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Tratamento para o Câncer de Mama_Final

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
TraTamenTo para o 
CânCer de mama
Elaboração
Marcelo Queiroz
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE i
Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária ..................................................................... 9
CAPítulo 1
introdução .......................................................................................................................... 9
unidAdE ii
terapia LoCaL ................................................................................................................................... 30
CAPítulo 1
reConstrução da mama e reabiLitação FunCionaL ...................................................... 30
unidAdE iii
terapia sistêmiCa .............................................................................................................................. 44
CAPítulo 1
radioterapia e Quimioterapia ............................................................................................ 44
unidAdE iV
tratamentos aLternatiVos de patoLogias mamárias .................................................................... 75
CAPítulo 1
terapia aLternatiVa para CânCer de mama ...................................................................... 75
rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 89
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
introdução
A palavra “câncer” tem origem grega “karkínos”, que significa “caranguejo”.
Esse termo entrou no glossário da Língua Portuguesa por meio do Latim “cancer”, 
explicando por que o nome da doença é o mesmo do signo (horóscopo) e da constelação 
de Câncer. Essa denominação comum já ocorria entre os gregos, que também 
designavam o animal e o tumor com a mesma palavra: “karkínos”, de onde proveio o 
nosso carcinoma.
Segundo Galeno, o legendário médico romano, o nome “câncer” foi dado à doença porque 
as veias intumescidas que circundam a parte afetada tinha a aparência das patas de um 
caranguejo. Este termo teria sido utilizado pela primeira vez por Hipócrates, o pai da 
medicina, que viveu entre os anos de 460 e 377 a.C., na Grécia. Outros atribuem o nome 
a uma metáfora: o local do tumor é corroído dolorosamente como se um caranguejo o 
devorasse.
Na verdade, falar sobre câncer é desconcertante, principalmente por pessoas que 
não tiveram essa triste experiência ou na carne ou com alguém próximo que amamos 
muito. Um inimigo tão poderoso e persistente que muitas vezes nos vence não por nós 
desistirmos de lutar, mas por ele não se deixar vencer. Por outro lado, vemos pessoas 
enfrentarem esse inimigo potencial, com tanta confiança da vitória que sem explicação 
é eliminado logo no início.
Hoje, existem muitos recursos tecnológicos, como cirurgias feitas minuciosamente 
com alta sofisticação, retirando apenas áreas necessárias e utilizando marcadores 
radioativos no momento cirúrgico, ainda tendo os recursos terapêuticos sistêmicos como 
radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, e recentemente mais um revolucionário 
tratamento: a imunoterapia. Sonhamos que, com todos esses recursos e muitos mais 
que estão por vir, um dia seja anunciada a erradicação dessa moléstia que tanto medo 
nos causa.
Há dois grandes pensadores, um da atualidade e outro de tempos de outrora que em 
poucas palavras nos mostra desafios que serão enfrentados.
Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto não tem 
condições melhores, pra fazer melhor ainda. 
Mario Sergio Cortella. 
8
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem 
a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam 
sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos 
fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. 
Fernando Pessoa.
Com carinho, professor Marcelo Queiroz.
objetivos
 » Identificar os tipos de cirurgias mamárias.
 » Aprender os possíveis tratamentos para a cura do câncer.
 » Conhecer os equipamentos utilizados nas técnicas de radioterapia de 
mama. 
 » Conhecer o processo de terapia sistêmica e sua importância.
 » Conhecer os novos métodos de tratamentos hormonais.
9
unidAdE i
CirurgiA E 
rAdiotErAPiA 
mAmáriA – tErAPiA 
mAmáriA
CAPítulo 1
introdução
O moderno tratamento do câncer de mama tem início no fim do século XIX, com 
William Halsted, que criou a cirurgia que leva seu nome, também conhecida por 
Mastectomia Radical.Esse brilhante cirurgião percebeu que era necessário barrar as 
células cancerosas ao redor da mama, removendo todos os tecidos em sua volta. Isso 
incluía toda a mama, a pele, o músculo peitoral que está sob a mama e os gânglios 
axilares. Com isto, Halsted conseguiu as primeiras curas da, até então invariavelmente, 
fatal enfermidade do câncer de mama. (MACHADO 2010) 
A cirurgia de Halsted foi, durante várias décadas, considerada o tratamento único e 
padrão para o câncer de mama; mas a mutilação causada por ela era muito grande, 
fazendo com que outros cirurgiões questionassem a necessidade de se remover, por 
exemplo, todo o músculo peitoral. <saudeeforca.com/cncer-de-mama-a-histria-da-
cirurgia-para-tratamento> (AMALRIC; SANTAMARIA; ROBERT, 1982). 
Figura 1.
10
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
Fonte: <http://www.fisioweb.com.br/portal/images/stories/img-artigos/pos_mastectomia/fig_2.jpg>.
tratamento da doença benigna da mama 
Por muitas décadas, o termo da “doença fibrocística da mama” tem sido usado para 
descrever quase todos os processos benignos não infecciosos que afete a mama. Isso tem 
resultado em consideráveis confusões para médicos e pacientes e muita preocupação 
para as pacientes que têm a doença da mama. Com exceção de um diagnóstico 
histológico de hiperplasia moderada a severa com atipia, (sf. [Medicina] Falta de 
regularidade demonstrada nos acessos de doenças que ocorrem periodicamente) não 
há aumento do risco de câncer subsequente associado à descrição microscopia de 
alteração, historicamente chamadas doenças fibrocística. Portanto, o termo deve ser 
abandonado em favor dos descritores mais precisos de mastopatia benigna, proposto 
em 1987. Estes são:
 » edema e dor à palpação cíclicos fisiológicos;
 » nodularidade;
 » mastalgia;
 » secreção papilar;
 » infecção;
 » massa dominante.
 (BASSETT; FU; GOLD, 2000)
11
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Cirurgia diagnóstica
Câncer de mama invasivo e não invasivo 
Por definição, os cânceres de mama são tumores malignos que surgem na glândula 
mamária, frequentemente a partir dos ductos (canais que ligam a glândula ao mamilo) 
ou dos lóbulos (partes da mama que secretam o leite). Tumores iniciais, mas que ainda 
não infiltraram a membrana basal, que separa os ductos e lóbulos dos tecidos adjacentes, 
são conhecidos por carcinomas não invasivos ou carcinomas in situ. Aqueles tumores 
que infiltram ou invadem os tecidos da mama são chamados de carcinomas invasivos 
ou infiltrativo. Os tumores invasivos têm a probabilidade de crescer e infiltrar na pele e 
nos músculos peitorais. Podendo ainda enviar células malignas pela circulação para os 
linfonodos (ou gânglios) da axila e para outros órgãos como os pulmões, cérebro, ossos 
etc., esse processo é chamado de metástase. Quanto maior é o crescimento celular, pior 
o prognóstico ou evolução do tumor, pois ele está relacionado à capacidade do tumor 
de invadir os tecidos da mama e enviar metástases para outros órgãos. Em todos os 
casos, a paciente tem grande probabilidade de tratamentos incisivos, como cirúrgico, 
quimioterápico, radioterápico e ainda a utilização de tratamento hormonioterapico, 
um tratamento recente que tem trazido bons resultados é conhecido por imunoterapia. 
(TAVARE, 2016)
Os médicos patologistas fazem uma avaliação para determinar as margens cirúrgicas, 
que são a distância entre o tumor e a borda ou margem da peça cirúrgica (biópsia 
excisional ou mastectomia) para saber se o tumor foi totalmente removido, sem 
evidência de células tumorais nas margens. Caso o médico patologista detecte no exame 
microscópico que há células cancerosas na borda cirúrgica, o mastologista é informado 
no laudo patológico, para tomar as medidas, a fim de evitar que haja tumor residual 
(resto do tumor) na paciente. O exame das margens pode ser realizado durante o ato 
cirúrgico, chamado de exame pré-operatório ou por congelação cirurgia, quando o 
tumor é palpável pelo mastologista. No caso de tumores não palpáveis, visualizados 
pela mamografia, o mais adequado é o exame das margens no pós-operatório, guiado 
pela mamografia da peça cirúrgica que auxilia o patologista a localizar adequadamente 
o tumor e avaliar as margens com precisão. (MUNHOZ, 2014)
Já nas invasões vasculares ou linfáticas, as células dos tumores malignos invasivos ou 
infiltrativos têm a possibilidade de invadir os vasos sanguíneos e/ou os vasos linfáticos 
e assim ganhar a circulação e produzir metástases (disseminação do tumor para outros 
órgãos). O médico patologista deve incluir a informação sobre a presença ou não de 
12
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
invasão vascular no laudo do exame patológico, pois esse fator é importante e decisivo 
no indicador da evolução da doença e a forma de tratamento. (MUNHOZ, 2014)
tratamento de doenças malignas da mama 
(pré-operatório)
O pré-operatório corresponde ao período que se estende do momento da indicação de 
um procedimento cirúrgico, até sua realização. Devemos identificar doenças prévias e 
condições que possam influenciar de forma negativa o trans e/ou pós-operatório.
Para que se realize a cirurgia, são necessários: 
 » correta indicação cirúrgica, 
 » adequado esclarecimento sobre o procedimento proposto e seus riscos, 
 » avaliação clínica criteriosa (história clínica e exames físicos), 
 » solicitação de exames laboratoriais, 
 » definição do provável tipo de anestesia que será empregado e dos cuidados 
pós-operatório. 
