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RESUMO DIREITO PENAL I av1

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RESUMO DIREITO PENAL I
DIREITO – conjunto de normas que regulamenta a vida em sociedade e protege bem jurídico.
NORMA – é o que determina o que se deve ou não fazer (comando).
TODA NORMA JURÍDICA TEM UM SANÇÃO
CONCEITO DE DIREITO PENAL
	É o ramo do Direito que protege os bens jurídicos mais IMPORTANTES para a vida em sociedade, incriminando aquelas condutas consideradas de maior gravidade que atentem contra os referidos bens jurídicos.
	Deve ser a última forma de controle social tendo em vista a natureza de sua sançaõ.
FINALIDADE DO DIREITO PENAL
	Proteger os bens jurídicos mais IMPORTANTES na vida em sociedade.
Código Penal (LEI)
Art​. 1° a 120° - Parte Geral
Art. 121° a 359°A – Parte Especial
	O Código Penal é dividido em 2 partes, a primeira parte chamada de Parte Geral vai do artigo 1° ao 120° e possui normas que vão determinar e auxiliar a aplicação do direito penal, não havendo nesta parte normas penais INCRIMINADORAS.
NORMA PENAL INCRIMINADORA E NÃO INCRIMINADORA
INCRIMINADORA – Prever conduta a ser incriminada com a respectiva pena.
Ex: Art. 121, CP – Matar alguém (preceito primário).
Pena – Reclusão de 06 a 20 anos. (preceito secundário ou sancionador).
NÃO INCRIMINADORA – Não prever infração penal e podem ser Permissivas ou Explicativas.
	Permissivas – autorizam determinada conduta.
	Ex: Art. 23°, CP – Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa e III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
	Explicativas – vão esclarecer o conteúdo de outras normas.
	Ex: Art. 327°, CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
	Ex: Art. 150° §4°, CP – A expressão “casa” compreende:
	I – qualquer compartimento habitado;
	II – Aposento ocupado de habitação coletiva;
	III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
	O direito penal possui um caráter subsidiário (última opção).
FONTES DO DIREITO PENAL
	Art. 22 §1°, CF – Compete privativamente à União legislar sobre:
	I – Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral, Agrário, Marítimo, Aeronáutico, Espacial e do Trabalho.
	É fonte de produção do Direito Penal a União, uma vez que por força da constituição apenas este ente federativo pode legislar sobre Direito Penal.
	O Direito Penal é regido pelo princípio da Legalidade e apenas a lei em sentido formal podera veicular uma norma penal.
	Apenas a lei escrita, estrita, prévia e certa pode trartar de matéria penal.
	O desuso de certa lei penal não traz a ideia de sua revogação, podendo se ela aplicada a qualquer momento.
	Não se pode falar em revogação de leis pelo costume, mas tão somente por outra lei.
	A lei em sentido extrito é fonte formal direta e imediata do direito penal.
	Também existem as fotes indiretas do direito penal. Estas não criam a norma penal, mas auxiliam a aplicação e interpretação do direito penal.
1 – Costumes
- Contra Legem (contra a lei);
- Preter Legem (integram a lei, complementam a lei);
- Segudum Legem (de acordo com a lei).
	Ex: Art. 155° §1°, CP – a pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
	O Magistrado nesse caso recorrerá ao costume para determinar o repouso noturo. O repouso noturno na cidade não é o mesmo na área rural.
2 – Princípios gerais do direito
3 – Analogia (usada apenas para favorecer o réu) - “IN BONA PARTEM”.
	Ex: Art. 181°, CP – É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título , em prejuízo: I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal. Ver caso concreto semana 03.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
	São normas explícitas ou implícitas previstas na constituição que vão limitar o poder de punir o Estado, ou seja, normas que vão proporcionar a aplicação de um direito mais democrático. Evitando assim normas absurdas de direito penal como por exemplo andar na rua depois das 22h ser considerado crime.
1 – Princípio da Fragmentaridade
	Por tal princípio apenas parte dos bens jurídicos devem merecer a proteção do direito penal. Serão considerados merecedores da tutela penal apenas aqueles bens jurídicos mais relevantes e indispensáveis para a vida em sociedade.
	São considerados bens jurídicos indispensáveis para a vida em sociedade aqueles que direta ou indiretamente foram mencionados pela constituição.
2 – Princípio da Ofensividade
	Para ser crime em tese a conduta deve ser apta a gerar um dano ou pelo menos um risco de dano a um bem jurídico.
