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ANÁLISE DO NEOLIBERALISMO; POLITICAS SOCIAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS GOVERNOS BRASILEIROS E O CONSERVADORISMO NO TOCANTE AO PRECONCEITO COM OS AFRODESCENDENTES

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 DESENVOLVIMENTO	5
2.1 Principais Características Do Neoliberalismo	5
2.2 A Implementação Do Neoliberalismo No Brasil	7
3. Comparação Entre os Governos de Fernando Henrique Cardoso, Luíz Inácio Lula Da Silva e Dilma Vana Rousseff no que se Refere às Políticas Sociais	9
3.1 Governo de Fernando Henrique Cardoso - FHC	10
3.2 Governo de Luiz Inácio Lula da Silva	11
3.3 Governo de Dilma Vana Rousseff	12
4. Discorra sobre o avanço do conservadorismo na política nacional contemporânea e a questão do preconceito com os afrodescendentes.	13
5 CONCLUSÃO	15
REFERÊNCIAS	16
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INTRODUÇÃO
A convivência em sociedade sempre é tema controvertido e dotado de complexidade no âmbito das relações. De um lado, tem-se o Estado, responsável desde os primórdios, por regular as condutas e suprir as necessidades coletivas, e de outro, a população, por intermédio do voto, que legitima os seus representantes.
No entanto, originaram-se grandes idéias, filosofias, crenças, religiões, oriundas da multiplicidade de pessoas habitando em sociedade, razão pela qual, em determinados momentos, atritam-se, causando divergências, a qual se observa posteriormente.
A princípio far-se-á, uma sucinta explanação sobre o neoliberalismo, conjuntura dotada de políticas, procedimentos e métodos que admitem um número relativamente baixo de interesses privados, controlarem a maior parte possível da vida social com o desígnio de elevar ao máximo seus benefícios individuais.
Noutro plano, analisa-se a implementação das políticas neoliberais no contexto brasileiro, mais especificamente, na era de Fernando Henrique Cardoso, e os reflexos e conseqüências do instituto na vida dos pais, os quais, foram alvos de críticas pelos renomado autores da época. Realiza-se ainda, uma comparação entre os governos de FHC, passando pelo mandato do ex-presidente Inácio Lula da Silva até chegar a governo da presidente Dilma Rousseff, que de forma sucinta, trata da destituição por meio do impeachment, sempre com o olhar voltado para as políticas sociais implantadas durante os governos.
Além disso, observa-se ainda, o conservadorismo na política nacional, processo altamente prejudicial à sociedade, sobretudo para os afrodescendentes, visto que suas bases remontam ao extremismo na segregação e dizimação da população negra.
Diante disso, o presente trabalho não tem o crivo de esgotar de forma absoluta as matérias aqui lançadas. No entanto, acredita-se que contribuirá significativamente para a esfera acadêmica e cientifica. Por outro lado, visa-se ainda, demonstrar que as condutas para com a sociedade devem ater-se aos preceitos fundamentais da Carta Magna da República, bem como a democracia.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Principais Características Do Neoliberalismo
Preliminarmente, o instituto do neoliberalismo, pauta-se na forma moderna do liberalismo, ou seja, consiste no movimento que permite uma intervenção limitada do Estado, no campo jurídico e econômico. “O neoliberalismo é o paradigma econômico e político que define o nosso tempo.” (CASSE, 1997).
Ainda nesse sentido, Noam Chormsky, valendo-se dos ensinamentos de Robert W. McChesney, com brilhantismo ensina-nos que o neoliberalismo:
Desde os idos mais remotos da humanidade, mesmo nas sociedades mais primitivas ou mesmo entre os animais, a busca pelo alívio da dor e pela cura das doenças sempre foi tentada.
[...] consiste em um conjunto de políticas e processos que permitem a um número relativamente pequeno de interesses particulares controlar a maior parte possível da vida social com o objetivo de maximizar seus benefícios individuais. (1999, p.12)
Nessa celeuma, pode-se se dizer que toda essa questão funda-se no ideal de determinada minoria, sobretudo, os particulares com poder aquisitivo expressivos, em dominar o capitalismo, cujos objetivos básicos fundaram-se na visão de controlar o mercado de forma generalizada, através do poder e a renda, que foram restabelecidos depois de um período de retrocesso.
Diante disso, o neoliberalismo conquistou forte tendência na política e economia globais nas últimas duas décadas, seguida, além da direita, por partidos políticos de centro e por boa parte da esquerda tradicional. Esses partidos e suas políticas importam os negócios imediatos de investidores extremamente ricos.
