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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Práticas Profissionais em Geografia: Estudo da Paisagem e do Relevo Planejamento Socioambiental Aula 6 Prof. Thiago Kich Fogaça CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Nesta aula, vamos estudar como se relacionam os estudos das formas do relevo e as transformações das paisagens com o planejamento ambiental. Para tanto, abordaremos alguns tipos de mapeamentos e delimitações de áreas que são comumente utilizados por pesquisadores que trabalham com Geomorfologia e planejamento ambiental. Dentro desse contexto, estarão presentes as discussões sobre os mapeamentos geomorfológicos, a criação dos Zoneamentos Ecológicos Econômicos, a delimitação das bacias hidrográficas e sua importância no entendimento dos processos fluviais e a aplicação desses estudos para os diagnósticos e prevenção de degradações ambientais. Boa aula! Para iniciar seus estudos, assista ao vídeo de introdução que o professor Thiago preparou para você! Acesse o material on-line! Contextualizando O planejamento ambiental ocorre em vários ramos da sociedade, tendo como prioridade a manutenção dos recursos naturais e, sendo assim, a própria subsistência humana. Os pesquisadores que se dedicam a estudar as formas do relevo e as transformações da paisagem dos últimos anos têm se dedicado a mapear e diagnosticar processos que desencadeiam problemas estruturais e afetam populações pelo mundo. É fato que as tecnologias têm proporcionado a evolução no mapeamento desses processos e são amplamente utilizadas para a gestão ambiental, porém, ainda apresentam falhas em detrimento de outras questões, como as políticas e econômicas, que determinam os cenários de fragilidade ambiental nas cidades, por exemplo. Nesse sentido, apresentaremos como ocorrem os mapeamentos e os resultados de importantes pesquisas sobre esses processos para ilustrar a relação entre o papel da ciência e sua efetivação nas sociedades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 É necessário, também, pensarmos enquanto educadores como nossos alunos enxergam as alterações das paisagens e reforçar a relação entre ações antrópicas e impactos ambientais para criar um ambiente de conscientização e, assim, reforçar o papel do planejamento ambiental em nossas sociedades. Para os comentários do professor Thiago sobre os assuntos desta aula, assista ao vídeo que está disponível no material on-line! Pesquise Você sabia que existem formas diferenciadas de delimitar áreas para estudos de gestão ambiental? Pensando nisso, pesquise sobre os Zoneamentos Ecológicos Econômicos e aprenda como estão previstas as etapas de sua elaboração. Um site que dispõe de muitas dessas informações é o do Ministério do Meio Ambiente. http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/zoneamento-territorial Planejamento ambiental e Geomorfologia A utilização da ciência Geomorfologia no planejamento ambiental pode ser aplicada em vários ramos das sociedades; alguns exemplos são os planejamentos de uso de solos rurais e solos urbanos e as obras de engenharia civil (CHRISTOFOLETTI, 2013). Sobre o uso dos solos rurais, é imprescindível ter em mente que as atividades agrícolas e pastoris são responsáveis pela transformação das paisagens em grandes extensões de terra e, nesse sentido, o entendimento sobre a topografia e os processos que ocorrem para o ajustamento da paisagem para essas atividades são variáveis de extrema importância. Segundo Christofoletti (2013), o entendimento sobre os processos geomorfológicos é de fundamental importância para entender as transformações nos solos rurais, principalmente em relação aos processos espaciais que ocasionam mudanças ao longo das vertentes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Para o controle da erosão dos solos e do escoamento superficial, nas vertentes, torna-se oportuno fazer uma alocação das culturas desde o topo até o sopé, assim como realizar obras costumeiramente indicadas pelos especialistas para o manejo do solo. O mapeamento dos locais e áreas de riscos morfogenéticos representa instrumento para avaliar o uso agrícola e a aplicação de técnicas de contenção dos movimentos de massa (CHRISTOFOLETTI, 2013, p. 420-421). Outra maneira de identificar aspectos da erosão de solos rurais, mas também de urbanos, consiste no mapeamento de fragilidades ambientais, que geralmente são expressas em escalas que variam de muito baixa ou nula, baixa, média, forte e muito forte. Além de se apresentar como metodologia para