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Inclusão escolar de crianças com autismo

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PEDAGOGIA
JANIQUELE COELHO MARTINS
A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
CONTAGEM/MG
2019
JANIQUELE COELHO MARTINS
A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para aprovação no curso de Pedagogia, da Universidade Estácio de Sá, sob orientação do Professor: Marta Teixeira do Amaral Montes
CONTAGEM/MG
2019. 
PEDAGOGIA
Janiquele Coelho Martins
A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá,
como requisito para a obtenção do grau em Pedagogia.
Aprovado em, _____ de ______________ de 20___.
Examinador
_________________________________________________
Prof. Marta Teixeira do Amaral Montes
NOTA FINAL ____________
RESUMO
A inclusão escolar de crianças com autismo na educação infantil é um grande desafio, este estudo buscar analisar as mudanças produzidas pelas políticas de inclusão em relação ao acesso das crianças com autismo na escola, abordará o conceito de autismo, as políticas públicas existentes e a importância do envolvimento da escola, e família para atender as necessidades e garantir o acesso e permanência da criança com autismo no ambiente escolar. Abordará as adaptações no currículo que são importantes para desenvolver novos conhecimentos e comportamentos que auxiliam a autonomia do aluno com TEA (Transtorno do Espectro Autista). As questões dentro dessa temática comprovam a necessidade de que todos os envolvidos neste processo de inclusão, aceitem e compreendem a diversidade humana e contribua na construção de uma sociedade democrática e igualitária. Desta forma, o professor precisa ter um olhar atento às necessidades e particularidades de cada aluno, para que de fato esse aluno se sinta incluído, deve-se desenvolver nas crianças com autismo a convivência, os estímulos e suas capacidades interativas e principalmente estruturar a rotina da criança, pois mudanças podem influenciar em seu comportamento, todas as estratégias são fundamentais para que a criança autista consiga desenvolver dentro do aspecto social e também cognitivo, impedindo desta maneira, a exclusão e o isolamento continuo. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas em livros, revistas e artigos. Enfim, estudar o autismo e a inclusão contribui para ampliar o conhecimento na área e na construção de práticas pedagógicas inclusivas.
Palavras-Chaves: Autismo - Inclusão escolar – Educação infantil.
ABSTRACT
The school inclusion of children with autism in early childhood education is a major challenge. This study seeks to analyze the changes produced by inclusion policies in relation to the access of children with autism in school, will address the concept of autism, existing public policies and the importance of school involvement, and family to meet the needs and ensure access and permanence of children with autism in the school environment. It will address adaptations in the curriculum that are important for developing new knowledge and behaviors that help autonomy of students with ASD (Autistic Spectrum Disorder). The issues within this theme prove the need for all those involved in this process of inclusion, to accept and understand human diversity and to contribute to the construction of a democratic and egalitarian society. Thus, the teacher needs to take a close look at the needs and particularities of each student, so that in fact that student feels included, should develop in children with autism the coexistence, the stimuli and their interactive skills and especially structure the routine As changes can influence their behavior, all strategies are fundamental for the autistic child to be able to develop within the social as well as the cognitive aspect, thus preventing exclusion and continued isolation. This work was developed through bibliographical research in books, magazines and articles. Finally, studying autism and inclusion contributes to increase knowledge in the area and the construction of inclusive pedagogical practices.
Keywords: Autism - School inclusion - child education
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................09
2. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ............................................11
2.1 O que é o autismo ...............................................................................................11
3. RESUMO DA HISTORICIDADE DO AUTISMO ....................................................11
4. A INCLUSÃO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL .........................................14
4.1 Adaptações curriculares com significações .........................................................16
4.2 A formação do docente para a escola inclusiva ..................................................18
4.3 A importância da relação família e escola para a inclusão .................................19
5 - CONCLUSÃO .......................................................................................................21
REFERÊNCIAS ….....................................................................................................23
Agradeço primeiramente a Deus, aos meus familiares, amigos e todos que contribuíram para a conclusão deste trabalho e também a todos os professores do curso de Pedagogia por transmitir seus
Conhecimentos.