Esta teoria, que foi baseada no liberalismo, nasceu nos Estados Unidos da América e teve como alguns dos seus principais defensores Friedrich A. Hayeck e Milton Friedman.
No atual contexto, a corrente defensora do neoliberalismo sustenta que o sistema é apto a proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país, uma vez que o sistema propicia uma economia mais competitiva, ampliação tecnológica e, por meio da livre concorrência, faz os preços e a inflação rebaixar.
Contrariamente a questão supramencionada, os críticos ao sistema asseveram que a economia neoliberal só favorece as grandes potências econômicas, bem como as empresas multinacionais.
Além das características elementares acima, pode-se citar, a título exemplificativo, embora não unânime entre os doutrinadores, como sendo um marco e ideais desse processo, em síntese apertada: a privatização de empresas estatais; livre curso de capitais internacionais e destaque na globalização; abertura da economia para a introdução de multinacionais; desburocratização do estado: normas e regras econômicas mais simples para promover o funcionamento das atividades econômicas; posição contrária aos impostos e tributos exagerados; aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; defesa dos princípios econômicos do capitalismo, entre outros.
Por meio de uma análise das principais características no que cerne ao neoliberalismo, é sabido que o mesmo é uma nova fase do capitalismo. No entanto, segundo Robert W. McChesney, (1997) [...] “as conseqüências econômicas dessas políticas têm sido as mesmas em todos os lugares e são exatamente as que se poderia esperar: um enorme crescimento da desigualdade econômica e social.”
Noutro giro, pôr em execução um sistema neoliberal, ou seja, autônomo e sem a interferência Estatal nas relações privadas, consequentemente, abrir-se-ia lacunas para abusos contínuos por parte daqueles detentores de maiores riquezas. A imaginação é falha, e não merece prosperar, vejamos:
“o sistema preceitua que a prosperidade chegará inevitavelmente até as camadas mais amplas da população – desde que ninguém se interponha à política neoliberal que exacerba todos esses problemas.” (McChesney, 1997, p. 13)
Nesse sentido, os entendimentos favoráveis ao sistema absolutamente livre, que dizer, sem interferências no âmbito capitalista, coadunaria de forma significante para propagar a concorrência desleal, e, certamente, alavancar-se-ia os índices de pobreza absoluta entre as nações e povos mais atrasados do mundo, bem como um meio ambiente global catastrófico, uma economia global instável e uma bonança sem precedente para os ricos.
Pro outro lado, tem-se em mente, que o sistema neoliberal tem uma aplicabilidade justificável nos países desenvolvidos, estando em pé de igualdade quanto a sua economia para litigar e concorrerem de forma paritária e justa, uma vez que suas economias, aparentemente, estejam balanceadas. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, sofrerá com os resultados de uma política neoliberal, que contribuirá para o retrocesso dos povos, e, por conseguinte, o fracasso das Nações menos favorecidas.
2.2 A Implementação Do Neoliberalismo No Brasil
Em sínese, o neoliberalismo no contexto brasileiro começou a ser adotado com o ex-presidente Fernando Collor de Melo e continuou com o governo de Fernando Henrique Cardoso. A princípio, o projeto liberal pautou-se na privatização de inúmerasempresas do Brasil, que teve como reflexo primário, a aplicação dos lucros na moeda vigente, com o intuito de manter e assegurar a cotação do Real.
No entanto, mundialmente dizendo, a tática de privatização encabeçada pelos neoliberais brasileiros, em sentido contrário, foi adotada de forma parcial e gradativa, como por exemplo, China e Índia, cujos investimentos de grupos econômicos foram feitos em parceria com empresas nacionais.
Em decorrência do instituto, em meados da década de 1990, tiveram-se marcantes privatizações da maioria das estatais existentes há época, a título exemplificativo, a Embratel, Vale do Rio Doce e Telebrás. Em virtude do contexto histórico vivenciado, o neoliberalismo tem sido objeto de constantes críticas na esfera doutrinária e divergências fortes perante a sociedade, sobretudo pelo processo de desregulamentação da força de trabalho e pelo enfraquecimento ou aparelhamento das forças sindicais, o que se traduziu em uma diminuição gradativa dos direitos trabalhistas e no padrão médio de vida da classe trabalhadora em todo o mundo.
