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MINISTÉIRO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGIA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGICA DE RONDÔNIA CAMPUS JI-PARANÁ LICENCIATURA EM QUÍMICA UM BOM PROFESSOR FAZ TODA A DIFERENÇA JI-PARANÁ /RO 2017 ALYNE DE OLIVEIRA BRITO EDUARDO AQUINO SANTOS GEOVANE DE JESUS SILVA ANA PAULA DE C. SANTOS RESENHA DESCRITIVA DO LIVRO UM BOM PROFESSOR FAZ TODA A DIFERENÇA Resenha de livro apresentado à Disciplina de Fundamentos de Matemática do Curso de Licenciatura em Química, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia. Professor: Ms. Gleison Guardia JÍ-PARANÁ/RO 2017 INTRODUÇÃO O livro Um bom professor faz toda diferença de autoria de Taylor Mali e tradução de Leila Couceiro, publicado no Rio de Janeiro em 2013 pela editora Sextante, é composto por 26 capítulos, num total de 85 paginas. Taylor Mali nasceu em Nova York cidade pertencente ao estado de Nova York, nos Estados Unidos da América em 28 de março de 1965. Em Um bom professor faz toda diferença o autor faz uma abordagem sutil sobre a docência, intercalando momentos de descrição com argumentação. É utilizada uma linguagem de fácil compressão, mesclando a seriedade do assunto com certa dose de humor. Partes de seus poemas são transcritos para a obra contextualizando com a abordagem trazida pelo texto. Neste livro, Mali relata suas experiências como docente, dando exemplos de como um bom professor pode influenciar positivamente a vida de seus alunos. É crucial que se ensine o conteúdo proposto pela ementa, no entanto em qualquer matéria as lições que não podem deixar de ser ensinadas são aplicação, empenho, trabalho em equipe respeito, curiosidade – habilidades de suma importância para o dia-a-dia de qualquer pessoa. Afinal oque o professor faz? De modo geral é defendido que o papel do professor é estimular o desenvolvimento de indivíduos que gostem de aprender, e que naturalmente obtenham uma curiosidade incessante, que os motive a buscar mais e mais. Desta forma o professor terá cumprido o seu papel em formar indivíduos obstinados a vencer os desafios colocados pela vida. Então surge a duvida, de que maneira um professor pode estimular seus alunos a buscarem o conhecimento? A seguir é apresentado uma resenha descritiva desta obra. OBJETIVOS Sintetizar uma resenha descritiva por capitulo do Livro Um bom professor faz toda a diferença, de Taylor Mali, seguindo os paramentos ofertados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 3 RESENHA 3.1 FAZENDO OS ALUNOS SE ESFORÇAREM AO MÁXIMO No primeiro capítulo do livro há a apresentação da real função do professor, este não esta em sala de aula somente para ensinar a matéria proposta pela ementa, mas também é um de seus papeis estimular o aluno a oferecer o seu melhor, Mali exemplifica isso ao contar a história do relatório que deveria ser feito pelo assessor de Henry Kissinger. Quando se avalia o aluno pela sua dedicação e esforço reconhecendo a dificuldade que este apresenta em sua matéria é totalmente justificável que ao ganhar uma nota mediana escreva-se parabéns! na prova. O proposito do professor é ensinar em sala lições que a vida ira cobrar, logico que é essencial aprender gramatica, historia e demais componentes da ementa, no entanto é mais importante ainda aprender a desenvolver habilidades que vão além do que é ensinado em sala de aula. Segundo Mali (p. 14) ‘’ A verdadeira lição nesse caso é aplicação, empenho, cooperação, flexibilidade, superação, reflexão crítica e capacidade de resolver problemas – habilidades fundamentais no dia a dia’’. SEU FILHO É MEU ALUNO É abordado neste capitulo um clássico problema da educação: muitos pais mandam seus filhos para a escola na esperança que os professores compensem os estragos causados por eles. É evidente que após a revolução industrial o trabalho tem ocupado grande parcela da vida, desta forma os estudantes passam mais tempo com os professores do que com os pais, de modo que possa haver uma aparente inversão dos papeis sociais, no entanto de maneira alguma os professores podem compensar esta ausência. Apesar dos docentes não poderem