Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Nutrição DISCIPLINA: Nutrição Clínica NOME DO ALUNO: Débora Rocha R.A.: 2151889 POLO: São João Batista DATA: 17/04/2023 TÍTULO DO ROTEIRO: NUTRIÇÃO CLÍNICA INTRODUÇÃO Este relatório de aulas práticas visa registrar o aprendizado de diversas situações práticas em nutrição clínica. Busca mostrar a elaboração de dietas de rotina para facilitar as adaptações dos cardápios individualizados nas diversas consistências, conforme indicado para cada caso clínico. Dieta geral para pacientes sem nenhuma restrição alimentar, dieta branda para pacientes em pós operatório problemas gastrintestinais, dieta pastosa para pacientes com doenças relacionadas à cavidade oral, alterações neurológicas com algum grau de comprometimento da mastigação e deglutição, líquida pastosa em casos de disfagia (analisar o grau da disfagia), dieta leve para pacientes que necessitam de repouso digestivo como nos pós cirúrgicos, dieta líquida restrita para pacientes no pós operatório de cirurgias gástricas e bariátrica e dieta líquida completa para pré pós operatórios e em preparação para exames. A consistência das dietas deve atender à individualidade de cada caso após avaliação do quadro de saúde/doença do paciente hospitalizado (PEREIRA, 2021). Além da consistência, algumas dietas precisam ser modificadas quanto a quantidade de nutrientes que a compõem, como as dietas hipossódicas por exemplo. Nesse sentido, o desafio do profissional nutricionista é tornar a alimentação agradável e aceitável pelo paciente. O uso do sal de ervas auxilia na palatabilidade reduzindo muito o teor de sódio nas preparações, diminuindo o risco de hipertensão arterial sistêmica (BOMBIG; FRANCISCO; MACHADO, 2014). A correta higienização dos alimentos, o cálculo do IPC (índice de parte comestível) e o porcionamento das preparações em gramas e medidas caseiras também foi abordado neste trabalho. Avaliamos como orientar um caso de nutrição enteral considerando a introdução e evolução da dieta, bem como situações pertinentes a esse tipo de nutrição. Também desenvolvemos uma prescrição e orientação dietética para um paciente com disfagia. Orientamos um caso clínico de obesidade. A obesidade é classificada de acordo com o IMC, definido pelo cálculo do peso corpóreo, em quilogramas, dividido pelo quadrado da estatura, em metros (IMC = kg/m²) e, também, pelo risco de mortalidade associada. É caracterizada quando o IMC se encontra igual ou superior a 30 kg/m², sendo que a gravidade da obesidade pode ser avaliada em vários graus. A aferição da circunferência abdominal (CA) em adultos com sobrepeso e obesos é de extrema importância para avaliar a obesidade visceral. Outro marcador antropométrico proposto é a circunferência do pescoço (ou cervical), visto que se correlaciona de forma positiva com sobrepeso, fatores de risco cardiovascular, componentes da síndrome metabólica, espessura das camadas íntima e média da artéria carótida e, em consequência, com a resistência à insulina (SBD, 2019). O tratamento convencional da obesidade, é complexo e multidisciplinar, envolvendo a reeducação alimentar, a prática de atividade física, o uso de agentes antiobesidade, a psicoterapia e a terapia comportamental. A cirurgia bariátrica e metabólica (CBM) é o tratamento mais eficaz e seguro para a obesidade grave, com consequente redução nos índices de mortalidade por todas as causas, melhora da expectativa de vida e da qualidade de vida dos pacientes. Os critérios para a realização da cirurgia bariátrica foram definidos em 1991, pelo US National Institute of Health Consensus Development Conference Panel, a saber: idade entre 18 e 65 anos; IMC superior a 40 kg/m² ou 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades graves relacionadas à obesidade e documentação de que os pacientes não conseguiram perder peso ou manter a perda de peso perdida, apesar de os cuidados apropriados da equipe de saúde realizados regularmente há pelo menos dois anos. As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de óbito no Brasil e no mundo (SILVA et al., 2018). Elas representam um sério problema de saúde pública devido às altas taxas de morbidade e letalidade. Por este motivo, estudamos um caso clínico relacionado à doenças cardiovasculares. O nutricionista possui uma atuação fundamental no tratamento e prevenção das DCV e de seus fatores relacionados, visto que a intervenção nutricional exerce um papel fundamental em todos os níveis de assistência à saúde. A síndrome metabólica (SM) constitui um transtorno complexo caracterizado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular associado à deposição central de gordura e à resistência à insulina (RI). Ela representa um sério problema de saúde pública, visto que a sua associação com a doença cardiovascular (DCV) promove o aumento da mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes, e a cardiovascular, em cerca de 2,5 vezes (MONTE et al., 2019). Ainda não existe um consenso em relação aos critérios utilizados para o diagnóstico de SM. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o diagnóstico é confirmado por resistência a insulina e mais 2 fatores associados, a saber: TDG, GJA, DM tipo 2 ou sensibilidade à insulina diminuída; razão cintura-quadril: Homens > 0,90 cm, Mulheres > 0,85 cm e/ou IMC > 30 kg/m²; triglicerídeos ≥ 150 e/ou Homens HDLpequenos, acomodamos em um recipiente. Calculamos o IPC (Índice de Parte Comestível) da acelga e da cenoura, respectivamente: IPC = Peso Bruto / Peso Líquido IPC = 521 / 476 = IPC = 1,09 (acelga) IPC = Peso Bruto / Peso Líquido IPC = 223 / 177 = IPC = 1,25 (cenoura) O índice de parte comestível ou IPC, é uma relação entre o peso bruto de um alimento (tal qual ele foi adquirido) e o peso líquido do mesmo (após ações de pré preparo). É um fator que ajuda a determinar a qualidade do alimento, quanto mais fresco este estiver, menores serão as perdas. O IPC auxilia a determinar quantidades para compra e per capita. Fonte: o próprio autor. Preparar Sal de Ervas. Colocamos em um liquidificador: 1 colher de sopa de cada tempero desidratado: salsa, orégano, manjericão, alecrim e tomilho em pó. Adicionamos 2 colheres de sopa de sal de cozinha comum. Batemos no liquidificador várias vezes para que todos os temperos ficassem o mais pequeno possível. Colocamos em um pote com tampa. A hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), é uma doença que contribui para o aparecimento de outras doenças: doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), acidente vascular encefálico (AVE), doença renal crônica (DRC) e morte. (SOARES; PARDO; COSTA, 2017). Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial, entre eles, o consumo excessivo de sódio. A OMS recomenda para a população geral a diminuição no consumo de sódio com o intuito de reduzir os níveis pressóricos e o risco de DCV. Recomenda-se uma ingestão de, no máximo, 2 g/dia de sódio, o que equivale a 5 g/dia de sal. Neste sentido, o uso do sal de ervas ajuda na diminuição da ingestão de sal visto que deve ser utilizado no preparo dos alimentos, na mesma quantidade do sal comum. O sabor das ervas sobressai auxiliando na redução da ingestão de sal e consequentemente na prevenção do desenvolvimento da hipertensão arterial. Preparar arroz para dieta hipossódica. 