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MODELO DA VERSÃO PARCIAL DO PROJETO DE ENSINO:INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA COMO CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A OBESIDADE INFANTIL
Autor: Jaynara Lunardi
Orientador: Talita Santos Cornério
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Educação Física (LEF199) – Projeto de Ensino 
31/03/2020
1 INTRODUÇÃO
A obesidade infantil está aumento cada vez mais. Diversos fatores fazem com que os números de obesos aumentam
 com o passar dos anos. Nos dias atuais com a “falta de tempo” dos pais e interesse dos alunos na prática de atividade física é um dos fatores para o aumento deste número. A maioria das crianças ficam isoladas dentro de casa jogando seus jogos em computadores e celulares e se alimentando de forma inadequada.
Os órgãos nacionais
 de saúde deparam-se hoje com uma situação na qual tem a Obesidade como um dos principais vilões da Saúde Pública e que eleva a cada ano as estatísticas de doenças como Hipertensão, Diabetes, Cardiopatias, Doenças Ortopédicas, entre outras, situação adversa da enfrentada nas últimas décadas em que buscava-se acabar com a desnutrição, encontrada principalmente nas regiões mais pobres.
Segundo Colaço (2008) a promoção da saúde no âmbito escolar poderá estar incluída na proposta político-pedagógica das escolas, já que esta
 tem papel relevante em relação à educação da personalidade e, como consequência, no estilo de vida das pessoas. Neste sentido, faz-se necessário proporcionar às crianças a aquisição de conhecimentos e estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos.
Sendo assim, a Educação Física escolar é uma grande aliada para a prevenção e o tratamento da obesidade. Através do professor de Educação Física poderá passar formas de prevenção e tratamentos
 com atividades recreativas que estimulam o interessem dos alunos, podendo inclusive adaptar as aulas conforme a necessidade de cada um.
Nesta perspectiva, por ser um assunto tão atual e decorrente nas escolas o tema deste projeto de ensino é sobre a Educação Física na escola como conscientização sobre a obesidade infantil. A
 justificativa sobre este tema foi devido ao período dos estágios obrigatórios da graduação onde observou-se um grande número de crianças acima de peso. 
Com isso este projeto de ensino se torna um referencial
 para que o profissional de educação física crie métodos de aprendizagem que favoreçam a realização de aulas prazerosas e lúdicas, garantindo não só a qualidade de vida, mas também o desenvolvimento motor, socioafetivo e cognitivo dos educandos. Somando-se ao exposto, é preciso uma interação da escola no sentido de orientar e informar não só os alunos, mas a família sobre essa doença, para que busquem uma reeducação de forma saudável pata que todos que participam efetivamente da vida da criança. O trabalho descrito foi feito no intuito de responder ao seguinte problema da pesquisa: como o professor de Educação Física lida em suas aulas com o seu papel frente à prevenção da obesidade infantil?
Neste sentido, o estudo tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre as características da obesidade infantil e possibilitar a percepção dos professores de Educação Física acerca de sua importância na prevenção da obesidade infantil, possibilitando assim uma reflexão de suas práticas pedagógicas.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A PROMOÇÃO DA SAÚDE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
É necessário que o professor de Educação Física domine conteúdos voltados para saúde e a qualidade de vida, suas variáveis e sua contextualização em suas aulas na escola
.
A partir de meados da década de 1990, Darido (2003) sugeriu a existência de uma proposta para a Educação Física escolar voltada para a saúde, denominando-a de “Saúde Renovada
”. Em meio a isso, emergiu-se um questionamento de como trabalhar esta proposta em escolas públicas municipais, oriundo de uma necessidade reflexiva sobre como os professores de Educação Física têm trabalhado saúde enquanto temática nas suas atividades pedagógicas, bem como a articulação entre a educação para a saúde e a programação do conjunto dos conteúdos escolares durante o período da escolarização formal.