corrigir as falhas cometidas pelos pais eles podem devido ao seu distanciamento perceber o real potencial de cada aluno. Em uma abordagem metafórica no ‘’O problema do carro de corrida’’(p. 15) é discorrido sobre aqueles pais que no meio do ano procuram os professore para discutirem como fazer para que seus filhos cheguem a uma media 10 no final do ano quando está apresentado um desempenho mediano. Uma abordagem que o autor sugere é que em vez de questionar o porquê de tal nota seria mais produtivo pensar em como estimular o aluno a melhorar. Mali demonstra que é necessário adaptar o ensino ao aluno quando relata a historia da aula dinâmica que Samuel teve no dia anterior a avaliação. 3.3 UM POETA SE TRANSFORMA EM PROFESSOR (E VICE-VERSA) No terceiro capitulo é apresentado algumas observações sobre a docência. Mali discorre que percebeu que tinha aptidão ao ato de ensinar no período em que cursava mestrado em literatura. O professor tem como principal função escolher a melhor maneira de repassar o seu conhecimento ,dentre inúmeras possibilidades de explicação ele deve escolher a que melhor se adapte ao aluno para que então o mesmo possa aprender. Segundo Mali ( p. 18) ‘’ Ensinar é a arte da explicação: apresentar a informação certa, na ordem certa e de forma inesquecível’’. Enquanto a maioria de seus amigos de faculdade optou por iniciaram um doutorado para poderem tornar-se professores universitários, ele preferiu ir o quanto antes para a sala de aula porque acreditava que quanto mais rápido tivesse contato com os alunos maiores seria a diferença que faria na vida deles. Conforme defendido por Mali (p. 19) ‘’vários estudos comprovam que as crianças com acesso a um ensino de qualidade nos primeiros anos de vida escolar assumem uma posição de vantagem inalcançável em relação àquelas que não têm as mesmas oportunidades’’. No entanto o mesmo também admite que é muito difícil direcionar a curiosidade de alunos menores de 10 anos, sendo menos complicado lidar com o desvios de comportamento dos alunos pré-adolescentes. Mali exemplifica isso, ao relatar que os alunos pré-adolescentes frequentemente tentam demonstrar que ataques premeditados foram apenas meros acidentes, no entanto pode – se lidar com este tipo de situação facilmente se o professor mostrar que percebeu a atuação dramática e der um pouco de atenção ao ator mirim. 3.4 A HORA DE LIGAR PARA OS PAIS É defendido neste capitulo que as ligações telefônicas que os professores fazem aos pais podem se tornar ferramentas para o desenvolvimento intelectual do aluno ou simplesmente para proporcionarem que os pais conheçam melhor seus filhos. Para Mali (p. 21) quando se faz essas ligações não para criticar o desempenho do aluno e sim para elogiar uma atitude madura ou reflexão intelectual cria-se um vinculo entre pais e professores que auxilia nos processos de ensino e que pode vir a ser explorado no futuro quando este mesmo aluno estiver lhe dando trabalho. 3.5 DESCOBERTAS E ACIDENTES FELIZES Ao longo do quinto capitulo é discorrido quanto as descobertas que os aluno fazem, algumas tão inesperadas quando as descargas elétricas atmosféricas. Esses momentos na qual o aluno entende o que é explicado é o verdadeiro pagamento pela docência.. Em uma de suas aula de inglês é proposto aos alunos do 8° ano a realização de um trabalho que acaba tendo um desfecho totalmente inesperado. Neste trabalho era necessário que os alunos criassem uma linhagem em código única para comunicação entre eles, como exemplo o professor disse que punir um aluno com castigo após as aula poderia ser substituído por chutas um C. Ao término da aula uma parcela da turma saiu e outra permaneceu para a próxima aula. No entanto ao adentrar a sala o professor encontrou em uma carteira um trabalhoesquecido por algum aluno e o leu. No decorrer da aula enquanto explicava aos seus alunos as consequências se não trouxessem a pesquisa o professor fez uso da linguagem secreta. Ao usa – la os alunos se entreolharam e ficaram perplexos pelo professor conhecer sua existencia. Esse fato ensinou algo que nenhum professor pode ensinar, ensinou que a linguagem é viva (muda a todo