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VT - DIREITO ADMINISTRATIVO

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
CURSO DE DIREITO
DIREITO ADMINISTRATIVO I
Karla Ludmilla dos Reis - 600375435
Keliane Pereira da Silva - 600339043
LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – LEI 8.666/93
Goiânia
2019
Karla Ludmilla dos Reis - 600375435
Keliane Pereira da Silva - 600339043
LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – LEI 8.666/93
Trabalho apresentado à Disciplina de Direito Administrativo I do Curso de Direito da Universidade Salgado de Oliveira-UNIVERSO, como parte dos requisitos parciais para aprovação na disciplina.
Orientadora: Prof. Isabel Valverde
Goiânia
2019
INTRODUÇÃO
 A Administração Pública, busca cumprir suas funções atuando nos mais variados segmentos, produzindo bens, serviços e realizando uma série de atividades das mais variadas possíveis, tendo como finalidade a consecução do interesse público e a coletividade. 
 A licitação tem a finalidade de proporcionar o funcionamento regido pela lei dentro de todos os parâmetros necessários para os diversos tipos de atividades públicas, onde sempre busca atender e proteger o interesse público de forma legal. 
 Para manter a satisfação do interesse coletivo e perpetuar seu funcionamento é necessário adquirir bens e serviços dos mais variados possíveis, para isso a Administração pública precisa utilizar-se de compras, porém não pode ela proceder como o particular, pois este utiliza de compras e serviços e contrata com quem deseja, visto que tem liberdade legal para isso, mas as compras e contratações feitas pelo Setor Público são regidas por lei, justamente para guardar os interesses coletivos e evitar que agentes públicos usem de interesses pessoais. 
 A Lei que rege as atividades de compras de bens e serviços, bem como as contratações feitas pelo Setor Público é a Lei 8.666/93, esta traz todas as formalidades que devem ser obedecidas pelos agentes públicos, nos casos de contratações de serviços e compras, além dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação. 
 
 
I – LICITAÇÃO
Conceito
 É um procedimento administrativo que precede a celebração do contrato administrativo, sendo sua efetivação obrigatória, com exceção dos casos previstos em lei (Lei 8.666/93). Sua principal função é destacar as propostas que melhor atendam ao interesse público. 
 Portanto é o procedimento obrigatório a ser utilizado pela Administração Pública para realizar suas contratações, sejam as aquisições de bens e serviços ou as alienações. É regida principalmente pela Lei Federal nº8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos) e Lei Federal nº 10.520/02 (Lei do Pregão).
 Licitação é o procedimento administrativo formal para contratação de serviços ou aquisição de produtos pelos entes da Administração Pública direta ou indireta. 
 Vale ressaltar que Marçal Justen Filho rejeita a tese da “supremacia” do interesse público destacando que o único valor supremo é a dignidade humana, que é o núcleo dos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal. 
 A expressão “interesse público” não possui conteúdo próprio, específico e determinado. O interesse Público costuma ser invocado para satisfação dos interesses escolhidos pelo próprio governante, o que não encontra respaldo com a ordem jurídico-constitucional em vigor. Em hipótese alguma o “interesse público” autoriza ignorar ou violar direitos fundamentais garantidos pela constituição.[1]
 É um processo administrativo, isonômico, na qual a administração seleciona a proposta mais vantajosa, menos onerosa e com melhor qualidade possível, para a contratação de uma obra, de um serviço, da compra de um produto, locação ou alienação. Licitação é o processo administrativo responsável pela escolha da empresa apta a ser contratada pela administração pública para o fornecimento de seus produtos e / ou serviços. Princípio da Impessoalidade: utilizado para evitar subjetivismos durante o processo de licitação.
1 DISCIPLINA NORMATIVA
 Segundo o Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 No Brasil, para licitações por entidades que façam uso da verba pública, o processo é regulado pelas leis 8.666/93 e 10.520/02.