Nessa fase preparatória, é muito importante o diálogo, a partilha de sentimentos e 
reações, a exploração de ideias em profundidade e a discussão de relacionamentos, pois 
quando agimos para fortalecer um relacionamento com os outros, o sistema imunológico 
responde com maior atividade e se torna mais forte, e os outros sistemas do organismo 
passam a atuar melhor. Conhecer as preocupações que essas pacientes apresentam no 
pré-operatório de mastectomia, é de grande relevância, pois buscamos a compreensão 
de sentido que se dá na comunicação no pré-operatório de mastectomia, uma vez que a 
carência do cuidar relacionado às informações, à doença e à cirurgia aliados à carência 
do conhecimento das expectativas destas pacientes, é observado no âmbito hospitalar. 
(AMALRIC, SANTAMARIA, ROBERT 1982) 
Figura 2.
13
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Fonte: <http://www3.alagoas24horas.com.br/wp-content/uploads/2013/11/ee92d5899f1c4bb6992c2ecfe41f97af_medico.2.jpg>.
tipos de mastectomia e conceitos técnicos
 » Mastectomia radical clássica – tipo Haslted (1882). 
 » Mastectomia radical clássica: ressecção da mama junto à musculatura 
peitoral e ao conteúdo axilar.
 » Mastectomia radical modificada – tipo Pattey-Dyson (1948). 
 » Mastectomia tipo Pattey-Dyson: ressecção da mama junto ao músculo 
peitoral menor e ao conteúdo axilar, preservando o músculo peitoral 
maior.
 » Mastectomia radical modificada – tipo Madden-Auchincloss (1965).
 » Mastectomia tipo Madden-Auchincloss: ressecção da mama e do conteúdo 
axilar, preservando os músculos peitorais.
 » Mastectomia total ou simples: ressecção da mama, preservação da 
musculatura peitoral.
 » Mastectomia subcutânea ou poupadora.
 » Mastectomia subcutânea ou adenomastectomia: ressecção da glândula 
mamária preservando o envelope cutâneo de revestimento e o complexo 
areolomamilar.
14
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
 » Mastectomia periareolar ou poupadora de pele (skin sparing): ressecção 
da mama e do complexo areolomamilar por meio de incisão circular 
periareolar.
(BIAZUS, 2012).
Assista ao vídeo: “Tenicas de Mastectomía (Mastectomy Techniques)”. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=d8xavK1zIhY>.tratamento local e regional do carcinoma 
infiltrativo
Embora historicamente o tratamento de câncer de mama invasivo fosse primariamente 
direcionado localmente à mama por meio de mutilação cirúrgica, a conduta atual é 
considerada melhor em termos de terapias local e regional. O tratamento local é 
direcionado à mama, em alguns casos, aos linfonodos adjacentes. O principal objetivo 
da terapia local é a erradicação de doença local e, em pacientes sem metástases. É 
curativo, infelizmente, micrometástases ocultas, que não são afetadas por conduta 
local, tem sido encontrada em número substancial de mulheres aparentemente com 
câncer de mama localizado. (BIAZÚS, 2012)
Como resultado, a terapia sistêmica para erradicar essas micrometástases traz à tona, 
como braço vital do tratamento do câncer de mama comumente metastática para 
os linfonodos da axila, o tratamento local dos linfonodos, consistindo em remoção 
cirúrgica ou radioterapia, que tem sido realizado na esperança de melhorar a sobrevida. 
Infelizmente, nenhum dos tratamentos tem mostrado benefícios significativos. Porém, 
a presença e a extensão das metástases para linfonodos axilares têm demonstrado ser 
o melhor dos previsores de sobrevida global em pacientes com câncer de mama. Dessa 
forma, a retirada de linfonodos axilares tem evoluído de uma forma de tratamento para 
um procedimento avaliativo que fornece um determinante prognóstico da sobrevida. 
(MACHADO, 2010)
Atualmente, existem duas opções principais no tratamento local de câncer de mama 
invasivo:
1. Mastectomia total (com ou sem reconstrução) com dissecção dos 
linfonodos axilares.
Figura 3. mastectomia total sem reconstrução.
15
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Fonte: <https://cancerdemamatemcura.files.wordpress.com/2010/08/100_0281.jpg>.
Cirurgia conservadora
Cirurgia de conservação da mama é associada à dissecção dos linfonodos axilares e 
irradiação pós-operatória de toda mama. A irradiação pós-operatória da mama é 
essencial devido à taxa de quase 40% de recorrência local unicamente com a ressecção 
do nódulo. (BASSETT; FU; GOLD; 2000)
Os resultados de experiências controladas, comparando mastectomia com cirurgia 
conservadora da mama (ressecção do nódulo e irradiação) para o tratamento de câncer 
de mama estágios I e II, demonstraram equivalência. A sobrevida global e a sobrevida 
sem recidivas não foram estatisticamente diferentes quando os resultados das duas 
modalidades foram comparados. Com conhecimento destes dados, pela conferência 
sobre desenvolvimento de consenso sobre o tratamento de câncer de mama em estágios 
precoce, feita pelo Instituto Nacional de Câncer, em 1990, chegou-se à conclusão que 
“o tratamento conservador da mama é método apropriado de terapia primária para a 
maioria das mulheres com câncer de mama em estágios I e II e é preferível porque dá 
sobrevida equivalente à da mastectomia total e dissecção axilar, enquanto preserva a 
mama.” (BASSETT; FU; GOLD, 2000)
Figura 4.
 mastectomia total. mastectomia total com reconstrução.
16
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
 Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-s1c2myo6h_g/Vk3pu-dfcdi/aaaaaaaaana/b1tuqbsV9qc/s1600/masteCtomia1.jpg>.
Vários termos têm sido utilizados para descrever os tipos de cirurgias envolvidas 
em conservação da mama, incluindo ressecção do nódulo, exérese ampla ressecção 
segmentada, quadrantectomia e mastectomia parcial. Somente a quadrantectomia 
define especificamente a quantidade de tecido removido. É de grande importância 
lembrar que a conservação da mama tem dois objetivos:
1. Remoção do câncer com margem de tecido normal.
2. Bom resultado cosmético.
A forma de fazer a incisão da pele é ruim em aspecto de qualidade da cosmética. Incisões 
nas linhas de tensão da pele em repouso em geral atingem o melhor resultado da 
aparência estética da mama; entretanto, também é necessário considerar o tamanho da 
mama, a localização do câncer e se a uma cicatriz de biópsia prévia deve ser englobada 
pela incisão. Cânceres na parte medial da mama e grandes cânceres que requerem 
remoção de grande volume de tecido, provavelmente, são mais bem tratados com uma 
incisão radial, que proporciona o melhor resultado na estética nesses casos (AMALRIC; 
SANTAMARIA; ROBERT, 1982).
Aspecto cirúrgico (Acesso cirúrgico)
O acesso cirúrgico para a realização da mastectomia se baseia na discussão conjunta entre 
as equipes de cirurgia plástica e mastologia com a ponderação de aspectos anatômicos e 
técnicos individuais de cada abordagem. No estudo de caso apresentado abaixo, foram 
incluídas pacientes submetidas aos acessos cirúrgicos hemiperiareolar, duplo círculo 
e em mamoplastia. Definiu-se como acesso hemiperiareolar como a incisão realizada 
na transição do limite da aréola com a pele mamária e o interesse maior é a metade da 
circunferência areolar, superior ou inferior. Nos tumores localizados em quadrantes 
superiores, houve a opção pelo acesso hemiperiareolar superior, e nos tumores inferiores 
o acesso é inferior para maior proximidade com a lesão. (MUNHOZ, 2014)
17
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Figura 5 .
Fonte: munhoz, 2014.
Acesso hemiperiareolar. (A) a marcação da incisão cutânea na transição da aréola com 
a pele da mama, interessando a semicircunferência (1) na situação de localização do 
tumor nos quadrantes inferiores (2). (B); o acesso cirúrgico até o plano glandular (3) 
com preservação da irrigação sanguínea do CAP por meio do pedículo superior (4).
Foi definido, esse procedimento, como acesso duplo círculo com a incisão realizada na 
região intra-areolar e interessando toda circunferência da aréola. Essa marcação foi 
realizada por meio do areolótomo de 3,5 cm. Adjacente a essa primeira marcação, foi 
realizada uma segunda marcação, também interessando toda a circunferência da aréola 
e distando entre 0,5 a 2 cm da primeira marcação. Em pacientes com pouca flacidez de 
pele optou-se por uma distância mais conservadora (0,5 cm), já paciente com maior 
flacidez cutânea, utiliza-se uma maior distância da primeira marcação (2 cm). A área de 
pele contida entre as duas marcações foi ressecada até o plano dérmico, preservando-se 
a vascularização subdérmica para o CAP (complexo areolopapilar). (MUNHOZ, 2014)
Figura 6. acesso duplo circular.
 
Fonte: munhoz, 2014.
18
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
Em (A) a marcação da incisão cutânea com primeiro círculo na região intra-areolar ou 
na transição da aréola com a pele da mama por meio de areolótomo, interessando toda a 
circunferência areolar (1). Em (2), marcação do segundo círculo, adjacente ao primeiro 
e com distância de 0,5 a 2 cm a depender da flacidez cutânea na situação de localização 
do tumor nos quadrantes inferiores (3). Em (B) o acesso cirúrgico até o plano glandular 
(4) com preservação da irrigação sanguínea do CAP por meio do pedículo superior 
(5). Em (6) a área de ressecção cutânea até o plano dérmico e preservação do plexo 
subdérmico.