	Ex: Portar uma pistola de brinquedo foi discriminalizado por esse motivo. Não tem como gerar um dano ou ter um risco de dano.
3 – Princípio da Lesividade / Insignificância / Bagatela
	Nossos Tribunais Superiores têm entendido pela possibilidade de sua aplicação nos delitos patrimoniais cometidos sem violência. Tem que ter os 03 elementos para ser considerado esse princípio:
	a) dano minímo ao bem jurídico;
	b) reduzidíssima reprovabilidade social;
	c) miníma ofensividade da conduta do agente.
	Por força de tal princípio o direito penal só deve se ocupar daquelas condutas que concretamente representarem um dano de significativa relevância ao bem jurídico, como alguma reprovabilidade social e domostrarem algum grau de ofensividade do agente. Do contrário apesar de formalmente se ajustar a conduta da lei penal não será penalmente relevante. Tal princípio serve para atenuar o rigor da norma penal.
4 – Princípio da Culpabilidade
	No direito penal não há responsabilidade objetivo, ou seja, pelo simples fato do agente causar um resultado.
	O agente só vai responder por um crime se atuou com DOLO ou CULPA, ou seja, se causou o resultado com intenção ou porque inobservou o dever de cuidado.
	No direito penal a responsabilidade é subjetiva.
5 – Princípio da Legalidade Art. 1°, CP e Art. 5°, XXXIX, CF
	Conforme tal princípio para uma conduta ser considerada crime é indispensável a existência de uma lei escrita, estrita e certa.
	A conduta deve estar descrita de forma precisa, exata indicando o que o agente pode ou não fazaer.
	A lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção. Tudo o que não for expressamnte proibido é lícito em Direito Penal.
6 – Princípio da Anterioridade
	A lei penal não retroage salvo para beneficiar o réu.
	Dessa forma existem 04 possibilidades de aplicação para lei penal no tempo.
Lei de Drogas 1976							Lei de Drogas 11.343/06
Art. 12° - Tráfico de drogas						Art. 33° - Tráfico de drogas
Pena: 03 à 15 anos							Pena: 05 à 15 anos
Art. 16° - Porte de droga para consumo pessoal			Art° 28 – Porte de droga cons p
Pena: 06 meses a 02 anos						Pena: a) advertência
									 b) Prestação de SV
									 c) Obrigação comparecimento 										curso educativo
a) Abolitio Crimims (crime abolido) – trata-se da hipótese em que a lei nova vai descriminalizar uma conduta, nesse caso como favorece o acusado ela retroagi.
b) Novatio Legis Mellius (lei nova para melhor) – trata-se da hipótese em que uma lei nova continua considerando a conduta como crime entretanto conferindo um tratamento mais benéfico. Essa lei também retroagi uma vez que é mais favorável o réu.
Ex: Nova lei de drogas no crime de porte de droga para consumo pessoal, ficou mais branda, mas não deixando de ser crime.
c) Novatio a Legis in Pejus (lei nova para prejudicar) – trata-se da hipótese em que a lei nova continua considerando a conduta como crime, entretanto conferindo um tratamento mais rigoroso. Não pode retroagir por ser prejudicial ao réu.
Ex: Nova lei de drogas no crime de tráfico de drogas.
d) Novatio Legis Incriminadora – trata-se da hipótese em que a lei nova passa considerar crime conduta que antes não era crime. Não poderá retroagi porque é prejudicial ao réu.
TEMPO DO CRIME
	Considera-se praticado crimeo momento da ação ou omissão, ainda que outro tenha sido o momento do resultado. O código penal adotou em seu art. 4°, a teoria da atividade. O que importa é o momento da conduta, comissiva ou omissiva, mesmo que o resultado dela se distancie no tempo.
IPC
	Nos crimes permantentes, ou seja, aqueles em que a ação se prolonga no tempo pode ser aplicada uma lei ainda que mais grave enquanto não cessada a permanência. Nesse sentido é a súmula 711 do STF. “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. 
LEI PENAL NO ESPAÇO
 
	Art. 6° e Art. 7°, CP. 
	O Direito Penal é regido pelo princípio da territorialidade temperada Art. 7°, CP. 
	Por tal princípio o Direito Penal é aplicado em todo território brasileiro resalvado as convenções e tratados de direito internacional.
	Considera-se território brasileiro o espaço compreendido dentro das fronteiras terrestres brasileiras, o espaço áereo correspondente e o mar territorial.
	Equipara-se a território brasileiro as aeronaves e embarcações públicas ou privadas a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem.
