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1 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 Introdução É o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres em todo o mundo, no nosso país, esse câncer está em primeiro lugar na maioria das regiões. É a patologia mais frequente das neoplasias malignas, tirando o câncer de pele não melanoma. Fatores de risco INTRÍNSECOS • Hormonais endógenos: ❖ Menarca precoce; ❖ Menopausa tardia; ❖ Primeira gestação a termo depois dos 30 anos; ❖ Nuliparidade; Essa menarca precoce e a menopausa tardia (perto dos 60 anos) são fatores de risco porque, quanto mais tempo ovulando, maior risco de ter câncer de mama. • Predisposição familiar e genética (em torno de 10% dos casos de câncer de mama tem componente hereditário); • Lesões mamárias: ❖ Carcinoma lobular in situ (tipo de tumor superficial que não invade a membrana basal); ❖ Hiperplasia ductal atípica; ❖ Hiperplasia lobular atípica. São pacientes que possuem lesões pré malignas, o médico precisa ficar em alerta. Muitas vezes é necessário indicar quimioprofilaxia para evitar um câncer de mama invasor. EXTRÍNSECOS • Hormonais exógenos: ❖ Terapia de Reposição Hormonal e Anticoncepcional oral (relação de risco < 2); ❖ Ingestão de álcool (relação de risco 1,4 – 1,7). • Síndrome metabólica – Obesidade é um fator de risco para o câncer. • Radiação ionizante no tórax – Casos de pacientes que trataram anteriormente com uma radioterapia um linfoma do manto, por exemplo. Detecção precoce Atualmente, existem as campanhas de prevenção, que no caso do câncer de mama, é o outubro rosa, essas campanhas visam diagnosticar a doença em estágio inicial, mas para elas serem efetivas é necessário que o sistema de saúde esteja preparado para receber essas pacientes. • Diagnóstico precoce é a identificação o mais precocemente possível do câncer de mama em indivíduos sintomáticos; • População alerta aos principais sinais e sintomas suspeitos de câncer; • Profissionais de saúde capacitados para avaliação dos casos suspeitos; • Sistemas e serviços de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna com qualidade e garantia da integralidade da assistência em toda a linha de cuidado. Tem que saber orientar a paciente, se não, toda a detecção precoce não é eficaz, a paciente necessita de um seguimento. Os médicos e o sistema precisam estar capacitados para receber essa paciente para analisar seu resultado e ter para onde encaminhar. O autoexame é muito relativo, pois muita gente não sabe fazer. Então, não é suficiente. Além disso, faz parte do papel do ginecologista avaliar as mamas, pois a mastologia não faz parte das consultas padrões da mulher brasileira. Recomendação brasileira para o rastreamento do câncer de mama O MINISTÉRIO DE SAÚDE não preconiza mamografia com triagem na faixa etária dos 40 a 49 anos, somente a partir dos 50 anos. No entanto, a Câncer de Mama 2 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA preconiza a partir dos 40 anos a mulher fazer a mamografia. Essa definição de acima dos 40 anos se dá porque abaixo dos 40, a mama é muito densa, então a mama não vai ficar adequada, é difícil de visualizar nódulos. O que é indicado, se a paciente tiver uma história familiar ou quiser fazer um check up aos 40 anos, é um ultrassom, porque a mamografia é muito ruim de ver nessa faixa etária. Mulher se 50 a 69 anos, é preconizado que faça ECM e mamografia de rastreamento a cada dois anos. Mulher de 35 ou mais com risco elevado (história familiar importante, nulípara, já teve uma lesão pré- maligna) precisa do exame clinico anual e mamografia de rastreamento. História clinica que sugere mutação de BRCA1 e BRCA2 Normalmente, história clínica que sugere mutação de BRCA1 e 2 é feita através de uma anamnese muito minuciosa. Caso haja dúvida, hoje temos especialista direcionadas, os oncogeneticistas, que tem o papel de colher todo um heredograma, história e informações da paciente. • Dois parentes de primeiro grau do mesmo lado (2 paternos ou 2 maternos) com CA de mama, sendo um deles com menos de 50 anos; • Três ou mais parentes de primeiro ou segundo grau com CA de mama em qualquer idade; • Parente de primeiro grau de qualquer idade com CA de mama bilateral; • Parente com CA de mama em homem; • Dois ou mais parentes de primeiro e segundo grau com CA de mama e/ou ovário. Genes mais importantes A mutação do gene TP53 ficou muito frequente em nosso país, na região Sul, depois que houve a introdução do tropeiro viajante, que trouxe de outra região essa mutação e ela se