instante, se desfaz e refaz – se novamente). Não são raros os momentos em a própria vida ou mal entendidos ensinam as lições que os professores querem repassar. Para Mali (p. 25) ‘’O que os professores fazem? Eles fazem uso desses acidentes felizes para ajudar os alunos a entenderem perfeitamente seus ensinamentos’’ 3.6 ANSIOSO E EXCEÇÃO Este capitulo aborda quanto a forma de se ensinar e de aprender, especialmente quanto a correta grafia das palavras ansioso e exceção. É discorrido quanto ao método de ensino que foi utilizado quando cursava o 9° ano para aprender a escrever corretamente a palavra ansioso. O professor cantou em sala a seguinte musica: ‘’Não existe C Em ansioso. ’’ (p. 26), apesar de ser uma musica muito simples, ela teve um efeito fantástico uma vez que nunca mais a esqueceu a correta grafia desta palavra. No entanto das maneiras que se tem para aprender umas das mais impressionantes foi a relatada por Mali (p. 27), em um curso de verão um colega pediu ao professor que o ensinasse a escrever a palavras exceção, então foi sugerido que procura no dicionário, após achar começou a soletrar incansavelmente repetidas vezes. Tantas vezes que os colegas começaram a caçoar de sua aparente estupidez, mas, o seu colega (Mali) estava agradecido por não ser o único a não saber escrever exceção e partir daquele instante ambos não esqueceriam mais a grafia daquela palavra. 3.7 SEMPRE DE OLHO NAS OPORTUNIDADES EDUCATIVAS Neste tópico é apresentado a dificuldade do professor em preparar as aulas em sala, devido a falta tempo para elaborar um bom plano pedagógico que desperte a atenção e vontade de aprender sobre determinado assunto. Conseguir a atenção de um aluno é um grande feito. Mali relata que que em uma de suas aulas seus alunos colaram seus rostos nas vidrarias da janela para presenciarem a retirada de um piano de cauda do sexto andar do prédio em frente a escola. Tamanho foi o entusiasmo e atenção que os seus aluno deram a este acontecimento que o professor ficou a pensar em como conseguir o mesmo efeito em suas aulas. 3.8 UM ELEGIO À INCERTEZA PONDERADA Durante este capitulo é descrito a função do professor em plena era tecnológica. Em um mundo repleto de informação cabe ao docente estimular as mentes dos alunos a questionar, criticar, e separar nesse emaranhado de conhecimento oque é útil e relevante do inútil e desnecessário. Os professores devem construir mentes avidas ao questionamento, com a habilidade de analisar a procedência das informações. Mesmo quando esta tenha sido emitida por uma autoridade deve- se ter certa dose de ceticismo e analisar sua coerência. Segundo Mali, (p. 29) “A definição de um professor não inclui alguém que mostre os alunos como questionar a autoridade”. Desta forma o professor atuara como instrumento importante no desenvolvimento do senso critico do estudante. 3.9 ENCONTRANDO MENTES GENIAIS Este capitulo descreve sobre os alunos geniais que encontramos ao longo da docência. Mali relata a experiência de ter sua classes uma aluna que tinha o dobro de sua inteligência e também o prazer que teve de ser seu professor, não pelo fato de ensiná-la, até porque, ele não precisaria, mas sim por aprender com sua aluna . Ele utiliza essa situação para explicar que o professor não tem que saber de tudo, porem tem que estar preparado para aprender com seus alunos. Conforme defendido por Mali (p.34) ‘’Os professores não podem cometer o erro de sempre acharem que são a pessoa mais inteligente da sala’’. Outro ponto relevante, é que o fato de ouvir as sugestões dos seus discentes torna as aulas mais dinâmicas e aproxima o educador do educado favorecendo uma relação amigável que auxilia no aprendizado. 3.10 O ALUNO SE TORNA PROFESSOR Mali mostra neste capitulo a interação entre alunos de idades e pensamentos diferentes. Para Isso Mali desenvolveu um projeto na qual os alunos maiores deveriam ensinar os menores a criar poemas Com isso, os grupos formados por crianças e adolescentes conversavam sobre experiências vividas e trocavam ideias por meio do diálogo, desta forma ambos aprendiam e acabavam construindo seus próprios poemas. É importante ressaltar ainda que o ato de ensinar auxilia na fixação do conteúdo aprendido. Conforme defendido por Mali (p. 35) ‘’[...] a melhor forma de aprender algo é ensiná-lo a outra pessoa imediatamente’’. Esse projeto contribuiu para que se os alunos aprendessem a lidar com diferentes pensamento e culturas. Desta forma estimulou-se o respeito as diferenças existentes entre ambas as partes. 