Uma vez realizada a incisão, a dissecção é executada através da gordura subcutânea 
e no tecido mamário, uma vez apalpadas as bordas do material através da gordura, a 
ressecção é executada diretamente através do tecido mamário até o nível da parede 
do tórax. Para impedir procedimento desnecessário de retirada de tecido, deve-se ter 
cuidado em não haver desvio de uma linha perpendicular à parede torácica. A amostra 
é removida, juntamente com a fáscia peitoral na margem profunda de ressecção, assim 
como na mastectomia total. (BASSETT; FU; GOLD, 2000)
À semelhança do acesso hemiperiareolar, o acesso para o tecido glandular foi realizado 
de maneira superior ou inferior. Assim, nos tumores localizados em quadrantes 
superiores houve aopção pela ressecção total da derme na região superior e preservação 
do plexo subdérmico inferior para vascularização do CAP (complexo areolopapilar). 
Já nos tumores inferiores foi realizado o acesso inferior e preservação do pedículo 
superior para o CAP (figura 6B). A área entre os dois círculos de marcação e na qual foi 
realizada a ressecção da epiderme torna-se importante para a obtenção do fechamento 
por planos e proteção mecânica do implante na situação de deiscências parciais da 
incisão cutânea. (MUNHOZ, 2014)
19
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Figura 7. acesso em duplo círculo.
Fonte: munhoz, 2014.
Em (1), ressecção da área de epiderme entre o primeiro e segundo círculo, interessando 
toda a circunferência areolar. Em (2), esquema da área de ressecção em visão lateral. 
Em (2), visão lateral da glândula mamária e CAP com limite do círculo interno (A e A’) 
e círculo externo (B e B’). Em (2b), área de epiderme ressecada entre os dois círculos 
e na região esquerda a identificação da região para incisão total da derme e acesso ao 
tecido glandular (C).
Nessa situação houve a possibilidade de síntese do acesso cirúrgico por meio de quatro 
planos cirúrgicos principais. Normalmente, procede-se o fechamento dos planos mais 
profundos incluindo o tecido celular subcutâneo, o plano intermediário envolvendo a 
área desepidermizada entre as duas marcações, o plano pré-superficial incorporando a 
região subdérmica profunda próxima à incisão e o plano superficial incluindo a derme-
superficial. (BIAZÚS, 2012)
Figura 8. acesso em duplo círculo
Fonte: munhoz, 2014.
20
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
Em (A), visão esquemática em corte lateral da área de ressecção de epiderme entre o 
primeiro e segundo círculo, interessando toda a circunferência areolar. Em (1) o CAP, 
em (2) o pedículo dérmico superior para irrigação do CAP, em (3) a área da mastectomia. 
Em (B), visão esquemática em corte lateral após a reconstrução com expansor em 
posição retromuscular e o fechamento em 4 planos cirúrgicos. Em (1) o plano superficial 
incluindo a derme superficial, em (2) o plano pré-superficial incorporado à região 
subdérmica profunda, em (3) o plano intermediário envolve a área desepidermizada 
entre as duas marcações e em (4) plano profundo incluindo o tecido celular subcutâneo.
A definição como acesso em mamoplastia é a utilização de incisões cutâneas envolvendo 
a região areolar, a região entre a aréola e o sulco inframamário (componente vertical) e 
a região do sulco inframamário (componente horizontal). A paciente é posicionada na 
mesa cirúrgica, semissentada e com os braços abduzidos em 90 graus. O procedimento 
inicia-se com a marcação do ponto A, posicionado na linha hemiclavicular, onde se 
estabelecerá o posterior posicionamento do complexo areolomamilar. Por meio de 
pinçamento digital, o cirurgião avalia o grau de flacidez cutânea, determinando-se os 
pontos B e C, que formam, aproximadamente, um triângulo isósceles com o ponto A. 
(MUNHOZ, 2014)
Figura 9.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=9Qacnq2mgte>.
21
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Figura 10. 
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=9Qacnq2mgte>. 
Figura 11. acesso em mamoplastia.
Fonte: munhoz, 2014.
Em (1), visão esquemática da marcação em mamoplastia com pedículo superior 
para ressecção mamária em tumores localizados nos quadrantes inferiores (F). O 
procedimento inicia-se com a marcação do ponto A (em (A)), posicionado na linha 
hemiclavicular, onde se estabelecerá o posterior posicionamento do complexo aréolo-
mamilar. Por meio de pinçamento digital o cirurgião avalia o grau de flacidez cutânea, 
determinando os pontos B e C (em (B) e (C)), que formam, aproximadamente, um 
triângulo isósceles com o ponto A. Os pontos D e E (em (D) e em (E)) corresponderão aos 
limites medial e lateral da incisão horizontal respectivamente. Em (2), visão esquemática 
após a mastectomia; em (A) o ponto A, em (B) o pedículo superior dérmico, em (C) o 
CAP e em (D) a área da mastectomia com visualização do músculo peitoral maior.
22
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
Assista aos vídeos:
“Cirugía Oncoplástica. Tumores centrales de Mama”. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=oIKCZfzZWQw&t=51s>.
“Mamoplastia lateral - Câncer de Mama (Lateral Mammaplasty)”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=9QAcNq2mgtE>
Pode ser encontrado um bom resultado cosmético. Embora algum cirurgião 
recomendasse a mobilização concomitante e rotação de tecido mamário adjacente para 
melhorar o resultado cosmético da cirurgia de conservação, a maioria dos cirurgiões 
sente que é melhor aguardar até depois do procedimento para julgar a adequação 
do resultado cosmético. Se no momento pós-operatório for sentido que o resultado 
cosmético é insatisfatório, ou se for antecipada a criação de uma grande falha durante 
a cirurgia conservadora da mama de uma mulher com mamas pequenas, a rotação de 
uma pequena aba muscular do músculo grande dorsal pode ser vantajosa. (BASSETT; 
FU; GOLD, 2000)
Figura 12.
Fonte: <http://drafernandazanatta.com.br/wp-content/uploads/2015/07/artigo_mama2.png>.
Assista ao vídeo:
 “Cirugía Oncoplástica. Mamoplastia horizontal (Oncoplastic Surgery)”. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=dXvJePzCQXI>.
23
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
dissecção axilar
Historicamente, é definida como remoção cirúrgica de tecido de sustentação de 
linfonodos de uma área anatomicamente definida da axila. É diferente da amostragem 
axilar que consiste da remoção não anatômica de uma quantidade variável e indefinida 
de tecido. A realização de uma dissecção axilar provavelmente é preferível à amostragem 
axilar porque permite a avaliação de um número mais consistente de linfonodos. Muitos 
trabalhos mostraram que taxas de recorrência local significativamente mais altas em 
pacientes submetidas à amostragem axilar opostamente à dissecção axilar. A dissecção 
é considerada adequada quando contém pelo menos dez linfonodos, o que geralmente 
ocorre quando a dissecção engloba todos os linfonodos nível I e alguns do nível II. 
(BIAZÚS, 2012)
Figura 13.
Fonte: <https://raizesfisioterapia.files.wordpress.com/2013/05/mastectomia.jpg>.
A dissecção axilar deve ser executada de maneira organizada e anatômica, da mesma forma 
quando realizada como parte de mastectomia total ou como parte de um procedimento 
cirúrgico conservador da mama. A única diferença entre os dois procedimentos 
refere-se a se a dissecção axilar é feita em continuidade com a exérese da mama. Quando 
é realizada em conjunto à cirurgia de conservação da mama (a menos que a lesão de 
mama seja imediatamente adjacente à axila), a dissecção axilar geralmente é realizada 
por meio de uma incisão separada. Quando realizada em conjunto à dissecação axilar, 
com mastectomia total, é feita por meio da mesma incisão. Uma incisão transversa feita 
imediatamente lateral à prega axilar anterior do músculo peitoral e estendendo-se a 
prega axilar posterior proporciona o melhor resultado cosmético. A extensão da incisão 
à borda do músculo peitoral maior resulta em cicatriz, que será visível quando a paciente 
abaixar os braços e que pode ser invisível quando usar um vestido sem mangas, dando 
assim uma cosmética aceitável para paciente. A incisão deve ser feita na borda inferior 
da linha de implantação de pelos axilares. (AMALRIC; SANTAMARIA; ROBERT, 1982)
24
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
Figura 14.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=aueYeqdevq0>.
O procedimento se inicia pela incisão cutânea, a etapa inicial de uma dissecção axilar 
é criar pequenas abascutâneas. Isto pode ser realizado com bisturi ou com unidade de 
eletrocautério. A borda lateral do músculo peitoral maior é identificada a seguir e devem-
se exercer cuidados para identificar e preservar o nervo peitoral medial, que passa em 
torno do músculo peitoral menor e na superfície inferior do músculo, peitoral maior. O 
tecido de sustentação de linfonodos entre o músculo peitoral maior e peitoral menor é 
varrido lateralmente para ser retirado como parte da peça cirúrgica. A identificação da 
borda lateral do músculo peitoral e sua elevação expõem a fáscia clavipeitoral, que é então 
penetrada e dissecada lateralmente. Os linfonodos localizados infralateralmente à borda 
lateral do músculo peitoral menor são designados linfonodos nível I. Os que se localizam 
através do músculo peitoral menor são identificados como linfonodos nível II e os que se 
situam entre a borda súpero-medial do músculo peitoral menor e músculo subclávio (ou 
ligamento de Halsted) são os linfonodos nível III. (BASSETT; FU; GOLD, 2000)
25
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
Figura 15 .
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=aueYeqdevq0>.
