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Obesidade infantil

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OBESIDADE INFANTIL: ETIOLOGIA E ENCAMINHAMENTOS,
UMA BUSCA NA LITERATURA
Edson Aparecido Colloca1
Ana Cláudia Garcia de O. Duarte (O)2
Resumo
A obesidade é apontada por vários estudos como uma doença epidemiológica, que afeta milhões 
de pessoas no Brasil. As crianças e os adolescentes compõem as estatísticas e, dados do 
Ministério da Saúde 8, com base em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), revelam que cerca de 16,7% encontram-se acima do peso. O objetivo deste 
estudo está alinhado com a presente preocupação, demonstrada por vários seguimentos da 
sociedade, no sentido de entender os fatores que influenciam o ganho de peso excessivo de 
crianças e adolescentes e a possibilidade de encontrar caminhos para elaboração de propostas de 
combate a obesidade infantil, que possam ser incluídas no espaço escolar, pois, é lá onde se 
encontra a clientela carente dessas ações. Para tanto foi realizada uma pesquisa de revisão de 
literatura, com seleção de artigos, preferencialmente relacionados à escolares, que tratassem do 
tema da obesidade infantil. Os textos foram selecionados utilizando-se palavras chave e também 
à partir de referências citadas nos primeiros artigos. A obesidade, assim como a obesidade 
infantil é definida como o acúmulo excessivo de gordura no organismo, com origem atribuída a 
causas multifatoriais1. À fatores endógenos (5% dos casos) e exógenos (95%) é atribuída sua 
gênese. A obesidade está diretamente relacionada com o surgimento de inúmeras doenças 
(intolerância à glicose, hiperlipidemia, complicações cardiovasculares e acidente vascular 
cerebral)1. Existem inúmeros métodos de avaliação para definir se um indivíduo está acima do 
peso, uns largamente utilizados, como o IMC (Índice de Massa Corporal)2,3 e outros, mais 
sofisticados, utilizados por centros médicos ou de pesquisa 4. Não existe consenso entre os 
estudos apresentados, que atribua a um ou outro fator especifico o aumento da prevalência de 
obesidade infantil. A ingestão alimentar inadequada ou em excesso, aliada ao sedentarismo ou a 
baixos níveis de atividade física, surgem como as principais causas. Entender o porque desses 
comportamentos tem sido a base de sustentação da maioria das pesquisas que tratam da 
questão.1, 12, 18 Vários estudos mencionam a escassez de pesquisas no Brasil tratando da 
obesidade infantil. Aliado a isso, as pesquisas apresentadas focam seus objetivos no 
levantamento de dados epidemiológicos, comparando-os com outros estudos. No entanto, pouco 
são os trabalhos que apresentam propostas de efetivo combate as causas da obesidade crescente 
entre crianças e adolescentes. A atuação mutiprofissional tem sido a indicação de proposta de 
atuação mais viável apresentada por estes estudos. Considero legitima esta afirmação e entendo 
que a escola é um espaço propício para tais intervenções. Para tanto apresento uma proposta de 
ação, para ser discutida com a comunidade escolar, e pautada na minha vivência como educador, 
visto que não encontrei na literatura estudos que pudessem fornecer parâmetros para sua
elaboração. Entendo que o professor de Educação Física é o profissional indicado para fomentar 
 
1
Professor de Educação Física da Rede Estadual de São Paulo, Diretoria Regional de Ensino de São Carlos; aluno 
do II Curso de Especialização em Educação Física Escolar do DEFMH/UFSCar.
2 Professora Adjunta do Curso de Especialização em Educação Física Escolar do DEFMH/UFSCar.
190
essa discussão na escola e que é necessário buscar parcerias com órgãos de governo ou 
instituições de pesquisa, que ajudem a dar conta dessa demanda.
Palavras Chaves: Obesidade; Obesidade Infantil; Obesidade na Escola 
Introdução
Observando as atitudes dos alunos no horário do lanche, em escolas da rede 
estadual onde leciono ou já lecionei, no município de São Carlos, interior do Estado de São 
Paulo, onde estudam crianças na faixa etária de 06 (seis) a 11 (onze) anos, notei que muitos se 
alimentam de maneira inadequada e, dentre eles, vários aparentemente encontram-se acima do 
peso considerado ideal. A alimentação inadequada observada, refere-se ao fato desses alunos 
terem o hábito de comer no lanche, salgadinhos empacotados, bolachas, biscoitos recheados, 
bolos, refrigerantes, iogurtes, chocolates, doces e balas. 
Pensando em desenvolver um trabalho na escola, que pudesse discutir de forma 
efetiva as questões que envolvem a obesidade infantil e, diante da minha pouca compreensão 
sobre o tema, senti a necessidade de realizar uma pesquisa sobre estudos desenvolvidos com 
populações de outras instituições de ensino que pudessem servir de parâmetro para a “possível” 
elaboração de um plano de ação a ser implementado na escola. 
A obesidade é considerada, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 
uma doença epidemiológica que atinge milhões de crianças, adolescentes e adultos em países 
desenvolvidos, assim como aqueles em desenvolvimento (DÂMASO et al.)1. 
Segundo DIAMOND citado por OLIVEIRA et al.2, “a obesidade na América é 
uma epidemia silenciosa, uma vez que o reconhecimento clínico dos riscos da enfermidade, por 
parte dos médicos, não é satisfatória, existindo uma dificuldade em quantificá-la e tratá-la 
eficazmente, além da inexistência de programas de prevenção”. 
O Ministério da Saúde divulgou dados estatísticos de pesquisas realizadas pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmando que:
No Brasil, cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso. 
Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os padrões 
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização para a 
Alimentação e Agricultura (FAO). Dados de 2003 da Pesquisa de Orçamento Familiar 
(POF) revelam que o excesso de peso afeta 41,1% dos homens e 40% das mulheres, 
191
sendo que, desse grupo, a obesidade atingi 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres 
(MINISTÉRIO da SAÚDE)7.
Entre as crianças e adolescentes a situação também tem causado preocupação 
pois, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), realizada entre 2002 e 
2003 pelo Ministério da Saúde, 16,7% das crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos têm 
excesso de peso e, destes, 2,3% estão obesos (MINISTÉRIO da SAÚDE)8.
BALABAN e SILVA12, em artigo de revisão, comentam que a obesidade, com 
sua multicasualidade e múltiplas conseqüências, representa um desafio para os profissionais que 
trabalham com as crianças e que ações preventivas são importantes para evitar problemas 
futuros.
Dados e considerações assim apresentados preocupam e sugerem ações efetivas 
na busca da solução ou diminuição dos problemas. 
Objetivos
O presente estudo teve como objetivo buscar na literatura um melhor 
entendimento da obesidade infantil e possíveis encaminhamentos, que possam apontar diretrizes 
para discussões e ações de estimulo a mudanças de hábitos, ora enraizados, do cotidiano dos 
alunos com quem trabalho.
O eixo principal desta revisão de bibliografia esteve centrado na possibilidade de 
conhecer as várias situações apresentadas por estudos que tratam de questões que envolvem a 
obesidade infantil.
Norteando a elaboração deste estudo, o foco esteve direcionado no sentido de 
analisar as informações e encaminhamentos apresentados por várias pesquisas. Com base nessa 
análise, e, à partir do conhecimento adquirido, buscar a construção de uma proposta de ação 
prática a ser implementada na escola, que pudesse atender as necessidades da clientela em 
questão. 
Procedimentos Metodológicos 
192
O presente estudo partiu do pressuposto que seria importante conhecer a realidade 
apresentada no tocante a pesquisas relacionadas à obesidadeinfantil, para poder pensar em 
estratégias viáveis que poderiam ser elaboradas pela escola. 
Para tanto, foi realizada revisão de literatura de trabalhos sobre a obesidade 
infantil, preferencialmente relacionados a escolares, que pudessem dar validade e credibilidade a 
este trabalho. A análise e a organização dos textos encontrados procurou estabelecer 
comparações e conexões entre eles. A organização por tópicos, foi a maneira escolhida no 
sentido de facilitar a estruturação do estudo.
No que se refere à execução das tarefas acima citadas, os meios utilizados para 
selecionar os textos disponíveis, passaram por: consultas à internet, buscando sites confiáveis 
que tratassem do tema, seleção e análise de artigos acadêmicos, monografias, teses, publicações 
literárias, revistas especializadas e documentários produzidos por diferentes mídias. Os artigos 
foram selecionados usando as palavras-chave "obesidade, obesidade infantil e obesidade na 
escola". Outros artigos, identificados a partir de referências citadas nos primeiros artigos e que, 
apresentavam relevância com o tema, foram também selecionados.
