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Modelagem e Controle de Sistemas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Claudia Barros dos Santos Revisão Textual: Prof.ª Esp.ª Kelciane da Rocha Campos Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais • Transformadas de Laplace. · Fornecer ao aluno ferramentas para que ele possa simplificar um sistema e em seguida esboçar qual é a resposta daquele sistema em uma variável usual, como, por exemplo, o tempo. · Estudar e conhecer as transformadas de Laplace. As funções de trans- ferência nem sempre são simples como as funções da tabela de trans- formadas de Laplace, então o aluno deverá saber transformar uma fração em frações parciais. · Facilitar ainda mais a sua leitura e interpretação simplificadas para um sistema complexo · Escrever a equação de transferência de um sistema real tanto no espaço de frequências como no espaço de estados. OBJETIVO DE APRENDIZADO Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Transformadas de Laplace Já encontramos nas Unidades de estudo anteriores alguma motivação para estudar as transformadas de Laplace. Nem sempre os sistemas podem ser representados em funções do tempo, como gostaríamos. Na maioria das vezes, os sistemas são baseados em dispositivos que trabalham com sinais de pulsos e impulsos, como frequência, tensão, comprimentos de onda, corrente etc. Uma boa parte dessas grandezas pode ser representada por uma variável complexa. Uma variável complexa é dita variável complexa porque é um número que tem sua parte real (como nós estamos acostumados) e uma parte imaginária. Podemos representar essa variável da seguinte maneira: s j� �� � Onde σ é a parte real, ao passo que ω é a parte imaginária. É muito útil para o estudo de sistemas que o aluno saiba e compreenda representar uma variável complexa graficamente. Veja mais em: https://goo.gl/vGULz8.Ex pl or Representação Geométrica de Variáveis Complexas e Definições Usuais Já utilizamos em Unidade anteriores a notação G(s) para uma função complexa. Podemos escrever que G s G jGx y� � � � . Onde Gx e Gy são quantidades reais. O cálculo do módulo de G(s) é idêntico ao cálculo do módulo de um vetor, G Gx y 2 2+ e o ângulo entre eles é dado por tg G G y x � � �1 . Este ângulo deve ser medido no sentido anti-horário a partir do eixo real (x) positivo. Por último, saiba que funções complexas têm o complexo conjugado, dado por G G jGs x y� � . Diz-se que uma função imaginária é dita analítica em uma região se ela G(s) e todas as suas derivadas existem nessa determinada região. Vamos utilizar como exemplo uma função G(s) no plano s. Seja G s s � � � � 1 1 . Então d ds G s s � � � � �� � 1 1 2 . Podemos observar que a função G(s), dada como exemplo, é analítica em todo plano s, exceto s = -1. Os pontos para os quais G(s) existe são denominados pontos ordinários, já os pontos onde G(s) não existe são denominados pontos singulares. Outros dois conceitos importantes nessa análise são os polos e zeros da fun- ção complexa. 8 9 Não se esqueça: as funções com- plexas são as funções que melhor representam funções de transfe- rência em sistemas dinâmicos. Os polos da função complexa são os pontos singulares para os quais G(s) tende a infinito. Já os zeros da função complexa são os pontos singulares para os quais G(s) se anula. Vamos utilizar um novo exemplo para ilustrar os polos e zeros de uma função complexa. Seja G s K s s s s s s � � � �� � �� � �� � �� � �� � 2 10 1 5 15 2 A função do exemplo tem zeros em s = -2 e s = -10, assim como tem polos em s = -1, s = -5 e s = -15. Observem que para o polo em s = -15, dizemos que a função tem polo duplo ou de ordem 2. Outra observação sobre esse exemplo é que, note o denominador, caso seja realizada a propriedade distributiva nos primeiros