Segundo Hoffman (2002) são tarefas da Educação Física escolar, entre seus objetivos, tornar o aluno capaz de dominar um grande repertório de movimentos, exibir um estilo de vida ativo, e utilizar a atividade física como: a) fator de preservação da saúde física e mental; b) fonte de prazer, autoestima e interação social; c) promotora de ação com responsabilidade social e de compreensão e respeito pelas diferenças individuais. Nesse processo, exige-se o envolvimento de componentes da aptidão física e capacidade funcional para o desenvolvimento de tais competências.
O grande objetivo da Educação Física Escolar, segundo Ferreira (2001, p. 08 ), é “habilitar os alunos a praticar o exercício físico e o desporto e a compreender os determinantes fisiológicos, biomecânicos, sócio político-econômicos e culturais dessa prática”. Dessa forma, ela estará contribuindo para a ampliação do entendimento do binômio exercício-saúde, para a construção de estilos de vida ativa e para uma sociedade mais justa e igualitária.
 Torna-se necessário saber estruturar e avaliar um programa de exercícios para si próprio, e isso não serão possíveis se não formos capazes de compreender a escassez de espaços públicos para a prática de exercícios, o acesso diferenciado das classes sociais a determinados desportos e a falta de tempo da classe trabalhadora para a prática desportiva. Esse indivíduo não possuiria autonomia para praticar e compreender o exercício e o desporto no seu dia-a-dia. (FERREIRA, 2001).
A Educação Física escolar, de acordo com Santos, Carvalho e Garcia Júnior (2007), não deve se limitar aos conteúdos relacionados aos esportes, mas também objetivar a conscientização por parte do discente dos hábitos benéficos à sua saúde, além de proporcionar aos mesmos o prazer, a autoconfiança e a compreensão quanto aos seus deveres e direitos como cidadão. Esta abordagem busca a conscientização por parte dos alunos acerca dos benefícios em se praticar alguma atividade física.
 É relevante que as aulas de Educação Física se transformem num momento em que se perde a exclusividade da prática esportiva em detrimento de se objetivar o alcance de metas em termos de promoção da saúde, por intermédio da seleção, organização e desenvolvimento de experiências que propiciem aos alunos não apenas situações que os tornem crianças e jovens mais ativos fisicamente, mas que os conduzam a optarem por um estilo de vida ativo também quando adultos (DARIDO, 2012).
Nesse sentido, de acordo com o pensamento de Nahas (2006) e Guedes (1999) a saúde é um dos temas poucos explorados pelos professores. Embora que compete a estes educadores o dever de ensinar e tentar fazer com que os alunos possam se tornar pessoas ativas, apresentando atitudes favoráveis à sua saúde, como condutas, comportamentos e hábitos saudáveis para suas vidas e da comunidade onde estão inseridos. Além disso, conforme advogam Valença Neto et al., (2012) existe o reconhecimento do ambiente escolar como ideal para traçar discussões que nos levem a refletir a respeito da importância de se manter saudável, bem como à adoção de um estilo de vida ativa.
Com o mesmo pensamento, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), apresentam a escola como um espaço privilegiado para se trabalhar a educação e saúde numa perspectiva de promover à saúde.
Educação e saúde estão intimamente relacionadas e, em especial, a educação para a Saúde é resultante da confluência desses dois fenômenos. A despeito de que educar para a saúde seja responsabilidade de muitas outras instâncias, em especial dos próprios serviços de saúde, a escola ainda é a instituição que, privilegiadamente, pode se transformar num espaço genuíno de promoção da saúde. (BRASIL, PCN, 2000, p. 34).
Os professores de Educação Física deveriam assumir um novo papel diante da estrutura educacional
, procurando adotar em suas aulas não só uma prática voltadaa jogos e esportes, mas também, incorporada a pedagogia da Educação Física Escolar conteúdos que possam levar os escolares a tornarem-se aptos fisicamente. A relevância no conhecimento teórico, e prática de atividade física nos programas de Educação Física direcionados à saúde podem levar os educandos, posteriormente na idade adulta e terceira idade, a uma autonomia para gerenciar a própria vida em estar organizando seu tempo para prática de exercícios físicos, assegurando bons índices de aptidão física por toda a vida. (GUEDES, 1994).
