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Apostila de Controle 1 CAPÍTULO 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1 - INTRODUÇÃO O controle automático tem desempenhado um papel vital no avanço da engenharia e da ciência. Além de sua extrema importância em veículos espaciais, pilotos automáticos de aviões e mísseis, robôs e outros sistemas complexos, o controle automático tornou-se uma parte importante dos modernos processos industriais e de manufatura, principalmente nas operações industriais de controle de pressão, temperatura, umidade, viscosidade e fluxo. A engenharia de controle é baseada nos fundamentos da teoria da realimentação e na análise de sistemas lineares. Esta base teórica faz com que a engenharia de controle não seja limitada a nenhuma disciplina específica da engenharia. Por exemplo, muitas vezes um sistema de controle inclui componentes elétricos, mecânicos e químicos. Além disso, à medida que aumenta a nossa compreensão dos sistemas políticos, sociais e financeiros, a possibilidade de controlar tais sistemas também aumenta. 1.2 - NOÇÕES BÁSICAS DE SISTEMAS Sistemas são conjuntos de componentes que atuam juntos realizando determinada finalidade. Um sistema pode ser constituído de subsistemas, e pode também ser parte de um sistema maior. Sistemas dinâmicos são sistemas cujo comportamento, quando submetidos a perturbações, varia no tempo, segundo leis físicas que podem ser modeladas matematicamente. Modelos de sistemas são representações que permitem estabelecer relações entre causa e efeito de sistemas dinâmicos. Os modelos podem ser físicos ou matemáticos: Modelos físicos assemelham-se a sistemas reais, porém mais simples, embora representativos das características mais importantes; Modelos matemáticos procuram representar o comportamento dinâmico dos sistemas por meio de equações matemáticas (equações de derivadas, equações de diferenças). Pode-se prever o comportamento dinâmico de uma planta pela análise do seu modelo físico ou matemático. Como exemplo de um sistema dinâmico, considere o mostrado na Figura 1-1 abaixo, composto por uma massa m, uma mola de coeficiente k e um amortecedor de amortecimento b. Este sistema, que se desloca na vertical, pode representar um sistema de suspensão de um veículo. A equação matemática que descreve o movimento do conjunto em função do deslocamento xo da massa e da extremidade do amortecedor e mola, xi, é também mostrada na Figura 1-1. Figura 1-1: Um sistema composto por uma massa, mola e amortecedor pode representar a suspensão de um veículo. Apostila de Controle 2 1.3 - O PROBLEMA DO CONTROLE Especificações de desempenho são descrições do comportamento a ser apresentado pelo sistema, conforme solicitação do usuário. Controle é a ação de fazer com que um sistema atenda às especificações de desempenho determinadas a priori. Planta é também um conjunto de componentes, ou parte de uma máquina, ou uma máquina como um todo, com a finalidade de desempenhar uma determinada operação. Este é o componente do sistema a ser controlado. Problema de Controle é determinar uma forma de afetar um dado sistema físico para que ele atenda às especificações de desempenho previamente estabelecidas. Sistema de Controle é o conjunto formado pelo sistema a ser controlado e o controlador com uma configuração tal que gere uma resposta desejada. Variável manipulada (normalmente a entrada do sistema) é a quantidade ou condição que é variada de modo a afetar o valor da variável controlada da maneira desejada. Variável controlada normalmente é a saída do sistema, ou seja, a quantidade ou condição que é medida e controlada. Perturbações são sinais que tendem a afetar de maneira adversa o valor da saída do sistema, normalmente de maneira não previsível e fora do controle do sistema. Um exemplo clássico de perturbações são os sinais de ruído. Figura 1-2: Exemplo de planta Sistema de aquecimento de água. 1.4 - TIPOS DE SISTEMAS DE CONTROLE Um sistema em controle em malha aberta geralmente utiliza apenas um atuador para obter a resposta desejada, como mostrado na Figura 1-3. O atuador é responsável pela conversão e compatibilização de grandezas físicas e pela elevação do nível de potência necessário para excitar diretamente a planta. Apostila de Controle 3 Figura 1-3: Exemplo de sistema de controle em malha aberta. Um exemplo comum de um sistema de controle em malha aberta é uma torradeira elétrica em uma cozinha. Em contraste com um sistema de controle em malha aberta, um sistema de controle em malha fechada utiliza uma medida da saída efetiva para compará-la com a saída desejada. A medida do sinal de saída, obtida por um sensor, é chamada sinal de realimentação. Um sistema de controle realimentado em malha fechada simples é mostrado na Figura 1-4. Um sistema de controle realimentado tende a manter a relação desejada de uma variável do sistema com outra por comparação dessas variáveis e utilização da diferença como mecanismo de controle. A diferença entre o sinal de saída e o valor desejado para o sinal é o sinal de erro, ou simplesmente erro. A necessidade de sistemas de controle de malha fechada aparece principalmente nos sistemas sujeitos a perturbações. Figura 1-4: Exemplo de um sistema de controle em malha fechada. Apostila de Controle 4 A introdução da realimentação permite controlar a saída desejada e pode melhorar a precisão, mas requer atenção quanto aos aspectos de estabilidade da resposta: é bem conhecido o fato que o “controlador” humano, quando dirigindo o carro, é propenso a acidentes em determinadas situações. Um exemplo de sistema em malha fechada é uma pessoa dirigindo um automóvel: os olhos “medem” a posição do carro na rua e o motorista atua para fazer as eventuais correções necessárias. Os sistemas de controle são, às vezes, divididos em duas classes. Se o objetivo do sistema de controle é manter uma variável física em algum valor constante na presença de distúrbios ou perturbações, chamamos a este sistema de regulador. Um exemplo de sistema de controle regulador é o sistema biológico do corpo humano, que mantém a sua temperatura em aproximadamente 36,5°C, mais ou menos, independentemente do metabolismo do corpo ou da temperatura ambiente. A segunda classe dos sistemas de controle é a dos servomecanismos. Embora este termo tenha sido originalmente empregado para um sistema que controlava um movimento ou posição mecânica, atualmente é usado com freqüência para descrever um sistema de controle no qual uma variável física deve seguir ou acompanhar alguma outra variável física ou uma função do tempo desejada. Um exemplo é um sistema de posicionamento de antena de satélite, onde sua posição deve ser permanentemente ajustada para apontar diretamente para o satélite. Este texto se propõe a apresentar um resumo da teria básica de controle e de suas aplicações atuais. O conteúdo aqui apresentado não pretende ser exaustivo, mas principalmente servir de motivação para estudos subseqüentes. Apostila de Controle 5 CAPÍTULO 2 MODELOS MATEMÁTICOS DE SISTEMAS DINÂMICOS 2.1 - INTRODUÇÃO Inicialmente é necessário que se defina o que é sistema, sistema dinâmico e sistema estático. Um sistema é uma combinação de componentes que atuam em conjunto para satisfazer um objetivo especificado. O sistema é dito estático, quando a saída atual do sistema depende somente da entrada atual. A saída do sistema só varia se a sua entrada variar. O sistema é dito dinâmico, se a sua saída depende da entrada e dos valores passados da entrada. Num sistema dinâmico a saída varia se ela não estiver num ponto de equilíbrio, mesmo que nenhuma entrada esteja sendo aplicada. O modelo matemático de um sistema dinâmico é definido como sendo o conjunto de equações que representam a dinâmica do sistema com uma certa precisão. O modelo matemático de um dado sistema não é único, isto é, um sistema pode ser representadopor diferentes modelos dependendo da análise que se deseja fazer. Na obtenção do modelo matemático para um dado sistema deve-se ter um compromisso entre a simplicidade do modelo e a sua precisão. Nenhum modelo matemático, por mais preciso que seja, consegue representar completamente um sistema. Em geral deve-se obter um modelo matemático, que seja adequado para solucionar o problema específico que esta em análise. Porém, é importante ressaltar que os resultados obtidos desta análise serão válidos somente para os casos em que o modelo é válido. Quando vamos obter um modelo simplificado de um sistema, geralmente ignoramos algumas propriedades físicas deste sistema. Se os efeitos que estas propriedades causam na resposta do sistema são pequenos, então uma boa semelhança entre os resultados da análise matemática e os resultados práticos do sistema é obtido. Em geral os sistemas dinâmicos são não lineares. Porém, os procedimentos matemáticos para a obtenção de solução de modelos lineares são muito complicados. Por isto, geralmente substituí-se o modelo não linear por um modelo linear, com validade somente em uma região limitada de operação, ou para um ponto de operação. A obtenção dos modelos que representam um dado sistema é baseada nas leis que o regem. Por exemplo, na modelagem de um sistema mecânico, deve-se ter em mente as leis de Newton; na modelagem de sistemas elétricos deve-se ter em mente as leis das correntes e das tensões de Kirchoff; na modelagem de sistemas térmicos deve-se ter mente as leis que regem os fenômenos térmicos, isto é, condução, radiação e convenção, etc... Neste capítulo, nos limitaremos a apresentar os modelos de sistemas lineares, pois os mesmos ocupam lugar de grande destaque na análise e no estudo de controladores. 