 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro a licitação pode ser definida como um procedimento administrativo através do qual um ente público, fazendo-se valer do seu exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se enquadrem nas condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de oferecerem propostas dentre as quais será selecionada e aceita a mais conveniente para a celebração do contrato.
 A licitação é obrigatória para toda Administração Pública e deve seguir vários princípios, conforme preconizado no art. 37 caput e inciso XXI da Constituição Federal:
“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:[...]
 XXI - Ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
 As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado. Poderão se habilitar a licitação, interessados residentes ou sediados em outros locais. Dos Avisos e Editais da Modalidade de Concorrência. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez. 
2 FUNDAMENTOS
Moralidade administrativa
Igualdade de oportunidade
Objeto – Imediato: Seleção da melhor proposta.
Objeto – Mediato: Obtenção do serviço ou obra pretendida.
3 PRINCÍPIOS 
 Seus princípios de formação são: procedimentos formais, publicidade, isonomia de tratamento dos licitantes, sigilo na apresentação de propostas, vinculação de edital ou convites, julgamento, adjudicação compulsória ao vencedor e probidade administrativa. 
Procedimento Formal – Respeito às exigências legais contidas em lei específica, regulamentos, caderno de obrigações, edital e carta convite. Não se confunde com formalismo legal, possuindo certa flexibilidade. 
Publicidade - Todos os atos pertinentes à licitação têm que ser públicos, devidamente publicados e divulgados nos meios cabíveis. 
Isonomia de tratamento – As cláusulas contidas nos editais e convites não podem conter qualquer tipo de discriminação aos participantes da licitação. 
Sigilo na Apresentação das Propostas – Ato pelo o qual se preserva a proposta apresentada pelo licitante do prévio conhecimento das propostas dos outros licitantes. 
Vinculação de Editais e Convites – Obrigação da Administração Pública de editar a forma e o modo de participação dos licitantes. 
Julgamento – Critério utilizadopela administração para a escolha da melhor proposta apresentada na licitação, em concordância com os critérios preestabelecidos pela Administração Pública. 
Adjudicação Compulsória do Vencedor – Legitimação do vencedor da licitação. 
Probidade Administrativa – Dever do administrador público para com a honestidade na condução das licitações. 
4 MODALIDADES
Concorrência – Utilizada nos contratos de obras, serviços e compras de grande valor, admite a participação de quaisquer interessados que satisfaçam às condições estabelecidas em edital. 
Tomada de Preços – Sua característica principal é a necessidade de existência de habilitação prévia dos licitantes, por meio dos registros cadastrais. No mais, possui as mesmas características da concorrência. 
Convite – Chamada, sem a necessidade de publicação de edital, de pelo menos três interessados, para que, por meio dessa simples licitação, possam ser selecionados para contratações de pequeno valor. 
Concurso – Licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou artístico, predominantemente de criação intelectual. Dispensa a formalidade específica da concorrência, podendo ser premiada ou remunerada. 
Leilão – Licitação para venda de bens móveis, semoventes (isto é, animais), e produtos apreendidos ou penhorados; podendo ser utilizado também, em casos especiais, para a venda de imóveis. 
Pregão – Licitação feita por lances públicos para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação (A Lei 10.520/02 disciplina sua regulamentação).  
Como critério de desempate, dá-se preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: produzidos no país; produzidos ou prestados por empresas brasileiras; produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
Extinção - A licitação, sendo um processo licitatório, compõe-se de um conjunto de atos suscetíveis de invalidação pelos institutos da anulação e da revogação (Art. 49 Lei 8666/93).
Anulação é a invalidação da licitação por motivo de ilegalidade; revogação é a invalidação da licitação em razão do interesse público. Anula-se o que é ilegítimo; revoga-se o que é legitimo, mas inoportuno e inconveniente à Administração. Em ambos os casos, a decisão deve ser justificada, para demonstrar a ocorrência do motivo e a lisura do Poder Público, sem o que o ato anulatório ou revocatório será inoperante.