Existem outras complicações de dissecção axilar, além da formação de seroma ou 
hematoma, é a lesão dos nervos que passam pela axila. A lesão dos nervos sensitivos, 
especificamente o nervo intercostobraquial, pode causar hipoestesia permanente na 
axila lateral e parte medial do braço, sintoma que é perturbador para mulher que depila 
a axila. Existe a possibilidade de ocorrer lesão dos dois nervos motores que atravessam 
a axila. A lesão do nervo torácico longo pode resultar em escápula alada ou paralisia do 
músculo serrátil anterior e ocorre em aproximadamente 10% dos casos. A lesão do nervo 
toracodorsal, que inerva o músculo grande dorsal, pode levar à paresia temporária e 
pode complicar a cirurgia ou a radioterapia. Geralmente resolve-se em 6 semanas a 6 
meses. A maior preocupação do cirurgião, quando realiza a dissecção axilar é o edema 
de membro superior (linfedema) que pode ocorrer em 10% a 20% dos casos. Parece 
existir uma correlação direta entre a extensão da dissecção axilar e o desenvolvimento 
de edema. O acréscimo de irradiação axilar aumenta o risco (BIAZÚS 2012).
Assista aos vídeos:
“Cirurgia do câncer de mama”. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=A4g0dppGTY4>.
“Operation 2 - Superior Pedicle Vertical Mammoplasty”. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=NJCWeRqGGTY>.
“Quadrantectomia com linfonodo sentinela – Sentinel lymph node”. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=Hz6wE88S8DU>.
“Linfonodo Sentinella”. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=auEYeqdevq0>.
26
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
mastectomia total e dissecção axilar
No último século, a remoção completa em bloco da mama e da axila era o tratamento-
padrão para câncer de mama. Desde então, sua descrição original em 1894, essa chamada 
mastectomia radical permaneceu como tratamento de escolha até aproximadamente 20 
anos. Desde a década de 1970, uma sucessão de cirurgias que preservaram cada vez mais 
a parede torácica e as estruturas axilares alcançou agora o ponto em que nem mesmo o 
termo mastectomia radical modificada descreve adequadamente a cirurgia. Por esse e 
mais motivos, o termo mastectomia total provavelmente é a melhor descrição de uma 
cirurgia que remove todo o tecido mamário. O termo mastectomia simples não deve ser 
usado porque também não descreve adequadamente a cirurgia. Para adenocarcinoma 
invasivo da mama, portanto, mastectomia total ou dissecção de linfonodos axilares 
descreve mais precisamente o procedimento que de fato é realizado. (BASSETT; FU; 
GOLD, 2000)
Figura 16.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n1a29-fig04.jpg>.
Como vimos anteriormente, a mastectomia total é mais frequentemente usada 
para câncer de mama em estágio III e também é o tratamento de escolha quando a 
radioterapia é indesejável ou contraindicada. Poucas são as mulheres desejam remoção 
da mama, independente do estágio de seu câncer. Se, qualquer que seja a razão, for 
escolhida a mastectomia total como tratamento, a paciente deve receber o oferecimento 
de reconstrução imediata da mama no momento da cirurgia original, com aba de tecido 
autógeno ou colocação de expansor de tecido. Não é levada em conta a idade da paciente, o 
que não deve impedir um cirurgião de oferecer reconstrução. No entanto, a reconstrução 
imediata pode ser contraindicada devido outros problemas clínicos. A incisão cutânea 
para mastectomia total deve ser de forma curva elíptica, e feita de maneira tal, que 
minimize a visibilidade da cicatriz. Obviamente, se for realizada a reconstrução imediata, 
a feitura da incisão deverá ser discutida com o cirurgião plástico para maximizar os 
27
 Cirurgia e radioterapia mamária – terapia mamária │ uNidade i
efeitos estéticos. Se estiver presente uma incisão de biópsia, ela e o mamilo deverão 
sofrer exérese (manobra cirúrgica utilizada para retirar uma parte ou a totalidade de 
um órgão ou tecido visando à finalidade terapêutica) com aproximadamente 1 a 2 cm de 
margem. Com a dissecção executada para o tecido subcutâneo, desenvolvem-se as abas 
superiores e inferiores da pele. (GEMPERLI; MUNHOZ; NETO, 2016)
O plano de dissecção fica entre a mama e a fáscia superficial do tecido subcutâneo, 
que contém o plexo subdérmico das pequenas e grandes artérias e veias. Nas mulheres 
em pré-menopausa, as abas cutâneas geralmente são finas, enquanto, nas mulheres 
menopausadas, são espessas. A dissecção é efetuada superiormente à clavícula, 
medialmente ao esterno, inferior à prega inframamária perto da margem costal e 
lateralmente à borda anterior do músculo grande dorsal. A mama é então dissecada 
da musculatura peitoral subjacente de maneira medial a lateral, retirando-se a fáscia 
peitoral como parte da peça cirúrgica. (BASSETT; FU; GOLD, 2000)
Figura 17.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n1a29-fig01.jpg>.
Quando identificada a borda lateral do músculo peitoral maior, o tecido de sustentação 
dos linfonodos entre ele e o músculo peitoral menor é varrido lateralmente para 
ser incluído com a peça cirúrgica. Deve-se ter a preocupação em não lesar o nervo 
peitoral medial porque a lesão deste nervo pode resultar em atrofia da parte inferior 
da musculatura peitoral, com resultante deformidade da parede torácica. Se não for 
realizada dissecção axilar, a dissecção será continuada lateralmente a partir deste 
ponto, atravessando o músculo serrátil anterior até a borda anterior do músculo grande 
dorsal. A peça ressecada é orientada para o patologista e enviada em estado fresco 
para exame patológico. A ferida é irrigada e meticulosamente inspecionada quanto à 
hemostasia. São então colocados drenos de sucção através da parede torácica e da axila, 
28
UNIDADE I │ CIrUrgIA E rADIotErApIA mAmárIA – tErApIA mAmárIA
procedimento essencial para a drenagem retirar a secreção produzida após a cirurgia. 
A pele é então fechada sem tensão, com o uso de suturas absorvíveis interrompidas 
feitas subcutaneamente e uma sutura contínua subcuticular absorvível. (BASSETT; FU; 
GOLD, 2000)
Figura 18.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v29n2a24-fig04b.jpg>.
Figura 19.
Fonte: <https://cancerdemamatemcura.files.wordpress.com/2012/02/img_2748.jpg?w=213&h=320>.
Quando realizada a dissecção axilar em conjunto com a mastectomia, o conteúdo da axila 
é deixado em continuidade com a mama ressecada. As complicações do procedimento 
são delineadas no tópico anterior sobre cirurgia conservadora da mama e consiste de 
formação de seroma ou hematoma, ou lesão dos nervos na axila. Uma complicação 
adicional, a necrose parcial das abas cutâneas, pode ocorrer perto da borda da linha de29
suturas e quase nunca requer debridamento. Raramente, uma grande área de necrose 
pode requerer debridamento cirúrgico. (BIAZÚS, 2012)
Assista aos vídeos:
“Mastectomia - Animação em 3D”. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=Yyby6xoEb5c>.
“Modified Radical Mastectomy MRM (Patey’s) for Cancer of Breast - Dr Narotam 
Dewan, Dewan Hospital” Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=1PwQrgU2Lic>.
“Mastectomía Radical - Câncer De Mama”. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=4t0m7lFo7yI>.
30
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
unidAdE iitErAPiA loCAl
CAPítulo 1
reconstrução da mama e reabilitação 
funcional
reconstrução da mama
A mastectomia, normalmente utilizada no tratamento e na profilaxia da neoplasia 
maligna da mama, geralmente é um procedimento que salva a vida da mulher com 
câncer mamário, entretanto, a perda da mama pode causar trauma psicológico e 
psicossocial. A reconstrução mamária vem se tornando um passo importante na 
recuperação pós-mastectomia, podendo ajudar as pacientes a recuperar o senso de 
feminilidade. (TAVARE, 2016)
Se a paciente não tem uma contraindicação clínica específica, a reconstrução da mama 
deve ser oferecida a qualquer mulher submetida à mastectomia total. Não se encontrou 
evidências de que a reconstrução comprometa a quimioterapia adjuvante aumenta a 
incidência de recorrências locais ou atrase a detecção e câncer localmente recorrente 
na parede torácica. A reconstrução tem a vantagem de ajudar a paciente a restaurar 
o conceito de imagem corporal. É de suma importância salientar que a paciente, 
embora a reconstrução não lhe permita readquirir mama normal, minimizará a 
deformidade criada pelo tratamento. Normalmente, a realização da reconstrução varia 
imediatamente depois da mastectomia a anos depois dela. Embora no passado a maioria 
das reconstruções demorasse de 3 a 9 meses após a mastectomia para permitir que o 
tratamento se completasse, agora é mais comum a reconstrução imediata. Atualmente, 
existem dois tipos principais de reconstrução:
 » um envolve o uso de um expansor de tecido e prótese;
 » o outro envolve o uso de aba miocutânea livre ou com pedículo.
31
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
Cada método tem vantagens e desvantagens e um não é necessariamente superior ao 
outro. (BIAZÚS, 2012)
Figura 20.
Fonte: <http://www.clinicamarcelosampaio.com.br/wp-content/uploads/2015/11/reconstruca.png>.
