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IRRIGAÇÃO: Água-solo-planta-atmosfera Robson Bonomo – UFES/CEUNES Eng. Agrônomo, D.S. Irrigação e Drenagem Evapotranspiração e Precipitação 1 – Conceitos/Definições 1 - Evapotranspiração Conceito proposto por Thornthwaite (1944) => expressa o conjunto da evaporação + transpiração. • Evaporação (Ev) processo de passagem de um líquido do estado líquido para gasoso. Ocorrem nos oceanos, lagos, rios, do solo, e da vegetação úmida (orvalho e chuva interceptada) • Transpiração (T) perda de água na forma de vapor pelas plantas, predominantemente pelas folhas, via estômatos. Ocorre em reposta a um gradiente de potencial da água (figura). Evapotranspiração processo simultâneo de transferência da água para a atmosfera por evaporação e por transpiração. 1– Conceitos/Definições 1 - Evapotranspiração • Evapotranspiração de referência (ETo) quantidade de água que seria utilizada por uma extensa superfície vegetada com grama, com altura de 8 a 15 cm (IAF 3), em crescimento ativo, cobrindo totalmente a superfície do solo, e sem restrições hídrica. A ETo é um indicativo da demanda evapotranpirativa da atmosfera. A cultura de referência também pode ser alfafa. Definição FAO para ETo: grama com altura de 12 cm e coeficiente de reflexão (albedo) de 23%. 1– Conceitos/Definições Obs. Baseado no boletin 56 da FAO 1 - Evapotranspiração • Evapotranspiração de cultura [ETc = Etpc (evapotranspiração potencial da cultura)] é a quantidade de água utilizada por uma cultura, em qualquer fase de seu desenvolvimento e sem restrição hídrica. Pode ser obtida a partir da ETo pela relação: ETc = Kc ETo Kc é o coeficiente de cultura. O valor do Kc varia com as culturas e com as fases fenológicas. 1– Conceitos/Definições 1 - Evapotranspiração • Evapotranspiração real da cultura (ETrc) é a quantidade de água realmente utilizada por uma superfície vegetada, com ou sem restrição hídrica. ETr ETc. • Evapotranspiração de oásis (ETO) é a quantidade de água utilizada por uma pequena área vegetada (irrigada) que é circundada por uma extensa área seca, de onde provém energia por advecção (transporte lateral de calor por deslocamento lateral da massa de ar), aumentando a quantidade de energia disponível. Saldo de radiação Temperatura Umidade relativa Veloc. do vento Com ou sem restrição hídrica Clima Cultura de interesse ETR 1 - Evapotranspiração Extensão da área úmida Ko Área circundante seca (vegetação morta) Área circundante gramada Limite superior do Ko Evapotranspiração de Oásis (ETO) ETO = ETo * Ko Dados válidos para UR = 30%, U2m = 2 m/s, altura da vegetação úmida = 2m e IAF = 3. 2 - Fatores que afetam a evapotranspiração 1 - Evapotranspiração 2.1 – Fatores climáticos Radiação Líquida (Rn) Principal fonte de energia para o processo de evapotranspiração. Depende da radiação solar incidente e do albedo. Temperatura do ar Ao longo de um dia o aumento da temperatura provoca um aumento no déficit de saturação, tornando maior a demanda evaporativa do ar. Umidade relativa do ar Atua em conjunto com a temperatura. Quando menor a UR maior a demanda evaporativa e, portanto, maior a ET. Vento Representa o transporte horizontal de energia de uma área mais seca para outra mais úmida (advecção). Remove também o vapor d´água do ar próximo às plantas para outras regiões. 