CONFLITO (CONCURSO) APARENTE DE NORMAS PENAIS
	Trata-se da hipótese em que o agente prática um único fato que aparentemente se ajusta em mais de uma norma.
	Não se pode adimitir uma dupla responsabilização porque o agente não pode respoder 02 vezes pelo mesmo crime. Para resolver esse conflito existem princípios que vão determinar qual norma insidirar sobre o caso.
	São 03 princípios: da Especialidade, da Subisidiariedade e Consunção (absorção).
Princípio da Especialidade – Por força de tal princípio a norma especial afasta a norma geral.
	Diz-se especial aquela norma que contém todos os elementos da norma geral além de outros chamados especializantes.
Exemplo: O infanticídio art. 123º, CP é norma especial com relação ao homicídio art. 121º, CP.
NORMA GERAL ---------- NORMA ESPECIAL
Princípio da Subsidiariedade – Por tal princípio a norma principal afasta a norma acessória que só terá incidência de forma subsidiária (última hipótese) ou seja, quando a norma principal não incidir.
	A norma acessória funciona como verdadeiro soldado de reserva para não deixar desprotegido o bem jurídico.
NORMA PRINCIPAL ---------- NORMA ACESSÓRIA
Princípio da absorção ou consunção – crime fim absorve o crime meio. As vezes determinado crime é meio necessário para prática de outro. Pelo princípio da absorção o crime fim absorve o crime meio. 
CRIME FIM ---------- CRIME MEIO
NORMA PENAL EM BRANCO
Art. 121º, CP – Matar Alguém (preceito primário).
Pena: 06 a 20 anos de reclusão (preceito secundário ou sancionador)
	São aquelas que possuem o preceito primário incompleto. Por tal razão faz-se necessário um complemento em outra norma. Exemplo: a lei proíbe o tráfico de drogas. Mas o que são as drogas que são proibidas para o tráfico? Temos que recorrer em outra norma para saber quais são as drogas.
TEORIA DO CRIME
	TÍPICO
	ILÍCITO
	CULPÁVEL
	Conduta: ação/omissão
 Dolosa/culposa
	Não ser praticado em:
Estado de necessidade
	Imputabilidade
	Resultado
	Legítima Defesa
	Potencial consciência da ilicitude
	Nexo de causalidade
	Estrito cumprimento do dever legal
	Exigibilidade de conduta diversa
	Tipicidade
	Exercício Regular do Direito
	
	Conceito analítico de crime – Crime é todo fato típico, ilícito e culpável.
Do Fato Típico – A conduta
	Conduta é toda ação ou omissão humana voluntária destinada a um fim.
Causa que excluem a conduta:
a) Coação física irresistível – Na coação física não há conduta tendo em vista que por conta da violência física empregada não há voluntariedade no movimento.
	Como não há conduta o fato é atípico.
	Não se pode confundir com a coação moral que é uma violência psicológica. De qualquer forma não haverá crime, entretanto nesta hipótese tem conduta com voluntariedade no movimento, o que não existe é liberdade no movimento.
Exemplo: alguém sequestra uma menina e ameaça mata-la caso o pai não roube um banco. O pai tem a conduta no movimento com voluntariedade, pois ele pode optar por não assaltar o banco, o que o pai não tem é a liberdade no movimento devido a coação psicológica.
b) Sonambulismo e Hipnose – nas duas hipóteses fica excluída a conduta uma vez que não há voluntariedade no movimento.
	No sonambulismo o agente encontra-se num estado de inconsciência praticando atos involuntários. 
	Na hipnose também existe um estado de inconsciência uma vez que o agente atua controlado pela vontade de outro agente.
c) Atos reflexos – são movimentos humanos involuntários causados por uma reação automática do próprio corpo. Exemplo: impulso nervoso, susto.
RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DA PESSOA JURÍDICA
	Questão controvertida diz respeito a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica.
	Predomina amplamente o entendimento de que é inadmissível a responsabilização penal da pessoa jurídica em síntese por dois argumentos:
Pessoa Jurídica não pratica conduta. Conduta é algo inerente ao ser humano e constitui a espinha dorsal da teoria do delito.
Pessoa Jurídica não possui capacidade de fazer um juízo de reprovabilidade acerca de sua conduta.
Contudo em razão do disposto no Art. 225º §3º, CP há autores que sustentam, tendo em vista, expressa previsão que nas hipóteses de crimes ambientais seria possível a responsabilização da pessoa jurídica. 
