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� PAGE \* MERGEFORMAT �20�
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A INTERVENÇÃO DE ALGUNS CLÁSSICOS DA WALT DISNEY NO COMPORTAMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Quéren-Hapuque Pereira Rodrigues
Volta Redonda, 2017
Quéren-Hapuque Pereira Rodrigues
A INTERVENÇÃO DE ALGUNS CLÁSSICOS DA WALT DISNEY NO COMPORTAMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Artigo científico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia, do Instituto Superior de Educação, do Centro Universitário Geraldo Di Biase.
Professora-orientadora: Marilane Ferreira Confort
Volta Redonda, 2017.
A INTERVENÇÃO DE ALGUNS CLÁSSICOS DA WALT DISNEY NO COMPORTAMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Quéren-Hapuque Pereira Rodrigues
Marilane Ferreira Confort� 
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo identificar e analisar atitudes e comportamentos das crianças da Educação Infantil, no que se refere à influência dos desenhos animados do Walt Disney no comportamento das que são expostas a eles diariamente. Para isso, foi realizada uma pesquisa teórico-empírica que contou com a revisão de literatura e pesquisa de campo através de questionário estruturado e semi estruturado aplicado a pais e professores. A partir desse estudo, verificou-se que há indícios de que os desenhos influenciam no comportamento do universo infantil entre as crianças de 5 a 10 anos idade devido à presença da televisão em seu ambiente familiar. A clientela de 4 e 7 anos, apresentou de forma marcante esse comportamento. Viu-se que o controle por parte dos responsáveis em selecionar os programas de televisão é ineficaz. Pois os pais devem ter o controle do que os filhos vêem e também coloca limites para assistir desenhos animados, tento assim mais tempo para outras coisas, como brincar com amigos e ter tempo para estudar.
Palavras-chave: Disney. Mídia. Pedagogia Cultural. Infância. Identidade.
ABSTRACT
This article aims to identify and analyze attitudes and behaviors of children in Early Childhood Education, regarding the influence of Walt Disney cartoons on the behavior of children who are exposed to them daily. For this, a theoretical-empirical research was carried out, which included literature review and field research through a structured and semi-structured questionnaire applied to parents and teachers. From this study, it has been observed that there are indications that the designs do influence the behavior of the infant universe among children from 5 to 10 years old due to the influence of television in their family environment. The clientele of 4 and 7 years of age presented this behavior in a remarkable way. It has been seen that control by those responsible for selecting television programs is ineffective. 
For parents should be in control of what their children see and also the limits to watching cartoons, so I try to spend more time on other things, such as playing with friends and time to study.
Keywords: Disney. Media. Cultural Pedagogy. Childhood. Identity.
INTRODUÇÃO 
Os desenhos animados fazem parte da vida das crianças desde muito tempo, e em especial os clássicos da Walt Disney que até os mais antigos são conhecidos entre o mundo infantil e dentro das escolas até nos dias atuais.
Como surgiram os contos de fadas e qual biografia do Walt Disney? No decorrer deste artigo mostraremos como começou todo esse mundo de fantasia onde nossas crianças têm cada dia mais feito parte e trago para o seu dia a dia.
Nesse artigo estaremos observando como os desenhos animados têm influenciado as crianças, afetando em seu comportamento, na sua identidade, e fazendo com que a criança desde nova aprenda a fazer parte do consumismo, que obter todo bem material relacionado por seu personagem favorito.
Também iremos analisar como a mídia e seus desenhos têm entrado nas escolas e como tem influenciado os alunos, devido a isso a escola deve ser mediadora entre a aprendizagem e os desenhos animado, de uma forma didática e conscientizada. 
As leituras dos clássicos da Walt Disney Pinóquio, Dumbo e A Pequena Sereia e servirá para mostrando como esses desenhos podem influenciar as crianças inconscientemente e até mesmo explicitamente, com atitudes e comportamentos dos personagens, e até mesmo situações de vida na qual a criança pode estar vivendo como veremos no desenho do Dumbo.