3.11 MEU MELHOR DIA COMO PROFESSOR Este capítulo apresenta, uma reflexão sobre a atitude que os professores tem que adotar perante temas polêmicos como: homossexualidade. Existe uma grande dificuldade das pessoas de lidar com as diferenças, em grande partes das vezes isso é resultado da falta de informação e diálogo. Mali relata que umas de suas alunas pretendia escrever um ensaio argumentativo contra a adoção de crianças por casais de mesmo gênero. No entanto o professor não manifestou sua opinião por receio de reafirmar a tese da estudante, porem lembrou aos alunos os critérios necessários para a elaboração de qualquer ensaio. Após alguns dias a referida aluna procurou seu professor para mudar seu tema porque ao longo de suas pesquisas percebeu que seu argumento inicial não era valido. Essa mudança de convicção serviu para que os dois entendessem que o reconhecimento de opiniões equivocadas podem trazer maturidade a si próprio. 3.12 E-MAIL, ISLÃ E ILUMINAÇÃO O preconceito com a religião islâmica é antigo, em grande parte das vezes aqueles que praticam preconceito com esta religião desconhecem a cultura do islamismo. Devido a essa desinformação Mali teve a ideia de criar o plano “Um Amigo Mulçumano da internet” (p. 39) com o intuito de buscar interatividade com a outro lado do mundo. Esse projeto permitiria que ambas as partes conhecessem mais profundamente os costume e hábitos de cada cultura. Foram elaboradas perguntas sobre as respectivas curiosidades dos estudantes. E depois estas questões foram enviadas por e-mail. Passados alguns dias receberam as respostas das perguntas. O mais surpreendente foi que a maioria das respostas foram totalmente diferentes do que se imaginava, outro fato que chamou a atenção foi que muitos adeptos do islamismo gostavam de atores, cantores, jogadores ocidentais. Isso trouxe surpresa, pois esperava- se que não conhecem e tão pouco aprovassem essas personalidades midiáticas. Após essa “viagem para o oriente” por meio da internet os estudantes entenderam que apesar das diferentes formas de se praticar a fé, independentemente de qualquer religião somos todos seres humanos e o respeito entre ambas as partes deve prevalecer. 3.13 LIÇÕES QUE VOCÊ PODE TOCAR No presente capítulo, Mali discorre sobre um projeto realizado com a sua turma de história da Antiguidade, para explicar como era feito as ferramentas de luta no período das grandes guerras por território e como funcionava esse processo como num todo. Depois de estudar os escudos, cada aluno foi incumbido de confeccionar o seu, devia-se escolher o tipo de material que seria usado, com exceção de papel, porque devia ser algo resistente a impactos violentos. Após a confecção os escudos foram entregues ao professor para uma simulação de combate, no entanto para não ferir as politicas de segurança da escola os escudos foram apoiados em uma estrutura de madeira construída especialmente para este fim. E se o escudo falha- se em defender o seu usuário (a estrutura de madeira), além de receberem de volta um escudo quebrado também tirariamuma baixa nota. Esse evento foi uma oportunidade para estimular a criatividade de cada um, além de proporcionar a aplicação do conteúdo ensinado em sala. 3.14 O VALOR DO QUE NÃO PODE SER MEDIDO O conhecimento é um valor imensurável. Mesmo com todas as descobertas e avanços cientifico o cérebro humano continua sendo um grande enigma. Não se sabe como estimula – lo, tão pouco como ativar áreas como: curiosidade ou imaginação. Partindo da incerteza de como estimular seus alunos muitos educadores optam por apenas seguir a ementa proposta. Conforme defendido por Mali (p. 44) o professor acaba aderindo a ementa, seguindo o caminho fácil, sem inovar e sem se importar com os alunos entediados. Um professor desmotivado não