Resenha filme olhos azuis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
Campus São Borja
Curso de Bacharelado em Direito – Direitos Humanos
Aluno: Rosa Daniele Cruz Data: 06/06/2019
Resenha do Filme: Olhos Azuis
Avaliação da Aprendizagem valor atribuído 3,0 (três pontos)
 Marshall chefe de imigração do aeroporto JFK, em Nova York, está se aposentando, em seu último dia de trabalho comete atos arbitrários por arrogância e preconceito. Buscando uma remição, parte para o Brasil com objetivo de encontrar a filha de seu desafeto e depara-se com uma cultura muito diferente de seu país.
A história estreia na Alfandega de Imigração do Aeroporto de Nova York, há na sala de espera muitos estrangeiros que, para conseguir o visto americano e adentrar nos Estados Unidos necessitam de uma deliberação dos policiais alfandegários. O chefe de policia, Marshall, encontra-se em seu último dia de trabalho, pois recebera um aviso de aposentaria “forçada” e precisa neste dia indicar o seu substituto, para isso incumbe seus subordinados a uma última tarefa - atender os estrangeiros de uma maneira mais rigorosa e exigente no processo de carimbo do visto - como já haviam realizado uma despedida brindando com uísque, os ânimos estavam um tanto alterado, principalmente o de Marshall que bebera significativamente a mais que seus colegas.
 Inicia-se o atendimento: com muitas atitudes desrespeitosas, preconceituosas, constrangedoras e notório abuso de poder por parte dos policiais, entre os estrangeiros atendidos chega à vez de Nonato, brasileiro nordestino e professor, estava em férias no Brasil, fora visitar a filha Luísa, e voltava aos Estados Unidos, onde era radicado e vivia há mais de cinco anos, a entrevista feita pelo policial Marshall a ele acontece de maneira tensa e excessiva, o policial visivelmente alterado pelo álcool possui acesso aos materiais pessoais de Nonato, uma câmera que consta vídeos e fotos de conteúdo familiar e muito pessoal acaba sendo usada como ferramenta para ampliar os abusos de autoridade, o chefe de polícia compara os olhos azuis “americanos”, aos olhos castanhos “estrangeiros”, como superiores, para complementar faz um comentário abusivo sobre a beleza estética das ex-mulheres de Nonato, apegando-se a ideia de que a ex- mulher americana do professor era natural da mesma cidade que ele, faz perguntas sobre a descrição geográfica da cidade, e afirma que pela resposta o brasileiro estaria mentindo, valendo-se de coação ameaça Nonato com uma arma de fogo, porém a tensão acaba invertendo a posse desta para Nonato, até o momento em que outros policiais adentram o departamento a tiros que atingem o brasileiro causando-lhe a morte.
Passado alguns anos Marshall, já não é mais aquele homem policial atroz; altivo; e arrogante; encontra-se velho, desleixado a sua aparência e alcoólatra. Arrependido pelo ocorrido realiza uma viagem ao Brasil, com intuito de encontrar a família de Nonato e indeniza-los financeiramente.
Inferi-se do filme que o policial fere de maneira hostil a dignidade do ser humano, age com abuso de autoridade, ridiculariza, agride e constrange os estrangeiros. Julga e decide quem merece, ou não, entrar em seu país, viola as regras de imigração, toma decisões infundadas e negligentes que, provocam a morte de um estrangeiro (Nonato).
 Conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos:
 Artigo V- Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
 Artigo VII- Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
 Artigo IX- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
No Brasil conforme a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988:
 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados. e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 III – a dignidade da pessoa humana;
 Art. 4º- A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
 VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
 Art. 5º- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 III – ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
 Quando somos preconceituosos, agimos de preconceito também para conosco, esse processo gera um efeito “boomerang”, ao ferir a dignidade humana de outrem, ferimos também a nossa. Pode-se passar despercebido perante a lei, mas perante nossa consciência não, pois cedo ou tarde irá cobrar o seu preço. Depreende-se, portanto, que qualquer forma ou ato de preconceito afeta ambas as partes envolvidas. 
Os conteúdos apresentados no filme Olhos Azuis retrata uma realidade contemporânea, pois não somente preconceitos: de raça; de etnia; mas também de gênero, de orientação sexual, estão fortemente arraigados na sociedade em que vivemos, e isto, em qualquer parte do mundo. Olhos Azuis relata situações: de preconceito, de xenofobia e de abuso de poder.