2.2 - MODELOS DE SISTEMAS DINÂMICOS Sistemas lineares invariantes no tempo (parâmetros constantes) são descritos matematicamente por equações diferenciais ordinárias, na forma: onde x(t) é conhecido como entrada do sistema, ou então por termo forçante, y(t) constitui a saída do sistema ou variável de estado e ai (i = 1, 2, … n) e bj (j = 1, 2, … m) são constantes. Apostila de Controle 6 2.2.1 - Sistemas de primeira ordem Sistemas de primeira ordem são aqueles que são modelados por uma equação diferencial ordinária de primeira ordem, ou seja: Dividindo-se a equação acima por , tem-se: que pode ser reescrita na forma: sendo o ganho DC do sistema e a sua constante de tempo. Como exemplo de sistema de primeira ordem, podemos apresentar o circuito RC série, mostrado na Figura 2-1. Figura 2-1: Diagrama esquemático de um circuito RC série O circuito RC é composto de uma fonte de tensão, ,em série com um resistor R e um capacitor C. A corrente no capacitor é proporcional à taxa de variação da tensão através do capacitor, matematicamente: sendo a capacitância C a constante de proporcionalidade. Pela lei de Kirchoff, a soma das quedas dos potenciais ao longo da malha deve ser nula, o que leva à expressão: Realizando as devidas substituições, surge uma equação diferencial de primeira ordem: onde a função forçante é a tensão e a variável é a tensão . Apostila de Controle 7 2.2.2 - Sistemas de segunda ordem Sistemas de segunda ordem são aqueles que são modelados por uma equação diferencial ordinária de segunda ordem, ou seja: Dividindo-se a equação acima por , tem-se: que pode ser reescrita na forma: sendo o ganho DC, a freqüência natural não amortecida e o coeficiente de amortecimento do sistema. Como exemplo de sistema de segunda ordem, podemos apresentar a suspensão de um veículo, que pode ser representada, de forma simplificada, por: uma massa M (Kg) suportada pela roda; um conjunto de molas representado pela mola ideal com constante Km (N/m); e um amortecedor representado pelo sistema de absorção B (Ns/m). Este sistema massa-mola-amortecedor é mostrado na Figura 2-2Figura 2-1. Figura 2-2: Suspensão de automóvel simplificada. Conforme eixos coordenados, o sistema está em repouso na posição e velocidade . A suspensão é submetida a uma força externa , dependente do terreno e da carga do veículo. As forças e respectivas direções de referência estão indicadas na figura. De acordo com a lei de Newton, a soma das forças que atuam no sistema deve igualar a massa vezes a aceleração: Apostila de Controle 8 ou seja, Formalmente, Finalmente, tem-se o modelo dado por: onde a função forçante é a força e a variável é o deslocamento . Apostila de Controle 9 CAPÍTULO 3 MODELOS DE SISTEMAS POR FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA 3.1 - DEFINIÇÃO DA TRANSFORMADA DE LAPLACE A transformada de Laplace é um operador funcional (isto é, que opera e transforma funções) utilizado para resolver de forma sistemática equações diferenciais lineares que representam sistemas dinâmicos. A transformada de Laplace modifica as funções no tempo y(t), passando a representá- las em função de uma variável s conhecida como freqüência complexa. A função transformada é representada por Y(s). Por convenção, representa-se a dinâmica em função do tempo com letras minúsculas (y(t), x(t), g(t), f(t)), e suas transformadas por letras maiúsculas (Y(s), X(s), G(s), F(s)). A transformada de Laplace é definida como: Nota-se que F é uma função que depende da variável s e não mais do tempo t. L(⋅) representa, por sua vez, o operador da transformada de Laplace. A integração é realizada entre os extremos 0 e ∞. Para indicar que o limite inferior deve incluir necessariamente o valor zero (e não um valor positivo próximo de zero), indica-se este limite por 0 − . O operador da transformada de Laplace pode ser invertido, isto é, dada a função transformada, pode-se obter a dinâmica em função do tempo por meio de: onde j é a base dos números complexos ( ). 3.2 - PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE LAPLACE A transformada de Laplace apresenta diversas propriedades que são úteis na sua aplicação. Porém estas propriedades não serão demonstradas aqui, e algumas delas sequer serão apresentadas. O leitor deverá buscar na bibliografia material adicional para complementar este estudo. Menciona- se, contudo, que as demonstrações seguem diretamente da definição fornecida acima. As propriedades mais importantes são: 3.2.1 - Linearidade Se e , isto é, se a transformada de Laplace de f1(t) for F1(s), e se a transformada de f2(t) for F2(s), então Analogamente, a transformada inversa é também linear pois 3.2.2 - Mudança na escala do tempo Se a transformada de Laplace de f(t) for F(s), ou , então Apostila de Controle 10 3.2.3 - Transformada da convolução A convolução de duas funções do tempo f1(t) e f2(t) é definida como sendo uma operação dada por onde o símbolo “*” indica a convolução de f1 e f2 por definição. A transformada de Laplace da convolução de f1 e f2 vale então 3.2.4 - Translação real Uma translação no domínio do tempo consiste em adicionar ou subtrair uma constante ao tempo. Corresponde, portanto, a um atraso ou a uma antecipação de um evento. Então, se , a transformada de Laplace da translação real (isto é, no domínio do tempo) vale: onde a é uma constante real. Na translação real é necessário introduzir a função degrau unitário 1(t) para evitar que a função f assuma valores diferentes de zero quando t for menor do que a. 3.2.5 - Translação complexa Na translação complexa adiciona-se ou subtrai-se uma constante na função transformada. Novamente, se , então a translação complexa afirma que onde a é uma constante complexa. 3.2.6 - Diferenciação real A diferenciação real permite obter a transformada da derivada temporal de uma função. Esta propriedade é muito importante porque permite a construção da equação característica a partir da equação de derivadas, como será visto adiante. Supondo que , a diferenciação real resultaem sendo que é o resultado da avaliação de f(t), com t tendendo a 0 negativamente (pela esquerda). O conceito de diferenciação real pode ser estendido para derivadas de maior ordem, resultando Apostila de Controle 11 Nota-se que a função f e suas derivadas temporais, quando avaliadas no instante , representam as condições iniciais do sistema. Por exemplo, considerando o movimento de um pêndulo, as condições iniciais irão estabelecer a posição inicial do pêndulo (isto é, a posição que ele ocupa no instante t = 0) e a sua velocidade inicial. 3.2.7 - Integração real A integração real permite obter a transformada de Laplace da integral da função f(t). Se , a integração real leva ao resultado 3.2.8 - Limite do valor final O limite do valor final permite estabelecer uma correspondência entre o comportamento do sistema em regime permanente (isto é, conforme t tende ao infinito), e o valor da transformada de Laplace da função avaliada conforme s tende a zero, isto é: 3.3 - TRANSFORMADAS DE LAPLACE DE FUNÇÕES SIMPLES Embora existam infinitas funções matemáticas, o comportamento dinâmico de sistemas lineares é governado por apenas uma pequena fração destas funções. Por outro lado, o termo forçante em geral possui também um comportamento dinâmico que pode ser expresso por meio de funções simples, o que limita também o universo de funções disponíveis para serem transformadas. Assim, a aplicação da transformada de Laplace em sistemas dinâmicos comuns levou a um número restrito de exemplos que podem ser relacionados sem a necessidade de se efetuar a transformação a cada novo problema. Em outras palavras, a quase totalidade de problemas encontrados pode ser resolvida por um pequeno conjunto de transformadas que já se encontram tabeladas. Assim, não é necessário efetuar a transformação, mas tão somente aplicar as tabelas de transformadas. Na verdade, a manipulação de sistemas dinâmicos e o projeto de sistemas de controle são facilitados quando se trabalha no domínio da transformada de Laplace. Por outro lado, a visualização do comportamento dinâmico no tempo é obscurecida ao se utilizar a transformada, pelo menos por aqueles que ainda não se adaptaram com a variável complexa. Por isso, é freqüente que problemas sejam elaborados no domínio do tempo, resolvidos no domínio da transformada de Laplace e, a seguir, transformados de volta ao domínio do tempo. Logo, não apenas as transformações para o domínio da variável complexa são importantes, mas igualmente importantes são suas inversas, que permitem retornar ao domínio do tempo. Apostila de Controle 12 Tabela 3-1: Transformadas de Laplace das principais funções: f(t) F(s) 1 – Derivada do impulso s 2 – Função impulso 1 3 – Função degrau unitário 1(t) 4 – Função rampa t 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 A Tabela 3-1 apresenta a Transformada de Laplace das principais funções utilizadas em sistemas lineares. Apostila de Controle 13 3.4 - FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA Considere um sistema dinâmico regido por uma equação diferencial linear a coeficientes constantes na variável y(t), tal que x(t) é a função forçante Supondo agora que seja conhecida a transformada de Laplace de ambas as funções, isto é L(y(t)) = Y(s) e L(x(t)) = X(s), então ao aplicar-se a transformada na equação diferencial, tem-se: Aplicando a seguir a propriedade de diferenciação real, resulta que: Agrupando os termos em Y(s) e X(s), a equação fica Isolando agora o termo Y(s), tem-se que: Apostila de Controle 14 Considerando-se condições iniciais