E para finalizar estaremos com um questionário onde professores relatam um pouco dessa influência em sala de aula, nos comportamentos de seus alunos, em como ele acredita que os desenhos podem influenciar e se eles usam os desenhos como forma pedagógica em sua sala de aula.
A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS E O SURGIMENTO DAS FADAS 
A fim de entendermos melhor os contos de fadas temos que fazer uma viagem ao tempo para podermos observar sua verdadeira origem. Os contos de fadas são bem antigos, vindo de diferentes culturas pelo mundo, logo, não eram destinados ao publico infantil.
Fadas vêm do latim fatum/fata que significa (fado, destino). Dessa forma, acredita-se que elas intervêm de forma mágica no destino das pessoas.
As fadas fazem parte do folclore europeu levadas pelo colonizadores através dos séculos para as Américas e tornarem seres fantásticos de uma grande beleza, um ser imaginário representado numa mulher dotada de poder sobrenatural.
As fadas podem ser retratadas de acordo com a obra em que é apresentada, como pode se observar no caso da "fada madrinha" que aparece em "Cinderela" com a estatura de uma mulher em tamanho normal, e em outra ocasião a fada "Sininho" da animação clássica infantil "Peter Pan" é apresentada como uma fada diminuta.
Os contos eram aproveitados para transmitir uma ideia de valores burgueses, étnicos e religiosos moldando as crianças. A preocupacao dos mais velhos fez com que essas historias ficassem vinculadas à educação, assim transformando a representativa em ideologia.
No começo, os contos ainda não eram de fadas. As histórias originais, bem diferentes das que conhecemos hoje, apresentavam enredos assustadores que não fariam sucesso nos tempos de hoje, Eram histórias contadas de geração em geração e assim, acabaram perpetuando-se no imaginário. Só começaram a ser registradas em livros na Idade Média.
A partir do século XVIII, uma coletânea foi publicada no oriente, alcançando um grande sucesso. Um dos destaques foi “As Mil e Uma Noites”. As narrativas eram audaciosas, como nada que eles tinham visto, uma história diferente, sem moralismo, ou falando como se deve agir. Essas histórias atravessaram os séculos e fazem sucesso até os dias de hoje.
As fontes latinas foram descobertas na Idade Média através de manuscritos, que foram passados através de viajantes e peregrinos, e transmitiram sua herança por todo o mundo, porém essas histórias como foram criadas em época de guerra e muito crueldade os autores Perrault e os irmãos Grimm, modificaram esses manuscritos em histórias, como A Bela e a Fera, João e Maria, Chapeuzinho Vermelho entre outras, atingindo assim o público infantil.
QUEM FOI WALT DISNEY?
Walt Disney nasceu no dia 5 de dezembro de 1901 em Chicago. Ele passou a maioria de uma infância numa fazenda e foi um momento muito difícil devido a castigos do pai, Elias Disney (1859-1941). Após sua descoberta sobre não ter sido registrado, começou a acreditar que era adotado e isso ia o influenciar em alguns comportamentos mais tarde.
Começou a estudar Arte aos 16 anos.
Como não ele era maior de idade, foi recusado quando quis se alistar no Exército durante a Primeira Guerra Mundial. Então juntou-se à Cruz Vermelha juntamente com um amigo. 
Logo após, foi enviado para a França, onde, pela Cruz Vermelha, ficou um ano dirigindo ambulância. Ao retornar para os Estados Unidos, matriculou-se na "Kansas City Arts School".
Ele trabalhouem algumas agências publicitárias e também entrou para uma companhia cinematográfica, onde participava na construção de cartazes de propaganda dos filmes. 
Em sua carreira Ub Iwerks criou uma pequena produtora com o irmão Roy e o amigo Ub Iwerks, chamada "Laugh-O-Gram". Onde suas animações eram exibidas no cinema local antes dos filmes. Em 1923, se mudaram para Hollywood, em Los Angeles. 