entender processos naturais, pode ser utilizada para identificar aspectos das ações antrópicas que impactam os solos, como no caso das voçorocas (urbanas e rurais), que emergem como problemas ambientais e carecem de planejamento visando sua minimização (BEZERRA, 2011). Já o espaço urbano e a ocupação de áreas com diferentes gradientes topográficos são alvo de várias pesquisas sobre o adensamento populacional. É fato que as aglomerações urbanas são impactantes ao meio ambiente e, na maioria das vezes, criam áreas vulneráveis e colocam populações em risco. Além disso, Christofoletti (2013) afirma que outro fato está nos azares naturais, como terremotos, chuvas intensas, entre outros, que intensificam as variáveis a serem analisadas sobre a ocupação dos espaços urbanos. Um exemplo apresentado pelo autor: A ampliação das áreas urbanizadas, devido à construção de áreas impermeabilizadas, repercute na capacidade de infiltração das águas do solo, favorecendo o escoamento superficial, a concentração das enxurradas e a ocorrência de ondas de cheias. A urbanização afeta o funcionamento do ciclo hidrológico, pois interfere no rearranjo dos armazenamentos e na trajetória das águas (CHRISTOFOLETTI, 2013, p. 424). Em relação às obras de engenharia, o conhecimento geomorfológico é essencial para entender as particularidades dos locais que serão utilizados na construção de grandes obras, por exemplo. Um exemplo de obras que alteram as paisagens e são originadas da necessidade de alterações no relevo são as obras de canalização de rios. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 As obras em canais fluviais correspondem principalmente a programas de canalização dos rios. O termo canalização é usado para abranger todos os procedimentos de engenharia dos canais fluviais, com a finalidade de controlar as cheias, melhorar a drenagem, manter as condições de navegabilidade e reduzir a erosão das margens (KELLER, 1976; BROOKES, 1985; citados por CHRISTOFOLETTI, 2013, p. 425). Mediante essas discussões, é possível observar as relações entre o planejamento ambiental e a Geomorfologia e, pensando na escala municipal, Bergamo e Almeida (2006) salientam que a Geomorfologia se apresenta de extrema importância para a preservação, conservação e recuperação de áreas degradadas, por exemplo, porém, sua real efetividade está atrelada ao contexto dos outros elementos, a hidrografia e pedologia que compõem partes do entendimento dessas paisagens. Nos estudos ambientais os dados geomorfológicos são essenciais para análises integrados do meio. Estes permitem que se conheçam as unidades geomorfológicas, ou seja, que se tenha a descrição dos tipos e formas de relevo, padrões de drenagem, altimetria, declividade, processos de erosão e acumulação e/ou fragilidades e potencialidades de determinada área (BERGAMO e ALMEIRA, 2013, p. 4). Com base nessas discussões, apresentamos alguns exemplos de aplicaçãodos conhecimentos sobre os relevos e mecanismos pensados para a gestão ambiental, demonstrando a finalidade do entendimento sobre os aspectos físicos da paisagem e sua relação com as ações antrópicas. No material on-line, você encontrará um vídeo com a palavra do professor sobre o planejamento ambiental e a Geomorfologia. Não deixe de assistir! Leitura complementar Para saber mais, faça as leituras indicadas a seguir: ■ MELLATI, C.; ARCHELA, R.S. Contribuição da geomorfologia ambiental para o planejamento e manejo de trilhas em unidades de conservação. Revista Geográfica de América Central Número CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Especial EGAL, 2011- Costa Rica II Semestre 2011 pp. 1-14. Disponível em: http://www.revistas.una.ac.cr/index.php/geografica/article/download /2745/2625 Acesso em: 04/2016. ■ MORA FILHO, P. S.; RUAS, L. M. da S. As contribuições da geomorfologia ambiental no campo do turismo rural: a descrição paisagística como recurso metodológico para o planejamento turístico. Revista Multidisciplinar da UNIESP. Saber Acadêmico - n º 05, p. 40 – 49. jun. 2008. Disponível em: http://docplayer.com.br/11580521-Palavras-chave-geomorfologia- ambiental-turismo-rural-descricoes-paisagisticas.html Acesso em: 04/2016. Mapeamentos geomorfológicos Os mapeamentos geomorfológicos são recentes, foi a partir dos anos 60 do século XX que muitos pesquisadores de diversos países começaram a apresentar propostas de representação cartográfica do modelado terrestre (GUERRA e MARÇAL, 2006). Os mapas geomorfológicos, ao contrário dos demais mapas temáticos, apresentam um grau de complexidade maior. Essa complexidade