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Normas tecnicas em Segurança no Trabalho

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Prévia do material em texto

NORMAS 
TÉCNICAS EM 
SEGURANÇA DO 
TRABALHO (NR)
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Luciano Santana
Designer Educacional
Maria Fernanda Vasconcelos
Projeto Gráico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
André Morais de Freitas
Qualidade Textual
Keren Pardini
Ilustração
André Luís Onishi
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; COSTA, Tiago Ribeiro da. 
 
 Normas Técnicas em Segurança do Trabalho (NR). Tiago 
Ribeiro da Costa. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2015. Reimpresso em 2018.
 206 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Normas Técnicas. 2. Segurança do Trabalho. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0147-1
CDD - 22 ed. 363
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando proissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
Engenheiro Agrônomo (Universidade Estadual de Maringá - 2007), 
Engenheiro de Segurança do Trabalho (Universidade Estadual de Maringá - 
2010). Mestre em Genética Quantitativa e Melhoramento Vegetal (Programa 
de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento - PGM / Universidade 
Estadual de Maringá - 2010).
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SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) acadêmico(a),
Seja bem-vindo(a) a esta humilde contribuição ao seu aprendizado, intitulada “Normas 
Técnicas em Segurança do Trabalho (NR)”. Por meio desta obra, o(a) convido a conhecer 
os aspectos mais importantes de nosso maior mecanismo prevencionista: as Normas 
Regulamentadoras.
Antes de nos aprofundar neste assunto, permita-me apresentar-me: me chamo Tiago 
Ribeiro da Costa. Sou Engenheiro Agrônomo e Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
formado pela Universidade Estadual de Maringá em 2007 e 2010, respectivamente. Tam-
bém sou Mestre na área de concentração em Genética Quantitativa e Melhoramento Ve-
getal, pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento da Universidade 
Estadual de Maringá – PGM/UEM, obtendo esse título também no ano de 2010.
No campo da Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, atuo desde 2011, quando 
iniciei os meus trabalhos como docente no curso no qual me formei. Um dos maiores 
desaios (e prazeres) na minha vida foi ter me tornado professor de Engenharia de Se-
gurança do Trabalho. Paralelo a isso, no mesmo ano, iniciei meus trabalhos no ramo de 
Consultoria Agronômica e de Segurança do Trabalho, no qual me encontro atuando até 
hoje com empresa própria. 
Concilio esse trabalho com as atividades de docência, inclusive aqui, pelo Centro Univer-
sitário Cesumar, onde sou professor, desde 2012, dos cursos de Tecnologia em Agrone-
gócios, Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Gestão Comercial e Graduação 
em Agronomia. Atualmente faço parte também do Curso de Graduação Tecnológica em 
Segurança no Trabalho e é um prazer dividir meus conhecimentos e experiências com 
todos os alunos e, especialmente, com você, que me lê neste momento.
Você deve estar se perguntando: “o que será que eu vou ver por meio deste livro?”; ou 
ainda, “o que eu poderei fazer com os conhecimentos que serão adquiridos por meio 
da leitura deste livro?”. Essas seriam perguntas que eu faria em seu lugar, caso estivesse 
lendo esta obra pela primeira vez.
Para começar a respondê-las, informo-lhe que o tema principal são as Normas Regula-
mentadoras em Segurançano Trabalho. Essas normas estão na terceira linha de ação 
dos dispositivos legais que garantem o direito universal ao trabalho digno, seguro e 
salutar ao cidadão brasileiro.
Consideramos as NRs como uma “terceira linha”, pois elas são elementos que operacio-
nalizam o direito. É quase a mesma relação entre a lei e o decreto. A primeira discorre 
sobre o direito ou os deveres dos cidadãos sobre determinada temática; a segunda es-
tabelece o funcionamento da primeira, gerando as diretrizes necessárias para sua boa 
implementação. Acima das NRs, somente existem a Lei 6.514/77, que dispõe sobre sua 
criação (e sua respectiva Portaria 3.214/78, que estabelece as temáticas iniciais das NRs), 
e a própria Constituição da República Federativa do Brasil.
APRESENTAÇÃO
NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO 
TRABALHO (NR)
Para que possamos entender a evolução da legislação, até chegarmos às NRs, e para 
compreendermos seus aspectos principais, estabeleci uma didática onde o assunto 
foi dividido em cinco unidades, da maneira como segue:
Na unidade I, “Contextualização das Normas Regulamentadoras do Trabalho”, abor-
daremos os aspectos históricos ligados à criação de normas e seus elementos pre-
decessores. Você verá que as preocupações com a realização segura das diferentes 
práticas laborais já haviam sido traduzidas na forma de leis, diretrizes e ensinamen-
tos que datam do Egito Antigo, com a publicação do papiro Anastacius V. A partir 
desse momento histórico, demonstraremos como esta questão evoluiu até chegar-
mos aos dias atuais.
Já em nossa unidade II, “Análise sobre as Normas Regulamentadoras do Trabalho 
– Parte I”, estabeleceremos o conhecimento sobre as Normas Regulamentadoras 
em si, explorando-as em seu conceito e gênese. Você aprenderá sobre os desdo-
bramentos que possibilitaram sua criação aqui no Brasil, ao mesmo tempo em que 
entenderá sobre o processo burocrático e os atores que se encontram envolvidos na 
elaboração de uma NR. Também, nessa unidade, iniciaremos nossos estudos aplica-
dos sobre os elementos básicos de cada Norma Regulamentadora, onde abordare-
mos sobre as Normas Regulamentadoras de nº 1 (Disposições Gerais) até a de nº 6 
(Equipamento de Proteção Individual - EPI).
Nas unidades III, IV e V, daremos continuidade à metodologia utilizada ao inal da 
segunda unidade para compreendermos os elementos principais de cada norma 
regulamentadora. Na unidade III, “Análise sobre as Normas Regulamentadoras 
do Trabalho – Parte II”, abordaremos sobre as Normas Regulamentadoras de nº 7 
(Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional – PCMSO) até a de nº 16 
(Atividades e Operações Perigosas). Já na unidade IV, “Análise sobre as Normas Re-
gulamentadoras do Trabalho – Parte III”, abordaremos sobre as Normas Regulamen-
tadoras de nº 17 (Ergonomia) até a de nº 28 (Fiscalizações e Penalidades). Por im, na 
unidade V, “Análise sobre as Normas Regulamentadoras do Trabalho – Parte Final”, 
abordaremos as Normas Regulamentadoras de nº 29 (Segurança e Saúde no Traba-
lho Portuário) até nossa última norma, a NR-36 (Segurança e Saúde no Trabalho em 
Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados).
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Também, em nossa última unidade, faremos uma breve abordagem acerca das 
perspectivas relacionadas à criação de novas normas e à atualização das existentes, 
explorando as possibilidades dessas intervenções em relação ao aumento da com-
plexidade das práticas laborais.
Para auxiliar você, iz questão de abordar os temas com uma linguagem bastante 
acessível. Além disso, tivemos o cuidado de inserir elementos facilitadores no seu 
aprendizado, os quais apresentarão textos complementares, sugestões de literatu-
ras e outras mídias e exercícios de ixação. Não deixe de fazê-los! Seja proativo(a) em 
sua ação de ensino-aprendizagem.
Vamos iniciar a nossa leitura? Mas antes disso, caso você encontre alguma incon-
sistência em nosso material ou mesmo queira discutir de maneira mais aprofunda-
da algum conteúdo por aqui explanado, não hesite em entrar em contato comigo, 
por meio do e-mail <tiago.costa@unicesumar.edu.br>. Certamente será um prazer 
atendê-lo(a).
Desejo-lhe uma boa leitura e sucesso nos estudos!
