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Impresso - 1 6 - Planejamento Socioambiental

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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Práticas Profissionais em Geografia: 
Estudo da Paisagem e do Relevo 
 
 
 
 
 
Planejamento Socioambiental 
Aula 6 
 
 
Prof. Thiago Kich Fogaça 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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Conversa inicial 
Nesta aula, vamos estudar como se relacionam os estudos das formas do 
relevo e as transformações das paisagens com o planejamento ambiental. Para 
tanto, abordaremos alguns tipos de mapeamentos e delimitações de áreas que 
são comumente utilizados por pesquisadores que trabalham com Geomorfologia 
e planejamento ambiental. Dentro desse contexto, estarão presentes as 
discussões sobre os mapeamentos geomorfológicos, a criação dos 
Zoneamentos Ecológicos Econômicos, a delimitação das bacias hidrográficas e 
sua importância no entendimento dos processos fluviais e a aplicação desses 
estudos para os diagnósticos e prevenção de degradações ambientais. 
Boa aula! 
 
Para iniciar seus estudos, assista ao vídeo de introdução que o professor 
Thiago preparou para você! Acesse o material on-line! 
Contextualizando 
O planejamento ambiental ocorre em vários ramos da sociedade, tendo 
como prioridade a manutenção dos recursos naturais e, sendo assim, a própria 
subsistência humana. Os pesquisadores que se dedicam a estudar as formas do 
relevo e as transformações da paisagem dos últimos anos têm se dedicado a 
mapear e diagnosticar processos que desencadeiam problemas estruturais e 
afetam populações pelo mundo. 
É fato que as tecnologias têm proporcionado a evolução no mapeamento 
desses processos e são amplamente utilizadas para a gestão ambiental, porém, 
ainda apresentam falhas em detrimento de outras questões, como as políticas e 
econômicas, que determinam os cenários de fragilidade ambiental nas cidades, 
por exemplo. Nesse sentido, apresentaremos como ocorrem os mapeamentos e 
os resultados de importantes pesquisas sobre esses processos para ilustrar a 
relação entre o papel da ciência e sua efetivação nas sociedades. 
 
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É necessário, também, pensarmos enquanto educadores como nossos 
alunos enxergam as alterações das paisagens e reforçar a relação entre ações 
antrópicas e impactos ambientais para criar um ambiente de conscientização e, 
assim, reforçar o papel do planejamento ambiental em nossas sociedades. 
 
Para os comentários do professor Thiago sobre os assuntos desta aula, 
assista ao vídeo que está disponível no material on-line! 
Pesquise 
Você sabia que existem formas diferenciadas de delimitar áreas para 
estudos de gestão ambiental? Pensando nisso, pesquise sobre os Zoneamentos 
Ecológicos Econômicos e aprenda como estão previstas as etapas de sua 
elaboração. Um site que dispõe de muitas dessas informações é o do Ministério 
do Meio Ambiente. 
http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/zoneamento-territorial 
Planejamento ambiental e Geomorfologia 
A utilização da ciência Geomorfologia no planejamento ambiental pode 
ser aplicada em vários ramos das sociedades; alguns exemplos são os 
planejamentos de uso de solos rurais e solos urbanos e as obras de engenharia 
civil (CHRISTOFOLETTI, 2013). 
Sobre o uso dos solos rurais, é imprescindível ter em mente que as 
atividades agrícolas e pastoris são responsáveis pela transformação das 
paisagens em grandes extensões de terra e, nesse sentido, o entendimento 
sobre a topografia e os processos que ocorrem para o ajustamento da paisagem 
para essas atividades são variáveis de extrema importância. 
Segundo Christofoletti (2013), o entendimento sobre os processos 
geomorfológicos é de fundamental importância para entender as transformações 
nos solos rurais, principalmente em relação aos processos espaciais que 
ocasionam mudanças ao longo das vertentes. 
 
 
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Para o controle da erosão dos solos e do escoamento superficial, nas 
vertentes, torna-se oportuno fazer uma alocação das culturas desde o 
topo até o sopé, assim como realizar obras costumeiramente indicadas 
pelos especialistas para o manejo do solo. O mapeamento dos locais 
e áreas de riscos morfogenéticos representa instrumento para avaliar 
o uso agrícola e a aplicação de técnicas de contenção dos movimentos 
de massa (CHRISTOFOLETTI, 2013, p. 420-421). 
 