 Obesidade: Conceitos
Obesidade é definida, em vários estudos epidemiológicos que tratam da questão, 
como sendo o acúmulo excessivo de gordura no organismo. Considerada uma doença 
multifatorial, a obesidade, principalmente a obesidade visceral, está intimamente relacionada ao 
desenvolvimento de inúmeras desordens metabólicas, incluindo-se a intolerância à glicose, 
hiperlipidemia, complicações cardiovasculares e acidente vascular cerebral (DÂMASO)1.
Segundo HALPERN10, pode-se dividir a obesidade, no tocante à forma que 
apresenta o corpo do indivíduo, em duas maneiras, dependendo de como a gordura é distribuída. 
A primeira, na qual a gordura se concentra no tronco, abdômen e tórax, sendo que os membros 
superiores e inferiores tendem à ser menos volumosos, tem predominância nos homens e é 
chamada de obesidade andróide. Conhecida também como obesidade em forma de maçã ou 
obesidade visceral, é a que mais se associa a doenças (intolerância à glicose, hiperlipidemia, 
complicações cardiovasculares e acidente vascular cerebral). A segunda, concentra gordura em 
193
maior quantidade nas nádegas e nas coxas, podendo haver bastante adiposidade também no 
abdômen, mas na parede abdominal (diferente da obesidade central, em forma de maçã, que 
concentra adiposidade entre as vísceras). Este tipo de obesidade recebe o nome de ginóide, 
predomina em mulheres e assemelha-se a forma de pêra. Este tipo está associado a problemas 
ortopédicos, de pele, varizes, celulite, mas apresenta menor relação com doenças 
cardiovasculares. 
DÂMASO11, citando SANDE e MAHAN, classifica a obesidade, em relação a sua 
origem, como exógena (causada pela ingestão calórica excessiva) ou endógena (causada por 
distúrbios hormonais e metabólicos). No mesmo artigo, agora citando BJÖRNTORO e 
SJOSTRÖM, classifica fisiologicamente a obesidade como hiperplásica (caracterizada pelo 
aumento no número de células adiposas) e hipertrófica (caracterizada pelo aumento no tamanho 
das células adiposas). Outra classificação, onde a pesquisadora cita BOUCHARD, apresenta a 
obesidade dividida em quatro tipos, como sendo: 
a) Obesidade tipo I, caracterizada pelo excesso de massa gorda total sem nenhuma 
concentração particular de gordura numa certa região corporal;
b) Obesidade tipo II, caracterizada pelo excesso de gordura subcutânea na região 
abdominal e do tronco (andróide);
c) Obesidade tipo III, caracterizada pelo excesso de gordura viscero-abdominal;
d) Obesidade tipo IV, caracterizada pelo excesso de gordura glúteo-femural (ginóide). 
PUGLIA5, em artigo sobre indicação de tratamento cirúrgico da obesidade 
mórbida, apresenta duas classificações no que se refere aos níveis de obesidade. Citando 
organizações ligadas a prevenção e tratamento, comenta: 
 
A OMS divide a obesidade em três níveis, sendo grau I com IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2
, grau II entre 35 e 39,9 Kg/m2 e grau III ou obesidade mórbida com IMC acima de 40 
Kg/m2. A classificação aceita pela Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e pela 
Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade divide a obesidade em seis níveis: 
obesidade pequena (27 a 30 Kg/m2), obesidade moderada (30 a 35 Kg/m2), obesidade 
grave (35 a 40 Kg/m2), obesidade mórbida (40 a 50 Kg/m2), superobesidade (50 a 60 
Kg/m2) e super-superobesidade (maior de 60 Kg/m2).
OLIVEIRA2 e VIUNISKI3, comentam que a OMS recomenda o Índice de Massa 
194
Corporal (IMC), como método válido na verificação do estado nutricional populacional, 
indicativo de prevalência de sobrepeso e obesidade. Calculado a partir da relação entre “peso(kg) 
/ estatura(metros)”, utilizando a equação matemática IMC = PESO(kg)  ALTURA(m)2, onde o 
valor obtido classifica, indivíduos adultos, como estando com peso normal se o índice obtido 
estiver entre os percentis  20 e  24,9 Kg/m2, com sobrepeso quando este percentil for  25 e 
 29,9 Kg/m2, enquanto que, para indivíduos obesos, considera-se o índice  30 Kg/m2. 
Obesidade Infantil
Como ocorre com a obesidade em adultos, não existe consenso na definição de 
obesidade infantil, não havendo unanimidade nos métodos de avaliação utilizados. Para 
MELLO, LUFT e MEYER21, “a definição de obesidade é muito simples quando não se prende a 
formalidades científicas ou metodológicas. “O visual do corpo é o grande elemento a ser 
utilizado”. 
Quando se pretende definir, utilizando-se métodos científicos, se uma criança ou 
adolescente está acima do peso considerado ideal para sua faixa etária, alguns métodos de 
avaliação são indicados e aceitos como válidos. A hidrodensitometria, a hidrometria, o método 
de infravermelho próximo, a ultra-sonografia, a ressonância nuclear magnética, a tomografia 
computadorizada, são alguns exemplos. Porém, segundo SIGULEM el al.4, são métodos não 
apropriados para estudos populacionais e sim para a prática clínica, constituindo-se, na sua 
maioria, em métodos caros, estando restritos a centros especializados de pesquisa.
A soma das 4 pregas (tríceps, bíceps, subescapular e supra-ilíaca) mostra-se eficaz 
no diagnóstico da obesidade, para ambos os sexos. Uma grande limitação do método é a 
necessidade de avaliadores altamente treinados. Outra limitação está relacionada ao grau de 
obesidade, já que é extremamente difícil a aferição de pregas em grandes obesos. A 
circunferência média do braço (CMB) é um indicador que pode ser utilizado sozinho ou 
associado com a prega cutânea do tríceps para avaliar composição corporal, quando dados de 
peso e estatura não estão disponíveis, sendo considerado um método prático (SIGULEM et al).4
VIUNISKI3, em artigo que publicou para a Associação Brasileira para o Estudo da 
Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), apresenta um estudo realizado pela Força Tarefa 
195
Internacional para Obesidade da (OMS), com 97.876 meninos e 94.851 meninas, acompanhados 
do nascimento até os 25 anos de idade com o intuito de desenvolver uma definição aceitável para 
sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes, envolvendo seis países (Brasil, Grã-Bretanha, 
China, Holanda, Cingapura e Estados Unidos). Este estudo resultou na organização de uma 
tabela, onde foram desenhadas curvas de maneira tal que, na idade de 18 anos, passassem pelos 
pontos de corte largamente aceitos para sobrepeso e obesidade em adultos (IMC  25 Kg/m2 
para sobrepeso e  30 Kg/m2 para obesidade). Essas curvas foram arranjadas para fornecer 
pontos de corte, para cada sexo e idade, na faixa etária entre 2 a 18 anos. A nova tabela 
(Tabela1), por ser menos arbitrária, mais universal e mais representativa do que às outras 
anteriormente usadas, deve ser um instrumento útil na determinaçãoda prevalência de sobrepeso
e obesidade em crianças e adolescentes. 
Tabela 1 – Pontos de Corte de IMC Para Sobrepeso e Obesidade em Crianças e 
Adolescentes, segundo ABESO.
Idade
Anos
Sobrepeso 
 Masculino
Sobrepeso
Feminino
Obesidade
Masculino
Obesidade
Feminino
2 18,4 18,0 20,1 20,1
2,5 18,1 17,8 19,8 19,5
3 17,9 17,6 19,6 19,4
3,5 17,7 17,4 19,4 19,2
4 17,6 17,3 19,3 19,1
4,5 17,5 17,2 19,3 19,1
5 17,4 17,1 19,3 19,2
5,5 17,5 17,2 19,5 19,3
6 17,6 17,3 19,8 19,7
6,5 17,7 17,5 20,2 20,1
7 17,9 17,8 20,6 20,5
7,5 18,2 18,0 21,1 21,0
8 18,4 18,3 21,6 21,6
8,5 18,8 18,7 22,2 22,2
9 19,1 19,1 22,8 22,8
9,5 19,5 19,5 23,4 23,5
10 19,8 19,9 24,0 24,1
10,5 20,2 20,3 24,6 24,8
11 20,6 20,7 25,1 25,4
11,5 20,9 21,2 25,6 26,1
12 21,2 21,7 26,0 26,7
196
12,5 21,6 22,1 26,4 27,2
13 21,9 22,6 26,8 27,8
13,5 22,3 23,0 27,2 28,2
14 22,6 23,3 27,6 28,6
14,5 23,0 23,7 28,0 28,9
15 23,3 23,9 28,3 29,1
15,5 23,6 24,2 28,6 29,3
16 23,9 24,4 28,9 29,4
16,5 24,2 24,5 29,1 29,6
17 24,5 24,7 29,4 29,7
17,5 24,7 24,8 29,7 29,8
18 25,0 25,0 30,0 30,0
Fonte : British Medical Journal, 6 de Maio de 2000 – Dietz, e col.
