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Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2019. Direito Processual Penal II Professor André Nascimento E-mail - alsnascimento@yahoo.com.br Aula 3 • Interrogatório (continuação...) 4) O interrogatório é um ato personalíssimo - somente o acusado pode responder as perguntas formulados pelo juiz, não sendo possível tal ato ser praticado por procurador. Determina o Art. 185, § 1º do CPP, que o interrogatório do preso deve ser realizado em sala própria no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que garantidos a segurança do juiz e das partes. § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) O interrogatório por vídeo conferência só será realizado excepcionalmente, conforme se verifica no Art. 185, § 2º do CPP, porém em qualquer modalidade de interrogatório (por vídeo conferência ou presencial), o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista previa e reservada com seu defensor, a exato teor do Art. 185, § 5º do CPP. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) O Art. 186 do CPP informa que o acusado será qualificado e cientificado da acusação e, antes do interrogatório, o juiz informará o direito ao silêncio. Na qualificação, o acusado não tem direito ao silêncio sob pena de responder pela contravenção penal prevista no Art. 68 do DL 3688/41 ou na hipótese de atribuir-se falsa identidade, responderá pelo crime do Art. 307 do CP ou se fizer uso de documento falso, responderá pelo crime do Art. 304 do CP. Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Falsa identidade Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Uso de documento falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. De acordo com o Art. 187 do CPP, o interrogatório é constituído de duas partes, ou seja, sobre a pessoa do acusado (Art. 187, § 1º do CPP), conhecido também como interrogatório de individualização, e, sobre os fatos (Art. 187, § 2º do CPP), conhecido também como interrogatório de mérito. Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) No interrogatório de individualização existe controvérsia doutrinária sobre o direito ao silêncio do acusado. Parte da doutrina sustenta que o acusado não tem direito ao silêncio, pois é neste momento processual que o juiz pode avaliar as circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP. Já, uma outra corrente doutrinária sustenta que o réu possui direito ao silêncio no interrogatório de individualização, uma vez que não é obrigado produzir prova contra si mesmo, cabendo destacar que determinadas respostas no interrogatório de individualização podem ensejar consequências jurídicas negativas. No interrogatório de mérito, o réu possui direito ao silêncio, podendo inclusive mentir, sendo certo que a mentira não ensejará nenhuma consequência jurídica. • CONFISSÃO (Art. 197 a 200 do CPP) A confissão é meio de prova e como qualquermeio de prova tem valor relativo. De acordo com o Art. 197 do CPP, a confissão por si só não enseja possibilidade de condenação, devendo os demais elementos de prova corroborarem a confissão. Vale destacar, que a parte final do Art. 198 do CPP não foi recepcionada pela Constituição Federal, ou seja, está revogada desde 1988. Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. Nos termos do Art. 200 do CPP, a confissão pode ser divisível e retratável. Confissão divisível é aquela em que o juiz pode considerar somente parte da confissão do acusado no momento da sentença, já, a confissão retratável, é aquela em que o acusado pode desdizer o que relatou anteriormente. Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. A doutrina classifica a confissão em simples e qualificada. Confissão simples é aquela em que o acusado admite a imputação que lhe é feita na acusação. Já, a confissão qualificada é aquela em que o réu admite a imputação, porém agrega a confissão elementos que podem lhe favorecer, como por exemplo, alegar que matou em legítima defesa. Obs.: a confissão é uma atenuante prevista no Art. 65, III, d do CP. A confissão somente será atenuante se for utilizada para a formação do convencimento do juiz, conforme Súmula 545 do STJ. Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; • Ofendido (Art. 201 do CPP) O ofendido é a vítima do crime e, nos termos do Art. 201, caput do CPP, sempre que possível prestará declarações. Conforme o Art. 201, § 1º do CPP, pode o juiz determinar a condução coercitiva do ofendido. Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) § 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Na ação penal de iniciativa privada, o ofendido é a par autoria do processo penal, ou se já, o querelante. Na ação penal de iniciativa pública, o ofendido pode ser parte secundária do processo penal, desde que requeira sua habilitação como assistente do Ministério Público (Art. 268 do CPP). Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. O ofendido não é testemunha, portanto não entra no número legal das testemunhas chamadas numerárias, ou seja, aquelas que prestam o compromisso de dizer a verdade. De acordo com a doutrina, as testemunhas são classificadas em próprias e impróprias. Testemunha própria é aquela que depõe sobre fatos relativos ao objeto do processo, testemunha imprópria é aquela que depõe sobre fatos apenas ligados ao objeto do processo, como por exemplo, depõe sobre a regularidade de um ato, conforme Art. 245, § 7º do CPP. Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. Parte da doutrina chama a testemunha imprópria de instrumentária ou fedatária. Outra classificação são as testemunhas numerárias ou informantes. As testemunhas numerárias são aquelas que prestam o compromisso de dizer a verdade, já os informantes não prestam compromisso de dizer a verdade (Art. 206 e 208 do CPP). Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. Obs.: para parte da doutrina a testemunha também pode ser classificada como extranumerária, ou seja, é a testemunha que presta o compromisso de dizer a verdade, mas não entra no número legal, pois é o juiz que a requisita. Nos termos do Art. 209, caput do CPP. Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. A doutrina denomina de testemunhas referidas aquelas que são indicadas por outras testemunhas, podendo o juiz ouvi-las, se entender conveniente, conforme o Art. 209, § 1º do CPP. § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. Conforme o Art. 203 do CPP, a testemunha tem o dever de dizer a verdade, sendo certo que a prova testemunhal é produzida como regra oralmente, podendo determinadas pessoas optarem pelo depoimento por escrito, conforme se verifica do Art. 221, § 1º do CPP. Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação dada pela Lei nº 3.653, de 4.11.1959) § 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) No Art. 207 do CPP, constam as pessoas proibidas de depor, porém se estas pessoas forem desobrigadas pela parte interessada e quiserem dar o seu testemunho, prestarão o compromisso de dizer a verdade. Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.O Art. 212 do CPP, positivou o sistema da inquirição direta pelas partes, ou seja, primeiro as partes perguntam as testemunhas podendo o juiz complementar a inquirição, conforme se verifica no Art. 212, parágrafo único do CPP. Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) De acordo com o STJ a inobservância da ordem de inquirição de testemunhas prevista no Art. 212 é causa de nulidade relativa, ou seja, o reconhecimento do vício depende de arguição em momento oportuno e comprovação do prejuízo, conforme HC 212618 veiculado no informativo 496 do STJ. No procedimento comum ordinário, cada parte pode arrolar até 8 testemunhas por cada fato (Art. 401 do CPP). No procedimento Sumário, cada parte pode arrolar até 5 testemunhas por cada fato (Art. 532 do CPP). No procedimento do júri da primeira fase, cada parte de arrolar até 8 testemunhas (Art. 406, § 2º do CPP), já na segunda fase do procedimento do júri, cada parte pode arrolar até 5 testemunhas (Art. 422 do CPP). Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) No procedimento Sumaríssimo, a Lei 9099/95 não determina o número legal de testemunhas e, nesse sentido, uma corrente doutrinária sustenta que cada parte pode arrolar até 5 testemunhas, buscando analogia com o procedimento Sumário, e, uma segunda corrente doutrinária, entende que são 3 testemunhas, tendo em vista que o procedimento ordinário, em que se observa nos crimes mais graves, são 8 testemunhas, e o procedimento Sumário, em que se observa menos graves, são 5 testemunhas, no procedimento Sumaríssimo, em que se observa as infrações de menor potencial ofensivo, devem ser 3 testemunhas para cada parte. O momento para a acusação arrolar as testemunhas é com o oferecimento da denúncia ou da queixa (Art. 41 do CPP), já o momento processual para a defesa é na resposta à acusação, conforme Art. 396-A do CPP, sob pena de preclusão, sendo certo que no procedimento Sumaríssimo, a defesa deve apresentar requerimento para intimar as testemunhas com no mínimo 5 dias antes da audiência de instrução e julgamento. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Prova Pericial (Art. 158 a 184 do CPP) A prova pericial se faz necessária quando o crime deixar vestígios materiais, ou seja, de acordo com o Art. 158 do CPP, sempre que a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Não se pode confundir, corpo de delito com exame de corpo de delito. Corpo de delito são os vestígios materiais deixados pelo crime, como por exemplo, o cadáver que comprova a materialidade de um homicídio. Exame de corpo de delito é a perícia realizada sobre os elementos que constituem a materialidade do crime, ou seja, sobre o corpo de delito. Exame de corpo de delito direto é quando se estabelece uma relação imediata entre o perigo e o que está sendo periciado. Porém, o exame de corpo de delito indireto é tema controvertido. Para uma primeira corrente, o exame indireto deve ser realizado por perito e, neste caso, a perícia seria por meio de outros elementos, como por exemplo, o depoimento de testemunhas, filmagens e fotografias, sendo certo que a partir dessas informações o perito emitiria o laudo. Uma segunda corrente, entende que o exame de corpo de delito indireto está previsto no Art. 167 do CPP, ou seja, basta a produção da prova testemunhal. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
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