todas nulas, ou seja, que y(t) e todas as suas derivadas temporais até a ordem n são nulos, então se pode obter a resposta do sistema às condições iniciais nulas: Condições iniciais nulas significam que no início da contagem do tempo (t = 0), o sistema encontra-se em equilíbrio e em repouso. Num sistema mecânico isto corresponde a posição e velocidades iniciais nulas. Num sistema elétrico, estas condições significam que os capacitores e indutores estão descarregados e a corrente inicial é nula. Com base na resposta do sistema às condições iniciais nulas define-se a função de transferência G(s) do sistema, dada por: A função de transferência traduz o comportamento do sistema com relação a uma dada excitação aplicada pelo termo forçante. Em outras palavras, a função de transferência corresponde à transformada de Laplace da saída apresentada pelo sistema, Y(s), com relação à transformada da entrada, X(s), sob condições iniciais nulas. Ela só pode ser obtida para sistemas lineares. Em resumo, a função de transferência pode ser entendida como Exemplo 3.1 - Obter a função de transferência do circuito RC da Figura 2-1 Solução: A transformada de Laplace da tensão é , enquanto que a transformada da tensão é . Aplicando a transformada de Laplace em ambos os membros, fica-se com que, pela propriedade de linearidade fornece Apostila de Controle 15 e pela propriedade da diferenciação real, tem-se que Como a função de transferência assume condições iniciais nulas, então resulta ou e a função de transferência fica Exemplo 3.2 - Obter a função de transferência do sistema da Figura 2-2 Solução: A transformada de Laplace da força é , enquanto que a transformada do deslocamento é . Aplicando a transformada de Laplace em ambos os membros, fica-se com que, pela propriedade de linearidade fornece e pela propriedade da diferenciação real, tem-se que Como a função de transferência assume condições iniciais nulas, então resulta Ou e a função de transferência fica Apostila de Controle 16 3.5 - EXEMPLOS Petrobrás – Engenheiro Júnior: Automação 2008 Resposta: A equação diferencial é: Logo: Letra C. Prominp – Área Química – Processos 2008 Resposta: Da Tabela de T.L., tem-se que: Letra A. Processamento Júnior – 2006 Resposta: Da Tabela de TL, tem-se que: Letra D. Apostila de Controle 17 Transpetro – Automação 2006 Resposta: Fazendo as devidas substituições: Logo: Letra C. Transpetro – Processamento 2006 Resposta: Da Tabela de Transformada de Laplace, tem-se que: Letra D. Termoaçu – Eng. de Proc. Júnior – 2008 Resposta: Da própria definição de sistemas de primeira ordem, Letra B. Apostila de Controle 18 REFAP - Engenheiro de Proc. Júnior 2007 Resposta: Da tabela de Transformada de Laplace, tem-se que: Letra C. 3.6 - POLINÔMIO CARACTERÍSTICO Seja novamente a equação diferencial de um sistema linear a coeficientes constantes, tal que o termo forçante x(t) seja nulo, dada pela equação homogênea: Aplicando a transformada de Laplace a esta equação (supondo que a transformada de y(t) seja Y(s)), tem-se o polinômio característico da equação diferencial: Nota-se que o polinômio característico é igual à equação característica, com a diferença que o polinômio é expresso na variável complexa s. De fato, a equação característica neste caso é dada por P(s) Y(s) = 0. Percebe-se também que o polinômio característico é o próprio denominador da função de transferência. Apostila de Controle 19 CAPÍTULO 4 DIAGRAMA DE BLOCOS 4.1 - CONCEITO DE DIAGRAMA DE BLOCOS Funções de transferência de sistemas dinâmicos podem ser representadas graficamente por meio de diagrama de blocos. Estes diagramas permitem compor funções de transferência complexas a partir do agrupamento de outros diagramas mais simples, ou mesmo de blocos contendo as equações elementares. A representação gráfica de um bloco é mostrada na Figura 4-1, e a relação que ele representa, no domínio da transformada de Laplace (variável complexa) é: Ou seja, a função de transferência de um bloco, G(s), traduz a relação entre a transformada de Laplace da sua saída, Y(s), e a transformada de Laplace da entrada, U(s).De outra forma, a saída de um bloco é igual ao produto da entrada pela função de transferência que o bloco abriga. Nota-se, contudo, que, por definição, as entradas e saídas de um bloco devem ser postas graficamente no domínio do tempo, ou seja, u(t) e y(t). Quando o conteúdo de um bloco (ou seja, sua função de transferência) for uma constante, denomina-se então esta constante de ganho do bloco. Figura 4-1: Representação de uma função de transferência G(s) por meio de diagrama de blocos As ligações entre os blocos são necessariamente orientadas, indicando o fluxo de informação, ou a relação entre causa e efeito, ou ainda a definição de qual sinal é a saída e qual sinal é a entrada. Logo, toda e qualquer ligação entre blocos deve ser orientada, caso contrário não se consegue definir qual é a entrada e qual é a saída do bloco. Da definição dos blocos conclui-se também que cada bloco deve apresentar uma e apenas uma entrada e uma e apenas uma saída. Blocos com múltiplas entradas ou múltiplas saídas são permitidos apenas quando o sistema for multivariável e, neste caso, a função de transferência é dada por uma matriz. A grande vantagem dos diagramas de blocos é a composição de vários blocos e, igualmente, a simplificação de vários blocos em somente um, o que permite obter a função de transferência total do sistema. Considerando, por exemplo a composição de dois blocos cujas funções de transferência são G1(s) e G2(s) em série, como mostrado na Figura 4-2, resulta e substituindo a segunda equação na primeira, para eliminar a variável X(s), tem-se que: de onde tira-se que a função de transferência de dois blocos em série é dada por: ou seja, a função de transferência equivalente de dois blocos arranjados em série é dada pelo produto das funções de transferência dos blocos. Apostila de Controle 20 Figura 4-2: Combinação de dois blocos arranjados em série As ligações entre blocos podem sofrer um número qualquer de derivações, isto é, o sinal transportado por elas pode ser inserido em um ou mais blocos, como ilustra a Figura 4-3. Obviamente, estas derivações indicam que a entrada em cada um dos blocos que as recebem é a mesma. Figura 4-3: Derivações das ligações entre blocos Dois sinais que transitam por ligações distintas podem ser combinados por meio de adição ou subtração, indicada por um bloco com o formato de um círculo, conhecido como somador, como mostrado na Figura 4-4. Se y(t) e x(t) forem sinais combinados num somador, então a saída apresentada pelo somador será y(t) + x(t) ou então y(t) - x(t). A adição ou subtração é indicada ao lado do somador, como mostra as Figura 4-4(a) e Figura 4-4(b), ou então dentro do somador, como indica Figura 4-4(c). Figura 4-4: Bloco somador: adição (a), subtração (b) e outra forma de representação gráfica (c). A inversão do sinal de uma ligação pode ser conseguida inserindo-se um bloco de ganho unitário e negativo, ou seja, um bloco cuja função de transferência é igual a 1, como mostrado na Figura 4-5. Figura 4-5: Inversão de um sinal É bastante comum que sistemas exibam uma realimentação do sinal, formando assim uma malha fechada ou um loop. Nem sempre tais malhas resultam da realimentação de sinais de controle, mas pode ser resultado da composição de equações elementares, como será mostrado adiante, em alguns exemplos. Considerando a malha fechada mostrada na Figura 4-6(a), tem-se as relações do somador e do bloco que integram a malha: Apostila de Controle 21 logo: Figura 4-6: Realimentação num diagrama de blocos (a), e bloco equivalente (b). Nota-se que este resultado indica que a malha fechada pode ser substituída por um bloco equivalente cuja função de transferência é dada por: como indicado na Figura 4-6(b). Se o somador indicasse uma soma entre y(t) e r(t) ao contrário da subtração, então a função de transferência seria alterada para É bastante comum que a saída y(t) tenha que ser transformada antes de ser adicionada ou subtraída da referência r(t). Em geral esta transformação é uma simples mudança de escala, ou seja, trata-se de um bloco com um ganho constante. Pode acontecer, porém, que este bloco de realimentação possua uma função de transferência mais complexa, como indica a Figura 4-7. Um procedimento similar àquele realizado anteriormente permite obter a função de transferência da malha fechada neste caso, resultando: onde a adição é utilizada caso o somador apresente uma diferença entre r(t) e y(t) (realimentação negativa), e a subtração é adotada caso contrário (realimentação positiva). Figura 4-7: Diagrama com uma função de transferência na malha de realimentação (a), e bloco equivalente (b). Apostila de Controle 22 Tabela 4-1: Equivalências entre diagramas de blocos Transformação Diagrama original Diagrama equivalente Combinar blocos em série (cascata) Combinar blocos em paralelo Mover um somador para antes do bloco Mover um somador para depois do bloco Mover uma derivação para antes do bloco Mover uma derivação para depois do bloco Eliminar um laço realimentado 4.2 - MANIPULAÇÃO DE DIAGRAMA DE BLOCOS Diagramas de blocos podem ser sempre simplificados e reduzidos a um único bloco, desde que se conheça qual é a entrada e qual é a saída do diagrama. O processo de redução é realizado aplicando-se as definições das operações realizadas pelos blocos, de maneira semelhante àquela realizada na Seção 4.1 -. Algumas configurações são, contudo bastante típicas (ocorrem com freqüência num grande número de diagramas), e isto torna mais eficiente manter uma tabela