decorre da dificuldade de se apreender e representar uma realidade relativamente abstrata – as formas do relevo –, sua dinâmica e gênese (ROSS, 2012, p. 53). É necessário ter em mente que existem normas para a elaboração de cartas geomorfológicas. Por exemplo, ao ser elaborada uma carta de escala de detalhe, conforme as recomendações da Sub-Comissão das Cartas Geomorfológicas da UGI (União Geográfica Internacional), esta deverá conter dados morfométricos, morfográficos, morfogenéticos e cronológicos (BEZERRA, 2011). A metodologia do mapeamento geomorfológico tem como base a ordenação dos fenômenos mapeados, segundo uma taxonomia que deve estar aferida a uma determinada escala cartográfica. Exemplificando: os agrupamentos constituídos de tipos de modelados permitem a identificação de unidades geomorfológicas, assim como os agrupamentos dessas unidades constituem as regiões CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 geomorfológicas, surgem os grandes domínios morfoestruturais. Os mapeamentos temáticos identificados dos grandes domínios morfoestruturais e das regiões geomorfológicas são condizentes a escalas iguais ou menores de 1:100.000 como, por exemplo, a de 1:250.000; porém, os mapeamentos condizentes com as unidades geomorfológicas devem estar aferidos a escalas de até 1:50.000 (ARGENTO, 2001 citado por BEZERRA, 2011, p. 28). Pensando nesses fatores, Ross (2012) chama a atenção para os mapeamentos geomorfológicos apresentando uma série de etapas necessárias para sua elaboração. A primeira variável de importância são os elementos de descrição do relevo, seguidos da natureza geomorfológica dos elementos do terreno e das datações das formas representadas. Veja a seguir quais são os dados que Ross (2012) alega serem necessários para compor cartas geomorfológicas detalhadas. 1. Dados morfométricos: obtidos a partir da carta topográfica. 2. Informações morfográficas: que devem ser registradas através de simbologia que indique não só o fenômeno, mas a sua origem, por exemplo, escarpa de falha ao invés de simplesmente escarpa. 3. Dados morfogenéticos: as formas registradas nos mapas atrás de simbologia devem indicar sua gênese, como terraço fluvial, planície fluviolacustre etc. o símbolo deve dar ao mesmo tempo a informação descritiva e genética. Isto torna as informações morográficas estreitamente ligadas às morfogenéticas. 4. Cronologia: a idade das formas também deve ser estabelecida, distinguindo-se as formas funcionais das formas herdadas (paleoformas). As paleoformas indicam os processos pretéritos, enquanto que as formas atuais permitem definir o sistema morfogenético operante na região. Pensando no processo de elaboração de mapeamentos de diagnóstico do uso do relevo, podemos citar também o uso de imagens de satélite e fotografias aéreas para representação do uso do solo. Sobre isso, Bezerra (2011) argumenta que, em sua pesquisa, utilizou fotografias aéreas para representar a cobertura vegetal da superfície de determinada área; nesse sentido, ao CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 identificar falta de cobertura vegetal, é possível fazer o mapeamento de áreas que possam apresentar problemas como a erosão. Desta forma, uma imagem de sensoriamento remoto representa primeiramente, as características da vegetação que cobre a porção imageada da superfície da Terra. Com base nisto, foram desenvolvidos muitos estudos sobre a utilização destas imagens para a identificação e caracterização dos diferentes tipos de cobertura vegetal encontrados na superfície do planeta. Um dos principais tipos de imagem obtidos por técnicas de processamento digital de imagens de sensoriamento remoto são os índices de vegetação (BEZERRA, 2011, p. 39-40). Existe, atualmente, uma série de tecnologias sendo utilizadas para representar a superfície da Terra e que são primordiais nos estudos geomorfológicos, por auxiliar tanto no diagnóstico, quanto nas ações sobre o meio ambiente. Saiba mais sobre mapeamentos geomorfológicos com as explicações do professor Thiago no vídeo que está disponível no material on-line! Leitura complementar Complemente seus estudos com a leitura indicada a seguir. ■ AUGUSTIN, C. H. R. R.; FONSECA, B. M.; ROCHA, L. C. Mapeamento geomorfológico da Serra do Espinhaço Meridional: primeira aproximação. Geonomos, 19(2), 50-69, 2011. Disponível em: http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/20112/Augustin-et- al.pdf Acesso em: 04/2016. Zoneamento Ecológico-Econômico Neste tópico iremos discutir sobre o ZEE (Zoneamento Ecológico- Econômico) e quais contribuições da Geomorfologia podem ser aplicadas na elaboração deste. Inicialmente, devemos esclarecer que o zoneamento é uma atividade que busca delimitar territórios e áreas para a gestão ambiental, visando identificar o uso dos solos e atividades compatíveis com cada localidade. “O Zoneamento Ecológico-Econômico é um Programa do Plano Plurianual – PPA, de caráter multisetorial e descentralizado, gerenciado pelo Ministério do Meio CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Ambiente e com executores federais, estaduais e municipais” (GANDRA, 2008, p. 19). Inicialmente, devemos apresentar que o ZEE está preconizado por lei. Na Lei n°. 