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Manejo e Conservação Solo e Água

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FUNDAÇÃO PINHALENSE DE ENSINO
CENTRO REGIONAL UNIVERSITÁRIO DE ESPÍRITO SANTO DO PINHAL
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA “MANOEL CARLOS GONÇALVES”
Trabalho de Compensação de Faltas na Disciplina de Manejo e Conservação do Solo e Água
Diogo
Espírito Santo do Pinhal – SP
Novembro de 2018
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, um dos fatores de desgaste que mais seriamente tem contribuído para a improdutividade dos solos é sem dúvida a erosão hídrica facilitada e acelerada pelo homem com práticas inadequadas de agricultura (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1995). 
Segundo Marques (1961) (Apud. BERTONI; LOMBARDI NETO, 1995), o Brasil perde por erosão hídrica laminar, cerca de quinhentos milhões de toneladas de terra anualmente. Em linhas gerais, a erosão é um processo físico que consiste no desprendimento e arraste dos materiais do solo pelos agentes do intemperismo, vento e água. 
Através do arraste das partículas do solo, há o transporte de nutrientes, matéria orgânica, água, sementes, fertilizantes, etc., causando um decréscimo na produtividade das culturas, reduzindo a capacidade de armazenamento dos reservatórios de água, em conseqüência da sedimentação, assoreando córregos e etc (MARQUES, 1961).
A cobertura vegetal natural, é a ideal para proteger o solo da erosão hídrica, porém em áreas agricultáveis por motivos diversos, isto não tem acontecido como deveria e cabe então ao planejador conservacionista atuar orientando sobre a forma menos 9 agressiva de se utilizar determinada área para produção agrícola, de forma a dar sustentabilidade a produção, através da conservação do solo e da água (MARQUES, 1961).
O objetivo do trabalho é detalhar por meio de revisão literária os tipos de perda de solo, os fatores e as práticas conservacionistas para evitar.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 TIPOS DE PERDA DO SOLO
As grandes perdas de solo em áreas agrícolas ocorrem quando há uma combinação de condições. A primeira delas consiste no solo ter pouca ou nenhuma cobertura. Geralmente, essa situação acontece entre o preparo do solo (aração e gradeamento) até o estabelecimento da cultura plantada. Isso ocorre devido ao fato do solo estar muito exposto e suscetível aos efeitos negativos das gotas de chuva, ou seja, o efeito de favorecer a erosão. O solo recém preparado está com terra "fofa" na superfície e com agregador muito pequenos. Isso facilita a ação de carregamento (transporte) de terra por ação da água (HAYS, 1961).
            A outra condição é mais intuitiva. Para que ocorram grandes perdas de solo, condição previamente mencionada, devem ocorrer chuvas fortes a moderadas. Desse modo, aliando-se a situação em que o solo está descoberto ou pouco coberto (plantas ainda pequenas, isto é, pouco desenvolvidas) com chuvas fortes a moderadas são os requisitos básicos para haver grandes perdas de solo por erosão. Nesse sentido, o uso práticas de manejo de solo que não revolvam o mesmo significativamente como ocorre no plantio convencional, proporciona proteção do solo. Assim, nessas situações em que o solo estaria descoberto, a aplicação de resíduos vegetais que cubram o solo bem como o uso do cultivo mínimo, podem aumentar substancialmente a proteção do mesmo, evitando problemas ambientais tais como assoreamento de rios e degradação do solo. Esta última tem consequência direta sobre a produtividade agrícola, pois um solo degradado, certamente, produz menor quantidade de alimentos que um solo bem conservado (HAYS, 1961).       
2.2 FATORES DE PERDA DO SOLO
A degradação do solo pode ser causada de diversas maneiras por vários fenômenos diferentes, que podem ocorrer de forma natural ou não. São eles:
2.2.1 Erosão
Trata-se de um procedimento natural, mas que é intensificado devido à ação humana. Ele se caracteriza pela transformação e desgaste do solodevido a ações de agentes externos (chuva, vento, gelo, ondas, sol) e ocorre porque, normalmente, boa parte da água da chuva bate primeiro na copa das árvores ou nas folhas da vegetação antes de cair no solo, funcionando com uma camada protetora e diminuindo o impacto da água sobre a superfície. Com a destruição da vegetação natural, muitas vezes para uso agrícola, perdemos essa proteção e o solo fica exposto, resultando em um desgaste da superfície terrestre e, consequentemente, na perda da fertilidade do solo. Além da água das chuvas, a copa das árvores também protege o solo contra o calor do sol e contra o vento (ECYCLE, s.d.).
Esse fenômeno traz consigo uma série de outros problemas e impactos ambientais, geralmente se iniciando com a intensificação da lixiviação, processo de lavagem superficial dos sais minerais do solo, podendo causar a formação de voçorocas, grandes e extensos sulcos (fendas), provocados pelas chuvas intensas. O assoreamento também é uma consequência da erosão, processo que se caracteriza pelo acúmulo de terra transportada pela água que se deposita no fundo dos rios, obstruindo seu fluxo, prejudicando a fauna local e contribuindo para seu transbordamento, que causa o alagamento das áreas vizinhas. Há também o risco de ocorrer o deslizamento das encostas dos morros, provocando desabamentos de terra e rochas, além da desertificação, processo no qual o solo começa a ficar cada vez mais estéril, perdendo seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer qualquer tipo de vegetação, com isso ele vai ficando árido e sem vida, dificultando muito sua sobrevivência (ECYCLE, s.d.).