das simplificações e equivalências do que obter esta equivalência a cada novo problema. Relacionam-se na Tabela 4-1, portanto, as situações mais comuns e suas respectivas equivalências. Além de sintetizar a dinâmica e facilitar o projeto de sistemas de controle, os diagramas de blocos podem também ser utilizados na obtenção da função de transferência de plantas razoavelmente complexas. Para obter a função de transferência de um sistema por meio de diagramas de blocos, basta seguir algumas regras simples: Apostila de Controle 23 definir as variáveis necessárias para escrever as equações de cada elemento da planta, com base em regras de continuidade e equilíbrio de forças. construir blocos com as equações funcionais de cada elemento construir blocos adicionais para cada condição de continuidade e equilíbrio garantir que a entrada de pelo menos um bloco seja a própria entrada do sistema garantir que um bloco apresente como saída a própria saída da planta construir o diagrama de blocos fazendo ligações entre eles simplificar o diagrama para obter a função de transferência. Exemplo 4.1 - Simplificação de diagramas de blocos O diagrama de blocos de um sistema de controle com múltiplos laços de realimentação é mostrado na Figura 4-8. É interessante notar que o sinal de realimentação H1C é positivo; por isso, o laço G3(s)G4(s)H1(s) é chamado de laço de realimentação positiva. Figura 4-8: Diagrama de blocos do Exemplo 4.1 - O procedimento de redução do diagrama de blocos é baseado nas transformações da Tabela 4-1, principalmente a que permite eliminar laços realimentados. As outras transformações são utilizadas para modificar o diagrama, de forma a deixá-lo em um formato adequado à eliminação de laços realimentados. Figura 4-9: Redução do diagrama de blocos da Figura 4-8. Apostila de Controle 24 A seqüência de transformações aplicada ao diagrama está indicada na Figura 4-9. Foram feitas as seguintes operações: 1. Mover H2 para depois do bloco G4. 2. Eliminar o laço com realimentação H1. 3. Eliminar o laço com realimentação H2/G4. 4. Eliminar o laço com realimentação H3. É interessante verificar-se a forma do numerador e do denominador da função de transferência em malha fechada final. Nota-se que onumerador é composto pelo cascateamento da função de transferência dos elementos que conectam em sentido direto a entrada R(s) com a saída C(s). O denominador é composto de 1 menos a soma das funções de transferência de cada um dos laços. O sinal G3G4H1 é positivo porque se trata de um laço de realimentação positiva, enquanto os laços G1G2G3G4H3 e G2G3H2 são laços de realimentação negativa. 4.3 - SISTEMA EM MALHA-FECHADA SUJEITO A PERTURBAÇÕES Figura 4-10: Representação de um sistema em malha fechada sujeito a perturbações. No sistema representado na Figura 4-10, temos dois sinais de entrada: a própria entrada do sistema X(s) e uma perturbação N(s). Quando temos um sistema sujeito a entradas diferentes podemos obter independentemente as respostas para cada uma das entradas, utilizando-se o teorema da superposição, e após adicioná- las resultando na resposta completa. Para o sistema mostrado, considere que: Onde Y(s) é a resposta completa do sistema, YN(s) é a resposta do sistema devido à entrada N(s) (perturbação) e YX(s) é a resposta do sistema devido à entrada X(s) (entrada principal). Manipulando este diagrama de blocos, tem-se: Ou seja: Se e , então: Apostila de Controle 25 Com isto, concluí-se que: Se o ganho G1(s)H(s) é elevado, os efeitos que as perturbações poderiam causar na resposta do sistema, são desprezados. Se o ganho G1(s).H(s) é elevado, a função de transferência do sistema independe das variações em G1(s) e G2(s) e é inversamente proporcional ao ganho H(s). Se o ganho da realimentação é unitário, então o sistema em malha fechada, tende a igualar a saída com a entrada. 4.4 - EXEMPLOS Resposta: A equação característica deste sistema é: Se é um pólo, então, tem-se que, Ou seja, . Letra D. Resposta: Letra A. Prominp - Área: Química – 2007 Resposta: A Função de Transferência de malha fechada é: Apostila de Controle 26 Logo os pólos são: Logo p=8 e, dessa forma: Elevando ao quadrado: Logo K=4,1. Letra A. Petrobrás – Engenharia Química 2008 Resposta: Manipulando, tem-se: Se fizermos em função de Vc: Letra C, mas o gabarito diz que é a letra D. Petrobras – Eng. de Proc. Júnior – 2006 Resposta: Se e então, tem-se que: Apostila de Controle 27 Letra E. REFAP - Engenheiro de Proc. Júnior 2007 Resposta: Do exercício anterior, tem-se que Letra E. Petrobrás – Engenharia Química 2008 Resposta: Manipulando, tem-se: Se fizermos em função de Vc: Letra C, mas o gabarito diz que é a letra D. Apostila de Controle 28 Petrobras – Eng. de Equipamentos Júnior 2001 Resposta:1V, 2F, 3F, 4V, 5V Apostila de Controle 29 CAPÍTULO 5 ANÁLISE EM REGIME TRANSITÓRIO 5.1 - INTRODUÇÃO Freqüentemente os sistemas dinâmicos submetidos a ações sofrem bruscas alterações num curto intervalo de tempo, e depois se mantêm constante por longos períodos. O comportamento dinâmico destes sistemas quando sujeito a tais ações pode ser visto sob duas perspectivas diferentes e complementares: o comportamento num curto período, logo após a aplicação da ação, e o comportamento no longo período, quando sua dinâmica torna-se estável (ou não, dependendo do sistema) ou repetitiva. O comportamento de curto período é conhecido como resposta transitória, transiente de resposta ou simplesmente transiente. O comportamento após o estabelecimento de condições perenes é conhecido resposta em regime permanente. Neste capítulo será analisado o efeito da função de excitação (entrada, termo forçante ou referência) no comportamento de sistemas dinâmicos. 5.2 - FUNÇÕES DESCONTÍNUAS NO TEMPO Na solução de problemas dinâmicos, é freqüente encontrar-se situações nas quais um sistema sofre um impacto, ou uma ação descontínua no tempo, ou um impulso. Exemplos de tais ações são: o choque entre duas bolas (impulso) no qual a força exercida no contacto é alta e a duração da ação é curta e o brusco acionamento de um sistema elétrico ao ligar-se a chave de alimentação. Tais ações são consideradas descontínuas no tempo, pois assumem valores diferentes em instantes de tempo muito próximos entre si. No mundo real macroscópico, contudo, não existem descontinuidades, pois a cada instante pode ser determinado o valor exato da ação. Matematicamente, porém, é conveniente considerá-las descontínuas, uma vez que é muito difícil estabelecer quais os limites do impulso e da duração do evento. Definem-se, com isso, algumas funções típicas que caracterizam eventos descontínuos no tempo. Estas funções são: a função degrau, a função impulso e a função rampa. 5.2.1 - Função degrau unitário A função degrau unitário corresponde a uma ação que modifica instantaneamente uma determinada condição, ou variável, de um sistema, como a posição, ou a velocidade, ou a carga elétrica num capacitor, ou a vazão em uma tubulação, a ativação elétrica de um circuito, ou ainda o início da ação de uma força por exemplo. A função degrau unitário é definida como: 5.2.2 - Função impulso unitário A função impulso unitário corresponde a uma ação que age sobre um sistema durante um intervalo infinitesimal de tempo, ou seja, ela atua por um pequeno intervalo de tempo e depois cessa a atuação. Esta função é também conhecida como função “delta de Dirac”. Na função impulso unitário, a potência e a energia despendidas na ação são limitados, porém a ação não é. Isto se deve ao fato de que o intervalo de tempo que dura o acionamento é muito pequeno, e tende a zero, Apostila de Controle 30 fazendo com que a força neste intervalo tenda a infinito. Um bom exemplo da aplicação de um impulso unitário é no choque entre duas partes mecânicas. A função impulso unitário é definida como: 5.2.3 - Função rampa A função rampa corresponde a uma ação que cresce linearmente no tempo, a partir de uma ação nula. Ela é contínua no tempo, porém sua derivada é descontínua na origem. Quando o tempo tende a infinito, o valor da ação na função rampa também tende a infinito. Na prática isto não ocorre, uma vez que não se consegue gerar ações de intensidade infinita. A função rampa é definida por: As funções degrau unitário, impulso unitário e rampa são utilizadas nas transformadas de Laplace, pois permitem obter a solução de um sistema sujeito a ações descontínuas no tempo. 5.3 - RESPOSTAS DE SISTEMAS DINÂMICOS Considerando a analogia que existe entre os sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos (e também térmicos), pode-se restringir a análise realizada apenas a um deles, uma vez que nos sistemas análogos o comportamento dinâmico é idêntico. Melhor ainda, a análise da resposta pode ser feita tendo como base a função de transferência dos sistemas mais comuns, de primeira e segunda ordem, ou seja, nos quais o grau do polinômio do denominador é igual a 1 ou 2, sem se preocupar se o sistema é mecânico ou elétrico. Sistemas de grau maior do que 2 possuem comportamento dinâmico que se aproxima, na maior parte deles, aos sistemas de segunda ordem e portanto não necessitam ser analisados. 