Prof. Tiago Costa
SUMÁRIO
UNIDADE I
CONTEXTUALIZAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS DO 
TRABALHO
15 Introdução 
16 Aspectos Históricos Relacionados à Criação das Normas 
Regulamentadoras 
30 Normas Regulamentadoras em Nível Local 
33 Normas Regulamentadoras: Prefácio 
39 Considerações Finais 
UNIDADE II
ANÁLISE SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO – 
PARTE I
47 Introdução 
48 Normas Regulamentadoras: Atores Envolvidos em seu Processo de 
Criação
52 Normas Regulamentadoras: Quem é Obrigado a Segui-las? 
53 Normas Regulamentadoras nº 01 A 06: Uma Abordagem Técnica 
76 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE III
ANÁLISE SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO – 
PARTE II
85 Introdução
86 Normas Regulamentadoras Nº 07 a 10: Uma Abordagem Técnica 
99 Normas Regulamentadoras nº 11 a 13: uma Abordagem Técnica 
106 Normas Regulamentadoras Nº 14 a 16: uma Abordagem Técnica 
111 Considerações Finais 
UNIDADE IV
ANÁLISE SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO – 
PARTE III
119 Introdução 
120 Normas Regulamentadoras Nº 17 a 20: uma Abordagem Técnica 
134 Normas Regulamentadoras nº 21 a 23: uma Abordagem Técnica 
144 Normas Regulamentadoras nº 24 a 28: uma Abordagem Técnica 
151 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE V
ANÁLISE SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO – 
PARTE FINAL
159 Introdução 
160 Normas Regulamentadoras nº 29 A 32: uma Abordagem Técnica 
173 Normas Regulamentadoras nº 33 A 36: uma Abordagem Técnica 
187 Perspectivas Sobre as Normas Regulamentadoras 
190 Considerações Finais 
197 CONCLUSÃO
199 REFERÊNCIAS
205 GABARITO
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Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
CONTEXTUALIZAÇÃO DAS 
NORMAS REGULAMENTADORAS 
DO TRABALHO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Objetivo de AprendizagemCompreender o contexto social que 
proporcionou a evolução histórica dos elementos predecessores às 
Normas Regulamentadoras.
 ■ Apresentar as normas regulamentadoras em nível local.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Aspectos históricos relacionados à criação das Normas 
Regulamentadoras
 ■ Normas Regulamentadoras em nível local
 ■ Normas Regulamentadoras: prefáciol
INTRODUÇÃO
Neste momento, iniciamos nossos estudos sobre as Normas Regulamentadoras do 
Trabalho, criadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego para regulamentar as 
práticas laborais de todas as empresas legalizadas que operam suas atividades no 
território nacional. Pode-se dizer que o advento das Normas Regulamentadoras 
surge não somente como um marco regulatório para orientar as empresas sobre 
a forma como as práticas laborais devem ser executadas, mas do ponto de vista 
da Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho, mais do que isso, as Normas 
Regulamentadoras apresentam “instruções” que são vinculadas aos postos de 
trabalho e aos seus instrumentais.
Creio que você deve ter uma noção do que são as Normas Regulamentadoras, 
ainal, todo trabalhador, independente do setor econômico ou do ramo em que 
trabalha, obedece, com maior ou menor intensidade, ao disposto em tais normas. 
Mas será que você sabe como chegamos ao nível do desenvolvimento atual das 
Normas Regulamentadoras? Para responder a essa e outras dúvidas que possam 
surgir, apresento-lhe esta primeira unidade, a qual tem por objetivo apresentar as 
informações históricas e contemporâneas sobre as Normas Regulamentadoras, 
de maneira que você tenha condições de formar um entendimento consolidadosobre a trajetória dos acontecimentos históricos e trabalhistas que levaram ao 
desenvolvimento dessas normas, tal como elas se apresentam atualmente.
Provavelmente, uma das percepções que você terá a respeito desse assunto 
será relacionada à marcante diferença entre os cenários mundial e brasileiro 
no desenrolar dos fatos que encaminharam à criação não somente das Normas 
Regulamentadoras, mas também das leis trabalhistas. Guarde esta frase: “O 
Brasil pegou o ‘bonde andando’ no que concerne às leis trabalhistas e às Normas 
Regulamentadoras. Mas, por quê?” Esta dúvida e outras mais serão respondidas 
ao longo desta primeira unidade. Vamos adentrar em nossos estudos? Boa lei-
tura e um ótimo aprendizado!
Introdução
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CONTEXTUALIZAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO
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ASPECTOS HISTÓRICOS RELACIONADOS À CRIAÇÃO 
DAS NORMAS REGULAMENTADORAS 
Quando o assunto é “Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho”, muitos pes-
quisadores e entusiastas sobre o assunto tendem a estabelecer pesquisas históricas 
que remetem aos tempos da Revolução Industrial, mas iniciaremos pelo perí-
odo pré-revolução industrial.
PERÍODO PRÉ-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A revolução industrial tratou-se de um período de tamanha efervescência no 
cenário produtivo que “reverberações” foram observadas não somente na pro-
dutividade, mas também na saúde e integridade física dos trabalhadores.
Entretanto, devemos nos ater ao fato de que nosso foco de estudo são as 
Normas Regulamentadoras. Como este termo,Normas Regulamentadoras, e seu 
formato são mais recentes, datados da década de 1980, o que podemos esperar 
ao analisar o período histórico é encontrar dispositivos orientadores ou mesmo 
legais que se assemelhem às Normas Regulamentadoras.
Você notou que utilizamos o termo “Período Histórico”? Quando nos refe-
rimos a tal período, estamos focando o período compreendido entre 4.000 
anos antes de Cristo (época aproximada da invenção da escrita) e os dias 
atuais. Essa divisão, para nós, da área de Saúde Ocupacional e Segurança no 
Trabalho, é bastante interessante, tendo em vista que, ao lidar com normas 
e diretrizes, necessariamente lidamos com documentos escritos e não seria 
lógico estudar as Normas Regulamentadoras ou seus documentos prede-
cessores em uma época onde a escrita não se conigurava. 
Fonte: o autor.
Aspectos Históricos Relacionados à Criação das Normas Regulamentadoras 
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Assim, nosso ponto de partida não é a Revolução Industrial, mas, sim, a História 
Antiga, mais precisamente o ano de 2.360 a.C. no Império Egípcio. Segundo 
Juliana (2015), naquele período, ocorreu a primeira descrição de um posto de 
trabalho, com a produção do papiro Anastacius V. Esse documento descrevia 
as condições de trabalho de um talhador de rochas para a construção de mora-
das imperiais. Da mesma forma, esse documento já previa formas de se executar 
esse trabalho de maneira mais segura.
Leia um trecho desse documento traduzido para o português: “[...] se tra-
balhares sem vestimenta, teus braços se gastam e tu te devoras a ti mesmo, pois 
não tens outro pão que não teus dedos. [...]” (ANASTACIUS V apud JULIANA, 
2015, online).
Perceba que esse trecho possui como maior característica a orientação ao 
trabalho, algo que é inerente às atuais Normas Regulamentadoras. Todavia, é de 
se destacar que não se trata de um dispositivo legal, com seu caráter impositivo, 
algo que somente seria inserido na história da humanidade posteriormente, já 
no Império Romano.
Plínio e Rotário foram os precursores das primeiras leis sobre Segurança no 
Trabalho, em especial, para os também talhadores de rochas no Império Romano. 
Suas imposições orientavam os trabalhadores na utilização de máscaras de couro 
de suínos no entalhe de rochas, tendo em vista que essa prática laboral emitia 
materiais particulados no ar, os quais poderiam ser inalados pelos trabalhadores.
Agora, talvez você se espante: mesmo a Bíblia Sagrada pode ser considerada 
como uma precursora das Normas Regulamentadoras. Observe o seguinte trecho 
em Deuteronômio 22:8: “Quando construíres uma nova casa, farás uma balaus-
trada em volta do teto, para que não derrame sangue sobre tua casa, se viesse 
alguém a cair lá de cima” (BÍBLIA, 1998). Para quem conhece um pouco mais 
sobre as Normas Regulamentadoras, esse trecho em muito se parece com prin-
cípios construtivos que podem ser encontrados na NR-18 – Condições e Meio 
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – (BRASIL, 2015a). 
Ainda sobre as questões bíblicas, algo que possui relação com as Normas 
Regulamentadoras atuais foi descrito pelo historiador Flávio Josefo, no ano de 93 
d.C. Segundo Josefo, o carpinteiro José, “pai” de Jesus Cristo, faleceu por compli-
cações advindas de um acidente de trabalho que sofrera enquanto encarregado 
CONTEXTUALIZAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO
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de uma obra para a reconstrução de uma cidade. Esse acidente ocorreu devido 
a uma queda de altura elevada, quando José não estava usando o dispositivo de 
segurança (à época, uma simples corda), preconizado em documentos que, infe-
lizmente, se perderam na história.