2 - Fatores que afetam a evapotranspiração 1 - Evapotranspiração 2.2 – Fatores da planta Espécie Arquitetura foliar (distribuição espacial da folhagem), resistência interna da planta ao transporte de água, e aspectos morfológicos (número, tamanho e distribuição dos estômatos). Coeficiente de reflexão (albedo) influência diretamente na Rn (BOC = Rg (1- ). Quanto mais escura maior Rn. Estádio de desenvolvimento (IAF) Quanto maior a área foliar (IAF) maior será a superfície transpirante, e maior será o uso de água. Altura da planta Plantas mais altas, mais rugosas interagem mais eficientemente com a atm em movimento extraindo mais energia do ar, aumentando a ET. Profundidade do sistema radicular Sistema radicular mais superficial explora um volume menor de solo deixando a cultura mais suscetível a períodos de estiagem. Afeta a ETrc. 2 - Fatores que afetam a evapotranspiração 1 - Evapotranspiração 2.3 – Fatores de manejo e do solo Espaçamento/densidade de plantio Determina a competição intra-específica. Afeta a ETrc. Espaçamento menor: competição intensa por água com aprofundamento do sistema radicular. Espaçamento maior: sistema radicular mais superficial, porém maior aquecimento do solo e das plantas, além de uma circulação mais livre do vento entre as plantas. 3 – Determinação da Evapotranspiração 1 - Evapotranspiração A estimativa da evapotranspiração pode ser feita por métodos diretos ou métodos indiretos. 3.1 – Métodos diretos de determinação da evapotranspiração 3.1.1 – Método do controle da umidade do solo Consiste na medição da umidade de solo. • ET = água evapotranspirada entre duas sucessivas amostragens, dentro do intervalo de irrigação, em mm; • n = número de camadas; • M1i = Teor de umidade do solo da primeira amostragem, na enésima camada , % em peso; • M2i = Teor de umidade do solo da segunda amostragem, na enésima camada , % em peso; • Dai = densidade aparente da enésima camada, e, g/cm3; • hi = altura de cada camada, em cm. i i n 1 i 2i1i h da 100 M - M ET 3.1.2- Lisímetro de drenagem (percolação) 1 - Evapotranspiração Adequado para períodos longos. ET = P + I + AC – DP • ET = evapotranspiração no período, mm; • P = precipitação, mm; I = irrigação, mm; • AC = ascensão capilar (desprezível); • DP = drenagem profunda, mm. 3.1.3 – Lisímetro de lençol freático constante Trabalha com um lençol freático constante dentro do lisímetro. ET é função da água consumida. 3.1.4 – Lisímetro de pesagem Método padrão de determinação da ET. Permite da determinação da ET em períodos curtos (dia, hora). Consiste em um tanque apoiado sobre uma balança. O conjunto fica dentro de um tanque externo (figura). 1 - Evapotranspiração ET = M/S ET = evapotranspiração , mm; M = variação da massa do tanque, kg; S = área do tanque, m2. 3.2 – Métodos Indiretos de determinação da evapotranspiração • Evaporímetros • Equações 1 - Evapotranspiração 3.2.1 – Equações para estimativa da evapotranspiração a) Método de PENMAN-MONTEITH Em 1948 Penman formulou uma equação para estimar evaporação combinando: Balanço de energia + transferência de massa “método combinado” A partir desta equação pesquisadores introduziram os fatores de resistência e estenderam a equação para superfícies vegetadas (ET). Distinguiram duas resistências: Resistência aerodinâmica (ra) Resistência da superfície (rs) 1 - Evapotranspiração a) Método de PENMAN-MONTEITH 1 - Evapotranspiração A figura acima mostra