ensina o pensamento critico, a reflexão, a curiosidade e a imaginação. Limita-se apenas a repassar o conteúdo de prova sem se importar que as notas estejam abaixo do esperado. Se os professores tivessem a liberdade de ensinar aquilo que consideram ser necessário de uma maneira única e dinâmica certamente estimularia no aluno a busca incessante pelo conhecimento. De acordo com Mali (p. 45) “Se fosse permitido aos professores ensinar da forma que eles mesmos julgam ser a melhor, eles poderiam planejar lições e atividades que iriam estimular em seus alunos uma busca apaixonada do conhecimento ou simplesmente uma curiosidade saudável”. 3.15 NINGUÉM SAI CEDO DA MINHA AULA POR RAZÃO ALGUMA Este capitulo faz uma leve abordagem quanto as artimanhas e técnicas que frequentemente os alunos usam para sair da aula. Estas normalmente são usadas quando os estudantes estão entediados com a aula ou simplesmente não querem estarem ali, dentre as características que o denunciam estão: pedidos para sair para tomar água ou ir ao banheiro. No entanto este comportamento não se restringe apenas aos jovens, os adultos frequentemente fazem uso das mesmas artimanhas quando estão entediados com reuniões ou tentam quebra suas rotinas. Por isso foi instituído em suas aulas que não seria dada permissão para sair da sala por quaisquer que sejam os motivos. Segundo Mali (p. 46) os seus alunos mesmo em situações em que estivessem desconfortáveis permaneciam na aula, prestando atenção e com o tempo desistiam de pedir para sair da sala de aula. Ele não estava tentando ensinar uma dura lição aos alunos, porem compreendia que seria lamentável se perdessem uma oportunidade de aprendizado por ter dificuldade de se manter concentrado na aula e habituados a fugir das mesmas. 3.16 FOI MAL! (DESCULPAS SINCERAS) Ensinar a pedir desculpas não é obrigação da escola tão pouco esta na ementa, entretanto Mali ensinava os seus aluno a pedirem desculpas. A pratica deste ato não deve ser vista como um dever nem obrigação, as verdadeiras desculpas devem vim sem um qualificação. Mali relata que frequentemente ocorriam brigas entre dois de seus alunos: Ryan e Bart. Quando isso ocorria ambos eram colocados juntos para pedirem desculpas. Além de se ensinar a desculpar o próximo, nesses momentos eram aprendidos valiosas lições. Conforme defendido por Mali (p. 48): As desculpas deveriam vir de ambos os lados, claro, mas as que Bart dava a Ryan eram as mais úteis e as mais honestas: ‘Me desculpe por eu ter me divertido provocando você. Prometo que vou parar de fazer isso.’ A desculpa mudava o rumo da conversa, da consequência para a causa, e todos saíam da situação com uma ideia melhor do que deveriam trabalhar dentro de si mesmos. 3.17 GEN: GRÁFICO ELETRÔNICO DE NOTAS DO MALI Mali aborda neste capitulo o uso do computador nos processos educacionais ressaltando sua importância no apoio ao ensino. Antes do uso de computadores, os professores trabalhavam até altas horas da noites tabulando notas, porém após a implementação dessas maquinas tudo ficou mais fácil. Ainda assim, ela não resolve todos os problemas, uma vez que quando havia a necessidade de explicar ao aluno seu desempenho ou mostrar os pontos onde precisaria melhorar, tinha –se que imprimir apenas a tripinha de informações daquele aluno, ou cobrir com um papel as notas dos seus colegas. Porem resolveu – se este problema com a criação de um livro de notas eletrônicas por meio do programa File Maker, para facilitar aos professores o cálculo das medias finais e ainda permitir acompanhamento detalhado do desenvolvimento de cada aluno. 