Causas da obesidade infantil
A comunidade acadêmica, através de vários estudos realizados com crianças e 
adolescentes, tem como consenso que o surgimento ou manutenção de sobrepeso e obesidade, 
decorre de causas multifatoriais.
Para DÂMASO et al.1, fatores endógenos (genéticos, neuropsicológicos, 
endócrinos, metabólicos) representam 5%, dos casos de sobrepeso e obesidade. Já os fatores 
exógenos (externos), (origem comportamental, dietética e/ou ambiental) representam cerca de 
95% dos casos. 
Dentre os fatores exógenos que contribuem para estados de sobrepeso e obesidade 
infantil, as pesquisas não apontam, ou pelo menos não existe consenso, que indique um fator 
preponderante, reforçando a idéia da multicasualidade. 
OLIVEIRA et al.22, realizaram estudo com 699 crianças entre 5 e 9 anos, de 
escolas públicas e privadas, em Feira de Santana – BA, com intuito de analisar fatores 
biológicos, psicológicos, sócio-econômicos e sócio-comportamentais que contribuem para 
surgimento de sobrepeso e obesidade infantil. O estudo em questão concluiu que o fato das 
crianças estudarem em escola privada e serem unigênitos, são os principais fatores preditivos na 
determinação do ganho excessivo de peso. Segundo os pesquisadores esses dados confirmam a 
influência do micro-ambiente familiar e do macro-ambiente na gênese de sobrepeso/obesidade. 
PARIZZI e TASSARA23, atribuem ao “balanço energético positivo”, o status de 
197
gerador exógeno da obesidade na infância, ou seja, a ingestão calórica (energia alimentar) maior 
que o gasto energético. As pesquisadoras argumentam que vários fatores (genéticos, ambientais, 
culturais e emocionais) contribuem para o problema e, “estes exercem uma grande influência na
percepção da fome e da saciedade do indivíduo e na sua relação com o alimento”.
GALDINO27, considera que existem dificuldades em definir a gênese e o 
desenvolvimento da obesidade, entendendo que seja necessário buscar melhor compreensão da 
sua relação direta com fatores ambientais específicos, no entanto, coloca a redução de atividade 
física, o tempo gasto assistindo TV, a adoção de atividades sedentárias e a ingestão calórica em 
excesso, como fatores consolidados para ganho de excessivo peso. 
ALMEIDA, NASCIMENTO E QUAIOTI31, realizaram estudo relativos à 
“quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira”. Analisando 
a programação de três redes de TV de canal aberto, apresentaram os seguintes dados: 
Dos 1.395 anúncios de produtos alimentícios veiculados, 57,8% estão no grupo da 
pirâmide alimentar representados por gorduras, óleos, açúcares e doces. O segundo 
maior grupo foi representado por pães, cereais, arroz e massas (21,2%), seguido pelo 
grupo de leites, queijos e iogurtes (11,7%) e o grupo de carnes, ovos e leguminosas 
(9,3%). Há completa ausência de frutas e vegetais. A pirâmide construída a partir da 
freqüência de veiculação de alimentos na TV difere significativamente da pirâmide 
considerada ideal. Há, na realidade, uma completa inversão, com quase 60% dos 
produtos representados pelo grupo de gorduras, óleos e doces e uma conseqüente 
redução do grupo pão, cereais, arroz e massas, além da ausência de frutas e vegetais. 
Neste sentido, consideram que a exposição das crianças à tais propagandas, 
aliadas a fatores sedentários, por conta inclusive, do tempo gasto assistindo à esta mídia, cerca de 
5 horas diárias, promovem hábitos de vida que contribuem para aumento da prevalência de 
obesidade.
A merenda escolar (gratuita)33 e as cantinas escolares (que geram renda para as 
APMs ou para particulares)32, mereceriam um estudo à parte por conta da importância que 
assumem na questão da ingestão alimentar propriamente dita, e, além disso, pelo apelo 
educacional que poderiam assumir dentro do ambiente escolar. Não foram encontradas citações 
que possam relacionar ganho de peso excessivo com a qualidade da merenda escolar, 
diferentemente do que ocorre com os alimentos disponibilizados nas cantinas, que em geral são 
198
produtos industrializados, ricos em açúcar e gordura saturada, o que lhes garante um paladar que 
atrai os alunos. 
Para COSTA; RIBEIRO, V. e RIBEIRO, E.33, o programa de merenda escolar, 
alem de cumprir seu papel de complementação nutricional, poderia contribuir no sentido de 
tornar-se um horário/espaço pedagógico. Sugerem para tal a atuação em conjunto, do 
nutricionista, da merendeira e dos professores, organizando atividades de educação alimentar, na 
busca da aquisição de hábitos saudáveis de alimentação. 
A existência da cantina na escola está condicionada por lei32 à condição de não 
prejudicar a adesão ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), diferente do revela 
pesquisa realizada por STURION et al.34, mostrando que nas unidades de ensino que não 
dispõem de estabelecimentos que comercializam alimentos, há maior freqüência de consumo da 
merenda escolar. A pesquisa mostra também que alunos de baixa renda ou com déficit alimentar 
tendem a consumir com maior freqüência a merenda escolar, situação inversa à encontrada entre 
os alunos de maior renda ou filhos de pais com maior escolaridade. Na sua totalidade o resultado 
da pesquisa mostra que apenas 46% dos alunos entrevistados consomem diariamente a 
alimentação gratuita e 17% não participam do programa. Segundo os pesquisadores “os 
resultados preocupam, por conta do consumo de alimentos de baixa qualidade nutricional, 
adquiridos nas cantinas, que podem contribuir para o surgimento de problemas como a 
obesidade”.
A linha de raciocínio seguida por vários estudos permite pensar, resumidamente, 
que o conjunto de fatores que contribuem para a questão da ingestão alimentar inadequada e/ou 
em excesso, estão ligados à: influência do mercado de consumo, ao apelo da mídia, ao aumento 
do poder de compra das populações do Brasil, às facilidades de acesso à alimentos 
industrializados ricos em gordura e açúcar, à variedade de fast foods e a cultura, ainda presente, 
que entende que “criança gordinha é criança saudável”. Por outro lado, quando pensamos nas 
prováveis causas da diminuição de gasto energético, decorrente de baixo nível de atividade 
física, é coerente dizer que a pouca oferta de espaços “seguros” para atividade física (jogos e 
brincadeiras) e o maior tempo gasto no uso das tecnologias para o lazer (tv, video game, 
computador), são fatores que contribuem para a condição de sedentário que se encontram muitas 
crianças. Quando se juntam esses fatores, ingestão calórica em excesso e/ouinadequada mais 
sedentarismo, demandando balanço energético positivo, temos condições propícias para quadros 
199
de sobrepeso e obesidade infantil.1, 12, 18, 19, 21, 22, 23, 25, 26
Aumento da Prevalência: diversos setores da sociedade se envolvem com a 
questão 
O aumento da prevalência dos casos de obesidade infantil tem preocupado 
seguimentos da sociedade, envolvidos direta ou indiretamente no trabalho com crianças e 
adolescentes. Setores ligados à saúde, à educação, à pesquisa acadêmica, órgãos de governo e até 
mesmo alguns setores da mídia, buscam alertar para os riscos inerentes a obesidade infanto-
juvenil e, também, para a necessidade de se encontrar caminhos para conter a epidemia instalada 
no Brasil.
Segundo VIUNISKI24, crianças obesas aos dois anos de idade têm o dobro de 
chance de se tornar um adulto obeso e, no caso de adolescentes, as possibilidades giram entre 
70% e 80%, principalmente se os pais também são obesos. 
Em estudo realizado por SOTELO, COLUGNATI e TADDEI6, citando MUST, os 
pesquisadores mencionam que:
A obesidade na infância e adolescência tende a continuar na fase adulta, se não for 
convenientemente controlada, levando ao aumento da morbimortalidade e diminuição 
da expectativa de vida. Desta forma, a detecção precoce de crianças com maior risco 
para o desenvolvimento de obesidade, juntamente com a tomada de medidas para 
controlar este problema, faz com que o prognóstico seja mais favorável a longo prazo. 