Noutro giro, os anos 1990 foram marcados, no Brasil, por um clima de hesitação e de atormento total no tocante à educação. Os presidentes Collor e Cardoso, de orientação neoliberal, caracterizaram-se por uma política educativa contraditória, combinando um “discurso sobre a importância da educação” e um “descompromisso do Estado” no setor, com um papel crescente da iniciativa privada e das organizações não-governamentais” (SAVIANI,1996).
Os exemplos mais evidentes que justificam o desespero da sociedade brasileira em frear o neoliberalismo extremo, sem dúvida, são os chamados Tigres Asiáticos, países extremamente industrializados, todavia, com mão de obra extremamente barata, fruto da ausência de leis trabalhistas.
Os trabalhadores, a título exemplificativo, praticamente não contam com férias, e os benefícios são limitados, questão que se dava para atrair empresas estrangeiras e garantir os seus lucros. Nesse sentido, alerta-nos Gaudêncio Frigotto
[...] a tese central do neoliberalismo é de que o setor público (o Estado) é responsável pela crise, pelos privilégios e pela ineficiência. O mercado e o setor privado são sinônimos de eficiência, de qualidade e de eqüidade. A solução torna-se, então, o Estado mínimo e a necessidade de questionar todas as conquistas sociais, como a estabilidade de emprego, o direito à saúde, à educação e aos transportes públicos. O Estado deve ser reduzido a uma proporção mínima, apenas necessária para a reprodução do capital. (p. 210, 1996) (Original sem grifos)
Ensina-nos, Perry Anderson, realizando-se um balanço do neoliberalismo, que [...] “é um movimento ideológico, em escala verdadeiramente mundial, como o capitalismo jamais havia produzido no passado. (1996, p.56). Noutros termos, a doutrina liberal, trata-se de um mecanismo que objetiva transformar todo o mundo à sua imagem, em sua ambição estrutural e sua extensão internacional. 
Ainda nos ensinamentos do autor, explica-nos que este “é um movimento ainda inacabado. E reitera: “[...] Provavelmente nenhuma sabedoria convencional conseguiu um predomínio tão abrangente desde o início do século como o neoliberalismo hoje.” (1996, p.56) 
Noutras palavras, o Estado, guardião do melhor interesse do povo, e, estes, destinatários principais e objeto responsável pela existência daquele, desde a concretude do neoliberalismo na década 90, desviou-se dos preceitos basilares e históricos, alcançados por meio de lutas intensas, que hodiernamente, encontram-se ancorados na Constituição Federal da República do Brasil de 1988, tidos como cláusulas pétreas (dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem mesmo por Proposta de Emenda à Constituição), por versar sobre direitos individuais e garantias fundamentais.
3. Comparação Entre os Governos de Fernando Henrique Cardoso, Luíz Inácio Lula Da Silva e Dilma Vana Rousseff no que se Refere às Políticas Sociais
Ao se refletir no Estado como fornecedor de projetos sociais deve-se pensar na dinâmica deste com as famílias e o mercado, uma vez que sua atividade modifica de acordo o meio social. Nesse sentido, a partir de uma analise histórica dos governos, percebe-se que apesar de serem pouco efetivas as campanhas sociais, evoluímos de maneira significativa, desde o mandado de Fernando Henrique Cardoso, Luíz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, conforme se observa mais adiante pela comparação dos governos.
Preliminarmente, para que se possa entender o contexto das políticas sociais, é imperativo compreender o desenvolvimento dos direitos civis, políticos e sociais, por conseguinte, a importância de expressão: cidadania. Nesse sentido, Marshall ensina-nos o conceito de cidadania 
[...] como a igualdade qualitativa entre os indivíduos de uma sociedade, ou seja, como a participação integral na comunidade: todos deveriam ser admitidos como membros completos da sociedade. A cidadania seria, em síntese, o direito de ter direitos. (1967)
Ainda nesse diapasão, o mencionado autor, em síntese, entende que o conceito de cidadania é desmembrado-a em três pontos: civil, política e social. Logo, “O elemento civil é composto dos direitos necessários à liberdade individual;” [...] no que cerne ao político [...] “refere ao direito de participar no exercício do poder político; [...] e o social é tudo o que vai desde o direito a um mínimo de bem-estar econômico e segurança ao direito de levar a vida [...].” (MARSHALL, 1967).
Noutras expressões, por meio dos ensinamentos do autor, é possível assegurar que os direitos sociais agruparam-se a cidadania, sob o aspecto de se garantir, através do Estado mínimo de bens e serviços fundamentais com o crivo de igualar o status de cidadão de todos os indivíduos, e não o seu nível de renda. No campo prático, as políticas sociais, caminharam de acordo cada época conforme dito anteriormente.
