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síntese de proteína

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SÍNTESE DE 
PROTEÍNAS
MÓDULO 2 | CITOLOGIA
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Sintetizar uma proteína é parecido com preparar 
uma receita. Ao invés de uma célula, imagine um 
restaurante. Nesse restaurante existe uma sala de 
receitas, com um livro imenso que contém todas as 
receitas que o restaurante pode fazer. Esse livro é 
tão grande, mas tão grande que ele nem consegue 
sair da sala de receitas.
Pra que o chef possa ler o livro, um ajudante 
dele vai lá e transcreve, faz uma cópia, da receita. 
Ele não arranca página do livro, só faz uma cópia 
a mão numa folha de caderno mesmo. A cópia sai 
da biblioteca e vai pra cozinha, onde o chef Riba, 
o ribossomo, prepara a receita. Mas como o chef 
Riba é tão famoso, ele tem vários assistentes que 
trazem até ele os ingredientes listados na receita. 
E o que isso tem a ver com a síntese de proteínas?
A sala das receitas é o núcleo, enquanto os 
livros são os cromossomos. Neles estão escritos 
os genes (receitas), e os genes são receitas para 
proteínas. Como o DNA não pode sair do núcleo, é 
necessário fazer uma cópia, a T R A N S C R I Ç ÃO , 
do gene em RNA. A enzima que faz essa cópia 
se chama transcriptase, e o RNA que contém a 
receita, a mensagem, se chama RNA mensageiro 
(RNAm). O RNAm então sai do núcleo e vai para o 
citoplasma, onde ocorre a T R A D U Ç ÃO , ou seja, 
a fabricação da proteína. Ocasionalmente, quando 
uma proteína precisa ser expressa (produzida) em 
grande quantidade, ao invés de acontecer a tran-
scrição de vários RNAm ocorre a formação de polis-
somos ou polirribossomos: vários ribossomos leem 
ao mesmo tempo, em fila, uma única molécula de 
RNA mensageiro.
Agora, preste atenção neste detalhe: para que 
seja possível codificar os 20 aminoácidos difer-
entes no DNA ou RNA (que só possuem 4 bases 
nitrogenadas diferentes), cada aminoácido é repre-
sentado por uma sequência de três nucleotídeos 
chamada de códon. A tabela que traz o código para 
converter cada códon em um aminoácido é chamada 
de código genético. Não confunda código genético 
com genoma! O código é a relação entre códons e 
aminoácidos, enquanto o genoma é o conjunto de 
genes de um organismo ou espécie.
Porém, existem 64 formas de combinar quatro 
nucleotídeos em grupos de três, e só 20 amino-
ácidos. Assim, alguns aminoácidos são representados 
por mais de um códon e nós dizemos que o código 
genético é degenerado. Além disso, há códons que 
sinalizam para o ribossomo onde a tradução deve 
começar – o códon iniciador – e quando ela deve 
terminar – os códons de parada.
SÍNTESE DE
PROTEÍNAS
RNA mensageiro
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Os ribossomos sabem qual aminoácido colocar 
na proteína porque o RNA transportador (RNAt), 
que carregam os aminoácidos até os ribossomos, 
possuem uma região de pareamento com o RNAm.
Essa região que faz o pareamento com o códon 
é chamada de anticódon. Assim, se o pareamento 
entre códon e anticódon for correto, o ribossomo 
adiciona o aminoácido à proteína. Caso contrário, 
o RNAt é liberado para dar lugar a um outro RNA 
transportador.
RNA transportador
Anticódon
Códon
Agora, imagine se ocorrer alguma mutação no 
DNA ou se a transcrição tiver algum problema e uma 
base seja trocada. Existe um risco de o pareamento 
com o anticódon do RNAt correto não acontecer, 
a proteína ficar defeituosa e o organismo acabar 
sendo prejudicado (ou até mesmo morto) com isso! 
E é por isso que o fato de o código genético ser 
degenerado é uma coisa importante. Existe uma 
chance de a mutação ou defeito formar um códon 
diferente do original mas que ainda represente o 
aminoácido correto, diminuindo as chances de que 
a mutação seja prejudicial pro organismo.
Mas o restaurante do Riba também faz entrega! 
Quando a proteína é para exportação ou para ser 
adicionada a alguma membrana, o RNAm contém uma 
pequena mensagem que faz com que o ribossomo 
se desloque para o retículo endoplasmático. 
Quando o retículo endoplasmático está coberto 
com ribossomos, nós dizemos que ele é um retículo 
endoplasmático rugoso ou granuloso. Os ribossomos 
não ficam colados lá pra sempre: eles se ligam ao 
retículo, sintetizam a proteína e saem. Assim, não 
é exatamente correto dizer que existe um retículo 
rugoso e um retículo liso: os dois são a mesma coisa 
vista em momentos diferentes.