Geralmente, a forma mais simples de reconstrução de mama envolve a colocação de 
um expansor de tecido abaixo das camadas músculo-faciais. Isto pode ser realizado no 
momento da mastectomia ou no pós-operatório. Após a cicatrização da ferida, o expansor 
de tecido é gradualmente cheio de solução salina. Uma vez deslocados os tecidos locais 
até o tamanho desejado, o expansor de tecido é removido sob anestesia local ou geral e 
coloca-se uma prótese permanente no bolso do músculo subpeitoral. São apresentadas 
muitas vantagens do expansor de tecido, que tem a colocação relativamente rápida e 
fácil e, portanto, pode ser usado em pacientes que, de outra forma poderia não tolerar 
o longo tempo cirúrgico necessário para a reconstrução com aba miocutânea. As 
desvantagens são as vistas com qualquer tipo de prótese: infecção, contração capsular 
e necrose da pele sobrejacente. No entanto, devido à colocação subpeitoral da prótese, 
é improvável a necrose da pele. (BASSETT; FU, GOLD, 2000)
Assista aos vídeos: 
“Dr. Marcelo Olivan fala sobre reconstrução mamária com implantes de silicone”. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lojRFAW0JtI>.
“Reconstrução do Seio”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-
0ODqrqlG9Q>.
32
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
Aba miocutânea para a reconstrução da 
mama
A aba miocutânea para a reconstrução da mama está ficando cada vez mais popular 
devido ao “toque natural” da mama reconstruída, bem como à baixa incidência de 
rejeição e infecção e ausência de problemas capsulares. Os três tipos de abas geralmente 
usadas para reconstrução são: 
 » a aba miocutânea transversa do reto abdominal da parte inferior do 
abdome, 
 » a aba miocutânea inferior do grande dorsal, retirado do dorso, e 
 » a aba miocutânea do glúteo máximo. 
Uma aba miocutânea consiste de um corte de músculo, que é transposto com sua pele 
sobrejacente e tecido subcutâneo como aba rotacional ou como aba livre, completamente 
desprendida. Tem a vantagem de conter volume suficiente para substituir a elevação da 
mama e propiciar um melhor resultado cosmético em longo prazo que um implante. 
Com a possibilidade de aumento da perda de sangue e prolongamento do tempo 
cirúrgico, deve ser discutida a decisão de só realizar uma reconstrução imediata com 
todos os membros da equipe cirúrgica. Dos três tipos de abas, a TRAM tem a vantagem 
para o cirurgião de não ter de mover ou manipular a paciente durante a cirurgia, como 
acontece com a aba do grande dorsal ou do glúteo máximo. (BIAZÚS, 2012)
Figura 21.
 
Fonte: <https://feminefisioterapia.files.wordpress.com/2011/10/reconstruc3a7c3a3o-retalhos.jpg>.
33
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
Figura 22.
Fonte: <https://feminefisioterapia.files.wordpress.com/2011/10/retalho-abdomen.png>.
A técnica para a reconstrução do complexo areolopapilar é idêntica para todos os 
métodos de reconstrução. É de suma importância que o complexo areolopapilar seja 
posicionado simetricamente e tenha tamanho e aspecto semelhante ao da mama normal. 
Independentemente da ocasião da reconstrução mamária, a reconstrução do complexo 
areolopapilar comumente demora 3 a 6 meses para permitir o assentamento da prótese 
e assegurar completa vascularidade da aba miocutânea. Os resultados cosméticos da 
reconstrução areolopapilar, em geral, são apenas razoáveis a bons, sendo obtidos os 
melhores resultados cosméticos pelo uso de pele da parte interna da coxa. (TAVARE, 
2016)
Figura 23.
Fonte: <http://www.doctorcastello.com/wp-content/themes/portablestudio-Wp/images/recmama5.jpg>.
34
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
Figura 24.
Fonte: <http://www.doctorcastello.com/wp-content/themes/portablestudio-Wp/images/recmama4.jpg>.
Figura 25. paciente com aspecto pré-operatório, tratada com retalho cutâneo torácico de rotação para 
cobertura da área de exposição cutânea.
 
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n3a18-fig17.jpg>.
35
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
Assista ao video “Thoracoepigastric Flap for locally advanced breast cancer 
(Colgajo Toracoepigastrico)”. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=0ugOs9r7qwo>.
Figura 26. paciente com aspecto pré-operatório de adenomastectomia profilática.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n3a18-fig13.jpg>.
Figura 27. paciente com primeiro tempo cirúrgico de adenomastectomia bilateral, com reconstrução imediata 
com expansores definitivos bilaterais: expansão parcial.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n3a18-fig14.jpg>.
36
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
Figura 28. paciente com segundo tempo cirúrgico, com expansão total e retirada das válvulas dos expansores. 
pós-operatório de um mês.
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n3a18-fig15.jpg>.
Figura 29. paciente pós-operatório de seis meses.
 
Fonte: <http://www.rbcp.org.br/imagens/v26n3a18-fig16.jpg>.
reabilitação funcional pós-mastectomia
Após a cirurgia de mastectomia, uns dos maiores incômodos é o linfedema, um incômodo 
físico e emocional na maioria das mulheres mastectomizadas. Tem-se observado que 
muitas delas desenvolvem depressão, ansiedade, e chegam a necessitar de seguimento 
psicológico ou psiquiátrico. O linfedema pós-mastectomia causa para a paciente, não 
somente o dano estético, como também o prejuízo funcional do membro afetado e uma 
série de distúrbios de consequências mentais, levando, ocasionalmente,a condições que 
ameaçam a vida. O linfedema do membro superior homolateral à cirurgia é uma das 
mais estressantes experiências para a paciente e pode preceder um linfangiossarcoma. 
(BONASSA; GATO, 2012)
O conceito de reabilitação está diretamente associado à qualidade de vida, visto que 
a alta incidência do câncer de mama, a grande probabilidade de uma longa sobrevida 
37
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
e a desestruturação que o diagnóstico e tratamento do câncer de mama acarretam na 
vida da mulher, tem ocorrido uma maior demanda para se investir na qualidade de 
vida da paciente. Portanto, qualquer procedimento cirúrgico, seja curativo ou paliativo, 
está associado ao risco inerente de complicações, que serão os alvos do processo 
de reabilitação (prevenção e/ou recuperação). A recuperação completa da função 
deveria sempre ser o objetivo da reabilitação, caso não seja possível, a manutenção da 
capacidade funcional em sua extensão máxima, sempre terá como meta o objetivo. Os 
esforços da equipe de reabilitação muitas vezes podem retornar a paciente com câncer 
a uma vida ativa e produtiva. Durante o tratamento, deve-se ter atenção à prevenção 
e minimização das complicações, sejam elas linfáticas, posturais, funcionais e/ou 
respiratórias. (MUNHOZ, 2014)
Para as pacientes terem maior controle dos sintomas de dor, podem realizar exercícios 
domiciliares, manobras ativas de relaxamento muscular, automassagem no local 
cirúrgico, acupuntura, entre outros. As pacientes que fazem atividade física tem maior 
índice de recuperação, sendo contraindicado o uso do braço em movimentos rápidos e 
de repetição, assim como atividades com carga. (TAVARE, 2016)
A equipe fisioterapêutica pode atuar desempenhando um papel importante na prevenção 
de sequelas, tendo um papel fundamental na recuperação da paciente, intervindo na 
recuperação física, diminuindo o risco de complicações no período pós-operatório e 
integrando-as novamente à sociedade, melhorando assim sua autoestima e qualidade 
de vida. Entre os recursos fisioterapêutico tem-se cinesioterapia (exercícios), drenagem 
linfática manual, enfeixamento elástico ou inelástico. (GEMPERLI; MUNHOZ; NETO, 
2016)
Figura 30.
Fonte: <https://virgemcancer.files.wordpress.com/2010/06/imagem-1-asp.jpeg>.
38
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
A recuperação do tratamento do linfedema com técnicas fisioterapêuticas como 
drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo funcional, vestimentas 
elásticas, exercícios e orientações de autocuidados e automassagem, aplicada para o 
tratamento do linfedema tem mostrado bons resultados, melhores e mais rápidos do 
que outros métodos não invasivos para o tratamento do linfedema. Quando a pessoa 
já tenha uma data prévia da cirurgia para a retirada do câncer de mama deve procurar 
um fisioterapeuta especializado o mais rápido possível e ser orientada em relação aos 
cuidados com a pele, a automassagem, prática de exercícios físicos e realização de 
drenagem linfática. (MUNHOZ, 2014)
Quando o linfedema já se manifestou, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido 
possível, uma vez que é uma patologia crônica e tende a aumentar com o tempo, 
tornando-se mais fibroso (endurecido) e propenso a infecções. Entre os recursos que 
podem ser utilizados estão: a drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo 
funcional, exercícios específicos, automassagem, cuidados com a pele e uso de contenção 
elástica. (FERREIRA, 2007)
Para evitar desagradáveis complicações, seguem algumas orientações:
 » A partir do 4o dia pós-cirurgia deve-se iniciar os exercícios que se seguem, 
observando estes cuidados:
 › Os exercícios não devem ser excessivamente cansativos.
 › Inicialmente, o número de vezes que se realizam cada movimento é 
pequeno, em geral dez repetições. Aumentar progressivamente.
 › Durante os três primeiros meses após a cirurgia, faça os exercícios três 
vezes por dia.
 › O ideal é que sejam realizados na frente do espelho, para que você 
tenha certeza de que sua postura está correta. (BIAZÚS, 2012)
 » Com a orientação do seu médico e do fisioterapeuta, é muito importante 
evitar certos procedimentos até sua total recuperação.
 › Fazer grandes esforços, carregar peso.
 › Praticar movimentos repetitivos.
 › Medir a pressão arterial.
 › Tomar injeções e/ou vacinas.