Walt Disney contratou a distribuidora de filmes M. J. Wrinkler em Holywood, com a afirmação de que o seu estúdio de animação possuía muitos filmes para vender. Wrinklers não aceitou a oferta somente como também aceitou pagar 1500 dólares por filme produzido.
Durante este período do extenso trabalho, Walt conheceu sua esposa, Lillian Bounds Disney. Após Alice, veio Oswald, o coelho sortudo, conhecido também em português como Coelho Osvaldo. O sucesso foi tão grande, que os valores aplicados nos contratos dos filmes foram reavaliados. 
Mudou se para Nova Iorque, onde recebeu uma surpresa. Seus personagens Alice e Oswald, foram roubados por seu ex-chefe, juntamente com a equipe de desenhistas e as encomendas, pelo fato de nada ter sido assinado em seu nome.
Walt enviou um telegrama ao irmão dizendo que tudo estava certo e para não se preocupar, pois ele já tinha em mente um personagem espetacular: Mickey Mouse.
O camundongo, desenhado a partir de uma série de círculos, provou ser ideal para o desenho animado e se tornaria o personagem de maior sucesso dos estúdios Disney. Nessa época, a produtora passou a ser mais bem organizada: Roy cuidava da parte financeira, Walt produzia e dirigia, e Iwerks desenhava.
Em 1927, já se havia inventado o filme sonoro. Poucos anos depois, inventou-se o filme colorido. Disney e seus assistentes utilizaram as novas técnicas com muita imaginação. 
O primeiro desenho foi Plane Crazy, de 1928, no qual o personagem contracenava com sua namorada Minnie Mouse. 
O primeiro desenho com som foi Steamboat Willie, também de 1928. 
As primeiras palavras do camundongo foram Hot dogs, hot dogs, numa canção do episódio The Karnival Kid, de 1929. 
Surgiram, em seguida, mais personagens para contracenar com Mickey: Pato Donald, Pateta e Pluto. O vilão João Bafo de Onça, que havia aparecido nos curtas de Alice, virou o principal inimigo do Mickey. 
De 1929 a 1939, Disney produziu uma série de desenhos chamada "Silly Symphonies" (Sinfonias Tolas), a primeira colorida. Mickey estrelava esses filmes ao lado dos novos personagens. O desenho "Flores e Árvores", dessa série, recebeu o Oscar de melhor curta-metragem de animação de 1932.
Walt Disney pretendia fazer um longa-metragem da clássica história Branca de Neve. Houve protestos por parte da equipe, mas o filme foi feito. Após três anos de produção, desenho e músicas, o filme estreou. 
O filme Branca de Neve e os Sete Anões gerou fundos necessários para a construção de um novo estúdio e foram criados novos longas-metragens: Pinóquio, Fantasia e Bambi. Infelizmente, os tempos de lucro não duraram muito, devido ao início da Segunda Guerra Mundial em 1930.
A MÍDIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O cinema e sua animação têm uma conexão entre a técnica e a arte, criado com o objetivo de prender a atenção da criança, ganhando características de ferramenta pedagógica, podendo ser um instrumento enriquecedor ou não. A mídia tem sido muito usada no âmbito escolar, como material pedagógico, onde professores muita vezes não têm o preparo para tal. 
A princípio, a animação era usada como entretenimento para o público infantil, adquirindo o status de pedagogia cultural, passando de entretenimento para a construção corporativa da infância. Essa construção é criada a partir do que a animação traz explícita e implicitamente, que traz padrões ideológicos e de consumo. Giroux (1943), antes de se tornar observador crítico da cultura que envolve o cinema de animação, aceitava a “[...] hipótese praticamente inquestionada de que desenhos animados estimulam a imaginação e a fantasia, reproduzem uma aura de inocência e, em geral, são bons para as crianças” (GIROUX, 2001, p. 89).
Para Giroux, o sentido do filme animado age na infância de forma persuasiva, praticando a função de “máquinas de ensino, como produtores de cultura” (GIROUX, 2001, p. 89).