Independentemente da idade cronológica, o escolar deve ser estimulado a buscar um ótimo nível de qualidade de vida, que “depende de um grande número de fatores, por exemplo segurança, trabalho, moradia, saneamento básico, educação, e onde a atividade física e alimentação saudável representa apenas um desses fatores (GOBBI, VILLAR & ZAGO, 2005).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2018), as escolas que contribuem para a promoção de saúde dos escolares são aquelas que conseguem ter uma visão ampla de todos os aspectos da escola, envolvendo um ambiente saudável, concedendo importância à estética o entorno físico da escola, participação efetiva dos alunos nas diferentes áreas curriculares, a valorização da autoestima, da autoconfiança pessoal. Todos estes aspectos são fundamentais para promover a saúde, gerando mudanças de atitudes e hábitos de vida saudáveis.
A saúde deve estar incluída na proposta política pedagógica da escola, envolvendo a estrutura escolar e parcerias no desenvolvimento de ações integradas com diversos assuntos que englobam a educação, a saúde, o meio ambiente, o trabalho, a cultura, a música, a Educação Física, a alimentação saudável, a moradia, dentre outros assuntos correlatos à saúde, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como meta a construção de novos pensamentos relativos à temática. (SANTANA, 2016).
Da mesma forma, a promoção da saúde no ambiente escolar se torna essencial para o desenvolvimento integral da cidadania, a qual permeia a segurança, a educação, a justiça e a equidade. (LIBERAL, 2005). Pois, nos últimos 20 anos a promoção da saúde vem sendo entendida como uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e seus entornos.
Em meio a isso, associando a promoção da saúde ao âmbito escolar, segundo Santana (2016), é possível compreender que a prática de atividades corporais, presentes na disciplina de Educação Física escolar, ou que, segundo alguns estudos, a atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde da criança, podendo lhe tornar em um adulto ativo, assim como a prevenção da obesidade, hipertensão, sedentarismo e entre outras enfermidades. Da mesma maneira que, dentro da escola, a Saúde e a Educação deverão oferecer à criança e ao adolescente uma ideia que lhes confira proteção contra a dependência química, o risco de câncer, acidentes e violência, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez e doenças crônicas.
Desta forma, é neste cenário que se compreende a importância da inserção do professor de Educação Física como agente fundamental na educação e saúde, pois, de acordo com Pitanga (2002) a Educação Física é uma ciência que nas últimas décadas vem se estruturando, conseguindo se configurar como uma importante área de estudos e pesquisa. E uma de suas subáreas que cada vez mais vem ganhando destaque, nos últimos vinte anos, é a de atividade física e promoção da saúde.
Nesse sentido, ressalta-se que:
Os professores de educação física devem incorporar uma nova postura frente à estrutura educacional, procurando proporcionar em suas aulas, não mais uma visão exclusiva a pratica de atividades esportivas e recreativas, mas também, alcançarem metas voltadas à educação para a saúde, mediante seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos alunos não apenas situações que os tornem crianças e adolescentes ativos fisicamente, mas, sobretudo que os conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao longo de toda a vida. (PITANGA, 2002, p. 23).
Ademais, a Educação Física deve ser vista como uma cadeia de experiências, da mesma forma que em outras disciplinas, onde os conteúdos devem ter uma sequência lógica para que possam manter o entusiasmo e o interesse dos alunos. (NAHAS, 2006).
Corroborando com essa ideia, há o entendimento de que os conteúdos a serem apreendidos nas aulas devem estar atrelados com a vida dos alunos, para que estes sejam capazes de realizar conexões e reflexões do que aprendem com sua rotina, ficando, assim, mais fácil e prazeroso participar das aulas.
