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TERAPIA NUTRICIONAL: DOENÇAS ENDÓCRINAS E DM Nutrição Clínica: Enfoque no Atendimento em Consultório Profa. Ms Silvia Regina Borgheresi Calil Doutoranda em Ciências pelo Depto Neurologia da Faculdade de Medicina – USP Docente do Curso de Nutrição das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU SISTEMA ENDÓCRINO Hipertireoidismo Média de 40 Kcal/kg peso (cuidado com obesidade) Proteína: 1-1,75g/kg peso 3-4 litros de líquidos ao dia (cuidado com pacientes renais e cardíacos) Ajustar consumo de Ca, fósforo e vitamina D Excluir cafeína da dieta Uso de suplemento polivitamínico se necessário Hipertireoidismo Cautela com relação aos alimentos bociogênicos naturais (repolho, couve, soja, amendoim, etc). O cozimento reduz este efeito. Excluir álcool da dieta. Lanches frequentes Atenção aos efeitos colaterais da medicação: náusea, vômito, alteração do paladar e desarranjo GI. Hipotireoidismo Controlar ganho de peso. Observar presença de edema ou de desidratação Observar presença de fadiga. Ajustar dieta. Suporte adequado de fibras e alimentos laxativos Correção de quadro de anemia (se ocorrer) Uso de soja com cautela (pode interferir na função tireoidiana e pode bloquear a absorção de medicamentos para a tiréoide) DIETOTERAPIA NO DIABETES MELLITUS RESPONDER 1. A terapia nutricional é um componente essencial no controle do diabetes melito e de suas complicações. Uma estratégia que pode ser utilizada é a contagem de carboidratos, que permite: a) melhor utilização da glicose pós-prandial, além de adaptar a dose necessária à sensibilidade individual. b) o consumo de doces e de preparações com teores mais elevados de gordura, o que normalmente não é feito pelo diabético. c) a exclusão da sacarose e a inclusão, na dieta, de similares como mel, frutose e adoçantes naturais. d) o aumento do percentual de proteínas da dieta para 20% a 25% para compensar a redução do percentual dos carboidratos. e) melhor resposta metabólica do processo de digestão de proteínas e gorduras da dieta. RESPONDER 2. Para paciente com diabetes mellitus tipo 1, eutrófico e perda de peso intensa, a conduta nutricional deve incluir dieta do tipo: (A) normocalórica, hipoproteica, normoglicídica e normolipídica. (B) hipercalórica, normoproteica, hipoglicídica e normolipídica. (C) hipocalórica, hiperproteica, hipoglicídica e hipolipídica. (D) hipocalórica, normoproteica, normoglicídica e hipolipídica. (E) normocalórica, normoproteica, normoglicídica e normolipídica. RESPONDER 3. Carlos, com 51 anos de idade, portador de DM diagnosticada em exame de rotina, apresenta estado de náuseas e vômitos. O exame físico revelou o seguinte: 95 kg de peso; 165 cm de altura; e pressão arterial de 140 mmHg × 100 mmHg. Resultados de exames laboratoriais indicam: glicemia de jejum de 185 mg/dL; colesterol total igual a 255 mg/dL e triglicerídios de 300 mg/dL. Considerando o caso clínico acima, responda: a) Qual o diagnóstico nutricional deste paciente? b) Quais são as patologias associadas? c) Qual o objetivo da inclusão de fibras na dieta deste paciente? Quais seriam as indicadas? d) Com relação ao índice glicêmico dos alimentos, quais os alimentos que poderiam ser incluídos na dieta (explique e dê 3 exemplos)? 4. Em relação à terapia nutricional do Diabetes Mellitus Tipo 1, é INCORRETO afirmar: a) A contagem de carboidratos pode ser utilizada por qualquer pessoa com diabetes. b) Alimentos com açúcar não promovem maior elevação da glicemia quando em comparação com outros que não tenham açúcar. c) A estratégia de substituição e/ou equivalentes é útil para aqueles que querem seguir um plano alimentar mais estruturado para controle de peso e glicemia, mas que também querem a flexibilidade de poder criar seu próprio cardápio. d) A contagem de carboidratos é uma estratégia nutricional em que contabilizamos os gramas de carboidratos consumidos em refeições e lanches, com o objetivo de manter a glicemia dentro dos limites convenientes. e) Uma unidade de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 10 g de carboidratos. 