proliferou na região Sul e Sudeste. BRCA 1 e BRCA2: maior predisposição a CA mama e ovário. Tumores associados: mama, ovário, próstata, pâncreas, melanoma. TP53: síndrome de Li Fraumeni. Tumores associados: Sarcomas ósseos e partes moles, mama, tumores SNC, adrenal e leucemias. Sobre o genótipo e fenótipo: BRCA1 alto grau histológico, maioria triplo negativo. TP53 Her 2+++ e luminais Quantos as observações: BRCA1 e BRCA2 RM antes dos 30 anos; exposição à radiação contribui para o surgimento do câncer nos mutados TP53 evitar radioterapia. No BRCA1: O exame indicado é a RNM no lugar da mamografia porque a paciente tem um tumor oculto e, muitas vezes, a mamografia não capta. Então, nesses casos que tem a mutação e a paciente não quer tirar as mamas profilaticamente, não tem nenhum indicio de câncer, ela pode fazer um acompanhamento, porém mais rigoroso que não é igual a população que não tem a mutação, porque, como normalmente se faz mamografia, nesses casos faz RNM, pois tem acurácia maior em tumores pequenos. Quanto as recomendações: BRCA1 rastreamento precoce, quimioprevenção (HT), tmx ou raloxifeno, cirurgias redutoras de risco. BRCA2 rastreamento precoce, quimioprevenção (HT), cirurgias redutoras de risco.** ***Autoexame das mamas, iniciado aos 18 anos + exame clinico semestral, iniciado aos 25 anos + RNM das mamas, iniciada aos 25 anos e mamografias e ressonância anuais a partir dos 30 anos (intercalando). Em alguns casos, indica-se mastectomia profilática ou salpingooferectomia profilática aos 35 anos do BRCA1 e aos 40 anos do BRCA2. No caso da síndrome de LiFraumeni, tem que evitar a radioterapia, são pacientes que PRECISAM ir para a mastectomia, porque aí a possibilidade de precisar fazer uma radioterapia é mínima. Caso a mama 3 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 permaneça, a paciente vai PRECISAR fazer radioterapia para evitar recidiva Por isso que nesses casos de LiFraumeni, o ideal é NÃO fazer cirurgia conservadora e sim a mastectomia, pois, ao irradiar aquela mama corre o risco de fazer uma nova neoplasia. Pacientes com mutação genética Sinais e sintomas suspeitos • Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos; • Nódulos mamários em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de 1 ciclo menstrual; • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho em mulheres adultas de qualquer idade; • Descarga papilar sanguinolenta unilateral – pode ser um tumor que pega o complexo da papila, que chamamos de CAP. Descarga e leite pode ocorrer, mas de sangue não. • Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos; • Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral; • Presença de linfadenopatia axilar; • Aumento progressivo do tamanho da mama com presença de sinais de edema ou pele em “casca de laranja”; • Retração na pele da mama – existem pacientes que fazem retração do CAP, muda de lugar por conta da invasão tumoral; • Mudança no formato do mamilo. Mamilo intruso e um pouco repuxado para o lado. Mama totalmente inflamada.Existem outras alterações benignas que apresentem esse tipo de quadro, mas a mastite, por exemplo, existe outros sinais mais flogísticos, como dor, febre e hipoatividade. Aspecto em casca de laranja, que também é um tumor infiltrando pele. Essa paciente, como todos os tumores que infiltram pele, vão fazer quimioterapia para reduzir tumor, não vão direto para uma cirurgia. Paciente com descarga papilar sanguinolenta. Mama masculina. Categoria do bi-rads – usada para mamografia No quadro acima são as categorias do BI-RADS, que geralmente são usados durante a mamografia. Esse quadro é importante, pois, é a partir dele que vê a necessidade da paciente. Se o acompanhamento será 4 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 anual, se precisa ser investigada, se precisa de um controle mais precoce. O médico ao receber uma mamografia o BI-RADS já vem descrito (ex.: BI- RADS 0, BI-RADS 1...). Quando é um BI-RADS 0 geralmente é um exame inconclusivo, precisando complementar o estudo e muito provável que o exame esteja incompleto, necessitando de avaliação. Um BI-RADS 1 já é o normal. Essa classificação é dada pelo radiologista. É muito interessante que esse exame seja realizado em serviços de excelência, visto que a mamografia é um exame técnico-dependente, sendo que os radiologistas devem ter bastante cuidado ao classificar esse BI-RADS. O BI-RADS 2 são achados benignos e a recomendação é a mesma que o BI-RADS 1. Já o BI-RADS 3 se deve ter mais cuidado, é um achado provavelmente benigno, porém