1 xícara de arroz cru (208g) 1/4 de cebola picada (3g) 1 dente de alho 2 xícaras de água fervente Fervemos a água, lavamos e escorremos o arroz, levamos ao fogo com a cebola e alho, juntamos o arroz e refogamos. Adicionamos a água fervente e o sal de ervas, deixamos cozinhar por alguns minutos até que toda água secasse. Pesamos o arroz cozido: 538g. Calculamos o IC: 538/208 = 2,58. Preparar iscas de carne acebolada. Fonte: o próprio autor Alcatra em bife – 100g Cebola ½ unidade Óleo – 1 colher de sopa Pegamos a alcatra em bife com o peso bruto de 2213g. Retiramos as aparas e cortamos em tiras, pesamos e obtivemos 187g. Cortamos ½ cebola, pesamos (79g). Levamos ao fogo 1 colher de sopa de óleo, acrescentamos as tiras de alcatra e a cebola e deixamos refogar e dourar. Depois de pronto, separamos a cebola da carne e pesamos somente a carne (121g). Calculamos o IC: 121/187 = 0,65. Realizamos o porcionamento de 50 g. Fonte: o próprio autor Quadro de Porções: Preparações Medida caseira Gramas Acelga 02 xícaras de chá 130 Cenoura 02 colheres de sopa 36 Arroz 01 xícara de chá 150 Iscas de carne ¾ de xícara de chá 80 Aula 1 Roteiro 2 Título da Aula: Dieta de Rotina Objetivo: Praticar a elaboração de um cardápio envolvendo dietas hospitalares. Elabore o cardápio (com todas as dietas) para o almoço dos pacientes, completando a tabela abaixo: Dieta/ Refeição Almoço Geral Arroz, feijão, lagarto cozido ensopado, salada de tomate e alface, batatas coradas com casca. Branda Arroz, caldo de feijão, lagarto cozido desfiado, batatas coradas sem casca. Pastosa Arroz papa, caldo de feijão, purê de batatas, lagarto cozido e processado Pastosa Cremosa Cozinhar lagarto, cenoura e batata e bater em liquidificador. Leve Sopa de legumes: chuchu, cenoura, abóbora, arroz e lagarto desfiado. Líquida Restrita Cozinhar cenoura, chuchu, abóbora e lagarto e servir apenas o caldo. Líquida Completa Cozinhar cenoura, chuchu, abóbora e lagarto, passar no liquidificador e na peneira. Tendo em vista o grande número de pacientes hospitalizados e suas diferentes necessidades, os serviços de alimentação dos hospitais padronizam seus cardápios, fazendo os ajustes necessários de acordo com as necessidades dos pacientes. Ações de compra, armazenamento e pré preparo se tornam mais eficientes quando o cardápio é pensado de maneira geral. Muitas vezes, adaptações como a consistência das dietas se fazem necessárias, em função das diferentes condições em que se encontram os pacientes. Nesta aula, fomos incentivados a pensar na consistência das dietas e elaborar um cardápio de almoço com cada uma delas. A dieta geral, é a mais parecida com a alimentação que o paciente faria em sua casa e é servida quando ele não necessita de nenhuma alteração em sua alimentação, como pacientes que fizeram cirurgia ortopédica, por exemplo. A dieta branda deve facilitar a mastigação e a digestão, fornecendo todos os nutrientes necessários para a recuperação de pacientes em pós operatório ou doenças gastrintestinais, por exemplo A dieta pastosa é indicada quando o paciente apresenta estomatite, candidíase, gengivite, doenças periodontais e dificuldade de deglutição e mastigação, pacientes com alterações neurológicas como acidente vascular encefálico, síndromes demenciais, paralisia cerebral, entre outras. A dieta líquida pastosa é indicada para os pacientes que apresentam dificuldade de mastigação e deglutição devido a comprometimento neurológico importante, com ocorrência de diversos graus de disfagia, por exemplo. A dieta leve é caracterizada por preparações líquidas com acréscimo de alimentos sólidos, ou seja, são as sopas. A dieta líquida restrita oferece apenas caldos claros, retirados do cozimento de carnes e verduras. Água, chás e água de coco, bem como gelatina diet também são ofertados. Na dieta líquida completa não podem ser oferecidos alimentos sólidos. Bebidas lácteas são permitidos e o único doce