6.938, de 31 de agosto de 1981, estão previstas uma série de normas e leis que compõem a Política Nacional do Meio Ambiente, e no 2° artigo está presente a preocupação com o zoneamento de atividades poluidoras. No 9° Art. aparece o regulamento sobre o zoneamento ambiental (BRASIL, 1981). Estezoneamento foi escrito posteriormente com o Decreto n° 4.297, de 10 de julho de 2002, que nos apresenta: Art. 2° O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Art. 3° O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. Parágrafo único. O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de exploração do território e determinando, quando for o caso, inclusive a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais (BRASIL, 2002, s/p) (grifos nosso). Para regulamentar o processo de elaboração e implementação dos ZEE, o Decreto n° 4.297, de 10 de julho de 2002, apresenta: Art. 4o O processo de elaboração e implementação do ZEE: I - buscará a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a compatibilizar o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais, em favor das presentes e futuras gerações, em decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus componentes; II - contará com ampla participação democrática, compartilhando suas ações e responsabilidades entre os diferentes níveis da administração pública e da sociedade civil; e III - valorizará o conhecimento científico multidisciplinar (BRASIL, 2002, s/p). Os ZEE passaram a ser elaborados por equipes multidisciplinares para buscar relacionar aspectos do meio físico com as relações sociais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 No documento síntese do ZEE do estado do Acre, elaborado em 2006, são apresentados às discussões sobre a geomorfologia da região. O relevo é composto, predominantemente, por rochas sedimentares, que formam uma plataforma regular que desce suavemente em cotas da ordem de 300m nas fronteiras internacionais para pouco mais de 110m nos limites com o Estado do Amazonas. No extremo ocidental situa-se o ponto culminante do Estado, onde a estrutura do relevo se modifica com a presença da Serra do Divisor, uma ramificação da Serra Peruana de Contamana, apresentando uma altitude máxima de 734m (ACRE, 2006, p. 38). Apresentam também (ACRE, 2006) a importância de estudar o relevo da região para a elaboração de um zoneamento, pois, assim como em outros locais da Amazônia, não existem grandes variações na altimetria; neste sentido, realçam a necessidade de compreender as formas do relevo, desde o grau de dissecação das vertentes e vales, e também de aprofundar o conhecimento sobre a capacidade hidrológica da região. Ao elaborar um mapeamento detalhado da Geomorfologia do Acre, os pesquisadores também chegaram à conclusão de que, ao detalhar as particularidades de cada unidade encontrada, se maximiza o entendimento sobre os processos morfogenéticos. Nesse sentido, torna-se possível um diagnóstico do aspecto físico da região, levando em consideração as vulnerabilidades morfológicas, observando o conjunto de dados dos tipos de solo, vegetações e geologia, para, desta forma, delimitar quais atividades podem ser executadas em cada local, sem representar riscos aos recursos naturais (ACRE, 2006). Esse é apenas um exemplo de como o mapeamento geomorfológico é essencial para o ZEE. Pensando nisso, Gandra (2008, p. 49) também argumenta sobre o assunto dizendo que a “abordagem geomorfológica tem sido bastante utilizada nos últimos anos, uma vez que são descritas inúmeras ligações ecológicas entre geomorfologia e outros parâmetros”. Esse tipo de mapeamento se torna primordial na caracterização de áreas e na gestão ambiental. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Ab’Sáber (1989), pesquisador de grande renome, dedicado a estudar os relevos do Brasil, apresenta uma preocupação em relação aos métodos e efetivação na elaboração dos ZEE. Um esforço para realizar um zoneamento dito ecológico e econômico, de um espaço geográfico da ordem de grandeza de um grande domínio morfoclimático e fitogeográfico, é uma tarefa que implica em muitos pressupostos. A saber: demanda de uma reflexão orientada para o entendimento integrado do complexo natural da região, incluindo o conhecimento da natureza dos seus contrastes internos. Envolve uma metodologia ecodesenvolvimentista para as questões básicas de utilização dos espaços físicos e ecológicos, a par com uma metodologia pragmática e cuidadosa sobre a forma mais conveniente e dinamizadora para a utilização dos recursos eventuais do subsolo. Envolve a recuperação correta das experiências anteriores, incluindo uma análise das razões do seu fracasso ou do seu sucesso. Implica em um cruzamento dos conhecimentos sobre os fatos fisiográficos e ecológicos com os fatos da conjuntura econômica, demográfica e social da região (AB’SÁBER, 1989, p. 5). Prosseguindo com as críticas em relação ao ZEE, Lima (2012) acrescenta que o decreto federal que regulamenta o ZEE não apresenta condições de sanar dúvidas ou guiar nas dificuldades de execução do estudo e, nesse sentido, ainda se mantém com fragilidades, enquanto instrumento legal da Política Nacional do Meio Ambiente, ora possuindo ambiguidades, e também por não ser o mecanismo de fundamentação normativa da ação. Neste tópico pretendeu-se apresentar a relação entre os estudos de Geomorfologia e a elaboração dos ZEE, identificando a importância do entendimento dos processos que ocorrem na superfície da Terra e o papel da ciência enquanto ferramenta para minimizar impactos ambientais. Ressalta-se que existem muitos outros exemplos sobre essas relações, mas que não poderiam ser abordados nesse momento. Acesse o material on-line e assista ao vídeo que está disponível para você! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Leitura complementar Quer saber mais? Então, continue seus estudos fazendo a leitura indicada a seguir: ■ ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 354p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/CD194D39/ZEE- Acre-faseII_Parte1-baixareol.pdf Acesso em: 04/2016. Mapeamento de bacias hidrográficas Neste tópico vamos discutir o contexto da caracterização e entendimento dos relevos e as transformações da paisagem, tendo como delimitação de áreas as bacias hidrográficas. A bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema físico onde a entrada é o volume de água precipitada e a saída é o volume de água escoado pelo exutório, considerando-se como perdas intermediárias os volumes evaporados e transpirados e também os infiltrados profundamente (TUCCI, 1993, p. 41). A dinâmica que existe dentro de uma bacia hidrográfica apresenta-se como uma dinâmica integrada entre os fatores naturais e humanos e, nesse sentido, o mapeamento dessas unidades se torna primordial para a gestão e planejamento de ações nos territórios. Uma visão sistêmica em bacia hidrográfica entre as fases de precipitação,escoamento superficial e infiltração, associada ao processo de ocupação do espaço e os diversos tipos de uso pela sociedade fornece um arsenal de condições a serem analisadas e interpretadas para a compreensão das paisagens oriundas destas relações (ARAÚJO JR, 2013, p. 155). Para Oliveira (2004), existe uma tendência de estudos que envolvam a dinâmica das bacias hidrográficas com a questão ambiental, pela possibilidade de trabalhar os conceitos da dinâmica natural, de vertentes ou rios, com as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 relações antrópicas e, nesse sentido, aliando os fatores físicos da natureza com a questão socioeconômica, transformadora das paisagens. Pensando nas possibilidades de trabalhos que relacionem relevo e bacias hidrográficas, Teodoro et. al. (2007, p. 137) argumentam que “a caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais” e pode objetivar variadas questões sobre a dinâmica local ou regional de determinadas localidades. Ainda sobre a importância dos estudos geomorfológicos em análises de bacias hidrográficas, Bezerra (2011) salienta que ao analisar o modelado topográfico com a interação dos elementos que compõem uma bacia proporciona condições de estudos da “compartimentação do relevo, que é fundamental na obtenção de dados quantitativos e qualitativos sobre a tipologia das formas e a atuação dos fatores, agentes e processos morfogenéticos na superfície terrestre” (BEZERRA, 2011, p. 27-28). Um ramo da Geomorfologia que estuda os cursos d’água, associado aos mapeamentos de bacias