Outra maneira de identificar aspectos da erosão de solos rurais, mas 
também de urbanos, consiste no mapeamento de fragilidades ambientais, que 
geralmente são expressas em escalas que variam de muito baixa ou nula, baixa, 
média, forte e muito forte. Além de se apresentar como metodologia para 
entender processos naturais, pode ser utilizada para identificar aspectos das 
ações antrópicas que impactam os solos, como no caso das voçorocas (urbanas 
e rurais), que emergem como problemas ambientais e carecem de planejamento 
visando sua minimização (BEZERRA, 2011). 
Já o espaço urbano e a ocupação de áreas com diferentes gradientes 
topográficos são alvo de várias pesquisas sobre o adensamento populacional. É 
fato que as aglomerações urbanas são impactantes ao meio ambiente e, na 
maioria das vezes, criam áreas vulneráveis e colocam populações em risco. 
Além disso, Christofoletti (2013) afirma que outro fato está nos azares naturais, 
como terremotos, chuvas intensas, entre outros, que intensificam as variáveis a 
serem analisadas sobre a ocupação dos espaços urbanos. Um exemplo 
apresentado pelo autor: 
A ampliação das áreas urbanizadas, devido à construção de áreas 
impermeabilizadas, repercute na capacidade de infiltração das águas 
do solo, favorecendo o escoamento superficial, a concentração das 
enxurradas e a ocorrência de ondas de cheias. A urbanização afeta o 
funcionamento do ciclo hidrológico, pois interfere no rearranjo dos 
armazenamentos e na trajetória das águas (CHRISTOFOLETTI, 2013, 
p. 424). 
 
Em relação às obras de engenharia, o conhecimento geomorfológico é 
essencial para entender as particularidades dos locais que serão utilizados na 
construção de grandes obras, por exemplo. Um exemplo de obras que alteram 
as paisagens e são originadas da necessidade de alterações no relevo são as 
obras de canalização de rios. 
 
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As obras em canais fluviais correspondem principalmente a programas 
de canalização dos rios. O termo canalização é usado para abranger 
todos os procedimentos de engenharia dos canais fluviais, com a 
finalidade de controlar as cheias, melhorar a drenagem, manter as 
condições de navegabilidade e reduzir a erosão das margens 
(KELLER, 1976; BROOKES, 1985; citados por CHRISTOFOLETTI, 
2013, p. 425). 
 
Mediante essas discussões, é possível observar as relações entre o 
planejamento ambiental e a Geomorfologia e, pensando na escala municipal, 
Bergamo e Almeida (2006) salientam que a Geomorfologia se apresenta de 
extrema importância para a preservação, conservação e recuperação de áreas 
degradadas, por exemplo, porém, sua real efetividade está atrelada ao contexto 
dos outros elementos, a hidrografia e pedologia que compõem partes do 
entendimento dessas paisagens. 
 
Nos estudos ambientais os dados geomorfológicos são essenciais 
para análises integrados do meio. Estes permitem que se conheçam 
as unidades geomorfológicas, ou seja, que se tenha a descrição dos 
tipos e formas de relevo, padrões de drenagem, altimetria, declividade, 
processos de erosão e acumulação e/ou fragilidades e potencialidades 
de determinada área (BERGAMO e ALMEIRA, 2013, p. 4). 
 Com base nessas discussões, apresentamos alguns exemplos de 
aplicaçãodos conhecimentos sobre os relevos e mecanismos pensados para a 
gestão ambiental, demonstrando a finalidade do entendimento sobre os 
aspectos físicos da paisagem e sua relação com as ações antrópicas. 
 
No material on-line, você encontrará um vídeo com a palavra do professor 
sobre o planejamento ambiental e a Geomorfologia. Não deixe de assistir! 
Leitura complementar 
 Para saber mais, faça as leituras indicadas a seguir: 
■ MELLATI, C.; ARCHELA, R.S. Contribuição da geomorfologia 
ambiental para o planejamento e manejo de trilhas em unidades de 
conservação. Revista Geográfica de América Central Número 
 
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Especial EGAL, 2011- Costa Rica II Semestre 2011 pp. 1-14. 
Disponível em: 
http://www.revistas.una.ac.cr/index.php/geografica/article/download
/2745/2625 Acesso em: 04/2016. 
■ MORA FILHO, P. S.; RUAS, L. M. da S. As contribuições da 
geomorfologia ambiental no campo do turismo rural: a descrição 
paisagística como recurso metodológico para o planejamento 
turístico. Revista Multidisciplinar da UNIESP. Saber Acadêmico 
- n º 05, p. 40 – 49. jun. 2008. Disponível em: 
http://docplayer.com.br/11580521-Palavras-chave-geomorfologia-
ambiental-turismo-rural-descricoes-paisagisticas.html Acesso em: 
04/2016. 
Mapeamentos geomorfológicos 
Os mapeamentos geomorfológicos são recentes, foi a partir dos anos 60 
do século XX que muitos pesquisadores de diversos países começaram a 
apresentar propostas de representação cartográfica do modelado terrestre 
(GUERRA e MARÇAL, 2006). 
Os mapas geomorfológicos, ao contrário dos demais mapas temáticos, 
apresentam um grau de complexidade maior. Essa complexidade 
decorre da dificuldade de se apreender e representar uma realidade 
relativamente abstrata – as formas do relevo –, sua dinâmica e gênese 
(ROSS, 2012, p. 53). 
 