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”
(Paulo Freire)
INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo as práticas educacionais no Brasil, foram baseadas em práticas sociais excludentes, as pessoas com deficiência, eram mantidas distantes da sociedade e não frequentavam as escolas regulares. Eram excluídas de todo e qualquer convívio social. Por longos anos foram vistos apenas sob os aspectos de caridade ou assistencialismo e não como sujeitos de direitos.
Atualmente, o TEA -Transtorno do Espectro Autista e demais transtornos do desenvolvimento são assuntos muito discutidos na área da Educação, trata-se da inclusão escolar e como ela traz benefícios para a formação humana. O princípio relevante dessa iniciativa está baseado em um direito de todo ser humano, que é o acesso à educação e ensino. 
Neste sentido, o objetivo deste estudo é discutirmos a inclusão do aluno autista na Educação Infantil, pois é a primeira etapa a ser enfrentada pela criança com o diagnóstico comprovado do espectro. Sendo importante uma intervenção que favoreça positivamente o aluno no processo de acolhimento, inclusão, ensino e aprendizagem.
A partir daí, surgem as perguntas que norteará este trabalho: Como possibilitar a inclusão do aluno portador do TEA (Transtorno do Espectro Autista) no ambiente escolar? Como trabalhar com o autismo na educação infantil? Quais mudanças precisam ser desenvolvidas? Qual o papel da família nesse momento? 
Buscando atender a tais questionamentos este trabalho apresenta um breve histórico contextualizando o autismo, a partir da abordagem da Educação Infantil e no processo de inclusão desses alunos. A metodologia adotada foi a bibliogáfica e qualitativa.
Este estudo apresenta alguns autores como Marcelli (2009), Wing (1998), Rutter (1997), Sant´Ana (2005) que contextualizam o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e principalmente abordam sobre as necessidades e a importância de discutir e reiterar para que a criança seja vista além de sua necessidade, favorecendo positivamente suas potencialidades e desenvolvimento. 
Por isso, a importância da compreensão do TEA e seus desafios no âmbito pedagógico, aescola e os professores precisam proporcionar meios e condições favoráveis que estimule novas práticas que visam aprimorar o fazer pedagógico, assim como sua inserção escolar nos espaços de estudo regulares e mais especificamente na etapa da educação infantil. 
Certamente, isso potencializará a atuação dos professores, possibilitando a implantação de uma relação de confiança entre o aluno e o professor e assegurar a aprendizagem da criança com Autismo.
O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
2.1 O que é o autismo
Etimologicamente autismo vem da palavra de origem grega “autós” cujo significado é “próprio ou de si mesmo”, sendo reconhecido como uma disfunção neurológica que aparece ainda na infância, causando atrasos no desenvolvimento na interação social e na aprendizagem da criança.
O autismo é um transtorno psicológico que compõe questões emocionais, sociais, afetivas, cognitivas e motoras. É um termo que engloba um grupo de enfermidades do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem algumas alterações e comprometimentos na fala, nos processos de interação social e comportamento. Muitos estudiosos e cientistas afirmam que O TEA não tem cura e suas causas ainda são incertas.
Na educação a percepção da doença pode ser realizada por meio de diversas abordagens, isto é, sem produzir preconceitos, sendo importante um olhar sensível para com o aluno autista e compreender seu processo único de aprendizagem. As relações que o aluno autista estabelece consigo, com os outros e com o mundo, decorrem de forma diferenciada do padrão da normalidade, gerando desafios para quem trabalha na educação. 
3 – RESUMO DA HISTORICIDADE DO AUTISMO
A síndrome do autismo foi descoberta na década de 1940, por dois médicos de origem austríaca Leo Kanner e Hans Asperger que trabalhavam separadamente. No começo, era considerado um aspecto de esquizofrenia, mas, em 1943 ganhou sua especificidade clínica. 
Estima-se que existam cerca de 70 milhões de autistas no mundo.
De acordo com Gómez e Terán o termo Autismo: 
O termo “Autismo” foi nomeado pelo psiquiatra Leo Kanner tendo como base a terminologia originalmente concebida por seu colega suíço Eugene Bleuler em 1911. Bleuler utilizou o termo “autismo” para descrever o afastamento do mundo exterior observado em adultos com esquizofrenia, que tendem a mergulhar em suas próprias fantasias e pensamentos. (Gómez e Terán (2014, p. 447)
Leo Kanner foi quem definiu o termo autismo, quando percebeu comportamentos diferentes em algumas crianças, bem como dificuldades em estabelecer relações comunicativas, isolamento e resistência a mudanças.