3.1 Governo de Fernando Henrique Cardoso - FHC
No tocante ao governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), cujo primeiro mandato vigorou no período de 01/01/1995 a 01/01/1999 e segundo de 01/01/1999 a 01/01/2003, a princípio, foi marcado pela falta de planejamento e coordenação para com as políticas sociais. Segundo Luciana Jaccoud “o governo FHC busca uma conciliação da estabilização com as metas de reforma e melhoria da eficiência das políticas públicas” (2005).
Além disso, o primeiro mandato do governo foi de equilíbrio monetário, visto que houve a liberalização comercial e privatizações, logo, teve-se um aumento seguido de uma ampliação do consumo e da renda. Valendo-nos ainda dos ensinamentos de Jaccoud (2005), “houve um crescimento do gasto social até o fim deste mandato (em média 22%), porém em 1997, a instabilidade econômica mundial e risco de colapso no balanço de pagamentos reduziu o crescimento e aumentou o desemprego”.
Ainda valendo-nos dos ensinamentos da doutrinadora Luciana Jaccoud, a mesma com brilhantismo, resume a era FHC e explica que:
[...] política social brasileira nos governos FHC por meio dos eixos estruturantes do Sistema Brasileiro de Proteção Social (SBPS), que agrupa por semelhança as diversas políticas sociais, segundo as motivações específicas que lhes deram origem (natureza teórica), mas também de acordo com o sentido ou fundamento principal que elas vão assumindo ao longo do tempo. Essa metodologia permite a reclassificação das políticas à medida que elas mudem de status, vale dizer, à medida que o seu fundamento explicativo se transforme com a própria mudança de sentido que a sociedade lhe atribui. Assim, os eixos são – Trabalho e Emprego (sistema previdenciário – geral e dos funcionários, Políticas de amparo ao trabalhador, Políticas de organização agrária e fundiária), Assistência Social e Combate a pobreza, Direitos incondicionais de cidadania social e infraestrutura social. (2005)
Segundo Jaccoud (2005), a evolução dos gastos por eixo no primeiro governo FHC demonstra que o eixo com maior crescimento foi o do trabalhoe emprego, representando 70% do crescimento do gasto no período, seguida pela assistência de combate à pobreza.
No entanto, o segundo mandato FHC foi alvo de abalos, uma vez que a economia nacional entrou em declínio perante a crise mundial, cujo reflexo representou uma queda nos gastos sociais e adoção de mecanismos de contenção. Na era de Fernando Henrique Cardoso, “os gastos com assistência apresentaram constante aumento. [...] (JACCOUD, 2005).
Diante disso, é cediço que o governo de tempos de outrora, passou por abalos na sua economia e estrutura, os quais refletiram em todas as questões sociais do Brasil. Entretanto, mesmo perante a estabilidade política o Estado reagiu de forma significante a alguns setores, como dito anteriormente, educação, emprego e trabalho.
3.2 Governo de Luiz Inácio Lula da Silva
A trajetória de governo de Luiz Inácio Lula da Silva deu-se de 01/01/2003 a 01/01/2007, tendo sido reeleito, cujo novo mandato iniciou-se no dia 01/01/2007 a 01/01/2011. No campo social, as prioridades do governo pautaram-se na diminuição da pobreza e da miséria extrema.
Nesse contexto, como medida preliminar, criou-se em 2003, o Programa Fome Zero, com o objetivo de elaborar medidas que socorressem as famílias carentes. O programa favoreceu inúmeras pessoas, todavia, recebeu críticas de estudiosos que o consideraram assistencialista, sob o argumento de que os fornecimentos de quantias em dinheiro incentivariam os de desempregados a permanecerem no comodismo.
Conforme aduz Alba Tereza Barroso de Castro, valendo-se de pesquisas do Instituto de Pesquisa Aplicada do ano de 2004, explica-nos que:
na área social algumas mudanças podem ser citadas como significativas, como foi o caso da criação do Ministério da Assistência Social (MAS) que assumiu uma postura central na condução dos programas sociais do governo e a unificação dos programas de transferência de renda, criando o programa de Transferência Direta de Renda com Condicionalidades, resultando no Programa Bolsa Família. (CASTRO, 2005)
Além disso, programas notórios instituídos na administração foi o Programa Universidade para Todos (Prouni) com o desígnio de fornecer bolsas de estudos em universidades e faculdades. Outro ponto marcante aos olhos da sociedade foi a criação do Luz para Todos, difundido no ano 2003, com o escopo de levar eletricidade para as espaços rurais.