5.3.1 - Sistemas de primeira Sistemas de primeira ordem possuem função de transferência na forma onde C(s) é a transformada de Laplace da saída e R(s) é a transformada da entrada (referência). Este sistema tem um pólo em . Suporemos maior que zero, o que garante a estabilidade do sistema. Para uma análise inicial, faremos . Em uma análise situação onde , basta multiplicar o sinal de saída calculado por . Será analisado, agora, o comportamento Apostila de Controle 31 dinâmico desta função em 3 situações distintas para o sinal de entrada R(s): degrau unitário, impulso unitário e rampa. Se o termo forçante ou a entrada do sistema for um degrau unitário r(t) = 1(t), a resposta dosistema Cdu(s) fica: pois a transformada do degrau unitário é 1/s. Decompondo Cdu(s) em frações parciais, tem-se cuja transformada inversa de Laplace vale e cujo gráfico é mostrado na Figura 5-1. A resposta parte de cdu(0) = 0 e aproxima-se do valor unitário (relativo ao degrau), conforme avança o tempo. Contudo, a resposta jamais atinge ou ultrapassa o valor 1. Ela atinge 63,2% de seu valor máximo quando t = , pois . Este é o motivo pelo qual é conhecido como constante de tempo do sistema. O sistema responde mais rapidamente quanto menor for o valor de , uma vez que a velocidade de resposta na origem, dada pela derivada de cdu(t) vale Figura 5-1: Resposta de um sistema de primeira ordem ao degrau unitário. Quando t = 4 , o erro de resposta (isto é, a diferença entre a entrada e a resposta do sistema) é menor que 2%. Admite-se, para fins práticos, que se a resposta ficar confinada dentro de um erro de 2% o sistema atingiu o regime permanente. Ao contrário, se o sistema ainda não estabilizou o suficiente, então ele encontra-se no regime transitório ou transiente. Não faz sentido definir o regime permanente com base em um erro nulo, uma vez que teoricamente o sistema leva um tempo infinito para atingir o valor unitário. Como o pólo dos sistemas de primeira ordem se localiza em , quanto mais afastado do eixo imaginário estiver o pólo, mais rapidamente o sistema estabilizará. Estes fatos estão ilustrados na Figura 5-2. Apostila de Controle 32 Figura 5-2: Influência da constante de tempo no tempo de estabilização 5.3.2 - Sistemas de segunda ordem Sistemas de segunda ordem possuem no denominador um polinômio do segundo grau na variável complexa s, na forma Nota-se que esta função é bastante semelhante a um sistema mecânico massa-mola- amortecedor, ou um sistema elétrico indutor-capacitor-resistor, com M representando a massa, a inércia, a indutância ou a inertância; B pode ser o amortecedor, resistor ou resistência fluida; Km é a constante de mola, capacitor ou capacitância fluida. Dividindo o numerador e o denominador por J e separando o polinômio nas suas raízes, tem-se Faz-se agora uma transformação de variáveis, tal que onde n(lê-se ômega-ene) é conhecida como freqüência natural não amortecida, e (lê-se csi) é a razão de amortecimento. Além disso, é o amortecimento crítico. Substituindo estes valores em G(s) tem-se ou, em termos das raízes, Suporemos n e maiores do que zero, o que garante a estabilidade do sistema. Iremos considerar também . Em uma análise situação onde , basta multiplicar o sinal de saída calculado por . Dependendo dos valores de n e , as raízes do polinômio (pólos da função de transferência) podem ser: duas raízes complexas, se 0 < < 1, uma raiz de multiplicidade 2 se = 1, ou duas raízes reais se > 1. Apostila de Controle 33 Uma vez que a resposta do sistema à excitação degrau unitário, rampa ou impulso unitário estão relacionadas entre si, como visto na seção anterior, será analisada a resposta do sistema de segunda ordem apenas com relação ao degrau unitário. A transformada de Laplace da resposta do sistema ao degrau unitário é dada por Esta função será decomposta em frações parciais, mas uma vez que a tabela de transformadas inversas já apresenta as soluções para funções de segunda ordem, a separação em frações será feita na forma: Nota-se que o numerador é um polinômio do primeiro grau, e não apenas um termo constante. Isto é necessário, uma vez que o grau do polinômio do denominador deve ser uma unidade menor do que o grau do denominador. A igualdade das funções permite obter os coeficientes, que resultam a1 = 1, a2 = 1, e a3 = 2 n, e portanto Serão analisadas agora as diferentes alternativas para o valor de . 5.3.3 - Resposta do sistema de segunda ordem para 0 < < 1 Neste caso a resposta do sistema apresenta dois pólos complexos conjugados, e é conhecida como movimento oscilatório sub-amortecido. Os pólos são dados respectivamente por e Nota-se que a raiz é negativa, pois é menor do que a unidade. Fazendo então d ser a freqüência natural amortecida, definida por então as raízes ficam Esta alteração permite escrever a resposta do sistema na forma pois Apostila de Controle 34 Separando agora o numerador em dois termos na forma , a resposta fica Pode-se agora efetuar a transformada inversa de Laplace, usando a tabela de transformadas. A resposta do sistema no domínio do tempo resulta mas como , então a resposta fica A expressão acima pode igualmente ser posta na forma Uma vez que, por hipótese, , então é válido considerar que existe um ângulo tal que , e, neste caso, . Substituindo estas expressões na resposta do sistema, tem-se Lembrando finalmente que , tem-se onde a relação permite obter o ângulo . A resposta também pode ser escrita como válida para , ou seja, trata-se de uma resposta oscilatória com amplitude amortecida. O período da oscilação é , e o amortecimento é tanto maior quanto maior for a freqüência natural não amortecida e a constante de amortecimento . O erro da resposta com relação à entrada fica então dado por Apostila de Controle 35 e o erro de regime permanente é nulo, pois quando o tempo t tende a infinito, o erro tende a se anular: Se, porém, a constante de amortecimento for nula, isto é, se , então a resposta já não é amortecida, mantendo, todavia, a oscilação, com período . Logo, para a resposta vale Com base na resposta amortecida e não amortecida fica mais fácil entender a razão dos nomes de e Nota-se que a freqüência natural amortecida, , é sempre maior do que a freqüência natural não amortecida, Contudo, conforme a constante de amortecimento aproxima- se de 1, a resposta torna-se não oscilatória e mais amortecida, como visto a seguir. 5.3.4 - Resposta do sistema de segunda ordem para Quando o sistema torna-se criticamente amortecido, ou de amortecimento crítico. Substituindo este valor da constante de amortecimento na função de transferência, resulta que cuja resposta ao degrau unitário no domínio da variável complexa é: Decompondo a expressão acima em frações parciais, tem-se Recorrendo à tabela de transformada de Laplace (a e g), pode-se efetuar agora a transformada inversa que apresenta um erro de regime permanente dado por ou seja, o erro em regime permanente é nulo. Deve-se notar também a ausência de oscilação na resposta do sistema, que é puramente uma exponencial assintótica (amortecida). 5.3.5 - Resposta do sistema de segunda ordem para Quando a constante de amortecimento é maior do que 1, tem-se um sistema sobre- amortecido ou superamortecido. A função de transferência apresenta agora dois pólos reais e distintos, s1 e s2, dados por A resposta do sistema à ação degrau unitário fica dada por Apostila de Controle 36 Separando em frações parciais e aplicando a transformada inversa, a resposta no tempo fica composta por duas exponenciais, com decaimentos diferentes, uma vez que os expoentes são distintos. Esta expressão pode ser escrita na forma mais compacta Percebe-se, igualmente, que o erro em regime permanente é nulo, pois se trata de uma soma de duas exponenciais decrescentes, uma vez que tanto s1 quanto s2 são positivos: Figura 5-3: Resposta de um sistema de segunda ordem ao degrau unitário, para diferentes valores da constante de amortecimento . A Figura 5-3 ilustra o comportamento de um sistema de segunda ordem em função da constante de amortecimento e do ângulo , para excitação na forma de um degrau unitário. Pode ser mostrado que se a constante de amortecimento estiver limitada entre os extremos , (movimento oscilatório sub-amortecido), então a resposta apresentará um único pico, isto é, ela ultrapassa o valor 1 apenas uma vez, e depois aproxima-se de 1 sementretanto cair abaixo deste valor (ver a curva referente a na Figura 5-3). Nota-se também que todas as curvas apresentam erro de regime permanente nulo (tendem para 1) exceto a resposta para uma constante de amortecimento nula, que é oscilatória. 5.4 - ANÁLISE DE DESEMPENHO COM BASE NA RESPOSTA TRANSIENTE Em geral a análise do desempenho ou das características de um sistema é realizada com base na resposta deste sistema a uma excitação qualquer. Como o degrau unitário permite diferenciar bem o comportamento dinâmico dos diversos sistemas, ele é normalmente escolhido como a excitação de referência, embora o impulso unitário possa igualmente desempenhar este papel. Como visto, a resposta de um sistema de ordem maior ou igual a 2 não atinge a referência imediatamente, Apostila de Controle 37 mas apresenta um transiente amortecido até atingir o regime estacionário (ou permanente). O comportamento do sistema no transitório depende, é claro, das condições iniciais. Contudo, para simplificar a análise, é comum adotar-se condições iniciais nulas. Assim, a resposta destes sistemas possui o comportamento típico mostrado na Figura 5-4, com uma ou outra alteração. Com base neste comportamento, pode-se definir algumas variáveis com base na resposta ao degrau unitário. As mais importantes são: tempo de atraso de resposta, td tempo de subida, tr instante de pico ou de máxima resposta, tp máximo sobre-sinal, Mp tempo de assentamento, ts Figura 5-4: Caracterização da resposta de um sistema dinâmico O tempo de atraso de resposta, td, é o intervalo no qual o sistema atinge pela primeira vez 50% do seu valor final (estacionário). O tempo de subida, tr, é o tempo que o sistema leva para passar de 0 a 100% do seu valor final, ou então de 5% a 95%, ou ainda de 10% a 90%. Na figura 6 o tempo de subida está representado no intervalo 0 a 100%. O tempo de pico ou instante de pico ou instante de máxima resposta, tp, é o intervalo de tempo necessário até que o sistema atinja seu primeiro sobre-sinal. O sobre-sinal máximo (ou overshoot), Mp, é a diferença entre a resposta no instante de pico e o valor da resposta em regime permanente. Pode ser mostrado que o sobre-sinal máximo relaciona-se com a estabilidade do sistema. O tempo de assentamento, ts, é o intervalo que o sistema leva até que a resposta caia dentro de uma faixa de valores centrada no valor final do regime permanente. Esta faixa é geralmente escolhida entre 2% a 5%, dependendo dos objetivos do projeto. O tempo de assentamento é maior do que todos os outros intervalos definidos aqui. Admite-se, para fins práticos, que após o tempo de assentamento o sistema tenha atingido o regime permanente. Em sistemas sobre-amortecidos o instante de pico e o sobre-sinal máximo não são definidos. 