termos, teremos um s3. E ainda, para valores elevados de s, G(s) tende a se anular. Já vimos as características de uma função complexa, agora vamos nos voltar para a análise das transformadas de Laplace. Elas são especialmente úteis na análise de sistemas e sua estabilidade. A transformada de Laplace de um sinal x(t) qualquer pode ser definida como: X s x t e dtst� � � � � ���� � Onde, conforme vimos acima, a variável s é uma variável complexa. Podemos indicar a transformada de Laplace na forma de um operador, como x t X s� �� � � L (indica transformar uma função do tempo, t, em uma função de variável complexa, s. Em sinais de sistemas algumas funções são mais comumente encontradas, como: 1. A função exponencial, do tipo x t parat Ae paratt � � � �� � � � � � � 0 0 0� . A transformada de Laplace para essa função será: X s Ae Ae e dt X s A e dt X s A s t t st s t � � � �� �� � � � � � � � � � � � � � � � � �� � L � � � 0 0 . �� 9 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Onde s é variável complexa. 2. A função degrau, onde x t parat Aparat � � � � � � � � � � 0 0 0 . A transformada de Laplace para essa função será: X s parat Aparat A e dt X s A s st� � � �� � � � � � � � � � � � �L 0 0 0 0 . Observe que a função degrau, cuja altura A é unitária é chamada degrau unitário. 3. A função rampa, onde x t parat At parat � � � �� � � � � � 0 0 0 . A transformada de Lapla- ce para essa função será: X s parat At parat At e dt X s A s st� � � �� � � � � � � � � � � � �L 0 0 0 0 2 . 1) A função senoidal, onde x t parat Asen t parat � � � � � � � � � � � � 0 0 0� Importante! As funções periódicas podem ser escritas como uma combinação de exponenciais?Veja em Fórmula e notações de Euler no link https://goo.gl/eFWQBb. Você Sabia? Vamos escrever a função seno com a notação de Euler, utilizando uma combinação de funções exponenciais, onde sen t j e ej t j t� � �� � � �� ��1 2 . A transformada de Laplace dessa função será: X s A j e e A j e e e dt X s j t j t j t j t st� � � �� �� � � � � � � � �� � � � � � � �L 1 2 2 0 � � � � . �� � A s � �2 2 Outras funções podem surgir. No entanto, o que é mais comum na análise de sinais é que a função de transferência ou a função de um dispositivo qualquer seja interpretada como uma função de variável complexa G(s). Neste caso, o que é necessário fazer é utilizar o caminho inverso da Transformada de Laplace, ou 10 11 seja, a partir de uma função complexa s, obter uma função mais simplificada, com a variável tempo t. Esse processo é conhecido como Transformada inversa de Laplace e podemos utilizar a seguinte notação: L� � � � �� ��� �� � � � � � � � �1 1 2 0.X s x t j X s e dsc j c j st � para t Onde c é chamada abcissa de convergência (alguns livros chamam de região de convergência, RDI), é uma constante real e deve ter um valor superior à parte real de todos os pontos singulares de X(s), de modo que o caminho de integração fique paralelo ao eixo jw, deslocado do eixo de um valor c e à direita de todos os pontos singulares. Utilizar a equação definida para a transformada inversa de Laplace parece ser difícil, no entanto o que utilizamos na prática, na maioria das vezes, é uma tabela, onde constam as transformadas e anti-transformadas de Laplace que mais surgem em casos reais. Sendo assim, vamos tentar adquirir experiência em ler e interpretar a tabela de acordo com a necessidade do nosso sistema. Tabela 1 f (t) F (s) 1 Impulso unitário δ(t) 1 2 Degrau unitário 1(t) 1 s 3 t 1 2s 4 t n n n� �� � � �� � 1 1 1 2 3 ! , , , 1 sn 5 t nn �� �1 2 3, , ,... n sn ! +1 6 e at− 1 s a+ 7 te at− 1 2s a�� � 8 1 1 1 2 31 n t e nn at �� � � �� �� � ! , , 1 s a n�� � 9 t e nn at� �� �1 2 3, , ... n s a n ! �� � �1 11 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais 10 sen tω � �s2 2� f (t) F (s) 11 cos