Um ano depois, Hans Asperger, relatou algumas semelhanças parecidas com a que foi descritas por seu colega, porém com algumas diferenças, crianças sem o atraso e desenvolvimento da linguagem e aparentemente mais inteligentes, o que acabou sendo classificado mais tarde como Síndrome de Asperger.
Em 1949, o Dr. Hans Asperger, fez uso do termo “psicose autista”, mencionando assim, às crianças com comportamentos semelhantes ao autismo.
Possivelmente, ambos os cientistas estiveram diante de grupos semelhantes, mas, devido às diferentes interpretações, foram formuladas as chamadas “síndrome de Asperger” e “autismo de Kanner”, para se referir a autismos de alto e baixo nível de funcionamento, respectivamente (GÓMEZ; TERÁN, 2014, p.448).
Anteriormente, em seus estudos Kanner identificou o autismo somente em indivíduos que não sofriam com retardo mental, mais tarde o mesmo identificou em algumas pessoas com retardo mental o quadro de autismo. Acreditava-se que o retardo mental era uma das características do autismo, entretanto nos tempos atuais sabe-se que, que o retardo mental não é uma característica do espectro. 
Segundo Gómez e Terán:
Atualmente, sabe-se que o retardo mental não é uma característica da síndrome autista. Entretanto, uma grande porcentagem de pessoas com autismo pode apresentar retardo mental como característica associada. Muitas vezes, por desconhecimento ou falta de “olho clínico”, ocorre uma confusão entre retardo mental e autismo (GOMÉZ; TERÁN, 2014, p. 450).
Ao longo dos anos, foram vários estudos e pesquisas que contribuíram para a percepção e entendimento do que pode ser o autismo. Os pioneiros nas pesquisas foram Hans Asperger e Leo Kanner. Suas opiniões continuaram úteis para médicos e para as próximas três décadas. 
Resumidamente, foi a partir dos anos 60, 70 e 80 que a Educação foi vista como principal tratamento do autismo, com a criação de intervenções, procedimentos e o trabalho específico em centros educacionais preparados para o atendimento ao autismo, tendo como apoio a família de indivíduos autistas.
Durante muito tempo o Asperger foi apontado como uma das condições do autismo, contudo, essa definição foi desconceituada com o lançamento do DSM-V, em 2013 em que insere o Asperger dentro do Transtorno do Espectro Autista. A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) da Associação Americana de Psiquiatria que determinou o uso do termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), a ideia é classificar cada pessoa de acordo com o seu nível de dependência ou necessidade e estabelece três categorias: Autismo leve, moderado e severo. 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) em sua 5ª edição, diz:
Com o lançamento da 5ª edição do DSM, os subtipos dos transtornos do espectro do autismo são eliminados. Os indivíduos são agora diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de gravidade. O DSM-V passa a abrigar todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico guarda-chuva denominado Transtorno do Espectro Autista – TEA. A Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição separada e o diagnóstico para autismo passa a ser definido em duas categorias: alteração da comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados (AUTISMO E REALIDADE, 2013).
Portanto, a causa do autismo ainda é desconhecida, estudos apontam para a existência de questões genéticas ou mesmo fatores ambientais que atuam na determinação da doença. É provável que seja uma combinação de fatores. Esse desconhecimento favorece muito as polêmicas, como em 1950-1960, quando o psicólogo Bruno Bettelheim falava que a causa do autismo seria a indiferença ou frieza da mãe, denominada “mãe-geladeira”, rótulo atribuído as mães de crianças autistas. Estudos da época revelaram que não havia relação. 
Em 2009 James Watson Biólogo Molecular, afirmou em um congresso que os genes que fornece habilidades intelectuais elevadas são os mesmos que favoreceriam o surgimento do autismo, o que não houve comprovações, como também especulações sobre vacinas também surgiram, mas foram desconsideradas ao longo dos anos. 
Recentemente, durante um congresso ocorrido em Baltimore em 2016, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, relacionou o autismo com o uso do ácido fólico, vitamina que pode diminuir até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto durante a gravidez, mas nada foi comprovado até o momento.