5. Alguns sinais e sintomas são clássicos do diabetes melito (DM): a) Poliúria, polidipsia e polifagia. b) Retinopatia emagrecimento, poliúria, polidipsia e cefaléia occipital. c) Glicosúria, hipoglicemia, oliguria e polifagia. d) Polidipsia, glicosúria, diarréias e polifagia. e) Ganho de peso, hálito com cetose e xeroftalmia. 6. Sobre a alimentação e nutrição de gestantes, assinale a alternativa CORRETA. A) No caso de mulheres com proteinúria, a dieta deve ser hipoprotéica para poupar o esforço renal na excreção de compostos nitrogenados. B) A composição mais adequada de macronutrientes para uma gestante com diabetes gestacional deve ser de 50% de carboidratos, 25% de proteínas e 25% de gorduras. C) Para pacientes com IMC de acordo com a idade gestacional classificado como obesidade e resistência à insulina, a dieta deve ter de 1200 a 1500 kcal. D) Em qualquer situação de aumento da pressão arterial para gestantes, elas devem consumir uma dieta hipossódica com no máximo 1500mg de sódio. E) A dieta para gestantes com diabetes gestacional deve ser restrita também em lipídeos devido a maior chance da ocorrência de dislipidemia. DM = quantidade de glicose no sangue (e na urina) DM = o corpo não produz insulina ou produz em quantidade insuficiente ou ainda a insulina produzida não exerce sua função adequadamente. Sintomas Avaliação do estado nutricional Métodos objetivos Métodos Subjetivos Antropometria Exame físico Composição corpórea Avaliação subjetiva global Parâmetro bioquímico Consumo alimentar Atenção a: Glicemia Hemoglobina glicosilada Lipídeos séricos PA Função renal Diagnóstico Teste de glicemia plasmática em jejum: mede a glicose no sangue após pelo menos 8 horas de jejum. Teste oral de tolerância à glicose: este tipo de exame mede a glicose no sangue em dois momentos: após pelo menos 8 horas de jejum e após 2 horas da ingestão de um líquido com quantidade conhecida de glicose. Teste aleatório de glicose plasmática: análise da glicose no sangue sem levar em conta o que foi consumido na última refeição. Teste de glicemia plasmática em jejum Glicemia entre 100 mg/dl e 125 mg/dl, confirma o pré-diabetes. Isso significa que o indivíduo está mais propenso a desenvolver o diabetes tipo 2. Glicemia igual ou superior a 126 mg/dl, confirmada por repetição do teste em outro dia, é diagnóstico de diabetes. Diagnóstico Diagnóstico Teste oral de tolerância à glicose Glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl confirma o pré-diabetes, também chamado de intolerância à glicose. Isso significa que o indíduo está mais propenso a desenvolver o diabetes tipo 2. Glicemia igual ou superior a 200mg/dl, confirmada por repetição do teste em outro dia, é diagnóstico de diabetes. Diagnóstico Teste aleatório de glicose plasmática Glicemia casual igual ou superior a 200mg/dl associada a presença de um ou mais dos sintomas abaixo pode detectar a presença de diabetes: Aumento do volume urinário Sede excessiva Muita fome Perda de peso inexplicável Fadiga Visão turva Feridas que demoram para cicatrizar Hemoglobina Glicada (HbA1c) 1. Diabetes – HbA1c > 6,5%, com confirmação posterior. A confirmação não é necessária, caso estejam presentes sintomas ou glicemia > 200 mg/dl. 2. Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de diabetes – HbA1c entre 5,7 e 6,4 %. Terapia nutricional Adesão = maior desafio Motivar com metas de curtaduração e realistas Individual = apropriada ao estilo de vida pessoal e aos objetivos em relação ao controle da doença Diabetes gestacional 2º e 3º trimestres de gravidez = requer aumento de insulina, atingindo seu pico de 2 a 3 vezes ao do período não gestacional na 38ª a 40ª semana de gestação. Resposta à elevação dos níveis de glicose sanguínea causada pela elevação dos hormônios gestacionais (progesterona/ estrógeno/ lactogênio placentário) Observar