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Módulo I Título da Aula Prof. Nome.... Módulo III Aula 6 - Treinamento de Coordenação e velocidade Profª. Dra. Fabíola Bertú Medeiros COORDENAÇÃO Coordenação “Qualidade física que permite o homem assumir a consciência e execução, levando a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de uma sequência de movimentos com o máximo de eficiência e economia.” (Tubino, 1979) “Harmonização de todos os processos parciais do ato motor em vista do objetivo, da meta a ser alcançada.” (Meinel, 1984) “Aptidão de transformar as formas de ações motoras já completamente trabalhadas ou de passar de uma para outra segundo as exigências de uma situação mutável.” (Matvéiev, 1986) Coordenação “Determinada pelos processos de orientação e regulação dos movimentos que habilita o atleta dominar, segura e economicamente, as ações motoras nas situações previsíveis e imprevisíveis e aprender movimentos esportivos.” (Weineck, 1989) “Ação conjunta do SNC e da musculatura esquelética dentro de uma sequência de movimentos objetivos.” (Weineck, 1991) Capacidades coordenativas Capacidades determinadas sobretudo pelo processo de controle dos movimentos (HIRTZ, 1981). Capacitam o atleta para ações motoras em situações previsíveis e imprevisíveis e para o rápido aprendizado e domínio de movimentos nos esportes (FREY, 1977). Capacidades coordenativas Requisito para o controle de situações esportivas específicas. Grande importância na profilaxia de lesões. Base para a capacidade de aprendizado sensorial e motor. Movimentos com economia e precisão. Aprendizado de novas técnicas esportivas e correção de movimentos. Treinamento das capacidades coordenativas Fase sensitiva compreendida entre os 7 anos de idade até o início da puberdade. Rápido amadurecimento do Sistema Nervoso Central. O treinamento adequado aplicado no momento mais oportuno, será decisivo para o nível de desenvolvimento atingido posteriormente. Componentes das capacidades coordenativas Considerar tanto a complexidade das capacidades em conjunto quanto a importância de seus componentes isoladamente (Hirtz, 1976) Com o conhecimento das partes, torna-se possível a localização da deficiência no todo (Farfel, 1979; Blume, 1978) Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de combinação e concatenação de movimentos Capacidade de diferenciação e controle Capacidade de equilíbrio Capacidade de orientação Capacidade de ritmo Capacidade de reação Capacidade de adaptação motora Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de combinação e concatenação de movimentos Capacidade de coordenação dos movimentos de determinadas regiões do corpo (extremidades, tronco, cabeça) compõem entre si uma ação (Meinel; Schnabel, 1987). Sequência correta da execução de movimento por meio da união dos movimentos, tornando-os uma só sequência, acoplados e coordenados entre si. Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de diferenciação e controle Capacidade de obter uma coordenação harmônica em todos os membros em um movimento (MEINEL; SCHNABEL, 1987). Habilidade de diferenciar movimentos. Realizar dois movimentos simultâneos sem perder a fluência de ambos. Coordenação muscular fina. Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de equilíbrio Capacidade de manutenção do equilíbrio durante uma atividade ou de recuperação do mesmo após um evento que o ameace (MEINEL; SHNABEL, 1987). Capacidade coordenativa que se desenvolve precocemente. O treinamento em crianças acarreta na diminuição de eventos de desequilíbrios favorecendo a melhora no desempenho esportivo e na profilaxia de lesões. Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de equilíbrio Equilíbrio do próprio corpo Estático Dinâmico (Carga transitória ou rotatória) Equilíbrio de objetos Em local fixo Movimentação livre Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de orientação Capacidade de determinação e mudança de posição ou de movimento de um corpo no espaço e no tempo com relação a um campo de ação (quadra, ringue) ou a um objeto (bola, adversário) (Meinel; Schnabel, 1987). Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de orientação Capacidade de orientação temporal Capacidade de se orientar quanto ao tempo exato de determinada ação – timing (cabeceio; bloqueio no basquete). Capacidade de orientação espacial Capacidade de se orientar em determinado espaço demarcado. Ambas podem ser observadas isoladamente, mas mais frequentemente ocorrem simultaneamente. Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de ritmo Capacidade de adaptar-se a um ritmo dado, interiorizá-lo e reproduzi-lo em movimento (Meinel; Schanabel, 1987) Importante papel em todas modalidades esportivas. É treinada de maneira específica em quase todas as modalidades esportivas. Mais importante em modalidades de dança (balé, natação artística, etc). Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de reação Capacidade de responder com uma ação motora rápida e objetivamente em resposta a um movimento ou sinal. A capacidade de reação depende da objetividade da resposta e da velocidade desta ação, mas deve-se lembrar que a máxima velocidade possível é a velocidade ideal. (Meinel; Schnabel, 1987) Componentes das capacidades coordenativas Capacidade de adaptação motora a variações Capacidade de adaptar-se a novas situações durante um movimento devido a uma nova percepção do meio ou das condições externas, de modo a completar este movimento de uma outra forma (Meinel; Schnabel, 1978). Especialmente importante em jogos – adaptação constante ao adversário, com companheiros do time, movimento da bola. Melhora da coordenação Precisão do movimento Economia de movimento (Menor gasto de força e energia muscular) Atenção voltada a outros fatores relevantes Melhora da capacidade sensório-motora: aprendizado de novos movimentos complexos Profilaxia: acidentes e lesões maior agilidade Fatores condicionantes da coordenação Coordenação inter e intramuscular Capacidade de captação e processamento do estímulo Capacidade de armazenamento das informações Repertório de movimento Idade 7-12 anos Fase sensível ao desenvolvimento Fadiga: prejudica a coordenação Treinamento de coordenação Gerais e específicos. Elaborados em função da capacidade esportiva. Geral: Empregado para a coordenação geral – trabalho de base – deve corresponder ao nível de desenvolvimento do atleta. Específico: Empregado para a coordenação específica de cada modalidade – princípio da especificidade. Treinamento de coordenação Deve preceder o treinamento de condicionamento. Deve ser desenvolvidas em sua forma complexa. Superação das dificuldades significativas da coordenação – princípio da sobrecarga. Exercícios simples – exercícios complexos. Treinamento para crianças (1 – 5 anos) A coordenação é uma das primeiras capacidades a serem desenvolvidas. Coordenação deficiente em fases posteriores podem ser consequências da falta de estímulo nesta faixa etária. Faixa etária ótima para o início dos trabalhos de coordenação. Treinamento de movimentos fáceis. Atenção na execução. Treinamento para crianças (6 – 10 anos) Favorável ao desenvolvimento das capacidades coordenativas no geral. Movimentos simples. Análise do momento mais propenso ao desenvolvimento de determinada capacidade coordenativa de acordo com o estado maturacional do indivíduo. Treinamento para crianças (11 – 12 anos) Melhoria na capacidade de percepção e processamento de informações. Rápido aprendizado motor. Assimilação de capacidades coordenativas mais complexas. Formação esportiva variada, aumento do repertório motor. Técnicas esportivas básicas. Treinamento na puberdade Com o estirão do crescimento, há prejuízos na coordenação. Movimentos não automatizados e que requerem maior coordenação são os mais prejudicados. Dificuldade no aprendizado de novos movimentos. Treinamento deve objetivar a retenção dos movimentos e técnicas esportivas já adquiridas. Treinamento na adolescência Melhoria na capacidade de coordenação e da combinação de movimentos. Período favorável ao aprendizado motor. Treinamento de coordenação sem restrições em todas as modalidades esportivas. TREINAMENTO DE VELOCIDADE Velocidade Gama variada, incomum e complexa de capacidades Capacidade de coordenar movimentos acíclicos e cíclicos Capacidade fundamental ao desempenho Conceitos de velocidade Capacidade que em razão da mobilidade do sistema neuromuscular e do potencial da musculatura para o desenvolvimento da força, possibilita executar ações motoras em curtos intervalos a partir das aptidões disponíveis do condicionamento (FREY, 1977). Capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular (WEINECK, 1999). Velocidade Se manifesta de diferentes formas nas modalidades esportivas Velocidade PURA – São dependentes do SNC e de fatores genéticos Velocidade de reação - Capacidade de reação a um estímulo num menor espaço de tempo. Simples (resposta a estímulos conhecido) ou Complexa/Eletiva (resposta a estímulos não conhecidos) Velocidade de ação - capacidade de realizar movimentos únicos, acíclicos, com máxima velocidade; Velocidade de frequência - Capacidade cíclica, realizar repetidos movimentos iguais, com máxima velocidade; (SCHIFFER, 1993) Velocidade Se manifesta de diferentes formas nas modalidades esportivas Velocidade COMPLEXA Velocidade de força - capacidade de realizar a maior quantidade de força em um menor espaço de tempo Resistência de força rápida - capacidade de manutenção de uma velocidade sob fadiga, manutenção da velocidade de contração de movimentos acíclicos Resistência de velocidade máxima - capacidade de resistência sob fadiga, na manutenção da velocidade em movimentos cíclicos e de máxima velocidade de contração (SCHIFFER, 