É possível verificar que vários teóricos contribuíram para que fosse possível construir uma linha sobre a evolução do que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista). Apesar de muitas pesquisas, ainda há muito para se esclarecer no que diz respeito à questão da compreensão do autismo e suas causas. 
4 - A INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao trabalhar com crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é necessário compreender algumas limitações que elas apresentam, como: Hipersensibilidade auditiva (visual ou tátil), dificuldades de comunicação e interação social, como também as estereotipias (conhecido também como stims). Sabemos que estas são algumas características e que nem todos os autistas terão esses comportamentos, pois o processo de desenvolvimento das habilidades e potencialidades, depende da interação e experiências que a criança trouxe ao longo da suahistória de vida, da sua criação, acompanhamento médico e psicológico.
Do mesmo modo é importante pensar em escolas de Educação Infantil que acolhem as crianças com suas diferenças e necessidades. 
Alves, enfatiza a importância do saber como forma de desenvolver a autonomia e a liberdade do aluno.
Escolas que são gaiolas existem para que pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode leva-los para onde quiser. Pássaros engaiolados tem sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado, apenas encorajado (ALVES, 2004). 
Igualmente, a inclusão de autistas nas escolas públicas e privadas é muito importante, pois dessa forma, consegue-se despertar em todos os envolvidos, professores, alunos e funcionários, atitudes que geram empatia e respeito.
Incluir não é só integrar. Cavaco diz:
 [...] Não é estar dentro de uma sala onde a inexistência de consciencialização de valores e a aceitação não existem. É aceitar integralmente e incondicionalmente as diferenças de todos, em uma valorização do ser enquanto semelhante a nós com igualdade de direitos e oportunidades. É mais do que desenvolver comportamentos, é uma questão de consciencialização e de atitudes (CAVACO, 2014, p. 31).
Neste sentido, Carvalho afirma: 
[...] para que, em nossas escolas, o ideal da integração de todos, ou da não exclusão de alguns, torne-se realidade, é preciso trabalhar todo contexto em que o processo deve ocorrer. Do contrário, corre-se o risco de contribuir para maiores preconceitos em torno dos deficientes. (CARVALHO, 1999, p. 37):
Atualmente, há algumas diretrizes de atenção e reabilitação da pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Em 2007 ocorreu eu Nova York a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e foi promulgada pelo Estado brasileiro, por meio do Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Que resultou em algumas mudanças de paradigmas referente as condutas oferecidas às pessoas com deficiência, nomeando a “acessibilidade” como ponto importante para a garantia dos direitos individuais.
[...] tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2009).
O Estado brasileiro tem buscado, por meio da formulação de políticas públicas, garantir a autonomia e a ampliação do acesso à saúde, à educação e ao trabalho dos portadores de Autismo, com o objetivo de melhorar as condições de vida das pessoas com deficiência.
Assim, para que o processo de inclusão e aprendizagem ocorra de maneira efetiva na escola, é primordial que o trabalho com crianças autistas seja carregado de práticas intencionadas e eficientes. Pois, cada criança é diferente, independentemente se carrega consigo um diagnóstico de transtorno ou não. 
Identificar as necessidades de cada aluno é fundamental para instituir um processo de ensino e aprendizagem de qualidade, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências favoráveis e auxiliando no processo de adaptação da criança com autismo.
Trabalhar com o autismo na educação infantil pode ser desafiador. No entanto, sabemos que é possível, se criarmos estratégias e práticas pedagógicas que favoreçam a socialização e promovam o ensino.
4.1	Adaptações curriculares com significações
Atualmente, existem Leis que precisam ser aplicadas, tudo em favor de um aprender eficiente. No Brasil, a importância de se pensar um currículo para a escola inclusiva teve maior dimensão após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Igualmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, aprovada em setembro de 2001 e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008, como também a Lei Brasileira de Inclusão em 2015, resultaram em análises de como tais leis contemplam as adaptações e adequações necessárias e que favoreça um ensino de qualidade aos educandos com necessidades educacionais.