3.18 PROFESSORES FAZEM, SIM, BOM USO DA TECNOLOGIA O uso da memorização não é condenável, a utilização da desta técnica permite decorar textos, falas e até mesmo os quadrados dos números até 20. A memória é semelhante a um músculo, quanto mais se exercita mais forte fica. A Tecnologia deve ser usada para auxiliar no progresso estudantil, para tanto Mali percebeu que a utilização do programa de notas File Maker, não poderia ficar restrita a tabular as medias finais, o seu uso também poderia ser aplicado para melhorar o desenvolvimento das fichas de estudo dos seus alunos, usando – as para que pudessem preparar - se para os testes. Adaptou-se o programa para que fosse possível vários usuários editarem as perguntas ao mesmo tempo. Conforme avançavam na tarefa de criar as fichas de estudo, percebia-se nos alunos certa dose de espanto ao notarem o crescimento exorbitante do fichário. Fermentava no ambiente o trabalho em equipe, os alunos começaram a melhorar suas perguntas, comparando-as com as dos colegas, e elogiando quando encontravam uma pergunta que os instigava ou que havia sido bem elaborada. Porem não pode–se negar que o sucesso não foi somente devido ao empenho de todos, mas em grande parte porque havia um computador para cada aluno. 3.19 RACIOCÍNIOS PONDERADOS: A LINHA DO TEMPO NO MURAL DA SALA Os professores tentam proporcionar novas descobertas por meio de diferentes técnicas de ensino. Mali exemplifica isso ao desenvolver uma metodologia diferente para ensinar acontecimentos históricos, frequentemente os alunos acreditam que os fatos apresentados nos livros seguem aquela ordem de acontecimentos. Para resolver este impasse ao final do estudo de uma civilização ou evento histórico era exposto em uma linha do tempo o período de sua ocorrência. Desta forma os alunos aprendiam que não necessariamente havia ocorrido na ordem apresentada pela ementa. O principal objetivo não era que os alunos decorassem as datas, mas sim que aprendessem que a historia esta acontecendo o tempo todos e em vários lugares e simultaneamente. 3.20 O QUE OS PROFESSORES GANHAM: PRESENTES DOS PAIS Quem escolhe ser docente não tem a intenção de ficar rico mas possivelmente tem o desejo de mudar algo por meio do ensino. A profissão de professor é edificante, embora não traga benefícios financeiros, porem traz ao profissional benefícios lucrativos que não constam no contrato, como: cartões de agradecimentos, confissões de pais, festas e presentes de Natal. Em alguns casos o professor acaba por não aceitar os presentes por temer ser antiético em outros as politicas da escola não permitem. O autor faz menção de um acontecimento pessoal que acontecera com ele, onde fora presenteado com uma fragrância fedorenta, para não se desfazer deste presente o professor resolveu usa-la como forma de punição caso o aluno chegue na aula despreparado. No entanto nem todos os presentes são ruins alguns são formidáveis como declara Mali ao ganhar um vale refeição no melhor restaurante de Nova York. 3.21 LUTANDO CONTRA OS ATAQUES DOS PROFESSORES Uma parcela da sociedade tem uma imagem distorcida da realidade dos professores: não é raro os caracterizarem como gananciosos e preguiçosos. Porem uma pessoa que dedica uma vida ao ato de ensinar recebendo um salario medíocre e que sacrifica seus momentos de lazer a fim de realizar tarefas extraclasses, não se enquadra muito bem no conceito de preguiçoso e ganancioso. Segundo Mali ( p, 58) “Eis um fato que nunca escuto ninguém mencionar na televisão: todos os professores que conheço trabalham pelo menos uma hora fora da sala de aula para cada hora que passam dentro de sala”. Após algunsanos de trabalho nessas condições os professores estão desgastado fisicamente e psicologicamente e acabam pedindo demissão. De acordo com Mali (p. 59) ”cinquenta por cento dos professores nos Estados Unidos se demitem nos primeiros cinco anos de carreira. É muito trabalho para pouco salário”. Contudo, deve ser ressaltado que os professores exercem sua profissão pelo amor a profissão. Em nome desse amor fazem sacrifícios e lutam para defender seus alunos. 