Você percebe o quanto a história é rica em elementos predecessores 
das Normas Regulamentadoras? Com o passar dos séculos, a aparição 
desses elementos se intensiica. Sobre a evolução desses elementos, em 
especial, na Idade Média e Moderna, Trindade (2015, online) destaca:
[...] as primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene 
do trabalho datam da Idade Média. Os levantamentos das doenças proissio-
nais, promovidos pelas associações de trabalhadores medievais, tiveram grande 
inluência sobre a segurança do trabalho no Renascimento. Nesse período, des-
tacaram-se Samuel Stockhausen como pioneiro da inspeção médica no trabalho 
e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos acu-
mulados sobre segurança, que os transmitiu aos responsáveis pelo bem-estar 
social dos trabalhadores da época na obra intitulada De morbis artiicum (1760).
Apenas para destacar, os princípios norteadores da inspeção médica de 
Stockhausen inspiraram a criação de programas de acompanhamento médico e 
da saúde ocupacional que estão presentes em diversas normas que versam sobre 
o assunto, inclusive na brasileira Norma Regulamentadora nº 7 - Programa de 
Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO (BRASIL, 2015b).
PERÍODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
É importante relevar o fato de que muitos dos dispositivos até aqui apresentados 
ainda possuíam o caráter orientador que, como já exposto, é um caráter inerente, 
porém não único, das atuais Normas Regulamentadoras. O caráter impositivo 
ou legal somente ganhou ênfase a partir do momento em que a complexidade 
das práticaslaborais, associada à conjuntura das correntes ilosóico-econômi-
cas, gerou gravíssimas consequências, algo deinido em obras anteriores como 
“A carniicina Maquiavélica da Revolução Industrial”.
Obviamente, associar o pensador italiano Nicolau Maquiavel ou Niccolò 
Aspectos Históricos Relacionados à Criação das Normas Regulamentadoras 
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di Bernardo dei Machiavelli (Figura 1) a 
algo astuto, malévolo ou malicioso é uma 
injustiça, tendo em vista que muitos de seus 
fundamentos encontram-se em políticas de 
caráter nacionalista (centralização burocrá-
tica e fortalecimento do Estado). À época, isso 
poderia ser comparado com o pensamento 
de um herege, diminuindo a participação 
da Igreja Católica, em termos de importân-
cia, no Estado.
Assim, essa igreja estabeleceu como 
“anticristãos” os pensamentos desse autor, 
condenando-o ao ostracismo, em especial, 
por sua mais famosa frase: “Os ins justiicam os meios”. 
Quando falamos de uma associação do pensamento maquiavélico à Revolução 
Industrial, ao Capitalismo e à tecnologia, estamos raciocinando também sobre a 
obtenção de resultados mais eicientes pelas modiicações nas formas convencio-
nais de execução das tarefas. Contudo, é somente isso. Se for necessário reduzir 
a folha de pagamento e dotar os colaboradores restantes de mais funções e isso 
melhorar a gestão da empresa, que seja feito! Se for necessário mecanizar uma 
colheita para aumentar a eiciência e a capacidade de manipulação de áreas, 
desempregando colhedores, que seja feito!
Percebeu onde quero chegar? Consideramos apenas a evolução da técnica 
para obter melhores resultados, descartando o fator humano, e isso faz com que 
muitas pessoas associem a Revolução Industrial, o Capitalismo e o Tecnicismo 
à Maquiavel e este às alcunhas que já denominamos.
A Revolução Industrial pode ser considerada como um dos períodos históri-
cos de maior evolução tecnológica, levando-se em conta a adoção da mecanização 
dos processos produtivos. Em um primeiro momento, houve a transição das 
manufaturas artesanais, as quais se utilizavam de mão de obra quase que exclu-
sivamente humana, para um modelo fabril de crescente utilização de máquinas 
rudimentares movidas pelo vapor de água.
Figura 1: Nicolau Maquiavel
Fonte: Wikimedia Commons 
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Posteriormente, as matrizes energéticas e as próprias máquinas foram aperfei-
çoadas, utilizando-se dos combustíveis fósseis (carvão mineral) e da energia 
elétrica, mais ao inal desse período.
As justiicativas para airmarmos que a Revolução Industrial representou o 
ápice do tecnicismo podem ser sistematizadas considerando a sua própria evolu-
ção temporal. Mesmo se tratando de um processo puramente poupador de mão 
de obra, na Revolução Industrial, os processos fabris ainda dependiam de grandes 
contingentes de trabalhadores que, inicialmente, não existiam nos centros indus-
triais. Para resolver isso, no início do século XVIII, alguns países europeus (em 
especial a Inglaterra) passaram por reformas sociais que praticamente dizima-
ram o campesinato, ainal, em nome do progresso, a mão de obra era necessária 
onde as indústrias estavam e o Estado necessitava de maior controle sobre as 
terras (algo como matar dois coelhos com uma pedrada). Assim, mesmo sem 
o trabalho no campo, as famílias tinham nas cidades seu trabalho garantido.
Além disso, o modelo capitalista vigente estava em transição (do capitalismo 
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tradicional ao atual capitalismo inanceiro) e seus princípios estavam em seu 
auge. A acumulação dos lucros estava em patamares exorbitantes, no entanto, 
tal fato não se traduzia em investimentos produtivos ou de gestão que garantis-
sem um ambiente de trabalho seguro e saudável aos trabalhadores. 
Muito pelo contrário, não somente os ambientes de trabalho eram assim, 
mas todos os vilarejos nas proximidades das fábricas apresentavam um ambiente 
deplorável quanto à saúde pública. Nesse cenário, onde em termos de planeja-
mento somente a meta de produção era considerada (somente a demanda e a 
previsão de lucro pareciam fatores relevantes aos burgueses industriais da época), 
a mão de obra passou por um amplo processo de depreciação derivada das lon-
gas jornadas de trabalho, necessárias ao atendimento das demandas.
Nessa época, tamanha era a visão produtivista e tecnicista, que o ser humano, 
agora proletário, tinha expropriado de si mesmo sua própria humanidade. 
Tratava-se de um número funcional, uma mera engrenagem ao processo pro-
dutivo, a qual poderia ser trocada em caso de baixo rendimento ou, na pior das 
hipóteses, em caso de quebra. Nem é necessário mencionar o que representa 
essa quebra, não é mesmo?
Em análise, a própria Revolução Industrial e seus desdobramentos ao redor 
do mundo proporcionaram um reforço da visão pejorativa relacionada ao tecni-
cismo e ainda hoje percebe-se a existência de corporações com gestões pautadas 
meramente no produtivismo e no tecnicismo, algo que se encontra intrinseca-
mente ligado às piores interpretações de Maquiavel.
Até o momento, você conseguiu identiicar os elementos da época que se 
assemelham com as atuais Normas Regulamentadoras?
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A criação dos dispositivos legais se deu em um cenário caótico e de maneira 
meramente reativa, ou seja, foi necessária a ocorrência de incontáveis acidentes 
e casos de doenças ocupacionais para que as autoridades da época tomassem 
uma atitude que regulamentasse os mecanismos e princípios de segurança às 
diferentes práticas laborais.
Ainda, não pense que tais dispositivos eram avançados e que já dispunham, 
em seus artigos e parágrafos, de formas especíicas de prevenção de acidentes. 
As primeiras leis, datadas do início do século XIX, reduziam o perigo na ocor-
rência dos acidentes pela mera redução da carga horária de trabalho.
Levando-se em conta que o perigo é a intensidade com a qual o risco laboral 
se conigura, retirar o trabalhador de uma exaustiva jornada de 18 horas, dando-
-lhe o direito de efetuar uma jornada menor, de 12 horas, ou restringindo o uso 
de mão de obra especíica (redução ou eliminação da mão de obra infantil), ou 
ainda, restringindo horários de trabalho (por exemplo, reduzindo ou proibindo 
o trabalho noturno para determinadas faixas etárias) era a forma mais rápida de 
reduzir o número de acidentes de trabalho.
Corroborando essa observação, Juliana (2015, online) destaca que:
[...] na Inglaterra, em 1802, criou-se a lei de amparo aos operários 
dispondo sobre o trabalho de aprendizes paroquianos nos moinhos. 