Não é de se espantar que áreas públicas e o ambiente escolar legalizam e reconhecem o cinema de animação, seja como recurso de imaginação ou motivação, pois essas animações “[...] constroem um mundo inocente de infância de sonhos onde as crianças progressivamente encontram um lugar para se situar nas suas vidas emocionais” (GIROUX, 2001, p. 90). 
A mídia tem influenciado muito na área de valores e gostos, penetrando no mundo infantil, dentro e fora do âmbito escolar. A identidade criada por essa cultura tem enganado a conduta infantil, criando uma ética de prazer e autoridade. 
Esse mundo de animações também tem ensinado e estimulado as crianças sobre o consumismo, tendo a necessidade de comprar objetos como, roupas, sapatos, brinquedos e materiais escolares de seus personagens favoritos.
Diante desse poder e persuasão ao consumo,como nós profissionais da educação agimos? O consumo infância é muito preocupante e como o meio escolar contesta esse problema do consumismo infantil? 
A CRIANÇA DE 4 A 6 ANOS, SEGUNDO PIAGET
No estágio pré-operatório, da idade aproximada de 1 ano e meio ou 2 anos a cerca de 6 ou 7 anos, a criança começa a desenvolver ativamente as representações mentais internas, que se iniciaram no fim do estágio sensório-motor.
Segundo Piaget, o aparecimento do pensamento representativo, durante o estágio pré-operatório, abre o caminho para o desenvolvimento subsequente do pensamento lógico, durante o estágio de operações concretas. 
Com o pensamento representativo, chega à comunicação verbal. Entretanto a comunicação é amplamente egocêntrica. Uma conversação pode parecer sem qualquer coerência. A criança diz o que está em sua mente, sem considerar muito o que outra pessoa disse. 
À medida que as crianças se desenvolvem, no entanto, levam cada vez mais em consideração o que os outros disseram, quando criam seus próprios comentários e respostas.
A capacidade para manipular os símbolos verbais para objetos e ações – ainda que egocentricamente – acompanha a capacidade para manipular conceitos, e o estágio pré-operatório caracteriza-se por acréscimo no desenvolvimento conceitual. 
Todavia, a capacidade infantil para manipular conceitos ainda é bastante limitada durante este estágio. Por exemplo, durante esta fase as crianças exibem centração – uma tendência para focalizar somente um aspecto especialmente observável de um objeto ou uma situação complicada. 
Muitas modificações do desenvolvimento ocorrem durante este estágio. A experimentação intencional e ativa das crianças com a linguagem e com objetos em seus ambientes resulta em enormes acréscimos, no desenvolvimento conceitual e linguístico. Esses desenvolvimentos auxiliam a abrir caminho para o desenvolvimento cognitivo ulterior, durante o estágio de operações concretas.
ENTRE A INFÂNCIA E A MÍDIA: A ESCOLA COMO MEDIADORA
Sabemos que a mídia tem feito parte da vida da criança o que faz com que leva essa influência para a escola, A escola como mediadora não pode ajudar no incentivo em relação à mídia com o consumo e seu comportamento. O professor é o espelho do aluno que através de suas falas e comportamentos pode estar influenciando ou não esse aluno cada vez mais, como por exemplo, a professora chamar a menina de princesa e dizer que o menino deve ser forte como um super-herói, também elogiando o material com o gosto pessoal do professor, assim trazendo para a escola essa mundo de fantasia. A escola deve intervir em tudo aquilo que for demais na vida no aluno dentro da escola, tudo o que pode tirar o verdadeiro foco em sala de aula que deve ser a aprendizagem.
A escola deve usar os desenhos para seu benefício de forma pedagógica, como por exemplo, colocar desenhos animados e fazer atividades relacionando ofilme e a matéria que esta sendo trabalhada em sala de aula, o professor também deve fazer reflexões com os alunos sobre o consumo relacionado, pois a escola como instituição social deve trazer a modernidade 
A PEDAGOGIA CULTURAL 
A Pedagogia Cultural é a ciência da educação aplicada tanto a espaços escolares quanto em espaços não escolares. Neste sentido, podemos afirmar que os conhecimentos adquiridos e os nossos saberes se fazem presentes, também através da escola da vida. 