	CONDUTA
	COMISSIVA
	OMISSIVA
	Ação/fazer/agir
	Omissão/inação/deixar de fazer
	
	Própria
	
	Imprópria ou Comissiva por Omissão – praticado apenas por agente GARANTIDOR
	Conduta Comissiva – em regra a norma penal incriminadora é proibitiva, ou seja, proíbe o agente de praticar uma conduta. Nestes casos o crime é praticado quando o agente pratica uma ação, uma conduta positiva, um agir.
	Conduta Omissiva – nos crimes omissivos a norma é mandamental, ou seja, determina que o agente faça algo. Tais normas são descumpridas justamente quando o agente fica inerte diante do mandamento.
	Os crimes omissivos podem ser Próprios ou Impróprios (comissivos por omissão).
Omissivo Próprio – o legislador faz expressamente a previsão típica da conduta que deve ser imposta ao agente. Caso o agente se abstenha de praticá-la, ocorrerá sanções. Exemplo: omissão de socorro (art. 135), o abandono de material (art. 244), prevaricação (art. 319).
Omissivo Impróprio (comissivo por omissão) – a norma mandamental é prevista de forma genérica dirigida a apenas a algumas pessoas que tem o dever de impedir o resultado. São os chamados AGENTES GARANTIDORES. Tal norma esta prevista no Art. 13º § 2º, CP.
	A figura do garantidor estará prevista em alguma das situações do art. 13º § 2º CP. A pessoa ser torna garantidor por:
Força de lei. Exemplo: bombeiro, pm, médico, pais, salva-vidas.
Assumiu a responsabilidade. Exemplo: babá, fui dar uma mergulho e deixei meu filho aos cuidados de uma pessoa na areia. Essa pessoa assumiu a responsabilidade.
Por seu comportamento criou situação de risco. Exemplo: chamar alguém para escalar dizendo que esta sobre minha responsabilidade. “eu garanto”.
O garantidor tem o dever de agir para impedir o resultado. Se omitindo responderá por crime Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão.
	A omissão poder ser dolosa ou culposa e aí o agente poderá responder por crime doloso ou culposo.
Exemplo 01: O salva-vidas, dolosamente, deixa de prestar socorro à vítima que estava se afogando, por reconhece-la como seu antigo devedor, e esta vem a falecer, não comete crime de omissão de socorro, mas, sim, o de homicídio doloso por omissão. Situação completamente contrária seria aquela do surfista que, também avistando seu desafeto se afogando, vira as costas e vai embora, permitindo que ele morra. O surfista não goza da posição de garantidor, haja vista que sua situação não se amolda a qualquer das alíneas § 2ºdo art. 13º do CP, devendo responder, portanto, pelo crime de omissão de socorro.
Exemplo 02: Um policial, durante sua ronda noturna, perceba que alguém esteja praticando um crime de roubo. Cansado, mesmo podendo agir, dada a superioridade do armamento que portava, uma vez que o agente do roubo trazia consigo somente uma faca de cozinha, resolve abandonar a vítima à sua própria sorte, permitindo, assim, o sucesso do crime contra o patrimônio. Por qual infração penal deverá responder o policial que, devendo e podendo, se omitiu, permitindo a consumação do crime tipificado no art. 157 do CP? O policial não responderá pelo o delito de prevaricação, mas sim o delito de roubo, ou seja, aquele que, devendo e podendo, não tentou evitar. Será aplicada a ele as mesmas penas previstas para o crime praticado pelo agente autor do roubo, ou seja, aqueles no art. 157. Essa, é a regra. 
Caso Concreto 01
Ricardo, atrasado para pegar seu filho no colégio, ao pegar seu carro não coloca o cinto de segurança. No trajeto, ainda que dirigindo numa velocidade compatível como local, um policial percebe a ausência do cinto e lhe aplica uma multa. Assim, considerando que Ricardo praticou um ilícito, violando o art. 167 do CTB é possível afirmar que ele praticou um crime, uma vez que será sancionado? Assim, é possível afirmar que todo ilícito configura crime?
Resposta: Nem todo ilícito será considerado um ilícito penal. A norma penal se distingue das demais por sua sanção, extremamente drástica que atinge a liberdade de locomoção do indivíduo. 
	Em razão de tal natureza deve o direito penal ser utilizado como última forma de controle social protegendo apenas os bens jurídicos mais importantes na vida em sociedade, controlando condutas graves, que não é o caso.
	Nem todo ilícito é crime.
