2005) destacam-se: a responsabilidade dos geradores pelo gerenciamento dos resíduos até a disposição final; a exigência de se fazer a segregação na fonte; a orientação para tratar a fração dos resíduos que realmente necessitam de tratamento; e a possibilidade de solução diferenciada para a disposição final, desde que aprovada pelos órgãos de meio ambiente, limpeza urbana e de saúde.
O gerenciamento correto dos resíduos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde é importante para garantir a qualidade da saúde coletiva e a preservação do meio ambiente. Esse trabalho visa fornecer as informações necessárias tanto para a elaboração do PGRSS como para o correto gerenciamento dos resíduos gerados nos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, com o intuído de esclarecer as noções básicas deste programa, que por vezes é tão pouco notado na rotina hospitalar, porem faz uma grande diferença em relação a posição do hospital perante o meio ambiente e também a segurança de quem trabalhara com a deposição final deste material. 
RESÍDUO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS
Resíduo de serviço de saúde ou RSS, por definição, é o resíduo resultante de atividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de 
cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investigação, relacionadas com seres humanos ou animais, em farmácia, em atividades médico- legais, de ensino e em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais como 
acupuntura, piercings e tatuagens que, por suas características, necessitam de processos diferenciados no manejo, exigindo ou não tratamento prévio para a disposição final. 
Os Resíduos de Serviços de Saúde são compostos por diferentes frações 
geradas nos estabelecimentos de saúde, compreendendo desde os materiais 
perfuro cortantes contaminados com agentes biológicos, peças anatômicas, produtos químicos tóxicos e materiais perigosos como solventes, quimioterápicos, vidros vazios, papelão, papel de escritório, plásticos e restos de alimentos. 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS
A classificação dos RSS objetiva destacar a composição desses resíduos segundo as suas características biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro. 
Grupo A: Biológicos
Grupo B: Químicos
Grupo C: Radioativos
Grupo D: Comuns (semelhante aos domiciliares e recicláveis)
Grupo E: Resíduos Perfurocortantes
GRUPO A – RESÍDUOS COM RISCO BIOLÓGICO:
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentam risco potencial à saúde e ao meio ambiente. 
Grupo A1 - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitados por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; sobra de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência a saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. Devem ser acondicionados em sacos vermelhos. 
Grupo A4 – Bolsas transfusionais vazias ou com volumes residuais pós-transfusão podem ser dispostos, sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado para disposição final de RSS. Devem ser acondicionados em saco branco leitoso. 
GRUPO B – RESÍDUOS COM RISCO QUÍMICO:
Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às características próprias, tais como corrosividade, reatividade, inflamabilidade, toxicidade, citogenicidade e 
explosividade: produtos antimicrobianos e hormônios sintéticos; citostáticos, imunossupressores, digitálicos, imunomoduladores, anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. 
Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes, resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. 
Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). 
Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. 
GRUPO C – REJEITOS RADIOATIVOS: 
Quaisquer materiais radioativos ou contaminados com radio-nuclídeosem quantidades superiores aos limites de eliminação e que a reutilização seja imprópria. 
GRUPO D – RESÍDUOS COMUNS:
São todos os resíduos que não apresentam riscos biológicos, químicos ou radiológicos à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. 
Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia, equipo de soro e outros similares não classificados como A1. 
Resíduos provenientes das áreas administrativas dos EAS. 
Resíduos de Varrição, flores, podas e jardins. 
Restos alimentares de refeitório. 
Materiais passíveis de reciclagem. 
Embalagens em geral. 
GRUPO E – PERFUROCORTANTES:
São objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. 
Lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpem, ampolas de vidro, lancetas, tubos capilares, micropipetas, laminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrado no laboratório e outros similares. 
IMPLICAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE
O gerenciamento correto dos resíduos gerados em estabelecimentos 
prestadores de serviços de saúde é importante para garantir a qualidade da 
saúde coletiva e a preservação do meio ambiente. 