2.2 OBESIDADE INFANTIL: UMA REALIDADE NOS DIAS ATUAIS
Segundo Costa e Oliveira (2016) a obesidade durante a fase infantil já é considerada um grande problema de saúde pública. Esta patologia eleva os índices de morbidade e mortalidade entre as crianças, bem como revela doenças crônicas como intolerância à glicose, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, problemas nas articulações, dentre outras.
Sobre o conceito de Obesidade Gomes e Amaral (2012, p.73) descrevem:
A obesidade é uma condição clínica definida como o depósito exacerbado de gordura no corpo, o que causa danos à saúde. É uma doença hereditária com múltiplas causas, onde incidem fatores ambientais, psicossociais, culturais, alimentares, genéticos, hormonais e metabólicos. “É a acumulação de gordura para além da necessária ao equilíbrio funcional e morfológico do organismo saudável. 
Pode-se afirmar que a obesidade infantil depende de dois fatores. O primeiro é o fator genético (endógeno), formado pelo conjunto de genes herdados através dos pais. Mesmo que os genitores não sejam obesos, sua prole pode carregar esta carga genética. Quanto menos idade tiver e mais pesada for a criança, terá uma maior probabilidade de ter estas especificidades genéticas. (IZIDORO e PARREIRA, 2010).
Os autores ainda analisam que o segundo aspecto é a influência do meio ambiente (fator exógeno). As crianças que ficam muito em casa, atentas a TV e videogames, vivem na verdade uma vida sedentária, o que contribui muito para a obesidade infantil. (IZIDORO E PARREIRA, 2010).
Além do mais, o estilo de vida e os fatores nutricionais, como escolha dos alimentos, bem como quantidades e frequência que são ingeridos, são os aspectos mais determinantes para o quadro da obesidade infantil. Conforme diversos estudos na área, atualmente são evidentes o baixo consumo de verduras, legumes e frutas e o aumento no consumo de açúcar refinado e refrigerante. A substituição de refeições balanceadas por lanches rápidos, com valores nutricionais inadequados agrava muito também este quadro. (SOARES et. al., 2012).
 Muitas crianças com excesso de peso apresentam alterações nos níveis de colesterol e triglicérides, intolerância à glicose, apneia do sono, diabetes, distúrbios metabólicos, problemas respiratórios e ortopédicos, doenças pelo excesso de gordura no fígado, além disso, pode se tornar um adulto obeso. As consequências da obesidade podem ser sérias nos impactos em relação aos problemas psicossociais, depressão, ansiedade, isolamento social e autoestima, sendo consequências do “bullying ”discriminação e de brincadeiras de mau gosto (PIMENTA, 2013).
Segundo Rosaneli et al., (2012 p. 14) “a Organização Mundial de Saúde divulgou que a obesidade infantil é considerada um dos problemas de saúde pública mais graves do século XXI”. 
Em 2017, pesquisadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com o Imperial College de Londres, conduziram um estudo epidemiológico e descobriram que o percentual de crianças e adolescentes obesos aumentou oito vezes em quatro décadas. A OMS coletou dados de 31,5 milhões de pessoas na faixa etária de 5 a 19 anos em 200 países. Com um histórico começando em 1975, os pesquisadores avaliaram, ano a ano, a evolução do ganho de peso. Há quatro décadas, as curvas jamais deixaram de ascender em todo o globo. De 2000 para cá, os países desenvolvidos - incluindo os Estados Unidos - começaram a reduziro ritmo de crescimento, embora a incidência da obesidade entre jovens continue aumentando. Ao mesmo tempo, na América Latina, o problema ainda está muito acelerado. Nas últimas quatro décadas, o número de crianças e adolescentes de até 17 anos com sobrepeso aumentou em 10 vezes. (GUILDEN e MASSUDA, 2019 p. 03).