Quanto maior a idade e maior o excesso de peso, mais difícil será a reversão da 
obesidade em função dos hábitos alimentares incorporados e alterações metabólicas 
instaladas.
Apesar da preocupação da comunidade acadêmica com o tema em questão, os 
pesquisadores apontam para a carência de estudos realizados no Brasil e a ausência de 
unanimidade na definição de obesidade infantil, como fatores que dificultam comparações de 
prevalência nesta faixa etária. Outro fato, segundo as pesquisas apresentadas, que dificulta a 
comparação entre os estudos, é que a maior parte deles foi feito com amostras entre os estudantes 
200
ou em laboratórios médicos, portando não representativas da população e, também, poucos 
analisam crianças e adolescentes em conjunto.13, 14, 15, 19
Neste sentido, ABRANTES, LAMOUNIER e COLOSIMO13, realizaram estudo 
de prevalência de sobrepeso (em adolescentes) e obesidade (em crianças e adolescentes), 
utilizando dados de Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) realizada pelo IBGE em 1997, onde 
foram coletados, entre outros, dados sobre peso e altura de amostra constituída por 19.409 
adultos e crianças, residentes nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. Os pesquisadores 
analisaram dados de 3.317 crianças e 3.943 adolescentes divididos por faixa etária e sexo, 
concluindo que a prevalência de sobrepeso em adolescentes apresentou-se maior no sexo 
feminino. Já com relação a prevalência de obesidade, na sua totalidade, notaram que ela esteve 
menor na região Nordeste, entre os indivíduos de 2 a 17 anos de idade. Em resumo apresentam 
os seguintes dados:
A prevalência de sobrepeso em adolescentes variou entre 1,7% no Nordeste, e 4,2% no 
Sudeste. A prevalência de obesidade em adolescentes variou entre 6,6% e 8,4%, e em 
crianças entre 8,2% e 11,9%, nas regiões Nordeste e Sudeste, respectivamente. 
Agrupando-se os dados das duas regiões, a prevalência de obesidade foi de 10,3% entre 
as crianças, 9,3% de obesidade e 3,0% de sobrepeso entre adolescentes no sexo 
feminino. No sexo masculino, a prevalência foi de 9,2%, 7,3% e 2,6%, respectivamente.
A mídia, principalmente a TV, apesar de ser apontada como uma das prováveis 
responsáveis pelo aumento da prevalência de obesidade infantil31, também apresenta momentos 
onde demonstra preocupação com a questão. Os canais de TV, mostram programas de entrevistas 
e documentários, onde discutem vários fatores que envolvem a obesidade e a obesidade infantil. 
Um dos programas que ficou muito conhecido foi a série de entrevistas denominada “Questão de 
Peso” (FANTÁSTICO, 2005), que em um dos episódios, “O mal da obesidade infantil” –
ancorado pelo médico Dr. Dráuzio Varella – ouviu especialistas de áreas diversas do 
conhecimento ligados à pesquisa e/ou atuantes no trabalho de prevenção e tratamento da 
obesidade infantil. Também foram ouvidos indivíduos obesos e seus familiares, que sofrem com 
os problemas decorrentes. Um outro programa (GLOBO REPÓRTER, 2005) explorou o assunto 
em vários episódios, trazendo a discussão da obesidade infantil com os seguintes temas: 
“Obesidade infantil é epidemia nos EUA”, “É de pequeno que se aprende a comer”, “Perigo das 
201
Cantinas”, “Comer Bem: lição que se aprende na escola”. Esses programas tratam da questão 
em linguagem de fácil entendimento e é possível revê-los através do site da emissora 
(www.globo.com)16. 
 Em artigo publicado em meio eletrônico, à titulo de esclarecimento de ações 
realizadas em relação à preocupação com o avanço da epidemia de obesidade infantil, o 
Ministério da Saúde informa que, em parceria com o Ministério da Educação, baixou uma 
portaria (portaria 1010) que institui diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas 
escolas de educação infantil, ensino fundamental e nível médio das redes pública e privada no 
Brasil. O documento prevê incentivo ao desenvolvimento de ações que promovam e garantam a 
adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar. A expectativa é que essa 
portaria sensibilize e estimule estados e municípios a desenvolverem estratégias de promoção da 
alimentação saudável, de acordo com suas especificidades. Ainda, segundo o que comenta o 
artigo, as escolas também devem incorporar o tema alimentação saudável ao projeto político-
pedagógico, buscando propiciar experiências no cotidiano das atividades curriculares. Os dois 
Ministérios estão trabalhando para fornecer materiais de apoio voltados à profissionais que 
atuam junto a comunidade escolar, no sentido de capacitá-los para a implantação, 
acompanhamento e avaliação de ações e, também, para articular parcerias com outras instâncias 
para o monitoramento das medidas e cumprimento das diretrizes previstas da portaria. Os 
conselhos locais de saúde, de alimentação escolar e de segurança alimentar e nutricional, devem 
ser parceiros importantes no acompanhamento e controle das medidas propostas pelo documento 
(BRASIL)17.
Pensando em estimular ações no âmbito escolar, o documento “Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs)”, tratando da questão da saúde como um tema transversal, 
enfatiza que seja possível e necessário que o tema “transite” por todos os componentes 
curriculares (BRASIL)18. O texto do PCN coloca a obesidade, além da desnutrição e as anemias, 
como uma questão a ser discutida pela escola e destaca em sua redação o seguinte: 
A alimentação inadequada apresenta-se como o principal problema e, portanto, a 
pesquisa em alimentos ricos em nutrientes e a necessidade de se adotar um cardápio 
equilibrado e compatível com as possibilidades oferecidas pelas particularidades de 
cada realidade são formas acessíveis ao trabalho da escola no sentido de prevenir a 
202
desnutrição e as anemias. Por outro lado, a obesidade é hoje um problema de saúde de 
grandes proporções com elevada prevalência entre jovens de diferentes grupos sociais. 
O consumo excessivo de açúcar, especialmente entre as crianças é destacado como um 
hábito alimentar a ser transformado, não se justificando o grau de consumo (em todo o 
país) por necessidades calóricas e sim por fatores culturais, o que causa prejuízos 
amplamente comprovados, particularmente à saúde bucal, contribuindo também para a 
obesidade precoce. A associação que se faz com freqüência de queuma criança “gorda”
é uma criança bem alimentada deve ser reconsiderada, uma vez que as anemias e a 
obesidade não são mutuamente excludentes e esta última é um importante fator de risco 
para doenças crônico-degenerativas (como hipertensão arterial, diabetes e problemas 
cardiovasculares), cada vez mais importantes entre brasileiros de todas as classes 
sociais.
A preocupação com a ingestão alimentar, em mais um exemplo demonstrado por 
um órgão de governo, pode ser observada na normatização do funcionamento das cantinas 
escolares, ocorrido nas escolas da rede estadual do Estado de São Paulo. A Secretaria de Estado 
de Educação (SEE-SP) baixou uma portaria (Portaria Conjunta COGSP/CEI/DSE, de 23-3-
2005)32, regularizando o funcionamento das cantinas estabelecendo que:
Artigo 1º - Cantina Escolar é uma dependência, dentro do estabelecimento de ensino, 
destinada a fornecer serviços de alimentação a alunos, professores e demais 
funcionários, mediante pagamento.
Artigo 2º - A Cantina Escolar não prejudicará o Programa de Alimentação Escolar, nos 
turnos em que ele ocorre, nem a ele se sobreporá, devendo ambos integrar esforços para 
o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação. 
Artigo 7º - É expressamente proibida a comercialização, pela Cantina Escolar, de 
produtos prejudiciais à saúde e que não ofereçam condições nutricionais e higiênico-
sanitárias, bem como aqueles que possam ocasionar obesidade e outros problemas de 
saúde causados por hábitos incorretos de alimentação , em especial: 
I - bebida alcoólica;
II - tabaco;
III - medicamento ou produto químico-farmacêutico;
Parágrafo Único - O Departamento de Suprimento Escolar - DSE orientará as 
Associações de Pais e Mestres sobre os produtos que tenham a venda proibida nas 
Cantinas Escolares e sobre as condições e aspectos higiênicos e sanitários.
Artigo 8º - Fica permitida a comercialização dos seguintes alimentos, visando aquisição 
de hábitos alimentares saudáveis para melhoria da qualidade de vida:
I - frutas, legumes e verduras; 
II - sanduíches, pães, bolos, tortas e salgados e doces assados ou naturais: esfiha aberta 
ou fechada, coxinha e risóles assados, pão de batata, enroladinho, torta, quiche, fogazza 
assada, entre outros produtos similares;
203
III - produtos a base de fibras: barras de cereais, cereais matinais, arroz integral, pães, 
bolos, tortas, biscoitos;
IV - barras de chocolate menores de 30 g ou mista com frutas ou fibras;
V - suco de polpa de fruta ou natural;
VI - bebidas lácteas: sabor chocolate, morango, coco, capuccino, aveia, vitamina de 
frutas, entre outros produtos similares;
VII - bebidas ou alimentos à base de extratos ou fermentados (soja, leite). 