3.22 ONDE VÃO PARAR OS MELHORES PROFESSORES? Neste capítulo é abordado a forma de distribuição dos recursos financeiros para as instituições educacionais dos Estados Unidos. As escolas recebem os recursos de acordo com a arrecadação dos impostos sobre os imóveis de cada bairro, sendo assim os bairros mais ricos recebem mais investimentos nas escolas, o que atrai professores mais experientes, pois o salário nas mesmas é mais alto. No entanto, localidades com uma baixa arrecadação de impostos acabam recebendo fundos insuficientes as suas necessidades. Por consequência contratam profissionais inexperientes que logo estão em busca de outro emprego ou profissão. É preciso mostrar para os futuros professores, logo no início do curso, se realmente tem o dom para ensinar. As faculdades deveriam implantar estágios no começo do curso para que os docentes pudessem treinar e para que conhecessem a realidade imposta em sala de aula, só então saberiam se a docência é o caminho a se seguir. Segundo Mali (p. 61) “Coloque o bebê dentro da água e veja se ele nada; se ele parece ter uma habilidade natural, então ensine-o a nadar ainda melhor. Mas se o bebê ameaça afundar, tire-o da água, seque-o e encoraje-o a tentar aprender outra coisa ”. 3.23 A IMPORTÂNCIA DE UM MENTOR A carreira profissional de Mali e discorrida neste capitulo. Durante um período de sua vida atuou como professor substituto. De modo geral quando se esta nessas condições o profissional fica a postos para suprir a falta de qualquer um dos docentes. Isto se assemelha com a função de uma babá, uma vez que não tendo como o professor ter todo o conhecimento necessário do assunto trabalhado com a turma, fica limitado a apenas supervisionar e mostrar vídeos. Apesar de já ter tido uma experiência como professor substituto, Mali não se considerava preparado para dar a sua primeira aula como membro efetivo do corpo docente. O que o ajudou nesta nova empreitada foi o auxilio de um veterano da educação, uma vez por semana reuniam - se por 45 minutos para discutirem o plano de aula. Essas reuniões proporcionam uma troca mutua de conhecimento, portanto, não é surpresa que venham a ensinar mais que a faculdade. Para Mali (p. 63) ‘’até hoje, acho que aprendi mais sobre ensinar e planejar lições naqueles 45 minutos semanais com Rick do que em todas as minhas aulas na universidade’’. Estimular o compartilhamento de informações entre professores novatos e veteranos, não só seria uma ótima forma de aproveitar anos de experiência, como também ajudaria na formação de um docente mais qualificado. Conforme defendido por Mali (p. 63) “não consigo imaginar uma forma mais elegante de um professor fazer sua transição para a aposentadoria, enquanto aproveita suas décadas de experiência”. 3.24 PROFESSORES QUE FIZERAM A DIFERENÇA PARA MIM Este capitulo apresenta algumas observações sobre a trajetória educacional de Mali. Enquanto muitas pessoas dizem não terem tido ao menos um professor que fizesse a diferença, é improvável que consiga recordar de pelo menos um professor mediano. Mali guarda em sua memoria os nomes da maioria dos seus professores, porem destaca três que fizeram a diferença. Kate Millonzi, professora do 4º ano, não era especial somente por ler para a turma, mas, porque ela inspirava um desejo de aprovação que motivava os alunos a fazer tudo o possível para não decepciona – lá. Para Mali (p. 65) “Se eu tivesse que trabalhar duro e me comportar melhor para garantir o sorriso dela, então eram o que eu iria fazer [...]”. Jerome Dees, é um professor que fez diferença porque respeitava muito o intelecto de seus alunos, em umas de suas aulas ele ensina que fazer uma pergunta na qual se sabe a resposta é o mesmo que realizar um simples teste. E por último Joseph D’Angelo que Mali considera o melhor professor que já teve. Este lhe ensinou a maior parte do que sabe sobre dissertação. Joseph era um professor que lutava pelos direitos dos alunos, como usar a biblioteca da escola, além disso era determinado e conseguia o que buscava. Esses professores fizeram a diferença porque oferecera aos seus alunos amor e respeito, e em troca receberam o esforço e dedicação de seus estudantes Conforme defendido por Mali (p. 67): O que esses três educadores – Kate Millonzi, Jerome Dees e Joseph D’Angelo – têm em comum é o amor e o respeito por seus alunos. [...] eles me deram amor; e, em troca, eu trabalhei com afinco por eles. E muitas vezes aprendi mais do que pensava ser capaz. Eu cresci. 