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A antropologia evolucionista

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ETEC PROFESSOR BASILIDES DE GODOY
LIAM KALEB BARROS SILVA
DEFINIÇÃO DE CULTURA
PARA ANTROPOLOGIA EVOLUCIONISTA
SÃO PAULO
2019
Pesquisa referente a progressão parcial de Sociologia do 2º ano da professora Clismênia.
A antropologia evolucionista
Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do século XIX privilegiou o darwinismo social, que considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígines eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta visão usava o conceito de "civilização" para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. A visão etnocêntrica é o conceito europeu do homem que se atribui o valor de "civilizado", fazendo crer que os outros povos como os das ilhas da Oceania estavam "situados fora da história e da cultura". 
Lewis Henry Morgan e a Antropologia Evolucionista
Morgan era um norte-americano nascido em 1818 que na juventude fez parte de uma associação dedicada a estudos clássicos. Ele era fascinado pela cultura iroquesa, mesmo sem saber quase nada sobre ela, e rebatizou o grupo como Grande Ordem dos Iroqueses. Mas em 1844 ele conheceu iroqueses e se interessou tanto em aprender com eles sobre sua cultura que se especializou no tema.
Segundo Celso Castro, esse encontro de Morgan com alguns chefes iroqueses pode ser considerado o nascimento da antropologia norte-americana. Seus estudos sobre a cultura iroquesa eram vistos por ele mesmo como uma forma de incitar a simpatia dos norte-americanos anglo-saxões pelos nativos e assim ajudar estes a “evoluir” rumo à civilização.
Morgan se baseia na ideia de que toda a humanidade segue a mesma história, determinada por uma natureza comum. Sua visão teleológica e idealista concebe que todos os povos estão destinados a cumprir sua realização no atingimento da civilização. Esta, obviamente, é idealizada com base na cultura ocidental eurocêntrica. Seu etnocentrismo o levou a pensar na própria cultura como padrão para todas as outras. Dessa forma, Morgan entende que há uma uniformidade cultural que só se diferencia em termos de grau. Essa perspectiva será revisada pela antropologia do século XX, que conceberá as culturas como dotadas de características únicas. Ele analisa as diversas sociedades segundo o desenvolvimento de 4 variáveis: as invenções e descobertas, a organização sócio-política, a organização familiar e a noção de propriedade. O grau de complexidade de cada uma dessas variáveis é o que permite, segundo Morgan, diagnosticar o estágio evolutivo de uma determinada sociedade. Mais uma vez vemos o etnocentrismo por trás de seu pensamento, pois a importância dessas variáveis (arbitrárias) só tem sentido para o ponto de vista de sua cultura.
Uma vez que os objetos de estudo dessa antropologia são os diferentes povos ao redor do mundo, Morgan considerava importante preservá-los da influência e esfacelamento provocados pelos “civilizados”, pois não bastava ter acesso à produção material desses povos (objeto de estudo mais da Arqueologia), sendo necessário observar sua linguagem, suas instituições e as manifestações artísticas em sua forma “pura”. Assim, se a antropologia contemporânea possui uma outra visão sobre as culturas (e não sobre a cultura), e considera que as influências são inevitáveis e fazem parte da vida intercultural humana, podemos considerar que os esforços por proteger os povos “primitivos” são a herança de um germe que se formou já nos primórdios dessa disciplina.
Edward Burnett Tylor e sua definição
Já para Edward, a Cultura tomada em seu mais amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.
Nesta definição, fica clara a noção, vista anteriormente em Morgan, de uma relação íntima entre cultura e civilização. Para Tylor, a cultura humana ou civilização se apresenta em vários estágios e não é entendida de forma plural e relativista, mas sob uma perspectiva universalizante. Os povos do mundo são vistos neste viés como numa escala, sendo alguns mais “cultos” ou “civilizados” do que outros.
Tylor deixa claro em sua obra que as leis que regem a sociedade devem ser as mesmas que regem a natureza. A evolução da humanidade e da cultura seria então análoga à evolução das espécies segundo os biólogos evolucionistas, como Charles Darwin, defendiam na época. Sua proposta era estudar a evolução das instituições (religião, arte, costumes etc.) enquanto variáveis isoladas e não como parte de um organismo social dentro do qual elas têm um sentido (da mesma forma que um biólogo poderia estudar a evolução do olho ou outra parte do corpo em diferentes espécies).