Quando o ribossomo está ligado ao retículo, ele 
sintetiza a proteína diretamente no lumen (lado 
de dentro) do retículo endoplasmático. O retículo 
então forma uma vesícula que engloba a proteínas 
e vai para o complexo de Golgi, um conjunto de 
sacos de membrana responsável pelo transporte 
de proteínas e outras substâncias para dentro e 
fora da célula, além do tráfego de vesículas dentro 
da própria célula e de modificações nas proteínas 
sintetizadas no retículo. Por estar envolvido na 
exportação de substâncias, o complexo de Golgi 
é bastante desenvolvido em células glandulares.
O aparato golgiense também é responsável pela 
formação dos lisossomos, que são vesículas cheias 
de enzimas digestórias sintetizadas no retículo 
endoplasmático rugoso. O lisossomo é responsável 
pela digestão intracelular de organelas velhas e de 
partículas ingeridas por fagocitose. Não confunda 
lisossomo com peroxissomo: os peroxissomos 
não são originados pelo complexo de Golgi e são 
responsáveis pela formação e destruição de peróx-
idos e outras formas tóxicas de oxigênio.
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1. (UFTM) O conhecimento que agora se acumula 
rapidamente sobre os ribossomos está alimentando 
a esperança de que sejam encontrados antibióticos 
mais eficientes que os atuais. Muitos antibióticos 
agem sobre ribossomos, paralisando a produção 
de proteínas vitais, mas as bactérias têm oferecido 
uma crescente resistência à ação desses medica-
mentos. O organismo humano É formado por aprox-
imadamente 1014, o número 1 seguido de 14 zeros, 
células. Cada célula – as do fígado, por exemplo – 
pode conter 6 milhões de ribossomos, que produzem 
proteínas de modo contínuo e preciso. Uma bactéria 
pode conter cerca de 100 mil ribossomos em inces-
sante funcionamento. Os antibióticos se infil-
tram nos ribossomos das bactérias e não nos do 
organismo humano por causa de sutis diferenças 
nas estruturas desses componentes celulares. As 
moléculas dos antibióticos são bem menores que 
os ribossomos, mas podem entupir os túneis dos 
ribossomos e impedir a produção de proteínas, 
essenciais à manutenção dos seres vivos. 
(Pesquisa Fapesp, 21.01.11. Adaptado.)
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre 
o assunto, pode-se afirmar que
a) os antibióticos trazem benefícios somente aos 
seres humanos, pois são os únicos animais que 
possuem ribossomos.
b) os ribossomos das bactérias, assim como os dos 
vírus, realizam a transcrição de moléculas de RNA 
mensageiro para produzir proteínas.
c) o número de ribossomos é o mesmo entre difer-
entes células do mesmo organismo, e isso pode 
ser um dado importante para a classificação dos 
seres vivos.
d) os antibióticos induzem a formação de ribossomos 
resistentes, deixando as bactérias resistentes, difi-
cultando a cura de doenças bacterianas.
e) se os ribossomos humanos fossem iguais aos 
das bactérias, os antibióticos não poderiam utilizar 
como “alvo” essas organelas.
2. (UFSCAR) Um pesquisador, interessado em 
produzir em tubo de ensaio uma proteína, nas 
mesmas condições em que essa síntese ocorre nas 
células, utilizou ribossomos de células de rato, RNA 
mensageiro de células de macaco, RNA transpor-
tador de células de coelho e aminoácidos ativos de 
células de sapo. A proteína produzida teria uma 
sequência de aminoácidos idêntica à do:
a) rato.
b)sapo.
c) coelho.
d) macaco.
e) macaco e do rato.
EXERCÍCIOS 
SÍNTESE DE PROTEÍNAS
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3. (UFMS ) A figura a seguir mostra a porcentagem 
de ribossomos presentes em polissomos, em oócitos 
não fertilizados de ouriço-do-mar (0h), e em deter-
minados períodos de tempo após a fertilização.
No oócito não-fertilizado, menos de 1% dos 
ribossomos estão presentes em polissomos, sendo 
que 2 horas após a fertilização, cerca de 20% deles 
estão presentes nos polissomos, embora nenhum 
RNAm novo seja produzido durante esse período.