De acordo com Monjón as adaptações institucionais necessitam de atributos que facilitam o processo de ensino e aprendizagem:
“Ao tipo de agrupamento de alunos para realizar atividades de ensino e aprendizagem; a organização didática da aula - propõe conteúdos e objetivos que interessam ao aluno, como também diversificados para atendê-los diante das suas necessidades especiais; a organização dos períodos definidos para a execução das atividades previstas – propõe previsão de tempo diversificado para desenvolver os diversos tipos de elementos do currículo na sala de aula.” (Monjón 1995; p. 89).
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão: 
II - Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.12)
V – Adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13)
Do mesmo modo, citamos aqui o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) que é um documento importante da inclusão escolar, pois, através dele, o aluno com deficiência é avaliado e todo o planejamento é elaborado. Neste documento estratégias específicas são elaboradas, levando-se sempre em consideração as capacidades e habilidades do aluno, respeitando sempre suas limitações.
O Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é amparado pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13146/2015) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/1996). Ele orienta a escola no atendimento de alunos com deficiência. Por isso, o PDI é uma ferramenta que contribui para garantir a acessibilidade na escola.
A Lei Brasileira de Inclusão no capítulo IV, Art. 28. diz:
VII - Planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13) 
Diante disso, o conceito de adaptações curriculares é considerado como estratégias que viabilizam a prática docente, e que ao mesmo tempo oportunizam decisões que combinam com a ação educativa escolar e às características específicas de aprendizagem dos alunos portadores do Transtorno do Espectro Autista. 
4.2	A formação do docente para a escola inclusiva
Na atualidade, a inclusão e a diversidade humana têm sido a causa para a busca de estudos. Motivando também a formação dos professores dentro de uma perspectiva de práticas inclusivas. Auxiliando e ressignificando o saber docente, principalmente no que diz respeito às diferenças individuais, sabemos que a diversidade adentra os muros da escola, ou seja, é preciso repensar, demonstrando a necessidade de se buscar condições favoráveis à construção de uma educação efetivamente inclusiva. 
A ação pedagógica se caracteriza dentro da perspectiva de um continuado processo de formação, pautado em novos e diferentes saberes, os professores devem reconstruir em novas concepções e práticas.
O saber e o fazer docente são fundamentais na construção da inclusão educacional, como sugere a legislação, que em seu movimento universal considera a educação para todos. Por isso que a formação e os saberes produzidos pelos professores são importantes no atendimento às diferentesnecessidades educacionais dos alunos, princípio afirmado também pela Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994).
É crescente a diversidade dentro do ambiente escolar, o professor é um agente fundamental no processo de inclusão. 
A esse respeito, Pimenta afirma que:
A formação de professores reflexivos compreende um projeto humano emancipatório [...] as escolas de formação de professores necessitam ser preconcebida com esferas contrapúblicas de modo a propiciarem a formação de professores com consciência e sensibilidade social. Para isso, educa-los como. Intelectuais críticos capazes de ratificar e praticar o discurso da liberdade e da democracia. (PIMENTA, 2002, p.31)
O professor e a escola precisam se inserir dentro de uma proposta humanizadora de ensino, que entenda que o ambiente escolar deve ser um local que aceite e acolha as minorias independente de cor, etnia, gênero, classe e também as limitações individuais.
É necessário a adoção de práticas pedagógicas inclusivas e a formação dos professores, conforme a Lei Brasileira de Inclusão:
X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13)
XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13)
É fundamental que as ações e as práticas pedagógicas sejam ricas em experiências educativas, transformando a necessidade do aluno em um gosto pela busca do conhecimento.
4.3	A importância da relação família e escola para a inclusão
Do mesmo modo, a dinâmica dentro deste processo de inclusão e a tríade escola, família e aluno, servirá como base para sustentar as práticas pedagógicas, especialmente as inclusivas. 
Por este motivo, a família e a escola, precisam desenvolver um diálogo fortalecido, que favoreça o trabalho e as várias formas de enfrentamento, possibilitando todas as ações, estimulando sempre o aluno a manter-se focado em sala.
A família e a escola possuem um papel fundamental na compreensão do transtorno e na maneira de lidar com o portador do Autismo, o que faz muita diferença nos resultados esperados. A partir desta perspectiva é possível identificar também os graus de acometimento, a idade do diagnóstico e sua evolução.