A merenda escolar, seguindo a linha de atenção, dada a alimentação infantil por 
órgãos de governo, é regulada por legislação específica, por conta, inclusive, da distribuição das 
verbas públicas destinadas para esse fim. O governo federal, através do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE), repassa verbas diretamente para os estados, os municípios e o 
distrito federal, no sentido de descentralizar a compra de alimentos. O programa prevê que a 
compra dos alimentos destinados à merenda escolar, deve respeitar as particularidades de cada 
região, buscando adequar a capacidade produtiva e os hábitos alimentares. O cardápio escolar 
deve ser elaborado por nutricionista habilitado e ser programado de modo a suprir, no mínimo 
30% das necessidades nutricionais diárias dos alunos das creches e escolas indígenas e das 
localizadas quilombolas, e 15% para os demais alunos matriculados em creches, pré-escolas e 
escolas do ensino fundamental. Os recursos disponíveis para o ano de 2007 são da ordem de R$ 
1,6 bilhão e distribuídos da seguinte forma: R$ 0,22 por aluno de creches públicas e 
filantrópicas, R$ 0,22 por estudante do ensino fundamental e da pré-escola e R$ 0,44 para os 
alunos das escolas indígenas e localizadas em comunidades quilombolas.33
Prevalência de Obesidade em Escolares
A comunidade acadêmica tem realizado pesquisas no sentido de analisar amostras 
de populações em idade escolar, na tentativa de alertar para a necessidade de políticas públicas 
que contemplem o tema da obesidade infantil e, neste sentido, eleger a escola como um espaço 
onde ações concretas possam ser desenvolvidas.19, 21
Alguns dos estudos realizados com escolares, além de analisarem dados de suas 
amostras, comparam seus resultados com outros já realizados, normalmente quando são 
utilizados métodos semelhantes de coleta, como o IMC por idade por exemplo. Ocorre que em 
certos casos as comparações são dificultadas por conta de fatores como: a faixa etária não ser 
204
compatível, a população analisada habitar outras regiões do país, ou ainda possuírem condições 
sócio-econômicas diferenciadas. 2,19, 20, 21 
Resultados de estudo obtidos em Feira de Santana – BA, em escolas públicas e 
privadas, com amostra de 699 crianças na faixa etária de cinco a nove anos, detectou prevalência 
de sobrepeso de 9,3% e de obesidade de 4,4%, sendo que nas escolas privadas os índices de 
prevalência foram maiores, 13,4% para sobrepeso e 7,0% para obesidade, enquanto que nas 
escolas públicas a prevalência foi de 6,5% e 2,75% (OLIVEIRA, A; CERQUEIRA, e 
OLIVEIRA, A.C.)2. Apresentando dados comparativos os pesquisadores comentam:
No Brasil, o panorama de prevalência crescente não é diferente, sendo que no inquérito 
Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde – PNDS, realizado em 1996, foi 
encontrado prevalência igual a 4,9%, e os inquéritos nacionais realizados nas décadas de 
70, 80 e 90 demonstraram crescimento de 3,6% para 7,6% no sexo feminino, na
população de quatro a cinco anos de idade. Foi relatada, em São Paulo, prevalência de 
2,5% de obesidade em crianças menores de 10 anos, entre as classes econômicas menos 
favorecidas, e de 10,6% no grupo mais favorecido. Em estudo realizado em escola de 
classe média/alta no nordeste Brasil, foram detectadas em crianças e adolescentes 
prevalências de 26,2% de sobrepeso e 8,5% de obesidade.2
COSTA, CINTRA e FISBERG19, realizaram estudo com amostra de 10.822 
crianças de ambos os sexos (7.983 matriculadas em escolas públicas e 2.839 em escolas 
particulares), na cidade de Santos – SP, na faixa etária entre 7 e 10 anos e encontraram 
prevalência de sobrepeso e obesidade de 15,7% e 18,0%, respectivamente. Entre os meninos 
verificaram índice de 14,8% para sobrepeso e 20,3% para obesidade. Já com as meninas os 
índices apurados foram de 16,6% para sobrepeso e 15,8% para obesidade. Fato este curioso, uma
vez que mostra índices de sobrepeso maior entre as meninas, e índices de obesidade maior entre 
os meninos. Na comparação entre escolas públicas e particulares verificaram que a prevalência, 
tanto de sobrepeso como de obesidade, foi maior nas escolas particulares.
LEÃO et al.20, encontraram prevalência de obesidade de 15,8% em amostra de 
387 escolares, entre 5 e 10 anos de idade, matriculados em de escolas públicas e particulares de 
Salvador – BA. A maior prevalência foi verificada nas escolas particulares, 30% contra 8,2 
205
% das escolas públicas. Na comparação entre os sexos as pesquisadoras observaram maior 
freqüência de obesos entre as meninas das escolas particulares (61,1% do total), enquanto que 
nas escolas públicas a freqüência é maior entre os meninos (58,7 % do total). 
Preconceito na Escola 
Os indivíduos com excesso de peso e obesidade sofrem com vários problemas 
causados pela situação ora apresentada, preconceito e discriminação, são um desses problemas e, 
porque não dizer, um dos mais difíceis de serem enfrentados. “Diante da fome e da desnutrição, 
o sentimento é de pena e mobilização comunitária, mas diante da obesidade, o sentimentoé de 
desprezo e de segregação social” (VIUNISKI).24 
Em artigo, baseado em revisão de bibliografia que trata do tema, os médicos 
psiquiatras, SEGAL, CARDEAL e CORDÁS9, ao citarem LAURENT-JACCARD & 
VANNOTTI e MORE et al., argumentam que:
Pessoas obesas são alvo de preconceito e discriminação em importantes países 
industrializados. Isto pode ser observado nas mais variadas e corriqueiras situações, 
como programas de televisão, revistas e piadas. Além ou por causa disso, são pessoas 
que cursam um menor número de anos na escola, que têm menor chance de serem 
aceitas em escolas e, posteriormente em empregos mais concorridos, que têm salários 
mais baixos, que têm menor chance de estarem envolvidas num relacionamento afetivo 
estável.
Ainda no mesmo artigo, agora citando STAFFIERI (1967), os pesquisadores 
comentam que quando instadas a escolher com quem preferiam brincar, crianças, inclusive 
aquelas com sobrepeso, preferiram como parceiros crianças com outras doenças e/ou problemas 
físicos, à crianças obesas. 
Pesquisas com este foco mostram claramente as dificuldades enfrentadas por 
pessoas que se encontram acima do peso. As afirmações chocam, parecem irreais, mas o 
preconceito e a discriminação fazem parte do cotidiano do grupo de indivíduos que está fora do 
padrão exigido pelo culto ao corpo magro, sejam eles crianças ou adultos.
Nas minhas vivências, ministrando aulas de Educação Física, tenho percebido 
206
que situações semelhantes às descritas pelos pesquisadores ocorrem com freqüência, desde as 
primeiras séries do ensino fundamental (1ª a 8ª séries) até o ensino médio. Em certos casos, de 
forma velada e as vezes de maneira explícita. Também é comum, normalmente sem intenção de 
discriminação, ocorrer dos alunos não obesos manifestarem sentimentos de “pena” em relação ao 
colega obeso, e, o que se nota, é um grande constrangimento da pessoa obesa que, quando 
percebe a situação, demonstra sinais claros de rejeição e baixa estima. 
 Ações Propostas para Combate à Obesidade Infantil
Diante das condições apresentadas ao longo deste estudo torna-se indispensável 
pensar em ações preventivas e/ou com enfoque de tratamento, que promovam a diminuição 
dos quadros de sobrepeso e obesidade infantil. A escola, como já mencionado anteriormente, 
não deve estar alheia à questão, tornando-se, apesar de todas as atribuições que já possui, um 
espaço legítimo no sentido de encontrar possibilidades de intervenção. 
COSTA, CINTRA e FISBERG 19, argumentando sobre necessidades de ações que 
a cidade de Santos – SP deveria encaminhar, por conta das prevalências totais de sobrepeso 
e obesidade encontradas em amostra de escolares (15,7% e 18,0%, respectivamente), 
recomendam que: 
Considerando a associação existente entre o excesso de gordura corporal e efeitos 
danosos à saúde, bem como com o aumento das causas de morbimortalidade, além do 
fato de a obesidade surgida na infância normalmente acompanhar os indivíduos até a
vida adulta , torna-se evidente a necessidade de ações preventivas desde as idades mais 
precoces. Nesse sentido, a escola deve ocupar papel de destaque tanto em relação à 
orientação de hábitos alimentares quanto à prática de exercícios físicos.