é a gelatina Aula 1 Roteiro 3 Título da Aula: Terapia Nutricional Enteral – Caso clínico Objetivo: Conhecer o cálculo de uma dieta enteral. Caso Clínico: S.M.T., 64 anos, do sexo feminino, 63 kg, 163 cm, é acompanhada por um serviço de Home Care, após ter sido diagnosticada com Síndrome demencial há 11 meses. Sua cuidadora relatou engasgos frequentes durante a alimentação que conforme orientação é pastosa cremosa. Após avaliação fonoaudiológica foi indicada a implementação do suporte nutricional enteral. A paciente foi encaminhada ao serviço de saúde para colocação da sonda em posição gástrica. Foi indicada uma dieta padrão normocalórica, normoproteica com densidade calórica 1,2 Kcal/ml. A paciente não ficou internada e a dieta será introduzida em casa com suporte da equipe multidisciplinar. A) Você deverá orientar a introdução e evolução da dieta. Calcule o volume inicial considerando que em casa a paciente irá receber a dieta em sistema aberto, cinco vezes ao dia e sua necessidade energética é de 1685 Kcal/dia. Oriente como deve ser realizada a evolução do volume e qual deverá ser o volume final da dieta. R = O volume final da dieta será de 1404 Kcal ou 1400 kcal. Dividimos a necessidade energética total do dia pela densidade calórica (1685/1,2 = 1404). A dieta inicia com 50 ml em cada refeição. Serão 5 refeições por dia, totalizando 250ml no primeiro dia. Se não houver sintomas como vômito, náuseas, distensão abdominal, no segundo dia será oferecido 100 ml em cada refeição, totalizando 500 ml. No terceiro dia, cada refeição terá o volume de 150 ml, totalizando 750 ml. No quarto dia, 200 ml, totalizando 1000 ml. No quinto dia, cada refeição terá 250 ml, totalizando 1250 ml. No sexto dia cada refeição terá o volume de 280 ml, totalizando 1400 ml, volume adequado e que atinge a necessidade energética calculada para a paciente. A administração de uma dieta enteral sempre inicia em pequenos volumes e aumenta gradativamente devido a necessidade de observar como o paciente responde aos volumes administrados. B) Após 3 meses sua cuidadora relataque quando a dieta é administrada a paciente apresenta distensão abdominal. Quando você questiona como a dieta está sendo armazenada e administrada a cuidadora relata colocar a dieta em refrigeração no frasco e em seguida, no horário, retirar da geladeira e administrar à paciente. Por que está ocorrendo tal complicação e qual orientação deve ser realizada para que não ocorra novamente? R = A dieta está sendo administrada fria, quando deveria estar em temperatura ambiente. Outra possibilidade é a administração muito rápida. Para que a distensão abdominal não ocorra, deve-se retirar a dieta da geladeira 30 minutos antes de sua administração e administrá-la lentamente, (demorando aproximadamente uma hora). Aula 1 Roteiro 4 Título da Aula: Terapia Nutricional em disfagia – Caso clínico Objetivo: Desenvolver prescrição e orientação nutricional para um paciente com disfagia. Caso Clínico: Paciente do sexo masculino, 62 anos, 167 cm, 65 kg; é internado com rebaixamento do nível de consciência, após avaliação clínica é diagnosticado AVC com comprometimento da deglutição (disfagia moderada). A) Foi verificada baixa ingestão alimentar. Após avaliação clínica, a hipótese diagnóstica foi de disfagia moderada. Considerando o quadro clínico do paciente, qual será a prescrição da dieta? Descreva a composição do cardápio que será oferecido no café da manhã e no almoço. R = Será administrada uma nutrição enteral com sonda em posição nasogástrica, industrializada, em sistema fechado e de forma intermitente (por se aproximar mais da forma de alimentação natural), polimérica (pela posição da sonda, no estômago), normocalórica e sem alteração dos