o conjunto de resistências que controlam o transporte de vapor para a atmosfera. A rs é o conjunto das resistências dos estômatos, cutícula e do solo. Resistência aerodinâmica (ra) descreve a resistência a troca entre a vegetação e o ar que se movimenta sobre a superfície vegetada. Resistência da superfície, ou cobertura (rs) descreve a resistência do escoamento do vapor d´água através dos estômatos abertos, da superfície foliar total e da superfície do solo; Fonte: Sentelhas/Angelocci, 2009. Disponível em:http://ce.esalq.usp.br/aulas/lce306/aula8.pps a) Método de PENMAN-MONTEITH (FAO-56) 1 - Evapotranspiração em que: ETo - evapotranspiração de referência, mm d-1 (1,0 mm d-1 = 2, 45 MJ m-2 d-1); Rn - saldo de radiação à superfície, MJ m-2 d-1; G - fluxo de calor no solo, MJ m-2 d-1; (es - ed) - déficit de pressão de vapor, kPa; - declividade da curva de pressão de vapor de saturação, kPa oC-1; - constante psicrométrica, kPa oC-1; u2 - velocidade do vento medida a 2 m de altura, m s -1, )0,34u (1 )e (e u 273 T 900 )G R( 408,0 2 2 dsn a) Método de PENMAN-MONTEITH 1 - Evapotranspiração Observações: a) Constante psicrométrica (): = 0,665x10-3 P b) Pressão atmosférica (P), quando valores medidos não estão disponíveis: em que, P – pressão atmosférica, kPa; Z – altitude local em relação ao nível do mar, m. c) Declividade da curva de pressão de vapor de saturação (): Em que, - declividade da curva de pressão de vapor de saturação, kPa oC-1; T – temperatura do ar ((Tmax+Tmin)/2), oC; es – pressão de vapor de saturação, kPa. 26,5 293 Z0,0065 - 293 101,3 P 2 T 237,3 T 7,5 2 237,3) (T ] x10[0,6108 4098 237,3) (T es 4098 a) Método de PENMAN-MONTEITH 1 - Evapotranspiração Observações: d) Fluxo de calor no solo (G): • Para períodos diários a até 10 dias: G ≈ 0 • Para valores mensais: G = 0,07 (Tmês, i+1 – Tmês, i-1) Ou, quando Tmês, i+1 não é conhecido: G = 0,14 (Tmês, i – Tmês, i-1) em que, G = fluxo de calor no solo (MJ m-2 dia-1) Tmês, i = temp. med. do ar do mês i ( oC); Tmês, i-1 = temp. med. do ar do mês anterior ( oC); Tmês, i+1 = temp. med. do ar do mês posterior ( oC); a) Método de PENMAN-MONTEITH 1 - Evapotranspiração Observações: e)Pressão de vapor * Equação de Tetens, com T (oC) e “e” em kPa: Tar 237,3 Tar * 7,5 10 * 0,611 e 2 minmax TT ee es 2 100 UR e 100 UR e max Tmin min Tmax ea Pressão de vapor de saturação (es): Pressão de vapor atual (ea): f) Correção da velocidade do vento a 2 metros de altura: U2m = 0,748 U10m a) Método de PENMAN-MONTEITH 1 - Evapotranspiração Observações: Radiação Quando se dispõe de dados de radiação global (Qg) medida, o balanço de ondas longas (BOC) pode ser obtido através da seguinte expressão: 0,35 Qso Qg 1,35 e0,140,34 2 TT 4,903x10 - BOL a 4 min 4 max9 Sendo: Tmax = temp. máxima absoluta do ar durante o dia, K; Tmin = temp. mínima absoluta do ar durante o dia, K; ea = pressão atual de vapor da água, kPa; Qs = irradiância solar observada (MJ m-2 dia-1); Qso = irradiância solar para dias sem nuvens (MJ m-2 dia-1); T em kelvin = 273,16 + T em oC Qso = Qo (0,75 + 2x10-5 Z); sendo: Z = altitude local, m. O valor da irradiância solar para dias de céu claro (Qso), representa máximo de brilho solar esperado. 1 - Evapotranspiração Fig. – Valores diários de ETo PM, para São Mateus, ES. 2014. ETo Soma anual = 1482 mm ETo Média diária= 4,1 mm/d Precipitação = 976 mm 1 - Evapotranspiração Fig. – Valores diários de ETo PM, para São Mateus, ES. 2015. 