GALDINO27, considera que um passo inicial na tentativa de intervir em busca da 
diminuição dos índices de prevalência de sobrepeso e obesidade infantil, observada em estudo 
que realizou com pré-escolares (4 a 7 anos), na rede municipal de ensino da cidade de São Carlos 
– SP, seria a conscientização dos professores de Educação Física, visto que a rede conta com 
esses profissionais, sobre a necessidade de incentivar seus alunos a participarem de atividades 
207
físicas além das aulas. Esta medida, aliada à educação para a saúde, poderia estimular o aumento 
de gasto energético através das atividades físicas praticadas de maneira espontânea. 
Algumas experiências, que colocam a escola como co-responsável pela 
organização e execução de ações relacionadas a discussão sobre a questão da obesidade, vem 
sendo implementadas por órgãos de governo ligados à saúde e a educação. Uma dessas ações, 
promovida pelo governo do Estado de São Paulo é o “Programa Agita São Paulo” que, na 
tentativa de envolver as escolas da rede, chamando a atenção para a questão da saúde, elaborou 
um projeto específico para ser desenvolvido nas escolas, o “Agita Galera”. Este programa 
consiste em estabelecer uma data (toda última sexta-feira do mês de agosto) como marco para 
que as pessoas sejam estimuladas a praticar pelo menos 30 minutos de atividade física. À partir 
desta prática, que normalmente é realizada pelos alunos, sob a orientação de professores de 
Educação Física, espera-se que eles, os alunos, assumam papel de multiplicadores, incentivando 
seus familiares a iniciar-se na prática de atividades físicas. Juntamente com a questão da prática 
física, os professores dos demais componentes curriculares são “convocados” a participar, 
trabalhando de forma interdisciplinar, orientando e discutindo questões ligadas à importância da 
atividade física e à alimentação adequada para a boa saúde. Em linhas gerais o que o projeto 
pretende é promover mudanças de hábitos em busca de melhor qualidade de vida. O projeto 
também estabelece metas, através de ações pontuais, que ocorrem em um período próximo à data 
marco e, ações permanentes, que devem ocorrer durante todo o ano em ações pedagógicas mais 
abrangentes, que são avaliadas através de relatórios solicitados pela Secretaria de Educação.28 
Outros estudos apresentam modelos de atuação multiprofissional29,30 como sendo 
a estratégia mais indicada na atuação com indivíduos obesos. Esses programas consideram, 
levando-se em conta a multicasualidade da obesidade, que a possível solução para o problema 
encontra-se na atuação de vários profissionais da saúde, trabalhando em conjunto. Apesar desses 
estudos não apresentarem relação direta com crianças em ambiente escolar, pois são realizados 
em centros de estudos especializados, vejo como relevante o registro, pois podem servir como 
norteadores na elaboração de um programa escolar de combate à obesidade. 
DÂMASO, BOTERO e GUERRA29, propuseram modelo de intervenção com 
base em experiência realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), indicando que a 
elaboração de um programa “conciso e adequado”, está relacionada com a condição de espaço, 
de material disponível e o número de profissionais atuando. A elaboração das atividades do 
208
programa deve respeitar a atuação multiprofissional, sem hierarquias, e o profissional envolvido, 
por sua vez, precisa considerar que é importante:
Respeitar a individualidade do paciente, respeitar o quadro clínico e a gravidade de 
qualquer desordem que o paciente apresente (nutricional, metabólica, estrutural, 
psicológica, etc.), respeitar a fase de desenvolvimento motor (se o paciente tratado for 
uma criança), fisiológico e intelectual.
Segundo os pesquisadores, quanto maior o número de profissionais envolvidos, 
maior a chance de êxito no tratamento de obesos. Porém, estes consideram fundamentalmente,
além do médico que fará um possível tratamento medicamentoso ou cirúrgico, a presença do 
educador físico, do nutricionista e do psicólogo, formando o que chamam de “tripé de 
intervenção”. Vêem como importante também que “haja avaliações pertinentes ao estado geral 
de saúde do paciente para que o controle de informações sobre a evolução ou não no tratamento 
seja realizado”.
SOUSA30, apresenta as fases de implantação de uma forma de intervenção que 
denominou “Programa Multiprofissional de Tratamento, Não-Medicamentoso, da Obesidade”, 
elaborado pelo Núcleo de Estudos sobre a Obesidade e Exercícios Físicos (NEOBE),que está 
vinculado ao Centro de Pesquisas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). O 
programa seleciona os participantes/alunos, com direcionamento para obesos de grau II em 
diante e exige que esses apresentem uma série de exames médicos que os habilitem a participar 
do processo. Com duração de um semestre, o programa oferece ao aluno a possibilidade de 
rematricular-se, no caso de ainda permanecer com grau de obesidade II ou mais. Partindo do 
princípio que, para se trabalhar com uma doença multifatorial e complexa como é a obesidade, o 
programa julga necessário uma equipe de trabalho multiprofissional. Fazem parte da estratégia 
utilizada no trabalho, a orientação nutricional e a orientação para a prática física adequada, 
buscando nos dois casos a mudança de hábitos. Os estudos orientados pelo NEOBE, buscam 
basicamente a diminuição da proporção de gordura corporal através da orientação para mudanças 
de estilo de vida e, também, entender as dificuldades que as pessoas obesas enfrentam no seu dia 
– a – dia, buscando, neste caso, estratégias para emagrecimento através de tratamento não-
209
medicamentoso.
Diferente das situações anteriores apresentadas, há trabalhos que apesar de não 
apresentarem propostas propriamente distas de estratégias de combate à obesidade, buscam 
estimular a reflexão para um conceito de saúde de mais abrangente. 
CASTELLANI e CARVALHO35 relatam a aproximação do Ministério da Saúde 
(MS) e Ministério do Esporte (ME), na tentativa de elaborar políticas públicas voltadas para a 
construção de um processo que chamaram de “ressignificação de práticas sociais, nas suas 
relações com a política de promoção da saúde”. Comentam das dificuldades de interagir com 
setores historicamente dissociados, por conta da visão/compreensão, por parte de integrantes do 
MS, dos conceitos de “esporte” e “laser”, vinculados, respectivamente, à idéia de rendimento e 
passatempo. Mas contudo conseguiram, em determinado momento, repensar a idéia de prática 
física, associada à alimentação e nutrição, com objetivo de gastar calorias, de fazer atividade 
física pelo “fazer”. Porém, ressaltam que: 
Apesar de todo esse esforço interministerial, de constituir uma ação diretiva, coerente e 
legítima no que se refere ao Esporte, Lazer e Saúde, prevalece ainda a idéia da atividade 
física associada à saúde que, por sua vez, remete aos temas da redução dos fatores de 
risco (tabaco, alimentação não saudável e sedentarismo) das doenças crônicas não 
transmissíveis (tabagismo, diabetes, câncer, doença cardiovascular e hipertensão), da 
prevenção e controle das doenças por meio de estratégias do tipo “marketing” social, 
campanhas, vigilância, monitoramento, entre outras, da vulnerabilidade coletiva e a do 
mercado da cura.
Essa compreensão funciona na lógica da biomedicina, da medicina de risco, que busca 
saídas instaurando a cultura do medo. É nesse sentido, que o discurso voltado para os 
“hábitos saudáveis” – alimentação, atividade física – encontra respaldo. 
COQUEIRO, NERY E CRUZ36 tratando tema saúde, apresentam o Programa de 
Saúde a Família (PSF), discutindo a inserção do professor de Educação Física no programa. Ao 
argumentar sobre a importância da atividade física como promotor de saúde, observam que 
poucos profissionais de Educação Física atuam diretamente em um contexto específico de saúde 
pública, diferentemente de fisioterapeutas, médicos e enfermeiros. Consideram que esse fato 
inviabiliza o acesso de grande parte da população aos serviços do profissional de Educação 
Física (limitado às pessoas que podem e/ou se propõem a pagar) e vislumbram sua inserção no 
PSF como uma “alternativa de (re) orientação do modelo de atenção à saúde”. Ao apresentar o 
210
PSF argumentam que:
O PSF caracteriza-se como uma estratégia que possibilita a integração e promove a 
organização das atividades de atenção à saúde, em uma determinada área de 
abrangência, na tentativa de propiciar o enfrentamento e resolução dos problemas 
identificados (BRASIL, 1997). Propõe-se a trabalhar com o princípio da vigilância à 
saúde, apresentando uma característica de intervenção inter e multidisciplinar. 