hidrográficas, é a Geomorfologia Fluvial. Ao estudar os cursos d’água está preocupada em entender como ocorrem os processos fluviais e a intensidade que ocorrem os escoamentos superficiais das águas e, ao trabalhar com a delimitação das bacias hidrográficas vislumbram as principais características dos regimes hidrológicos regionais (OLIVEIRA, 2004). “Segundo a autora, estes se interligam com a estrutura geológica, as formas do relevo, características hidrológicas, uso e ocupação do solo, entre outras” (CUNHA, 1998, citado por OLIVEIRA, 2004, p. 20). Lima e Zakia (2000, citados por TEODORO et. al., 2007) alegam que discutir conceitos de geomorfologia com a relação das bacias hidrográficas deve ocorrer por meio de abordagem sistêmica. Para esses autores as bacias hidrográficas são sistemas abertos, que recebem energia através de agentes climáticos e perdem energia através do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em torno de um padrão, e, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 equilíbrio dinâmico. Assim, qualquer modificação no recebimento ou na liberação de energia, ou modificação na forma do sistema, acarretará em uma mudança compensatória que tende a minimizar o efeito da modificação e restaurar o estado de equilíbrio dinâmico (TEODORO et. al., 2007, p. 138). A visão sistêmica apresentada indica que os processos dentro da bacia hidrográfica ocorrem na busca pelo equilíbrio da energia do local; nesse contexto, os autores não identificaram danos, mas, sim, um olhar geral e sistêmico sobre os fatos. Para entender como esses processos podem alterar dinâmicas, Guerra (2003) apresenta alguns exemplos. Para Guerra (2003), ao analisar processos geomorfológicos que ocorrem em bacias hidrográficas, geralmente é feita a análise apenas dos leitos dos rios, pois são os locais que recebem os sedimentos transportados das áreas a montante. Nesse sentido, o autor ressalta que os danos ocasionados em uma bacia hidrográfica terão consequências, podendo ser diretas ou indiretas, e percebidas nos canais fluviais (regiões de baixas altitudes), pois ressalta que a erosão e os movimentos de massa, por exemplo, quando ocorrem em conjunto com escoamento superficial, podem levar os sedimentos diretamente para os rios. Mediante essas discussões, pretendeu-se demonstrar como ocorrem os processos fluviais relacionados à geomorfologia das bacias hidrográficas, relacionando os conceitos e como os autores têm trabalhado essa dinâmica. Para complementar essas discussões, sugere-se a leitura do texto: ■ DE NARDIN, D.; ROBAINA, L. E. S. Mapeamento geomorfológico da bacia hidrográfica do Arroio Miracatu, oeste do estado do Rio Grande do Sul. VI Simpósio Nacional de Geomorfologia – Goiânia, 2006. Disponível em: http://coral.ufsm.br/lageolam/arquivos/De_Nardin.pdf Acesso em: 04/2016. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Para mais informações, assista ao vídeo que está disponível no material on-line! Leitura complementar Continue se aprofundando, faça a leitura indicada a seguir! ■ VERVLOET, R.J.H.M. Condicionantes morfológicos e estruturais na dinâmica fluvial da bacia hidrográfica do Rio Benevente. Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-22022010- 165241/ Acesso em: 04/2016. Geomorfologia aplicada ao diagnóstico de áreas degradadas Para Ross (2012), a Geomorfologia, ao tratar a questão da paisagem física e sua relação com as ações antrópicas, apresenta-se como uma ciência muito especial. Segundo ele, a Geomorfologia faz parte “da superfície externa da crosta terrestre, sofre influência motora tanto do substrato rochoso, sustentáculo da crosta, como dos demais componentes do estrato geográfico (...)” (ROSS, 2012, p. 17); ainda reforça que o relevo também influencia os outros componentes da superfície terrestre. Os processos geomorfológicos envolvem os agentes físicos e químicos que modificam as formas do relevo terrestre. Um fator geomórfico pode ser definido como qualquer meio natural capaz de transformar ou transportar um determinado elemento da superfície. A água corrente, a ação do gelo, vento, ondas e marés são considerados grandes agentes geomorfológicos (BEZERRA, 2001, p. 27). É necessário ter em mente que a Geomorfologia vai além dos estudos dos agentes formadores do meio físico, pois tem sua importante relevância em estudar aspectos das ações antrópicas para solucionar problemas, tais como a degradação ambiental, promovida pelo desgaste dos recursos naturais. (ARAÚJO JR, 2013). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Quando pensamos em áreas degradadas e sua relação com as formas do relevo, devemos ter em mente que, muitas vezes, os processos que desencadeiam agressões à paisagem são resultados das ações antrópicas. Pensando nas relações entre o relevo e a problemática das áreas degradadas, Marques (2005, citado por GUERRA e MARÇAL, 2006, p. 72) afirma que os relevos: Constituem os pisos sobre os quais se fixam as populações humanas e são desenvolvidas suas atividades, derivando daí valores econômicos e sociais que lhes são atribuídos. Em função de suas características e dos processos que sobre elas atuam, oferecem, para as populações, tipos e níveis de benefícios ou riscos do mais variados. Suas maiores ou menores estabilidades decorrem, ainda, de suas tendências evolutivas e das interferências que podem sofrer dos demais componentes ambientais ou da ação do homem. Para entender como a Geomorfologia pode auxiliar em fatos relacionados a impactos ambientais, Guerra e Marçal (2006) apresentam alguns temas para exemplificar as interações entre geomorfologiae diagnóstico de áreas degradadas: 1. Estudo dos movimentos de massa; 2. Estudo de erosão dos solos; 3. Aplicada às linhas de transmissão de energia elétrica; 4. Aplicada à recuperação de áreas degradadas. Sobre os estudos dos movimentos de massa, Guerra e Marçal (2006) salientam o papel da Geomorfologia no entendimento dos processos que ocorrem, sobretudo, nas encostas, ocasionando impactos ambientais e humanos, mediante o uso e ocupação de locais de fragilidade. Nesse sentido, ainda argumentam sobre a necessidade de uma ponte entre a Geomorfologia e as Engenharias, com ênfase na construção civil, para que ocorra maior controle das ocupações em locais irregulares. Fernandes e Amaral (2013) salientam que mesmo com os avanços na ciência e nos estudos sobre o relevo, principalmente sobre os movimentos de massa associados ao uso do espaço pelo homem, ainda há muito que se caminhar para a real efetivação de ações políticas de controle do uso de áreas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 íngremes. Os autores salientam que as técnicas para diagnosticar áreas vulneráveis são amplamente utilizadas no país, porém, ainda não existe o real controle, devido à rápida expansão urbana. Prosseguindo, pensando nos estudos de erosão dos solos, Guerra e Marçal (2006) discutem que é praticamente impossível estudar os processos erosivos sem aporte da ciência Geomorfologia e, nesse sentido, apresentam a importância de entender os processos impactantes nos solos e sua relação com as ações antrópicas. Os autores (2006) salientam que existem vários fatores ao pensar nos processos erosivos; por exemplo, os fatores naturais, como o clima, interferem diretamente nos processos, mediante o regime de chuvas e a força que a água exerce sobre os solos, enquanto que as ações antrópicas de desmatamento, por outro lado, aceleram esses processos por retirar a proteção natural dos solos. A Geomorfologia aplicada às linhas de transmissão de energia elétrica é destacada devido aos processos erosivos que as torres de distribuição de energia podem ocasionar. Vale ressaltar que as torres estão por toda a superfície do país para distribuir a energia, geralmente, produzida pelas usinas hidrelétricas e, neste sentido, impactam diferentes ambientes (GUERRA e MARÇAL, 2006). Por último, a Geomorfologia aplicada à recuperação de áreas degradadas se relaciona com a capacidade da ciência em, além de apresentar os diagnósticos ambientais, dar suporte para criar ações de recuperação de áreas degradadas (GUERRA e MARÇAL, 2006). Quanto maior o conhecimento sobre a superfície terrestre, melhor serão as ações em cada local. Pensando nas ações de recuperação de áreas degradadas, Costa et. al. (2005, citado por BEZERRA, 2011) apresentam os conceitos de recuperação, reabilitação e restauração desses ambientes como sendo: Recuperação – significa dizer que “o sítio degradado será retornado a uma forma de utilização de acordo com o plano preestabelecido para o uso do solo. Implica que uma condição estável será obtida em conformidade com os valores ambientais, estéticos e sociais da circunvizinhança. Significa, também, que o sítio degradado terá condições mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 desenvolvendo um novo solo e uma nova paisagem”; Reabilitação – “retorno da área a um estado biológico apropriado. Esse retorno pode significar o uso produtivo da área a longo prazo, com a implantação de uma atividade que renderá lucro; ou atividades menos tangíveis em termos monetários, visando a recreação ou a