As práticas incorretas na deposição, recolha, eliminação e transporte dos resíduos sólidos hospitalares, no interior e exterior das unidades de saúde, acarretam riscos potenciais para o homem e para o meio ambiente. A poluição ambiental provocada pelos resíduos hospitalares tem 
sido considerada e estudada cada vez mais, uma vez que os órgãos competentes têm mostrado a sua preocupação, já que os mesmos são despejados muitas vezes de maneira incorreta se tornando um grande problema ambiental e de saúde pública. 
 Os Resíduos Hospitalares ou como é mais comumente conhecido “lixo hospitalar”, sempre se constituiu um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente à falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha às edificações hospitalares e aos aterros sanitários. A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente à diversidade de atividades que se desenvolvem dentro de outras empresas. 
Devido a isso, em dezembro de 2004, a ANVISA publicou a RDC nº 306, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e, e em abril de 2005, o CONAMA publicou a Resolução nº 358, que dispõe sobre o tratamento e disposição final desses resíduos, para que assim todas as instituições sigam o mesmo processo com os resíduosde serviços de saúde. 
A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS
Os efluentes oriundos dos estabelecimentos de serviços de saúde, para a manutenção da saúde pública e a segurança do meio ambiente, antes de serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpos receptores, deverão atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.
Já para os resíduos sólidos, o seu manejo encontra-se balizado pela Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC nº 306, de 7/12/2004 e pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 358, de 29/04/2005. Essas duas Resoluções apontam para a obrigatoriedade, de todos os geradores de resíduos de serviços de saúde, de elaborar e executar um plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (PGRSS). O PGRSS, segundo a Resolução da ANVISA, é o documento que aponta e descrevem as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, tratamento interno, coleta e transporte internos, armazenamento, transporte e tratamento externos e destinação final, bem como a proteção à saúde pública.
É importante deixar claro que Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSS) são resíduos gerados por serviços prestadores de assistência médica em atenção à saúde humana e veterinária, necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamento, serviços de medicina legal, instituições de ensino e pesquisa médica, unidades móveis de atendimento à saúde, serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares, os quais possuindo potencial de risco, em função da presença de material biológico, objetos perfurantes e/ou cortantes potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos, e também rejeitos radioativos.
Estudos demonstraram que os resíduos sólidos do grupo A (infectantes), não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure: - A eliminação das características de periculosidade do resíduo; a preservação dos recursos naturais e o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.
Tendo-se em vista que pela sua própria natureza, os resíduos sólidos, enquanto matéria resultará sempre em um rejeito para disposição final no solo e, portanto, seja qual for o processo de tratamento adotado, deverão ser dispostos em aterro sanitário. Este aterro deverá ser adequadamente projetado, operado e monitorado tanto para disposição das cinzas ou escória provenientes de incineração, como para a carga esterilizada em autoclaves ou para os rejeitos produzidos por outra tecnologia.
A melhor forma de tratamento para os resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS), antes denominado lixo hospitalar, é o seu gerenciamento. O gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) tem por objetivo minimizar a sua produção e de proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos profissionais que ali trabalham a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
O gerenciamento dos RSSS compreende duas etapas: gerenciamento interno (todo o processo se passa dentro da instituição que o gerou) e gerenciamento externo (se passa fora da instituição que o gerou).
A segregação adequada dos resíduos, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos que necessitam de manejo diferenciado, com isso diminuindo também os custos com o tratamento desses resíduos.
A maioria dos estabelecimentos de saúde não possui processos para o tratamento de seus efluentes e nem dos seus resíduos sólidos. Por outro lado muitos dos nossos municípios brasileiros não dispõem de coleta seletiva para os resíduos sólidos de serviços de saúde, o que levam muitos desses estabelecimentos à prática do enterramento em vala séptica ou ainda mais grave a queima a céu aberto. Este último procedimento tem sérias implicações, pois esses resíduos possuem grandes quantidades de frascos de soro fisiológico, frascos de água de injeção, seringas e outros materiais confeccionados em PVC, que tem após a sua queima, liberação de substâncias nocivas ao meio ambiente (furano, dioxinas, ácido clorídrico, entre outras).
