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09 LINDB - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - Resumo de Direito - DireitoNet

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LINDB - Lei de Introdução às
normas do Direito Brasileiro
Vigência, validade, eficácia e vigor das normas,
aplicação, formas de interpretação, conflito de
normas no tempo e no espaço.
Atualizado de acordo com o Novo CPC (Lei n° 13.105/15) (19/fev/2018)
Perguntas & Respostas (0)
A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro não é parte integrante
do Código Civil e consiste em um diploma que disciplina a aplicação das
leis em geral.
Sua função é reger as normas, indicando como interpretá-las ou aplicá-
las, determinando-lhe a vigência e a eficácia. É Estatuto de Direito
Internacional Privado, é norma cogente brasileira, por determinação
legislativa da soberania nacional, aplicáveis a todas as leis.
O Direito Internacional Privado é o conjunto de normas internas de um
país, instituídas especialmente para definir se a determinado caso se
aplicará a lei local ou a lei de um Estado estrangeiro.
Vigência, Validade, Eficácia e Vigor das Normas
- Validade da norma: significa sua identificação como compatível ao
sistema jurídico que integra. O descumprimento das regras de validade
importará ao reconhecimento da inconstitucionalidade ou ilegalidade da
norma estabelecida, considerando-a não pertinente ao sistema. A
validade pode ser:
a) Formal: observância das normas referentes a seu processo de criação.
b) Material: se houve observância da matéria passível de normatização
por parte das entidades federativas.
- Vigência: refere-se ao período de validade da norma, ou seja, ao lapso
temporal que vai do momento em que ela passa a ter força vinculante até
a data em que é revogada ou que se esgota o prazo prescrito para sua
duração (leis temporárias).
- Eficácia: qualidade da norma que se refere à possibilidade de produção
concreta de efeitos. A eficácia pode ser:
a) Social: produção concreta de efeitos, porque presentes as condições
fáticas exigíveis para seu cumprimento.
b) Técnica: produção de efeitos, porque presentes as condições técnico-
normativas exigíveis para sua aplicação.
A eficácia, no sentido técnico, tem a ver com a aplicabilidade das normas
no sentido de uma aptidão mais ou menos extensa para produzir efeitos.
Para aferir o grau da eficácia, no sentido técnico, é preciso verificar quais
as funções da eficácia no plano de realização normativa (funções
eficaciais):
a) Função de bloqueio: é o caso das normas que visam a impedir ou
cercear a ocorrência de comportamentos contrários a seu preceito. Ex.:
normas punitivas e proibitivas.
b) Função de programa: é o caso de normas que visam à realização de
um objetivo do legislador. Observam um interesse público relevante.
c) Função de resguardo: é o caso de normas que visam a assegurar uma
conduta desejada. Ex.: direito autorais.
- Vigor (força da norma): diz respeito à força vinculante da norma, à
impossibilidade de os sujeitos subtraírem-se ao seu império. É possível a
norma ser válida, mas ainda não vigente (caso da vacatio legis).
Aplicação de normas jurídicas
 Quando determinado fato individual se enquadrar perfeitamente no
conceito abstrato da norma, estará o aplicador realizando o que se
convencionou chamar de subsunção do fato à norma, o que impõe uma
adequada interpretação do conteúdo normativo.
Nem sempre é possível encontrar uma norma aplicável ao caso concreto,
devendo o juiz valer-se das fontes do Direito para, nos casos de lacunas
da lei, realizar a integração normativa.
A finalidade da interpretação normativa é:
a) revelar o sentido da norma;
b) fixar o seu alcance.
Formas de interpretação
a) Literal (gramatical): exame de cada termo utilizado na norma, isolada
ou sistematicamente, de acordo com as regras do vernáculo.
b) Lógico: utilização de raciocínios lógicos para a análise metódica da
norma em toda a sua extensão, desvendando seu sentido e alcance.
c) Sistemático: análise da norma a partir do ordenamento jurídico de que
é parte, relacionando-se com todas as outras com o mesmo objeto,
direta ou indiretamente.
d) Histórico: análise da norma a partindo da premissa dos seus
antecedentes históricos, verificando-se as circunstâncias fáticas e
jurídicas que lhe antecederam, bem como o próprio processo legislativo
correspondente.
e) Finalístico (teleológico): análise da norma tomando como parâmetro a
sua finalidade, adaptando-a às novas exigências sociais.
Outra forma de classificação de interpretação:
- quanto à origem: pode ser - doutrinária, jurisprudencial, autêntica
(realizada pelo próprio legislador por meio de lei interpretativa).
- quanto aos resultados: declarativa (declara o alcance da norma);
extensiva (estende o alcance da norma); restritiva (restringe o alcance da
norma) e ab-rogante (reconhece que o preceito interpretado é
inaplicável).
Nenhum desses métodos se impõe necessariamente sobre o outro.
Dispõe o art. 5º, LINDB: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Quando inexiste lei a aplicar diretamente ao caso, deve o juiz se valer das
outras fontes do Direito para encontrar a regar que efetivamente deve
disciplinar a relação jurídica submetida à sua apreciação (Art. 4º, LINDB:
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito). A essas fontes somam-se
a doutrina, a jurisprudência e a eqüidade.
Para que uma lei seja aplicada, em regra, é necessário que esteja
vigente. A publicação da lei no D. O. enseja a presunção de que todos a
conheçam (Art. 3º, LINDB: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando
que não a conhece).
Art. 1º, LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo
o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1º. Nos
Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Para que
a lei vigore de imediato é preciso que conste expressamente em sua
redação.