Ainda como proposta de saúde pública, podemos atentar para o plano de gestão do 
Sistema Único de Saúde (SUS), da cidade de São Carlos – SP, apresentado por OLIVEIRA M. 
S.37, onde é mostrado que uma das suas atribuições refere-se à “Educação Permanente para a 
Saúde”. Nesse sentido entendo como possível estabelecer parcerias entre o órgão e unidades 
escolares, para atender demandas existentes, e, a obesidade infantil pode ser dos temas a ser 
discutidos.
Ação proposta para uma escola da rede pública estadual
No transcorrer deste estudo encontrei inúmeros trabalhos que apresentam os 
problemas enfrentados pelas crianças obesas, indicadores de possíveis causas da obesidade, 
números relativos à prevalência e prognósticos que apontam para o crescente aumento do 
numero de casos. Mas, diferente do que imaginava, não encontrei na literatura trabalhos 
especificamente desenvolvidos em ambiente escolar que tivessem o foco direcionado para a 
solução ou diminuição dos problemas. As pesquisas relativas a escolares atentam-se para a coleta 
de dados epidemiológicos, entretanto, pecam em não se aprofundar na questão, ao não buscarem 
desenvolver os encaminhamentos que poderiam reverter a situação epidemiológica, visto que 
existe, por parte da comunidade acadêmica e órgãos ligados à saúde e educação, um consenso 
que apresenta a escola como o espaço ideal para a discussão.
Neste sentido atrevo-me a pensar em uma proposta de ação educativa, a ser 
elaborada e desenvolvida com alunos de 3ª série do ensino fundamental de uma escola pública da 
211
Rede Estadual, situada na área central da cidade de São Carlos - SP. Por conta da frustração de 
não encontrar tais estudos, da necessidade urgente das crianças, do incentivo de amigos ligados à 
Educação Física e, tomando como base minha vivência como educador, sinto-me desafiado e 
estimulado a pensar nesta ação.
Na busca de estratégias que possam levar esses alunos à mudanças de hábitos de 
vida, que possam permitir diminuição dos casos de sobrepeso e obesidade e por outro lado, 
prevenir novos, entendo que as medidas propostas a seguir são possíveis e importantes, 
considerando-as como um primeiro passo a ser dado dentro da escola.
Envolvendo as pessoas que circulam pela escola
Reunir o maior número de pessoas em torno da elaboração e execução das ações 
dessa proposta pode contribuir com resultados positivos. Para tanto uma reunião com os atores 
envolvidos no processo educacional (direção, pessoal de apoio, professores, familiares e 
representantes dos alunos), para apresentação das intenções do projeto, parece ser uma 
importante ação a ser organizada. A partir desta reunião poderão surgir idéias de como o projeto 
pode ser melhor organizado e implementado e, espera-se também, que sua inclusão no Projeto 
Político Pedagógico da escola, possa ser votada e, se acolhida, possa possibilitar sua 
continuidade.
O levantamento de dados epidemiológicos (IMC dos alunos), como forma de 
conhecer os números que representam a obesidade infantil na unidade escolar, deve anteceder a 
reunião e esses dados podem ser apresentados juntamente com um resumo das prováveis causas 
e problemas decorrentes da obesidade, já tratados durante este estudo. Entendo que esta 
apresentação pode sensibilizar um número grande de pessoas no intuito de engajar-se no projeto. 
Vejo como válido esclarecer a todos que não só aqueles que já enfrentam o problema podem ser 
beneficiados, mas também outros, que poderão conhecer e aprender sobre possibilidades de 
tratamento, ações preventivas e seus benefícios futuros.O trabalho de intervenção na escola seria potencializado se fosse possível contar 
com a participação de outros profissionais (médico, nutricionista, psicólogo), assunto este que 
212
deve ser tratado nesta reunião, com objetivo de esclarecer sua importância e também pensando 
na possibilidade de “conquistar” voluntários entre os presentes, ou alguém que eles conheçam, 
que possam fazer parte da equipe gestora das ações do projeto.
Essa primeira reunião, e outras que possam se seguir, podem ser norteadas por 
idéias pensadas anteriormente, no sentido de mostrar que algumas ações podem ser realizadas e 
que, à partir dessas, outras podem surgir. Ações de caráter educativo/preventivo, podem ser 
discutidas e implementadas como um tema transversal, fazendo parte do bloco de conteúdos 
desenvolvidos na grade curricular, procurando atingir o maior número de alunos e por extensão 
seus familiares.
Algumas possibilidades de ações a serem colocadas para a discussão e 
implantação na escola, devem percorrer caminhos que passam pela busca do aumento do nível de 
atividade física, pela reeducação alimentar e pela avaliação do processo. Os alunos devem ser 
informados que a escola irá incluir no seu currículo a questão da obesidade infantil e que um 
projeto será desenvolvido neste sentido, esclarecendo a todos os objetivos desse trabalho. 
Espera-se que com este entendimento os alunos se sintam valorizados e estimulados por fazerem 
parte de “algo maior”, encontrando significado nas ações que se seguirão.
Aumentando o nível de atividade física
A busca do aumento do nível de atividade física, principalmente daqueles alunos 
com hábitos considerados sedentários precisa fazer parte de um projeto que pretende discutir a 
obesidade infantil. Ações como as descritas abaixo podem contribuir para alcançar objetivos 
relacionados a diminuição dos índices encontrados na unidade escolar. 
 Uma possibilidade viável, e que atende a legislação da rede Estadual do Estado de São Paulo, 
é a organização de uma turma de treinamento. Neste caso específico poderia ser montada 
uma turma de Atividades Curriculares Desportivas (ACD), em uma modalidade do interesse 
dos alunos dos alunos. A inclusão na turma seria aberta aos alunos com peso normal e alunos 
acima do peso, possibilitando o aumento do gasto calórico através de atividades físicas 
orientadas. Esta carga horária pode ser acrescida de até três aulas semanais, além das duas de 
213
Educação Física Escolar, que já existem e são oferecidas em horário contrário ao regular.
 Outra maneira que pode ser pensada para oferecer atividades físicas complementares, é a 
possibilidade de parcerias com entidades ou profissionais que queiram engajar-se como 
voluntários no projeto. As faculdades de Educação Física da cidade e região podem ser 
parceiras através de trabalhos de intervenção de pesquisas de graduação e pós- graduação. 
 Ainda como forma de aumentar o gasto calórico, principalmente daqueles alunos 
considerados sedentários, pode-se pensar no incentivo à participação em atividades físicas 
fora do horário escolar, em outros ambientes que não a unidade escolar, estimulando a 
mudanças de hábitos. Para tal é preciso que seus responsáveis sejam envolvidos 
(convencidos), a lhes possibilitar esta prática. Mas é importante que exista por parte da 
equipe gestora do projeto um acompanhamento dessas ações, através de uma ficha de 
avaliação, por exemplo. 
Hábitos alimentares saudáveis: algumas possibilidades de ações educativas
Como estratégia de levar os alunos a compreender as questões relacionadas ao 
alimento e suas contribuições positivas e negativas para a qualidade de vida, eu entendo que é 
possível utilizar-se de duas estratégias que se integram e se completam. Uma seria a 
apresentação propriamente dita dos conteúdos relativos à questão e outra onde os alunos teriam a 
oportunidade de expor, e estarem expostos, aos conhecimentos adquiridos, neste caso uma 
“gincana do conhecimento” parece ser interessante. 
I. Expondo os conteúdos:
No processo de apresentação dos conteúdos, em um determinado período (... 
mensal, bimestral), os alunos serão expostos a variados conteúdos que tratam da questão da 
qualidade dos alimentos, sua importância no desenvolvimento e a relação com ganho de peso. O 
desenvolvimento dos conteúdos pode ocorrer de forma transversal, incorporado ao processo de 
alfabetização. Pode fazer parte também desse processo o convite de profissionais como o 
médico, o nutricionista e psicólogo, ministrando palestras para a comunidade escolar e seus 
214
familiares. A utilização de diferentes mídias (... filmes, documentários, propagandas, pesquisas a 
internet) deve também fazer parte desta etapa do projeto, como estratégia de apresentação dos 
conteúdos. Outras formas de apresentação desses conteúdos podem ser utilizadas como por 
exemplo:
 A merenda escolar, como visto anteriormente pode ser um horário/espaço pedagógico, então 
a organização de visitas à cozinha da escola e a manipulação dos alimentos, ajudando na 
elaboração do prado do dia, uma salada de frutas por exemplo, pode ser uma maneira 
estimulante de discutir a questão da alimentação, onde os alunos serão convidados a brincar 
de “chefe de cozinha”;
 Outra maneira de trabalhar com esses conteúdos pode ser a organização de um “piquenique”. 