39
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
 › Colher sangue para exames.
 › Receber soro.
 › Cortar cutícula.
 › Queimar, ferir ou arranhar.
 › Usar relógios e/o pulseiras apertadas.
 › Expor-se excessivamente ao sol.
 › Picadas de insetos.
 › Usar substâncias irritantes, que ressecam a pele. (CAMARGO, 2015)
 » Tanto seu médico como a equipe de orientação multidisciplinar 
prescrevem, para sua melhor recuperação, os seguintes procedimentos: 
 › Realizar os exercícios apropriados para braço e ombro.
 › Cuidar para que os esforços sejam leves, moderados e não repetitivos.
 › Usar barbeador elétrico para remoção dos pelos axilares ou cortá-los 
com tesoura.
 › Manter soltas as mangas e os punhos das roupas.
 › Usar creme hidratante e nutritivo para a pele, à base de lanolina.
 › Usar luvas de borracha para arrumar a cozinha.
 › Usar luvas acolchoadas para manusear o forno.
 › Usar dedal para costurar. (GEMPERLI; MUNHOZ; NETO, 2016)
Figura 31.
Fonte: <http://www.aaleninfo.de/apr14/16/gmuend1.jpg>.
40
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
O braço com linfedema vem a ser o foco de atenção de outras pessoas, e pode ocorrer, 
então, perda de interesse nas atividades sociais por parte da mulher que apresenta essa 
complicação. Atenta-se para o fato de que com o aumento do linfedema pode, também, 
aumentar as dificuldades na realização das tarefas em casa e no trabalho. Lembram 
ainda, que as mulheres com linfedema do braço pós-mastectomia sentem-se aflitas 
quando se faz necessário mudar o estilo de roupa que usavam. Isso pode vir a causar 
perda de interesse com a aparência, e a perda da autoestima contribui, então, para 
dificultar o relacionamento interpessoal e sexual. (BONASSA; GATO, 2012)
Figuras 32.
Fonte: <http://www.fisioweb.com.br/portal/images/stories/img-artigos/mastectomia/fig_1.Jpg>.
A bandagem compressiva é também parte essencial no tratamento do linfedema, 
a aplicação da bandagem deve ser feita juntamente com a drenagem linfática, cuja 
finalidade é manter o membro superior com menor volume possível. “É particularmente 
necessária, pois reduz a pressão hidrostática do sangue para os tecidos, aumentando o 
prolongamento dos ramos linfáticos”. (MAYOL, 2015)
O Instituto de Oncologia (Oncoguia) vem desenvolvendo um trabalho na 
área de fisioterapia que desempenha um papel fundamental em pacientes 
mastectomizadas. Independente do tipo de cirurgia de mama, a fisioterapia 
pós-cirúrgica tem como finalidade prevenir complicações, promover adequada 
recuperação funcional e propiciar melhor qualidade de vida às mulheres 
submetidas à cirurgia para tratamento de câncer de mama. O programa de 
fisioterapia é indicado para todas as pacientes em todas as fases do câncer de 
mama, até mesmo nos pré-tratamento (diagnóstico e avaliação), principalmente 
durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia, cirurgia e hormonioterapia), 
após o tratamento (período de seguimento), na recidiva da doença e nos 
cuidados paliativos. Em cada período dessas fases, é necessário conhecer 
41
Terapia LocaL │ UNiDaDe ii
e identificar as necessidades das pacientes, os sintomas e suas causas e o 
impacto desses nas atividades de vida diária. O tratamento de reabilitação em 
pacientes mastectomizadas deve ser encaminhado logo após da cirurgia para 
um fisioterapeuta sempre que for necessário, visando minimizar e prevenir as 
possíveis sequelas. (NUMAGIRE; STIGERT, 2014)
Assista aos vídeos: 
“Horizonte Debate - Fisioterapia parao câncer de mama”. Disponível em <https://
www.youtube.com/watch?v=ambLjRyBoPc>. 
“Videoaula | Fisioterapia no Câncer de Mama 2”. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=xJERBfqPhNk>.
“Enfaixamento multicamadas para tratamento de linfedema”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=6X29BVsDhWI>.
Pré-operatório
A atuação do fisioterapeuta já pode ser iniciada no pré-operatório, quando a paciente 
ainda está realizando exames e já tem a data da cirurgia. Isso tem ajudado a conhecer as 
alterações pré-existentes e identificar os possíveis fatores de risco para as complicações 
pós-operatórias. Nessa fase de tratamento, as pacientes procuram oportunidades de 
falar sobre suas ansiedades, tirar dúvidas sobre curativos, pontos e movimentação do 
braço e sobre cuidados que deverão ter a partir daquele momento. 
Ainda no pré-operatório, a notícia sobre a doença e intervenção cirúrgica leva à paciente 
inconscientemente a adotar posturas de tensão muscular na região do pescoço e ombros. 
Por isso, nessa fase já é importante que o fisioterapeuta avalie a presença de alterações 
posturais e tensionais, avalie a função do ombro e a força muscular dos braços e oriente 
a paciente como será o acompanhamento no pós-operatório e identificar possíveis 
complicações. Nessa fase já é possível iniciar certas atividades físicas para facilitar a 
recuperação da paciente, evitar o linfedema e ajudar na autoestima. Geralmente, a 
fisioterapeuta realiza exercícios com a paciente, tendo sempre atenção na limitação da 
paciente e no seu estado clínico e emocional. (BONASSA; GATO, 2012)
Pós-operatório
O pós-operatório marca a paciente de uma forma traumática, por motivo óbvio, trata-se 
de uma cirurgia em uma região muito sensível, que traz dificuldade na movimentação do 
42
UNIDADE II │ TErApIA LocAL
braço, do ombro e muita dor. A paciente, a princípio, terá seus movimentos limitados, 
mostrando dificuldade de encostar a mão na nuca, de se vestir, principalmente camisetas 
e blusas, escovar os cabelos, abotoar o sutiã etc. Essa limitação é causada pela dor devido à 
tração da pele e dos músculos da axila, do tórax e do braço, consequência da manipulação 
cirúrgica. Poderão aparecer sensações de peso nos braços, formigamento, queimação ou 
dormência no braço, na axila e na mama. A fisioterapia tem como objetivo restabelecer 
brevemente a função do braço, prevenir complicações respiratórias, diminuir a dor e 
prevenir a formação de linfedema, cicatrizes, fibroses e aderências. Para isso, a paciente 
deve seguir corretamente as orientações fornecidas pelo seu fisioterapeuta e realizar os 
exercícios propostos por ele. (GEMPERLI; MUNHOZ; NETO, 2016)
Figura 33.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=nyt6k_Zbnec>.
Tratando-se do pós-operatório imediato, é o período logo após o término da cirurgia. 
Nessa fase, objetiva-se identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato 
operatório, como: presença de sintomatologias álgicas, edema linfático precoce e 
alterações na dinâmica respiratória. O fisioterapeuta irá orientar a paciente posicionar 
o braço na cama com o auxílio de travesseiros e orientar exercícios leves para o 
braço e exercícios respiratórios. Nesse período, o exercício respiratório tem extrema 
importância, eles ajudarão à paciente a recuperar a função pulmonar e prevenir 
complicações respiratórias. O uso do sutiã compressivo é muito importante, ele ajuda 
a pele a colar e evita o inchaço na mama e tórax. Ainda nessa fase, o fisioterapeuta irá 
instruir a paciente a fazer a automassagem, que é uma drenagem linfática que você 
mesmo faz no seu corpo, o que ajudará a prevenir a presença de inchaço no braço. 
(MUNHOZ, 2014)
Se não houver complicações pós-operatórias, em alguns dias a paciente terá alta 
hospitalar e irá para casa, com muita atenção aos cuidados com os pontos e com os 
drenos, não esquecendo-se que os cuidados e a automassagem devem continuar 
43
sendo feitos em casa. Nas primeiras semanas, normalmente, a paciente ainda estará 
com o dreno aspirativo e com os pontos (às vezes o dreno já é retirado antes da alta 
hospitalar), portanto, a paciente não deve levantar o braço acima de 90º para que a 
ferida operatória não abra. Algumas vezes o médico pode liberar a movimentação total 
do braço da paciente de acordo com seu limite de dor. (BONASSA; GATO, 2012)
Após o 15o dia de operação, sem complicações pós-operatórias, serão retirados os 
pontos. A movimentação total dos braços agora será liberada. Essa é a fase em que a 
paciente será encaminhada para o consultório de fisioterapia. Alguns lugares oferecem 
tratamento em grupo, isso tem ajudado a estimular coletivamente as pacientes. Serão 
realizados exercícios de alongamento, exercícios para ganho de força muscular e 
amplitude de movimento e técnicas de drenagem linfática, sempre com atenção na 
cicatrização e no melhor efeito cosmético. (CAMARGO, 2015)
Figura 34.
Fonte: <https://raizesfisioterapia.files.wordpress.com/2013/06/figura-1.jpg>.
Assista aos vídeos:
“VT 02. Fisioterapia para mulheres mastectomizadas”. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=tDGKpYdrK5k>.
“Drenagem Linfática para Pessoas com Câncer de Mama”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=-8nzbJK_k4Y>.