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 1 /1 /1 5 3 1 /1 /1 5 2 /3 /1 5 1 /4 /1 5 1 /5 /1 5 3 1 /5 /1 5 3 0 /6 /1 5 3 0 /7 /1 5 2 9 /8 /1 5 2 8 /9 /1 5 2 8 /1 0 /1 5 2 7 /1 1 /1 5 2 7 /1 2 /1 5 E T o , m m /d Datas ETo Soma anual = 1595 mm ETo Média diária= 4,4 mm/d Precipitação = 758 mm 1 - Evapotranspiração Fig. – Valores diários de ETo PM, para São Mateus, ES. 2016. ETo Soma anual = 1531 mm ETo Média diária= 4,2 mm/d Precipitação = 744 mm 1 - Evapotranspiração Fig. – Valores diários de ETo PM, para São Mateus, ES. 2017. Precipitação = 1263 mm Regiões Temperatura média diária Frio 10 oC Moderado 20 oC Quente 30 oC Trópicos e subtrópicos - Úmido e sub-úmido - Árido e semi-árido 2 – 3 2 – 4 3 – 5 4 – 6 5 – 7 6 – 8 Regões temperadas - Úmido e sub-úmido - Árido e semi-árido 1 – 2 1 – 3 2 – 4 4 – 7 4 – 7 6 – 9 Quadro - Valores médios de ETo (mm/d) para diferentes agroclimas (FAO 56) b) Método de HARGREAVES E SAMANI (Harg) 1 - Evapotranspiração em que ETo - evapotranspiração de referência, mm d-1; Tmed - temperatura média, oC, [Tmed = 0,5 (Tmax + Tmin)]; Tmax - temperatura máxima, oC; Tmin - temperatura mínima, oC; e Ra - radiação solar no topo da atmosfera, mm d-1. ETo 0 0023 Ra Tmax Tmin Tmed 17 8 = , - 1/2 + , c) Método de THORNTHWAITE simplificado por CAMARGO (Camargo) 1 - Evapotranspiração ETo = Ra T F em que ETo - evapotranspiração de referência, mm d-1; Ra - radiação solar no topo da atmosfera, mm d-1; T – temperatura média, oC; e F- fator de ajuste que varia com a temperatura média anual (Tm) do local. CAMARGO e PEREIRA (1990) apresentam os seguintes valores para F: F = 0,01 para Tm até 23 oC; F = 0,0105 para Tm = 24 oC; F = 0,011 para Tm = 25oC; F = 0,0115 para Tm = 26 oC; e F = 0,012 para Tm = 27 oC. Exemplo para São Mateus Latitude: -18º43’ , Longitude: 39º 51’ , altitude: 39 m, Tma =23,8oC Dia 27/03/18 Dados EMA Tmax = 30,3 (oC); Tmin = 21,8 (oC); Tmed = 25,3 (oC); URmax= 98(%) URmin= 62 (%); URmed =85 (%); Qg= 19,8 (MJ/(m2 dia)); Pressãomed = 101 kPa Precipitação =0,6 mm; Velocidade do vento U10 = 1,9 m/s Dados: NDA= ? ; DEc. Solar = 2,12 o; N = 11,90h; Qo(Ra) = 35,0 MJ/m2d; esTmax = 0,611 * 10 [(7,5*Tmax)/(237,3+Tmax)] = kPa esTmin = 0,611 * 10 [(7,5*Tmin)/(237,3+Tmin) = kPa Fornecido (para o balanço de radiação): BOL = -3,0 MJ/m2d; ETo = a) Método do Tanque Classe A 1 - Evapotranspiração ETo = Kt Ev Em que: Ev – evaporação do tanque, mm/dia; Kt – coeficiente do tanque. Função dos dados meteorológicos da região (vento e umidade relativa) e do meio em que está instalado o tanque (tabelado). 3.2.2 - Evaporímetros a) Método do Tanque Classe A 1 - Evapotranspiração ETP = ECA * Kt O valor de Kt é fornecido por tabelas, equações, ou ainda pode-se empregar um valor fixo aproximado, caso não haja disponibilidade de dados de UR e U para sua determinação. Duas situações são consideradas para a obtenção do Kt. a) Método do Tanque Classe A 1 - Evapotranspiração Vento (km/d) Bordadura UR <40% 40 a 70% >70% Leve 1 0,55 0,65 0,75 (<175) 10 0,65 0,75 0,85 100 0,70 0,80 0,85 1000 0,75 0,85 0,85 Moderado 1 0,50 0,60 0,65 (175 a 425) 10 0,60 0,70 0,75 100 0,65 0,75 0,80 1000 0,70 0,80 0,80 Quadro 01 – Valores do coeficiente do tanque Classe A, em função de dados meteorológicos da região e do meio em que ele está instalado (caso A) 