o controle precisa ser mais precoce (em 6,12,24 e 36 meses). O BI-RADS 4 já é um achado mais suspeito, precisando realizar biópsia. O BI-RADS 5 é um achado altamente suspeito e o BI- RADS 6 é um achado investigado previamente e com resultado positivo de câncer; nesse caso, provavelmente, a paciente já tem o diagnóstico (já foi feito biópsia e já tem essa certeza). Estadiamento clínico • Rx de tórax/tomografia para rastreio de metástases pulmonares: é realizado diante de uma doença em estágio clínico 1; é um tumor pequeno, uma paciente que não tem acometimento linfonodal à palpação. Normalmente, a tomografia é solicitada em pacientes com cânceres maiores, como a casca de laranja ou quando a mama está completamente infiltrada. • Usg abdome total/tomografia para rastreio de metástases hepáticas/abdominais: A tomografia avalia de forma mais acurada se aquele paciente tem ou não metástase pulmonar. O ultrassom de abdome é utilizado para tumores menores, sem infiltração de pele, menos avançado. Porém, sendo um tumor localmente avançado, a tomografia também é melhor. • Cintilografia óssea para rastreio de metástases ósseas: ela pode ser dispensada, sendo utilizada apenas em casos de doenças localmente avançadas e em pacientes que possuem dor óssea. • Tomografia/ressonância para rastreio de metástases cerebrais: No caso de crânio é a mesma lógica. Quando a doença é localmente avançada, é uma doente com uma massa muito grande na mama, pele infiltrada, aspecto de casca de laranja, linfonodos palpáveis, a TC de crânio é solicitada em situações mais especiais, pois as vezes não é detectável, visto que o crânio não é um sítio tão comum de metástase. É solicitado quando a paciente tem algum sintoma neurológico; em caso de positivo, faz-se a tomografia. É necessário perguntar cefaleias constantes, convulsão, desmaios, tonturas, faz parte da anamnese. Entre TC e RNM, a professora prefere a ressonância, pois, tem uma acurácia maior para pegar tumores muito pequenos e que passam despercebidos na tomografia. *Quando recebe um paciente encaminhado pelo mastologista porque o tumor é grande e precisa fazer quimioterapia antes, um tratamento neoadjuvante para depois fazer a cirurgia, já se imagina que é um tumor localmente avançado, solicitando a tomografia logo de imediato. ESTADIAMENTO TNM 8ª EDIÇÃO 2018 O estadiamento de mama até 2017 era essa imagem acima. Era o TNM básico. T de tumor, N de linfonodo local e o M de metástase à distância. Porém, com o novo estadiamento de 2018 (todos os tumores sofreram uma mudança do estadiamento), ficou um 5 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 difícil esse estadiamento, porque entrou também uns fatores prognósticos clássicos. FATORES PROGNÓSTICOS CLÁSSICOS (TNM) • Tamanho tumoral (T); • Grau histológico (grau 1, 2 ou 3); • Embolização vascular peritumoral; • Determinação dos receptores hormonais; • Avaliação HER2; • Comprometimento axilar (N); • Metástase à distância (M). A embolização vascular peritumoral acontece quando ao realizar a biópsia tem um vaso e um êmbolo de tumor presente; isso entra como fator prognóstico. A imuno-histoquímica já era importante; a partir dela que serão determinados os receptores hormonais da mama. A avaliação do HER2 está dentro da própria biópsia. Classicamente, bastava o tamanho do tumor, o N, o M e a avaliação de receptores hormonais e a avaliação de HER2 para saber qual tipo de medicação utilizar. Porém, agora é diferente. O grau histológico e a embolização vascular entram como fator prognóstico. Tudo isso junto diz se a paciente tem risco de recidiva, se tem risco de metástase à distância, sendo todos fatores importantes. A imagem acima é a agulha de biópsia, semelhante a uma pistola. É a melhor biópsia para ser feita. Existe algumas biópsias incisionais, que é por agulha. Tem a biópsia por agulha fina que o tecido é aspirado, mas não é o adequado, visto que é necessário material palpável, tecido, para realizar todos esses testes; a citologia só vai dizer que tem célula maligna, “é positivo para malignidade”, mas não vai dizer se é carcinoma, se é invasor. Quem diz isso tudo é a Core Biopsy (imagem acima que parece uma pistola), que é o exame padrão ouro. Nessa imagem é para diferenciar o carcinoma in situ do carcinoma invasivo na biópsia. A primeira imagem mostra o ducto normal da mama. Carcinoma in situ: está todo acima da membrana basal, ele não invade o ducto. É um tumor superficial, não invasor, de melhor prognóstico. Não utiliza quimioterapia. Carcinoma invasivo: tem invasão da