Essa lei limitava a 12 horas de trabalhodiário a carga horária desses 
menores, que eram indigentes recolhidos pelos serviços de proteção, 
que os exploravam. Em 1819, foi criada outra lei, proibindo o trabalho 
de menores de 9 anos e limitando a 12 horas a jornada de menores 
até 16. Em 1833, o Parlamento Inglês votou nova lei, reduzindo para 8 
horas o limite de jornada dos menores de 13 anos e para 12 horas aos 
menores de 18 e proibindo o trabalho noturno de menores. Em 1847, 
passou a vigorar uma lei que estabelecia a duração diária do trabalho 
de 10 horas, destinando-se à proteção das mulheres e dos menores. Em 
1908, foi estabelecida a jornada diária de 8 horas; em 1910, foi criada a 
folga de meio dia por semana os comerciários, e, em 1912, o Código de 
Leis Trabalhistas, ampliado sempre por estatutos especiais e portarias 
administrativas [...].
Contudo, tais dispositivos, embora semelhantes às atuais NRs, ainda eram muito 
genéricos em suas disposições e pouco efetivos no que tangia à resolução especí-
ica de problemas observados nas instalações industriais. Por essa característica, 
a atenuação dos acidentes de trabalho e da “carniicina” imposta por esse modelo 
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“Maquiavélico” foi efêmera, sendo o estopim 
para a criação de um estado de crise.
Essa situação de crise era tamanha que 
na Europa e nos Estados Unidos da América 
vários levantes trabalhistas foram insurgidos 
por melhorias nas condições de trabalho e 
de remuneração. 
Nesse bojo, novos paradigmas sociais 
e produtivos foram suscitados, sendo o 
primeiro deles um resgate da importância humana no processo produtivo, o 
Cooperativismo (SANTOS, 2009), e o segundo, mais voltado a um novo empo-
deramento social, em que a classe trabalhadora, verdadeira geradora de riquezas, 
seria a responsável por estabelecer, teoricamente, um modelo de Estado justo 
e equitativo na distribuição dessa riqueza, sem o acúmulo de capital. Trata-se 
do comunismo, ideia amplamente defendida por Marx (2006a; 2006b), em sua 
obra máxima, “O Capital”.
Para ampliar a ideia do estado de crise que assolava os países da Europa e 
da América do Norte (essencialmente os EUA), proceda a leitura do artigo 
que versa sobre a emblemática Revolta de Chicago, mote criador do Dia In-
ternacional do Trabalho. Trata-se de um artigo que apresenta os elementos 
motivadores e os desdobramentos de um dos mais tristes episódios traba-
lhistas da humanidade. Com o saldo de 80 trabalhadores assassinados, a 
data icou historicamente marcada como o “Dia Internacional do Trabalho”, 
em homenagem aos trabalhadores que deram suas vidas em nome da de-
fesa de seus direitos. 
O artigo se encontra disponível em: 
<http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=134&doc=10092&mid=2>. Acesso 
em: 20 maio 2015.
Fonte: SERRALHEIRO (2004).
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Já no começo do século XX, ante à evolução desse estado de crise, representado 
por levantes trabalhistas, movimentos grevistas, insurgência e elevação de cor-
rentes ilosóicas que colocavam em risco o status quo das camadas dominantes, 
houve a primeira e signiicativa evolução dos dispositivos que precederam as atu-
ais NRs, as Convenções Trabalhistas da Organização Internacional do Trabalho 
– OIT, que inalmente apresentavam diretrizes (ou ao menos, orientações) sobre 
temas especíicos, os quais serão tratados no próximo tópico.
PERÍODO PÓS-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Conforme havíamos discutido no tópico anterior, a deterioração das relações 
trabalhistas advindas do caos instaurado pela carniicina ocorrida no período 
da Revolução Industrial estava pondo em risco até mesmo as relações de poder 
nos diferentes Estados.
Caso ações mais drásticas desses Estados não tivessem sido tomadas, além 
da inversão de poder pela derrocada da burguesia e ascensão da classe trabalha-
dora, abarcada pelos ideais comunistas, as crises poderiam evoluir para contendas 
irreparáveis, acarretando guerras civis.
Mediante o exposto, em 1917, a Organização das Nações Unidas, por meio 
do Tratado de Versalhes, propôs a criação de um órgão subordinado que seria 
responsável por estabelecer tratativas e o acompanhamento necessário às ques-
tões trabalhistas aos países signatários. Assim, a Organização Internacional do 
Trabalho – OIT entrou em operação e, já em 1919, após um período de aná-
lise da problemática aqui relatada, propôs a criação das primeiras Convenções 
Internacionais do Trabalho.
As Convenções Internacionais do Trabalho podem ser entendidas como 
Normas Internacionais, elaboradas por comissões especíicas da OIT cuja apli-
cabilidade depende da decisão soberana do país signatário da OIT/ONU. Uma 
vez que um país signatário ratiica uma convenção, esta passa a fazer parte de 
seu ordenamento jurídico.
a. Dessa forma, entende-se que as Convenções Internacionais do Trabalho, 
apesar de possuírem o caráter normativo, não são de aplicabilidade obri-
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gatória. Porém, aqui cabe uma análise trazida à luz por Alvarenga (2008), 
discutida sob minha ótica dos fatos:
b. De fato, a criação da OIT e a publicação de suas convenções respeitam o 
princípio de equidade e de justiça social, uma vez que essa é uma condi-
ção necessária para que a humanidade evolua no sentido de obter a paz 
universal. Porém...
A criação das Convenções, mesmo atendendo aos anseios da classe trabalhista 
e aos parcos princípios de Saúde Ocupacional e de Segurança no Trabalho exis-
tentes à época, serviu muito mais para manter as relações de poder, arrefecendo 
os ânimos sociais pela criação de um ambiente onde as reivindicações traba-
lhistas começavam a ser atendidas sem criar maiores riscos à classe dominante.
Independentemente da ótica dos fatos, o importante é que pela primeira vez 
os Estados puderam intervir de maneira mais drástica e decisiva no sentido de 
regulamentar as práticas laborais, ao mesmo tempo em que puderam associá-
-las a mecanismos e metodologias mais seguras de execução.
Ao todo, no período de 1919 a 2015, foram elaboradas e publicadas 189 con-
venções, sendo a mais recente sobre a regulamentação do trabalho doméstico, 
convenção esta publicada em 2011, mas não ratiicada ainda pelo Brasil devido 
à incompatibilidade jurídica com os dispositivos trabalhistas aqui existentes.
a. Dentre as diversas convenções existentes, destacam-se:
b. Convenção relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto 
(proteção à maternidade) – Convenção OIT nº. 3 – Possui grande inlu-
ência na criação do auxílio maternidade (Lei Federal 8.213/91, alterada 
pela Lei Federal 8.861/94).
c. Convenção relativa à igualdade de tratamento (indenização por acidente 
de trabalho) – Convenção OIT nº. 19 – Possui grande inluência na cria-
ção do auxílio doença acidentário (também representado pela Lei Federal 
8.213/91).
d. Convenção sobre a proteção das máquinas – Convenção OIT nº. 163 – Base 
para a criação da Norma Regulamentadora nº.12 (proteção a máquinas, 
equipamentos e instalações).
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e. Convenção sobre o peso máximo de cargas – Convenção OIT nº. 127 
– Base para a criação da Norma Regulamentadora nº. 11 (transporte, 
movimentação, armazenagem e manuseio de materiais).
f. Convenção sobre os serviços de saúde do trabalho – Convenção OIT nº. 
161 – Base para a criação da Norma Regulamentadora nº. 4 (Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Traba-
lho – SESMT).
Convenção sobre segurança no trabalho com produtos químicos – Convenção 
OIT nº. 170 – Base para a criação da Norma Regulamentadora nº. 15 (ativida-
des e operações insalubres).
Obviamente, não é nossa intenção demonstrar a você um resumo de todas 
as Convenções Internacionais do Trabalho, ainal, discutir sobre a aplicação de 
189 convenções exigiria a criação de uma obra somente para esse assunto. Ao 
contrário, nosso objetivo é ilustrar a importância dessas convenções enquanto 
elementos que precederam a criação de importantes leis trabalhistas e, também, 
das Normas Regulamentadoras, objeto de nosso estudo.
Convenções Internacionais do Trabalho
A Organização Internacional do Trabalho – OIT possui escritórios em todos 
os países signatários e páginas de internet nos principais países, dentre eles, 
o Brasil. O site da OIT Brasil apresenta informações bastante detalhadas so-
bre todas as convenções existentes, separando-as em ratiicadas e não rati-
icadas pelo Brasil. Vale a pena conferir convenção a convenção para com-
preender sua evolução.