É necessário ter em mente que existem normas para a elaboração de 
cartas geomorfológicas. Por exemplo, ao ser elaborada uma carta de escala de 
detalhe, conforme as recomendações da Sub-Comissão das Cartas 
Geomorfológicas da UGI (União Geográfica Internacional), esta deverá conter 
dados morfométricos, morfográficos, morfogenéticos e cronológicos (BEZERRA, 
2011). 
A metodologia do mapeamento geomorfológico tem como base a 
ordenação dos fenômenos mapeados, segundo uma taxonomia que 
deve estar aferida a uma determinada escala cartográfica. 
Exemplificando: os agrupamentos constituídos de tipos de modelados 
permitem a identificação de unidades geomorfológicas, assim como os 
agrupamentos dessas unidades constituem as regiões 
 
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geomorfológicas, surgem os grandes domínios morfoestruturais. Os 
mapeamentos temáticos identificados dos grandes domínios 
morfoestruturais e das regiões geomorfológicas são condizentes a 
escalas iguais ou menores de 1:100.000 como, por exemplo, a de 
1:250.000; porém, os mapeamentos condizentes com as unidades 
geomorfológicas devem estar aferidos a escalas de até 1:50.000 
(ARGENTO, 2001 citado por BEZERRA, 2011, p. 28). 
 
Pensando nesses fatores, Ross (2012) chama a atenção para os 
mapeamentos geomorfológicos apresentando uma série de etapas necessárias 
para sua elaboração. A primeira variável de importância são os elementos de 
descrição do relevo, seguidos da natureza geomorfológica dos elementos do 
terreno e das datações das formas representadas. 
Veja a seguir quais são os dados que Ross (2012) alega serem 
necessários para compor cartas geomorfológicas detalhadas. 
1. Dados morfométricos: obtidos a partir da carta topográfica. 
2. Informações morfográficas: que devem ser registradas através 
de simbologia que indique não só o fenômeno, mas a sua origem, 
por exemplo, escarpa de falha ao invés de simplesmente escarpa. 
3. Dados morfogenéticos: as formas registradas nos mapas atrás 
de simbologia devem indicar sua gênese, como terraço fluvial, 
planície fluviolacustre etc. o símbolo deve dar ao mesmo tempo a 
informação descritiva e genética. Isto torna as informações 
morográficas estreitamente ligadas às morfogenéticas. 
4. Cronologia: a idade das formas também deve ser estabelecida, 
distinguindo-se as formas funcionais das formas herdadas 
(paleoformas). As paleoformas indicam os processos pretéritos, 
enquanto que as formas atuais permitem definir o sistema 
morfogenético operante na região. 
Pensando no processo de elaboração de mapeamentos de diagnóstico do 
uso do relevo, podemos citar também o uso de imagens de satélite e fotografias 
aéreas para representação do uso do solo. Sobre isso, Bezerra (2011) 
argumenta que, em sua pesquisa, utilizou fotografias aéreas para representar a 
cobertura vegetal da superfície de determinada área; nesse sentido, ao 
 
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identificar falta de cobertura vegetal, é possível fazer o mapeamento de áreas 
que possam apresentar problemas como a erosão. 
Desta forma, uma imagem de sensoriamento remoto representa 
primeiramente, as características da vegetação que cobre a porção 
imageada da superfície da Terra. Com base nisto, foram desenvolvidos 
muitos estudos sobre a utilização destas imagens para a identificação 
e caracterização dos diferentes tipos de cobertura vegetal encontrados 
na superfície do planeta. Um dos principais tipos de imagem obtidos 
por técnicas de processamento digital de imagens de sensoriamento 
remoto são os índices de vegetação (BEZERRA, 2011, p. 39-40). 
 
Existe, atualmente, uma série de tecnologias sendo utilizadas para 
representar a superfície da Terra e que são primordiais nos estudos 
geomorfológicos, por auxiliar tanto no diagnóstico, quanto nas ações sobre o 
meio ambiente. 
 
Saiba mais sobre mapeamentos geomorfológicos com as explicações do 
professor Thiago no vídeo que está disponível no material on-line! 
Leitura complementar 
 Complemente seus estudos com a leitura indicada a seguir. 
■ AUGUSTIN, C. H. R. R.; FONSECA, B. M.; ROCHA, L. C. 
Mapeamento geomorfológico da Serra do Espinhaço Meridional: 
primeira aproximação. Geonomos, 19(2), 50-69, 2011. Disponível 
em: http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/20112/Augustin-et-
al.pdf Acesso em: 04/2016. 
Zoneamento Ecológico-Econômico 
Neste tópico iremos discutir sobre o ZEE (Zoneamento Ecológico-
Econômico) e quais contribuições da Geomorfologia podem ser aplicadas na 
elaboração deste. Inicialmente, devemos esclarecer que o zoneamento é uma 
atividade que busca delimitar territórios e áreas para a gestão ambiental, visando 
identificar o uso dos solos e atividades compatíveis com cada localidade. “O 
Zoneamento Ecológico-Econômico é um Programa do Plano Plurianual – PPA, 
de caráter multisetorial e descentralizado, gerenciado pelo Ministério do Meio 
 