membrana basal. No carcinoma invasivo não são todos os casos que utiliza a quimioterapia. A partir do momento que é invasivo, é necessário mais exame de estadiamento, dependendo vai dizer se é uma paciente que precisa ou não de quimioterapia, etc. Na nova edição do TNM foi criado: Estadiamento prognóstico. Foi incorporado diretamente ao TNM: • Grau histológico (G): variando de 1 a 3; • HER2: positivo (superexpresso) ou negativo (não superexpresso); • Receptor de estrógeno: positivo ou negativo; • Receptor de progesterona: positivo ou negativo. • Testes genômicos: OncotypeDX, Mammaprint, Breast Câncer Índex, EndoPredict, PAM 50 (ProSigna) Atualmente existem até aplicativos para essa avaliação. Na época da criação dessa nova edição existiam tabelas gigantescas com 1400 probabilidades. Por conta disso, hoje já existem aplicativo em que se coloca o grau, o HER2, etc., para dizer que o risco é X, o estadiamento clínico é Y e o patológico é Z. (até 2017) 6 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 Acima está um exemplo de uma calculadora em que a paciente teve estadiamento anatômico IIIC e o patológico ficou em IIIA. IIIC é um pouco mais avançado e o IIIA é um pouco menos avançado. Clinicamente essa paciente entra como IIIC, mas do ponto de vista do prognóstico clínico ela é IIIA; isso acontece porque ela é grau 1, um grau mais baixo, e ela possui receptor de estrógeno e progesterona positivo, o que também é de melhor prognóstico. Para a conduta, fica com o estadiamento mais alto. Anatomia patológica • O tipo histológicomais comum (observado em mais de 90% dos casos) é o carcinoma ductal infiltrante (CDI); • O segundo mais comum (5-10% dos casos) é o carcinoma lobular infiltrante (CLI); • Tipos de prognóstico favorável: tubular, cribriforme, mucinoso, medular, adenoide-cístico e secretor. • Tipos com prognóstico desfavorável: metaplásico e micropapular. É mais fácil decorar os desfavoráveis e todos os outros são considerados como favoráveis. São menos comuns (os mais comuns são os CDI e o CLI), mas existem os subtipos especiais que muitas vezes eles vão definir de o prognóstico é favorável ou não. Dependendo da situação, não precisa indicar a quimioterapia, apenas hormonioterapia. Mas, se o prognóstico for desfavorável, pode ser utilizado quimioterapia. Quanto mais desfavorável for o diagnóstico, em algumas situações, vai ser necessário utilizar quimioterapia. Existem algumas ferramentas na internet que se pode fazer o cálculo do risco, visto que alguns testes são caros e algumas pacientes não pode pagar, então deve ser levado em consideração. Esses testes genômicos são caros e o plano de saúde, de forma geral, não cobre. Patologia molecular do CA de mama A patologia molecular do câncer de mama vai utilizar da classificação molecular por imuno-histoquímica. No diagnóstico, o paciente vai ter, por exemplo, um carcinoma invasor – visto por biópsia – e é necessário um exame de imuno-histoquímica para saber que tipo de carcinoma é esse. Na membrana dessas células existem receptores; no câncer de mama existem 3 receptores mais importantes: • Receptor de estrógeno; • Receptor de progesterona; • HER2. Antigamente, o HER2 não tinha sido descoberto, não tinha nem medicação para isso. Hoje em dia, com o advento de medicações anti-HER2, é obrigatório ter esse teste, pois se a paciente for um HER2 positivo, utiliza-se uma medicação para anular esse HER2 positivo. O fato dessa paciente ter receptores de estrógeno e progesterona positivos fala mais a favor de uma doença menos agressiva. A partir do momento que o HER2 é positivo essa doença é um pouco mais agressiva. Em torno de 20% dos cânceres de mama têm o HER2 positivo. Isso quer dizer que existe um sinal de alerta maior, visto que é uma doença que pode recidivar, pode dar metástase à distância, precisando de mais cuidado, começando pela prescrição de anti-HER2. Antigamente era muito pior, pois não tinha drogas para bloquear esse HER2. Para os receptores de estrógeno e progesterona, as medicações utilizadas serão para bloquear esses receptores. Esses dois hormônios funcionam como “vitaminas” para o crescimento do câncer, precisando romper esse sinal e interrupção dessa carcinogênese. Nesses casos, quando eles são positivos tem um prognóstico melhor porque se utiliza de um bloqueio por mais tempo, durante 5 anos até 10 anos. Dessa forma, são medicamentos que protegem essa paciente por 5-10 anos. Já o anti-HER2 só usa por 1 ano (por isso que o fato de ser anti-HER2 positivo a proteção é temporária. Depois desse 1 ano a doença pode voltar). 