Este piquenique pode ser realizado em dois momentos, um em que os alunos ficam livres 
para trazer qualquer tipo de alimento e outro, em outra data, onde o professor irá direcionar, 
estabelecendo quais alimentos podem fazer parte do cardápio. Nos dois momentos é preciso 
analisar a composição nutricional na busca de entender as diferenças entre os variados tipos 
de alimento e bebidas, fazendo uma “ponte”, que possibilite a compreensão de conceitos de 
alimentação adequada.
II. Gincana, momento de expor e ser exposto
A escolha da gincana como estratégia pedagógica pode ser entendido como mais 
um momento de aprendizado e também como avaliação para possíveis retomadas e/ou alterações 
na forma de apresentação dos conteúdos. A estruturação da gincana deve estar a cargo de uma 
comissão organizadora composta por professores, alunos, coordenador pedagógico, direção, 
pessoal de apoio escolar e por representantes de familiares. Todos devem ser ouvidos no tocante 
a escolha das provas e a forma de pontuação, e como sugestão para o início dos trabalhos 
proponho algumas:
 Prova de conhecimento específico, perguntas e respostas, sobre alimentação adequada;
 Prova do tipo “faça o prato ideal”, na falta de alimentos pode-se utilizar fotos;
 Produção de propagandas (. . . brincar de publicitário), onde os produtos anunciados devem 
215
ser bebidas saudáveis, alimentos que componham uma alimentação balanceada, e tratando de 
seus benefícios e criando um apelo ao seu consumo;
 Outra prova interessante é a organização e apresentação de pequenas peças de teatro tratando 
da questão da alimentação considerada adequada;
 A música e a dança são argumentos interessantes que podem ser utilizados como prova. 
Apresentações de paródias musicais e pequenas coreografias tratando da questão do alimento 
podem também contribuir para o aprendizado, além de ser muito divertido e estimular a 
criatividade dos alunos;
 Dia da fruta. Pontuação para o aluno que trouxer, e consumir, frutas no horário do lanche 
(alunos de outras turmas podem ser parceiros na fiscalização);
 Dia do suco. Pontuação para o aluno que neste dia, na escola e em casa, não consumir em 
refrigerantes, trocando-os por suco. Se o suco não tiver a adição de açúcar a pontuação será 
dobrada (o familiar responsável manda um bilhete contando a façanha do filho);
 Dia de experimentar. Pontuação para o aluno que incluir emseu cardápio, de forma 
espontânea, um alimento que nunca havia experimentado (. . . verduras, legumes, frutas), 
com o familiar responsável fazendo este controle e dando seu depoimento por escrito;
 Dia da receita. Pontuação para os alunos que trouxerem receitas consideradas saudáveis 
(julgadas por uma comissão previamente definida), que posteriormente podem fazer parte de 
um livro de receitas; 
 Pontuação para o aluno que visitar o nutricionista e, outra maior, para quem seguir as 
orientações;
 Pontuação para a turma do aluno que conseguir uma palestra de um profissional da saúde que 
venha tratar da questão da obesidade infantil;
 A participação em um programa de atividade física fora do horário escolar, também pode ser 
incluída como forma de pontuação dentro da gincana, buscando neste caso, incentivar alunos 
com hábitos sedentários a iniciar-se na prática (seu responsável atesta sua participação).
III. Avaliação, verificando resultados
A avaliação da implementação e execução do projeto no ambiente escolar deve 
contemplar itens que permitam identificar avanços e retrocessos, com vistas a continuidade e/ou 
216
alteração das estratégias pedagógicas. Neste sentido algumas possibilidades de avaliação podem 
ser propostas, como por exemplo:
 Produção e exposição de painéis com textos, desenhos, fotos que possam refletir o 
conhecimento adquirido durante o desenvolvimento da proposta;
 Depoimentos que permitam verificar possíveis alterações comportamentais, no tocante à 
prática física e hábitos alimentares;
 Acompanhamento através de fichas de avaliação, principalmente dos alunos considerados 
com peso acima do ideal; 
 Verificação de alterações dos índices totais de prevalência de sobrepeso e obesidade;
 Auto avaliação, por parte dos alunos envolvidos;
 Auto avaliação, por parte dos profissionais atuantes, analisando sua participação e também o 
desenvolvimento do projeto como um todo. 
Considerações Finais
Quando se define obesidade e obesidade infantil como uma doença com causas 
multifatoriais1, já é possível perceber que existem dificuldades em estabelecer estratégias de 
busca da solução dos problemas. No Brasil existe uma escassez de estudos que tratem da questão 
e a maioria das pesquisas realizadas tem sua ênfase no sentido de conhecer a realidade de uma 
determinada população, ou seja, buscam definir a prevalência de obesidade e comparar dados 
com outros estudos13, 14, 15, 19. O que se nota, além dessa escassez, é que poucos desses estudos 
trabalham na perspectiva de realizar intervenções de combate à obesidade, o que seria 
importante, pois além de possibilitar mudanças positivas na vida de obesos, tais ações poderiam 
servir de parâmetro para outros profissionais e/ou instituições que buscam objetivos semelhantes.
Se levarmos em conta, e deveríamos fazê-lo, que cerca de 40% da população 
brasileira está acima do peso7 e que 16,7% % das crianças e adolescentes já enfrentam o 
problema 8, com grandes possibilidades se tornarem adultos obesos 6, 12, 24, considero lógico 
pensar que atitudes que conduzam a diminuição desses índices devam ser tomadas, se possível 
com urgência. 
217
O caráter multifatorial apontado por vários estudos quando se propõem a explicar 
a etiologia da obesidade, permite concluir que recomenda-se uma atuação multiprofissional 
para os encaminhamentos que buscam a prevenção e/ou tratamento. Faz-se necessário nesse 
processo as presenças do médico, do psicólogo, do professor de Educação Física e do 
nutricionista na composição da equipe de trabalho. As ações em conjunto desses profissionais 
em parceria com centros de pesquisa que, tenham como meta, não apenas conhecer as 
realidades, mas também promover intervenções na tentativa de alterar cenários encontrados, 
parece um caminho viável a ser seguido.
A escola, apesar das atribuições que já possui, emerge como o local/espaço 
legitimo para que tais ações/intervenções sejam desenvolvidas, pois é lá que se encontra a 
clientela carente dessa atenção. O professor de Educação Física é o profissional, por conta do 
conhecimento adquirido pela “Área” em que atua, que poderia fomentar a discussão e a busca de 
parcerias com instituições (órgãos de governo e centros de pesquisa) com condições de viabilizar 
projetos/pesquisas nesse sentido. O Programa Saúde da Família (PSF), ao inserir o Professor de 
Educação Física em grupo de trabalho, reconhece essa importância. 
Quando tais projetos (investigação, prevenção e tratamento), não forem possíveis 
no interior do espaço ou no tempo que os alunos freqüentam o ambiente escolar, mesmo assim, 
entendo como necessário que a escola não fique alheia à questão, propiciando encaminhamentos 
e estando atenta aos progressos de seus alunos. 
Apesar da literatura não oferecer parâmetros que possam nortear essas ações na 
escola, eu vejo como necessário que se busque caminhos para diminuição dos problemas ora 
apresentados. Neste sentido, e, à titulo de um primeiro passo, elaborei uma proposta para ser 
discutida com a comunidade escolar, com intenção de despertar nos atores do processo 
educacional um sentimento que os estimule a buscar as soluções, que não são fáceis, mas 
também não são impossíveis. Entendo que minha vivência na escola permite, e me incentiva, a 
pensar nessas ações que, oportunamente, serão implementadas na escola onde leciono.
A possibilidade de contato com a literatura que este estudo proporcionou me faz 
acreditar que os profissionais da saúde, os centros de pesquisa, os órgãos de governo devem 
empenhar-se na “luta” contra obesidade infantil, assumindo todos o seu papel, sem contudo 
pensar em hierarquias de responsabilidades cabendo à escola, a possibilidade da busca de 
iniciativas. 
218
Finalizando vejo que a obesidade infantil não se resume a números (indicadores 
de prevalência), ela tem nomes, tem rostos e um “corpinho gordo”. Acredito também que as 
tentativas (necessárias) de desenvolvimento de ações para alterar esses quadros, vão implicar em 
muitos acertos e, possivelmente em erros, mas com certeza em grande aprendizado para todos.
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