3.25 A BUSCA POR MIL PROFESSORES O surgimento e execução do projeto “busca por mil professores não iniciou-se de forma planejada, Mali só começou a trabalhar com afinco nisso quando um jornalista sugeriu a ele que estabelece uma meta. Desta maneira seria interessante, pois assim existiria a possibilidade de fracassar, além disso, trabalhar de forma organizada tornaria uma ótima história para ser divulgada. Mali estabeleceu a meta de convencer mil pessoas a se tornarem professores em seis anos. Após terminar o prazo Mali não tinha chegado nem a cem professores. Então resolveu que não estabeleceria mais nenhum prazo, mesmo que não desse uma boa história. Ele percebeu que ter uma meta era bom pra não desistir dos planos. No entanto ainda restava alguns problemas, uma vez que além de ser trabalhoso adicionar os novos professores a lista, era necessário separar aqueles que já tendiam a ser professores dos que o projeto alcançou e converteu. Esse problema foi resolvido por um aluno de mestrado em computação e dois estagiários que criaram um banco de dados e um formulário para ser preenchido pelos próprios professores. Depois de doze anos e de quase ter alcançado seus objetivos, Mali conta que irá se sentir aliviado quando o projeto acabar. Porem talvez retome o projeto para tentar alcançar a meta de dez mil novos professores. 3.26 NUNCA DEVE HAVER UMA GERAÇÃO PERDIDA Neste capítulo é discorrido sobre as dificuldades da educação. Uma destas dificuldades são as pessoas abandonarem gerações inteiras de crianças apenas para se concentrarem nas que tem maior chance de sucesso. Segundo Mali (p. 74) o Arizona fez uma pesquisa e viu que os alunos da terceira série que não sabia ler, tinham mais chances de serem presos quando adultos. Respaldados por esta pesquisa desistiam desses alunos sob pretexto de na próxima turma investirem mais para que não se repetir-se o mesmo erro. Isso é um erro, pois além de ser desumano, custa mais caro manter um adulto na prisão do que uma criança na escola. Os professores têm o papel de ensinar essas crianças e não desistir delas, por mais difícil que seja, devemos preparar os alunos para o futuro que o aguarda. Conforme defendido por Mali (p. 74): Por mais defasada que a criança esteja, por mais limitado que pareça o futuro dela, você nunca poderá desistir dela. Isso é o que os professores fazem: a promessa de deixar cada aluno mais preparado para o futuro do que quando entrou na turma no início do ano. No nível mais básico, isso é exatamente o que fazemos. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O livro Um bom professor faz toda diferença, de Taylor Mali, destaca-se pela importância de seu tema. Afinal, desde os tempos mais remotos, o ato de ensinar interessa à humanidade. Por discorrer sobre uns dos assuntos mais discutidos no século XXI de maneira delicada, cuidadosa e precisa a leitura desta obra torna -se leve e agradável. Ao longo do livro e apresentados os vários motivos que levam uma pessoa a escolher a docência, assim como também os que influenciamo abandono desta nobre profissão. Ensinar não é algo fácil, ainda mais em um sistema na qual o educador não é valorizado. No entanto aqueles que persistem encontram recompensas incalculáveis. Conforme defendido por Mali (p. 56): Palavras escritas errado de forma engraçadíssima, cartões de agradecimento que chegam anos depois, confissões de pais meio alegres durante festas de Natal, o sorriso das crianças: estes são alguns dos benefícios lucrativos que nunca são mencionados no nosso contrato de trabalho. O professor é um mediador entre o conhecimento e o aluno, sua função é escolher dentre milhões de possibilidades a melhor maneira de repassa-lo ao estudante. Porem de todas as lições que devem ser ensinadas pelo docente a mais importante é a matéria da vida, o estudante deve sair da escola preparado para enfrentar as dificuldades que permeiam o mundo moderno. Habilidades como perseverança, superação, trabalho em equipe, motivação, capacidade de resolver problemas serão essenciais no dia-a-dia. Por fim, a leitura desta obra proporciona o amadurecimento intelectual e a compreensão da complexidade do ato de ensinar. Trata-se de uma leitura instigante recomendável a todos, em especial aqueles que desejam engatar na mais bela das profissões: a docência. 5 REFERÊNCIAS MALI, Taylor, Um bom professor faz toda a diferença. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.