O site se encontra disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br>. Acesso em: 
19 jun. 2015.Fonte: o autor.
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A atenção ao “Saiba Mais” se faz necessária para que você compreenda um aspecto 
importante relacionado à evolução das Convenções. Apenas na segunda metade 
do século XX as convenções passaram a ter um enfoque mais técnico, pautadas 
no desenvolvimento do conhecimento acerca dos riscos ambientais e das solu-
ções tecnológicas que poderiam ser empregadas no sentido de reduzir os riscos 
do ambiente de trabalho.
Antes desse período, as convenções possuíam um caráter de redução de ris-
cos pela redução do perigo, da mesma forma que acontecera com as primeiras 
leis que versavam sobre direitos trabalhistas e segurança no trabalho no século 
XIX. Esse seria um andamento natural às convenções, tendo em vista que a 
redução de riscos no ambiente de trabalho também é condicionada à própria 
evolução tecnológica.
Outra questão para a qual precisamos nos atentar é a ratiicação da 
relação entre as convenções e as Normas Regulamentadoras. Veja o se-
guinte exemplo, retirado da Convenção nº 148 (BRASIL, 1979), que 
dispõe sobre a contaminação do ar, ruídos e vibrações:
PARTE III MEDIDAS DE PREVENÇÃO E DE PROTEÇÃO
Art. 8 — 1. A autoridade competente deverá estabelecer os critérios que 
permitam deinir os riscos da exposição à contaminação do ar, ao ruído 
e às vibrações no local de trabalho, e a ixar, quando cabível, com base 
em tais critérios, os limites de exposição.
2. Ao elaborar os critérios e ao determinar os limites de exposição, a 
autoridade competente deverá tomar em consideração a opinião de 
pessoas tecnicamente qualiicadas, designadas pelas organizações inte-
ressadas mais representativas de empregadores e de trabalhadores.
3. Os critérios e limites de exposição deverão ser ixados, completados e 
revisados a intervalos regulares, de conformidade com os novos conhe-
cimentos e dados nacionais e internacionais, e tendo em conta, na me-
dida do possível, qualquer aumento dos riscos proissionais resultante 
da exposição simultânea a vários fatores nocivos no local de trabalho.
Segundo o trecho em destaque, a Convenção nº 148 preconiza que os países 
signatários estabeleçam os riscos em suas categorias e os limites de exposição 
respectivos. O Brasil é um dos países signatários dessa convenção e, dessa forma, 
por meio de dispositivo especíico, estabeleceu a categorização dos riscos labo-
rais (Figura 2).
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Figura 2: Categorias de riscos laborais
Fonte: adaptada da Portaria nº 25 de 29/12/1994
A Figura 2 ilustra os riscos associados às suas cores especíicas, sendo a cor 
verde associada aos riscos físicos, a cor vermelha associada aos riscos quími-
cos, a cor marrom associada aos riscos biológicos, a cor amarela associada aos 
riscos ergonômicos e a cor azul aos riscos de acidentes. Essas cores são padro-
nizadas e servem como elemento lúdico para que os trabalhadores reconheçam 
rapidamente a categoria de risco a qual se encontra submetido. (Acesse o livro 
disponível no AVA para versão colorida).Ademais, o Brasil, também por meio 
de dispositivo especíico, estabeleceu os limites de exposição para agentes cau-
sadores de risco. Como exemplo, o Quadro 1 demonstra os limites de exposição 
considerando o risco físico ruído (esse assunto será tratado em detalhes quando 
abordarmos a NR 15):
NÍVEL DE RUÍDO  
DB (A)
MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA  
PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
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Ruídos
Vibrações
Radiações
ionizantes
Radiações
não
ionizantes
Frio
Calor
Pressão
Umidade
Poeiras
Fumaça
Névoa
Neblina
Gases
Vapores
Substâncias
compostas
Vírus
Bactérias
Protozoários
Fungos
Parasitas
Animais
peçonhentos
Esforço
físico
intenso
Sobrecarga
Posturas
inadequadas
Trabalho
noturno
Jornadas
excessivas
Estresse
físico
Atividades
repetitivas
Arranjo
físico
inadequado
Máquinas e
equipamentos
sem proteção
Ferramentas
inadequadas
ou defeituosas
Iluminação
inadequada
Incêndios e
explosões
Animais
peçonhentos
Condutas
inadequadas
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89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e trinta minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Quadro 1: Níveis de ruídos intermitentes ou contínuos e seus respectivos limites de exposição, segundo a 
NR 15, Anexo I
Fonte: Brasil - MTE (2015, online) 
Percebeu que ao longo dessa última discussãomencionamos o termo “dispo-
sitivo especíico” e, logo acima, como exemplo, nos utilizamos de um quadro 
advindo de uma Norma Regulamentadora? Dessa forma, esse “dispositivo espe-
cíico” geralmente é uma Norma Regulamentadora ou mesmo uma normativa 
complementar.
Assim, ica clara a relação entre as Convenções da OIT e as Normas 
Regulamentadoras, sendo as primeiras predecessoras e bases, diretas ou indire-
tas, para a elaboração das últimas.
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NORMAS REGULAMENTADORAS EM NÍVEL LOCAL
Nos tópicos anteriores, conseguimos avaliar a historicidade de elementos prede-
cessores às Normas Regulamentadoras em nível mundial. Contudo, em alguns 
momentos, propositadamente inserimos o contexto brasileiro em uma tenta-
tiva de trazer à luz o conhecimento de que os fatos históricos são integrados e 
imbricados.
O desenvolvimento de dispositivos legais e as questões trabalhistas no Brasil 
não foram discutidos sob a efervescência daquilo que acontecera no cenário 
internacional. Aliás, essas discussões e o desenvolvimento desses dispositivos se 
deram com pelo menos 50 anos de atraso frente aos acontecimentos na Europa 
e nos Estados Unidos da América. Todavia, merecem destaque por se aproxi-
marem cronologicamente do desenvolvimento das Normas Regulamentadoras.
A questão da segurança no trabalho foi tema secundário às reivindicações 
trabalhistas brasileiras, muito mais pautadas na questão do aumento salarial e na 
luta pelos direitos políticos, especialmente na época da Ditadura Militar. Isso se 
justiica pelo desenvolvimento tardio das relações trabalhistas, em comparação 
com os países europeus, que não possuíam quaisquer princípios de segurança 
no trabalho que fossem relevantes.
Para melhorar o entendimento, podemos dizer que o Brasil “pegou o bonde 
andando” no que tange ao desenvolvimento de uma cultura preservacionista da 
força de trabalho, o que explica, em grande parte, a inexistência de crises sociais 
de grande porte relacionadas à questão da Segurança no Trabalho.
Normas Regulamentadoras em Nível Local
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Sobre a relação dos instrumentos legais predecessores às NRs, podemos destacar 
o Decreto-Lei 5.452/1943 (BRASIL, 1943) e a Lei 6.514/1977 (BRASIL, 1977), 
que respectivamente tratam da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT e da 
Lei que altera o Capítulo V da CLT, aprimoraram os princípios e diretrizes sobre 
Segurança dno Trabalho e serviram de subsídios teóricos e práticos para a ela-
boração de Normas Regulamentadoras especíicas (Quadro 2).
DISPOSITIVO DA LEI 6.514/77 NR EQUIVALENTE
SEÇÃO III - Dos Órgãos de Seguran-
ça e de Medicina do Trabalho nas 
Empresas.
NR 4 - Serviços especializados em Enge-
nharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho.
SEÇÃO IV - Do Equipamento de Prote-
ção Individual.
NR 6 – Equipamento de Proteção Indivi-
dual – EPI.
SEÇÃO V - Das Medidas Preventivas 
de Medicina do Trabalho.
NR 7 – Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional – PCMSO.
SEÇÃO XIII - Das Atividades Insalubres 
ou Perigosas.
NR 15 – Atividades e Operações Insalu-
bres e NR 16 – Atividades e Operações 
Perigosas.
Demais seções. Equivalente ao desenvolvimento das 
demais NRs.
Quadro 2: Comparação entre os dispositivos da Lei Federal 6.514/77 e as atuais Normas Regulamentadoras 
– NRs 
Fonte: adaptado da ABNT (apud ATLAS, 2012)
Para se ter uma ideia, a Lei 6.514/77 trata ainda da gestão participativa sobre 
Segurança no Trabalho. Em seu texto, essa lei traz as obrigações de cada ator 
envolvido nesse sistema de garantia da Segurança e Saúde do Trabalhador, não 
tão bem deinidas como na atual NR 5, que deine a função e o papel da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, mas suicientes enquanto iniciativa 
para sua elaboração.