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Ambiente e com executores federais, estaduais e municipais” (GANDRA, 2008, 
p. 19). 
Inicialmente, devemos apresentar que o ZEE está preconizado por lei. Na 
Lei n°. 6.938, de 31 de agosto de 1981, estão previstas uma série de normas e 
leis que compõem a Política Nacional do Meio Ambiente, e no 2° artigo está 
presente a preocupação com o zoneamento de atividades poluidoras. No 9° Art. 
aparece o regulamento sobre o zoneamento ambiental (BRASIL, 1981). Estezoneamento foi escrito posteriormente com o Decreto n° 4.297, de 10 de julho 
de 2002, que nos apresenta: 
Art. 2° O ZEE, instrumento de organização do território a ser 
obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades 
públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção 
ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos 
hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o 
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da 
população. Art. 3° O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma 
vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a 
planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, 
utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital 
e dos serviços ambientais dos ecossistemas. Parágrafo único. O 
ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará em 
conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos 
ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de 
exploração do território e determinando, quando for o caso, inclusive a 
relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais 
(BRASIL, 2002, s/p) (grifos nosso). 
 
Para regulamentar o processo de elaboração e implementação dos ZEE, 
o Decreto n° 4.297, de 10 de julho de 2002, apresenta: 
 
Art. 4o O processo de elaboração e implementação do ZEE: 
I - buscará a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com 
vistas a compatibilizar o crescimento econômico e a proteção dos 
recursos naturais, em favor das presentes e futuras gerações, em 
decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e 
a seus componentes; II - contará com ampla participação democrática, 
compartilhando suas ações e responsabilidades entre os diferentes 
níveis da administração pública e da sociedade civil; e III - valorizará o 
conhecimento científico multidisciplinar (BRASIL, 2002, s/p). 
 
Os ZEE passaram a ser elaborados por equipes multidisciplinares para 
buscar relacionar aspectos do meio físico com as relações sociais. 
 
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No documento síntese do ZEE do estado do Acre, elaborado em 2006, 
são apresentados às discussões sobre a geomorfologia da região. 
 
O relevo é composto, predominantemente, por rochas sedimentares, 
que formam uma plataforma regular que desce suavemente em cotas 
da ordem de 300m nas fronteiras internacionais para pouco mais de 
110m nos limites com o Estado do Amazonas. No extremo ocidental 
situa-se o ponto culminante do Estado, onde a estrutura do relevo se 
modifica com a presença da Serra do Divisor, uma ramificação da 
Serra Peruana de Contamana, apresentando uma altitude máxima de 
734m (ACRE, 2006, p. 38). 
 
Apresentam também (ACRE, 2006) a importância de estudar o relevo da 
região para a elaboração de um zoneamento, pois, assim como em outros locais 
da Amazônia, não existem grandes variações na altimetria; neste sentido, 
realçam a necessidade de compreender as formas do relevo, desde o grau de 
dissecação das vertentes e vales, e também de aprofundar o conhecimento 
sobre a capacidade hidrológica da região. 
Ao elaborar um mapeamento detalhado da Geomorfologia do Acre, os 
pesquisadores também chegaram à conclusão de que, ao detalhar as 
particularidades de cada unidade encontrada, se maximiza o entendimento 
sobre os processos morfogenéticos. Nesse sentido, torna-se possível um 
diagnóstico do aspecto físico da região, levando em consideração as 
vulnerabilidades morfológicas, observando o conjunto de dados dos tipos de 
solo, vegetações e geologia, para, desta forma, delimitar quais atividades podem 
ser executadas em cada local, sem representar riscos aos recursos naturais 
(ACRE, 2006). 
Esse é apenas um exemplo de como o mapeamento geomorfológico é 
essencial para o ZEE. Pensando nisso, Gandra (2008, p. 49) também argumenta 
sobre o assunto dizendo que a “abordagem geomorfológica tem sido bastante 
utilizada nos últimos anos, uma vez que são descritas inúmeras ligações 
ecológicas entre geomorfologia e outros parâmetros”. Esse tipo de mapeamento 
se torna primordial na caracterização de áreas e na gestão ambiental. 
 
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Ab’Sáber (1989), pesquisador de grande renome, dedicado a estudar os 
relevos do Brasil, apresenta uma preocupação em relação aos métodos e 
efetivação na elaboração dos ZEE. 
 
Um esforço para realizar um zoneamento dito ecológico e econômico, 
de um espaço geográfico da ordem de grandeza de um grande domínio 
morfoclimático e fitogeográfico, é uma tarefa que implica em muitos 
pressupostos. A saber: demanda de uma reflexão orientada para o 
entendimento integrado do complexo natural da região, incluindo o 
conhecimento da natureza dos seus contrastes internos. Envolve uma 
metodologia ecodesenvolvimentista para as questões básicas de 
utilização dos espaços físicos e ecológicos, a par com uma 
metodologia pragmática e cuidadosa sobre a forma mais conveniente 
e dinamizadora para a utilização dos recursos eventuais do subsolo. 
Envolve a recuperação correta das experiências anteriores, incluindo 
uma análise das razões do seu fracasso ou do seu sucesso. Implica 
em um cruzamento dos conhecimentos sobre os fatos fisiográficos e 
ecológicos com os fatos da conjuntura econômica, demográfica e 
social da região (AB’SÁBER, 1989, p. 5). 
 