macronutrientes. B) Após 15 dias de internação, o paciente apresenta melhora, sendo diagnosticada disfagia leve. Neste caso a prescrição da dieta deverá ser alterada? Se houver mudança, qual será a nova prescrição? Descreva a composição do cardápio (café da manhã e almoço) que será oferecido nesta fase do tratamento. R = Com a melhora do paciente deverá ser feita a retirada da sonda e a alimentação voltará a ser via oral. A consistência será pastosa devido a disfagia ter evoluído para leve. No café da manhã poderá ser oferecido um mingau de aveia com banana e no almoço, fazer um caldo de carne com legumes (passar a carne no processador e amassar bem os legumes). Os líquidos oferecidos nos intervalos das refeições devem ser espessados para evitar broncoaspiração. Aula 2 Roteiro 1 Título da aula: Terapia Nutricional em Obesidade – Caso Clínico Objetivo: Elaborar a prescrição e a orientação para um paciente obeso. Caso Clínico – V.T., sexo feminino, 28 anos, 174 cm, 112 kg, circunferência da cintura 98 cm, é encaminha para orientação nutricional, pois procurou o médico com intuito de realizar a cirurgia bariátrica. Relata não conseguir emagrecer, apesar de já ter feito diversas dietas, sem orientação nutricional. De acordo com sua história, desde a infância apresentava peso acima do adequado. Exames Valor Valores de Referência Colesterol total 222 mg/dl Normal: até 190 mg/dl Limítrofe: 190-239 mg/dl Alto: ≥ 240 mg/dl TG 145 mg/dl Normal: até 150 mg/dl Limítrofe: 150-200 mg/dl Alto: 200-499 mg/dl Glicose mg/dl 132 mg/dl 2 Título da aula: Terapia Nutricional em Doenças Cardiovasculares Objetivo: Elaborar a prescrição dietética e orientação nutricional para pacientes portadores de DCV. Calcular a quantidade de sódio da alimentação. Caso Clínico: R.C.J., sexo masculino, 58 anos, 176 cm, 82 kg, foi internado, pois apresenta dificuldade de controlar a pressão arterial. No histórico relata doença cardiovascular. Os exames na internação mostram: Exames Valor Valores de referência Colesterol total 257 mg/dl Normal: até 190 mg/dl Limítrofe: 190-239 mg/dl Alto: ≥ 240 mg/dl TG 220mg/dl Normal: até 150 mg/dl Limítrofe: 150-200 mg/dl Alto: 200-499 mg/dl Glicose mg/Dl 89 mg/dl 60 mg/dl TG 205 mg/dl Normal: até 150 mg/dl Limítrofe: 150-200 mg/dl Alto: 200-499 mg/dl Glicemia de jejum 146 mg/dl Normal:redução de 500 Kcal (2157,6 – 500 = 1657,6 kcal). Distribuição de macronutrientes: Carboidratos: 50% a 60% do VET: 1657 Kcal = 100% X = 50% X = 1657 x 50 / 100 X = 828,5 Kcal 1657 Kcal = 100% X = 60% X = 1657 x 60 / 100 X = 994,2 Kcal Proteínas: 0,8 a 1,0 g/Kg/dia 0,8 x 75 = 60 g x 4 Kcal = 240 Kcal 1,0 x 75 = 75g x 4 Kcal = 300 Kcal Ou 15% do VET: 1657Kcal = 100% X = 15% X = 1657 x 15/100 X = 246,5 Kcal Lipídeos: 25% a 35% do VET 1657Kcal = 100% X = 25% X = 1657 x 25/100 X = 414,2 Kcal 1657 Kcal = 100% X = 35% X = 1657 x 35 / 100 X = 579,9 Kcal C) Descreva e explique detalhadamente a prescrição dos macro e micronutrientes. R = O mineral selênio é indicado pois diminui a cascata de citocinas pró-inflamatórias sendo também antioxidante, já que a inflamação subclínica é um dos motivos da síndrome metabólica e baixas concentrações de selênio e a ocorrência de aterosclerose parecem ter relação, serão prescritos alimentos como castanha-do-pará, trigo, arroz, gema de ovo, sementes de girassol. O cálcio, o potássio e o magnésio parecem reduzir o risco de hipertensão arterial sistêmica, diabetes Mellitus tipo 2 e doença arterial coronariana, embora necessite mais estudos sobre os reais efeitos desses nutrientes em relação as doenças citadas, serão incluídos na alimentação leite e derivados, soja, tofu, sementes, hortaliças verde escuras, banana, batata-doce, beterraba, água, sementes, oleaginosas, frutas e