5.5 - SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM NÃO-CANÔNICOS Os resultados obtidos acima são corretos apenas para uma função de transferência sem zeros finitos. Se o sistema de segunda ordem possui zeros localizados próximos do(s) pólo(s) dominate(s), os zeros vão influenciar a resposta transitória do sistema. Vamos tomar como base um sistema genérico de segunda ordem com um zero: Apostila de Controle 38 No caso subamortecido, este sistema tem pólos com parte real e um zero em . Vamos verificar a influência do zero supondo e em duas situações: e . Por simulação numérica gerou-se o sinal de saída desses sistemas em cinco casos: (ou seja, sistema canônico sem zero), (em módulo, o zero é 10 vezes maior que a parte real do pólo), (o zero é 5 vezes maior), (o zero e a parte real do pólo são iguais) e (o zero está no semi-plano direito). Na Figura 5-5 vê-se o sinal de saída dos sistemas com e , respectivamente, para as diversas localizações do zero. Figura 5-5: Influência de um zero na resposta ao degrau de um sistema. Com base nos sinais simulados, determinou-se numericamente para cada caso o valor do sobre-sinal e do tempo de estabilização do sistema, valores estes que estão indicados na Tabela 5-1. Pelos comportamentos exibidos na Figura 5-5 e na Tabela 5-1, nota-se que o zero tem uma influência marcante no sobre-sinal dos sistemas de segunda ordem quando ele se localiza próximo dos pólos dominantes. A influência sobre o tempo de estabilização não é muito significativa, exceto nos casos extremos. Quando o zero está muito mais afastado do eixo imaginário que o pólo, seus efeitos são desprezíveis tanto sobre o sobre-sinal quanto sobre o tempo de estabilização e o sistema se comporta como um sistema sem zeros. Apostila de Controle 39 Tabela 5-1: Influência de um zero nos critérios de desempenho de um sistema. Sobre-sinal Sub-sinal Estabilização (5%) 0.2 0 ∞ ∞ 52.7% ---- 13.8 0.2 0.5 2 10 59.7% ---- 13.4 0.2 1 1 5 79.8% ---- 15.8 0.2 5 0.2 1 355.5% 82.7% 21.8 0.2 -1 -1 -5 70.9% 34.7% 17.2 0.625 0 ∞ ∞ 8.1% ---- 5.17 0.625 0.16 6.25 10 8.2% ---- 5.01 0.625 0.32 3.125 5 8.6% ---- 4.86 0.625 1.6 0.625 1 35.5% ---- 4.30 0.625 -0.32 -3.125 -5 8.4% 4.0% 5.48 É interessante se notar o efeito dos zeros no semi-plano direito, o que caracteriza os sistemas de fase não-mínima. A existência de zeros nesta configuração leva ao aparecimento de sub-sinal (valores negativos) no início do transitório (casos com ). O sub-sinal também pode aparecer em sistemas com baixo fator de amortecimento e com um zero muito significativo em relação aos pólos, como no caso e . 5.6 - SISTEMAS DE ORDEM SUPERIOR Quando o sistema tem mais de um pólo com partes reais distintas, o comportamento do sistema é mais influenciado pelo pólo mais próximo do eixo imaginário (pólo dominante) que pelos outros pólos (pólos dominados). Esse fato acontece porque a constante de tempo do pólo dominante é maior, o que gera sinais transitórios mais duradouros.Para exemplificar, dois sistemas de quarta ordem cujos pólos estivessem nas posições indicadas na Figura 5-6 poderiam ser aproximadamente representados por sistemas de ordem inferior: Figura 5-6: Exemplos de aproximação de sistemas com pólos dominantes e dominados. Quando o sistema tem vários pólos com partes reais aproximadamente iguais, a relação de dominância não está bem estabelecida. Um sistema nesta situação geralmente tem um tempo de Apostila de Controle 40 estabilização maior que um sistema com um pólo simples na mesma posição. Isto pode ser constatado no caso dos sistemas de segunda ordem: um sistema de primeira ordem com um pólo em terá um tempo de estabilização a 2% de , enquanto que um sistema de segunda ordem criticamente amortecido com dois pólos na mesma posição terá um tempo de estabilização de 2% de . Consideremos a adequação de uma aproximação de ordem inferior para os sistemas: O primeiro sistema tem pólos em e . Como a relação entre as partes reais é de 1:6, espera-se um bom resultado ao se fazer a aproximação. Já o segundo sistema tem pólos em e . Como a relação entre as partes reais é de 1:1,5, a aproximação não deve dar bons resultados. A Figura 5-7 apresenta a resposta ao degrau dos sistemas exatos e dos aproximados. No primeiro caso há uma semelhança razoável na curva de resposta, enquanto que no segundo caso se constata uma diferença considerável, principalmente no sobre-sinal. Figura 5-7: Resposta ao degrau de um sistema exato e de um sistema aproximado. Apostila de Controle 41 5.7 - EXEMPLOS Petrobras – Eng. de Proc. Júnior 2001 Petrobras – Processamento Júnior – 2004 Resposta: 156V, 157V, 158F, 159V, 160V Transpetro – Automação 2006 Resposta: Fazendo as devidas substituições, tem-se: Logo: Letra C. Apostila de Controle 42 Prominp - Área: Elétrica – 2006 Resposta: A saída será 1/6, ou seja, 0,16. Letra B. Petrobrás – Engenharia Química 2008 Resposta: Da própria solução de sistemas de primeira ordem ao degrau, letra D. REFAP– Eletrônica 2007 Resposta: Como a resposta ao degrau começa com valores negativos, tem-se a presença de um zero de malha aberta positivo, portanto, descartam-se as letras A e C. Como a saída está indo para um valor positivo, a parte sem s do denominador deve ser positiva, descartando a letra B. Como o ganho DC é 5, e resposta é a letra D. Apostila de Controle 43 CAPÍTULO 6 ESTABILIDADE 6.1 - INTRODUÇÃO A obtenção de um modelo matemático para um sistema, abordada nos capítulos anteriores, tem como uma das razões principais, a necessidade de ser deduzir propriedades dos processos a serem controlados, sem que seja preciso realizar-se ensaios exaustivos com o sistema. Uma das principais propriedades em engenharia de controle é a da estabilidade. A estabilidade nos garante que, após um período transitório, o sistema se fixará em um modo de funcionamento permanente, o que pode não ocorrer para um sistema instável. Sabendo que um sistema instável poderá exibir uma resposta errática e destrutiva, o controle deve se assegurar que o sistema é estável, com uma resposta limitada e controlável. Como introdução a este tema analisemos os dois casos a seguir. Figura 6-1: Movimento de um pêndulo simples A equação diferencial linearizada do pêndulo simples fornece: Aplicando a transformada de Laplace: cujos pólos são: Como os pólos são imaginários (ou possuem parte real nula), o sistema apresentado é marginalmente estável. Apostila de Controle 44 Figura 6-2: Resposta dinâmica de um pêndulo simples. Figura 6-3: Movimento de um pêndulo invertido A equação diferencial linearizada do pêndulo simples fornece: Aplicando a transformada de Laplace: cujos pólos são: Como um dos pólos é positivo (ou possui parte real positiva), o sistema apresentado é instável. Figura 6-4: Resposta dinâmica de um pêndulo invertido. Este capítulo apresentará as ferramentas que atestam a estabilidade de um sistema, a partir do seu modelo matemático. Apostila de Controle 45 6.2 - O CONCEITO DE ESTABILIDADE Existem diversas definições de estabilidade, quase todas equivalentes ao se tratar de sistemas lineares. Adotaremos a definição que diz que um sistema qualquer é estável se e somente se sua saída for limitada para toda e qualquer entrada limitada. Este enunciado é conhecido como a definição BIBO (Bounded Input, Bounded Output) de estabilidade. A estabilidade de um sistema linear contínuo pode ser determinada a partir da sua função de transferência (ou de sua matriz de transição de estados). Mostra-se que uma condição necessária e suficiente para que um sistema seja estável é que todos os pólos de sua função de transferência (ou os autovalores da sua matriz de transição d estados) tenham parte real negativa. A justificativa intuitiva para esta afirmação vem da análise da resposta transitória (ou resposta natural) dos sistemas. Se um sistema tem função de transferência G(s) dada por: então o seu sinal de saída Y(s), para um sinal de entrada U(s), pode ser decomposto em frações parciais da seguinte forma: onde YU(s) representa o somatório das frações parciais correspondentes aos termos introduzidos pelo sinal de entrada U(s). Se u(t) é limitado, a saída yu(t), ou saída forçada, também será limitada, pois a saída forçada tem a mesma natureza que o sinal de entrada. Desta forma, a possibilidade de surgimento de um sinal de saída ilimitado para uma entrada limitada vem dos termos correspondentes aos pólos da função de transferência. Há seis tipos de pólos para um sistema, conforme indica a Figura 6-5. Os termos em frações parciais correspondentes a cada um deles geram as seguintes componentes no sinal de