A reciclagem, uma prática ainda pouco comum em nossos municípios, também poderia ser largamente utilizada nos estabelecimentos de saúde, pois grande parte desses resíduos poderia voltar como matéria prima. Tomamos como base um hospital com 200 leitos ativos, que prepara toda a dieta de seus pacientes e a alimentação de seus funcionários; com a implantação do gerenciamento dos seus resíduos sólidos, teria de 5% a 8% de sua totalidade em resíduos infectantes, ou seja, aqueles que tiveram contato com sangue e/ou secreções de seus pacientes; em torno de 80% da totalidade dos resíduos gerados seriam oriundos da cozinha, no preparo de dietas e refeições, que poderiam ser direcionadas, juntamente com os resíduos provenientes da poda, capina e varrição, para a reciclagem (compostagem). Ainda sobre a possibilidade de reciclagem, existem, já algum tempo, trabalhos apontando para a reciclagem dos frascos de soro fisiológico e de frasco de água de injeção, retornando como matéria prima para outras áreas que não a de saúde.
Ao examinarmos quantitativa e qualitativamente os resíduos provenientes de diferentes estabelecimentos de saúde, notamos diferenças claras, pois sabemos que os resultados dessas análises variam de acordo com o tipo de complexidade de seus atendimentos, ou seja, os exames diagnósticos e os tratamentos terapêuticos que eles tenham disponíveis.
A inobservância da RDC no 306/04 da ANVISA configura infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº 6.437/77, e sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis.
O não cumprimento da Resolução no 358/05 do CONAMA sujeitará os infratores às penalidades e sanções previstas na legislação pertinente, em especial na Lei no 9.605/98, e no seu Decreto regulamentador.
No tocante à fiscalização do cumprimento dessas duas Resoluções, caberá às vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, com o apoio dos órgãos de meio ambiente, de limpeza urbana e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
IMPLICAÇÕES NA FALTA DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Os Resíduos do Serviço de Saúde apresentam risco para a saúde em geral, podendo prejudicar quem trabalha diretamente com o mesmo, refletindo em acidentes de trabalho. Os pacientes internados nas unidades de saúde também correm risco de infecção, caso os resíduos não seja manipulados de forma adequada, assim como o meio ambiente, pois um destino final incorreto pode contaminar o solo, ar e água, e a partir daí surge a importância de todos os indivíduos envolvidos no processo terem ciência e responsabilidade sobre aquilo que fazem.
Entretanto ainda há inúmeros fatores que contribuem para a ineficiência do Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde, porém merece atenção especial é a falta de conhecimento dos profissionais de saúde, ainda que faltem recursos materiais, se houver conhecimento das Legislações preconizadas para um processo adequado, haverá a possibilidade de minimizar os riscos tanto para a saúde individual quanto para a coletividade. Quando gerenciados de forma inadequada, oferecem riscos ao ambiente, por suas características biológicas, químicas e físicas. Dai justifica-se a importância de implantar um PGRSS, pois conhecendo as Legislações e realizando todas as etapas de forma correta, é possível preservar o meio ambiente e a saúde publica em geral. Quando isso não acontece os riscos podem ser danosos para os profissionais de todos os níveis de área de atuação, da saúde, da limpeza pública e também dos catadores de resíduos. 
Outro ponto importante a ser destacado é que um Gerenciamento de RSS ineficaz também pode influenciar na disseminaçãode doenças, propagação de bactérias multirresistentes e com capacidade de persistência ambiental. O manejo inadequado dos resíduos sólidos de saúde oferece riscos que vão além do âmbito hospitalar, pois impacta diretamente no meio ambiente. Geralmente os estabelecimentos de saúde não são instalados em locais biosseguros e os resíduos não são identificados e acondicionados de forma correta, com isso acabam se misturando com os de outras classes e tipos. Então ocorre um grande desperdício de material nas unidades de saúde, gerando assim, um volume muito grande de resíduos havendo influencia nas questões financeiras, pois quanto mais “lixo” maior serão os gastos para tratá-lo, ou ainda, poderá ocorrer o tratamento inadequado, caso os envolvidos no manejo desses resíduos não tenham conhecimento adequado do processo para minimizar os riscos
Apesar das dificuldades ainda muito presentes no que se refere ao controle e manejo de resíduos hospitalares, se os profissionais e trabalhadores da saúde forem capacitados adequadamente e se eles assumirem de fato a sua parcela de responsabilidade para a aplicação do conhecimento, respeitando as normas de manejo dos resíduos dos serviços de saúde, sem dúvida, inúmeros problemas poderão ser minimizados. Isso refletirá na redução do processo de geração de resíduos, assim como no desperdício e volume exagerado de lixo hospitalar.