Prorrogação
A prorrogação contratual requer a presença de um requisito ímpar, qual seja, a obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Administração, o preço deve estar condizente com o aplicado no mercado. Acrescente-se ainda, o fato do credenciamento se enquadrar, diante da inviabilidade de competição, na fórmula legal da inexigibilidade, nos termos do art. 25 da Lei n. 8.666/93, não afasta a necessidade de constar deste a justificativa do preço.
 Resta, ainda, mencionar que deve constar, expressamente, do edital de credenciamento, com fundamento nos princípios da legalidade, isonomia e segurança jurídica, a data limite para a habilitação dos interessados, bem como, a possibilidade de prorrogação. Como se trata de um procedimento em que há inviabilidade de competição e a Administração contratará com todos os interessados que atendam aos requisitos previstos no edital, mediante sorteio das demandas, faz-se necessário um prazo limitado para habilitação, viabilizando com isso uma gestão segura do procedimento, sem mencionar que se trata de uma forma de resguardar a transparência da Administração e assegurar o respeito ao princípio da igualdade. 
   Por fim, realizado o credenciamento, a demanda que surge é sorteada entre os credenciados para sua realização. Durante a vigência do credenciamento as empresas aptas a realizarem o serviço são aquelas credenciadas, não podendo empresa não habilitada realizá-lo. Ocorrendo a prorrogação do credenciamento, entendemos que a Administração deverá reabrir prazo para nova habilitação, com a devida publicação do chamamento aos interessados.  
 Assim, pelos fundamentos acima expostos, entendemos que a vigência do procedimento de credenciamento é passível de prorrogação desde que se trate de contratação de serviço contínuo, esteja comprovada a vantajosidade econômica e exista previsão no instrumento convocatório da possibilidade de prorrogação.
II – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
CONCEITO
 O Contrato é a criação de direitos e obrigações por meio da exteriorização da vontade das partes contratantes. 
 Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
 Sendo portando o acordo de vontade celebrado pela Administração Pública com particulares ou entidades administrativas, com finalidade de atendimento ao interesse público. 
 O contrato administrativo é sempre formal, oneroso, comutativo e pessoal. Atualmente os contratos administrativos são regidos pela Lei 8.666/93, também conhecida como Lei de Licitações. 
 Os principais contratos administrativos são obra pública, serviço, fornecimento, concessão, gerenciamento, gestão, programa, parceria e consórcio público. 
 As garantias são exigências impostas pela administração pública ao contratar. A garantia deve ser devolvida após a execução do contrato, ou pode ser perdida em favor do contratante por falta cometida pelo contratado (caução, seguro garantia, dinheiro). 
EXECUÇÃO DO CONTRATO 
 De acordo com os Direitos e Obrigações a administração tem direito à execução do contrato, sendo-lhe garantido o exercício de suas prerrogativas em igualdade com o contratado. A administração não necessita de intervenção do judiciário para o exercício de suas atribuições. Basicamente, a administração, além de fiscalizar, tem a obrigação de pagar o preço ajustado e o direito de receber o objeto contratado.
CARACTERISTICAS 
 As características podem ser consensual, formal, oneroso, comutativo, intuito personae e exige prévia licitação.
TIPOS 
 Os tipos podem ser de Colaboração que é quando o particular se obriga a prestar ou a realizar algo para a administração, como por exemplo: obras, serviços ou fornecimento. O contrato de colaboração é firmado no interesse precípuo da Administração. 
 E o de Atribuição que é quando a Administração confere determinadas vantagens ou certos direitos ao particular em uso especial de bem público. Sendo assim, o contrato de Atribuição é realizado no interesse do particular, desde que não contrarie o interesse público. 
INTERPRETAÇÃO
 De acordo com a interpretação, o contrato é regido pelas regras do direto público, suplementadas pelos princípios da teoria geral dos contratos e do direito privado. As cláusulas dos contratos de direito publico equivalem a atos administrativos e gozam de presunção de legitimidade.
CONTROLE DO CONTRATO
 É importante que haja a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização, e se for preciso, a intervenção da Administração Pública. 
FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO
 Os contratos administrativos formalizam-se mediante lavratura própria em livro da administração ou por escritura pública, nos casos exigidos por lei. 
 Sendo assim, a formalização do contrato é feita de instrumento, onde é instrumento o termo, em livro próprio da repartição contratante, ou escritura pública, nos casos exigidos em lei com os relativos direitos reais como por exemplo os imóveis. Também são considerados instrumentos a carta-contrato, a nota de empenho de despesa, autorização de compra e ordem de serviço. 
 Já na formalização do contrato do conteúdo o que prevalece é a vontade das partes expressa através das cláusulas contratuais. Além disso, o edital, o projeto com suas especificações,memoriais, cálculos e planilhas também integram o contrato. 
EXTINÇÃO
 O contrato pode ser extinto após o término das obrigações pactuadas, ou por meio de rescisão ou anulação pelo descumprimento de cláusulas.
PRORROGAÇÃO
 O contrato extinto não se prorroga nem se renova, exigindo novo ajuste. Portanto a prorrogação se faz por termo aditivo, independente de nova licitação, podendo seu prazo ser igual, inferior ou superior ao do contrato original.
 A prorrogação do contrato não se confunde com prorrogação dos prazos para a execução de seu objeto de acordo com o artigo 57 e parágrafos, Lei 866/93. 
 
CONCLUSÃO
 Licitação é um procedimento administrativo onde a Administração Pública Direta e Indireta obtêm a proposta mais vantajosa, assegurando igualdade de condições aos que participem do certame, visando à celebração do Contrato Administrativo para promover os interesses da coletividade. 
 A constituição Federal estabeleceu como regra geral a licitação como o instrumento adequado para as contratações do Poder Público e somente em casos excepcionais a Administração Pública está autorizada a firmar contratos administrativos sem licitar. O procedimento administrativo da licitação deve ser realizado coadunando-se perfeitamente com a legislação infraconstitucional e com o edital para que não haja violação ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório.
 É importante analisar, que nos contratos administrativos ficará a critério da Administração exigir a prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. Esta previsão encontra guarida na Lei de Licitações que especificou como modalidade de garantias: caução em dinheiro, em títulos da dívida pública e fiança bancária. Quanto à duração dos prazos do contrato administrativo, cumpre observar que estes não poderão, salvo exceções expressas na Lei de Licitações, ser firmados por tempo indeterminado, estando a vigência do contrato adstrita ao crédito orçamentário. 
 Prevê ainda a legislação em comento a possibilidade de prorrogação do contrato, nos prazos de início de etapas de execução, nos prazos de conclusão e nos prazos de entrega.
 Os contratos administrativos buscam, na maioria das vezes, a satisfação do interesse público, são dotados de cláusulas exorbitantes e contem em seu bojo cláusulas de cunho obrigatório. Os contratos administrativos não podem ser considerados mera formalidade, devendo ser rigorosamente cumpridos e formalmente editados pelos órgãos da Administração Pública.
Sendo assim podemos concluir que a Administração Pública, em todas as esferas de governo, não possui liberdade quando deseja contratar, pois deve sempre pautar seus atos pela estrita observância das disposições normativas e visando o interesse público.
 Nesse sentido é que reside à importância da licitação para a administração pública, pois se posiciona como mecanismo de controle dos recursos públicos, evitando-se desvios de finalidade por parte dos administradores, combatendo a corrupção, a fuga do dinheiro público e proporcionando que as verbas públicas sejam bem destinadas, sempre visando o interesse comum.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 18ª ed. São Paulo: Malheiros, 2005.  
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24. ed. rev. ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed São Paulo: Atlas, 2011. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 14. ed. São Paulo: Dialética, 2010, p. 62-63. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012.   
REFERÊNCIA CIBERNÉTICA 
SOUZA, Maxiliano D'avila Cândido de. A vigência no procedimento de credenciamento. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 12 out. 2013. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.45494&seo=1>. Acesso em: 27 maio 2019.

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