Os autores ainda divulgam que no Brasil, 13% dos meninos e 10% das meninas entre 5 e 19 anos sofrem com obesidade ou sobrepeso. Os dados do Ministério da Saúde se juntam a informações de todos os lugares do mundo: o assunto é tratado como epidemia e, para combatê-la, a palavra de ordem é disciplina. (GUILDEN e MASSUDA, 2019).
A avaliação do peso (estado nutricional) em crianças e adolescentes é feita pela análise do IMC. Segundo o Ministério da Sáude do Brasil (2017), em crianças e adolescentes, a avaliação do estado nutricional leva em conta um conjunto maior de parâmetros. Além da análise do IMC, feita de acordo com a idade, leva-se em conta outros fatores, como estatura para idade, peso em relação à estatura e o peso em relação à idade. Esses fatores devem ser considerados conforme a faixa etária, assim como ocorre com a tabela de classificação do IMC para esse grupo. (BRASIL, 2017).
A avaliação do peso em crianças menores de 10 anos é mais complexa, pois utiliza indicadores diferentes para subgrupos diferentes (0 a 2 anos, 2 a 5 anos e 5 a 10 anos). (BRASIL, 2017).
O peso da criança é aferido segundo métodos preconizados e registrado em quilos. A idade da criança é calculada em meses. Tais valores são identificados no gráfico de crescimento infantil, segundo o sexo. Este gráfico corresponde a curvas que refletem o crescimento de uma população de referência, isto é, aquela que inclui dados referentes a indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias. No gráfico apresentado na Caderneta de Saúde da Criança, constam os percentis de peso por idade. A intersecção da medida de peso da criança e da sua idade possibilitará a identificação da faixa de percentil de peso por idade do indivíduo, devendo ser observados os pontos de corte para sua interpretação. O percentil de peso por idade em que se encontra a criança também pode ser identificado por meio de tabelas que apresentam diferentes valores de peso em função da idade e do sexo do indivíduo. (SISVAN, 2004, p. 03).
Segundo o autor, são definidos quatro pontos de corte para o indicador de Peso por idade (percentis 0,1, 3, 10 e 97), permitindo a seguinte classificação do estado nutricional infantil: P/I abaixo do percentil 0,1: criança com peso muito baixo para a idade. P/I maior ou igual ao percentil 0,1 e menor que o percentil 3: criança com peso baixo para a idade. P/I maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança em risco nutricional. P/I maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com peso adequado para a idade (eutrófica). P/I maior ou igual ao percentil 97: criança com risco de sobrepeso. (SISVAN, 2004).
É importante destacar que a prática de atividades físicas é essencial para um crescimento saudável, brincadeiras e jogos ao ar livre, andar de bicicleta em parques, além de prazerosas são atividades que auxiliam e impedem que esse mal ocorra (MARTINS, 2009).
Figura 1: Alvos em potencial para a prevenção da obesidade infantil
Fonte: Mams e Jaac ( 2000, p.78).
É interessante salientar que a primeira forma de ajudar a criança no problema que ela encontra com a obesidade é a conscientização dos adultos responsáveis pelo seu bem estar (COLLOCA, DUARTE, 2008).
Portanto, as iniciativas de prevenção do sobrepeso e obesidade devem ser iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a infância e a adolescência, para que se tornem mais eficazes. Deve haver um esforço significativo no sentido de direcioná-las à prevenção já na primeira década de vida, pois neste momento é que pode começar o interesse, o entendimento e mesmo a mudança dos hábitos dos adultos, por intermédio das crianças e adolescentes (SAHOTA, et al., 2001).
2.3 O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO COMBATE A OBESIDADE INFANTIL
A escola tem um papel muito importante no desenvolvimento global da criança, isso implica necessariamente que, todas as áreas do conhecimento, Psicologia, Psicologia Educacional, Pedagogia, Didática e Ciências da Educação, não se podem tornar imunes a este desenvolvimento, que coloca a escola como o lugar da especialização do saber, através de seus conteúdos programáticos e também sobre a preocupação com a formação do aluno, para que ele possa se integrar a sociedade (MORGADO, 2001).