Prosseguindo com as críticas em relação ao ZEE, Lima (2012) acrescenta 
que o decreto federal que regulamenta o ZEE não apresenta condições de sanar 
dúvidas ou guiar nas dificuldades de execução do estudo e, nesse sentido, ainda 
se mantém com fragilidades, enquanto instrumento legal da Política Nacional do 
Meio Ambiente, ora possuindo ambiguidades, e também por não ser o 
mecanismo de fundamentação normativa da ação. 
Neste tópico pretendeu-se apresentar a relação entre os estudos de 
Geomorfologia e a elaboração dos ZEE, identificando a importância do 
entendimento dos processos que ocorrem na superfície da Terra e o papel da 
ciência enquanto ferramenta para minimizar impactos ambientais. Ressalta-se 
que existem muitos outros exemplos sobre essas relações, mas que não 
poderiam ser abordados nesse momento. 
 
Acesse o material on-line e assista ao vídeo que está disponível para 
você! 
 
 
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Leitura complementar 
 Quer saber mais? Então, continue seus estudos fazendo a leitura indicada 
a seguir: 
■ ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de 
Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. 
Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II: documento 
Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 354p. 
Disponível em: 
http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/CD194D39/ZEE-
Acre-faseII_Parte1-baixareol.pdf Acesso em: 04/2016. 
Mapeamento de bacias hidrográficas 
Neste tópico vamos discutir o contexto da caracterização e entendimento 
dos relevos e as transformações da paisagem, tendo como delimitação de áreas 
as bacias hidrográficas. 
 
A bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema físico onde a 
entrada é o volume de água precipitada e a saída é o volume de água 
escoado pelo exutório, considerando-se como perdas intermediárias 
os volumes evaporados e transpirados e também os infiltrados 
profundamente (TUCCI, 1993, p. 41). 
 
A dinâmica que existe dentro de uma bacia hidrográfica apresenta-se 
como uma dinâmica integrada entre os fatores naturais e humanos e, nesse 
sentido, o mapeamento dessas unidades se torna primordial para a gestão e 
planejamento de ações nos territórios. 
 
Uma visão sistêmica em bacia hidrográfica entre as fases de 
precipitação,escoamento superficial e infiltração, associada ao 
processo de ocupação do espaço e os diversos tipos de uso pela 
sociedade fornece um arsenal de condições a serem analisadas e 
interpretadas para a compreensão das paisagens oriundas destas 
relações (ARAÚJO JR, 2013, p. 155). 
 
Para Oliveira (2004), existe uma tendência de estudos que envolvam a 
dinâmica das bacias hidrográficas com a questão ambiental, pela possibilidade 
de trabalhar os conceitos da dinâmica natural, de vertentes ou rios, com as 
 
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relações antrópicas e, nesse sentido, aliando os fatores físicos da natureza com 
a questão socioeconômica, transformadora das paisagens. 
Pensando nas possibilidades de trabalhos que relacionem relevo e bacias 
hidrográficas, Teodoro et. al. (2007, p. 137) argumentam que “a caracterização 
morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns 
procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais” e pode 
objetivar variadas questões sobre a dinâmica local ou regional de determinadas 
localidades. 
Ainda sobre a importância dos estudos geomorfológicos em análises de 
bacias hidrográficas, Bezerra (2011) salienta que ao analisar o modelado 
topográfico com a interação dos elementos que compõem uma bacia 
proporciona condições de estudos da “compartimentação do relevo, que é 
fundamental na obtenção de dados quantitativos e qualitativos sobre a tipologia 
das formas e a atuação dos fatores, agentes e processos morfogenéticos na 
superfície terrestre” (BEZERRA, 2011, p. 27-28). 
Um ramo da Geomorfologia que estuda os cursos d’água, associado aos 
mapeamentos de bacias hidrográficas, é a Geomorfologia Fluvial. Ao estudar os 
cursos d’água está preocupada em entender como ocorrem os processos fluviais 
e a intensidade que ocorrem os escoamentos superficiais das águas e, ao 
trabalhar com a delimitação das bacias hidrográficas vislumbram as principais 
características dos regimes hidrológicos regionais (OLIVEIRA, 2004). “Segundo 
a autora, estes se interligam com a estrutura geológica, as formas do relevo, 
características hidrológicas, uso e ocupação do solo, entre outras” (CUNHA, 
1998, citado por OLIVEIRA, 2004, p. 20). 
Lima e Zakia (2000, citados por TEODORO et. al., 2007) alegam que 
discutir conceitos de geomorfologia com a relação das bacias hidrográficas deve 
ocorrer por meio de abordagem sistêmica. 
 
Para esses autores as bacias hidrográficas são sistemas abertos, que 
recebem energia através de agentes climáticos e perdem energia 
através do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis 
interdependentes, que oscilam em torno de um padrão, e, desta forma, 
mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em 
 
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equilíbrio dinâmico. Assim, qualquer modificação no recebimento ou na 
liberação de energia, ou modificação na forma do sistema, acarretará 
em uma mudança compensatória que tende a minimizar o efeito da 
modificação e restaurar o estado de equilíbrio dinâmico (TEODORO et. 
al., 2007, p. 138). 
 