Entretanto, a implantação efetiva dessas mudanças sociais deparou-se com limitações políticas e econômicas, como foi o caso das “dificuldades imensas em conseguir transpor a primazia das políticas fiscal e monetária por quaisquer alternativas que se coloquem em disputa, ainda que coerentes e consistentes macroeconomicamente.” (IPEA, p.8, 2005).
No entanto, consoante análise elaborada pelo IPEA, o governo conseguiu suprir, parte considerável, das demandas sociais históricas existentes no cenário brasileiro. Todavia, a implantação efetiva dessas mudanças sociais deparou-se com limitações políticas e econômicas, como foi o caso das “dificuldades imensas em conseguir transpor a primazia das políticas fiscal e monetária por quaisquer alternativas que se coloquem em disputa, ainda que coerentes e consistentes macroeconomicamente.” (IPEA, p.8, 2005).
3.3 Governo de Dilma Vana Rousseff
O mandado da presidente Dilma Rousseff, dentre os lançados no presente estudo, seja sob o aspecto político ou social, enfrentou conturbados conflitos. No mandato inicial ocorrido em 01/01/2011 a 01/01/2015, a presidente deu prosseguimento aos programas sociais do Governo de Lula, avivou o combate à corrupção, trabalhou para uma política externa de integração e na redução da desigualdade social.
Nas eleições de 2014, Dilma foi reeleita para mais um mandato de 4 anos. No entanto, no curso de sua administração, antes do fim da sua administração, especificamente, dia 12 de maio de 2016, foi afastada por 180 dias passando o cargo ao vice-presidente Michel Temer. Como resultado deste processo, a mesma foi condenada por crime de responsabilidade fiscal e, portanto, destituída de seu cargo, em 31 de agosto de 2016.
No entanto, é inegável que inúmeros foram os programas e benefícios tragos a baila oriundos da administração dos partidos dos trabalhadores, os quais destacam-se, a título exemplificativo: a Rede Cegonha, cujas premissas pautava-se na assistência básica de nutrizes, gestantes; Brasil Sem Miséria, programa criado para retirar da miséria, famílias que recebem menos de R$ 70 reais por pessoa por mês; Programa Minha Casa, Minha Vida; Programa Mais Médicos, entre outros. 
4. Discorra sobre o avanço do conservadorismo na política nacional contemporânea e a questão do preconceito com os afrodescendentes.
Em tempos de outrora, o Brasil vivenciou-se genuinamente o período escravocrata, e, posteriormente, navegou-se pelo marco da ditadura nacional. Diante disso, o pensamento político conservador costuma ser coligado ao autoritarismo e à supressão das liberdades individuais. Em síntese, Russell Kirk em suas lições, explica em que consiste o instituto do conservadorismo, vejamos:
O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à Utopia, o ideólogo é impiedoso.” (1918 – 1994). (Sem grifos no original)
Assim, pode-se dizer que as políticas conservadoras, pautam-se na concepção de preservar as instituições, como por exemplo, o modelo tradicional de família, opondo-se a qualquer tipo de movimentos revolucionários e de políticas progressistas, razões pelas quais não merecem prosperar em um estado democrático de direito, que resistiu as duras custas um período de escuridão geral.
Ademais, tal entendimento configura um retrocesso extremo, capaz de ferir os preceitos norteadores do ordenamento jurídico pátrio, que estão ancorados no artigo 5º Constituição Federal da República do Brasil de 1988: [...] “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...].
No âmbito das questões afrodescentendes, as quais, digam-se de passagem, enfrentarem de forma combatente o conservadorismo, em razão das questões históricas, visto que as suas bases conservadoras estão fincadas para os ideais de dizimação da população negra, sob o argumento de que a morte dos africanos no Brasil, denominada por Romero como “seleção natural”, seria concretizado a partir da amortização do tráfico de escravos, ao lado do destruição de nativos americanos e da política de imigração de trabalhadores europeus.
Diante disso, os métodos homicidas e de encarceramento de jovens negros foram denunciadas por Abdias do Nascimento como [...] “ação genocida propalada pelo Estado brasileiro desde o processo colonial até a nossa atualidade em virtude do projeto de nação consolidado pela burguesia brasileira”, para tentar extinguir as condutas totalmente abusivas e sangrentas. Além disso, reitera o mencionado autor [...] “embora os africanos fossem protagonistas na construção do Brasil, por meio do trabalho compulsório, o processo de colonização “significou o holocausto de milhões de vidas africanas” (NASCIMENTO, 1982, p. 25). 