aumento de 100 a 300 kcal/dia e 10g a mais de proteína por dia (De acordo com a avaliação nutricional da paciente) Diabetes gestacional Observar para obesas = ganho de peso deve ser fixado até o limite da não ocorrência de cetonúria. Cetonúria = devido a ingestão calórica e de CHO insuficiente ou a omissão de refeições ou de lanches intermediários. Objetivos do tratamento dietético Auxiliar os diabéticos e realizar as mudanças nos padrões de nutrição e atividade física, conduzindo a um bom controle metabólico. Manter, o mais próximo possível do normal, a glicemia, balanceando a ingestão de alimentos com a insulina (endógena ou exógena) ou agente oral Atingir níveis adequados de lipídeos séricos Objetivos do tratamento dietético Prover quantidade suficiente de energia para atingir o peso corpóreo adequado, o crescimento e o desenvolvimento ideal de crianças e adolescentes, e garantir a gestação e a lactação ou recuperação de doenças Prevenir e tratar as complicações agudas como hipoglicemia, as crônicas, doenças de ocorrência concomitante e problemas relacionados ao exercício físico. Melhorar a saúde a partir de uma nutrição equilibrada. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Pode-se ministrar: medicação que atue na melhor produção de insulina medicação que diminua a resistência à atuação da insulina combinando das duas Calorias Pacientes obesos = 20-25 kcal/kg PI/dia Pacientes com peso adequado = 25-35 kcal/ kg peso/dia Pacientes com baixo peso = > 35 kcal/ kg PI/ dia Distribuição percentual das necessidades calóricas/dia segundo número de refeições Nº de refeições Desjejum % Colação % Almoço % Lanche % Jantar % Ceia % 3 20 40 40 4 15 35 15 35 5 15 30 15 30 10 6 15 5 30 15 25 10 Pacientes com DM e nefropatia diabética, devem ter ajustado seu plano alimentar. A oferta protéica pode variar de 0,8 a 1,0gramas/kg/dia em adultos em início de doença renal crônica e 0,8 gramas/Kg/dia na doença renal crônica avançada. Em algumas situações poderá ser necessário controlar também minerais como sódio e potássio. Estudo de caso Orientações essenciais para pacientes diabéticos Orientações 1. Fracionar a alimentação idealmente em seis refeições diárias (três refeições principais e três lanches), incluindo a refeição noturna (composta preferencialmente por alimentos como leite ou amido rico em fibras), para evitar episódios de hipoglicemia. Orientações 2. O fracionamento das refeições deve considerar se for o caso, a dose de insulina utilizada e seu tempo de ação. Orientações 3. Incluir amido rico em fibras, grãos e oleaginosas. Orientações 4. Reduzir o consumo de gorduras saturadas (menos de 7% do VET) e gorduras trans. 5. Estimular o consumo de peixes ricos em ômega 3. Duas ou mais porções por semana são recomendáveis. Orientações 6. Reduzir o colesterol dietético para menos de 200mg/dia. Dar preferência aos alimentos grelhados, assados, cozidos no vapor ou crus, evitando as frituras. Orientações 7. O paciente com DM deve ter por hábito levar sempre consigo um carboidrato facilmente absorvível (açúcar, balas, sucos concentrados, refrigerantes não dietéticos, dentre outros) para poder utilizar em caso de hipoglicemia. 55 CONTAGEM DE CARBOIDRATOS ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PTN: 34-60% - GLICOSE (3 A 4 HS) CHO: 100% - GLICOSE (15 MIN A 2 HS) GORDURA: 10% - GLICOSE (5 HS) Índice glicêmico Tal índice foi proposto para auxiliar a seleção de alimentos. Assim quando alimento controle utilizado é o pão , os alimentos analisados que apresentam IG < 75, são considerados de baixo IG e os alimentos com IG > 95, são considerados de alto IG. Caso o alimento padrão seja a glicose, considera-se alto, IG > 70, médio IG 56 – 69 e baixo IG < 55. A recomendação para o uso do IG, baseia-se, principalmente, na substituição de alimentos de alto por baixo IG ao longo do dia. Alimentos com I.G. baixo IG Alimentos com I.G. moderado IG Alimentos com I.G. alto IG Amendoim 15 Pêssego 