tω s s2 2� � 12 senh tω � �s2 2� 13 cosh tω s s2 2�� 14 1 1 a e at�� �� 1s s a�� � 15 1 b a e eat bt � �� �� � 1s a s b�� � �� � 16 1 b a be aebt at � �� �� � ss a s b�� � �� � 17 1 1 1 ab a b be aebt at� � �� �� �� � �� � � 1 s s a s b�� � �� � 18 1 12a e ateat at� �� �� � 1 2s s a�� � 19 1 12a at e at� �� �� 12s s a�� � 20 e sen tat� � � �s a�� � �2 2 21 e cos tat� � s a s a � �� � �2 2� 22 � � � � � ��n te sen tn 1 1 0 1 2 2 � �� � � � � ( ) � �� � n n ns s 2 2 22� � 12 13 23 � � � �� � � � � � � �� � � � � � � 1 1 1 1 0 1 0 2 2 2 1 2 � � � � � � � � � � ��e sen t tg e nt n ( ) �� s s sn n 2 22� ��� � f (t) F (s) 24 1 1 1 1 1 0 1 0 2 2 2 1 2 � � � �� � � � � �� � � �� � � � � � � � � � � � � � ��e sen t t tg e nt �� � � � � �� � n n ns s s 2 2 22� �� � 25 1 � cos�t � � 2 2 2s s �� � 26 � �t sen t� � � 3 2 2 2s s �� � 27 sen t tcos t� � �� 2 3 2 2 2 � �s �� � 28 1 2ω ωtsen t s s2 2 2 �� �� 29 tcos tω s s 2 2 2 2 2 � �� � � � 30 1 2 2 1 2 1 2 1 2� � � � � � � �� � �� �cos cost t s s s2 1 2 2 2 2�� � �� �� � 31 1 2� � � �sen t tcos t�� � s s 2 2 2 2�� �� Agora que temos a tabela de transformadas e anti-transformadas de Laplace, podemos usá-la em um exercício de aplicação. Sendo assim, vamos analisar a saída de um sistema para quando há um sinal de entrada bem específico, do tipo degrau unitário, ou impulso unitário ou rampa. Na prática, no cotidiano dos sistemas, não se sabe exatamente qual será o sinal de entrada para o sistema. No entanto, nos projetos de sistemas deve haver uma base de comparação de desempenho, 13 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais estabelecida por testes específicos. Ou seja, dado um sinal de entrada, tem-se uma saída pré-estabelecida (uma saída esperada). Sendo assim, pode-se estimar a capacidade de o sistema responder a qualquer sinal de entrada real. Exemplo 1: Para começar, observe o sistema da imagem. Fisicamente, ele pode ser um sistema RC, um sistema térmico ou algo semelhante: R (s) + - E(s) C(s)1 T s Figura 1 Para iniciar essa análise, vamos escrever a função de transferência de malha fechada para o sistema. Sendo assim, podemos dizer que: C s Ts E s� � � � �1 Equação I Onde E s R s C s� � � � � � � � Equação II Inserindo a equação II na equação I, temos: C s Ts R s C s� � � � � � � �� �1 Vamos unir os termos comuns C(s): C s Ts Ts R s C s Ts Ts Ts R s � � �� �� � �� � � � � � �� �� � �� � � � 1 1 1 1 1 Se simplificarmos os denominadores de ambos os lados da equação, teremos enfim: C s Ts R s� � � � � �1 1 Equação III Entretanto, observe que esse sistema é simples. O vimos nas demonstrações das Unidades anteriores, logo podemos utilizar sem problemas a equação geral: C s G s H s G s R s� � � � � � � � � � � �1 14 15 Onde G s Ts � � � 1 no novo sistema e H(s) = 1. Utilizando a equação geral (demonstrada em unidades anteriores), o aluno chega ao mesmo resultado da equação III. Uma vez que obtivemos a equação de transferência de malha fechada, vamos analisar qual será a saída do sistema a uma entrada do tipo função impulso. Observe a tabela de transformadas de Laplace, a função do tipo impulso é F(s)=1. Logo, na nossa função de transferência de malha fechada teremos a entrada teste R(s)=1. Então, vamos colocar esse valor na equação III: C s Ts R s C s Ts � � � � � � � � � � 1 1 1 1 A saída C(s) acima é a resposta do sistema para uma entrada do tipo impulso. Por meio da tabela de transformadas de Laplace, vamos observar essa resposta como função do tempo. Para tanto, precisamos ir de C(s) para c(t), ou seja, vamos recorrer a uma anti-transformada de Laplace. c t Ts � � � � � � � � � � �L 1 1 1 Há na tabela alguma função com a característica acima? O que vejo mais próximo de nossa função é a F(s) da linha 6. Note que, para F(s) ficar mais próxima da função da linha 6, podemos utilizar