A Declaração de Salamanca é um documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, na cidade de Salamanca/Espanha, em 1994, com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a inclusão social nas esferas políticas e educacionais. Este documento foi redigido por um grupo internacional de especialistas sob o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é considerado um dos principais documentos mundiais que visam a inclusão social, sendo a principal referência simbólica no assunto. 
A Declaração de Salamanca, enfatiza no seu parágrafo 6º:
O sucesso delas [das escolas inclusivas] requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, famílias e voluntários. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA p. 5)
E no parágrafo 59º:
Uma parceria cooperativa e de apoio entre administradores escolares, professores e pais deveria ser desenvolvida e pais deveriam ser considerados enquanto parceiros ativos nos processos de tomada de decisão. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA p. 14)
Por todas essas razões, a família e a escola enquanto parceiros, precisam ser atuantes no campo da educação inclusiva, para assim, realizar com mais acerto todas as especificidades que compõe a inclusão.
5 - CONCLUSÃO
O Autismo é uma condição de nascimento, sabe-se que não é desenvolvido ao longo da vida, pois os fatores que intensificam sua aparição são relacionados a fatores genéticos e ambientais. 
Para lidar com o autismo na educação infantil, a escola precisa oferecer projetos de inclusão que promovam o acolhimento dos alunos autistas, possibilitando as práticas de inclusão. 
É importante que os espaços e as práticas pedagógicas favoreçam o trabalho e que as mesmas oportunidades oferecida aos outros alunos sejam também oportunizadas aos alunos de inclusão, mesmo que seja necessário adaptações. 
Torna-se relevante a busca de estudos voltados para a formação do profissional da educação frente às políticas de inclusão escolar. 
Além disso, para que se tenha uma educação inclusiva, é importante considerar cada aluno na sua subjetividade, criando assim, um plano de desenvolvimento individual (PDI) que facilite a sua aprendizagem. 
A escola precisa acolher todos os alunos com suas particularidades e espeficidades e ainda se referindo principalmente àqueles que possuem deficiência física. 
Assim, a melhor forma de de inserir os projetos e planos de inclusão é atuar no coletivo e oportunizar momentos de respeito e conscientização frente a diversidade, para que as crianças e toda comunidade escolar entendam o que é o autismo. Estimulando, dessa forma a percepção do conjunto de diferenças que compôe a diversidade. 
Certamente, isso só será possível se toda a equipe pedagógica, participar ativamente no desenvolvimento das diretrizes que envolvam o trabalho inclusivo.
Enfim na esfera educacional, a inclusão envolve um processo de reestruturação e reforma. Com o objetivo sempre de assegurar que todos os alunos sejam eles autistas ou não, tenham acesso a uma infinidade de oportunidades educacionais e sociais ofertada pela escola e com a significação influente de impedir a segregação e o isolamento de qualquer criança.
REFERÊNCIAS
ALVES, R. Gaiolas ou asas: a arte do voo ou a busca da alegria de aprender. Porto: Edições Asa, 2004. 
BATISTA, C. R., BOSA, C. e cols. Autismo e Educação: reflexões e proposta de intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BELISARI http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf O JUNIOR, J.F. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: transtornos globais do desenvolvimento. Brasília: MEC; Secretaria da Educação Especial; Fortaleza: UFC, 2010. 
BOTTGER, A.R.S.; LOURENÇO, A.C.; CAPELLINI, V.L.M.F. O professor da Educação Especial e o processo de ensino-aprendizagem de alunos com autismo. Revista de Educação Especial, v.26, n.46, maio/ago. 2013. Disponível em:<https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5833/pdf> Acesso em:10 jul. 2019. 
BRASIL. Declaração de Salamanca. Sobre os Princípios, Políticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 10 junho, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019.
BRASIL. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, 2009. 
BRASIL. MEC/SECADI. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Brasília: MEC, 2014. Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_autismo.pdf> Acesso em: 01 ago. 2019. 
CARVALHO, R. E et al. Salto para o futuro. Educação especial: Tendências atuais. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria de Educação à distância. Brasil em ação, 1999.
CRUZ, T. Autismo e inclusão: experiências no ensino regular. Jundiaí (SP): Paco Editorial, 2014. 
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