saída: Figura 6-5: Possíveis localizações dos pólos e sua influência no sinal de saída 1. Pólos reais negativos: exponencial decrescente ; 2. Pólos complexos com parte real negativa: senóide exponencialmente amortecida ; 3. Pólos na origem: sinal constante ; 4. Pólos imaginários puros: senóide constante ; 5. Pólos complexos com parte real positiva: senóide exponencialmente crescente ; 6. Pólos reais positivos: exponencial crescente . Apostila de Controle 46 Se todos os pólos do sistema têm parte real negativa, eles se enquadram nos casos (1) ou (2) acima, de modo que gerarão sinais que desaparecerão com o tempo. Assim, pode-se garantir que qualquer sinal de entrada limitado gerará um sinal de saída limitado, pois após um tempo suficientemente longo, restarão apenas os componentes forçados do sinal de saída. Por conseqüência, o sistema será estável. Se o sistema tiver ao menos um pólo com parte real positiva, o pólo em questão se enquadra em um dos casos (5) ou (6) acima, o que gerará um sinal que tende para infinito. Portanto, independentemente de qual seja o sinal de entrada aplicado, o sinal de saída tenderá para infinito e conseqüentemente o sistema é instável. Quando o sistema tem pólos com parte real nula, que correspondem aos casos (3) e (4) acima, o sistema é dito marginalmente estável se todos os demais pólos tiverem parte real negativa. Estes sistemas geram sinais de saída limitados para alguns sinais de entrada e ilimitados para outros. Como a definição de estabilidade exige que o sinal de saída seja limitado para qualquer sinal de entrada limitado, os sistemas marginalmente estáveis são considerados instáveis. Para o caso (3) com um pólo na origem, a saída será limitada se o sinal de entrada tiver valor médio nulo, ou tenderá para o infinito no caso contrário. Por exemplo, uma entrada senoidal gerará uma saída cossenoidal limitada, enquanto que uma entrada degrau gerará uma saída em rampa que tende para infinito. Para o caso (4) com um par de pólos imaginários , a saída será limitada desde que o sinal de entrada não contenha componentes senoidais de freqüência , caso em que a saída tenderá para infinito. Um exemplo clássico de sistema marginalmente estável é mostrado na figura 6.2. A ponte Tacoma Narrows, no estado de Washington, EUA, foi aberta ao tráfego em julho de 1940. Notou-se que a ponte apresentava oscilações sempre que o vento soprava. Em novembro de 1940, uma determinada rajada de vento produziu uma oscilação que cresceu em amplitude até que a ponte se partiu. Este comportamento indica que o modelo da ponte apresentava um par de pólos em , ou próximos desta localização. Quando ocorreu uma rajada de vento com um comportamento oscilatório próximo da freqüência , a oscilação de saída tendeu a crescer até que a estrutura não resistiu. A primeira foto da Figura 6-6 mostra o início da oscilação, enquanto a segunda mostra o final da catástrofe. Figura 6-6: Acidente ocasionado por instabilidade da ponte Tacoma Narrows, EUA 6.3 - O CRITÉRIO DE ESTABILIDADE DE ROUTH-HURWITZ Por volta de 1800, A. Hurwitz e E.J. Routh publicaram independentemente um método para investigar a estabilidade de um sistema linear contínuo, considerando a equação característica do sistema. A equação característica é escrita como: Apostila de Controle 47 Para se afirmar a estabilidade de um sistema contínuo, é necessário que se determine se alguma das raízes de está no semi-plano direito do plano s. Se a equação característica for fatorada em termos dos pólos p1,p2,...,pn, temos: Multiplicando-se os fatores, acha-se que: Em outras palavras: Este resultado mostra que todos os coeficientes do polinômio devem ter o mesmo sinal se todas as raízes estão no semi-plano esquerdo. Além disso, todos os coeficientes devem ser não nulos. Estas condições, embora necessárias, não são suficientes para garantir a estabilidade. Por exemplo, a equação satisfaz estas duas condições, mas tem raízes -2 e 0.5±j1.9365, sendo que o par de pólos complexos é instável. O critério de Routh-Hurwitz é uma condição necessária e suficiente para a estabilidade de um sistema. O procedimentose baseia em uma tabela derivada dos coeficientes do polinômio característico, montada da seguinte forma: ... ... ... ... ... ... ... ... onde a0, a1, a2, ..., an são os coeficientes do polinômio e: Apostila de Controle 48 Se o polinômio é de ordem n, a tabela de Routh-Hurwitz terá n linhas. As duas últimas linhas da tabela (correspondentes a s0 e s1) terão uma coluna; as duas linhas seguintes (correspondentes a s2 e s3) terão duas colunas; e assim sucessivamente. Note-se que o último termo de todas as linhas pares (linhas correspondentes a s0, s2, s4, etc.) é idêntico. O critério de estabilidade de Routh-Hurwitz estabelece que o número de raízes da equação característica com parte real positiva é igual ao número de mudanças de sinal na primeira coluna da tabela. Este critério requer, portanto, que todos os elementos da primeira coluna tenham o mesmo sinal para que o sistema seja estável. O resultado não se altera quando todos os coeficientes de uma mesma linha são multiplicados ou divididos por um número positivo, o que muitas vezes pode ser útil para simplificar o cálculo. Exemplo 6.1 - Considere a estabilidade de um sistema cuja Função de Transferência é descrita por: A tabela de Routh-Hurwitz para a equação característica é: 1 3 11 2 4 10 1 6 -8 10 -7.25 10 Houve duas mudanças de sinal, o que implica que o sistema tem dois pólos com parte real positiva e que, portanto, é instável. Este resultado pode ser confirmado determinando-se as raízes da equação característica, que são -1.1066, -1.2066, -1.2501±j1.2944 e 0.8034±j1.4647. Este último par de pólos complexos causa a instabilidade do sistema. Algumas situações particulares podem ocorrer quando o primeiro elemento de uma linha é nulo. Neste contexto, devem ser analisados dois casos distintos: o primeiro elemento da linha é nulo e há pelo menos um outro elemento da mesma linha não-nulo; ou todos os elementos de uma linha são nulos (esta situação inclui o caso da linha com um único elemento nulo). Quando o primeiro elemento de uma linha é nulo e há pelo menos um elemento não-nulo na mesma linha, o elemento nulo pode ser substituído por um pequeno número positivo ; faz-se, em seguida, tender a zero e verifica-se o número de mudanças de sinal na tabela. Apostila de Controle 49 Exemplo 6.2 - Determine a estabilidade de um sistema descrito pela função de transferência: A tabela de Routh-Hurwitz para a equação característica é: 1 2 11 2 4 10 6 10 10 Com , tem-se 1 2 11 2 4 10 +0 6 -∞ 10 6 10 Houve duas mudanças de sinal, o que implica que o sistema tem dois pólos com parte real positiva e que, portanto, é instável. Este resultado está correto, tendo em vista que as raízes da equação característica são -1.3087, -1.2407±j1.0375 e 0.8950±j1.4561. Quando ocorre uma linha com todos os elementos nulos na tabela de Routh-Hurwitz, isto indica que o polinômio contém singularidades que estão simetricamente dispostas em torno da origem do plano “s”. Logo, ocorrem fatores como ou . Conseqüentemente, o sistema é instável ou, pelo menos, marginalmente estável. Nesta situação, a linha que imediatamente precede a linha nula na tabela fornece os coeficientes do chamado polinômio auxiliar. As raízes deste polinômio P(s) são os pólos da equação característica responsáveis pelo aparecimento da linha nula. Apostila de Controle 50 Exemplo 6.3 - Determine a estabilidade de um sistema descrito pela função de transferência: A tabela de Routh-Hurwitz para a equação característica é: 1 6 8 3 12 2 8 0 ? Então Este sistema tem dois pólos imaginários puros e é, portanto, marginalmente estável. Exemplo 6.4 - Um sistema com um ganho ajustável K é descrito pela função de transferência: Determine a faixa de valores de K para os quais o sistema é estável. A tabela de Routh-Hurwitz para a equação característica é: 1 6 8 K 12 8 8 Para que o sistema seja estável, é necessário que todos os coeficientes da primeira coluna da tabela sejam maiores que zero. Isto leva ao seguinte sistema de inequações: O sistema será estável se todas as inequações forem satisfeitas simultaneamente. Logo, conclui-se que o sistema será estável para qualquer valor do ganho tal que 3<K<6. Apostila de Controle 51 6.4 - ANÁLISE DA ESTABILIDADE RELATIVA O critério de estabilidade de Routh-Hurwitz dá a resposta quanto à questão da estabilidade absoluta. Isto, em muitos casos práticos, não é suficiente, pois é freqüente a necessidade de informações sobre a estabilidade relativa do sistema. A estabilidade relativa de um sistema pode ser definida em termos do tempo de decaimento dos termos introduzidos pelos pólos do sistema no seu sinal de saída: quanto menor este tempo, maior a estabilidade relativa do sistema. Para sistemas instáveis, este tempo é infinito, o que implica em uma estabilidade relativa nula. A propriedade da estabilidade relativa é diretamente relacionada à parte real dos pólos do sistema. Uma abordagem útil para se examinar a estabilidade relativa é deslocar o eixo imaginário no plano s e em seguida aplicar o critério de Routh-Hurwitz no novo polinômio característico. Isto é, faz-se a substituição: na equação característica do sistema,escreve-se o novo polinômio em termos de e aplica-se o critério neste novo polinômio. O número de mudanças de sinal na primeira coluna da tabela será igual ao número de raízes do polinômio original que estão localizados à direita da linha vertical . 