o seguinte argumento: 1 1 1 1Ts T s T � � � � � � � � � � � � � dividimos ambos os termos (numerador e denominador) por T. Logo, c t T s T � � � � � � � � � � � � � � �L 1 1 1 Portanto (leia a resposta na mesma linha 6): c t T e T t � � � �1 1 Se restar dúvida, volte a observar a linha 6. Note que e s a at� �� � � � � � � �L 1 1 . No nosso exemplo, é o valor constante, 1 T . Confira as propriedades das transformadas de Laplace no material complementar. Já que encontramos c(t), você poderá esboçar um gráfico dessa função para observar a resposta do sistema a uma entrada do tipo impulso. Faça esse exercício como uma atividade de aprofundamento. 15 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Exemplo 2: Vamos analisar a resposta ao sinal do tipo degrau para o mesmo sistema que estudamos no exemplo anterior. Observe sua imagem, assim como suafunção de transferência de malha fechada: R (s) + - E(s) C(s)1 T s Figura 2 C s Ts R s� � � � � �1 1 Agora, se a entrada é do tipo degrau, teremos R s s � � � 1 , (observe por meio da tabela de transformadas de Laplace). Logo, C s Ts s � � � � � � � � � � 1 1 1 Qual é a saída em função do tempo? Se você observar e procurar uma anti- transformada de Laplace na tabela, verá que nenhuma delas se adequa à equação acima. Sendo assim, é muito útil que o aluno conheça técnicas para transformar a função C(s) em frações parciais. Para tanto, vamos observar os seguintes passos: 1. Reescreva a função de acordo com a quantidade de fatores (de fatoração) existentes no denominador. Para o nosso exemplo, podemos utilizar: 1 1 1 1Ts s A Ts B s� � � � � � � � � � A partir de agora, vamos encontrar o valor de A e B. 2. Vamos calcular o valor de A e B nos pontos onde a fração não existe; por exemplo, B s não deve existir quando s = 0, visto que não existe divisão por zero. Para o cálculo de A, anule a fração que tem B, e para o cálculo de B, anule a fração que contém A. A Ts Ts s A T B s Ts s s T � �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� 1 1 1 1 1 1 1 1 �� � � �s B 0 1 16 17 3. Reescreva a fração, utilizando os valores encontrados para A e B. Teremos: C s T Ts s � � � � � � 1 1 Com apenas um ajuste, vemos que as duas frações possuem a anti-trasformada de Laplace. Na primeira fração, vamos dividir numerador e denominador por T: C s s T s � � � � � � 1 1 1 4. Por fi m, vamos ler a anti-transformada de Laplace na Tabela; teremos: c t s T s c t e T t � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � L 1 1 1 1 1 1 Ou ainda: c t e T t � � � � � 1 1 5. Por fi m, vamos fazer um breve esboço da função c(t). Para tanto, vamos construir uma tabela com alguns valores de T e verificar o resultado para c(t). Em seguida, vamos plotar essa tabela em um gráfico t x c(t). t c(t) 0 0 T 0,632121 2T 0,864665 3T 0,950213 4T 0,981684 5T 0,993262 Tabela 2 Figura 3 Note que o gráfico mostra alguns detalhes, como a tendência da curva ao valor constante 1. Ou ainda, para o valor de t = T, a função alcançou 63,2% de sua variação total. A função alcançou 95,0% de sua variação total para t = 3T e assim por diante. Mais adiante o aluno verá que essa análise é importante na análise de estabilidade no projeto de um sistema. 17 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Agora analise, qual é a diferença da resposta ao impulso realizada no exemplo 1 (como atividade de aprofundamento) e a resposta ao degrau unitário, realizada no exemplo 2? Elementos Físicos em Sistemas Reais Na Unidade II estudamos um sistema mecânico para falar da representação de um sistema no estado de espaços. A representação de um sistema no espaço de estados é especialmente útil quando um sistema tem múltiplas entradas e múltiplas saídas. É válido lembrar que um sistema pode ser mecânico, elétrico, óptico, termodinâmico etc. Agora, vamos