Caso Concreto 02
	No dia 05 de abril de 2008, por volta das 18h, Belízia, locatária do apartamento de Ana Maria, deixou o imóvel e levou consigo tomada de luz, lustres, grade de ferro. Ana Maria denunciou pelo delito de apropriação indébita, previsto no art. 168 do CP, tendo a sentença rejeitada a denúncia sob o fundamento de que sua conduta configurava mero ilícito Civil, não havendo falar em responsabilização penal. Ante o exposto, é correto afirmar que a decisão do magistrado teve fundamento em quais princípios norteadores do Direito Penal? 
Resposta: O fato narrado acima teve como princípio norteador para que o magistrado tivesse dado a sentença rejeitada o princípio da Intervenção Mínima, ou seja, o direito penal deve intervir somente em ataques muitos graves aos bens jurídicos mais importantes, no caso concreto acima o direito civil pode resolver o problema. O magistrado usou também o princípio da Insignificância ou Bagatela pelos 3 elementos: baixíssimo dano ao bem jurídico, baixa reprovabilidade social; e nenhuma violência apresentada pelo agente.
Caso Concreto 03
	Maria, que já vive em união estável com Marcos a 6 anos, para pagar uma dívida sua pega na carteira do companheiro uma quantia de R$ 500,00 reais. Marco, registra o furto na delegacia. Art. 181 CP prevê o perdão judicial para os crimes contra o patrimônio quando praticados por cônjuge, ascendente ou descendente e, embora o companheiro não seja cônjuge, a própria lei civil equipara a união estável ao casamento. Maria poderá ser beneficiada?
Resposta: Apesar de não haver norma penal regulando a união estável nesses casos, existe norma penal regulando o casamento.
	No direito penal por conta do princípio da legalidade não se admite a analogia salvo excepcionalmente quando for utilizada para favorecer o réu. 
	Analogia IN BONA PARTEM, o que é o caso concreto.
Caso Concreto 04
	Marcos, pm, no período entre março de 2010 e abril de 2012 integrou um grupo de extermínio que executava moradores de rua na zona sul da cidade. Sendo descoberto, foi indiciado pelos homicídios. Uma vez condenado, o juiz aumentou sua pena com base §6º do art. 121 do CP em razão dos crimes terem sido praticado em atividade de grupo de extermínio. Considerando que a lei que acrescentou o referido parágrafo entrou em vigor no dia 29 de setembro de 2012, a decisão está correta?
Resposta: A decisão não esta correta tendo em vista que trata-se de lei penal mais grave e por força do princípio da anterioridade a lei penal não retroage salvo para beneficiar o réu. Nesse sentido art. 1º e art. 2º do CP.
Caso Concreto 05
	Uma empresa de produtos químicos é autuada em flagrante por despejar num rio próximo lixo tóxico sem o devido tratamento, configurando o crime previsto em lei. Tal lesão decorreu de uma decisão dos votos dos sócios que decidiram por economizar verbas naquele momento. Porém, a empresa foi denunciada e condenada criminalmente pelo delito. Esta correta essa decisão? Uma pessoa jurídica pode responder criminalmente?
Resposta: Questão controvertida. Predomina o entendimento de que é inadmissível a responsabilização penal de pessoa jurídica por dois motivos:
Pessoa jurídica não pratica conduta. Conduta é algo inerente ao ser humano.
Pessoa jurídica não possui capacidade de fazer juízo de responsabilidade acerca de sua conduta.
Contudo em razão do disposto no art. 225º § 3º da CF, há autores que sustentam tendo em vista expressa que nas hipóteses de crimes ambientais, que é o caso citado, seria possível a responsabilização da pessoa jurídica.
	Portanto a decisão esta certa porque no caso acima a pessoa jurídica foi condenada por crime ambiental com base no que está tipificado no art. 225º § 3º da CF.
	A pessoa jurídica pode responder criminalmente somente em se tratando de crime ambiental.
Caso Concreto 06
	Alfredo, um bombeiro de serviço, ao atender a um chamado sobre um incêndio numa casa, ao chegar ao local e iniciar o salvamento de um morador o reconhece como um antigo desafeto, preferindo deixa-lo a própria sorte ao tempo que é devorado pelas chamas. Considerando que o referido morador vem a morrer e que Alfredo tinha condições de salvá-lo e nada fez, analisando sua omissão, defina sua responsabilidade penal.
Resposta: Por ser garantidor tinha o dever de impedir o resultado e se omitiu dolosamente e por isso responderá por homicídio doloso, crime omisso impróprio ou comissivo por omissão.

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