44
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
unidAdE iiitErAPiA SiStêmiCA
CAPítulo 1
radioterapia e quimioterapia
radioterapia
O tratamento radioterápico se faz com uso de radiações ionizantes para destruir ou 
inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem vários tipos 
de radiação, porém, as mais utilizadas são as eletromagnéticas (raios x ou raios gama) 
e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia). (GEMPERLI; 
MUNHOZ; NETO, 2016)
A radioterapia é realizada geralmente após a cirurgia (ou após a quimioterapia), na região 
da mama. Tem como objetivo eliminar células malignas que possivelmente tenham 
sobrado no local ou próximas de onde foi retirado o tumor. O médico mastologista 
sempre pede o tratamento de radioterapia quando é feita uma cirurgia conservadora 
(quadrantectomia), e em situações nas quais o tumor era grande (geralmente maior 
que 5 cm) ou quando encontram muitos linfonodos comprometidos (geralmente mais 
que quatro). 
Em pacientes idosas e com tumores pequenos, em poucos casos se opta por poupar 
a paciente da radioterapia, mesmo tendo sido feita apenas uma quadrantectomia. 
Em inúmeras situações nas quais o tumor é menor e quando o número de linfonodos 
comprometidos é menor que quatro, o oncologista, geralmente, opta pela radioterapia 
como uma forma de dar a maior garantia possível de que a doença não irá recidivar 
localmente. Há duas formas de radioterapia pode ser tanto externa quanto interna. A 
radioterapia interna, utilizada apenas em alguns centros em nosso país, consiste na 
aplicação de radioterapia durante o procedimento cirúrgico. Nesses casos, pode ser 
recomendada complementação com radioterapia externa. (GEMPERLI; MUNHOZ; 
NETO, 2016)
45
Terapia SiSTêmica │ UNiDaDe iii
Ainda que a cirurgia local e regional extensa da mama e dos linfonodos axilares fosse, por 
muitas décadas, o padrão-ouro para o tratamento do câncer de mama, não se encontra 
diferença no benefício da sobrevida entre a cirurgia conservadora da mama acoplada à 
irradiação de toda a mama versus mastectomia total. Cirurgia conservadora e radioterapia 
implicam remoção cirúrgica macroscópica do câncer invasivo, com margem de tecido 
normal e subsequente destruição de qualquer doença microscópica residual na mama 
com a radioterapia. Estudos feitos em pacientes submetidas à cirurgia de conservação 
e radioterapia mostram que 75% das recorrências de câncer vistas nos primeiros 5 anos 
estavam no local do câncer original ou perto dele e provavelmente representavam umarecorrência do câncer original, enquanto 13% ocorreram em outra parte da mama e 
mais provavelmente eram cânceres novos. As recorrências restantes estavam na pele da 
mama. A cura dessas pacientes com recorrência após terapia conservadora da mama é 
mais bem sucedido que o salvamento de pacientes com recorrência após mastectomia. 
A sobrevida sem doença em longo prazo excede 50% em mulheres com recorrência pós-
cirúrgica de conservação e radioterapia, comparada a menos de 30% nas mulheres que 
tinham recorrências na parede torácica após mastectomia. (NUMAGIRE; STIGERT, 
2014)
radioterapia externa 
A radioterapia convencional ou externa é o tipo mais comum para o tratamento de câncer 
de mama. Esse tratamento consiste em irradiar o órgão alvo com doses fracionadas. 
A paciente não sente nada durante a aplicação e a duração no aparelho geralmente 
varia de sete a dez minutos por dia, num total de 33 a 35 sessões, sendo uma por dia, 
essa modalidade vêm permitindo diminuir o número de dias de aplicação (chamado 
de hipofracionamento). A radioterapia é aplicada cinco dias por semana. (GEMPERLI; 
MUNHOZ; NETO, 2016)
46
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
Figura 35.
Fonte: <http://www.casadamama.com/pagina.asp?codigo=30>.
indicação da radioterapia
A radioterapia está indicada no câncer de mama na maioria das vezes. Após tratamento 
conservador, a paciente normalmente precisa receber esse tratamento para evitar que 
o tumor volte a crescer na mama operada. 
Alguns estudos indicam que pacientes acima de 70 anos, com tumor pequeno (menor 
que 2 cm), sem linfonodos na axila comprometidos e com receptores de estrógeno 
positivos no exame chamado imuno-histoquímico, podem não precisar da radioterapia 
mesmo após tratamento com preservação da mama porque o retorno do tumor local 
nessas situações é baixa (em torno de 7%) desde que tratadas com o remédio chamado 
tamoxifeno ou novaldex (hormonioterapia). Ao término do tratamento conservador, 
a paciente pode receber as aplicações apenas na mama ou também nas áreas de 
drenagens linfáticas, situadas na parte baixa do pescoço e embaixo do braço. A inclusão 
da drenagem linfática é realizada quando há linfonodos comprometidos na peça 
cirúrgica. Após mastectomia radical ou mastectomia com reconstrução, a radioterapia 
é realizada nas seguintes situações: 
 » tumor maior que 5 cm; 
 » linfonodos da axila comprometidos; 
 » invasão de pele; ou 
 » presença de mais de um tumor na mama retirada. 
47
Terapia SiSTêmica │ UNiDaDe iii
Nessas situações, a paciente recebe as aplicações tanto na parede torácica ou na mama 
reconstruída como também nas drenagens linfáticas. (AMALRIC; SANTAMARIA; 
ROBERT, 1982)
Figura 36
Fonte: <http://i15.servimg.com/u/f15/12/19/69/17/310.jpg>.
Características da radioterapia
A radioterapia é um tratamento simples e rápido. Durante as seções de tratamento 
a paciente fica de 10 a 15 minutos no aparelho, esse tempo é suficiente para o 
posicionamento e liberação da radiação no local correto. O tratamento é indolor e a 
radiação é invisível. Não há qualquer incômodo ou sensação desconfortável durante 
a aplicação. Ela é realizada com a paciente deitada com a barriga para cima e com um 
ou os dois braços para cima a depender da rotina do Serviço. (GEMPERLI; MUNHOZ; 
NETO, 2016)
48
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
Figura 37
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=aft7a2Cs_om>.
O número de aplicações dependerá de vários fatores que serão avaliados pelo médico 
especialista em radioterapia. Em geral, elas variam de 25 a 33 aplicações, uma 
seção ao dia, em dias úteis, em horário próprio para cada paciente. Os dias úteis se 
referem, para que em dois dias o organismo possa ter um período de descanso. Alguns 
estudos já mostraram que em situações clínicas favoráveis (tumores pequenos e 
sem comprometimento de linfonodos) é possível reduzir o número de aplicações, 
aumentando a dose por dia, sem prejuízos nos resultados. Alguns estudos estão sendo 
realizados em radioterapia, como no Canadá, com 16 dias úteis e em outros com 13 dias 
úteis (estudos ingleses). É interessante perguntar ao seu médico radioterapeuta se na 
sua situação é possível fazer essa radioterapia mais curta, que se chama radioterapia 
hipofracionada. (MAYOL, 2015)
Os efeitos colaterais mais comuns desse tratamento são a fadiga (sensação de cansaço) 
e reação na pele, que varia de prurido e descamação seca, até vermelhidão com 
ardência local. A característica dessas reações dependerá da reação de cada paciente e 
dos cuidados técnicos tomados pelo médico responsável. Para diminuir essas reações, 
recomenda-se não tomar sol no local que está sendo tratado, evitar roupas que causam 
atrito com a pele e manter a pele sempre limpa e hidratada. Não se recomenda que a 
paciente venha para a radioterapia com algum tipo de creme aplicado na pele. 
Cada Serviço de Radioterapia possui sua própria rotina para orientação desses 
cuidados, é importante frisar, que não existe qualquer creme que evite ou amenize as 
reações na pele provocadas pela radioterapia. Aliás, algumas reações são previamente 
induzidas para a pele ser tratada por ser uma área de risco de recaída. Mesmo com esses 
contratempos, não há necessidade de mudança na rotina diária durante a radioterapia. 
Apenas ajuste os horários para poder comparecer ao Serviço de Radioterapia para o 
tratamento. A paciente pode e deve continuar trabalhando e, sem exageros e sempre 
que possível, é saudável praticar atividade física. Estudos mostraram que pacientes com 
49
Terapia SiSTêmica │ UNiDaDe iii
câncer de mama que se exercitam durante a radioterapia sentem menos fadiga, têm uma 
melhor autoestima e toleram melhor o tratamento. Manter um ambiente harmônico 
entre familiares e amigos ajuda muito à paciente em seu tratamento. (NUMAGIRE; 
STIGERT, 2014)
quais são os cuidados necessários durante o 
tratamento? 
O principal cuidado é seguir estritamente as orientações do médico. Ele conhece os 
efeitos bons e ruins esperados para aquele tratamento e pode alertar o paciente sobre 
possíveis efeitos colaterais e o que fazer caso os tenha. De maneira geral, é importante 
que o paciente mantenha uma alimentação saudável e evite alimentos que tenham 
uma difícil digestão. Cada paciente já conhece aquilo que “não lhe cai bem” quando se 
alimenta e é bom evitá-los durante o tratamento. Também é importante que o paciente 
beba água suficiente, principalmente em dias quentes e secos. É recomendável andar 
sempre com uma garrafa de água e beber pelo menos 200 ml (um copo pequeno) a 
cada hora ou uma hora e meia. Caso tenha febre durante o tratamento, nunca deixe 
de procurar o médico dentro das 24 horas do início da febre. (NUMAGIRE; STIGERT, 
2014)
Figura 38.
Fonte: <http://www.cozinhandopara2ou1.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Healthy-food-choices.jpg>.
tratamento do câncer de mama invasivo por 
estágio
A cirurgia conservadora da mama é indicada para câncer de mama invasivo em estágio 
inicial, caso esse tumor seja pequeno, apesar da mastectomia também ser uma opção. 