A forma correta de interpretarmos esses dados é que:
a) os polissomos observados no período pós-fertil-
ização correspondem à associação de ribossomos 
e RNAr, enquanto fazem a transcrição das infor-
mações contidas nesses filamentos de RNA.
b) a presença dos polissomos sugere que essa orga-
nização não está obrigatoriamente associada à tran-
scrição e tradução da informação genética do RNAm.
b) a presença dos polissomos indica claramente 
que uma grande quantidade de RNAr foi transpor-
tada pelo gameta masculino, o que justifica as ativ-
idades de síntese observadas após a fertilização.
d) uma determinada fração de RNAm, pré-exis-
tente e estocada no citoplasma do oócito, começa 
a ser traduzida quando o desenvolvimento se inicia, 
após a fertilização.
e) após a fertilização, ocorre uma intensa atividade 
de transcrição da informação genética presente 
nos cromossomos do gameta masculino.
4. (UFT) As atividades celulares são orientadas pelas 
informações contidas no DNA, que são decodifi-
cadas em proteínas através dos mecanismos de tran-
scrição e tradução. O que faz uma baleia parecer uma 
baleia são suas proteínas. Assim, as proteínas deter-
minam as funções vitais da baleia, como de todos 
os seres vivos. Para ditar o desenvolvimento de um 
organismo, a informação do DNA deve, de algum 
modo, ser convertida em proteínas. Esta conversão 
ocorre porque o DNA contém um código genético 
para os aminoácidos que compõem as proteínas. 
Neste código, cada aminoácido É representado por 
uma sequência de pares de bases, e esta sequência 
É refletida na sequência de aminoácidos reunidos 
em uma cadeia proteica. Assim, traduzir o código 
genético significa passar o código de sequência de 
bases para uma sequência de aminoácidos.
Deste modo, o DNA É decodificado na forma de 
uma proteína estrutural ou enzimática que, por 
sua vez, É responsável por uma característica do 
organismo.
Podemos afirmar que:
I. Esta decodificação se faz através da leitura de 
sequências de três nucleotídeos, chamados códons, 
que especificam aminoácidos.
II. Os códons diferem entre diferentes táxons 
de seres vivos; há códons que não codificam 
aminoácidos.
III. A decodificação ocorre no citoplasma celular, 
em estruturas chamadas ribossomos, a partir de 
uma fita simples de DNA que deixa momentanea-
mente o núcleo somente para tal função.
IV. Cada códon traduz apenas um aminoácido.
V. Alguns aminoácidos são codificados por mais 
de um códon. A isto chamamos degeneração do 
código, o que possivelmente traz maior estabili-
dade contra mutações no DNA.
Indique a alternativa em que todas as afirmativas 
são falsas.
a) I e III b) II, III e IV c) II e III d) II, III e V
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5. (UEPB) Observe o gráfico abaixo que relaciona 
a concentração de certo grupo de enzimas com a 
regressão da cauda do girino. Em seguida, analise 
as proposições apresentadas.
I. A regressão da cauda dos girinos se dá pela autode-
struição de células pelas enzimas lisossômicas. O 
material resultante da autodigestão da cauda entra 
na circulação sanguínea e É reutilizado.
II. A função dos lisossomos É a digestão intracelular, 
que ocorre nos vacúolos digestivos. Estes podem 
resultar da fusão dos lisossomos com fagossomos 
ou pinossomos, ou podem ser formados por lisos-
somos que englobaram partes desgastadas da 
própria célula, o que permite reaproveitar seus 
componentes. Na espécie humana encontraremos 
apenas o primeiro processo de formação de vacúolos 
digestivos.
III. O girino É a fase larval aquática dos anfíbios 
da ordem Anura. A metamorfose É marcada pelo 
desaparecimento da cauda e das brânquias, apare-
cimento dos pulmões, transformação do coração, 
encurtamento do intestino e surgimento das pernas, 
dentre outras alterações.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) I e III, apenas.
6. (UFC) Células animais com função secretora apre-
sentam abundância de retículo endoplasmático 
granuloso (rugoso) e complexo golgiense, estru-
turas que se localizam próximas uma à outra e que 
trabalham em conjunto. Nesse trabalho em parceria, 
o retículo endoplasmático granuloso:
a) libera proteínas digestivas em vesículas denom-
inadas lisossomos, que atuarão em conjunto com 
os tilacoides do complexo golgiense.
b) produz fosfolipídios de membrana que serão 
processados no complexo golgiense e liberados no 
citoplasma para formação de novos ribossomos.
c) sintetiza proteínas e as transfere para o complexo 
golgiense, que as concentra e as libera em vesículas, 
que terão diferentes destinos na célula.
d) funde-se ao complexo golgiense para formar o 
acrossomo dos espermatozóides, responsável pela 
digestão da parede do óvulo e pela penetração nesse.
e) acumula os polissacarídeos de parede celular, 
produzidos no complexo golgiense, e os processa, 
antes de liberar as vesículas que se fundirão com 
a membrana plasmática.
GABARITO: 1E, 2D, 3D, 4C, 5E, 6C

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