As práticas homicidas perduram-se ate os dias atuais, porquanto, a polícia brasileira, mata muito mais indivíduos negros e periféricos do que brancos em situações iguais. Nesse sentido, é altamente conveniente citar o rapper mundialmente conhecido como Emicida, onde trata com brilhantismo o conservadorismo na esfera racial, mais especificamente, quanto aos afrodescendentes em um programa televisivo denominado ”Altas Horas, da rede Globo”, onde afirma que "o Brasil aplaude a miscigenação quando clareia, quando escurece ele condena. [...] O táxi não para pra você, mas a viatura para, esse é oproblema urgente do Brasil".
Em suma, os assassinatos devem ser imaginados como assunto nacional de saúde pública e violação dos direitos humanos. Noutros termos, violência racial pautada em filosofias, ideais, extremismos de ódio e intolerância, veda que parte expressiva dos indivíduos brasileiros desfrute dos progressos sociais e econômicos obtidos nos últimos anos.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, percebe-se que o Estado é extremamente necessário para o correto andamento das relações sociais. Além disso, a intervenção Estatal funciona como um mecanismo protecionista para blindar os indivíduos hipossuficientes perante as mazelas da concorrência desleal.
Todavia, o neoliberalismo surte efeitos favoráveis a determinadas áreas, as quais, digam-se de passagem, estarem em estado de precariedade, a título exemplificativo, os setores da educação e segurança, entretanto, para que tenha-se resultados positivos, é imprescindível o controle da administração pública, para evitar eventuais abusos de poderes.
Noutro giro, no que cerne as políticas sociais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, percebe-se que o mesmo foi marcado por privatizações exagerada de empresas públicas, o que resultou em grande revolta da sociedade brasileira. Quanto às políticas sociais no governo Lula e, posteriormente, seguido pela Dilma Rousseff, nota-se que as mesmas foram implementadas com maior vista a sociedade carente, o que se denota maior preocupação governamental para com os indivíduos em evidente estado de vulnerabilidade social.
Além disso, no tocante ao conservadorismo frente aos afrodescendentes, ou seja, questões que versam sobre discriminação, percebem-se que a ideia é absolutamente ultrapassada, e jamais merece prosperar em uma sociedade livre e justa, como a que se instaurou no Brasil. Segregação, de igual modo, ceifa a dignidade dos cidadão negros e os privam de ser exercer o direto mais elementar do arcabouço normativo: a vida.
Por ultimo, registra-se que conservadorismo, necessita desfazer o equívoco e apresentar-nos idéias não reacionárias, a fim de preservar, com base na tradição democrática, a paz, a liberdade dos cidadãos e o vigor das instituições.
REFERÊNCIAS
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CASTRO. Alba Tereza Barroso de. A Política Social do Governo Lula. In.: II Jornada Internacional de Políticas Públicas Mundialização e Estados Nacionais: a questão da emancipação e da soberania. São Luís, 2005.
FRIGOTTO, G. A produtividade da escola improdutiva. São Paulo: Cortez, 1990.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA. Conjuntura e Política Social. In.: Políticas Sociais − Acompanhamento e Análise. nº 7. 2003.
JACCOUD, Luciana (org.) Questão Social e Políticas Sociais no Brasil Contemporâneo, Brasília – DF, IPEA, 2005. Cap. 5
MARSHALL,Tomas. Humprey (1967) Cidadania, Classe Social e Status, Rio de Janeiro ZAHAR,
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ANÁLISE DO NEOLIBERALISMO; POLITICAS SOCIAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS GOVERNOS BRASILEIROS E O CONSERVADORISMO NO TOCANTE AO PRECONCEITO COM OS AFRODESCENDENTES
Janaúba/MG
2017
ANÁLISE DO NEOLIBERALISMO; POLITICAS SOCIAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS GOVERNOS BRASILEIROS E O CONSERVADORISMO NO TOCANTE AO PRECONCEITO COM OS AFRODESCENDENTES
Trabalho acadêmico apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de: FHTM do Serviço Social II, Psicologia, Economia Política, Estatística e Indicadores Sociais e Seminários da Prática III.
Orientadores: Professores: Rosane Ap. Belieiro Malvezzi, Mayara Campos Frâncica, Pablo Emanoel Romero Almada e Hallynnee Rossetto.
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