7 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 Classificação 1. Se o tumor for receptor de estrógeno e/ou progesterona positivo e for HER2 negativo, com um Ki-67 (índice de proliferação) menor que 14%: LUMINAL A, possuindo uma boa resposta com hormonioterapia. 2. Se for receptor de estrógeno e/ou progesterona positivo e HER2 positivo, com um Ki-67 maior que 14%: LUMINAL B. Nesse caso, apesar de ser estrógeno e progesterona positivos, a resposta com hormonioterapia não é tão boa, estando mais relacionado com recidiva tumoral por conta do HER2 positivo. 3. No caso de receptor de estrógeno negativo e HER2 positivo, HER2 POSITIVOS. O prognóstico é ainda pior; essa paciente não pode utilizar de forma algum bloqueador hormonal, pois não tem receptor, mas o HER2 positivo obriga a utilização de um anti-HER2. O alerta já fica ligado. 4. Tudo negativo: chamado de TRIPLO NEGATIVO → receptor de estrógeno, receptor de progesterona e HER2; é outra situação que o prognóstico é muito ruim, pois não tem medicação para bloquear esses receptores, apresentando somente quimioterapia como abordagem terapêutica. São aquelas pacientes que o risco de recidivar é altíssimo, necessitando de muito acompanhamento. Tem PIOR PROGNÓSTICO. Às vezes a recidiva é ainda pior, pois pode ser que não seja na mama. Abordagem terapêutica para o câncer de mama após o estadiamento clínico • Cirurgia conservador vs. cirurgia radical; • Linfadenectomia clássica vs. Pesquisa do linfonodo sentinela; • Tratamento locorregional radioterápico; • Tratamento sistêmico neoadjuvante vs. adjuvante: • Quimioterapia; • Hormonioterapia; • Terapia alvo molecular. Em algumas situações, a cirurgia vai ser indicada pelo mastologista cirurgião. Existem alguns casos de cirurgia radial quando se tem vários tumores na mama. Mas, normalmente quando é um tumor único, pequeno, é feito a cirurgia conservadora em que se tira apenas um quadrante da mama. A linfadenectomia clássica tira todos os linfonodos e a pesquisa do linfonodo sentinela se tira apenas o linfonodo sentinela. Toda paciente que preservou a mama, que fez cirurgia conservadora, tem indicação de tratamento com radioterapia após a cirurgia. Se restou tecido mamário ela precisa, obrigatoriamente, passar por radioterapia para evitar a recidiva locorregional. Quando a paciente tem aquele tumor grande que não tem como operar de imediato e é necessário fazer quimioterapia antes da cirurgia, é necessário realizar o tratamento sistêmico neoadjuvante. Não somente quimioterapia é neoadjuvante, hormonioterapia também pode ser, mas não apresenta uma resposta tão rápida, mas reduz. A terapia alvo molecular – terapia anti-HER2 – é utilizada tanto na neoadjuvante (pré-cirurgia) como na adjuvante(pós-cirurgia). Tratamento cirúrgico • Cirurgia conservadora da mama: também chamada de tumorectomia, quadrantectomia, mastectomia parcial ou mastectomia segmentar, consiste na retirada do segmento ou setor da mama que contém o tumor. • O objetivo é retirar o tumor, com algum tecido normal adjacente (margem). O quanto da mama é removida, depende do tamanho e localização do tumor e de outros fatores (dependem do mastologista). Vale lembrar que a mama é dividida em quatro quadrantes, e nesses quadrantes é possível fazer uma segmentectomia, ao invés de tirar um quadrante inteiro, retira apenas um segmento do quadrante. • Mastectomia - Neste procedimento, toda a mama é retirada, incluindo todo o tecido mamário e às 8 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 vezes outros tecidos próximos (ex: musculatura, que é chamada de cirurgia radical, a Halsted). Existem vários tipos de diferentes mastectomias. • Algumas mulheres também podem fazer uma mastectomia bilateral, que consiste na remoção das duas mamas. Tipos de cirurgia • Lumpectomia = tumorectomia. • Excisão ampla: segmentectomia. Tira um segmento de um quadrante. • Quadrantectomia: tira o quadrante inteiro. • Mastectomia: remoção da mama. Cirurgia dos linfonodos • Biópsia do Linfonodo Sentinela: A disseminação da doença para os linfonodos segue um trajeto onde necessariamente, há um primeiro gânglio pelo qual as células malignas devem passar ❖ Neste procedimento, o cirurgião remove apenas o linfonodo que contém o câncer. A remoção de apenas um ou alguns linfonodos, reduz o risco de efeitos colaterais da cirurgia. Às vezes tem pacientes que fazem biópsia de linfonodo sentinela e vem negativo. O paciente está no intraoperatório, faz a biópsia e manda para o patologista, que avalia no mesmo momento, é