Silva et al., (2017) destacam que nas aulas de Educação Física, pode-se observar que os alunos com obesidade, na maioria das vezes, são excluídos das aulas, pois, normalmente, essas aulas são focadas em esportes que, em sua maioria, são realizados de forma excludente: os alunos mais habilidosos sempre têm mais facilidade e conseguem se sobressair sobre os menos habilidosos. Dessa forma, os alunos obesos preferem dizer que não gostam das atividades para não sofrerem nenhum tipo de bullying. Esses alunos, além de não praticarem as atividades, em virtude desses acontecimentos acabam por desenvolver problemas psicológicos.
Com o sobrepeso, essas crianças se sentem desestimuladas a realizar atividades que necessitem de alguma demonstração ou utilização do seu corpo, pois sempre são motivos de zombaria por seus próprios amigos ou até por adultos. Além disso, o corpo de uma criança com sobrepeso, ao realizar atividades físicas, pode sofrer graves traumas, alterações posturais, que podem ser agravadas nesses casos, como valgismo e escoliose, lesões por excesso de uso e macrotraumas.(SILVA et al., 2017, p. 49).
Segundo Paes, Marins e Andreazzi (2015), o exercício físico, independentemente do tipo, mostra-se capaz de promover adaptações positivas sobre a obesidade infantil, principalmente por atuar na restauração da homeostase celular e do sistema cardiovascular, na melhoria da composição corporal e também no aumento da ativação metabólica.
No que tange às crianças a realização de atividades físicas é de suma importância, sendo que o primeiro contato que elas possuem é na escola, por isso da importância de um professor de educação física ser qualificado e possuir o treinamento necessário para realizar suas aulas com estímulo e que chame a atenção da criança, para que não ocorra um primeiro impacto traumático e que ocasione uma decepção na criança, mas que seja uma aula que ela se sinta desafiada e contente em realizá-la ficando o desejo de ter sempre mais. (SILVA, et al., 2017).
De acordo com os autores, a criança tem que gastar energia com prazer, brincando, se divertindo. Não adianta prescrever um programa que não vai ser cumprido, por mais eficiente que ele seja, do ponto de vista do gasto enérgico. Por isso que o número de crianças que sofrem com obesidade acaba perdurando por muito tempo, pois se sentem tão cobradas com relação a dietas e com a prática de exercícios físicos que acabam se conformando com aquela condição pelo fato de não querer passar pelos mesmos desgastes para perder peso. (SILVA, et al., 2017).
Neste sentido complementa Barbosa (2009) demonstrando que o professor de Educação Física não deve excluir o aluno obeso de sua aula pelo fato de suas restrições físicas, mas deve interagi-lo com os outros colegas:
O professor de Educação Física deve ser capaz de posicionar-se de forma crítica diante deste quadro e integrar o aluno de outra forma. Hoje excluído das atividades física, este individuo dever ser colocado em contato com uma cultura corporal de movimento, o que possibilitará o usufruto de uma aptidão física. Essa ação será benéfica na qualidade de vida, tanto efetiva e social quanto cognitiva e motora. (BARBOSA, 2009, pg. 32).
Silva et al., (2017) reforçam que cabe ao professor de Educação Física adaptar as aulas para que todos os alunos possam participar, analisando as ocorrências, pois existe um leque muito abrangente da cultura corporal, tornando possível a participaçãode todos. Caso não haja nenhuma atividade conhecida que o aluno consiga fazer, nada impede que o professor crie uma ou modifique as regras de outra, até que consiga fazer com que todos participem, pois a participação dos alunos nessas aulas não só serve como benefício para a prevenção da obesidade, mas também atua nos lados afetivo, cognitivo e motor do aluno. Tendo alunos com maiores dificuldades realizando atividades conjuntas com os demais, o professor pode estimular que todos aprendam a respeitar aqueles com menos habilidade, ensinando-os, assim, a conviver em meio à sociedade.