Por im, um dos últimos aspectos históricos que merecem destaque é a ele-
vação dos princípios de Segurança e Saúde no Trabalho a direitos universais do 
cidadão brasileiro, garantidos por meio do Artigo 7° da Constituição Cidadã 
de 1988 (BRASIL, 1988), o que reforça a importância da criação das Normas 
Regulamentadoras como instrumentos capazes de estabelecer as diretrizes para 
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a execução segura e saudável da prática laboral.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa (BRASIL, 1988).
Posto isso, inalizamos a discussão sobre a historicidade da Segurança no Trabalho 
relacionada aos elementos predecessores às Normas Regulamentadoras. Você veri-
icou que existe uma riqueza de conhecimentos e de detalhes que nos ajudam a 
explicar a respeito das Normas Regulamentadoras e que, ainda, nos trazem sub-
sídios para entender sobre sua dinâmica de criação e de evolução.
Ademais, fizemos tudo isso sem falar diretamente das Normas 
Regulamentadoras, algo que faremos no próximo tópico. Vamos lá?
NORMAS REGULAMENTADORAS: PREFÁCIO
Como analisado nos tópicos anteriores desta unidade, as Normas Regulamentadoras 
são resultantes diretas ou indiretas das disposições contidas nos elementos pre-
decessores, sejam leis (em especial a Lei Federal 6.514/77) ou as Convenções 
Internacionais do Trabalho, as quais preconizam a existência de normas locais 
que estabeleçam as metodologias e os instrumentos necessários para a realiza-
ção dos trabalhos, de uma maneira segura e saudável.
Normas Regulamentadoras: Prefácio
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De uma maneira direta, quando falamos a respeito de uma Norma 
Regulamentadora, estamos falando de um conjunto de diretrizes especíicas e 
vinculadas à Segurança e Saúde no Trabalho. Em outras palavras, uma NR apre-
senta o conjunto de regras que devem ser obedecidas por um público-alvo, no 
caso, empregadores e empregados, para que a vida, a saúde e a integridade física 
do trabalhador sejam preservadas.
Figura 3: Normas Regulamentadoras
Fonte: Batistella (2015, online).
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Um aspecto importante das NRs é que elas podem apresentar diretrizes de cunho 
técnico ou de cunho administrativo:
 ■ A NR 12 (Proteçãoa Máquinas, Equipamentos e Instalações) é um 
dos exemplos relacionados a uma norma de cunho basicamente técnico, 
pois ela apresenta soluções de engenharia bastante especíicas, como 
espaçamentos mínimos entre máquinas, proteções às partes móveis de 
equipamentos, dimensões de corredores em layouts, entre outras carac-
terísticas aplicadas. 
 ■ Por sua vez, a NR 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
– CIPA) é uma das NRs que possuem caráter tipicamente admi-
nistrativo, pois impõe a criação de um órgão empresarial formado 
por representantes dos empregados e do empregador, sendo esses 
representantes responsáveis pela adoção e iscalização de todos os 
princípios aplicáveis das NRs em sua empresa.
Além do aspecto das diretrizes, uma NR pode possuir caráter aplicado ou 
transversal:
 ■ Dizemos que a NR é aplicada quando trata de um assunto bastante espe-
cíico, como, por exemplo, a NR 36 (Segurança e Saúde no Trabalho em 
Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados), onde se 
veriica que suas diretrizes são aplicadas somente às empresas daquele 
segmento. 
 ■ Por outro lado, as NRs transversais são de ampla aplicabilidade. Por exem-
plo, a NR 17 (Ergonomia) encontra-se aplicada em praticamente todas as 
empresas dos diferentes setores econômicos (Agropecuária, Indústria e 
Serviços), pois suas diretrizes são praticamente universais (a adaptação 
do posto de trabalho às condições antropométricas e dinâmicas dos tra-
balhadores é necessária em todas as atividades econômicas, sendo um 
dos aspectos para a manutenção da saúde do trabalhador).
O Quadro 3 apresenta a segmentação das NRs em administrativas, técnicas, apli-
cadas e transversais:
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DESCRIÇÃO DA NORMA 
REGULAMENTADORA
ADMINISTRATIVA TÉCNICA APLICADA TRANSVERSAL
NR 1 – Disposições Gerais X X
NR 2 – Inspeção Prévia X X
NR 3 – Embargo e Interdição
X X
NR 4 – Serviço Especializado 
em Segurança e Medicina do 
Trabalho
X X X
NR 5 – Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes – 
CIPA
X X X
NR 6 – Equipamentos de 
Proteção Individual – EPIs X X
NR 7 – Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacio-
nal – PCMSO
X X X
NR 8 – Ediicações X X
NR 9 – Programa de Preven-
ção de Riscos Ambientais 
– PPRA
X X X
NR 10 – Segurança em 
Instalações e Serviços em 
Eletricidade
X X
NR 11 – Transporte, movi-
mentação, armazenagem e 
manuseio de materiais
X X
NR 12 – Máquinas e Equipa-
mentos
X X
NR 13 – Caldeiras e Vasos de 
Pressão.
X X
NR 14 – Fornos X X
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NR 15 – Atividades e Opera-
ções Insalubres
X X
NR 16 – Atividades e Opera-
ções Perigosas
X X
NR 17 – Ergonomia X X
NR 18 – Condições e meio 
ambiente de trabalho na 
Indústria da Construção
X X
NR 19 – Explosivos X X
NR 20 – Líquidos Combustí-
veis e Inlamáveis X X X
NR 21 – Trabalho a céu 
aberto
X X
NR 22 – Segurança e Saúde 
Ocupacional na Mineração X X
NR 23 – Proteção Contra 
Incêndios
X X X
NR 24 – Condições Sanitárias 
e de Conforto nos locais de 
trabalho
X X
NR 25 – Resíduos Industriais
X X
NR 26 – Sinalização de Segu-
rança
X X
NR 27 – Registro proissional 
do Técnico de Segurança do 
Trabalho no Ministério do 
Trabalho
X X
NR 28 – Fiscalização e Pena-
lidades
X X
NR 29 – Norma Regulamen-
tadora de Segurança e Saúde 
no Trabalho Portuário
X X
NR 30 – Segurança e Saúde 
no Trabalho Aquaviário X X
Normas Regulamentadoras: Prefácio
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NR 31 – Segurança e Saúde 
no Trabalho na Agricultura, 
Pecuária, Silvicultura, Explo-
ração Florestal e Aquicultura
X X
NR 32 – Segurança e Saúde 
no Trabalho em Serviços de 
Saúde
X X
NR 33 – Segurança e Saúde 
nos trabalhos em espaços 
coninados
X X
NR 34 - Condições e meio 
ambiente de trabalho na 
indústria da construção e 
Reparação Naval
X X
NR 35 – Trabalho em Altura X X X
NR 36 – Segurança e Saúde 
no Trabalho em Empresas de 
Abate e Processamento de 
Carnes e Derivados
X X
Quadro 3: Segmentação das Normas Regulamentadoras em administrativas, técnicas, aplicadas e 
transversais
Fonte: adaptado de Brasil - MTE (2015, online).
Por meio da análise das informações do Quadro 3, veriicamos que até a NR 28 
as normas tendem a possuir o caráter técnico e transversal, ou seja, soluções de 
engenharia para a resolução de questões comuns a todas as empresas. A partir 
da NR 29, as NRs apresentam-se em sua característica técnica, porém aplicada.
Isto se deve ao fato de que as 28 primeiras NRs foram aprovadas dentro de 
um único contexto, em uma única portaria (Portaria 3.214/78, do Ministério do 
Trabalho e Emprego) e as demais NRs foram publicadas por portarias comple-
mentares, em um momento posterior.
Assim, veriica-se que houve uma tentativa do Ministério do Trabalho e 
Emprego em atender o máximo de demandas relacionadas à Saúde Ocupacional 
e Segurança no Trabalho com as 28 primeiras NRs e que as demandas especí-
icas foram atendidas ao longo do tempo com as demais NRs, algo que é uma 
tendência ainda nos dias atuais, tendo em vista a ampliação da complexidade 
dos postos de trabalho.