chamada de biópsia de congelação. Se patologia diz que é negativo, faz com que apenas o linfonodosentinela seja retirado. Mas, caso seja positivo, deverá ser feito o esvaziamento axilar. Esse não é o diagnóstico definitivo, o material é ainda fixado na parafina, podendo vir positivo nesse momento, mesmo inicialmente vindo negativo na patologia anterior a parafina, sendo nesses casos necessários reoperar, sendo feito o esvaziamento. Não é comum, mas ocorre. • Dissecção Axial dos Linfonodos: Neste procedimento, o cirurgião retira cerca de 10 a 40 linfonodos axilares. Atualmente, a dissecção não é realizada com tanta frequência, mas ainda pode ser a melhor forma de se observar os linfonodos em algumas situações. Nesses casos, a paciente vai ter dificuldade de movimentação do braço, não pode carregar peso naquele braço, pelo risco de fazer linfedema, já que tirou toda a drenagem linfática, deve-se evitar esforço, evitar receber medicação nesse braço, até aferir a pressão é bom evitar, por conta do risco do linfedema local. Às vezes tem paciente com o dobro do tamanho do braço inicial, isso gera uma perda significativa da qualidade de vida, porque ela não consegue fazer nada, deve fazer fisioterapia de drenagem, tem as meias elásticas, semelhantes às utilizadas nas pernas. Após as cirurgias, a cicatriz é um plastrão, que é o que resta, na área que a mama saiu. Em alguns casos, existem pacientes que precisam fazer radioterapia, mesmo tendo feito mastectomia, em geral tumores acima de 5cm, pelo risco de recidiva no plastrão, a pele fica toda infiltrada. Descrição da retirada do linfonodo sentinela: normalmente, é injetada no dia anterior da cirurgia na paciente uma substância radioativa no tumor, já que não se sabe qual o linfonodo sentinela. Quem vai dizer é a substância radioativa que vai na mama, pegando o trajeto do primeiro linfonodo acometido (ficando a pele toda pintadinha). Durante o período da cirurgia, o médico mastologista passa um aparelho chamado de probe, que faz um barulho na área que está mais pintada, que é justamente onde está ocorrendo maior ação do probe que se localiza o linfonodo sentinela. Fica roxo como na foto. Pode ter mais de um linfonodo sentinela. Ao retirar esse linfonodo, envia para a patologia, se for positivo, a paciente vai para mastectomia com esvaziamento completo. 9 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 Tratamento sistêmico O tratamento do câncer pode utilizar o tripe (quimio, radio e cirurgia), no entanto varia de acordo com a imuno-histoquímica (depende do grau de imuno- histoquímica, sendo bastante individualizado). O tratamento sistêmico pode ser dividido em: adjuvante, neoadjuvante ou tratamento para doença metastática. Tratamento neoadjuvante Usado antes da cirurgia com os seguintes objetivos: • Cirurgia conservadora: Ex: Paciente que pode fazer uma quimio para reduzir o tumor e o cirurgião poupar a mama, não sendo submetido a mastectomia, uma vez que para mulher é algo mutilador. No SUS, é visto que o mastologista indica a terapia neoadjuvante, não pela cirurgia conservadora, mas sim para tentar de fato operar, porque às vezes têm mamas muito infiltradas, sem condições de operar, porque o cirurgião não vai conseguir fechar os planos, por isso, é necessário reduzir antes de operar. Existem pacientes que fazer deiscência de sutura, quando tem que tirar uma ampla área da mama, pela necessidade de margem, no momento da sutura o cirurgião acaba forçando. Já houve paciente com cicatrização por segunda intenção pela dificuldade no fechamento dos planos, atrasando a quimio, pois dificultaria ainda mais a cicatrização, gerando atraso de outras etapas que seriam benéficas para o tumor. Nesses casos, seria mais indicado fazer a quimioterapia antes da cirurgia, em alguns casos, faz toda a quimio antes da cirurgia. Antigamente, eram feitos 4 ciclos, operava, e depois fazia mais 4 ciclos (quimio, cirurgia, quimio). Hoje, é feito todo o tratamento da quimioterapia antes, e depois opera. Em alguns casos específicos, deixa um pouco de quimio para depois da cirurgia se ainda restou doença, principalmente nas pacientes triplo negativos (tudo negativo). Na quimio, muitas vezes quando o paciente vai para fazer a cirurgia, já não tem mais tumor nenhum, chamada de resposta patológica completa. Ou seja, a quimio tirou todo o tumor e quando o paciente vai para cirurgia já não tem mais tumor. É o melhor dos cenários. Nesses casos, ainda assim precisa retirar a mama, para não recidivar o câncer. Logo, essa terapia é feita para aquela