6.5 - EXEMPLOS Petrobrás – Engenharia Química 2008 Resposta:: A equação característica fica sendo: Logo, letra B. Resposta: O pólo está em Que é sempre negativo para qualquer valor de K>0. Letra E. Apostila de Controle 52 Petrobras – Proc. Júnior - 2004 Resposta: 161V, 162F, 163F, 164V, 165V Equipamentos Júnior - 2008 Resposta: Questão 33: Letra D, pois este item está, na verdade, associado aos zeros do sistema: Questão 34: Letra A está errada, pois a instabilidade é fruto dos pólos. Letra B também está errada, pois a oscilação é fruto dos pólos. A letra D está errada, pois os zeros de malha aberta serão também zeros de malha fechada. A letra E está errada, pois os pólos de malha fechada caminham para os zeros de malha aberta, quando o ganho aumenta. Desta forma, o sistema será instaável para ganhos de malha elevados. Logo letra B. Transpetro – Processamento 2006 Resposta: A Função de Transferência de malha fechada é: Apostila de Controle 53 Logo os pólos são: Sistema estável. Letra E. Termoaço - 2008 Resposta: Questão 29: A equação característica é: Aplicando o critério de Routh-Hurwitz, tem-se que: 1 100 25 K K Logo, tem-se que 0<K<2500. Letra A. Questão 30: Considerando que para K=2500 a os pólos estarão sobre o eixo imaginário, substituindo-se s por jw, tem-se: A equação característica pode ser escrito como: Logo: Donde: Letra B. Processamento Júnior – 2006 Resposta: A equação característica pode ser escrito como: Aplicando o critério de Routh-Hurwitz, tem-se que: 1 11 6 6+6Kc 6+6Kc Logo, tem-se que 0<Kc<10. Letra A. Apostila de Controle 54 Resposta: Questão 34: Da própria definição de sobre- elevação, letra B. Questão 35: Aplicando o critério de Routh- Hurwitz: 1 5 1 2+Kc 2+Kc Logo, tem-se que 0<Kc<3. Letra D. Resposta: A equação característica pode ser escrito como: Aplicando o critério de Routh-Hurwitz, tem-se que: 1 14 40 K 0 K Logo, tem-se que K=560. Letra D. Petrobras – Eng. de Processamento Júnior 2001 Resposta: Questão 38: 1V, 2F, 3V, 4F, 5F Apostila deControle 55 Petrobras – Eng. de Equip. Júnior 2001 Resposta:1V, 2F, 3F, 4V, 5V Apostila de Controle 56 CAPÍTULO 7 ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE 7.1 - INTRODUÇÃO A propriedade da estabilidade nos garante que, após um período transitório, o sistema se fixará em um modo de funcionamento permanente. A análise em regime permanente se preocupa não apenas em ter certeza que o sistema estabilizará em um modo de comportamento estável, mas também em garantir que este modo de comportamento para o qual o sistema vai evoluir corresponde ao comportamento desejado. Dito de outra forma, trata-se da análise de chamado erro estacionário, ou erro de regime, do sistema, que constitui o principal conceito abordado neste capítulo. 7.2 - ERRO ESTACIONÁRIO Um sistema de controle é útil porque permite ao engenheiro ajustar o comportamento da saída a partir do sinal de entrada. O erro estacionário, ou erro de regime, é a diferença entre os sinais de entrada e de saída depois que todos os sinais transitórios decaíram, deixando apenas a resposta permanente no sinal de saída. Esta análise, evidentemente, só faz sentido para sistemas estáveis. A diminuição da sensibilidade do erro estacionário às variações nos parâmetros do sistema é uma das principais razões para se utilizar realimentação em sistemas de controle. Isto pode ser demonstrado calculando-se o erro de regime para os dois tipos de sistemas. Figura 7-1: Sistemas típicos em malha aberta e em malha fechada Para um sistema em malha aberta da Figura 7-1, a Transformada de Laplace do erro é: Já o erro do sistema com realimentação negativa unitária é tal que: Para calcular o valor estacionário do erro , utiliza-se o teorema do valor final da transformada de Laplace: Utilizando uma entrada degrau unitário nos dois sistemas para efeito de comparação, obtém- se para o sistema em malha aberta: Para o sistema em malha fechada, tem-se: Apostila de Controle 57 O valor de G(s) quando s=0 é normalmente denominado ganho CC, pois dá o fator de multiplicação em regime entre entrada e saída para uma entrada degrau. Nota-se que o sistema em malha aberta pode ter um erro estacionário nulo simplesmente ajustando-se o valor do ganho CC para que o sistema tenha G(0)=1. Qual é a vantagem do sistema em malha fechada neste caso? No sistema em malha aberta, pode-se calibrar o sistema de forma que G(0)=1, mas durante a operação do sistema é inevitável que os parâmetros de G(s) mudem por envelhecimento ou por mudança das condições do ambiente. Como se trata de um sistema em malha aberta, o erro estacionário permanecerá diferente de zero até que o sistema seja recalibrado. Já o sistema em malha fechada continuamente monitora o erro e gera um sinal de entrada para a planta de forma a reduzir o valor de regime do erro. A menor sensibilidade a variações nos parâmetros dos sistemas em malha fechada pode ser percebida em um exemplo. Seja uma planta com função de transferência: O erro estacionário em malha aberta é: Este erro pode ser feito nulo adotando-se K=1. Para o sistema em malha fechada, Neste caso, o erro nunca é nulo. Pode-se reduzi-lo adotando-se um ganho elevado. Por exemplo, para K=100, o erro estacionário seria de erp=0.0099. Comparando-se estas duas situações, a configuração em malha aberta parece ser superior. A vantagem da realimentação aparece quando ocorrem variações nos parâmetros. Por exemplo, vamos supor uma variação de 20% no valor do ganho K. No sistema em malha fechada, o ganho passar de K=1 a K=0.8 faz com que o erro em regime passe de erp=0.0099 a erp=0.012. Ou seja, uma variação de 20% no valor do ganho se reflete integralmente no sinal de saída no caso em malha aberta, enquanto que no sistema em malha fechada ocorre uma variação de apenas 0.21% no valor do sinal de saída. 7.3 - ERRO ATUANTE ESTACIONÁRIO Para sistemas realimentados, além do erro tradicional (diferença entre o sinal de entrada e o sinal de saída), define-se também o erro atuante ea(t), que é a diferença entre o sinal de entrada e o sinal realimentado. A Figura 7-2 ilustra esta definição do erro atuante: note-se que, para sistemas com realimentação negativa unitária onde H(s)=1, o erro e o erro atuante são equivalentes. Figura 7-2: Definição do erro atuante Da Figura 7-2: Apostila de Controle 58 Da mesma forma que para o erro, pode-se calcular o erro atuante estacionário (ou seja, o valor de regime do erro atuante) utilizando o teorema do valor final da transformada de Laplace: É útil, para efeito de comparação, determinar-se o erro atuante estacionário para três entradas bastante usuais em análise de sistemas de controle: entrada degrau, entrada rampa e entrada parábola. 7.3.1 - Entrada degrau O erro atuante estacionário para uma entrada degrau unitário r(t)=1 é de: Claramente, é a função de transferência de malha aberta que determina o erro atuante estacionário. Esta função de transferência pode ser escrita de forma geral como: O número N de integradores puros (ou seja, pólos na origem) da função de transferência em malha aberta do sistema é freqüentemente denominado o tipo do sistema. Para um sistema tipo 0 (N=0), o erro atuante estacionário para a entrada degrau é: A constante é denominada Kp, a constante de erro de posição, de modo que: Para sistemas tipo 1 ou superior, o erro atuante estacionário para entrada degrau é nulo, pois a constante Kp tende a infinito. 7.3.2 - Entrada rampa O erro atuante estacionário para uma entrada rampa unitária r(t)=t é de: Novamente, o erro atuante estacionário depende do tipo do sistema. Para um sistema tipo 0, o erro atuante estacionário é infinito. Para um sistema tipo 1: onde a constante Kv é denominada constante de erro de velocidade. Para sistemas tipo 2 ou superior, o erro atuante estacionário para entrada rampa é nulo. Apostila de Controle 59 7.3.3 - Entrada parábola O erro atuante estacionário para uma entrada parábola unitária é de: Para sistemas tipo 0 ou tipo 1, o erro atuante estacionário é infinito. Para um sistema tipo 2, obtém-se: onde a constante Ka é denominada constante de erro de aceleração. Para sistemas tipo 3 ou superior, o erro estacionário para entrada parábola é nulo. O sumário do erro atuante estacionário para as três entradas principais dos vários tipos de sistemas é sumarizado na Tabela 7-1. Se o sistema em malha aberta tem p integradores, então o erro será zero em regime (desde que o sistema em malha fechada seja estável) para sinais de referência que são polinômios de ordem menor ou igual a p-1. Para o caso mais freqüente da entrada degrau (polinômio de ordem zero), é importante lembrar que um único pólo na origem garante o erro atuante estacionário nulo. Tabela 7-1: Sumário das fórmulas de cálculo do erro atuante estacionário. Tipo do sistema Entrada Degrau Rampa Parábola 0 ∞ ∞ 1 0 ∞ 2 0 0 3 0 0 0 Como ilustração, a Figura 7-3 apresenta o comportamento esperado de um sistema tipo 1 com realimentação negativa unitária para os três tipos de entrada. O sinal de saída do sistema segue perfeitamente uma entrada degrau, acompanha com atraso constante uma entrada rampa e se distancia cada vez mais de uma entrada parábola. Figura 7-3: Comportamento de um sistema tipo 1 para vários tipos de entrada. Apostila de Controle 60 CAPÍTULO 8 CONTROLE CLÁSSICO DE SISTEMAS 8.1 - DEFINIÇÕES Um controlador de um sistema é um dispositivo eletrônico, pneumático, hidráulico ou mecânico que compara a situação atual da planta (o estado da planta, dado pela sua posição, velocidade, tensão, etc.) que se quer controlar, determina a seguir o desvio ou erro com relação a uma referência fornecida e produz um sinal de controle no atuador que, por sua vez, leva
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