2.2.2 Salinização
Trata-se também de um fenômeno que ocorre naturalmente em diferentes áreas da superfície terrestre, mas que é intensificado devido as ações humanas, principalmente pela adoção de métodos incorretos na agricultura. É caracterizado pelo acúmulo de sais minerais no solo, geralmente provenientes das águas das chuvas, oceânicas ou aquelas utilizadas para irrigação na agricultura (ECYCLE, s.d.).
O processo ocorre de forma natural, pois a água possui certa quantidade de sais minerais que se depositam no solo, sendo todos eles de muita importância para o mesmo. O problema acontece quando a taxa de evaporação da água é muito alta, ou seja, a água evapora mas os sais minerais não, provocando seu acúmulo excessivo no solo. Isso ocorre muito comumente em regiões de clima árido ou semiárido, pois além da evaporação ser muito elevada, a ocorrência de chuvas, que teriam a função de “lavar” os solos e diminuir a concentração de sais, é menor (ECYCLE, s.d.).
A salinização é causada principalmente por causa da adoção de métodos de irrigação incorretos nas práticas agrícolas, e outras possíveis causas são a elevação acentuada do nível freático, causando maior concentração de água na superfície do solo e a evaporação de águas salgadas ou salobras acumuladas de mares, lagos e oceanos, como no Mar Morto e no Mar de Aral, onde o clima é seco e a evaporação das águas salgadas é muito intensa, acarretando no acúmulo de sais na superfície, que, quando em contato com o solo, consequentemente causa a salinização (ECYCLE, s.d.).
2.2.3 Compactação
É mais uma vez um processo decorrente das ações humanas. É caracterizado pelo aumento da densidade do solo, pela redução da sua porosidade e, consequentemente, de sua permeabilidade, que se dá quando ele é submetido a um grande atrito ou a uma pressão contínua. Isso acontece, por exemplo, em função do tráfego de tratores e máquinas agrícolas pesadas, do pisoteio do gado sobre o campo ou do manejo do solo em condições inadequadas de umidade (ECYCLE, s.d.).
E esse fenômeno faz com que as características químicas, e principalmente as físicas, da camada mais superficial do solo sejam alteradas devido à pressão, causando uma séries de consequências negativas ao solo, influenciando negativamente o crescimento de raízes, fazendo com que a planta tenha problemas em seu desenvolvimento. Ele também diminui a movimentação da água pelo solo, as trocas gasosas, limita o movimento dos nutrientes, diminui a taxa de infiltração da água e pode aumentar a ocorrência da erosão (ECYCLE, s.d.).
2.3 PRATICASCONSERVACIONISTAS
As técnicas conservacionistas mais utilizadas são adubação mineral, plantio em nível, adubação orgânica, pastagem, reflorestamento, adubação verde, sistemas de culturas, calagem, controle de queimadas, cobertura morta, rotação de cultura, pastagens, cordões de vegetação permanente, cultivo mínimo e plantio direto. A escolha dos métodos adequados leva em conta aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade.
Conheça um pouco mais sobre algumas destas práticas de conservação do solo.
2.3.1 Plantio em nível
Neste método, o cultivo é realizado em curvas de nível. Essas curvas funcionam como obstáculos à enxurrada, diminuindo sua velocidade. Desta forma, ajudam a reter os elementos solúveis e facilitam a infiltração da água no solo. O plantio em nível é considerado uma das práticas mais eficientes para a conservação do solo. Apesar de eficaz, para se alcançar resultados mais duradouros sua aplicação deve ser combinada a outras práticas.
2.3.2 Cobertura morta
Esta técnica consiste na cobertura do solo com resíduos orgânicos vegetais como serragem, capins, casca de arroz, bagaço de cana-de-açúcar, folhas de espécies caducifólias, resíduos de roçadas e cascas. Estes materiais garantem o controle da erosão, aumento da capacidade de infiltração da água, melhoria da estrutura e fornecimento de elementos nutritivos.
2.3.3 Reflorestamento conservacionista
Áreas degradadas e de baixa capacidade de produção devem ser recobertas com vegetação permanente, com a finalidade de recuperação para aproveitamento futuro. Normalmente é aplicado em nascentes de rios, topos de morros e margens de microbacias hidrográficas.
2.3.4 Pastagem
A criação de pastagens em áreas agrícolas pode ajudar na recuperação de solos degradados. Seus benefícios dependem do manejo racional, que exige práticas corretas de adubação e escolha de vegetação adequada.
2.3.5 Cordões de vegetação permanente
Nesta técnica, as plantas são cultivadas em fileiras (cordões) e curvas de nível, garantindo um controle eficiente da erosão em áreas declivosas. As plantas indicadas para este método são as perenes e de crescimento denso, como cana-de-açúcar, erva-cidreira e capim-gordura.
REFERENCIAS
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. São Paulo: Ícone, 1995. 355 p.
MARQUES, J. Q. A.; BERTONI, J. & BARRETO. G. B., Perdas Por Erosão no Estado de São Paulo. Bragantina, Campinas, 1961, 110p.
HAYS, O.E. New tillage methods reduce erosion and runoff. Journal of Soil and Water Conservation, v.16, n.4, p.172-175, 1961.
ECYCLE. Degradação do solo: entenda causas e alternativas. Sem data. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/4152-degradacao-do-solo. Acesso em: 05/10/2018.
PENSAMENTO VERDE. Conheça algumas práticas conservacionistas do solo. 2014. Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conheca-praticas-conservacionistas-solo/. Acesso em: 05/10/2018.

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