Na escola da vida, somos influenciados pela ação de alguém ou de muitos, em nossas atitudes, ou seja, não nascemos com comportamentos pré- estabelecidos, mas os adquirimos em nossa vivência com outros. 
Neste sentido, segundo Paulo Freire:
A possibilidade de existir- forma acrescida de ser, mais do que viver, faz do homem um ser eminentemente relacional. Estando nele, pode também sair dele. Projetar-se. Discernir. Conhecer. É um ser aberto. Distingue o ontem do hoje. O aqui do ali. Essa transitividade do homem faz dele um ser diferente. Um ser histórico. Faz dele um criador de cultura. (FREIRE, 2001, p.10)
A educação que nos é mostrada se está em vários ambientes, seja na família, na escola, no ambiente de lazer ou no trabalho. 
Em todos os ambientes que vivemos somos levados a entrar em contato direta e indiretamente com uma educação cultural e assim a interiorizamos. Somos "moldados", inconscientemente, a agir de maneira errada, ou não, por influência da educação cultural com a qual temos contato.
Como maneira de comportamento aprendido por um ponto da pedagogia cultural pode-se citar o fenômeno da vaidade precoce que é estimulada nas crianças por meio de componentes da mídia moderna e algumas vezes considerada inocente, o que é o caso de alguns desenhos animados e filmes dos estúdios "Walt Disney'', como afirma Giroux:
O "maravilhoso mundo da Disney'', como "um teatro histórico-cultural da memória" (Clifford,1990), representa de forma poderosa o grau no qual a cultura popular tem-se tornado, historicamente, a forma dominante de cultura global... a cena, par excellence, da mercantilização, das indústrias nas quais a cultura entra diretamente nos circuito de... Poder e capital. É o espaço de homogeneização no qual a utilização de estereótipos e de formulas processa, impiedosamente, o material e as experiências que traz para sua teia e no qual o controle sobre as narrativas e as representações passa para as mãos das burocracias culturais estabelecidas, algumas vezes sem um murmúrio sequer. (GIROUX, 2001, p. 139)
Lançando uma visão mais critica para explorar a estrutura das produções Disney, pode-se perceber com clareza o forte apelo presente, mesmo que nas inferências a colocação de padrões de beleza próprios da cultura americana, valorizando, cabelos longos e lisos, olhos azuis, entre outros. 
Estes elementos, e mais alguns referentes à realização de sonhos materiais, estão presentes em grande parte destas produções, desde os clássicos (Branca de Neve e Cinderela, por exemplo), até os mais recentes como “A Bela e a Fera" incentivando, com alguma sutileza, o seu público à valorização da beleza física e ao consumismo,conforme afirma Hall:
Em suas incursões à cultura popular, a Disney gera representações que asseguram imagens, identificações e desejos, através dos quais os/as espectadores/as produzem a si próprios/as e suas relações com outras pessoas. Ao ordenar e estruturar essas representações, a Disney mobiliza uma ideia de memória popular que aparece sob o disfarce de um anseio por inocência infantil e aventura saudável. Organizadas através de formas afetivas e ideológicas de interpretação, essas representações fazem apelos particulares sobre o presente e servem para definir como nós conhecemos a forma como viemos a ser constituídos e quem somos. (Hall, 1992, p 30). 
Paulo Freire aborda sobre o currículo oculto que relata como a influência do professor afeta a aprendizagem dos alunos através das práticas, atitudes, comportamento, gestos, percepções que existe no meio social e escolar desse aluno.
Paulo Freire também sinaliza em seu livro Pedagogia do Oprimido sobre a invasão cultural afirmando que quanto mais se acentua a invasão, alienando o ser da cultura e o ser dos invadidos, mais estes quererão parecer com aqueles: andar como aqueles, vestir a sua maneira,falar ao seu modo.(p.207).