Esse método marcava toda a corrente evolucionista e seria criticado pelas gerações de antropólogos posteriores, pois era baseado no simples preconceito de que os povos agrupados em estágios evolutivos semelhantes são semelhantes entre si. No entanto, essa constatação era feita somente através dos instrumentos coletados em museus e não pela observação direta dos referidos povos. Além disso, Tylor apontava para a importância das “sobrevivências” de estágios evolutivos anteriores como provas do progresso da cultura.
E por fim, James George Frazer	
Nascido em Glasgow, Escócia, em 1857, Frazer sempre se interessou pelos estudos das obras da antiguidade greco-romana, e seguiu uma longa carreira acadêmica nesse campo. Na década e 1880, conheceu William Robertson Smith, que o convenceu a se enveredar pela Antropologia. Aliando seus dois interesses, Frazer conceberia sua maior obra, O Ramo de Ouro (The Golden Bough).
Sua obra obteve grande sucesso entre o público, mas no final de sua carreira os antropólogos já a consideravam anacrônica e mais literária do que científica. Nessa época, o evolucionismo cultural já havia se esgotado.
A obra de Frazer é talvez a que deixa mais explícito o método comparativo característico da antropologia evolucionista. O Ramo de Ouro, por exemplo, propõe colocar lado a lado um imenso número de exemplos de mitos e ritos das mais diversas culturas, com o objetivo de encontrar semelhanças que demonstrem a natureza comum a toda a cultura humana.
Frazer ajudou a definir o lugar da Antropologia entre os ramos científicos. No ensaio Escopo da Antropologia Social, ele localiza esta nova ciência como uma sub-área da Sociologia, reconhecendo sua especificidade mas ainda subordinando-a a outra área. Além disso, para validar a Antropologia como ciência, Frazer propunha que ela servisse como meio de intervenção (os governantes deveriam usar esse saber para incentivar o desenvolvimento da sociedade) e previsão (através dela poderíamos antever o futuro da humanidade).
Porém, ainda mais séria é a proposição de que a dominação imperialista dos povos “selvagens” pelas nações europeias é justificada pela suposta necessidade de desenvolvimento da “cultura”. Partindo da noção da desigualdade natural entre os seres humanos, Frazer enfatiza que a evolução dos povos mais “primitivos” deve se dar com a atuação da liderança dos povos mais “civilizados”, entendidos por ele como dotados de uma inequívoca superioridade intelectual. Essa seria a única forma de garantir a predominância da “ordem” civilizada sobre o “caos” selvagem.
O antropólogo escocês deixa claro que o estudo dos povos “selvagens” é uma forma de conhecermos o passado das nações “civilizadas”, já que, na perspectiva evolucionista, cada povo pode ser encaixado em um dos estágios diacrônicos, e se uma sociedade “civilizada” está no topo dessa evolução, é porque ela passou por todos os estágios anteriores, inclusive o estágio “selvagem”. E se uma sociedade é “selvagem” é porque ela não saiu da fase maisrudimentar dessa escala evolutiva.
Dessa forma, o interesse pelos povos mais “primitivos” advém do esforço por entender nossa própria evolução (vale dizer, a evolução da cultura da qual faziam parte esses intelectuais). Além disso, assim como Tylor, Frazer também trabalhava com a ideia de “sobrevivências”. As crenças mais primitivas perderiam este status na evolução da cultura e se manteriam apenas como crendices ou folclore, o que serviria para se estabelecer um elo evolutivo entre os diferentes estágios.
É bom ressaltar a distinção que Frazer faz entre “selvagem” e “primitivo”. Para ele, este termo só poderia ser aplicado a um estágio anterior à da formação da cultura e que já se perdeu na história da humanidade. Os povos de cultura mais rudimentar que existem hoje estariam, segundo Frazer, na “selvageria” e não na “primitividade”. Esse detalhe pode ser considerado, à revelia do que pensava Frazer, uma base para se dissociar a evolução biológica da realidade cultural humana, que não segue a mesma lógica da seleção natural.

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