A vacatio legis é o período em que a lei, embora publicada, aguarda a
data de início de seu vigor, em função de três hipóteses:
I – ter sido fixada uma data posterior para o momento de início de seus
feitos;
II – deva entrar em vigor 45 dias após publicada, em face de omissão de
norma explícita;
III – estar pendente de regulamento, explícita ou implicitamente (normas
de eficácia limitada).
Se uma lei for republicada, os direito adquiridos com a redação anterior
são respeitados, produzindo a disposição corrigida os mesmos efeitos
de uma lei nova, levando-se em consideração a boa-fé do agente (art. 1º,
LINDB - §3º: Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos
anteriores começará a correr da nova publicação. § 4º. As correções a
texto de lei já em vigor consideram-se lei nova).
Em um ordenamento jurídico, as normas podem perder a sua vigência,
deixando de pertencer ao sistema, fato que é denominado revogação.
Dispõe o art. 2º, da LINDB:
Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
§ 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a
matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por
ter a lei revogadora perdido a vigência (repristinação).
A revogação pode ser:
- quanto à forma:
a) Expressa: quando a nova norma enuncia a revogação dos dispositivos
anteriores.
b) Tácita: quando a nova norma disciplina a matéria de forma
diferenciada da regra original, tornando ilógica a sua manutenção.
- quanto à abrangência:
a) Total: ab-rogação;
b) Parcial: derrogação.
Regrasreguladoras da revogação:
1) Lex superior: a norma que dispõe forma e materialmente, sobre a
edição de outras normas prevalece sobre estas.
2) Lex posterior: se normas do mesmo escalão estiverem em conflito,
deve prevalecer a mais recente.
3) Lex specialis: a norma especial revoga a geral no que esta dispõe
especificamente.
Conflito de normas no tempo (Direito Intertemporal)
Art. 6º, LINDB: A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei
vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.
§ 3º. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já
não caiba recurso.
As leis civis não têm retroatividade, uma vez que esbarram no ato jurídico
perfeito, no direito adquirido e na coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF). Nem
mesmo o Estado pode retroagir os efeitos de uma nova lei para atingir
situações definitivamente constituídas.
Aplicação espacial de normas
A norma deve ser aplicada dentro dos limites territoriais do Estado que a
editou (Soberania) – Princípio da territorialidade.
No entanto, a extraterritorialidade é a admissão de aplicabilidade, no
território nacional, de leis de outro Estado, segundo princípios e
convenções internacionais. Assim, a lei nacional deve ser aplicada
ordinariamente a todas as relações travadas em seu âmbito espacial de
incidência, embora, no caso de interferirem estrangeiros sobre relações
jurídicas constituídas no território nacional ou de nacionais terem bens
ou negócios jurídicos em território estrangeiro, possam surgir exemplos
de extraterritorialidade ou de aplicação extraterritorial do Direito.
Conflito de normas no espaço
a) Sobre o começo e fim da personalidade, nome, capacidade e direito
de família, aplica-se a lei do país de domicílio da pessoa (art. 7º).
b) Sobre a qualificação e regulação das relações concernentes a bens,
deve ser aplica a lei do país onde estiverem situados (art. 8º).
c) Sobre obrigações, deve ser aplicada a lei do país onde foram
constituídas, reputando-se constituída no lugar em que residir o
proponente (art. 9º, §2º).
d) Sobre sucessão por morte (real ou presumida), deve ser aplicada a lei
do país de domicílio do de cujus, ressalvando-se que, quanto à
capacidade para suceder, aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou
legatário. Se a sucessão incidir sobre bens do estrangeiro situados no
Brasil, aplica-se a lei brasileira em favor do cônjuge brasileiro e dos filhos
do casal, sempre que não lhes for mais favorável a lei do domicílio
do falecido (art. 10 §§1º e 2º).
e) Sobre empresas estrangeiras no Brasil, devem elas obedecer à lei do
Estado em que se constituíram (art. 11, caput).
Para aplicação do Direito estrangeiro no Brasil, deve o juiz exigir de quem
o invoca prova do seu texto e vigência, no forma do art. 14, LINDB e art.
376, CPC.
Art. 13, LINDB: A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se
pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não
admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação, sendo
que somente ela poderá conhecer ações relativas a imóveis situados no
Brasil (art. 12, §1º = art. 8º).
Compete ao Superior Tribunal de Justiça, não mais ao Supremo
Tribunal Federal, a homologação das sentenças estrangeiras e a
concessão do exequatur às cartas rogatórias (art. 105, I, i, CF) – redação
dada pela emenda constitucional 45/2004.
Art. 15, LINDB: Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a
revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias
para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (conforme
emenda constitucional 45/2004).
Sendo concedido o exequatur, a autoridade brasileira as cumprirá
segundo a forma estabelecida na lei brasileira, observando, porém, a lei
do país estrangeiro quanto ao objeto das diligências.
Na aplicação da lei estrangeira, deve o juiz se limitar ao seu conteúdo
isoladamente, não sendo possível considerar qualquer remissão feita a
outras leis (art. 16).
Ao casamento realizado no Brasil será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidade de celebração. Vale lembrar
que o § 6º, do artigo 7º, foi modificado pela Lei 12.036/09, visando
adequar a sua redação à Constituição Federal, ficou assim redigido: “§
6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges
forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da
data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial
por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato,
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças
estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado,
decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir
todos os efeitos legais.”
Art. 18, LINDB: Tratando-se de brasileiros, são competentes as
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiros ou brasileiras nascidos no
país da sede do consulado.
A extraterritorialidade da lei pode ser limitada, pois atos, sentenças e leis
de países estrangeiros não serão aceitos no Brasil quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes (art. 17).
Bibliografia:
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, Editora Saraiva, 7.
edição, Volume I, 2009.
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