42 Pizza de queijo 60 Soja 18 Laranja 44 Sorvete de creme 61 Cereja 22 Macarrão 45 Passas 64 Lentilhas 29 Arroz Instantâneo 46 Beterraba 64 Feijão preto 30 Uva 46 Sopa de feijão preto 64 Damasco seco 31 Arroz parbolizado 48 Abacaxi 66 Fettuccine 32 Cenoura 49 Nhoque 67 Iogurte 36 Inhame 51 Croissant 67 Espaguete 36 Kiwi 53 Purê de batata 70 Pêra 37 Banana 54 Pão branco de trigo 71 Maçã 38 Pipoca 55 Melancia 72 Sopa de tomate 38 Manga 56 Abóbora 75 Ameixa 39 Damasco 57 Waffles 76 Ravioli 39 Arroz branco 58 Corn flakes 83 Intervenção Nutricional Contagem de Carboidratos Utilizada desde 1935 na Europa. A partir do relatório da American Diabetes Association, em 1994, passou a ser recomendada como mais uma ferramenta nutricional (DCCT). No Brasil começou a ser utilizada de forma isolada em 1997 e, hoje, vários grupos têm utilizado Intervenção Nutricional Contagem de Carboidratos Pode ser utilizada diabéticos tipo 1 método adequado diabéticos tipo 2 a cada paciente Objetivo Otimizar o controle glicêmico em função das menores variações das glicemias pós prandiais, através de noções básicas sobre os alimentos e a sua relação com os níveis de glicemia no sangue. Terapia intensiva com múltiplas doses É possível definir a quantidade de insulina rápida ou ultra-rápida em função da quantidade de carboidratos por refeição. ADULTO: 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou uma substituição de carboidrato. CRIANÇAS E ADOLESCENTES: 1 UI de insulina para 20-30g de HC É possível também utilizar o peso corpóreo para estimar a relação insulina: CHO Terapia intensiva com bomba de infusão insulina rápida – 30 minutos a uma hora antes das refeições; insulina ultra-rápida – 15 minutos ou imediatamente antes refeições. Como fazer contagem CHO? - Paciente sexo M, 45 anos, 1.70m, 90Kg, DM tipo II, ingestão semanal de bebidas alcoólicas, uso de metformina 1x dia (850mg) - Calcule VET pelo método prático - PTN/ lip e CHO = % e g - Distribuir calorias e CHO em 6 refeições ao dia - Uso do método do índice glicêmico? (Uso para pacientes com baixa escolaridade) - Método 1: elabore o cardápio utilizando o método de substituição de CHO (somente almoço) - Método 2: adequar quantidade de alimento até o limite calculado de CHO (somente almoço) Adoçantes Diferença entre... Adoçante Finn Aspartame Gotas Diferença entre... Adoçante Finn Cristal Sacarina e Ciclamato de Sódio Gotas Diferença entre... Adoçante Finn Sucralose Gotas Suplementos para diabéticos Prontos para uso Suplementos para diabéticos Prontos para uso Suplementos para diabéticos Em pó EXERCÍCIOS Quais adoçantes devem ser utilizados com moderação por pacientes hipertensos? De acordo com a tabela de adoçantes, quais não devem ser utilizados por diabéticos? De acordo com a mesma tabela,quais adoçantes fornecem calorias? Quais seriam opções de suplementos para diabéticos? (colocar nomes ou marcas. Consultar slides da apostila) LIVROS OUTROS MATERIAIS Produtos diet - sugestões Atividades para crianças com DM Exercícios Contagem CHO 2. Elaborar cardápio para jantar de uma paciente que necessita de 2100Kcal/dia. Realizar adequação da quantidade de CHO pelo método de contagem, considerando 5 refeições ao dia. Indicar também a quantidade de insulina necessária para o dia todo. 3.Avalie a adequação do cardápio abaixo referente ao almoço do paciente J.B.S. (considere peso 80Kg, 1.62m, 32 anos). Hoje faz 4 refeições ao dia. Faça as adequações necessárias. 5 colheres de sopa de arroz 3 colheres de sopa de feijão 2 pedaços de frango frito 3 colheres de sopa de batata cozida 1 copo de suco de laranja (feito com duas laranjas) com 1 colher de sopa de açúcar 1 porção de gelatina Exercícios Contagem CHO 4. Paciente faz uso de 20UI de insulina NPH – humana, pela manhã (8:00h) e 5 UI a noite (19:00h). Calcule a quantidade de CHO do dia. Estabeleça o horário das refeições. Considere 6 ref ao dia. Exercícios Contagem CHO
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