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Neste momento, tomo a liberdade de transcrever algumas questões importantes 
que devem existir em sua mente nesta altura do campeonato. Será que acertei 
em minha análise?
 ■ Quais são os atores que estão envolvidos na criação das NRs?
 ■ Como se dá o processo de criação de uma NR?
 ■ Qual será a tendência das NRs considerando o aumento da complexidade 
das práticas laborais e dos postos de trabalho (criar novas NRs ou adaptar 
às já existentes)? E, como eu, Tecnólogo(a) em Segurança no Trabalho, 
devo lidar com as NRs?
Sei que podem existir mais questões além dessas, mas penso que muitas das 
dúvidas que possam surgir estejam relacionadas aos questionamentos acima 
colocados. Tais questionamentos são relevantes, tendo em vista que o assunto 
“Normas Regulamentadoras” é bastante extenso e complexo. 
Mas creio que agora é hora de fazermos uma pequena pausa em nossos estu-
dos e deixarmos todas essas curiosidades para serem respondidas por meio de 
nossas novas discussões nas unidades posteriores. Por enquanto, vamos reto-
mar aquilo que discutimos ao longo de nossa primeira unidade e nos preparar 
para nossas primeiras atividades. Sigamos adiante!
As 28 primeiras Normas Regulamentadoras foram aprovadas em 1978 por 
meio da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego. Isso não signi-
ica que elas foram publicadas em suas formas atuais todas de uma vez. A 
partir do inal da década de 1970 e ao longo das décadas de 1980 e 1990, as 
28 primeiras NRs foram publicadas e alteradas por meio de Portarias espe-cíicas e ainda nos dias atuais veriicamos alterações importantes nas NRs, 
pela mesma sistemática.
Fonte: o autor.
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), 
Chegamos ao inal da nossa primeira unidade. Aliás, uma unidade bas-
tante proveitosa do ponto de vista da compreensão da gênese de nossas Normas 
Regulamentadoras. Ao longo de nossa primeira unidade, percebemos que exis-
tiram, ao longo de nossa história, diversos elementos predecessores às NR´s, 
basicamente com caráter orientativo. Desde o Egito Antigo, foram vários os rela-
tos relacionados às formas de execução mais segura dos trabalhos. Até mesmo 
a Bíblia Sagrada apresenta relatos dessa natureza.
Tais relatos, com o passar dos séculos, foram se aproximando de nossa reali-
dade e, aos poucos, foram se modiicando, acrescentando em si o caráter técnico, 
todavia, sempre acompanhando as crises que enfraqueciam a força de traba-
lho e a dignidade dos trabalhadores. Veriicamos também que a Organização 
Internacional do Trabalho teve relevante papel no desenvolvimento das primei-
ras diretrizes relacionadas à Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho, em 
especial, após a década de 1950, o que serviu de base para a criação das normas 
locais de cada país sobre o assunto e também das Normas Regulamentadoras de 
Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho no Brasil.
A historicidade brasileira sobre esse assunto também foi avaliada e nos trouxe 
a conclusão de que tais diretrizes foram elaboradas em um cenário menos efer-
vescente, onde as principais lutas trabalhistas eram relacionadas à manutenção 
de direitos de cidadania em plena ditadura militar. Todavia, isso não tirou o 
brilho dos elementos predecessores das Normas Regulamentadoras, e a apre-
sentação desses elementos, em especial, a Consolidação das Leis Trabalhistas e 
a Lei Federal 6.514/77, estabeleceu a máxima ligação entre tais elementos e as 
Normas Regulamentadoras em si.
Por im, apresentamos uma breve introdução sobre as NRs, apontando suas 
características básicas e conceitos, algo fundamental para o entendimento de 
nossos próximos assuntos. Espero que você tenha gostado de nossa discussão. 
Por enquanto, vamos ixar nossos conhecimentos por meio das atividades desta 
primeira unidade? Vamos lá!
1. Conforme exposto nesta unidade, as Normas Regulamentadoras podem apre-
sentar diretrizes de cunho técnico ou administrativo, ou ainda caráter aplicado 
ou transversal. Com base nesse assunto, analise as alternativas abaixo e assinale 
a correta.
a. As diretrizes de cunho técnico podem ser aplicadas somente às empresas do 
segmento ao qual pertencem.
b. As diretrizes de caráter aplicado podem ser implantadas em praticamente 
todas as empresas dos diferentes setores econômicos.
c. As diretrizes de caráter transversal são praticamente universais, portanto, 
têm ampla aplicabilidade.
d. As diretrizes de cunho administrativo apresentam soluções de engenharia 
bastante especíicas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
2. No segmento de tecnologia da informação, é comum reclamações dos colabora-
dores em relação às más condições de trabalho, especialmente relacionadas aos 
equipamentos e mobiliário inadequados para as atividades executadas. Nesse 
caso, qual Norma Regulamentadora deve ser utilizada para adaptar o ambiente 
de trabalho visando proporcionar o máximo de conforto aos colaboradores?
a. NR 17
b. NR 18
c. NR 25
d. NR 10
e. NR 11 
3. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) criou a Convenção Internacional 
do Trabalho, que pode ser entendida como Normas Internacionais. Estas servi-
ram de base para a criação das Normas Regulamentadoras. Fale sobre a aplica-
bilidade dessa convenção.
41 
HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
A OIT foi criada em 1919, como parte do Tra-
tado de Versalhes, que pôs im à Primeira 
Guerra Mundial. Fundou-se sobre a con-
vicção primordial de que a paz universal 
e permanente somente pode estar base-
ada na justiça social. É a única das agências 
do Sistema das Nações Unidas com uma 
estrutura tripartite, composta de represen-
tantes de governos e de organizações de 
empregadores e de trabalhadores. A OIT é 
responsável pela formulação e aplicação 
das normas internacionais do trabalho 
(convenções e recomendações). As con-
venções,  uma vez ratiicadas por decisão 
soberana de um país, passam a fazer parte 
de seu ordenamento jurídico. O Brasil está 
entre os membros fundadores da OIT e 
participa da Conferência Internacional 
do Trabalho desde sua primeira reunião. 
Na primeira Conferência Internacional do 
Trabalho, realizada em 1919, a OIT adotou 
seis convenções. 
A primeira delas respondia  a uma das 
principais reivindicações do  movimento 
sindical e operário do inal do século XIX 
e começo do século XX: a limitação da jor-
nada de trabalho a 8 diárias e 48 semanais. 
As outras convenções adotadas nessa oca-
sião referem-se à proteção à maternidade, 
à luta contra o desemprego, à deinição 
da idade mínima de 14 anos para o traba-
lho na indústria e à proibição do trabalho 
noturno de mulheres e menores de 18 anos. 
Albert Thomas tornou-se o primeiro Dire-
tor-Geral da OIT. Em 1926, a Conferência 
Internacional do Trabalho introduziu uma 
inovação importante com vistas a supervi-
sionar a aplicação das normas. Criou uma 
Comissão de Peritos, composta por juristas 
independentes, encarregada de examinar 
os relatórios enviados pelos governos sobre 
a aplicação de Convenções por eles rati-
icadas (as “memórias”). A cada ano, essa 
Comissão apresenta seu próprio relatório à 
Conferência. Desde então, seu mandato foi 
ampliado para incluir memórias sobre con-
venções e recomendações não ratiicadas. 
Em 1932, depois de haver assegurado uma 
forte presença da OIT no mundo durante 13 
anos, Albert Thomas faleceu. Seu sucessor, 
Harold Butler, teve que enfrentar o pro-
blema do desemprego em massa, produto 
da Grande Depressão. Nesse contexto, as 
convenções já  adotadas pela OIT ofereciam 
um mínimo de proteção aos desempre-
gados.
Durante seus primeiros quarenta anos de 
existência, a OIT consagrou a maior parte 
de suas energias a desenvolver normas 
internacionais do trabalho e a garantir sua 
aplicação. Entre 1919 e 1939 foram adota-
das 67 convenções e 66 recomendações. A 
eclosão da Segunda Guerra Mundial inter-
rompeu temporariamente esse processo.