A visão sistêmica apresentada indica que os processos dentro da bacia 
hidrográfica ocorrem na busca pelo equilíbrio da energia do local; nesse 
contexto, os autores não identificaram danos, mas, sim, um olhar geral e 
sistêmico sobre os fatos. Para entender como esses processos podem alterar 
dinâmicas, Guerra (2003) apresenta alguns exemplos. 
Para Guerra (2003), ao analisar processos geomorfológicos que ocorrem 
em bacias hidrográficas, geralmente é feita a análise apenas dos leitos dos rios, 
pois são os locais que recebem os sedimentos transportados das áreas a 
montante. Nesse sentido, o autor ressalta que os danos ocasionados em uma 
bacia hidrográfica terão consequências, podendo ser diretas ou indiretas, e 
percebidas nos canais fluviais (regiões de baixas altitudes), pois ressalta que a 
erosão e os movimentos de massa, por exemplo, quando ocorrem em conjunto 
com escoamento superficial, podem levar os sedimentos diretamente para os 
rios. 
Mediante essas discussões, pretendeu-se demonstrar como ocorrem os 
processos fluviais relacionados à geomorfologia das bacias hidrográficas, 
relacionando os conceitos e como os autores têm trabalhado essa dinâmica. 
Para complementar essas discussões, sugere-se a leitura do texto: 
■ DE NARDIN, D.; ROBAINA, L. E. S. Mapeamento 
geomorfológico da bacia hidrográfica do Arroio Miracatu, 
oeste do estado do Rio Grande do Sul. VI Simpósio Nacional de 
Geomorfologia – Goiânia, 2006. Disponível em: 
http://coral.ufsm.br/lageolam/arquivos/De_Nardin.pdf Acesso em: 
04/2016. 
 
 
 
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Para mais informações, assista ao vídeo que está disponível no material 
on-line! 
Leitura complementar 
 Continue se aprofundando, faça a leitura indicada a seguir! 
■ VERVLOET, R.J.H.M. Condicionantes morfológicos e 
estruturais na dinâmica fluvial da bacia hidrográfica do Rio 
Benevente. Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da 
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da 
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009. Disponível em: 
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-22022010-
165241/ Acesso em: 04/2016. 
Geomorfologia aplicada ao diagnóstico de áreas degradadas 
Para Ross (2012), a Geomorfologia, ao tratar a questão da paisagem 
física e sua relação com as ações antrópicas, apresenta-se como uma ciência 
muito especial. Segundo ele, a Geomorfologia faz parte “da superfície externa 
da crosta terrestre, sofre influência motora tanto do substrato rochoso, 
sustentáculo da crosta, como dos demais componentes do estrato geográfico 
(...)” (ROSS, 2012, p. 17); ainda reforça que o relevo também influencia os outros 
componentes da superfície terrestre. 
 
Os processos geomorfológicos envolvem os agentes físicos e químicos 
que modificam as formas do relevo terrestre. Um fator geomórfico pode 
ser definido como qualquer meio natural capaz de transformar ou 
transportar um determinado elemento da superfície. A água corrente, 
a ação do gelo, vento, ondas e marés são considerados grandes 
agentes geomorfológicos (BEZERRA, 2001, p. 27). 
 
É necessário ter em mente que a Geomorfologia vai além dos estudos dos 
agentes formadores do meio físico, pois tem sua importante relevância em 
estudar aspectos das ações antrópicas para solucionar problemas, tais como a 
degradação ambiental, promovida pelo desgaste dos recursos naturais. 
(ARAÚJO JR, 2013). 
 
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Quando pensamos em áreas degradadas e sua relação com as formas do 
relevo, devemos ter em mente que, muitas vezes, os processos que 
desencadeiam agressões à paisagem são resultados das ações antrópicas. 
Pensando nas relações entre o relevo e a problemática das áreas 
degradadas, Marques (2005, citado por GUERRA e MARÇAL, 2006, p. 72) 
afirma que os relevos: 
 
Constituem os pisos sobre os quais se fixam as populações humanas 
e são desenvolvidas suas atividades, derivando daí valores 
econômicos e sociais que lhes são atribuídos. Em função de suas 
características e dos processos que sobre elas atuam, oferecem, para 
as populações, tipos e níveis de benefícios ou riscos do mais variados. 
Suas maiores ou menores estabilidades decorrem, ainda, de suas 
tendências evolutivas e das interferências que podem sofrer dos 
demais componentes ambientais ou da ação do homem. 
 