legumes. Devido ao hipotireoidismo as brássicas devem ser retiradas da dieta (couve-flor, repolho, brócolis, agrião, rabanete, rúcula) ou quando utilizá-las devem ser cozidas, pois aumentam os efeitos colaterais dos medicamentos antitireoidianos e bloqueiam a captação de iodo pela glândula tireoidiana. Os carboidratos devem ser os complexos, integrais pois estudos confirmam sua ação protetora, menor prevalência de SM e menor risco de mortalidade por DCV. O açúcar adicionado deve ser considerado no contexto de uma dieta saudável e as frutas não devem ser retiradas do plano. Quanto aos lipídeos, evidências científicas apontam que a substituição de AGS e AGT por AGPI é mais efetiva na diminuição das concentrações séricas de colesterol e da morbimortalidade por DCV quando comparada à redução do teor total de lipídeos da dieta. Por este motivo serão incluídos na dieta óleos vegetais (especialmente os de oliva), de peixes e oleaginosas, e a redução de alimentos ricos em AGS e AGT encontrados em margarinas duras, sorvetes, chocolates, produtos de padaria, salgadinhos tipo chips, molhos para saladas, maionese, cremes para sobremesas, óleos para fritura industrial. Os AGPI ômega-3 são úteis no tratamento da hipertrigliceridemia grave em pessoas com DM2, nesse sentido podem ser benéficos na síndrome metabólica. Recomenda-se o consumo semanal de duas a três porções de peixe, excluindo preparações fritas. As proteínas serão utilizadas no intuito de evitar a degradação muscular e estimular a síntese proteica, já que na síndrome metabólica evidencia-se a presença de sarcopenia. Há muitos benefícios em uma dieta rica em proteínas: saciedade, manutenção ou aumento de massa magra, termogênese, redução dos níveis séricos de triglicerídeos, da pressão arterial, da glicemia e redução da hemoglobina glicada. As fibras e a correta hidratação atuam na constipação intestinal ocasionada, muitas vezes, pelo hipotireoidismo, além de melhorar a sensibilidade à insulina, e modular a microbiota intestinal. D) Após 3 meses de acompanhamento, você verifica algumas alterações no quadro clínico. Como deve ser a prescrição da dieta? R = Após 3 meses houve poucas alterações no quadro clínico. Cabe aqui uma conscientização da importância da adesão ao plano alimentar. Este deve ser encarado como uma reeducação alimentar para o resto da vida, uma nova forma de se alimentar que abrangerá todos os alimentos com equilíbrio e melhorará de forma considerável os marcadores bioquímicos e a saúde como um todo, desde que seja feito o que está prescrito para a alimentação. Em último caso e com o acompanhamento de outros profissionais da saúde, pode-se indicar a cirurgia metabólica, caso o IMC fique entre 30 e 34,9 kg/m2, já que a paciente iniciou o tratamento com 75 Kg e IMC de 26,5 (sobrepeso) e após 3 meses de acompanhamento encontra-se com 78 Kg e IMC de 27,6 (acentuou-se o sobrepeso). E) Descreva e explique detalhadamente a prescrição dos macro e micronutrientes. R = Devem ser usados os carboidratos integrais, as gorduras de origem vegetal e as proteínas de fontes magras em maior quantidade. Os alimentos industrializados que chamamos de ultra processados têm em sua composição açúcar, sal e gorduras trans e saturadas em quantidades muito elevadas por isso devem ser evitados. Vegetais e cereais integrais e frutas possuem grande quantidade de nutrientes como fibras, sais minerais e vitaminas de que o corpo necessita para seu bom funcionamento, por isso devemos preferir esses alimentos. Aula 2 Roteiro 4 Título da aula: Terapia Nutricional nas doenças gástricas e intestinais. Objetivo: Elaborar a prescrição dietética e a orientação nutricional para pacientes com doença celíaca. Caso Clínico: Paciente M.R.J., sexo masculino, 12 