1993) Velocidade motora Capacidade psíquica Capacidade coordenativa Capacidade cognitiva Condicionamento físico Fatores que influenciam a velocidade motora Influências condicionadas pelo aprendizado e predisposição • Idade, sexo, antropometria, técnica esportiva, talento. Influências sensoriais, cognitivas e psíquicas • Concentração, captação e processamento de informações, motivação, força de vontade, capacidade de discernimento, conhecimento, experiência, capacidade de antecipação, capacidade de aprendizado. Influências neurais • Recrutamento e coordenação da frequência de funcionamento das unidades motoras, estimulação e inibição do SNC, velocidade de condução do estímulo. Influências de tendões e músculos • Distribuição dos tipos de fibras, velocidade da contração muscular, elasticidade de músculos e tendões, temperatura muscular. (Grosser, 1991) Bases bioenergéticas do treinamento de velocidade Estoque de ATP mobilizado nas células musculares em 2 a 3 segundos Estoque de creatina fosfato é mobilizado entre 6 a 10 segundos Glicólise anaeróbica Importante na sustentação do esforço quando há a ressíntese incompleta de CP Bases bioenergéticas do treinamento de velocidade O treinamento específico provoca um aumento dos depósitos musculares de CP e ATP (20%) e glicogênio muscular (60%) Paralelamente há um aumento na atividade enzimática Com o aumento das reservas energéticas e da atividade enzimática, há o aumento da velocidade da contração muscular Bases musculoesqueléticas do treinamento de velocidade A velocidade de contração de um músculo depende do percentual de fibras de contração rápida (tipo IIb) O desempenho de velocidade pode ser explicado pela melhora da coordenação, da capacidade de desenvolver força, e pela capacidade de recuperação Força -> Área de secção transversal dos músculos -> aumento das pontes de actina e miosina -> aumento na velocidade de contração Coordenação -> coordenação inter e intra muscular -> melhora na qualidade e controle do movimento Bases musculoesqueléticas do treinamento de velocidade Recuperação -> Onde ocorrem as respostas aos estímulos -> supercompensação Flexibilidade, elasticidade, e capacidade de alongamento insuficientes -> redução na amplitude de movimento -> prejuízo na interação coordenativa Tônus muscular aumentado -> gasto energético maior para ação do agonista -> instalação de fadiga -> redução na velocidade de movimentação Bases musculoesqueléticas do treinamento de velocidade Aquecimento da musculatura Reduz o atrito interno e aumenta a capacidade de elasticidade e de alongamento Aumento na velocidade de condução dos estímulos nervosos Aumento na velocidade de reação e coordenação dos movimentos Velocidades máximas são alcançadas a partir de um aumento na temperatura corporal de 20% Bases musculoesqueléticas do treinamento de velocidade Fadiga Diminuição das reservas energéticas; Aumento na acidez muscular; Estímulos chegam ao sistema nervoso central; Inibição dos centros responsáveis pela coordenação motora; Redução da frequência dos estímulos nervosos; Bases musculoesqueléticas do treinamento de velocidade Fadiga Sob estado de fadiga não se atinge a velocidade máxima; Inibição de uma série de processos coordenativos do SNC; Exercícios de velocidade no início da sessão; Fatores determinantes da velocidade Velocidade de reação -> Capacidade de reação a um sinal no menor tempo possível Capacidade de aceleração -> Incremento da velocidade por unidade de tempo Velocidade de ação -> Tempo decorrido entre o início e o final do movimento Resistência de velocidade -> Capacidade de manutenção da velocidade durante o maior tempo possível Componentes da carga do treinamento de velocidade Intensidade dos estímulos Escolhida individualmente Favorecer um alto grau ou máximo de desenvolvimento da velocidade Sob fadiga não há bom desempenho em velocidade máxima Componentes da carga do treinamento de velocidade Densidade dos estímulos Relação temporal entre cargas e a fase de recuperação Pausas de recuperação são determinantes ao desempenho Estímulos com predominância da mobilização energética alática – 1 a 3 minutos Intervalos ativos são recomendados Componentes da carga do treinamento de velocidade Duração dos estímulos Deve ser escolhida de modo que não haja queda de velocidade ao final do estímulo Específico com o objetivo do treino Aceleração, velocidade máxima, resistência de velocidade Componentes da carga do treinamento de velocidade Volume dos estímulos Duração e número de estímulos por sessão Não se deve superar mais que 5 repetições por série Volume baixo Componentes da carga do treinamento de velocidade Frequência dos estímulos Número de sessões de treinamento por dia ou semana Baixa – 2 a 4 vezes por semana Tempo necessário para a recuperação energética e tecidual Obrigada!
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