Para entender como a Geomorfologia pode auxiliar em fatos relacionados 
a impactos ambientais, Guerra e Marçal (2006) apresentam alguns temas para 
exemplificar as interações entre geomorfologiae diagnóstico de áreas 
degradadas: 
1. Estudo dos movimentos de massa; 
2. Estudo de erosão dos solos; 
3. Aplicada às linhas de transmissão de energia elétrica; 
4. Aplicada à recuperação de áreas degradadas. 
Sobre os estudos dos movimentos de massa, Guerra e Marçal (2006) 
salientam o papel da Geomorfologia no entendimento dos processos que 
ocorrem, sobretudo, nas encostas, ocasionando impactos ambientais e 
humanos, mediante o uso e ocupação de locais de fragilidade. Nesse sentido, 
ainda argumentam sobre a necessidade de uma ponte entre a Geomorfologia e 
as Engenharias, com ênfase na construção civil, para que ocorra maior controle 
das ocupações em locais irregulares. 
Fernandes e Amaral (2013) salientam que mesmo com os avanços na 
ciência e nos estudos sobre o relevo, principalmente sobre os movimentos de 
massa associados ao uso do espaço pelo homem, ainda há muito que se 
caminhar para a real efetivação de ações políticas de controle do uso de áreas 
 
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íngremes. Os autores salientam que as técnicas para diagnosticar áreas 
vulneráveis são amplamente utilizadas no país, porém, ainda não existe o real 
controle, devido à rápida expansão urbana. 
Prosseguindo, pensando nos estudos de erosão dos solos, Guerra e 
Marçal (2006) discutem que é praticamente impossível estudar os processos 
erosivos sem aporte da ciência Geomorfologia e, nesse sentido, apresentam a 
importância de entender os processos impactantes nos solos e sua relação com 
as ações antrópicas. Os autores (2006) salientam que existem vários fatores ao 
pensar nos processos erosivos; por exemplo, os fatores naturais, como o clima, 
interferem diretamente nos processos, mediante o regime de chuvas e a força 
que a água exerce sobre os solos, enquanto que as ações antrópicas de 
desmatamento, por outro lado, aceleram esses processos por retirar a proteção 
natural dos solos. 
A Geomorfologia aplicada às linhas de transmissão de energia elétrica 
é destacada devido aos processos erosivos que as torres de distribuição de 
energia podem ocasionar. Vale ressaltar que as torres estão por toda a superfície 
do país para distribuir a energia, geralmente, produzida pelas usinas hidrelétricas 
e, neste sentido, impactam diferentes ambientes (GUERRA e MARÇAL, 2006). 
Por último, a Geomorfologia aplicada à recuperação de áreas 
degradadas se relaciona com a capacidade da ciência em, além de apresentar 
os diagnósticos ambientais, dar suporte para criar ações de recuperação de 
áreas degradadas (GUERRA e MARÇAL, 2006). Quanto maior o conhecimento 
sobre a superfície terrestre, melhor serão as ações em cada local. 
Pensando nas ações de recuperação de áreas degradadas, Costa et. al. 
(2005, citado por BEZERRA, 2011) apresentam os conceitos de recuperação, 
reabilitação e restauração desses ambientes como sendo: 
 
Recuperação – significa dizer que “o sítio degradado será retornado a 
uma forma de utilização de acordo com o plano preestabelecido para 
o uso do solo. Implica que uma condição estável será obtida em 
conformidade com os valores ambientais, estéticos e sociais da 
circunvizinhança. Significa, também, que o sítio degradado terá 
condições mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, 
 
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desenvolvendo um novo solo e uma nova paisagem”; Reabilitação – 
“retorno da área a um estado biológico apropriado. Esse retorno pode 
significar o uso produtivo da área a longo prazo, com a implantação de 
uma atividade que renderá lucro; ou atividades menos tangíveis em 
termos monetários, visando a recreação ou a valorização estético-
ecológica”; Restauração – “é o termo mais impróprio a ser utilizado 
para os processos que normalmente são executados, pois esse 
conceito refere-se à obrigatoriedade ao retorno do estado original da 
área, antes da degradação. Por retorno ao estado original entende-se 
que todos os aspectos relacionados com topografia, vegetação, fauna, 
solo, hidrologia, etc. apresentem as mesmas características de antes 
da degradação. Ou seja, trata-se de um objetivo praticamente 
inatingível (COSTA et al., 2005, citado por BEZERRA, 2011, p. 33) 
(grifos do autor). 
 
Mediante essas discussões, apresentamos o contexto da ciência 
Geomorfologia na aplicação de técnicas para combater tipos de degradações 
ambientais. Além disso, Bezerra (2011) salienta a necessidade da Educação 
Ambiental, pois, como discutido, as ações antrópicas são responsáveis por 
muitos danos ambientais e, nesse sentido, a participação da comunidade nos 
processos de controle de degradações são imprescindíveis para que o acesso 
às informações seja disseminado e os danos minimizados. 
 
Agora as explicações são por conta do professor Thiago. Acesse o 
material on-line e assista ao vídeo que está disponível para você! 
Leitura complementar 
■ BEZERRA, J. F. R. Geomorfologia e reabilitação de áreas 
degradadas por erosão com técnicas de bioengenharia de 
solos na bacia do rio Bacanga, São Luís – MA. Rio de Janeiro: 
2011. Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós-
Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: 
http://www.lagesolos.ufrj.br/downloads/Fernangeo@yahoo.pdf 
Acesso em: 04/2016. 
 