É importante também ressaltar que haja
 nas aulas de Educação Física uma troca de conhecimentos entre professor e aluno. O professor não deve manter suas aulas somente nas quadras, o ambiente de sala de aula é muito importante, pois é um local onde se consegue maior atenção dos alunos, o que pode facilitar essa troca de conhecimento. Além disso, os conhecimentos conceituais trazidos pela área da Educação Física são muito importantes para a formação dos alunos (BARBOSA, 2009, p. 33): 
A relação professor/aluno não deveria ficar só nas quadras. A aula teórica seria um grande benefício para crianças e adolescentes, pois, por meio dela, o professor passaria conceitos importantes a respeito dos benefícios da atividade física e de sua importância para a saúde e prevenção de doenças. Com essas informações disponíveis, seria mais fácil entender e respeitar as limitações de alguns colegas, ajudando-os. Dessa forma, não seriam alvos de chacotas quando não conseguissem realizar as atividades propostas pelo professor (não por serem incapazes, mas por não serem incentivados a realizá-las).
Assim, é essencial no papel do professor de educação física não só estimular a realização de exercícios físicos, mas também a necessidade de planejar suas aulas estimulando a interação entre os alunos e promovendo a realização de exercícios físicos com a conscientização na sua essencialidade, informando sempre aos alunos a necessidade de se estar em movimento e de manter uma alimentação saudável, pois a criança que recebe esse tipo de orientação na escola irá repassar para toda a sua família e seus coleguinhas, favorecendo a propagação da informação que se iniciou no âmbito escolar. (NASCIMENTO, 2013).
REFERÊNCIAS
BARBOSA, V. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência: exercício, nutrição e psicologia. 2. ed. Barueri: Manole, 2009.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2000. 
BRASIL, Ministério da Saúde. IMC em crianças e adolescentes. 2017. Disponível em: < https://www.saude.gov.br/artigos/804-imc/40510-imc-em-criancas-e-adolescentes> Acesso em: 23 mar. 2020.
COLAÇO, N. S. Obesidade infanto-juvenil e atividade física. 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1837-6.pdf 2008. Acesso em: 31 mar. 2020.
COLLOCA, E. A.; DUARTE, A. C. G. O. Obesidade infantil: etiologia e encaminhamentos, uma busca na literatura. II Seminário de Estudos em Educação Física. 2008. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~efe/pdf/2a/colloca.pdf.> Acesso em 30 mar. 2020.
COSTA, C. R. B; OLIVEIRA, L. F. L. Educação Física escolar e a Obesidade Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo Do Conhecimento, Ano 1. Vol. 10, 2016. Disponível em: <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/obesidadeinfantil?pdf=5189>. Acesso em 24 mar. 2020.
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_____. Educação física e temas transversais na escola. Campinas: Papirus, 2012.
FERREIRA, M, S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando e enfoque. Rev. Bras. Cien. Esp, 2001, v22, n2 p. 41-54.
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SOARES, Carmen Lucia. et al. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 2012.
�Rever conjugação do verbo, a um excesso de pontuação, reveja. 
�Não seria internacional/MUNDIAL?
�Ver pontuação,
�Não entendi essa colocação, como tratamentos??
Somente atividades recreativas??
�Ficou muito fora do contexto, essa frase, poderias utiliza-la nos parágrafos acima.
�???????
Na realidade, você vai buscar em documentos já existentes, por tanto, você não será um referencial, e sim buscar em referenciais, com uma provável revisão bibliográfica o que já se sabe sobre seu “objeto de estudo”
�Essa paragrafo não dá continuidade ao texto.
�O que é a “Saúde Renovada�”? você poderia usar de um paragrafo logo abaixo para descrever.
�Esse paragrafo poderia iniciar o texto.
�Confira neste site, como referenciar a figura a seguir.
� HYPERLINK "https://normas-abnt.espm.br/index.php?title=Figuras" �https://normas-abnt.espm.br/index.php?title=Figuras�
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