anos, é encaminhado ao consultório de nutrição para orientação após diagnóstico de doença celíaca e de 4 a 6 episódios de evacuação com fezes semilíquidas por dia. Na avaliação nutricional apresentou peso para altura abaixo do P15. A) Como deve ser a prescrição dietética considerando o quadro clínico apresentado? R = A dieta deve ser por via oral, de consistência normal, fracionada em 6 refeições, hipercalórica, hiperproteica, hipolipídica e normoglicídica, fibras solúveis, hidratação e exclusão total do glúten. B) Descreva e explique detalhadamente a prescrição dos macro e micronutrientes. R = A dieta deverá ser hipercalórica para reestabelecer o estado nutricional do adolescente que se encontra com baixo peso. Os carboidratos ficarão entre 45% a 65% do VET, dando total atenção aos que possuem glúten (trigo, centeio, cevada e aveia em casos de contaminação cruzada), estes não poderão ser utilizados. Os lipídeos não devem ultrapassar 20% do VET, visto que estimulam o peristaltismo intestinal (neste momento em função da diarreia) e devem ser utilizados triglicerídeos de cadeia média (TCM) pela sua facilidade de absorção. As proteínas ficarão em 20% do VET fornecendo um aporte maior de aminoácidos para reestabelecer a massa magra e dar suporte à fase de crescimento. Os micronutrientes mais importantes no caso da doença celíaca são ferro, vitamina B12 e ácido fólico, relacionados à deficiência de ferro, fontes: carnes, ovos, leite, vegetais verde-escuros. Cálcio e vitamina D relacionados à osteoporose e osteomalácea, fontes: leite e derivados, gema de ovo e atum. Vitamina K relacionada à coagulação sanguínea, fontes: óleos vegetais. Além de água em função da desidratação. É possível reverter as carências dos micronutrientes com a inclusão destes alimentos tão logo seja descoberta a doença. C) Elabore uma orientação nutricional para o paciente e para a mãe da criança que será responsável pelo preparo das refeições. R = A principal recomendação é a exclusão de todos os alimentos que contenham glúten, como o trigo, o centeio, a cevada, a aveia e todos os seus derivados. Podem ser utilizados farinha de soja, arroz, milho, araruta, polvilho, mandioca, sagu, tapioca, fécula de batata alguns em preparações outros in natura. Todas as hortaliças, frutas e leguminosas. Todas as carnes, peixes e ovos. É importante ler os rótulos dos alimentos que normalmente informam se o produto contém glúten. Preparar os alimentos em casa garante que não terão glúten além de muitas vezes ser mais econômico. Quando outros membros da família aceitam uma alimentação livre de glúten, o adolescente adere mais facilmente à dieta. Recomenda-se que prepare seus alimentos em um ambiente que não tenha contato com alimentos que contenham glúten, em função da contaminação cruzada: colocar um alimento em local que tenha farelo de pão,ou preparar um bolo na mesma assadeira em que foi preparado um bolo com farinha de trigo, por exemplo. Lembrar que a realização da dieta de forma correta é o único tratamento para a doença. Aula 2 Roteiro 5 Título da aula: Terapia Nutricional nas doenças gástricas e intestinais Objetivo: elaborar a prescrição dietética e a orientação nutricional para pacientes com alterações gastrointestinais. Caso Clínico: M.R.S., sexo masculino, 55 anos, 172 m, 53 kg, foi internado com hematêmese. No exame inicial apresenta-se hipocorado, com taquicardia e dispneia. O paciente relata realizar tratamento para gastrite crônica e doença de Crohn, não consumir carne vermelha e consumir carne branca duas vezes por semana, preferindo os vegetais cozidos, e tomar leite esporadicamente. Como deve ser a terapia nutricional para este paciente? Exames Resultados Valores de referência Ac1 7,7% Normal - 4 a 6% Meta