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - Evapotranspiração ETc = ETo Kc Em que, ETc = Evapotranspiracão da cultura [mm d-1], ETo = Evapotranspiracão da cultura de referência [mm d-1], Kc = Coeficiente de cultura [admensional], 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - EvapotranspiraçãoOs valores de Kc representam a integração de quatro características que distinguem a cultura da grama tomada como referência: Altura da cultura influencia na resistência aerodinâmica Albedo () do solo e da cultura Afeta o saldo de radiação líquida Resistência do dossel da cultura função da área foliar (número de estômatos), idade da folha, e controle estomatal; Evaporação da superfície do solo especialmente quando o solo está descoberto. 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - Evapotranspiração Fatores que determinam o coeficiente de cultura Tipo de cultura albedo, altura, propriedades das folhas e estômatos, propriedades aerodinâmicas; Clima Kc médios são definidos para climas sub-úmidos: UR min > 45% e Vv média em torno de 2 m/s (calmo a moderado) 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - Evapotranspiração Figura A – Valores típicos de Kc para diferentes tipos de cobertura do solo 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - Evapotranspiração Figura B – Valores extremos de Kc esperados em função de variadas condições climáticas 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO 1 - Evapotranspiração Figura C – Efeito da evaporação no Kc. A linha horizontal representa Kc quando a superfície do solo é mantida continuamente umedecida. A linha curva corresponde aos valores de Kc quando a superfície do solo é mantida continuamente seca, porém com umidade no solo para manter a transpiração sem restrição. 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Figura D – Valores típicos de Kc para os quatro estádios de desenvolvimento Evaporação do solo Cobertura do solo Tipo de cultura UR Vento Tipo de cultura Data de colheita Estabele- cimento Desenvolvimento Vegetativo Florescimento e Frutificação Maturação 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Figura E – Estádios de desenvolvimento para diferentes culturas 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Proposta do coeficiente de cultura duplo (Kcb + Ke) Kc = Kcb + Ke Em que Kcb = coeficiente basal de cultura, Ke = coeficiente de evaporação de água do solo 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Figura F – Curva generalizada para coeficiente de cultura único 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Figura G – Curva generalizada para coeficiente de cultura duplo (Kc = Kcb + Ke) 4- Evapotranspiração da Cultura (ETc) - Modelo FAO Quadro 2 – Definição das fases de desenvolvimento da cultura. Estádio de Desenvolvimento Caracterização do estádio Valor do Kc Inicial Vai da germinação até a cultura cobrir 10% da superfície do terreno, ou 10 a 15% do seu desenvolvimento vegetativo. 0,2 a 1,0 Secundário ou de Desenvolvimento vegetativo Vai do final do primeiro estádio até a cultura cobrir 70 a 80% da superfície do terreno ou atingir de 70 a 80% do seu desenvolvimento vegetativo Varia linearmente entre os valores do primeiro e terceiro estádio Intermediário ou de produção Vai do final do segundo estádio até o início da maturação, também denominado estádio de produção. 