REVISITANDO ALGUNS CLÁSSICOS 
A fim de aprimorar ainda mais este artigo, faremos, neste momento, uma descrição de alguns clássicos de Disney: Pinóquio, Dumbo, A Pequena Sereia, 
Havia um carpinteiro chamado Gepeto que sonhava em ter um filho, então ele cria um boneco de madeira e pede às estrelas que transformassem o boneco em um menino de verdade. Um belo dia aparece uma fada e dá a vida ao boneco com a condição que ele não mentisse e se ele se comportasse bem, o transformaria num menino de verdade. A fada criou para ele um amigo chamado Grilo Falante que seria como sua consciência. 
Geppeto o coloca na escola e um dia ele indo para escola acompanhado do Grilo Falante, encontra o D. Raposo e a D. Gata, que o aconselharam a não ir para a escola e sim, conhecer novos lugares. O Grilo Falante o avisou para que não desse ouvido. Ele não escuta o grilo e acaba sendo preso em uma jaula num teatro de marionetes do Strombóli. O Grilo foi atrás de ajuda, então a fada mandou uma borboleta mágica na qual o Pinóquio fala muitas mentiras pra ela e a cada mentira seu nariz crescia mais. A fada lhe disse que para seu nariz voltar ao normal ele teria que se portar bem e não mentir! Arrependido, ele volta para casa e seu pai fica muito feliz. Depois de um tempo, ele encontra novamente D. Raposo e D. Gata que o levam a uma ilha. Quando o Pinóquio se dá conta, está sendo transformado em um burro.
Pinóquio consegue fugir da ilha e vai correndo pra casa, mas não encontra seu pai. Fica sabendo por marinheiros que seu pai tinha ido ao mar para encontrá-lo. 
Dois dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia e ela os engoliu
Assim que foram engolidos descobriram que no interior da barriga estava Gepeto, que tinha naufragado durante uma tempestade. Depois de se abraçarem, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.
A partir dali ele se mostrou tão dedicado e bondoso que a Fada Madrinha, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num menino de verdade de carne e osso.
Dumbo é um bebê elefante de circo que nasceu com orelhas enormes e que ao nascer foi muito perseguido e motivo de piada por todas as mamães elefantas e seus bebês, mas apesar disso, foi muito amado por sua mãe.
Certo dia, as elefantas começaram a rir e falar das orelhas do pequeno elefante. Dumbo ficou muito triste e magoado com a situação, mas sua mãe se comoveu com isto e bravamente foi defender seu filhote, mas logo vieram os guardas de circo e prenderam todos os elefantes, porém levaram a mãe de Dumbo em cativeiro, por considerá-la como um animal fora de controle, tirando-a de perto do seu pequeno filhote, que só chorava depois do ocorrido, pois além de ser ignorado por todas as elefantas fêmeas, as quais poderiam cuidar dele, ele estava sem a mãe, completamente sozinho.
Após certo tempo, Dumbo conheceu um ratinho chamado Timóteo que ajuda Dumbo a matar a saudade que tem da mãe, sempre levando-o até a jaula onde eles a deixavam presa à correntes. Os dois se acariciam, a mãe e Dumbo choram de emoção.
Os animais do circo não paravam de gozar da cara do filhote, então um belo dia pra se defender ele os ataca metralhando amendoins com sua tromba. Depois disso, ele e seu amigo saem e acabam tomando algo que os deixa vendo as coisas de uma forma mais colorida e engraçada.
Um belo dia, em seus passeios com seu amigo rato, Dumbo acordou no alto de uma árvore mas ninguém sabia como havia acontecido. Em cima da árvore havia alguns pássaros que tentaram jogar Dumbo e seu amigo para fora da árvore.
Ninguém esperava, mas ao cair da árvore, ele conseguiu voar com suas grandes orelhas,um grande instrumento, com o qual passou a ser a maior atração do circo. 