Se o tumor for muito grande, será necessária a cirurgia de mastectomia, a não ser que a 
quimioterapia neoadjuvante possa reduzir o tumor o suficiente para a realização de uma 
cirurgia conservadora da mama. Em ambos os casos, um ou mais linfonodos devem ser 
50
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
investigados para a presença da doença. É aconselhado que a radioterapia seja para 
todas as pacientes que fizeram a cirurgia conservadora da mama e algumas que fizeram 
mastectomia. A terapia sistêmica adjuvante após a cirurgia geralmente é recomendada 
para todos os tipos de câncer maiores que 1 cm de diâmetro, e às vezes também para 
tumores menores. (BIAÚZ, 2012)
Estágios do câncer de mama
Figura 39.
Fonte: <http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/wp-content/uploads/2014/06/alila-medical-images-ita.jpg>.No estagio 1, os tumores ainda são relativamente pequenos e não se espalham para 
os linfonodos ou tem apenas uma pequena área de disseminação para o linfonodos 
sentinela, no qual descrevemos abaixo:
 » Terapia local: esse pequeno tumor pode ser tratado com cirurgia 
conservadora da mama ou mastectomia. Os gânglios linfáticos também 
devem ser analisados, com a biópsia do linfonodos sentinela ou dissecção 
dos linfonodos axilares. A reconstrução da mama pode ser realizada 
ao mesmo tempo da cirurgia, ou posteriormente. Normalmente, a 
radioterapia é administrada após a cirurgia conservadora da mama. As 
mulheres podem considerar a cirurgia conservadora sem radioterapia se 
tiverem 70 anos e se todas as seguintes condições forem verdadeiras: 
 › O tumor tem até 2 cm de diâmetro e foi completamente removido.
 › O tumor contém receptores hormonais e é administrada terapia 
hormonal. 
51
Terapia SiSTêmica │ UNiDaDe iii
 › Nenhum dos linfonodos retirados tem doença.
 » Terapia Adjuvante Sistêmica: os médicos avaliarão os prós e contras 
da terapia hormonal adjuvante (tamoxifeno, inibidor de aromatase 
ou um após o outro), com todas as pacientes com câncer de mama 
com receptores hormonais positivos (estrogênio ou progesterona), 
indiferente do tamanho do tumor. As pacientes com tumores maiores 
que 0,5 centímetros de diâmetro são mais sucessivos a se beneficiar da 
terapia adjuvante sistêmica, se o tumor for menor que um centímetro 
de diâmetro, a quimioterapia adjuvante não é normalmente indicada. A 
quimioterapia é indicada se um câncer menor que um centímetro tem 
todas as características tumorais desfavoráveis (como sendo de alta 
qualidade, com receptores hormonais negativos, HER2+ ou tem uma 
pontuação alta em um painel similar ao Oncotype Dx). A quimioterapia 
adjuvante é geralmente indicada para tumores maiores. Para os tumores 
HER2+ geralmente é indicado o trastuzumab adjuvante. (MAYOL, 2015)
No estagio 2, os tumores são maiores e/ou se espalharam para os gânglios linfáticos 
próximos.
 » Terapia local: as indicações de cirurgia e radioterapia para tumores estágio 
2 são semelhantes aos tumores estágio 1, exceto para aquele estágio 2, que 
a radioterapia da parede torácica pode ser considerada até mesmo após a 
mastectomia, se o tumor tiver mais de cinco centímetros de diâmetro ou 
se células cancerígenas são encontradas em vários linfonodos. (BIAZÚS, 
2012)
 » Terapia Adjuvante Sistêmica: é indicada para pacientes com câncer de 
mama estágio 2. Pode ser terapia hormonal, quimioterapia, trastuzumab 
ou alguma combinação desses, dependendo da idade do paciente, estado 
do receptor de estrogênio e HER2. (BIAZÚS, 2012)
 » Neoadjuvância: realizar tratamento sistêmico para reduzir o tumor 
antes da cirurgia é uma opção para pacientes com indicação de 
cirurgia conservadora da mama. A terapia neoadjuvante pode incluir 
quimioterapia ou terapia hormonal. Para tumores HER2+, a terapia alvo 
com trastuzumab é utilizada junto com pertuzumabe. A probabilidade de 
sobrevida de uma mulher com câncer de mama não muda pelo fato dela 
fazer quimioterapia antes ou depois da cirurgia. (MACHADO, 2010)
52
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
Os tumores no estágio 3 são superiores a cinco centímetros, invadiu os tecidos próximos 
ou se espalhou para os linfonodos adjacentes. O tratamento local para alguns tipos de 
câncer de mama em estágio 3 é, em grande parte, é igual que para o estágio 2. Os tumores 
menores podem ser retirados por cirurgia conservadora, seguida de radioterapia. Caso 
contrário, o tratamento é a mastectomia. A biópsia do linfonodo sentinela é uma opção 
para algumas pacientes, mas a maioria precisa de dissecção dos linfonodos axilares. 
A cirurgia é geralmente seguida por quimioterapia adjuvante sistêmica e/ou terapia 
hormonal e/ou trastuzumab. A radioterapia após a mastectomia é frequentemente 
recomendada. (MAYOL, 2015)
Na maioria das vezes, os tumores em estágio 3 são tratados com quimioterapia antes da 
cirurgia. Para tumores HER2+, a terapia com trastuzumab é administrada junto com 
pertuzumabe. Isto pode diminuir o tumor o suficiente para permitir a realização de 
cirurgia conservadora da mama, caso contrário é realizada a mastectomia com dissecção 
dos linfonodos axilares. A reconstrução imediata da mama pode ser uma opção, mas, 
geralmente, é realizada após a radioterapia. A quimioterapia adjuvante também pode 
ser administrada junto com o trastuzumab para tumores HER2+. A terapia hormonal 
adjuvante é uma opção para todas as mulheres com câncer de mama com receptores 
hormonais positivos. Alguns tipos de câncer de mama inflamatório estágio 3 são 
tratados com quimioterapia neoadjuvante, com trastuzumab e às vezes pertuzumabe, 
se o tumor é HER2+. Se o tumor não diminuir com a quimioterapia, pode ser realizada 
a radioterapia, seguida por mastectomia e dissecção do linfonodo axilar. Em seguida, 
é realizado o tratamento adjuvante com quimioterapia (e trastuzumab, se o tumor é 
HER2+), radioterapia (se não foi realizada antes da cirurgia) e terapia hormonal (se o 
tumor tem receptores hormonais positivos). (BONASSA; GATO, 2012)
terapia medicamentosa adjuvante para os 
estágios 1 a 3 do Câncer de mama 
A terapia medicamentosa adjuvante pode ser indicada, com base no tamanho do 
tumor, se a doença se espalhou para os linfonodos e outras características prognósticas. 
(TAVARE, 2016)
 » Terapia hormonal: não é eficaz para mulheres com tumores receptores 
hormonais negativos. A terapia hormonal é frequentemente indicada 
para as mulheres com câncer de mama invasivo receptor de hormônio 
positivo, independentemente do tamanho do tumor ou do número de 
linfonodos envolvidos. As mulheres não menopausadas com receptor de 
hormônio positivo são tratadas com tamoxifeno, para bloquear os efeitos 
do estrogênio produzido pelos ovários. Algumas pacientes recebem um 
53
Terapia SiSTêmica │ UNiDaDe iii
análogo do hormônio luteinizante, para interromper temporariamente 
o funcionamento dos ovários. Outra opção é a ooforectomia (retirada 
dos ovários). Se a mulher tiver a menopausa em até 5 anos após o início 
do tamoxifeno, o tratamento pode ser alterado para um inibidor da 
aromatase. (MACHADO, 2010)
 » Quimioterapia: é geralmente recomendada para todas as mulheres 
com câncer de mama invasivo, com receptor hormonal negativo, e 
para as mulheres com tumores receptores hormonais positivos que 
poderiam beneficiar-se adicionalmente da quimioterapia junto com a 
terapia hormonal, com base no estadiamento e características do tumor. 
(BIAZÚS, 2012)
 » Trastuzumab: mulheres com tumores HER2+ são tratadas com 
trastuzumab juntamente com a quimioterapia. Após a quimioterapia, o 
trastuzumab é continuado até completar um ano de tratamento. (MAYOL, 
2015)
Os tumores no estágio 4 se espalharam para os linfonodos e outras partes do corpo, 
como osso, fígado, pulmão e cérebro. Embora a cirurgia e/ou radioterapia possam ser 
realizadas em algumas situações, a terapia sistêmica é o principal tratamento, que pode 
consistir em terapia hormonal, quimioterapia, terapia-alvo ou uma combinação desses 
tratamentos. (MACHADO, 2010)
O trastuzumab pode aumentar a sobrevida de pacientes com câncer HER2+ se for 
administrado com a primeira quimioterapia para a doença em estágio 4. Trastuzumab 
também pode ser associado à terapia hormonal com letrozol. Outras opções incluem 
emtansina ado-trastuzumab ou pertuzumabe com quimioterapia e trastuzumab. 
O tratamento com emtansina ado-trastuzumab continua até que a doença volte a 
progredir. Não está claro por quanto tempo o tratamento com trastuzumab (com ou 
sem pertuzumabe) deve ser administrado. (MAYOL, 2015)
54
UNIDADE III │ TErApIA SISTêmIcA
Figura 40.
Fonte: <http://i.imgur.com/8mpzhie.jpg?1>.
A radioterapia e/ou cirurgia também podem ser realizadas em determinadas situações,

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