paciente em que queremos uma cirurgia conservadora ou, em alguns casos, queremos ter condições cirúrgicas quando o tumor for muito extenso, evitando uma deiscência de sutura ou complicações pós-operatórias que não é o nosso objetivo. Toda complicação pós operatória atrasa o início da quimio, as pacientes podem fazer queloide, dificuldade de cicatrização, cicatrizes grandes, deiscência de sutura, seroma. Portanto, quanto melhor o pós-operatório dessa paciente, mais fácil o cuidado eficaz. • Teste “in vivo” Avaliar se a paciente vai responder à quimio. Tratamento adjuvante • Tratamento adjuvante é um tipo de tratamento para o câncer, realizado em ADIÇÃO à terapia primária, principal ou inicial, no caso a cirurgia. • Um exemplo de terapia adjuvante é o tratamento adicional geralmente empregado APÓS a cirurgia, na qual todas as doenças detectáveis devem ter sido removidas, mas podendo permanecer um risco estatístico de recidiva local (na mama ou na axila) ou recidiva sistêmica (para os órgãos como pulmão, fígado, cérebro e/ou para os ossos), devido a lesões ocultas microscópicas residuais. Diferente da neoadjuvante, que é mais fácil enxergar que o paciente precisa que o tumor diminua para poder operar, a adjuvante precisa se basear no TNM. Se tem metástase a distância (já é doença metastática), não entra mais como tratamento adjuvante. Trata como doença metastática. É necessário avaliar o estágio (avalia número de tumor, número de linfonodos, se tem receptor de estrógeno positivo, de progesteronas, se tem HER 2 positivo). Esse planejamento deve ser feito desde o diagnóstico, é o que se chama de linha de cuidado, ou seja, o paciente teve condições de operar inicialmente, já tem a biópsia, já sabe a imuno- histoquímica, vai operar, depois vai fazer a quimioterapia se necessário, entrando nesse 10 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 momento o tratamento adjuvante. Ex: laudo patológico de um tumor de 4cm por exemplo, com dois linfonodos positivos, é um triplo negativo (não possui nenhum receptor positivo, nem estrógeno, nem progesterona, nem HER 2). Nesse caso, por não ter receptor de estrógeno não pode fazer hormonioterapia, se não tem HER 2, o anti-HER 2 não funciona, realizando nessa paciente a quimioterapia, ela vai precisar fazer quimio porque tinha linfonodo positivo. Quando é falado risco estatístico de recidiva local na mama ou axila, quando uma paciente possui a doença na axila positiva, não se pode garantir que da mesma forma que aquele nódulo saiu da mama e foi para axila também não possui uma célula circulante, aparecendo em outro órgão. Nessas situações, são indicadas as terapias adjuvantes, justamente para evitar recidiva em outros órgãos. Vai ser avaliado indivíduo por indivíduo para indicar hormonioterapia ou quimioterapia, para evitar a recidiva sistêmica (objetivo) para diminuir também o risco estatístico de recidiva local. TIPOS DE TRATAMENTO ADJUVANTE: • Hormonioterapia; • Quimioterapia; • Radioterapia; • Terapia-alvo (anti-HER 2). • Aproximadamente 65-70% dos cânceres de mama são do tipo hormonal • A hormonioterapia “anti-hormonioterapia” (ou bloqueio hormonal), pois não se fornece hormônio, mas sim bloqueia receptor hormonal.• A maioria dos tumores de mama expressam receptores hormonais, que são os receptores de estrógeno e também os receptores de progesterona. • A mulher que ainda está menstruando produz estes hormônios predominantemente nos ovários (são os hormônios sexuais femininos) e também na gordura periférica (tecido subcutâneo). A mulher pré-menopausada e obesa tem maior risco, porque além dela receber dos ovários, recebe também da gordura periférica, possuem maior risco no desenvolvimento do câncer, principalmente o câncer relacionado ao hormônio. • Já as mulheres que já entraram na menopausa produzem estes hormônios predominantemente neste último local (gordura). Baseado nisto já percebemos que mulheres obesas têm uma carga hormonal maior que mulheres magras, o que é muito mais evidente na pós menopausa aumentando mais o risco de recidiva neste grupo de pacientes com excesso de peso. Sabe-se que na pós menopausa, o índice de gordura é maior por conta da própria questão da menopausa em si. A mulher fica mais sedentária, o metabolismo fica mais diminuído, logo, deve-se ter muito cuidado, nas duas fases, tanto na pré como na pós menopausa. Quimioterapia • Após a cirurgia, precisamos identificar as pacientes com risco mais elevado de apresentar focos microscópicos de células tumorais em algum outro órgão para definir a