IMPLEMENTAÇÃO DO PGRSS
 As seguintes ações são necessárias à implementação do PGRSS em um estabelecimento:
Formação de equipe de trabalho: Neste trabalho, o estabelecimento de assistência à saúde (EAS) deve designar o profissional ou os profissionais que deverão compor a equipe de trabalho, de acordo com os tipos de resíduos gerados. A equipe deve ter respaldo da alta direção. -		
Responsável legal: consta do alvará sanitário emitido pela vigilância sanitária. 
Responsável pelo PGRSS: deve elaborar desenvolver, implantar e avaliar a aplicação do PGRSS, de acordo com as especificações legais já mencionadas e supervisionar todas as etapas do plano.
MAPEAMENTO DE RISCO
O mapeamento de risco é um levantamento dos locais de trabalho apontando os riscos que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores. A NR-5 (MTE) considera como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, além de riscos ergonômicos e riscos de acidentes, existentes nos locais de trabalho, e que venham causar danos à saúde dos trabalhadores. Esses riscos podem prejudicar o bom andamento do trabalho, portanto, devem ser identificados, avaliados e controlados de forma correta. O mapa de riscos é representado graficamente por meio de círculos de cores (conforme tabela anexa) e tamanhos proporcionalmente diferentes (riscos pequeno, médio e grande), sobre o layout do local avaliado no EAS e deve ficar afixado em local visível a todos os trabalhadores. A seguir, mostram-se duas tabelas, contendo as cores usadas no mapa de riscos e a descrição dos riscos:
CORES USADAS NO MAPA DE RISCOS:
Figura 1: Cores usadas no mapa de risco.
Tabela 2: classificação das cores com seus respectivos riscos. 
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Para identificar os problemas na gestão de resíduos, o estabelecimento deve fazer um diagnóstico da situação, conforme mostrado na figura abaixo:
Figura 3: Mapa para diagnostico situacional. 
O que se espera obter: Dados sobre a composição e quantidade de cada tipo de resíduo; detectar possibilidades de minimização da taxa de geração; identificar não conformidades durante a execução das diversas etapas e nas instalações (sala e abrigo de resíduos) e, conseqüentemente, necessidades de melhorias; inventariar as necessidades: investimentos em infra-estrutura física, materiais, recursos humanos, capacitação inicial e continuada; compor o PGRSS. A operação de quantificação deve ser feita durante sete dias consecutivos, devido à possível variação na quantidade de resíduos em função da dieta da cozinha e das atividades de assistência médica. A partir dos dados obtidos, deve-se fazer também a previsão dos investimentos financeiros necessários para adequar o estabelecimento. Sugere-se fazer o registro em uma tabela, conforme modelo constante no manual de gerenciamento da ANvISA ou o modificado apresentado a seguir:
Em linhas gerais, o PGRSS deve ter as seguintes informações:
Dados sobre o estabelecimento: Informar os dados gerais do estabelecimento (razão social, tipo, endereço completo, CNPJ, horário de funcionamento, nome do responsável legal).
Componentes da equipe de elaboração do PGRSS: Informar os componentes da equipe e/ou empresa que elabora e implementa o PGRSS, com identificação da ART e números de registro dos conselhos de classe, quando for o caso.
Caracterização do estabelecimento: Informar dados que caracterizem o estabelecimento (número de funcionários, tipos de serviços terceirizados, número total de funcionários de empresas terceirizadas, área total do terreno e construída, alvará sanitário, estrutura física, etc.).
Organograma do estabelecimento: Anexar o organograma completo e atualizado do estabelecimento.