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Trocando ideias 
Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e, no fórum desta disciplina, 
apresente para seus colegas de turma o resultado de sua pesquisa prática sobre 
os ZEE que se relacionam com os temas discutidos nessa aula. Veja a atividade 
prática que está a seguir. 
Na prática 
Pesquise um ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico) do Estado em que 
você mora e responda as seguintes perguntas: 
■ Quais os aspectos gerais da caracterização geomorfológica de sua 
região? 
■ Que atividades foram destacadas como impactantes no meio 
ambiente local? 
■ Descreva a importância desse diagnóstico para a gestão ambiental 
local. 
(Caso não encontre para seu estado, procure o mais próximo.) 
Protocolo de resolução da situação proposta 
Trate-se de uma pesquisa pessoal, porém o ZEE é divulgado no site do 
Ministério do Meio Ambiente e também pode ser encontrado com o uso de 
ferramentas de busca on-line. 
Em todo ZEE estão presentes os tópicos “Geomorfologia” da área e 
aspectos sociais de uso e ocupação do solo, que deverão ser utilizados para 
responder as duas primeiras questões. 
A terceira questão deverá conter um apanhado geral sobre os temas 
dessa aula com as discussões presentes no ZEE selecionado. 
Síntese 
O que aprendemos nesta aula: 
Estudamos a importância do planejamento ambiental para minimizar os 
impactos das ações antrópicas que alteram significantemente as paisagens. 
 
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Nesse sentido, vimos como a tecnologia proporcionou o avanço do uso 
de técnicas de mapeamentos para representar os cenários e como a legislação 
brasileira criou mecanismos para cobrar a devida efetivação de ações para a 
gestão ambiental, como no caso da criação da ZEE. Discutimos que ainda não 
existe a real efetivação da implantação das ações previstas no ZEE e, nesse 
sentido, foi reforçado o papel da ciência para melhor qualificação desses 
processos. 
Outra forma de zoneamento que foi estudada foi o uso de mapeamentos 
em bacias hidrográficas, também bastante utilizados como unidades de gestão 
ambiental. 
Por fim, identificamos a importância dos estudos de Geomorfologia nos 
diagnósticos e auxílio na prevenção e conservação do meio ambiente, na gestão 
de áreas degradadas e no desenvolvimento sustentável.Para as considerações finais do professor Thiago, não deixe de assistir 
ao vídeo que está disponível no material on-line! 
Referências 
AB'SABER, A. Zoneamento ecológico e econômico da Amazônia: questões de 
escala e método. Revista de Estudos Avançados. 1989, vol.3, n.5, pp. 4-20. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141989000100002 Acesso em: 04/2016. 
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Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre 
Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 354p. 
Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/CD194D39/ZEE-
Acre-faseII_Parte1-baixareol.pdf Acesso em: 04/2016. 
ARAÚJO JR., A.C.R. Geomorfologia urbana como subsídio para o planejamento 
ambiental na bacia hidrográfica da estrada nova, Belém-PA. Revista Geografar 
- Curitiba, v.8, n.2, p. 133-159, dez./2013. 
 
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planejamento ambiental: um estudo do município de Fartura/SP. VI Simpósio 
Nacional de Geomorfologia – Goiânia, 2006. Disponível em: 
http://www.labogef.iesa.ufg.br/links/sinageo/articles/326.pdf Acesso em: 
04/2016. 
BEZERRA, J. F. R. Geomorfologia e reabilitação de áreas degradadas por 
erosão com técnicas de bioengenharia de solos na bacia do rio Bacanga, 
São Luís – MA. Rio de Janeiro: 2011. Tese (Doutorado em Geografia) - 
Programa de Pós- Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. 
BRASIL. Política Nacional do Meio Ambiente. Lei n°. 6.938, de 31 de agosto 
de 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm 
Acesso em: 04/2016. 
BRASIL. Decreto n° 4.297, de 10 de julho de 2002. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4297.htm Acesso em: 
04/2016. 
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uma atualização de bases e conceitos. 12ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 
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http://anais.geoplan.net.br/trabalhos_formatados/GEOMORFOLOGIA%20NO%
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04/2016. 
 
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FERNANDES, N.F.; AMARAL, C.P. Movimentos de massa: uma abordagem 
geológico-geomorfológica. In: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. Geomorfologia: 
uma atualização de bases e conceitos. 12ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 
2013, p. 123-185. 
GANDRA, T.B.R. Elementos geomorfológicos e socioambientais como 
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Acesso em: 04/2016. 
ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 9. ed. – São Paulo: 
Contexto, 2012. 
 
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TEODORO, V. L. I.; TEIXEIRA, D.; COSTA, D. J. L.; FULLER, B. B. O conceito 
de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o 
entendimento da dinâmica ambiental local. Revista Uniara, v.20, p.137-157, 
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http://www.uniara.com.br/legado/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_11.pdf 
Acesso em: 04/2016. 
TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e aplicação. In: TUCCI, C.E.M. (org). 
Hidrologia: Ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. Da Universidade: ABRH: 
EDUSP, 1993. p. 25-33.

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