Com suas orelhas, Dumbo fez o que nenhum outro elefante conseguia fazer: voar! 
 A pequena Sereia Ariel vivia no fundo do mar com sua família e outros animais aquáticos, e era a típica adolescente rebelde e independente que quer fazer parte do mundo dos humanos, os observando e colecionando objetos da terra. 
Um dia ela vê uma embarcação, então essa embarcação afunda e vê um homem se afogando. Ela o salva e acaba se apaixonando. Na areia, ele acorda com ela cantando para ele e também acaba se apaixonando por ela. Após o ocorrido, ela quer ir de qualquer forma para a terra ficar com o humano. Então ela faz um acordo com a bruxa do mar Úrsula que lhe pede a voz em troca de um par de pernas, dizendo que homens não gostam de mulheres que falam, Ariel sem conhecer nada sobre esse novo mundo acredita na bruxa e faz a troca. 
Logo após, Ariel embarca na aventura da sua vida, onde vai para um lugar desconhecido sem poder se comunicar com ninguém, ao lado de Linguado e Sebastião. Ariel precisará ser valente e determinada. Quando descobre que Úrsula está usando sua voz para casar-se com o príncipe ela conta com a ajuda de seus amigos que conseguem resolver tudo provando para o príncipe que aquela mulher não era a qual o salvou na praia. Depois de tudo resolvido, se casa com ela e vai morar com ela em terra junto com os humanos e vivem felizes para sempre.
RELEITURA DOS CLÁSSICOS REVISITADOS
No capítulo anterior, vimos a releitura de alguns clássicos e através deles podemos analisar de que forma esses desenhos podem influenciar na vida da criança na Educação Infantil e quais os exemplos vêm interiorizando.
Pinóquio é um desenho em que, um boneco de madeira desobedece a seu pai, mostra para as crianças e a cada mentira algo de ruim acontece e que também toda vez que se faz algo de bom, ganha-se algo. Desta forma, a criança interioriza que tudo que ela fizer tem que ter algo para oferecer como, por exemplo:“se você passar de ano lhe dou um computador!” 
É nesse momento que a criança também passa a chantagear pessoas ao redor só fazendo as coisas para receber algo em troca.
Dumbo é um elefante filhote que quando pequeno sofria bullying no ambiente onde vivia por causa de suas orelhas enormes. Ele presencia uma briga de sua mãe, onde a levam pra longe dele e ele se encontra sozinho, fazendo com que a criança que passa pelas mesmas situações se sinta triste e se isole das pessoas como demonstrado no desenho.
Nesse clássico, em um certo momento, ele usa sua tromba como metralhadora de amendoins para atingir as pessoas que zombam dele, podendo passar subliminarmente a mensagem de que é certo reagir a um gozo com violência.
O filme mostra uma cena em que Dumbo se embriaga com um amigo, onde ele tem um sonho surrealista. Dumbo sonha com elefantes coloridos a cantar. Assim, a criança tem seus primeiros “contatos” com o álcool de forma alegre e divertida com cores e um musical.
A pequena sereia é a típica adolescente rebelde e uma modelo do Sul da Califórnia. A adolescente que vive num conflito paterno, motivado pelo desejo de explorar o mundo dos humanos, e através disso ela faz um pacto com Úrsula, a bruxa que pede sua voz em troca do par de pernas, assim se tornando uma metáfora da dona-de-casa, abordado no momento em que o príncipe dá o beijo do amor verdadeiro sem nunca ter conversado com ela e entra também o estereótipo onde a sereia tem que trocar seu corpo para poder estar com um homem. Isso que a mídia tem trazido para as mulheres atualmente. As meninas, ainda pequenas, devem ser subordinadas aos homens e devem estar sempre lindas para poderem ser “escolhidas” por eles. Esse desenho também nos mostra que Ariel larga sua família para estar com o humano, abandonando todas suas raízes sem ao menos olhar pra trás.