0,9 a 1,25 Final ou de maturação Vai do inicio da maturação até a colheita ou final da maturação Varia linearmente entre os valores do terceiro estádio e de 0,3 a 1,0 Quadro 3 – Duração dos estádios de desenvolvimento para várias culturas (dias) • A duração dos estádios desta tabela são valores indicativos, mas poderão variar substancialmente de um local para outro e com a cultivar. • FONTE: Boletim 56 FAO Cultura Inicial (I) Desenvolvi mento (II) Florescimento (III) Final (IV) Total Algodão 30 50 55 45 180 Arroz 30 30 60 30 150 Batata 25 30 45 30 130 Feijão 15 25 30 20 90 Milho (grão) 20 35 40 30 125 Milho (grão) 30 40 50 30 150 Milho (verde) 20 20 30 10 80 Soja 20 30 55 25 130 Sorgo 20 35 40 30 130 Trigo (verão) 20 25 60 30 135 Trigo (inverno) 20 60 70 30 180 Tomate 30 40 40 25 135 Figura h - Valores de Kc para fase inicial em função da ETo do estádio inicial e freqüência de irrigação ou chuva Figura h - Valores de Kc para fase inicial em função da ETo do estádio inicial e freqüência de irrigação ou chuva (solo arenoso e chuva/irrigação > 40 mm) Quadro 03 – Coeficientes de cultivo (Kc) para culturas anuais e perenes Cultura Fases de desenvolvimento da cultura Período vegetativo total Inicial Desenv. da cultura Período interme- diário Final do ciclo Na colheita Alfafa 0,3-0,4 1,05-1,2 0,85-1,05 Algodão 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,8-0,9 0,65-0,7 0,8-0,9 Amendoim 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,75-0,85 0,55-0,6 0,75-0,8 Arroz 1,1-1,15 1,1-1,5 1,1-1,3 0,85-1,05 0,95-1,05 1,05-1,2 Banana Tropical 0,4-0,5 0,7-0,85 1,0-1,1 0,9-1,0 0,75-0,85 0,7-0,8 Banana Subtropical 0,4-0,65 0,8-0,9 1,0-1,2 1,0-1,15 1,0-1,15 0,85-0,95 Batata 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,85-0,95 0,7-0,75 0,75-0,9 Beterraba açucareira 0,4-0,5 0,75- 0,85 1,05-1,2 0,9-1,0 0,6-0,7 0,8-0,9 Cana-de-açúcar 0,4-0,5 0,7-1,0 1,0-1,3 0,75-0,8 0,5-0,6 0,85-1,05 Cártamo 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,7 0,2-0,25 0,65-0,7 Cebola Seca 0,4-0,6 0,7-0,8 0,95-1,1 0,85-0,9 0,75-0,85 0,8-0,9 Cebola Verde 0,4-0,6 0,6-0,75 0,95-1,05 0,95-1,05 0,95-1,05 0,7-0,8 Primeiro valor: com umidade elevada (UR min > 70%) e vento fraco (U < 5 m/s). Segundo valor: com umidade baixa (UR min < 20%) e vento forte (U > 5 m/s). Obs.: Abacaxi (EPAMIG/Janaúba) de 60 a 150 dias Kc = 0,5, de 150 a 300 dias Kc = 0,7 e de 300 a 400 dias Kc = 0,5. Quadro 03 – Coeficientes de cultivo (Kc) para culturas anuais e perenes Cultura Fases de desenvolvimento da cultura Período vegetativo total Inicial Desenv. da cultura Período intermediár io Final do ciclo Na colheita Citros Com tratos culturais 0,65-0,75 Citros Sem tratos culturais 0,85-0,9 Ervilha, verde 0,4-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 1,0-1,15 0,95-1,1 0,8-0,95 Feijão Verde 0,3-0,4 0,65- 0,75 0,95-1,05 0,9-0,95 0,85-0,95 0,85-0,9 Seco 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,75 0,25-0,3 0,7-0,8 Girassol 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,7-0,8 0,35-0,45 0,75-0,85 Melancia 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,8-0,9 0,65-0,75 0,75-0,85 Milho Doce 0,3-0,5 0,7-0,9 1,05-1,2 1,0-1,15 0,95-1,1 0,8-0,95 Grão 0,3-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 0,8-0,95 0,55-0,6 0,75-0,9 Oliveira 0,4-0,6 Pimentão verde 0,3-0,4 0,6-0,75 0,95-1,1 0,85-1,0 0,8-0,9 0,7-0,8 Repolho 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,9-1,0 