Em agosto de 1940, a localização da Suíça 
no coração de uma Europa em guerra levou 
o novo Diretor-Geral, John Winant, a mudar 
temporariamente a sede da Organização 
de Genebra para Montreal, no Canadá. Em 
1944, os delegados da Conferência Interna-
cional do Trabalho adotaram a Declaração 
de Filadélia que, como anexo à sua Cons-
tituição, constitui, desde então, a carta de 
princípios e objetivos da OIT. Essa Declara-
ção antecipava em quatro meses a adoção 
da Carta das Nações Unidas (1946) e, em 
quatro anos, a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1948), para as quais ser-
viu de referência. Reairmava o princípio de 
que a paz permanente só pode estar base-
ada na justiça social e estabelecia quatro 
ideias fundamentais, que constituem valo-
res e princípios básicos da OIT até hoje: que 
o trabalho deve ser fonte de dignidade, que 
o trabalho não é uma mercadoria, que a 
pobreza, em qualquer lugar, é uma ame-
aça à prosperidade de todos e que todos os 
seres humanos têm o direito de perseguir 
o seu bem-estar material em condições de 
liberdade e dignidade, segurança econô-
mica e igualdade de oportunidades.
No inal da guerra,nasce a Organização 
das Nações Unidas (ONU), com o objetivo 
de manter a paz por meio do diálogo entre 
as nações. A OIT, em 1946, se transforma 
em sua primeira agência especializada. Em 
1969, ano em que comemorava seu 50º ani-
versário, a OIT recebeu o Prêmio Nobel da 
Paz. Ao apresentar o prestigioso prêmio, 
o Presidente do Comitê do Prêmio Nobel 
ressaltou que “a OIT tem uma inluência 
perpétua sobre a legislação de todos os paí-
ses” e deve ser considerada “a consciência 
social da humanidade”. A OIT desempe-
nhou um papel importante na deinição das 
legislações trabalhistas e na elaboração de 
políticas econômicas, sociais e trabalhistas 
durante boa parte do século XX. 
Em 1998, a Conferência Internacional 
do Trabalho, na sua 87ª Sessão, adota a 
Declaração dos Direitos e Princípios Fun-
damentais no Trabalho, deinidos como o 
respeito à liberdade sindical e de associa-
ção e o reconhecimento efetivo do direito 
de negociação coletiva, a eliminação de 
todas as formas de trabalho forçado ou 
obrigatório, a efetiva abolição do trabalho 
infantil e a eliminação da discriminação em 
matéria de emprego e ocupação. A  Decla-
ração associa a esses 4 direitos e princípios 
8 convenções, que passam a ser deini-
das como fundamentais. Estabelece que 
todos os Estados Membros da OIT, pelo sim-
ples fato de sê-los e de terem aderido à 
sua Constituição, são obrigados a respei-
tar esses direitos e princípios, havendo ou 
não ratiicadas as convenções a eles corres-
pondentes. A Conferência deine também 
a ratiicação universal dessas convenções 
como um objetivo, senta as bases para 
um amplo programa de cooperação téc-
nica da OIT com os seus Estados Membros 
com o objetivo de contribuir à sua efetiva 
aplicação e deine um mecanismo de moni-
toramento dos avanços realizados. 
Em junho de 2008, durante a 97ª Sessão 
da Conferência Internacional do Trabalho, 
que se realiza anualmente em Genebra, 
representantes de governos, emprega-
dores e trabalhadores adotaram um dos 
mais importantes documentos da OIT: a 
Declaração sobre Justiça Social para uma 
Globalização Equitativa. Corresponde a 
uma das primeiras manifestações de um 
organismo internacional com preocupa-
ções sobre o mundo globalizado e a grave 
crise inanceira internacional que iria eclo-
dir a partir de setembro de 2008. 
Fonte: ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRA-
BALHO. Disponível em: <http://www.oitbrasil.
org.br/content/hist%C3%B3ria>. Acesso em: 
17 jun. 2015.
 
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Segurança e medicina do trabalho
Editora: Saraiva
Sinopse: essa obra contempla o serviço Atualize seu 
Código. Para downloads, clique em material de apoio. Em 
duas cores, a obra reúne a legislação tutelar que garante 
aos trabalhadores a proteção legal da integridade físico-
psíquica e a qualidade de vida laboral sadia. Normas 
Regulamentadoras – NRs 1 a 36, dispositivos da Constituição 
Federal e da CLT, Convenções da OIT e Principais Normas 
Trabalhistas e Previdenciárias. Atualização semanal via 
internet, com aviso por e-mail e SMS. Destaques dessa 
edição: Portaria 1.885, de 2-12-2013 (Alterações na NR 
16); Lei n. 12.873, de 24-10-2013 (Licença-maternidade: 
Alterações relativas à adoção conjunta e direito à licença do 
cônjuge ou companheiro no caso de falecimento da genitora); Súmulas do STF, Vinculantes, STJ, 
TST, JEFs, Orientações Jurisprudenciais e Precedentes Normativos do TST; Dicas para consulta 
rápida na parte interna da capa.
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Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
ANÁLISE SOBRE AS NORMAS 
REGULAMENTADORAS DO 
TRABALHO – PARTE I
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o processo de elaboração das NRs.
 ■ Apresentar os aspectos gerais das NRs.
 ■ Compreender os aspectos técnicos das NRs 01 a 06.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Normas Regulamentadoras: Atores envolvidos em seu processo de 
criação
 ■ Normas Regulamentadoras: Quem é obrigado a segui-las?
 ■ Normas Regulamentadoras nº 01 a 06: Uma abordagem técnica
INTRODUÇÃO
Caro(a) estudante, 
Estamos iniciando nossa segunda unidade e, por meio desta, também iniciare-
mos os estudos, de maneira mais aplicada, de nossas Normas Regulamentadoras.
Para que o aprendizado se torne mais fácil, faremos uma breve visitação 
sobre os principais aspectos de cada norma em sua ordem oicial (NR 1 a NR 
36). Logicamente que essa extensa análise não caberia em apenas uma unidade, 
mas, por meio desta segunda unidade, faremos a análise da NR 1 (Disposições 
Gerais) à NR 6 (Equipamentos de Proteção Individual – EPIs).
Todavia, ainda icaram algumas questões em aberto, as quais são originadas 
de nossa primeira unidade. Se você está lembrado(a), em nossa contextualização 
sobre as NRs, estabelecemos um conjunto de questionamentos que ainda não foram 
respondidos naquela oportunidade. Da mesma forma, existem ainda outros ques-
tionamentos que precisam ser abordados antes de nossa análise aplicada às NRs.
Assim, nossa segunda unidade será aberta pela discussão desses questio-
namentos, e essa discussão terá por objetivo esclarecer sobre quais atores são 
envolvidos na elaboração ou atualização das normas, bem como sobre quais ato-
res que são obrigados a seguir o disposto nas NRs. 
Outrossim, também objetivamos, com esta discussão inicial, esclarecer qual 
a conduta ou tendência quando se veriica o aumento de complexidade da prá-
tica laboral e, ainda, qual é o papel do Tecnólogo em Segurança no Trabalho no 
que concerne à aplicabilidade das Normas Regulamentadoras em sua prática 
proissional.
A partir dessa compreensão, estaremos aptos a adentrar a análise individual de 
cada norma, salientando que não teremos a pretensão de esgotar todos os assuntos 
relacionados à cada Norma Regulamentadora. Leve em conta que a apresentação 
deste material é uma humilde contribuição aos seus estudos e que uma verda-
deira proposta de ensino-aprendizagem também engloba a sua proativa ação em 
consolidar seu conhecimento também se utilizando de outras bases coniáveis.
Vamos prosseguir em nossos estudos? Seja bem-vindo(a) a nossa segunda 
unidade.
Introdução
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ANÁLISE SOBRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO – PARTE I
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NORMAS REGULAMENTADORAS: ATORES 
ENVOLVIDOS EM SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO
A criação das Normas Regulamentadoras não é uma tarefa simples. Pelo contrá-
rio, é uma tarefa que exige dedicação, tempo e conhecimento. Da mesma forma, o 
consenso e a contribuição proissional de pesquisadores, trabalhadores e empre-
gadores se fazem fundamentais para a composição de uma norma que realmente 
relita a realidade e proporcione a execução de um trabalho produtivo e seguro.
Para que isso ocorra, alguns atores são necessários, a saber:
O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE Esse Ministério é um ente ligado 
ao Poder Executivo Federal e, em sua estrutura, existem órgãos subordinados que 
cooperam entre si para a elaboração da Norma Regulamentadora. Geralmente 
estão envolvidas a Secretaria Executiva, a Secretaria de

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