necessidade de tratamento adjuvante. Então todos os critérios são os critérios avaliados na patologia, o TNM, o grau, entre outros. • A escolha do tipo de tratamento adjuvante irá depender principalmente da magnitude do risco de recidiva. • O risco depende do estadiamento da doença (volume de doença), das características do tumor (biologia tumoral), da idade e da condição clínica do paciente. Quanto maior o risco de recidiva da doença, mais agressivo deve ser o tratamento adjuvante, empregando esquemas de quimioterapia intensos e eficazes. Logo, não dá pra pegar o tumor altamente agressivo, grau III, a paciente cheia de linfonodo na axila positivo e tratar com uma quimioterapia básica, nem tratar somente com hormonioterapia. Se a paciente não tiver contraindicação, é quimioterapia. • Os medicamentos quimioterápicos são administrados por via intravenosa ou oral. • A duração do tratamento é planejada de acordo com o tipo de tumor e varia em cada caso. Quanto mais avançado o tumor, maior a quantidade de ciclos, de duração. Cada tumor tem um aspecto e 11 Beatriz Machado de Almeida Oncologia – Câncer de mama – Aula 8 biologia diferentes, por isso, o planejamento deve ser feito de início e deve ser feita toda uma linha de cuidado, para não perder o passo a passo. Radioterapia • A radioterapia no cenário de câncer de mama se aplica, genericamente, para os casos de: ❖ Cirurgia conservadora (quadrantectomia) ❖ Tumores com mais de 5 centímetros, mesmo que tenha ido para mastectomia ❖ Tumores com espalhamento para os gânglios da axila: risco maior de recidiva locorregional por conta do linfonodo acometido, sendo tumores mais agressivos, então fazem radioterapia da mama ou do plastrão se ela operou totalmente, e ainda faz fossa, fossa supraclavicular, porque também é um sítio de drenagem, porque a partir do momento que irradiou, que o tumor pegou região de axila, pode fatalmente encontrar algum tumor em fossa, nesses casos elas irradiam a mama ou o plastrão que restou, além da fossa, por isso a radio é indicada. • Na maioria dos casos a radioterapia é administrada em doses diárias, cinco vezes por semana (em dias úteis), com duração de aproximadamente 20 minutos cada dose. • O número total de aplicações dependerá de vários fatores como tipo de cirurgia, agressividade do tumor, presença de gânglios comprometidos. • Em geral, as pacientes receberão de 15 a 25 aplicações. Terapia alvo • As células cancerígenas expressam proteínas específicas que são responsáveis pela multiplicação celular tumoral (receptores), ou seja, pelo crescimento do tumor. Estas proteínas responsáveis pela multiplicação celular tumoral também podem ser chamadas de “drivers”, “catalizadores” ou aceleradores da multiplicação celular. • Atacar estas proteínas é o objetivo da chamada terapia-alvo molecular e com isso frear a multiplicação celular tumoral. Neste sentido a terapia alvo seria um freio contra o tumor • Terapia Alvo para Câncer de Mama HER2+ • Em cerca de 20% das mulheres com câncer de mama, as células cancerosas têm uma proteína que promove seu crescimento, denominada HER2/neu ou apenas HER2 em superfície. Por isso que nesses casos é necessária uma proteína anti-HER2 para evitar o crescimento dessa célula e evitar que esse tumor faça uma recidiva em outro órgão (a distância). Caso clínico Paciente sexo feminino, 56 anos, pós-menopausa, descobriu um nódulo na mama esquerda no quadrante superior externo. Realizou CORE biópsia com laudo: carcinoma ductal “in situ” ou intraductal. Tis com perfil imunohistoquímico: RE e RP +++ e HER 2 negativo. Submetida a cirurgia de quadrantectomia confirmando laudo da biópsia. Qual a conduta após a cirurgia? a) Quimioterapia e radioterapia; b) Somente radioterapia; c) Hormonioterapia e radioterapia. A – Falsa, pois é uma paciente que tem um tumor in situ, não sendo invasor, não tendo sentido oferecer quimio. B – Falsa, somente a radio não é a correta. Ela também vai precisar de radio, porque a quadrantectomia é uma cirurgia conservadora da mama, mas também vai precisar de outros tratamentos além da radio. C– Verdadeiro, pois é uma paciente que tem receptor de estrógeno e progesterona positivo, então nesse caso ela vai utilizar a hormonioterapia. Tratamento para doença metastática Estágio IV normalmente, M1, tendo metástase em algum sítio, sendo que pacientes que precisem fazer somente tratamento sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia, terapia alvo, ou os 3 juntos), não é indicado cirurgia, radio.
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