Caracterização das especialidades e serviços: Informar os tipos de especialidades médicas e assistenciais, número de atendimentos por dia, número de leitos por especialidade, número de profissionais e o tipo de contrato dos profissionais.
 Responsabilidades e qualificações das equipes de CCih, CiPA, SESMt e Comissão de biossegurança: Abordar as inter-relações entre as diversas estruturas existentes no estabelecimento (CCHI, CIPA, etc.) e fazer um resumo das responsabilidades e qualificações de cada um.
CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
 • Abastecimento de água: Informar qual o sistema de abastecimento (rede pública ou solução alternativa: poço, caminhão-pipa, etc.). No caso de poço, informar a licença de uso e outorga. Informar se existe aplicação de produtos químicos na água para o abastecimento. Informar se existe o controle interno ou externo de qualidade da água. 
• Efluentes líquidos: Informar a forma de esgotamento sanitário dos efluentes. Informar se existe tratamento ou não dos efluentes no estabelecimento ou na rede coletora. 
• Emissões gasosas: Informar se existe geração de vapores e gases, identificar e localizar os pontos de geração.
Controle de insetos e roedores: Informar e descrever as medidas preventivas e corretivas do programa de controle de insetos e roedores
Segurança ocupacional -	Informar o que é feito para a segurança ocupacional (exame médico admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional e imunização) do pessoal envolvido diretamente com os processos de higienização, coleta, transporte, tratamento e armazenamento de resíduos.
Descrição do gerenciamento de cada grupo de resíduo: listar os tipos de resíduos gerados; 
- informar o mapa de risco do estabelecimento, se houver; 
- informar a quantidade de resíduos gerados por unidade;
- informar a quantidade de resíduos gerados por grupo; 
- descrever como é feita cada etapa do gerenciamento de cada grupo de resíduo; 
- identificar e localizar em esquemas ou fluxogramas os locais de geração de resíduos por grupo, os fluxos e os roteiros a serem executados por tipo de resíduos e locais de armazenamento;
- informar nome, endereço, CNPJ e outros dados importantes de empresas envolvidas (coleta/freqüência, transporte/tipos de veículos, tratamento/tipo, transbordo, disposição final/tipo).
PROFISSIONAL HABILITADO PARA ELABORAR E IMPLANTAR O PGRSS
Pela ANVISA, o profissional deve ter registro ativo junto ao Conselho
de Classe e apresentar Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, ou
Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber,
para exercer a função de Responsável pela elaboração e implantação
do PGRSS (item 2.2 do Regulamento). A Resolução do CONAMA (art. 5º)
cobra o mesmo, porém especifica que o profissional deve ter nível superior
de escolaridade.
Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos necessários,
estepoderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as
qualificações correspondentes.
RESPONSABILIDADES
CONCLUSÃO
A partir desse estudo pode-se observar o quão importante é ter um PGRSS implantado nas instituições e quanto o enfermeiro é um profissional habilitado para executar esse programa de gerenciamento, já que atua em situações de assistência, gerência e educação permanente e continuada. Por conta disso, é necessário um olhar crítico para detectar e solucionar problemas no sentido de alcançar a segurança do cliente. A elaboração, implementação e desenvolvimento do PGRSS deve englobar todos os setores da instituição hospitalar, com observação nas características de cada ambiente e, a partir daí, determinar as ações relacionadas ao plano. É necessário considerar o grau de periculosidade que os resíduos apresentam. Esse grau se relaciona com as propriedades físicas, químicas e infectocontagiosas que promove risco à saúde e/ou ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
Coelho; H. Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. Editada pela Fundação pela Fundação Oswaldo Cruz, 2001.
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – Resolução Nº 358 de 29 de abril de 2005.
Costa; W; M da. A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES E SEUS ASPECTOS POSITIVOS PARA O MEIO AMBIENTE. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, 5(9):12 - 31, Dez/2009.
FREITAS; I; M. SILVA; M; A da. A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE NA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. Goiânia, v. 39, n. 4, p. 493-505, out./dez. 2012

Continue navegando