valorização estético- ecológica”; Restauração – “é o termo mais impróprio a ser utilizado para os processos que normalmente são executados, pois esse conceito refere-se à obrigatoriedade ao retorno do estado original da área, antes da degradação. Por retorno ao estado original entende-se que todos os aspectos relacionados com topografia, vegetação, fauna, solo, hidrologia, etc. apresentem as mesmas características de antes da degradação. Ou seja, trata-se de um objetivo praticamente inatingível (COSTA et al., 2005, citado por BEZERRA, 2011, p. 33) (grifos do autor). Mediante essas discussões, apresentamos o contexto da ciência Geomorfologia na aplicação de técnicas para combater tipos de degradações ambientais. Além disso, Bezerra (2011) salienta a necessidade da Educação Ambiental, pois, como discutido, as ações antrópicas são responsáveis por muitos danos ambientais e, nesse sentido, a participação da comunidade nos processos de controle de degradações são imprescindíveis para que o acesso às informações seja disseminado e os danos minimizados. Agora as explicações são por conta do professor Thiago. Acesse o material on-line e assista ao vídeo que está disponível para você! Leitura complementar ■ BEZERRA, J. F. R. Geomorfologia e reabilitação de áreas degradadas por erosão com técnicas de bioengenharia de solos na bacia do rio Bacanga, São Luís – MA. Rio de Janeiro: 2011. Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós- Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.lagesolos.ufrj.br/downloads/Fernangeo@yahoo.pdf Acesso em: 04/2016. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Trocando ideias Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e, no fórum desta disciplina, apresente para seus colegas de turma o resultado de sua pesquisa prática sobre os ZEE que se relacionam com os temas discutidos nessa aula. Veja a atividade prática que está a seguir. Na prática Pesquise um ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico) do Estado em que você mora e responda as seguintes perguntas: ■ Quais os aspectos gerais da caracterização geomorfológica de sua região? ■ Que atividades foram destacadas como impactantes no meio ambiente local? ■ Descreva a importância desse diagnóstico para a gestão ambiental local. (Caso não encontre para seu estado, procure o mais próximo.) Protocolo de resolução da situação proposta Trate-se de uma pesquisa pessoal, porém o ZEE é divulgado no site do Ministério do Meio Ambiente e também pode ser encontrado com o uso de ferramentas de busca on-line. Em todo ZEE estão presentes os tópicos “Geomorfologia” da área e aspectos sociais de uso e ocupação do solo, que deverão ser utilizados para responder as duas primeiras questões. A terceira questão deverá conter um apanhado geral sobre os temas dessa aula com as discussões presentes no ZEE selecionado. Síntese O que aprendemos nesta aula: Estudamos a importância do planejamento ambiental para minimizar os impactos das ações antrópicas que alteram significantemente as paisagens. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Nesse sentido, vimos como a tecnologia proporcionou o avanço do uso de técnicas de mapeamentos para representar os cenários e como a legislação brasileira criou mecanismos para cobrar a devida efetivação de ações para a gestão ambiental, como no caso da criação da ZEE. Discutimos que ainda não existe a real efetivação da implantação das ações previstas no ZEE e, nesse sentido, foi reforçado o papel da ciência para melhor qualificação desses processos. Outra forma de zoneamento que foi estudada foi o uso de mapeamentos em bacias hidrográficas, também bastante utilizados como unidades de gestão ambiental. Por fim, identificamos a importância dos estudos de Geomorfologia nos diagnósticos e auxílio na prevenção e conservação do meio ambiente, na gestão de áreas degradadas e no desenvolvimento sustentável.Para as considerações finais do professor Thiago, não deixe de assistir ao vídeo que está disponível no material on-line! Referências AB'SABER, A. Zoneamento ecológico e econômico da Amazônia: questões de escala e método. Revista de Estudos Avançados. 1989, vol.3, n.5, pp. 4-20. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40141989000100002 Acesso em: 04/2016. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico- Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 354p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/CD194D39/ZEE- Acre-faseII_Parte1-baixareol.pdf Acesso em: 04/2016. ARAÚJO JR., A.C.R. 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