estudar elementos de controle mecânicos e elementos elétricos que aparecem comumente em sistemas. Assim como os modelos de equação que melhor os representam, seja no espaço de estados ou frequência. Sistemas mecânicos de translação e rotação Já vimos na Unidade II que para escrever a equação de um sistema mecânico é necessário recorrer à segunda Lei da dinâmica newtoniana. Observe o sistema abaixo e seus principais componentes: Figura 4 Se aplicamos a dinâmica newtoniana a cada um dos elementos (mola de constante k, massa m e fluido de viscosidade B) apresentados no sistema acima, teremos a seguinte força resultante: F t m d x dt B dx dt kx� � � � � 2 2 Considerando as Transformadas de Laplace da equação acima, com condições iniciais nulas, temos: F s ms X s BsX s kX s� � � � � � � � � � �2 18 19 E ainda, poderão haver dispositivos mecânicos de rotação, conforme mostra a imagem a seguir: Figura 5 Onde o torque resultante pode ser descrito com a equação: T t J d dt B d dt k t� � � � � � � 2 2 � � � Elementos elétricos Assim como recorremos à Lei da dinâmica para modelar os elementos mecânicos em sistemas, utilizamos as Leis de Kirchhoff para modelar sistemas com componentes elétricos. Por exemplo, observe o circuito com resistor, indutor e capacitor, mostrado na imagem: R L C Figura 6 A equação total para este circuito pode ser escrita como: V t Ri t L di t dt C i t dtt� � � � � � � � � � � �1 0 Considerando as Transformadas de Laplace da equação acima, com condições iniciais nulas, temos: V s RI s LsI s C s I s� � � � � � � � � � �1 1 19 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Agora, vamos relacionar elementos físicos reais de um sistema à sua modelagem matemática, ou seja, vamos relacionar um sistema físico à sua função de transferência e à sua representação no espaço de estados. Se for necessário, tenha em mãos a Unidade II, onde estudamos Representação no espaço de Estados. Observe o circuito da imagem abaixo: RL C ei e0 Figura 7 Para modelar o sistema adequadamente, vamos seguir os seguintes passos: 1. Para iniciar a modelagem matemática, vamos utilizar a Lei das malhas de Kirchhoff. Note que para este circuito há duas malhas, representadas por e0 e ei. Podemos considerar que a primeira é a chamada tensão de entrada, assim como a segunda é a tensão de saída. Observe, isso é idêntico ao que fazemos com os sistemas: analisamos função de entrada e função de saída. 2. Se há duas malhas, haverá duas equações para o sistema. Vamos começar pela primeira e maior malha, ei (vamos considerar as condições iniciais nulas). e t L di t dt Ri t C i t dti � � � � � � � � � � �� 1 Já podemos escrever a transformada de Laplace para essa equação, que será: E s LsI s RI s C s I si � � � � � � � � � � � 1 1 Equação I Agora, vamos escrever a equação dada pela segunda malha, e0: e t C i t dt0 1� � � � �� Onde a transformada de Laplace para a equação será: E s C s I s0 1 1� � � � � Equação II 20 21 3. Dadas as equações que modelam o sistema, podemos escrever a função de transferência de malha fechada do nosso circuito. Antes, vamos relembrar que um sistema dinâmico tem função de transferência de malha fechada escrita da seguinte maneira: C(s)=(FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA).R(s) Saída Entrada Figura 8 Então, podemos escrever que: C s R s � � � � � FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA. Logo, para o nosso circuito, vamos escrever: E E o i , o que resultará: E s E s C s I s LsI s RI s C s I s o i � � � � � � � � � � � � � � � 1 1 1 1 O(a) aluno(a) deve realizar essa operação como um exercício. O que resultará na função de transferência de malha fechada: E s E s LCs RCs o i � � � � � � � 1 12 Podemos ilustrar da seguinte maneira: Ei EO1 LCs2 + RCs + 1 Figura 9 4. Nesta etapa, utilize