0,8-0,95 0,7-0,8 Soja 0,3-0,4 0,7-0,8 1,0-1,15 0,7-0,8 0,4-0,5 0,75-0,9 Sorgo 0,3-0,4 0,7-0,75 1,0-1,15 0,75-0,8 0,5-0,55 0,75-0,85 Tabaco 0,3-0,4 0,7-0,8 1,0-1,2 0,9-1,0 0,75-0,85 0,85-0,95 Tomate 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,8-0,95 0,6-0,65 0,75-0,9 Trigo 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,75 0,2-0,25 0,8-0,9 Uva 0,35-0,55 0,6-0,8 0,7-0,9 0,6-0,8 0,55-0,7 0,55-0,75 5 - Evapotranspiração Real da Cultura (ETrc) ETrc = ETc Ks Sob condições normais de cultivo a umidade do solo não permanece obrigatoriamente próximo a capacidade de campo, havendo uma redução da ET em função da queda da umidade. Um dos modelos empregados para descrever esta redução foi proposto por Bernardo, na forma a seguir: 1,0) (CTA Ln 1,0) Ln(LAA Ks Ks = coeficiente de umidade do solo (adimensional); Ln = logaritmo neperiano; CTA = capacidade total de água no solo, mm; LAA = lâmina atual de água no solo, mm. 6 – Precipitação efetiva Pefetiva = Pocorrida – Escoamento Sup. – Percolação Fase de projeto: Métododo Serviço de conservação de solos dos EUA (manual de irrigação) Fase de manejo de irrigação: Balanço diário de água no solo 25 Método US. Departament of Agriculture e Soil Conservation Service (USDA, SCS) conforme FAO, 1978 Consiste na aplicação das Tabelas (1.14) a (1.16). Uso consumptivo = evapotranspiraçao da cultura (ETc) Continuação tabela 1.14 ... CAD fator CAD fator CAD fator 10,0 0,620 31,25 0,818 70,0 0,990 12,5 0,650 32,50 0,828 75,0 1,000 15,0 0,675 35,00 0,842 80,0 1,004 17,5 0,703 37,50 0,860 85,0 1,008 18,75 0,720 40,00 0,878 90,0 1,012 20,0 0,728 45,00 0,905 95,0 1,018 22,5 0,740 50,00 0,930 100,0 1,020 25,0 0,770 55,00 0,947 125,0 1,040 27,5 0,790 60,00 0,963 150,0 1,060 30,0 0,808 65,00 0,977 175,0 1,070 Tabela 1.16- Tabela da multiplicação pelo factor SF entrando-se na tabela com o valor CAD A Tabela (1.14) e (1.15) foram feitas para d=75mm. Quando o valor for maior ou menor que 75mm tem-se que multiplicar por um valor obtido na Tabela (1.16) denominado SF. CAD: é a quantidade máxima de água que a planta pode extrair do solo SF: é o fator de redução ou aumento pois o valor padrão da tabela da SCS foi feito para AD=75mm. Mês ETc P Pef (tab 1.14) Corr (tab 1.16) Pef mm mm mm mm mm Jan 139 159 Fev 132 89 Mar 135 111 Abr 106 80 Mai 87 48 Jun 67 35 Jul 63 54 Ago 69 54 Set 76 66 Out 98 126 Nov 113 188 Dez 135 190 Ano 1220 1200 EXEMPLO: Local: Linhares, ES (Lat. 14,4º ´S); Período: 1970-1990; CAD = 100mm OBS: AD = CAD = CTA 7 – Precipitação provável (dependente) Quantidade mínima de precipitação com determinada probabilidade de ocorrência Nota: Em irrigação trabalha-se com a probabilidade de 75 ou 80%, ou seja, Lâmina mínima de chuva que se pode esperar em três a cada quatro anos (75%) ou em quatro a cada cinco anos (80%) Determinação: • Dados históricos de precipitação • Análise dos dados (distribuição gama, cadeia de Markov, Kimbal, papel de probabilidade log-normal) Exemplo de valores de precipitação provável para a localidade de Sayonara (conceição da Barra, ES). Dados: 1990 - 2014 (Estação da DISA) Mês Precipitação média (mm) Precipitação (mm), com 75% probabilidade JAN 128 58 FEV 82 33 MAR 151 63 ABR 107 68 MAI 54 18 JUN 54 20 JUL 66 31 AGO 68 24 SET 66 22 OUT 108 47 NOV 240 130 DEZ 174 103 TOTAL 1270 930
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