GRÁFICOS
Foi feito um questionário para os professores onde a primeira pergunta foi se eles, em algum momento em sala de aula ou até mesmo no recreio, já haviam observado ações de alunos semelhantes a algum desenho animado. 
 1 – Em algum momento na sala de aula ou mesmo no recreio, foi observado algum comportamento semelhante a algum desenho animado?
Como podemos observar no gráfico, os desenhos animado têm influenciado muito no comportamento dos alunos. Pelas respostas dadas pelos professores os que mais reproduzem personagens são com os meninos imitando os super-heróis. 
O segundo questionamento é se os professores acreditavam que os desenhos animados podem ou não influenciar o aluno em suas ações e até mesmo na aprendizagem. 
2 – Os desenhos animados podem ou não influenciar os alunos em suas ações e até mesmo na aprendizagem?
Vemos que mais de 80% dos professores acreditam quem sim, isto é, ser influenciado pelos desenhos animados, como foi dado exemplo do desenho da Show da Luna que estimula no aluno a curiosidade de conhecimento auxiliando assim na aprendizagem,e também tiveram muitas respostas onde os alunos levam para as brincadeiras em sala ações vistas nos desenhos, às vezes até atrapalhando a brincadeira posta pelo mediador
Nosso próximo questionamento é se os professores usam a sala de vídeo, e se em caso positivo quais eram os tipos de desenhos apresentados à turma.
3 – Os professores usam a sala de vídeos? Se sim, quais os tipos de desenhos apresentados à turma?
Como pode ser observado no gráfico, muitos professores não fazem essa utilização do vídeo com seus alunos, e outros sim, trazendo para a sala de aula a mídia como forma didática. Sobre os vídeos que são passados, foram falados muito sobre os desenhos Galinha Pintadinha ,Show da Luna, Mundo Bita e Bob Zoom que são animações com musicais que ensinam, como por exemplo, o alfabeto, os números, trabalha com os alunos a coordenação motora entre outros benefícios.
E por ultimo foi perguntado se após terem passado os desenhos se é feita alguma atividade educacional baseada no que foi assistido.
4 – É feita alguma atividade educacional baseada no que foi assistido?
Os mediadores que votaram no sim alegaram que muitos dos desenhos são sobre obras literárias como história em quadrinhos e contos de fadas que estão sendo trabalhados em casa de aula, também vídeos folclóricos, e pequenos vídeos sobre o ciclo da vida todos relacionados a projetos desenvolvidos com os alunos.
CONCLUSÃO
Verifiquei durante a realização deste artigo que a presença dos desenhos animados, em especial do Walt Disney, tem influenciado muito no comportamento das crianças nos nossos dias atuais, estimulando ao consumismo de materiais escolares e roupas dos personagens favoritos , também observamos que há grande influência em sua identidade/ comportamento.
Tive dificuldade em obter informações sobre a mediação da escola em relação a como o professor deve interferir quando os alunos aparecem com comportamentos relacionados à personagem e em relação ao consumo excessivo de materiais escolares, pois isso deve vir primeiramente da família e depois a escola vem com seu auxílio. 
Foi fácil encontrar tipos de comportamentos mais comuns entre as crianças, que são entre os meninos com brincadeiras de super-heróis. É interessante observar como os processos culturais vêm transformando a sociedade acabando com conceitos que antes eram significativos, os estereótipos produzidos pela cultura de massa que se confundem com nossa realidade, agora tão virtual.
É visível que a educação necessita de novos meios para garantir a interação e a formação de identidade do cidadão na sociedade. 
Enfim, ideologias contidas em desenhos animados e suas representações sócio-artísticas e culturais são relativamente relevantes para o desenvolvimento infantil.
Embora existam aspectos negativos, a maioria refere-se ao cotidiano vivido em sociedade. Julga-se por meio de várias opiniões que os desenhos são fontes facilitadorasde aprendizado, tanto para o bem quanto para o mal. 
Enfim, as narrativas, subjetividades e ideologias encontradas em contextos fílmicos são de suma importância para a formação do caráter humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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� Professora Orientadora