suas notas de aula da Unidade II, vamos gerar um modelo no espaço de estados para o nosso circuito (sistema). Para tanto, vamos reescrever a função de transferência, sem denominadores: LCs RCs E s E so i 2 1� �� � � � � � � 21 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais 5. Agora, vamos realizar a operação distributiva para Eo e em seguida retornar à variável tempo, com a anti-transformada de Laplace: LC RCe e eeO O o i � �� � � Paraque a equação acima fique mais próxima da linguagem que utilizamos na Unidade II, vamos dividir ambos os lados da equação por LC, e teremos: e R L e e LC e LCO O o i� �� � � � � � � É válido que o(a) aluno(a) tenha em mãos o material da Unidade II, visto que, novamente, vamos utilizar a linguagem mais próxima da que utilizamos naquela unidade. Então, sejam: x e x e u e y e x o i O 1 0 2 1 = = = = = Na resolução teremos: x x x e u LC LC x R L xo 1 2 2 1 2 1 � � � � � 6. Por fim, observando as equações acima, podemos escrever as matrizes da solução: x x LC R L x x LC u1 2 1 2 0 1 1 0 1 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � e y x x � � �� � � � � �1 0 1 2 Saiba mais em https://goo.gl/uHgiQB Ex pl or 22 23 Para finalizar a Unidade III, vamos obter um modelo no espaço de estados a partir de um diagrama de blocos. Observe o sistema da imagem: + - + + a b s 1 s U(s) Y(s)X2(s) X1(s) Figura 10 Para obter um modelo no espaço de estados do sistema acima, vamos seguir os seguintes passos: 1. Vamos escrever as equações do sistema, relativas aos sinais Y(s), X1(s) e X2(s). Então: Y s X s� � � � �1 Equação I X s s X s a U s X s1 2 1 1� � � � � � � � � � ��� ��� � Equação II X s b s U s X s2 1� � � � � � � ��� �� Equação III 2. Observe como fi zemos a transformada de Laplace na etapa 2 do exemplo anterior. Vamos utilizar o mesmo processo aqui, mas de maneira contrária; vamos utilizar a antitransformada de Laplace, para tanto vamos rearranjar as equações I, II e III. Preste atenção: Y s X s� � � � �1 Equação I X s s X s a U s X s sX s X s a U s X s1 2 1 1 2 1 1� � � � � � � � � � ��� ��� � � � � � � � � � � � � ��� ���� � Equação II X s b s U s X s sX s bU s bX s2 1 2 1� � � � � � � ��� �� � � � � � � � � ��� �� Equação III Utilizando a anti-tranformada de Laplace, da equação I, temos: y t x t� � � � �1 Da equação II, temos: x x au ax x bu bx 1 2 1 2 1 � � � � � 23 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais 3. Por fim, podemos escrever as matrizes da solução, observando as equações: x x a b x x u a b y x x 1 2 1 2 1 2 1 0 1 0 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � �� � � Desta maneira, finalizamos a Unidade III. 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Cengage Learning STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2003. ISBN 978-85-221- 0661-5. 5 ed. São Paulo, 2003, p. A53. Sinais e sistemas Oppenheim, A.; Willsky, A. Sinais e sistemas. 2ª ed. São Paulo: Pearson, 2010, p. 400. Física I: mecânica Young, H. D.; Freedman, R. A. Física I: mecânica. 14. ed., v.3. São Paulo: Addison-Wesley, 2016. Física III: eletromagnetismo Young, H. D.; Freedman, R. A. Física III: eletromagne� smo. 14. ed., v.3. São Paulo: Addison- -Wesley, 2016. 25 UNIDADE Transformadas de Laplace e o Desenvolvimento de Frações Parciais Referências OGATA, K. Engenharia de controle moderno. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. OPPENHEIM, A.; Willsky, A. Sinais e sistemas. 2ª ed. São Paulo: Pearson, 2010. STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2003. ISBN 978-85-221- 0661-5. 5 ed. São Paulo, 2003. YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica. 14. ed., v.3. São Paulo: Addison-Wesley, 2016. ________. Física III: eletromagnetismo. 14. ed., v.3. São Paulo: Addison-Wesley, 2016. 26
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